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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · OS VALORES E A ÉTICA NO AMBIENTE ESCOLAR E SUAS RELAÇOES COM A VIOLÊNCIA Sissi Elisabeth Lamel Guzzo1 Tânia Maria Rechia Schroeder2

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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OS VALORES E A ÉTICA NO AMBIENTE ESCOLAR E SUAS RELAÇOES COM A VIOLÊNCIA

Sissi Elisabeth Lamel Guzzo1 Tânia Maria Rechia Schroeder2

Resumo: Este artigo objetiva-se em problematizar a percepção dos alunos em relação aos seus

comportamentos no ambiente escolar, colocando em foco os valores morais e a ética nas relações interpessoais ressaltando-se o papel da escola e da família na formação integral dos sujeitos. A intervenção pedagógica foi realizada no Colégio Estadual Jardim Porto Alegre - Ensino Fundamental, Médio e Profissional, no município de Toledo, Estado do Paraná. As relações interpessoais no ambiente escolar vêm apresentando problemas, principalmente nas relações aluno/aluno. Esta problemática tem levado os professores da Educação Básica paranaense, a afirmar que há ausência ou carência de valores morais e éticos no comportamento de seus alunos e que, estes comportamentos, seriam um reflexo das contradições existentes na sociedade contemporânea, que vem apresentando significavas mudanças nas compreensões do que seria moral e ética. O trabalho foi desenvolvido com estudos de textos, dinâmicas, vídeos, charges, fábulas, contos e filmes. As atividades desenvolvidas favoreceram a auto percepção sobre algumas atitudes com o outro. Palavras-chave: Educação. Ética. Moral. Relações Interpessoais. Valores.

1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas do século vinte, a educação formal brasileira passou por

grandes alterações quanto a sua organização e finalidades, destacando-se a

Constituição Federal Brasileira (CF) de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDBEN) Nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a qual

estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estas legislações impeliram

profundas mudanças na sociedade brasileira e na educação formal, ressaltando-se

as alterações nas estruturas pedagógicas, nas hierarquias na organização escolar,

no conteúdo e carga horária das disciplinas, entre outros.

Em que pese às significativas alterações ocorridas, o fenômeno da violência

manifestado em comportamentos agressivos nas relações aluno/aluno e

1 Pedagoga participante do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, docente QPM da rede

estadual de educação do Paraná.

2 Doutora em Educação pela UNICAMP, docente da UNIOESTE – Campus de Cascavel – Curso de

Pedagogia e Programa de Pós-Graduação em Educação. Professora do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE.

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alunos/professores têm sido discutidos em várias áreas do conhecimento, tais como

a Educação, a Sociologia, a Psicologia e o Direito.

Os desafios vividos diariamente, sobretudo nas relações em sala de aula,

conduzem a reflexões sobre a temática sob diversos ângulos. Elegemos discutir esta

temática considerando-se os valores morais, a ética que estabelecem os limites,

uma vez que saber conter-se, limitar-se em determinados ambientes interfere

diretamente na qualidade das relações interpessoais e, consequentemente, no

processo ensino-aprendizagem dos alunos.

Embora a família, a escola e a sociedade sejam as instituições basilares para

a formação do educando, neste trabalho ressaltou-se a importância dos pais na

formação de seus filhos em relação aos valores morais e a ética como princípios

necessários para a aprendizagem dos limites necessários na convivência diária com

diferentes pessoas e em diferentes lugares. Considerando ainda a importância da

escola como mais um dos espaços que exerce grande influência e contribui para a

formação integral dos alunos, este artigo tem por objetivo apresentar a intervenção

pedagógica realizada no Colégio Estadual Jardim Porto Alegre – Ensino

Fundamental, Médio e Profissional na cidade de Toledo - PR, tendo como base de

estudos os valores, a ética, os limites e as possíveis relações com os episódios de

violência entre os adolescentes.

2. A FAMÍLIA E A ESCOLA E SUAS RELAÇÕES COM OS VALORES MORAIS E

ÉTICOS

Os indivíduos fazem parte de diversos grupos sociais durante sua vida, os

quais exercem grandes influências em seus processos de identificação. Entretanto,

o primeiro grupo social do qual fazem parte e recebem influências significativas é a

família, principalmente na infância e na adolescência. Compreende-se que é no

ambiente familiar que a criança e o adolescente aprendem a lidar com os conflitos, a

expressar ideias, a exprimir os diferentes sentimentos presentes nas relações

interpessoais e é onde ele aprende a lidar com as diversidades da vida (DESSEN;

POLONIA, 2007).

A escola juntamente com a família são duas instituições de grande peso para

o desenvolvimento do sujeito como um ser cognitivo e social. São como marco

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referencial, fundamental para a existência humana, são duas instituições

fundamentais para o crescimento humano (SADOVNIK; ECCO; NOGARO; 2013).

Segundo Vinha (2000, p.135)

[...] família, exerce, sem dúvida alguma, grandes influências na vida do futuro adulto. A atitude dos pais, a maneira como eles o educam, suas posturas diante dos pequenos conflitos diários interferem no desenvolvimento e consequentemente na construção dos seus valores morais.

A família, como um primeiro contato de socialização da criança exerce grande

influência sobre a mesma e naturalmente na vida do futuro adolescente. As atitudes

dos pais e a forma de criar e educar os filhos são importantes aspectos, que acabam

interferindo no desenvolvimento e influenciando o comportamento deste na escola.

Com efeito, a importância da família para a formação integral de seus alunos

é inegável, no entanto é necessário destacar que, a formação de valores morais e

éticos não deve ser delegada apenas para a família, pois as escolas ensinam os

valores morais e éticos no método que utilizam para ensinar, isto é, na forma, na

postura dos professores, na condução de suas aulas e no tratamento que dão aos

seus alunos. Dito de outro modo, a escola não trabalhará as questões da ética e da

moral com aulas sobre esta temática, nem tampouco com uma disciplina, mas sim

em seu método.

Um dos desafios atuais da escola é contribuir para a formação moral e ética

dos alunos. A educação tem por objetivo o desenvolvimento integral do ser humano

nas suas dimensões ética, social e política, preservando sua dignidade e orientando-

o nas ações perante a sociedade (SEVERINO, 2006).

A escola, pela sua dinâmica e organização, se constitui numa prática social

complexa, permeada de conflitos de valores e posturas éticas, sendo necessário,

portanto, incitar reflexões sobre o tipo de educação que se deve propor para as

novas gerações.

Desde a origem do homem como ser social, o comportamento humano está

sujeito a variações de uma época para outra e também de uma sociedade para outra

e, por conseguinte, toda a moralidade no comportamento humano apresenta um

caráter social (VÁZQUEZ, 1993).

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Na medida em que se vive em diferentes espaços e situações estamos

aprendendo posturas em relação ao mundo. Educar, portanto, é também educar

hábitos, atitudes e valores baseados no princípio de respeito ao outro.

Segundo Piaget (apud Macedo, 1999, p.3) “[...] para que as realidades morais

se constituam é necessário uma disciplina normativa, e para que essa disciplina se

constitua é necessário que os indivíduos estabeleçam relações uns com os outros”.

A moralidade é parte constituinte das diversas culturas e está presente em

diferentes níveis, no comportamento de cada pessoa, nas relações com o outro e

com o mundo que o cerca. Respeitar o outro é um “valor moral” básico; o outro tem

dignidade, e esta precisa ser respeitada, pois, caso isso não ocorra, as relações

serão prejudicadas.

O homem vive e convive com outros homens, assim, saber de que forma

deve portar-se perante o outro é fator importante para a boa convivência. A ética é

compreendida como um conjunto de valores morais e princípios que orientam os

comportamentos humanos, ela serve para equilibrar o bom funcionamento social e

relaciona-se com a justiça social. A moral, por sua vez, refere-se a um conjunto de

costumes e normas de uma determinada sociedade ou de uma cultura. (PEDRO,

2014)

Segundo Pedro (2014, p.485)

[...] o termo ética deriva do grego ethos, [...] que significa comportamento, costumes, hábito, caráter, modo de ser de uma pessoa, enquanto a palavra moral, que deriva do latim mos, (plural mores), se refere a costumes, normas e leis.

Para Vázquez (1993, p. 25) “A moral, [...] é um conjunto de normas e regras

destinadas a regular as relações dos indivíduos numa comunidade social”. E quando

nos referimos à ética, Nosella (2008, p.256) a compreende como “[...] o ramo da

filosofia que fundamenta científica e teoricamente a discussão sobre valores, opções

(liberdade), consciência, responsabilidade, o bem e o mal, o bom e o ruim”.

Na sociedade em que se vive nada é pensado ou construído sem estar

pautado em valores morais e éticos e estes são expressos na capacidade que o

indivíduo tem de limitar a sua conduta em suas relações interpessoais.

Percebe-se hoje, uma grande dificuldade de se estabelecer limites na escola,

e isto é um fator de grande preocupação para pais e educadores.

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A temática dos limites, portanto, tem sido uma questão muito discutida

atualmente, especialmente entre pais e educadores. Assim, o que seriam ‘limites’?

Conforme o dicionário Aurélio (2005), ‘limite’ significa “[...] linha de

demarcação; divisa, fronteira; extremo fim; ponto que não se deve ultrapassar”, e

neste sentido, estes significados vem motivando e intrigando muito pensadores e

críticos em educação sobre o seu conceito e suas transformações no decorrer dos

tempos, tendo nas últimas gerações se verificado uma mudança significativa na

posição dos pais quanto ao estabelecimento dos limites e das regras disciplinares

sobre seus filhos.

Segundo Rodrigues e Teixeira (2011), pode-se perceber que, quando se

pensa na questão dos limites, inicialmente se fala no termo mais associado às

regras e às normas, permissões ou proibições, apresentadas às crianças de maneira

externa como imposição; no entanto, a questão dos limites deve ser entendida como

um processo de construção gradativo e os filhos esperam dos pais limites claros e

definidos.

Para Rodrigues e Teixeira (2011, p.2),

A relação que os pais mantêm com seus filhos é fundamental para o desenvolvimento da criança. Se a criança se desenvolve sem o estabelecimento de limites, ela apresentará dificuldades em algumas situações. Alguns problemas de comportamento e indisciplina escolar podem ser desenvolvidos em decorrência disso.

É importante ressaltar que os alunos passam grande parte do seu tempo na

escola, e que, em decorrência disso, é de suma importância que, mesmo em

situações nas quais é clara a percepção de que as famílias dos jovens e crianças

não estejam instituindo os limites para a convivência, estes devem ser instituídos na

escola, e estes limites não devem ser considerados somente como negativos,

devem também ser entendidos como positivos. Assim a questão da determinação de

limites envolve não somente a família, mas também o estabelecimento escolar.

Para Rego (1996 p. 86), “[...] a escola, por sua vez, também precisa de regras

e normas orientadoras do seu funcionamento e da convivência entre os diferentes

elementos que nela atuam”. Desta maneira, as normas deixam de ser vistas como

prescrições castradoras e passam a ser compreendidas como uma condição

necessária nas relações sociais.

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Ancorado em Vygotsky, Rego (1996) afirma que as características de cada

indivíduo são constituídas por meio de suas interações com o meio, e que viver em

sociedade pressupõe a criação e o cumprimento de normas e regras que permeia as

relações, facilitam o diálogo e ajuda mútua, bem como as trocas pares nas relações

do grupo social.

Assim, viver em sociedade pressupõe criar e cumprir regras que norteiam as

relações, possibilitando o diálogo e a cooperação entre os seres humanos.

3. UM NOVO OLHAR SOBRE AS AÇÕES NO COTIDIANO ESCOLAR

A aplicação do projeto ocorreu cumprindo a carga horária de trinta e duas

horas prevista no projeto inicial, e foi desenvolvido com os alunos do 9º ano do

Ensino Fundamental do Colégio Estadual Jardim Porto Alegre na cidade de Toledo-

PR. Foi pensado e construído dentro dos referencias teórico-pedagógicos e

bibliográficos abordados no projeto de intervenção e é composto por temáticas e

abordagens metodológicas diferenciadas.

O projeto foi apresentado na semana pedagógica de fevereiro de 2015 para a

comunidade escolar (Professores, Agentes Educacionais I e II, Equipe Pedagógica e

Direção), foi muito bem recebido, com manifestações de apoio e confiança no

desenvolvimento do projeto. A realização do projeto foi iniciada no dia vinte de

março com a apresentação aos alunos da produção didática pedagógica. Nesta

fase, os alunos tomaram conhecimento dos encaminhamentos que seriam

realizados para a conclusão de cada uma das atividades propostas do caderno

pedagógico.

3.1. Moral e Ética na Convivência Escolar

As atividades realizadas com a turma do 9º ano do Ensino Fundamental se

fundamentaram na reflexão, análise e discussões de textos, vídeos, questionários,

dinâmicas, filme, charges, música, fábulas.

A implementação se estruturou a partir dos conhecimentos prévios dos alunos

e de suas vivências. Procurou-se avançar para aprofundamentos da temática no

contexto teórico, através de uma ação pedagógica mediadora e problematizadora

dos conteúdos sistematizados e dos acontecimentos da sociedade atual.

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No desenvolvimento das ações, os alunos demonstraram participação e

colaboração. Tal postura contribuiu para exercitar maior liberdade de pensamento

com vistas a superar perspectivas de saberes fechados que apenas reproduzem por

conhecimentos construídos e dinâmicos, compreendendo a importância dos valores

e da ética no espaço escolar. As atividades propostas finalizaram-se estabelecendo

relação entre conteúdo e realidade, visando mudanças comportamentais,

contribuindo para sua atuação como ser ativo e crítico no processo histórico cultural

da sociedade.

3.2. Aprofundando Conhecimentos sobre Valores e Ética

O vídeo “Valores humanos”, encontrado nas ferramentas de busca, foi

utilizado como um elemento propulsor para a reflexão sobre os valores morais e

éticos como princípios que estabelecem limites e norteiam os comportamentos no

ambiente escolar. O vídeo trata dos valores humanos como um conjunto de

qualidades que nos distinguem como seres humanos, independente de credo, raça,

condição social ou religião.

A auto avaliação sobre valores e limites na escola, realizada ao final da

atividade, possibilitou uma ampliação da percepção do “outro”, pois, as escolhas que

fizeram na auto avaliação, priorizando os valores como: respeito, justiça, liberdade,

paz, amor, responsabilidade, honestidade, bondade, solidariedade, entre outros,

denotou que mesmo vivendo alguns conflitos no ambiente escolar os valores morais

são importantes. É a partir das trocas do sujeito com o meio onde está inserido é

que ele estará construindo gradativamente seus próprios valores morais.

3.3. A Família e os Valores

A família como a mais elementar e a mais primitiva da comunidade humana

foi chamada de célula social. Vázquez (1993, p. 196) diz que: “[...] nela se realiza o

princípio da propagação da espécie”, onde o processo de educação do individuo nos

seus primeiros anos de vida acontece, assim como sua formação da personalidade,

assumindo grande importância do ponto de vista moral.

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Embora a família, a escola e a sociedade sejam a base de formação do

educando, é importante ressaltar a participação efetiva dos pais na formação do

caráter de seus filhos.

Segundo Vázquez (1993, p.196)

[...] a família por ser a forma mais elementar e mais primitiva de comunidade humana, foi chamada de célula social. Nela se realização princípio da propagação da espécie e se desenvolve em grande parte, o processo de educação do indivíduo nos seus primeiros anos, assim como a formação de sua personalidade. Por tudo isto assume grande importância do ponto de vista moral.

Entende-se a família como sendo o primeiro contexto de socialização da

criança, exercendo sem sombra de dúvidas influências sobre a formação deste.

Para Rego (1996, p. 97) “[...] a atitude dos pais e suas práticas de criação e

educação são aspectos que interferem no desenvolvimento individual”.

Segundo Moreno e Cubero (apud Rego, 1996, p.97) foram identificados três

práticas exercidas pelos pais que são chamados de ‘pais autoritário, pais

permissivos e pais democráticos’. Assim, pode-se dizer a respeito destas práticas

que

[...] “pais autoritários”, aqueles que, além de serem pouco comunicativos e afetuosos, são bastante rígidos, controladores e restritivos [...].Valorizam a obediência às normas e regras por eles definidas, [...]. Diante da transgressão [...] fazem uso de severas ameaças, do castigo físico e de outras medidas disciplinares. Os “pais permissivos” valorizam o diálogo (as opiniões das crianças são frequentemente solicitadas e quase sempre aceitas) e o afeto. São pais que têm enorme dificuldade e exercer algum tipo de controle sobre a criança. [...] são bastante tolerantes e até mesmo indulgentes em relação aos desejos, atitudes e impulsos infantis. [...] não estabelecem limites e parâmetros. [...] esses pais não costumam exigir responsabilidades de seus filhos. E os “pais democráticos” por sua vez, parecem conseguir um maior equilíbrio entre a necessidade de controlar e dirigir as ações infantis, [...]. São pais que apresentam níveis altos de comunicação e afetividade e que normalmente estimulam as crianças para que expressem suas opiniões, sobre determinados aspectos [...] conseguem estabelecer regras e limites claros que [...] são mantidos de forma consistente, conseguindo assim, uma disciplina firme, adequada às condições e possibilidades das crianças.

Ao longo do desenvolvimento da criança e do jovem, os traços que o

caracterizará, não depende somente das experiências vividas no interior da família,

mas de muitas outras aprendizagens que ele realizará em diferentes contextos

socializadores, como na escola.

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Muitas vezes estes jovens sentem-se inseguros, sentindo necessidade de

seguir modelos onde as coerências de ações se fazem presentes, como: união e

respeito na família, parceria e respeito na escola onde tem a oportunidade de viver

experiências que o levam a construir seus valores morais, situação de respeito

mutuo, de justiça de cooperação.

Apresentou-se o texto “Família, crise e valores” (Faria, 2014) onde relata que

a família como uma instituição social, está sujeita as influências que a realidade

cultural e histórica determina, e que tem demonstrado uma instituição capaz de se

adaptar e sobreviver a diferentes momentos históricos.

As discussões sobre a temática foi sobre o papel da família e seus valores na

formação dos adolescentes, discutindo sobre o papel da família e seus valores na

formação deste adolescente. Durante as discussões alguns pontos foram discutidos

com maior relevância, sendo eles: o que mais chamou a atenção no texto; como são

os relacionamentos em sua família, quais as responsabilidades dos pais em relação

aos filhos; qual a sua responsabilidade quanto filho; que valores são importantes

para a sua família e ainda é possível identificar alguma semelhança entre o texto, a

sua vida e sua família? Foi um momento de grande contribuição. Eles tiveram a

oportunidade de pensar e falar sobre a sua família, e também ouvir relatos de alguns

colegas sobre como são os comportamentos em suas relações familiares.

3.4. Relações Interpessoais “Eu e o Outro”

Os valores morais e éticos são expressos na capacidade que o indivíduo tem

de limitar a sua conduta em suas relações interpessoais.

A convivência é um desafio a ser pensado, talvez pelo crescente processo do

individualismo, onde valores éticos e morais acabam sendo esquecidos em

detrimento de um próprio desejo.

Na escola hoje, vive-se situações conflitantes, as relações interpessoais

complicam-se a cada dia, afetando negativamente, o que acaba tornando-se um

obstáculo pedagógico, e consequentemente interferindo no processo ensino

aprendizagem. Seria nas relações com o outro que se desenvolve o

autoconhecimento e se cultivam os valores, limites e respeito, necessários ao

fortalecimento das relações coletivas.

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Momento de pensar a importância dos valores nas relações interpessoais

apresentou-se o vídeo “Resgate seus valores”, encontrado nos meios midiáticos,

que fala das tecnologias existentes e como estas contribuem para as relações entre

as pessoas, e de modo geral na vida do ser humano. Observando-se as tecnologias

a que temos acesso aproximam ou afastam as pessoas e como viver em numa

sociedade onde estas tecnologias se fazem presente cada vez mais.

Um momento de reflexão, onde se destacou a importância que se dá às

muitas possibilidades que as tecnologias nos oferecem, e, como isto possibilita o

distanciamento nas relações humanas. Discutiu-se ainda que, quando necessitamos

vivenciar relações onde o diálogo, a colaboração, o respeito, a ajuda, a contribuição

se faz necessário estes valores que por são deixados de lado, em detrimento das

suas próprias necessidades, não sabendo, ou deixando muitas vezes de contribuir

com o outro.

Refletir sobre valores na nossa vida levou a pensar ‘o adolescente e o futuro

versus valores’. Neste momento trabalhou-se com uma dinâmica observando quais

valores são considerados importantes para a vida, e quais valores seriam mais ou

menos importantes nas relações, pois existem valores universais como: justiça,

liberdade, paz, respeito, entre outros. Nas relações humanas o respeito ao outro é

um ‘valor moral’ básico.

As ações humanas orientadas por valores e princípios pautados nas relações,

onde o diálogo, a cooperação e as trocas acontecem entre os membros do grupo

social, é pensar a criação e o cumprimento de regras e conceitos para se viver em

sociedade.

3.5. Melhorando as Pessoas, é Possível Melhorar o Mundo.

Sabe-se que a escola como um espaço democrático deve oportunizar

conhecimentos relacionados a temas como: valores e ética. A contribuição da

escola com ações reflexivas que ajudem o jovem a construir sua própria escala de

valores, levando-os a pensar que é possível mudar situações quando valores

humanos básicos se fazem presente.

Pensando em contribuir com esta escala de valores, foi que se apresentou o

filme “A Corrente do bem”, encontrado nos meios midiáticos, que conta a história de

um garoto chamado Trevor, que acredita conseguir melhorar o mundo em que se

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vive. O professor propõe um desafio aos alunos: pensar em algo para melhorar o

mundo. Trevor apresenta uma ideia inteligente, se uma pessoa ajudar três pessoas,

essas outras três pessoas ajudarem outras três pessoas, e assim por diante, o

mundo poderá ser muito melhor pra se viver. O que pode ser verdade!

Logo após o filme discutiu-se sobre os seguintes questionamentos: o que

você achou da atitude do menino? Você acredita ser possível levar a corrente do

bem adiante? O que você poderia fazer para mudar o mundo? O que achou da

atitude do menino? As situações apresentadas foram direcionadas, prevalecendo o

foco nos valores morais e éticos como forma de mudanças no comportamento.

3.6. Os Valores e as Relações Escolares

Um dos desafios atuais da escola é contribuir para a formação integral de

seus alunos, incluindo-se aí as questões referentes à moral e ética. A educação tem

por objetivo o desenvolvimento integral do ser humano nas suas dimensões ética,

social e política, preservando sua dignidade e orientando-o nas ações perante a

sociedade (SEVERINO, 2006).

A escola, pela sua dinâmica e organização, se constitui numa prática social

complexa, permeada de conflitos de valores e posturas éticas, sendo necessário,

portanto, incitar reflexões sobre o tipo de educação que devemos construir com as

novas gerações.

Educar, portanto, é também educar os hábitos, atitudes e valores baseados

no princípio de respeito ao outro.

A escola não é uma instituição independente e autônoma, não seria justo

pensar que o que acontece em seu interior não esteja ligado ao que acontece no

exterior dela. (AQUINO, 1996)

Para Aquino (1996, p. 52) “[...] crianças e jovens, por incrível que pareça, são

absolutamente ávidos pelo saber, pelo convite à descoberta, pela ultrapassagem do

óbvio, desde que sejam convocados e instigados para tanto”.

O professor tem um papel importante no sentido de mediar às relações no

ambiente escolar, pois a prática baseada nestes princípios com certeza terá efeitos

extremamente educativos.

É preciso reconhecer que a escola não pode se eximir de suas tarefas

educativas, pois se uma das metas é que seus alunos aprendam que as relações

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humanas são permeadas de ações como, por exemplo, (solidariedade, cooperação

e respeito em relação a colegas e professores) a prática diária deverá ser a de

oportunizar aos alunos momentos onde construam e interiorizem estes valores

(REGO, 1996).

Para Vinha (2000, p. 144) “[...] a escola tem que construir um ambiente

propicio, para que a criança experiencie situações que a levem construir seus

valores morais, situação de respeito mutuo, de justiça, de cooperação”.

Considerando que moralidade não é ensinada de forma direta, mas sim

construída e conforme Vinha (2000, p.159) “Não existe um momento especifico em

que se trabalhará a educação moral”.

Refletindo sobre valores nas relações escolares apresentou-se aos alunos

atividade onde seriam utilizadas charges da “Mafalda” (Quino, 1993). Em cada uma

das charges apresentadas deveria ser observado: qual o objetivo; do que se trata;

se há diferenças entre elas e quais seriam, o que as pessoas ali representadas

estariam fazendo.

Os alunos foram organizados em grupos e deveriam elaborar uma questão,

que em seguida foi compartilhada com os outros grupos. Neste momento houve a

contribuição dos colegas concordando ou contrapondo as ideias apresentadas,

levando-os a refletir sobre os valores sociais que perceberam em cada uma das

charges, e como estes valores estão presentes nas relações diárias.

O envolvimento dos alunos nesta atividade foi significativo, refletindo e

sugerindo possibilidades de mudanças de atitudes em relação ao outro e para

Aquino (1996, p. 52) “[...] o papel da escola, então, passa a ser o de fomentar a

experiência do sujeito perante a incansável aventura humana de desconstrução e

reconstrução”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A moral como forma de comportamento humano se encontra em todas as

sociedades, e conforme Vázquez (1993, p.53) “[...] cada individuo comportando-se

moralmente, se sujeita a determinados princípios, valores e normas morais”.

Quando falamos em valores morais e éticos nas relações escolares não

podemos deixar de pensar na família como parte fundamental neste processo de

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construção, pois é nela que se desenrola grande parte da educação do individuo nos

seus primeiros anos de vida e também na formação da sua personalidade.

A escola como um espaço de relações humanas permanentes, tem como

função promover mudança social, devendo assim, incorporar valores e alimentá-los.

As atividades educativas devem ser construídas apoiadas nos valores básicos de

relacionamentos.

Entendemos que valores morais e éticos não estão fora dos portões da

escola, e sim dentro do ambiente escolar e precisam estar presente em ações

preventivas, nas práticas pedagógicas, em todos os segmentos de maneira

preventiva e contínua, pois estão presentes em inúmeras situações vivenciadas no

ambiente escolar.

La Taille (1996, p.23) diz que se resta à escola uma solução, que é “[...]

lembrar e fazer lembrar, [...] a seus alunos e à sociedade como um todo, que sua

finalidade principal é a preparação para o exercício da cidadania. E, para ser

cidadão, são necessários sólidos conhecimentos, memória, respeito pelo espaço

público, um conjunto mínimo de normas de relações interpessoais, e diálogo franco

entre olhares éticos”.

Desta forma, compreendendo a ação educativa como passível de

transformações e mudanças, percebeu-se com o desenvolvimento deste trabalho, o

fortalecimento das relações escolares pautadas no reconhecimento e importância

dos valores e da ética no ambiente escolar. Tal compreensão tem o potencial de

contribuir para a diminuição de conflitos, não somente no espaço da sala de aula,

dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Jardim Porto

Alegre, como também na escola como um todo com o intuito de criar,

cotidianamente, um ambiente escolar propicio para o processo de ensino e

aprendizagem.

REFERÊNCIAS A corrente do bem. Disponível em: <http://www.saudadeeadeus.com.br/filme 412.htm>. Acesso em: 06 set 2014. AQUINO, Julio R. Groppa. A desordem na relação professor-aluno: indisciplina, moralidade e conhecimento. In: AQUINO, Julio Groppa (Org.). Indisciplina na escola alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, l996.

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