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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

ARTIGO FINAL

PROFESSORA PDE/2013-2014

TÍTULO: O PRECONCEITO LINGUÍSTICO: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA

LÍNGUA PORTUGUESA NA ESCOLA E SUA UTILIZAÇÃO NO CONTEXTO SOCIAL

POR MEIO DE TEXTOS DA MÍDIA ELETRÔNICA

Autora

Celma Cristina de Paiva

Escola de Atuação

CEEP Agrícola Mohamad Ali Hamazé

Localização

BR 369, KM 14

Município da Escola Cambará

Núcleo Regional de Educação Jacarezinho – PR

Orientadora Profª. Vera Maria Ramos Pinto

Instituição de Ensino

Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) - Campus de Jacarezinho

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Artigo

Relação Interdisciplinar História/ Geografia

Público Alvo 1º. ano do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Agropecuária

Resumo

O presente projeto propõe um trabalho sobre a variação linguística, considerando-se a reestruturação das aulas de Língua Portuguesa, no Ensino Médio, a fim de conscientizar os alunos sobre a importância do respeito às diferenças sociais e sobre a utilização adequada da Língua nos diversos contextos sociais por meio de uma Unidade Didática, que tem como objetivo mostrar a importância da valorização da Língua Portuguesa como instrumento de comunicação, expressão e emancipação social, adequando o uso às situações diferentes em cada contexto. Tem a intenção de dirimir preconceitos linguísticos, através de trabalhos de análise, leitura e produção de textos da mídia eletrônica que tratam do assunto.

Palavras-Chave

Língua Portuguesa. Variação Linguística. Variedade Linguística. Preconceito Linguístico.

O PRECONCEITO LINGUÍSTICO: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NA ESCOLA E SUA UTILIZAÇÃO NO CONTEXTO SOCIAL POR

MEIO DE TEXTOS DA MÍDIA ELETRÔNICA

Autora: Celma Cristina de Paiva1

Orientadora: Vera Maria Ramos Pinto2

Resumo: Neste artigo, apresentamos estudo sobre variação linguística por meio de atividades que exploram reflexões sobre o uso da Língua Portuguesa, no Brasil. Fundamentado, principalmente, em Bagno (2007), o trabalho vem considerar a reestruturação das ações de utilização da Língua Portuguesa, no 1º ano do Ensino Médio, integrado ao Técnico em Agropecuária, no Centro Estadual de Educação Profissional Mohamad Ali Hamzé, em Cambará - PR, com o objetivo de conscientizar os alunos sobre a importância do respeito às diferenças sociais e às variedades linguísticas e, consequentemente, sobre a utilização adequada da língua nos diversos contextos sociais. Assim, por meio de uma Unidade Didática, elaboramos atividades de análise, leitura e produção de textos da mídia eletrônica que tratam do assunto variação linguística com o intuito de mostrar a importância da valorização da língua portuguesa como instrumento de comunicação, expressão e emancipação social e o quanto é necessário e importante o seu uso nas diversas situações comunicativas e nos diferentes contextos em que é produzida, com a intenção, também, de dirimir preconceitos linguísticos.

Palavras-chave: Língua Portuguesa. Variação linguística. Variedade linguística. Preconceito linguístico.

1 Professora PDE, Licenciada em Letras e Pedagogia, Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Vinculada ao CEEPA Mohamad Ali Hamzé, em Cambará. E-mail: [email protected]. 2 Docente do Curso de Graduação e Pós-Graduação do Centro de Letras, Comunicação e Artes, da Universidade Estadual do Norte do Paraná- UENP/ campus Jacarezinho. Doutoranda e mestre em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected].

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados da

implementação da Unidade Didática, aplicada aos alunos do 1º ano do Ensino

Médio Integrado ao Técnico Agropecuária do Centro Estadual de Educação

Mohamad Ali Hamzé, situado na Zona rural, na cidade de Cambará, Paraná. A

proposta de intervenção pedagógica foi desenvolvida no intuito de dirimir o

preconceito linguístico existente na forma de utilização da Língua Portuguesa no

meio urbano e rural.

Em debates e discussões sobre o uso da Língua Portuguesa na sala de

aula do Centro Estadual de Educação Profissional Mohamad Ali Hanzé, no

município de Cambará, percebeu-se acento nas diferenças sociolinguísticas entre

os alunos, haja vista que há uma seleção para ingresso nas turmas do Curso

Técnico Agrícola Integrado ao ensino Médio que vêm da zona rural e urbana, com

destaque de perfil inclinado para o trabalho nas áreas da agricultura, veterinária,

meio ambiente etc.

Com minha prática docente, percebi, durante minhas aulas, que os alunos

oriundos da zona rural, faziam desdém do monitoramento da Língua, como se

nunca fossem utilizá-la na prática diária. E, os da zona urbana, desdenhavam da

maneira de falar dos alunos que moram no meio rural, parecendo que jamais

ouviram ou pronunciaram uma palavra ou forma parecida, prevalecendo, dessa

forma, o preconceito linguístico.

A seleção dos alunos para ingresso ao curso técnico é realizada por meio

de notas advindas no boletim de outras escolas e entrevistas, que levam em conta

o perfil para atuar no mercado de trabalho da formação ofertada pelo colégio.

Desse modo, há necessidade e preocupação de valorizar, no ensino da Língua

Portuguesa, questões práticas e reais de sua utilização.

Considera-se, ainda, que não há garantia de que „todos‟ os alunos,

concluintes, seguirão carreira na área agrícola, onde acreditam que a utilização da

Língua Portuguesa, principalmente a falada, pode ser feita com menor grau de

monitoramento. Por esta razão, é responsabilidade da escola apresentar as

opções de uso da língua para que o aluno possa e saiba escolher a melhor forma

de utilização da mesma, nas diversas situações de fala e de escrita.

Lembrando, ainda, que aos alunos que, porventura, seguirem carreira em

outra área profissional, em que seja cobrado maior grau de monitoramento da

língua, têm o direito de conhecer diversas formas de utilização para que saiba

adequá-la a cada contexto.

Na proposição de minhas aulas, percebia uma grande resistência dos

alunos advindos da zona rural ao sistematizar e adequar a utilização da Língua

Portuguesa às situações de formalidade, haja vista que a variante rural é

característica de sua identidade. Esta resistência é perceptível, mais nitidamente,

na fala do que na escrita, momento em que os alunos procuram fazer a

adequação. No entanto, como há resistência de adequação na fala,

consequentemente, há grande dificuldade de sistematização, na escrita.

Percebe-se, ainda, grande preconceito linguístico entre as variantes

urbana e rural. Alunos moradores de áreas urbanas de Cambará e de diversas

cidades do norte do Paraná e do Sul do estado de São Paulo dividem espaço de

internato e sala de aula com colegas moradores da zona rural destas regiões.

Então, pela forte divergência social existente, há evidentemente, divergências nas

variantes linguísticas características do meio social de cada um.

Dessa forma, a Unidade Didática que propusemos teve a intenção de

dirimir estes preconceitos linguísticos, por meio de trabalhos de análise, leitura e

produção de textos da mídia eletrônica que tratam do assunto: variação linguística

e ensino da língua materna.

Assim, realizamos um trabalho de conscientização sobre a utilização da

língua e o respeito às variedades existentes, por meio de pesquisas, análises de

textos da mídia eletrônica, produções de textos, exposições e debates para que os

alunos aprendam a ter mais segurança em sua utilização, nos diversos contextos

sociais, adequando-a, conforme a necessidade, a fim de evitar que sofram o

preconceito.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A variação linguística, atualmente, é um tema que merece toda atenção por

parte dos professores que trabalham com o ensino da língua portuguesa. Tratar

esse importante tema na escola e na sociedade requer muito estudo e cuidado. A

sociedade moderna sofre constantes modificações e reorganiza-se a cada

momento.

A respeito do estudo das variações linguísticas, Bagno diz:

À professora e ao professor de língua portuguesa cabe o trabalho da reeducação sociolinguística de seus alunos e de suas alunas. O que significa isso? Significa valer-se do espaço e do tempo escolares para formar cidadãs e cidadãos conscientes da complexidade da dinâmica social, conscientes das múltiplas escalas de valores que empregamos em todo momento em nossas relações com as outras pessoas por meio da linguagem ( 2007, p. 82).

Corroborando a assertiva do autor, têm-se as preconizações dos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Portuguesa:

A Língua Portuguesa, no Brasil, possui muitas variedades dialetais. Identificam-se geográficas e socialmente as pessoas pela forma como falam. Mas há muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído aos diferentes modos de falar: é muito comum considerar as variedades linguísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas. O problema do preconceito disseminado na sociedade em relação às falas dialetais deve ser enfrentado, na escola, como parte do objetivo educacional mais amplo de educação para o respeito à diferença. Para isso, e, também, para poder ensinar Língua Portuguesa, a escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma forma “certa” de falar _ a que se parece com a escrita _ e o de que a escrita é o espelho da fala _ e, sendo assim, seria preciso “consertar” a fala do aluno para evitar que ele escreva errado. Essas duas crenças produziram uma prática de mutilação cultural que, além de desvalorizar a forma de falar do aluno, tratando sua comunidade como se fosse formada por incapazes, denota desconhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum de seus dialetos, por mais prestígio que um deles tenha em um dado momento histórico. (BRASIL, 1998, p.26)

Desse modo, estudar os mecanismos de transformação de uma língua

falada num país, que a utiliza, há mais de 500 anos, é reconhecer que nada é

imutável e, para que seja acompanhado o processo de evolução social, é

imprescindível considerar que ela, a língua materna, é viva e sobrevive, ou não,

impõe-se e estabelece como meio de comunicação por causa de seus falantes,

pois, como afirma Bagno, “Não existe falante de estilo único. Todo falante dispõe

de uma gama variada de estilos mais ou menos monitorados” e “Uma variedade

linguística é o modo de falar a língua, característico de determinado grupo social

ou de determinada região geográfica. Variantes são maneiras diferentes de dizer a

mesma coisa” (BAGNO, 2007, p.57). A língua nasce, evolui ou não, pode até

morrer, cair em desuso, o que podem ser notado em inúmeros registros da língua

falada, ou escrita, em qualquer parte do continente, porque todas as línguas

passam pelo mesmo processo de transformação.

Dessa forma, conforme, ainda, os PCN (BRASIL, 1998, p. 26)

A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. É saber coordenar satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo, considerando a quem e por que se diz determinada coisa. É saber, portanto, quais variedades e registros da língua oral são pertinentes em função da intenção comunicativa, do contexto e dos interlocutores a quem o texto se dirige. A questão não é de correção da forma, mas de sua adequação às circunstâncias de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem é falar adequadamente, é produzir o efeito pretendido.

Portanto pensar em uma teoria de trabalho sobre a variação linguística,

como objeto de estudo, da disciplina de Língua Portuguesa, é desvelar a

necessidade de readequação de currículos escolares e possibilitar planejamentos

de aulas mais condizentes com realidade dos alunos modernos.

Assim, conforme proposição das Diretrizes Curriculares Estaduais da

Educação Básica (DCE), a revisão da prática pedagógica se faz necessária, no

sentido de assumir a responsabilidade de “ensinar” a Língua Portuguesa, através

de atividades práticas de uso, observando criticamente as atividades propostas nos

livros didáticos e refletindo, com os alunos, os objetivos da Língua. Desta maneira,

as aulas de Língua Portuguesa poderão contribuir para a formação do real falante

desta Língua no Brasil (PARANÁ, 2008).

Há de se considerar, ainda, as aulas de Língua Portuguesa como a

reflexão proposta por Antunes:

Consequentemente, persiste o quadro nada animador (e quase desesperador) do insucesso escolar, que se manifesta de diversas maneiras. Logo de saída, manifesta-se na súbita descoberta, por parte do aluno, de que ele “não sabe português”, de que “o português é uma língua muito difícil”. Posteriormente, manifesta-se na confessada (ou velada) aversão às aulas de português e, para alguns alunos, na dolorosa experiência da repetência e da evasão escolar (2003, p.20).

Neste contexto, a responsabilização do docente de Língua Portuguesa

deve ser tomada, em sua totalidade, como valorização da identidade de cada

falante e que esta identidade está vinculada às condições socioeconômicas e

culturais do meio onde ele vive. Então, não existe falante de uma língua única,

“padronizada”, “normatizada” etc. Além disso, o falante precisa dominar as

adequações possíveis para uso real da língua falada e escrita. Portanto, ao

docente, cabe estruturar as aulas de língua portuguesa “em quatro campos: o da

oralidade, o da escrita, o da leitura e o da gramática,” como proposta de Antunes

(ANTUNES, 2003, p.24).

Para compreender as necessidades das readequações das aulas de língua

portuguesa nas escolas do Brasil, é preciso compreender que o português do

Brasil tem características diferentes do Português de Portugal e estas variações

devem ser revisadas ao considerar, no espaço escolar, o respeito às diferenças na

utilização da língua. Há, ainda, que se respeitar e contextualizar, nas situações de

uso, as variedades mais prestigiadas e as variedades mais estigmatizadas,

estabelecendo assim, os conceitos que as distanciam e relacionando causas e

consequências que, na maioria das vezes, acarretam o preconceito linguístico.

Consequentemente, reporta-se à Bagno quando se refere:

Quem quiser continuar usando as formas tradicionais, prescritas pela norma-padrão, fique à vontade, faça bom uso delas e seja feliz! Tudo o que exigimos é que as outras formas também sejam consideradas boas, justas e corretas. Insisto e repito: não estamos propondo a substituição da norma tradicional por um outro conjunto de regras _ por isso escrevemos ali em cima um também com todo o destaque. Não queremos praticar um prescritivismo às avessas! Queremos apenas que o convívio linguístico no Brasil seja democratizado, que as pessoas não tenham mais medo de usar a língua de modo como sempre usaram, como ouvem e leem todos os dias ao seu redor, em casa, no trabalho, na televisão, no rádio, nos jornais, nos livros... Se queremos construir uma sociedade tolerante, que valorize a diversidade, uma sociedade em que as diferenças de sexo, de cor de pele, de opção religiosa, de idade de condições físicas, de orientação sexual não sejam usadas como forma de discriminação e perseguição, temos que exigir também que as diferenças nos comportamentos linguísticos sejam respeitadas e valorizadas (2007, p. 159).

Sendo assim, fica a necessidade de refletir sobre o atual ensino de língua

portuguesa, no Brasil, que apresenta como única opção a língua padronizada pelo

Português de Portugal. Para ir mais além, a reeducação do ensino, no Brasil, deve

passar pela reformulação dos materiais de apoio didáticos, pela reformulação dos

cursos de formação inicial e continuada dos docentes, bem como pela reflexão e

análise das variadas formas de utilização e reorganização linguística que vem

ocorrendo, desenfreadamente, no Brasil.

Cabe lembrar que estamos vivendo a geração cibernética, cuja evolução

tecnológica é revolucionária. Assim, os estudantes desta geração estão

conectados aos avanços tecnológicos, com celulares, tablets, notebooks,

computadores, videogames, pendrives, e, por meio das redes sociais, criam seus

perfis de relacionamento, fazem suas viagens, visitas e pesquisas virtuais em

fração de segundos, sem contar na diversidade de contatos e conhecimentos que

adquirem com estas experiências.

Diante disso, as formas de comunicação e utilização da língua nos textos

midiáticos sofrem transformações de caráter inesperado, portanto torna-se quase

impossível acreditar que uma aula de língua portuguesa possa contribuir com o

processo cognitivo desta geração, apenas mostrando regras convencionais de uma

língua padronizada, que eles não reconhecem, em muitas de suas convenções e

nem utilizam como forma de expressão.

Bagno afirma que “as mudanças ocorridas no perfil do alunado e do

professorado nos últimos 50 anos exigem um tratamento adequado, bem

fundamentado, das questões da variação linguística e de suas relações com o

ensino de língua na escola e com a vida social mais ampla (2007 p.34 )”. Assim, o

perfil do corpo docente também requer transformações a fim de que se possa

atender às adequações.

Dessa forma, o ensino de língua portuguesa, cuja gramática tradicional é

apresentada como única opção de uso, deve ser superado. Ao considerar a

importância do trabalho com a variação linguística, leva-se em consideração o

respeito àqueles que dela fazem uso.

Devemos considerar que toda transformação ocorrida no processo de

evolução de uma Língua se deve a fenômenos históricos, sociais, e culturais.

Assim sendo, ainda, analisamos Monteiro (2000, p. 28), ao relacionar

língua e sociedade:

A distinção agora parece nítida: a sociolinguística analisa os aspectos sociais com o intuito de compreender melhor a estrutura das línguas e seu funcionamento. Por sua vez, a sociologia da linguagem busca alcançar um melhor entendimento da estrutura social através do estudo da linguagem.

Dessa maneira, torna-se impossível conceber língua e sociedade de

maneira distinta. São conceitos extremamente ligados e totalmente indissociáveis.

Então, as reformulações do ensino da língua portuguesa devem acontecer a partir

das análises e dos fenômenos sociais que contribuem para a readequação e a

utilização da língua coerente e adaptada ao contexto de comunicação.

Em síntese, reporta-se à descrição das Orientações Curriculares de Língua

Portuguesa para o Ensino Médio:

Como se pode concluir do que foi dito até o momento, essa concepção de língua(gem) traz para a escola e seus atores outros compromissos com relação ao que comumente se entende por aprendizagem da língua ou, para muitos, por domínio da língua. Por meio dela, assume-se que o aprendizado da língua implica a preensão de práticas de linguagem, modos de usos da língua construídos e somente compreendidos nas interações, o que explica a estreita relação entre os participantes de uma dada interação, os objetivos comunicativos que co-constroem e as escolhas lingüísticas a que procedem. Em outras palavras, a assunção desse ponto de vista determina que o trabalho com a língua(gem) na escola invista na reflexão sobre os vários conjuntos de normas _ gramaticais e sociopragmáticas _ sem os quais é impossível atuar, de forma bem sucedida nas práticas sociais de uso da língua de nossa sociedade. (BRASIL, 2006, p. 30)

3. ESTRATÉGIA DE AÇÃO

Iniciei a implementação da Unidade Didática com a apresentação da

proposta e dos objetivos da mesma, em reunião com a direção e equipe

pedagógica. Percebi que a proposta foi bem aceita pela equipe gestora do colégio

por tratar da realidade linguística e, principalmente, por fazer o contraponto entre

os falares urbano X rural, bem como por estar voltada ao combate do preconceito

linguístico, que é bem presente entre os alunos.

Neste momento, solicitei ao diretor apoio para a disponibilização de

materiais como papéis para a realização de atividades e impressão de textos,

fragmentos, atividades e demais necessidades para agilizar o processo

pedagógico em sala de aula.

Logo após, apresentei a proposta, em reunião para todo o corpo

docente e funcionários do Colégio. Esta foi uma etapa importante, pois o combate

do preconceito linguístico não deve ser feito apenas pelo docente de Língua

Portuguesa, mas por todos os profissionais, por todos aqueles que percebam

relação preconceituosa acontecendo dentro ou fora da escola, em quaisquer

circunstâncias.

Por se tratar de um colégio agrícola, grande parte dos professores

advém de áreas técnicas, ligadas à agricultura, e seu meio de convivência são

trabalhadores rurais, o que faz com que não se preocupem muito com a utilização

formal da língua. Além do mais, estes profissionais ficam alheios à formação

docente e às discussões que ocorrem entre os profissionais da Base Nacional

Comum.

Assim, a apresentação da proposta a estes colegas foi de extrema

relevância para eles e para a implementação da Unidade Didática, haja vista que

todo o corpo docente conheça as teorias e participe das discussões atualizadas

sobre Variação Linguística.

Dessa forma, o “não” ao preconceito linguístico partiu, inicialmente, dos

educadores, que, por sua vez, familiarizaram-se com termos e expressões que os

alunos passaram a utilizar, como por exemplo, o conceito de “certo” e de “errado”,

bem como as variações regionais, visto que convivemos com muitos alunos de

diversas regiões do estado e, também de estados vizinhos.

Ao apresentar o meu trabalho à turma, expliquei a proposta do meu

projeto do PDE. A reação da turma foi de muito entusiasmo e os alunos

receberam muito bem a proposta. Os alunos disseram que iriam colaborar com

muito compromisso e responsabilidade para que o projeto pudesse alcançar êxito,

ser realizado e terminado com sucesso.

Realmente, durante o desenvolvimento, os alunos envolveram-se em

todas as atividades com disposição e compromisso. Comecei com atividades orais

e escritas a fim de fazer uma sondagem sobre os falares das regiões a que

pertencem. Questionei sobre a família, o local de origem (cidade, bairros, estados,

viagens, contatos com amigos, vizinhos, escola anterior etc.). Perguntei sobre as

relações que traziam entre as pessoas de convivência e o uso da Língua

Portuguesa. Descobrimos que mais de 30% da turma vinha de zona rural e ficaram

evidentes, nesse perfil, as características e identidades do meio rural, que se

manifestaram, também, na utilização da língua.

As variedades linguísticas foram aparecendo em diversos aspectos e

contextos e a turma começou a perceber a relação social entre língua e fala.

Precisávamos discutir alguns mitos, então.

A partir daí, foram iniciados os trabalhos com fundamentação teórica.

Preparei alguns slides e apresentei à turma, a minha UD, que foi organizada em

três etapas. Expliquei os objetivos da proposta e levei o seguinte fragmento do

livro, Nada na Língua é por Acaso, de Bagno (2007, p.) para discussão:

Ao contrário da norma-padrão, que é tradicionalmente concebida como um produto homogêneo , como um jogo de armar em que todas as peças se encaixam perfeitamente umas nas outras, sem faltar nenhuma, a língua, na concepção dos sociolinguístas, é intrinsecamente heterogênea , múltipla, variável, instável, e está sempre em construção e reconstrução. Ao contrário de um produto pronto e acabado, de um monumento histórico feito de pedra e cimento, a língua é um processo, um trabalho coletivo, empreendido por todos os seus falantes, cada vez que eles se põem a interagir por meio da fala ou da escrita. Justamente pelo caráter heterogêneo, instável e mutante das línguas humanas, a grande maioria das pessoas acha muito mais confortável e tranquilizador pensar na língua como algo que já terminou de se construir, como uma ponte firme e sólida, por onde a gente pode caminhar sem medo de cair e de se afogar na correnteza vertiginosa que corre lá embaixo. Mas essa ponte não é feita de concreto, é feita de abstrato... O real estado da língua é o das águas de um rio, que nunca param de correr e de se agitar, que sobem e descem conforme o regime das chuvas, sujeitas a se precipitar por cachoeiras, a se estreitar entre as montanhas e a se alargar pelas planícies... Também ao contrário do que muita gente acredita, a língua não está registrada por inteiro nos dicionários, nem suas regras de funcionamento são exatamente (nem somente) aquelas que aparecem nos livros chamados gramáticas. É mais uma ilusão social acreditar que é possível encerrar num único livro a verdade definitiva e eterna sobre uma língua. Com tudo isso, a gente está querendo dizer que, na contramão das crenças mais difundidas, a variação e a mudança linguísticas é que são o “estado natural” das línguas, o seu jeito próprio de ser. Se a língua é falada por seres humanos que vivem em sociedades, se esses seres humanos e essas sociedades são sempre, em qualquer lugar e em qualquer época, heterogêneos, diversificados, instáveis, sujeitos a conflitos e a transformações, o estranho, o paradoxal, o impensável seria justamente que as línguas permanecessem estáveis e homogêneas. Por isso, não tem sentido falar da variação linguística como um “problema”. […]

Apresentei a fundamentação teórica, os conceitos de variação

linguística, preconceito linguístico, os processos de evolução da língua, os fatores

de interferência extralinguística, conceitos de “erro” e “acerto”, situações de

utilização etc. Também apresentei fragmentos do livro, “Preconceito Linguístico – o

que é, como se faz”, de Bagno (2007).

Fizemos debates e discussões sobre os conceitos estudados e os

alunos refletiram o que é o preconceito, se existe em todas as esferas sociais e

deve ser combatido no processo de uso das línguas, pois as variedades

linguísticas são construções de ordem histórica e, portanto, possuem explicações

sociais e fazem parte da interação, especialmente, neste país tão heterogêneo

como o nosso.

Após o estudo dos conceitos, produzimos o seguinte questionário, que

foi readaptado pelos alunos, para pesquisa de campo, a fim de que pudessem

perceber que as diferenças existentes na fala, são reflexos sociais.

QUESTIONÁRIO:

CÓDIGO DE IDENTIFICAÇÃO OU NOME:_____________________________

ZONA URBANA ( ) ZONA RURAL ( ) CIDADE__________________

IDADE - ____________________ ESCOLARIDADE ____________________

1. Qual o nome você daria ao lado do rio? 2. Geralmente, quando chove fica um pouco de água parada, devido a alterações no solo. Que nome que dão para essa água, que fica parada?

3. Como se chama a luz forte e rápida que sai das nuvens, podendo queimar uma árvore?

4. Como você classifica aquela chuva muito forte, com vento e trovoadas, que, às vezes, até derruba casas e árvores? 5. E, como se chama, a chuva bem fininha, sem barulho, que, às vezes, demora a passar? 6. Outras questões a serem formuladas, em conjunto, com a turma. 7. Peça, ao entrevistado que relate um acontecimento, considerado importante em sua vida.

Os alunos levaram o questionário para casa e fizeram as pesquisas. O

material veio para a sala de aula, na semana seguinte, gravado e escrito. Foi feito

um painel de exposição, a fim de que os alunos apresentassem os resultados

entre si e fizemos análise dos dados.

A turma percebeu que, de acordo com os fatores extralinguísticos, as

variações Diatópicas e Diafásicas ficaram mais evidentes. Como há muitos alunos

advindos da zona rural, as variações características deste perfil, apareceram em

grande quantidade. Os alunos entenderam que todas as diferenças no uso da

língua fazem parte das situações e devem ser encaradas com normalidade. Dessa

forma, o preconceito linguístico foi sendo desmistificado.

Foram entrevistadas 28 pessoas, dentre eles, 13 moradores da zona

rural e 15 moradores da zona urbana. Foram 10 mulheres com idade entre 14 a 19

anos; 2 mulheres entre 20 e 35 anos, 5 mulheres entre 35 e 80 anos e 1 com 83

anos. 9 homens, sendo 7 com idade entre 14 e 19 anos; 1 com idade de 47 anos

e 1 com 72 anos. Para realizar o trabalho com as entrevistas, nós abordamos o

conceito e as características deste gênero textual, em sala. A realização da

pesquisa de campo serviu, meramente, para que os alunos percebessem a

influência das variações extralinguísticas (ordem geográfica, status

socioeconômico, grau de escolarização, idade, sexo, etc.) na fala dos

entrevistados. À medida que apresentava o resultado dos trabalhos, a turma ia

discutindo e redescobrindo “outras” formas de falar e nomear os mesmos objetos.

Com isso, a variação linguística foi sendo visualizada naturalmente no uso da

língua, de acordo com os fatores já expressos. As discussões também serviram

para que os mesmos reforçassem os conceitos dos fatores extralinguísticos.

Na próxima etapa, o trabalho foi desenvolvido a partir dos textos da

mídia eletrônica. Até o momento, os alunos já estavam com maturidade de análise

conceitual sobre o tema. Como também já haviam realizado muitas experiências

com a prática de uso da língua, por meio das atividades desenvolvidas. Por isso,

consideramos que o trabalho de análise dos textos foi muito produtivo.

Selecionei os textos, de diversos gêneros, apresentando as

características de cada gênero e analisamos, primeiramente, a partir de textos

impressos como jornais, revistas, fragmentos de obras e textos diversificados. Os

alunos observaram as diferenças permitidas no uso da língua escrita, dependendo

dos gêneros textuais e finalidades das produções.

Após a análise, os alunos fizeram recortes dos gêneros impressos e

fizeram colagens para exposição, aos demais colegas, do material estudado. Em

seguida, analisamos textos da mídia, por meio de slides, como tiras, cartuns,

poemas, placas, crônicas, bilhetes, cartas, diário, reportagens, entrevistas, perfis

de redes sociais etc. Com isto, houve a percepção sobre questões de variedades,

situações de uso, preconceito linguístico, monitoramento etc.

A turma foi encaminhada ao laboratório de informática para realizar

pesquisas, visitando endereços eletrônicos a fim de observar os conceitos

estudados, bem como a prática de uso de língua e como as questões de

monitoramento se configuram na internet. A turma pôde chegar à conclusão de que

há possibilidades de monitoramento, ou não, de acordo com a situação, a

característica do gênero e a finalidade da produção.

Assim, a turma analisou e produziu textos digitalizando-os, para

trocarem e-mails, além de trocarem, também, mensagens por celular a fim de

observarem a liberdade de monitoramento da produção. O desenvolvimento deste

trabalho, no laboratório de informática, ficou comprometido por que os

computadores do laboratório estavam em processo de manutenção. As atividades

iniciaram no laboratório, mas os alunos levaram para terminar em casa.

No encaminhamento das atividades, a turma foi orientada a produzir

textos de diversos gêneros, com liberdade de escolha e necessidade de

monitoramento linguístico, conforme características do gênero escolhido. Nesta

etapa, priorizamos as produções mais formais para que a turma pudesse entender

e utilizar o conceito de monitoramento da Língua. Assim, após as produções

realizadas, fomos organizando as correções e sinalizando, individualmente, “os

problemas” de construções e utilização da linguagem formal, requerida em textos

para publicações e/ou utilização em situação de formalidade.

Após os trabalhos produzidos, a turma selecionou os textos e organizou

os materiais para arquivo. Para isto, elegemos uma comissão de alunos para a

organização e seleção dos textos, os quais ficaram em exposição no refeitório do

Colégio. A turma montou um varal para exposição. Embora houvesse variedade na

escolha dos gêneros para a produção, para a organização do varal, foi priorizado o

gênero poema, pois os alunos argumentaram que este gênero seria mais atrativo

para a leitura e teriam mais liberdade de construção. Mesmo assim, priorizamos o

monitoramento formal nos textos, que foram para a exposição.

Com o final da exposição, no primeiro semestre do ano letivo de 2014,

uma comissão, composta por quatro alunos da turma, fez uma seleção de todos os

textos produzidos pela turma, para a montagem de um livro que foi intitulado

“PDE 2013: Caminhos a Percorrer – Entendendo a Variação Linguística”. O

material foi encaminhado para a biblioteca do colégio e aguarda para ser impresso

em uma gráfica.

4. RESULTADOS ESPERADOS

Com a realização desse projeto, buscamos uma reflexão sobre as

variedades linguísticas existentes no Brasil nas salas de aula. Por meio da

fundamentação teórica aprofundada nos estudiosos referenciados, procuramos

realizar uma experiência por meio de uma Unidade Didática, implementada no 1º.

ano do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Agropecuária, no CEEPA Mohamad

Ali Hamzé em Cambará.

Os alunos, durante o processo de implementação, envolveram-se

muito, estiveram bastante comprometidos com o trabalho. Todas as atividades

propostas foram desenvolvidas com responsabilidade, pois a turma estava

empenhada em contribuir com a proposta apresentada. Os conceitos teóricos

estudados foram assimilados com tranquilidade e comprovados nas propostas de

avaliação.

Ressaltamos, aqui, a importância de se trabalhar este tema nas escolas,

pois a forma de apresentação da Língua Portuguesa, priorizando apenas uma

variedade, a formal, pode alavancar questões sobre o preconceito linguístico, haja

vista que se o falante não conhecer as diversas possibilidades de utilização da

língua, haverá casos em que as divergências aparentes serão causa de

discriminação.

Como proposição, apresentamos o trabalho usando vários textos da

mídia eletrônica, pois os adolescentes atuais são pertencentes a uma geração

muito evoluída tecnologicamente, por isso, acreditamos que a escola precisa se

adequar a este contexto, na tentativa de aproximá-los de forma mais atrativa do

ambiente escolar.

Assim, a escolha dos textos midiáticos variados, com diversas

variedades de linguísticas, resultou na garantia do acesso ao conjunto de

conhecimentos necessários, reconhecidamente importantes, para o exercício da

cidadania de forma mais atrativa, estimulante e eficaz. A indicação do conteúdo

deste trabalho fez-se necessária, devida à característica do Colégio por sua

localização no campo e pelo perfil dos alunos moradores da zona rural e urbana.

Dessa forma, os conteúdos proporcionaram importantes reflexões e

atualizações para o processo de ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa, no

Brasil. Neste contexto, reconheço a importância do projeto implementado, o qual

renovou minhas experiências no trabalho docente e contribuiu para melhoria da

prática pedagógica, no tocante às variedades linguísticas e valorização da Língua

Portuguesa no Brasil.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades desenvolvidas durante os dois anos de Formação, no

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), permitiram-me pensar no

educador como um novo modo de ensinar, bem como criar fórmulas para

desenvolver nos estudantes um novo modo de estudar e compreender o ensino da

Língua Portuguesa.

Nesse sentido, educadora e alunos, compartilhamos nossos conhecimentos,

e provocamos questionamentos, reflexões, ações teóricas e práticas a fim de

ampliarmos o universo cultural de todos envolvidos, o que ficou evidenciado no

decorrer do ano letivo.

Dessa forma, os momentos de leitura, reflexão, pesquisa, debates e

exposições foram fundamentais para compreender os processos de transformação

e de uso da língua, garantindo o respeito à diversidade cultural e linguística, em

nosso país.

Neste contexto, pudemos observar que o aprendizado e a compreensão das

variedades linguísticas existentes, no Brasil, são processos construídos histórica e

democraticamente para, então, entendê-los e aplicá-los na prática docente,

garantindo aos educandos o acesso ao conhecimento sistematizado, de forma real,

concreta e motivadora, o que foi observado no trabalho desenvolvido a partir dos

textos da mídia eletrônica.

Por esta razão, defendemos o investimento no processo de formação

continuada, pois este é o caminho mais estreito e eficaz para provocar mudanças

no pensamento e, assim, garantir ações relevantes, capazes de produzir impactos

na melhoria da educação.

Sendo assim, encerramos o nosso processo de formação no Programa

PDE, na certeza de que foram obtidos os resultados esperados. A proposta

apresentada e o processo de implementação pedagógica realizado serviram para

alterar a minha prática docente que, a partir de então, será fomentada pela

pesquisa e canalizada na orientação de compartilhar conhecimentos por meio de

elementos motivacionais.

E, para lembrar Paulo Freire, acreditamos também que “Ninguém caminha

sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo

e retocando o sonho pelo qual se propôs a caminhar”.

6- REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé. Aula de português _ encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso_ por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. ___________. Português ou Brasileiro _ um convite à pesquisa. São Paulo: Parábola Editorial, 2001. ___________. Preconceito Linguístico_ o que é como se faz? São Paulo: Edições Loyola, 1999. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmentros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclo do Ensino Fundamental _ Língua Portuguesa. Volume: Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEB, 1997. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Linguagens, códigos e suas tecnologias _ Língua Portuguesa. Brasília, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da

Educação Básica _ Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.