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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha de Identificação - Produção Didático-pedagógica
Professor PDE/2014
Título: CASOS E CAUSOS: A LEITURA SEMPRE VIVA
Autor: Juliane Wendrechovski
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual do Campo Prof. Percy Teixeira de Faria – Ensino Fundamental e Médio
Município da escola: Rio Branco do Sul
Núcleo Regional de Educação:
Área Metropolitana Norte
Professor Orientador: Prof. Altair Pivovar
Instituição de Ensino Superior:
UFPR
Relação Interdisciplinar: História - Arte
Resumo: O Projeto de Intervenção Pedagógica “Casos e Causos: A Leitura Sempre Viva” tem por objetivo levar o aluno a construir, de uma forma mais autônoma e pessoal, o encantamento pela leitura e escrita, através do conhecimento de histórias criadas pelo povo, levando-o a conhecer a cultura popular da comunidade, com vistas à formação de leitores. Os diversos costumes são passados de geração para geração com a prática de contar histórias e narrativas culturais pertencentes à tradição oral, criadas e veiculadas no seio das comunidades diversas, sobre fatos reais ou fictícios. Ler ou ouvir causos é entrar em um mundo encantado, cheio de mistérios. Descobre-se também que na sua comunidade há uma vida cultural ativa, com valores tradicionais. Pretende-se despertar o senso crítico do educando por meio da leitura e compreensão dos textos narrativos, levando em conta o seu contexto cultural.
Palavras-chave: Leitura; oralidade; escrita; folclore; formação de
leitores.
Formato do Material Didático: Unidade Didática.
Público:
Alunos do 9° ano do Ensino Fundamental.
UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA
CASOS E CAUSOS: A LEITURA SEMPRE VIVA
Professor PDE: Juliane Wendrechovski
Área/Disciplina PDE: Língua Portuguesa
NRE: AM- Norte
Professor Orientador IES: Prof. Altair Pivovar
IES vinculada: UFPR
Escola de Implementação: Público-objeto da intervenção: Alunos do 9º ano do
Ensino Fundamental do Colégio Estadual do Campo Prof. Percy Teixeira de Faria –
Ensino Fundamental e Médio
TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE
Gênero Causo
TÍTULO
CASOS E CAUSOS: A LEITURA SEMPRE VIVA
APRESENTAÇÃO
A proposta desta Unidade Didática é desenvolver uma atividade prevista na
estrutura organizacional do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2014,
no que diz respeito à leitura, escrita e gênero literário, de acordo com as esferas de
circulação, como possibilidade de ajudar no processo de ensino-aprendizagem dos
alunos do 9º ano É preciso justificar que o Projeto de Intervenção na Escola foi
direcionado, em princípio, aos alunos do 6º ano, mas devido ao número de alunos foi
reprogramado para o 9º ano.
Portanto, a intenção deste trabalho é apresentar propostas pedagógicas que
auxiliem no desenvolvimento da oralidade, leitura e escrita do educando. Para isso,
as atividades serão desenvolvidas a partir do resgate de causos. A literatura informal
e popular, ou seja, a prática de contar histórias e narrativas culturais pertencentes à
tradição oral, é criada e veiculada no seio das comunidades e se vale de fatos reais
ou fictícios. Oferece uma leitura repleta de mistérios, com ingredientes de humor, o
que, acreditamos, pode fazer despertar o prazer pela leitura e a busca por querer
sempre mais.
Será desenvolvido um trabalho intensamente rico no resgate de causos
como um dos pontos facilitadores no processo de formação para a cidadania, como
bem explica Paulo Freire (1988), quando ressalta o papel da memória na construção
da identidade – “estórias em torno de vultos populares famosos, do “doidinho” da
vila, com sua importância social, das superstições, das crendices, das plantas
medicinais, da figura de algum doutor médico, de curandeiras e comadres, ...”
(FREIRE, 1988, p. 33).
A leitura age no imaginário e interage com a cultura e os modos de agir e o
modo de pensar na comunidade em que se está inserido. Vamos aproveitar a vasta
sabedoria e valores que essa sociedade nos proporciona para constatar que é
possível causar reações positivas de encantamento e de fruição resultante de um
resgate de causos, já que a leitura é um processo dialógico, isto é, uma interação
entre o sujeito e o texto – que aqui será o gênero causo –, com o qual se exigirá do
leitor um trabalho continuado, para que o texto faça sentido e seja significativo para
ele.
A partir dessas constatações, o objetivo da Implementação do Projeto de
Intervenção na escola é resgatar as histórias da comunidade no plano da oralidade,
seus causos, rememorando-os, tornando o ambiente escolar um ponto de encontro
entre leitores que almejam serem escritores de sua própria história.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As histórias estão presentes em nossa cultura há muito tempo e o hábito de
contá-las e ouvi-las tem inúmeros significados. A literatura oral segue um caminho
próprio; são histórias que ultrapassam o tempo. Está relacionado ao cuidado afetivo,
à construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação: “A leitura do mundo
precede a leitura da palavra” (FREIRE, 1988, p. 11).
Segundo Paulo Freire, o leitor atuante na sua comunidade entende que a
escrita não foi a primeira fixação cultural utilizada. É só olhar em volta para perceber
que bem pertinho daS nossas casas há muitas coisas para serem relatadas.
Precisamos ter um olhar de estrangeiro (observar atentamente os detalhes) para
nossa comunidade.
Além disso, o relato de causos aproxima o estudante do contexto em que
está inserido e dessa forma ele participa ativamente da narração e escrita da sua
identidade.
Ao repensarmos nossa prática pedagógica, constatamos que o ensino da
sala de aula prioriza transmissão de informação e, como contrapartida, a
aprendizagem é concebida como armazenamento de informações.
Ler e escrever são fenômenos dialógicos, frutos do trabalho de sujeitos
históricos. Assim, deve-se oportunizar e incentivar o aluno a falar sobre sua vida
comum, sua vivência, levando em consideração aspectos constitutivos do gênero da
narrativa: o narrador e seu ponto de vista, o desenrolar dos causos, envolvendo o
conflito, o papel dos personagens, em que tempo e local da sua comunidade se deu
o acontecimento. Bakhtin trata da escolha do gênero como sendo o ponto de partida
para a comunicação, através do diálogo.
Por exemplo, os gêneros da literatura popular científica são
endereçados a um determinado circulo de leitores dotados de um
determinado fundo aperceptível da compreensão responsiva.
(BAKHTIN, 2003, p. 302)
A implementação do Plano de Intervenção Pedagógica é a busca de uma
aprendizagem significativa de resgate desses causos da transmissão oral das
tradições, dos usos dos rituais, danças, e das artes visuais que estão envolvidas nas
muitas histórias contadas ao redor do fogão à lenha, assando pinhão (fruto das
araucárias, muito comum nesta região), usando um método dialético, dentro das
perspectivas do letramento.
Explorando acontecimentos fictícios relatados pela comunidade,
instrumentaliza-se a qualidade da leitura e possibilita-se ao aluno compreender a
literatura narrativa como expressão de competência linguística, já que trata de
comportamentos, oferece visões peculiares da comunidade e focaliza relações
sociais. A escolha do texto narrativo se deu pelo motivo de esse gênero estar
presente no cotidiano das pessoas através dos causos, além de que, desde a
primeira infância, ouvem-se, contam-se e leem-se histórias, o que remete a uma
memória em que ler e escrever era uma atividade prazerosa – fato que, se bem
aproveitado pela escola, colabora no processo de reaproximação com a leitura e a
escrita, visando a formação do leitor/escritor.
Através do diálogo, nas rodas de histórias, passeios na comunidade, poder
ouvir, falar e interagir com pais, tios, avós, vizinhos, os alunos são remetidos ao
carinho, aos cheiros que sentiam na infância, quando gostavam de ouvir e contar
causos.
OBJETIVO GERAL
Desenvolver nos alunos uma competência comunicativa, consciência
histórica e também sua autoestima, através dos relatos da comunidade na forma de
causos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Desenvolver atitudes e disposições favoráveis à leitura.
• Levantar causos na localidade, por meio de pesquisa feita por alunos
junto às famílias dos pioneiros.
• Compreender e comentar histórias ouvidas.
• Compreender a dinâmica do interesse sobre o resgate do histórico e
cultural de sua localidade.
• Ler oralmente com fluência e expressividade.
• Desenvolver a interação texto/leitor.
• Formar leitores/escritores.
• Tutoria do Grupo de Trabalho em Rede – GTR, em que ocorrerá a
interação e a implementação do Projeto de Intervenção e serão aceitas
contribuições e sugestões.
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
• Pesquisa referenciada sobre causos.
• Conceito da estrutura narrativa.
• Organização do material didático-pedagógico.
• Aplicação da leitura e escrita dos causos para os alunos do 9° ano.
• Sistematização do conhecimento para os alunos.
• Elaboração da análise e registro da aplicação do projeto e a relevância do
trabalho.
• Construção de livretos com os causos.
• Contação de causos com envolvimento de toda a comunidade.
AVALIAÇÃO
A avaliação é sempre processual e contínua, devendo ser realizada oral e
coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades:
desempenho dos alunos durante as discussões, realização das tarefas, leitura da
imagem, produção do texto, discussão das questões.
O professor deve assumir a postura de constante observação e cuidadoso
registro. Observar o desempenho e o aproveitamento dos alunos e das atividades,
anotando, registrando por escrito.
Instrumentos de avaliação
Os instrumentos devem revelar o grau de complexidade de apropriação dos
conteúdos por parte dos alunos e devem estar condizentes com as possibilidades
teórico-metodológicas. É importante que o professor sistematize instrumentos
diversificados e diferenciados.
* Relatos orais ou escritos
* Debates,
* Produção de texto.
CARGA
HORÁRIA
TEMAS
MARÇO 02 aulas DIALOGANDO
MARÇO 03 aulas ASSISTINDO CAUSOS E PROSEANDO
MARÇO 03 aulas LEITURA COM SEQUÊNCIA NARRATIVA
MARÇO 02 aulas PESSOAS COMUNS, HISTÓRIAS
EXTRAORDINÁRIAS
ABRIL 02 aulas RODA DE CONTAÇÃO DE CAUSOS
ABRIL 03 aulas A ESCRITURA
ABRIL 02 aulas ILUSTRANDO
ABRIL 02 aulas CONTOS DE ARREPIAR/HISTÓRIAS DE
ASSOMBRAÇÃO
MAIO 04 aulas A TRANSFORMAÇÃO
MAIO 05 aulas OUVINDO, CRIANDO E RECRIANDO
MAIO 01aula PREPARANDO O AMBIENTE
MAIO 03 aulas EXPOSIÇÃO DO LIVRO E CONTAÇÃO DE CAUSOS
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS, CONTEÚDOS, ORIENTAÇÕES E
ATIVIDADES
1º ENCONTRO – DIALOGANDO
Objetivos: Apresentar e divulgar o projeto aos alunos.
Explorar conhecimentos prévios sobre o gosto pela leitura.
Procedimentos metodológicos
MATERIAL: placas com símbolos
NÃO
SIM
Aparelho de som e CD com música calma, inspiradora.
Procedimentos
1- Cada aluno recebe uma placa com os dois símbolos – de um lado (SIM), do outro
lado (NÃO).
2- O professor solicita aos alunos que se aproximem, formem um círculo e observem
cada símbolo, fazendo uma relação com as perguntas. O professor anota no quadro-
negro as respostas dos alunos para explanação ao término.
Ativando os conhecimentos prévios dos alunos:
Você lê apenas aqui na escola?
Seus pais leem pra você?
Contam histórias pra você?
E de escrever textos você gosta?
E de ouvir histórias você gosta?
Já ouviu algum causo?
Gostou?
Conhece alguém que conta causos?
Seguir explicando os significados de causo:
1. Causo é uma história (representando fatos verídicos ou não), contada de forma
engraçada, com objetivo lúdico. Muitas vezes apresentam-se com rimas,
trabalhando assim a sonoridade das palavras. São conhecidos também como
causos populares e já fazem parte do folclore brasileiro.
Causos populares: o causo do burro, a história de Zebedeus.m.
(<http://www.dicionarioinformal.com.br/causo/>). Acesso: 25/11/2014.
Casos e causos: a leitura sempre viva
Expor o Projeto de Implementação na escola, explicar que farão pesquisas na
comunidade, leituras e produção.
Aproximadamente 02 aulas
2º ENCONTRO. ASSISTINDO CAUSOS E PROSEANDO
Objetivo: Percepção da Linguagem oral e informal.
Perceber a importância de se estar atento à situação comunicativa (interlocutores,
contexto, finalidades e outras circunstâncias de interlocução).
Procedimentos metodológicos:
Ativando os conhecimentos prévios dos alunos:
Com o uso da TV Pen-drive, apresentar um causo.
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=H8HKTYkKw98>.
Acesso: 18/11/2014
Causo do Dito Preto
Professor, aqui se pode usar qualquer exemplo, desde que seja de um causo
contado.
BLA BLA
BLA
BLABLABL
ABLA
Em um tapete levado pelo professor, pedir aos alunos que fiquem bem à vontade
para prestar atenção, inferir e questionar sobre as possíveis dúvidas e curiosidades
ao final do vídeo.
2- Depois, indagar sobre:
Do que se trata o causo?
Como é a linguagem usada pelo contador?
Esse causo poderia ser contado de maneira diferente?
Por que desperta risos na plateia?
Será que é verdadeiro?
Qual era o nome do “causo”?
Como eram as personagens?
E os lugares descritos?
Que tipo de ação foi desenvolvida nas histórias?
Que tipo de linguagem foi utilizada para narrar a história?
A linguagem interferiu na compreensão da história contada?
3- O professor deverá anotar as respostas no quadro-negro. Para que o aluno
compreenda que a língua possui duas formas de se manifestar: a forma culta,
formal, expressa tanto na escrita quanto na fala, e a forma coloquial, informal, que
se aproxima da manifestação oral. Além disso, tem uma organização própria e pode
variar de acordo com as situações de comunicação, os interlocutores nelas
envolvidos e a região onde se é falada. Não existe forma correta ou incorreta de se
expressar, mas aquela que é adequada ou não em uma situação de interlocução.
Todas as variações linguísticas devem ser respeitadas.
Aproximadamente 04 aulas.
3º ENCONTRO - LEITURA COM SEQUÊNCIA NARRATIVA
Objetivo: Instigar a leitura coletiva com coerência e coesão.
Procedimentos metodológicos: Percepção da sequência da narrativa através da
composição do texto.
Fragmentar o Causo Dito Preto e o Fordinho 29 em papel colorido nas cores
primárias, conforme o personagem:
Narrador – VERMELHO
Dito Preto AZUL
Guarda rodoviário AMARELO
No início da aula, será entregue um pedaço de papel conforme as cores e
personagens acima. Tomar cuidado para manter sempre um número aproximado de
cada grupo de cores.
O professor deve ter o causo fragmentado da mesma forma, só que em maior
tamanho, para que seja colado no quadro de giz conforme os alunos formem a
sequência do texto. O professor deverá ler o causo e instigar para que os alunos
descubram qual é o fragmento que vem a seguir. Para que percebam qual a
sequência, fazer o questionamento para a organização do texto.
O que aconteceu? (enredo)
Como aconteceu? (fato)
Quando aconteceu? (tempo)
Onde aconteceu? (espaço)
Com quem aconteceu? (personagens)
Conclusão: Qual a consequência desse acontecimento?
Logo que todo o texto esteja no quadro de giz, realizar a leitura teatralizada, levando
os alunos a lerem em voz alta, usando expressões e entonação adequadas.
FOTOS DA HISTÓRIA EM SEQUÊNCIA
<http://www.rolandoboldrin.com.br/causos_aberto.asp?id=42&id_cat=1>. Acesso em
25/11/2014.
Aproximadamente 04 aulas
4º ENCONTRO: PESSOAS COMUNS, HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS.
Objetivo: Resgatar causos na comunidade.
● Levantar causos na localidade, por meio de pesquisa feita por alunos junto às
famílias dos pioneiros.
● Reconhecer na comunidade localas heranças e influências mantidas.
● Compreender a importância de ampliar as experiências culturais de crianças e
adultos, reafirmandoo valor da arte e da convivência.
Procedimentos Metodológicos:
Pesquisa na comunidade
1. Perguntar aos alunos se alguns de seus familiares contam causos da localidade.
2. Formar grupos por proximidade de moradia e pedir que pesquisem os causos em
seu território. Se for preciso, o professor pode acompanhar algumas visitas, para
conhecer a localidade. Escrever o texto conforme o contador falar.
5º ENCONTRO: RODA DE CONTAÇÃO DE CAUSOS
● Compreender e comentar histórias ouvidas.
● Reconhecer a presença de marcas linguísticas de variadas vozes social;
● Linguagem informal.
O professor deverá preparar um cartaz e colar no quadro com as sequência didática
para análise dos alunos.
Narrador – personagens – local – ações e falas dos personagens – sequência dos fatos – tempo do causo
Formar um círculo com as carteiras e cadeiras e iniciar a contação dos causos pelo
lado direito do professor. Todos os causos deverão ser contados.
Logo após a leitura, iniciar a seleção dos causos. Descartando os causos iguais, os
que não possuem clareza, sequência e organização. A cada causo lido, fazer a
análise de acordo com a ficha de sequência.
Aproximadamente 02 aulas
6º ENCONTRO: A ESCRITURA
Objetivo: Orientar o aluno para adquirir o processo de escrita. Reescrever os
causos com coerência, coesão e clareza. Estabelecer comunicação eficiente.
Para a reescrita dos causos, será usada a seguinte estratégia:
Reunir os causos na mesa do professor, todos com a escrita virada para baixo, pedir
que os alunos façam fila indiana (por tamanho) e separar os grupos de acordo com o
número de causos.
Cada grupo deve reescrever um causo. Todos os grupos devem manter em segredo
o nome do causo que reescreveu.
Ao final da reescrita, guardar o causo para a próxima atividade que será realizada
com esse mesmo grupo.
Aproximadamente 02 aulas
7º ENCONTRO: ILUSTRANDO
Objetivo: Associar a imagem ao texto.
Procedimentos metodológicos: Com o mesmo grupo formado na atividade
anterior, propor aos alunos que completem o causo que reescreveram com uma
imagem associada a ele, seja pelo significado, seja pela intencionalidade.
Quando terminado o desenho (que esteja bem feito e bem pintado), fazer uma roda
de cadeiras para o ADIVINHA O CAUSO. Com a imagem obtida os outros alunos
deverão adivinhar qual é o seu causo.
Depois de todos os causos já identificados pelos alunos, guardar os escritos para a
construção de um livreto de causos – TUDO É MAIS OU MENOS VERDADE.
Aproximadamente 02 Aulas
8º ENCONTRO: CONTOS DE ARREPIAR/HISTÓRIAS DE ASSOMBRAÇÃO
Objetivo: Possibilitar o uso do foco narrativo, criar momentos de suspense, adequar
situações iniciais, problemáticas e finais.
Procedimentos metodológicos: Problematizar as principais diferenças entre os
causos e os contos de terror, já que nos causos as narrativas são curtas e simples,
na maioria somente na linguagem oral e inacabado.
Montar um painel para que sejam elencadas as principais diferenças entre causos e
contos de terror.
Uma característica semelhante é que quem conta causos ou contos de terror precisa
se esforçar para convencer o interlocutor de que o assunto é a mais pura verdade e
que, muitas vezes, o contador participou ou viu o episódio.
<https://www.youtube.com/watch?v=nhvW0VkLncA>. Acesso em 26/11/14
1. Conto de terror – “O Tesouro Macabro”, neste dia o professor deve ter
preparado um local escuro, somente com luz de velas, papel picado e
algumas pedras no chão, criando assim um clima de suspense. Com os
alunos sentados no chão, assistir ao vídeo.
Ao final do vídeo, entregar aos alunos o conto de terror “O Tesouro Macabro” e em
seguida conduzir um pequeno debate.
Como você se sentiu ao entrar na sala?
O que te despertou o medo?
Você gostou do conto?
Como nosso corpo reage ao medo?
Quais as sensações físicas que sente?
2. Realizar uma leitura silenciosa para recordar o conto.
3. Faça uma relação de palavras “macabras”.
4.Pedir a eles que imaginem e desenhem algumas imagens e locais relacionados ao
terror. (Instigar para que desenhem uma cruz).
Aproximadamente 02 aulas
9º ENCONTRO: A TRANSFORMAÇÃO
Objetivo: Transformar causo em conto de terror.
1. O professor deverá escolher um causo para ser contado e transformado em um
conto de terror.
O CAUSO DA SANTA CRUZ
A localidade de Santa Cruz está a aproximadamente 12 quilômetros da cidade de
Rio Branco do Sul.
Contam os mais velhos que recebeu esse nome porque os cavaleiros vindos do
Açungui que passavam por lá trazendo a boiada pra vender em Curitiba viam, em
noites enluaradas, uma grande cruz de madeira à beira da estrada, sendo que não
havia moradores lá. E a cruz permaneceu naquele local e os moradores nomearam
a localidade da Santa Cruz. Essa Cruz foi encontrada onde hoje fica a Igreja
Católica em frente ao Colégio Estadual do Campo Prof. Percy Teixeira de Faria.
A contadora foi Dona Maria Terêncio Wendrechovski, que era moradora da
localidade de Santa Cruz. Hoje ela está com 85 anos e é professora aposentada.
2. Com a relação das palavras da aula anterior, organizar algumas frases que
possam compor um conto de terror.
3. Motive os alunos a se colocarem no lugar dos cavaleiros viajantes, para sentirem
as sensações a partir do olhar desses personagens, pois o lugar eles conhecem.
Eles devem imaginar essa história de maneira assustadora e assim escrever.
4. Professor, analise quais aspectos de escrita precisam ser trabalhados, como o
uso de sinais de pontuação, para ampliar o espanto.
5. Proponha que eles leiam atentamente o conto como se fossem o leitor, com olhar
crítico, e que assinalem tudo o que precisa mudar.
6. Prepare um cartaz com a estrutura do conto de terror e junto com os alunos
analise os textos escritos.
7. Reescrever o conto.
10º ENCONTRO: OUVINDO, CRIANDO E RECRIANDO.
Objetivo: Montaro seu livro de historias
Procedimentos metodológicos: Em um caderno brochura pequeno, montar o seu
livro de histórias.
Recobrir a capa do caderno com filtro de papel de café usado e seco. Para colar
filtros de café, dilua a cola branca com um pouco de água, numa proporção de 1X1
(ex.: uma colher de cola para uma colher de água). Corte pedaços do filtro
aleatoriamente com uma tesoura, de acordo com o tamanho do caderno. Passe cola
em um pedacinho do caderno, cole o retalho de filtro e logo em seguida aplique cola
por cima do filtro. Não se esqueça de sobrepor um pouco os pedaços, para que não
apareça nenhum pedacinho, sempre passando o pincel e reforçando as pinceladas
sem cola (perceba que o filtro irá se acomodar). Aguarde secagem completa.
Na primeira folha, vai o nome do aluno, um desenho, foto ou imagem e o nome da
escola.
Nas folhas que se seguem, escrever as histórias pesquisada, montadas e recriadas.
Para cada história deve haver um desenho, imagem ou foto.
Aproximadamente 05 aulas
11º Encontro: PREPARANDO O AMBIENTE
Objetivo: Organizar o material e o ambiente
Procedimentos metodológicos:
● Junto com colegas, decidir o local da exposição: sala de aula, biblioteca etc.
● Escolher o dia e a hora para a exposição e contação de causos
● Confeccionar cartazes para informar o evento.
● Produzir convites para os pais e comunidade escolar.
Aproximadamente 01 aula
12º ENCONTRO: REGISTROS DOS CONTADORES E ESCRITORES DE CAUSOS
Objetivo: Apresentar e contar causos.
Procedimentos metodológicos:
Preparar uma sala para receber os alunos contadores e autores de causos e seus
convidados. Haverá um espaço reservado, com microfones e uma poltrona ou
cadeira confortável, para que o aluno sinta-se à vontade para contar causos.
AVALIAÇÃO
A avaliação é entendida como um dos aspectos do processo ensino-aprendizagem,
o qual permite analisar, interpretar e refletir sobre os dados da aprendizagem e a
partir disso redimensionar o trabalho.
Acompanhamento / Registro
• A avaliação deve ser um processo contínuo, inserido na rotina.
• O professor deve assumir a postura de constante observação e cuidadoso
registro.
• Observar o desempenho e o aproveitamento dos alunos e das atividades,
anotando, registrando por escrito.
Observar como o aluno:
• Expõe suas ideias verbalmente, de forma clara.
• Argumenta em defesa de suas ideias.
• Reconhece que diferentes formas de registros têm o mesmo valor linguístico.
• Procura adequar sua fala a diferentes interlocutores e a diversas situações
sociais.
Linguagem escrita
Na linguagem escrita, observar se o aluno:
• Escolhe o tipo de texto de acordo com as suas intenções: dar instruções, enredar,
divulgar, reivindicar etc.
• Utiliza figuração discursiva adequada às finalidades do texto narrativo.
• Escreve com clareza e coerência, utilizando os recursos básicos de coesão:
conjunções, advérbios, preposições etc.
Leitura
• Observar se lê com autonomia, para si e para o outro, mostrando compreensão
do que lê.
• Reconhece as narrativas em qualquer tipo de portador, identificando e
comparando nelas os recursos utilizados pelo autor para caracterizar o tempo
(uso dos verbos, locuções adverbiais, advérbios), o espaço, os personagens (uso
de adjetivação) e o ponto de vista do narrador.
Instrumentos de avaliação
Os instrumentos devem revelar o grau de complexidade de apropriação dos
conteúdos por parte dos alunos e devem estar condizentes com as possibilidades
teórico-metodológicas. É importante que o professor sistematize instrumentos
diversificados e diferenciados.
* Relatos orais ou escritos
* Debates
* Produção de texto
REFERÊNCIAS
BAKTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Introdução e tradução do russo de
Paulo Bezerra. Prefácio à edição francesa de Tzvetan Todorov. 4. Edição. São
Paulo: Martins Fontes, 2003.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
São Paulo: Cortez, 1988.
MEIER, Marcos; GARCIA, Sandra. Mediação da aprendizagem: contribuições de
Feuerstein e de Vygotsky. Curitiba: Edição do Autor, 2007.
TIEPOLO, Elisiani. A (de)Formação de leitores na escola: Cadernos de Educação e
Humanidades, n. 3. Curitiba: UNIBRASIL, 2006
http://www.dicionarioinformal.com.br/causo/