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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · crianças”. Com isso se percebe que a família é responsável pelos primeiros afetos ou desafetos, amores ou desamores, não

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

A CONSTRUÇÃO DA CULTURA DE PAZ NA ESCOLA: Pedagogia da

convivência em educação

Adriano do Nascimento¹

Nei Alberto Salles Filho²

Resumo1O presente artigo faz uma reflexão sobre a cultura de paz nas escolas, pois vive-se numa sociedade, na qual cada vez mais os valores de convivência como respeito, educação, diálogo, cooperação e ética estão sendo deixados de lado, comprometendo as relações humanas e apresentando reflexos profundos e marcantes nas escolas. Diante disso, este trabalho teve como objetivo principal criar um espaço de reflexão sobre a cultura de paz com os alunos do ensino fundamental, para a expressão de novas atitudes no cotidiano escolar. Para tanto, inicialmente foi apresentado à temática aos professores e equipe pedagógica da escola e, na sequência, aos pais. Posteriormente, foi realizadas atividades com vídeos, músicas, cartazes, leituras de textos relacionados ao assunto, dramatizações e apresentação dos trabalhos a toda comunidade escolar, de modo a desenvolver comportamentos e atitudes de convivência positiva. Este trabalho teve o intuito de fazer com que a comunidade escolar, principalmente os educandos, cultivem hábitos de cultura da paz e não da violência, para que possam conviver num ambiente de respeito e harmonia, fazendo com que a escola consiga atingir um dos objetivos principais, ensino aprendizagem de qualidade.

Palavras – chave: Violência. Cultura. Paz. Conflitos. Convivência.

1 Professo Pedagogo da Secretaria de Estado da Educação, Graduado em Pedagogia pela UEPG/PR, Especialista em Psicologia da Educação pela UEPG/PR.2 Docente da UEPG/PR, Mestre em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba- Unimep/SP, Doutorando em Educação pela UEPG/PR na área de Ensino – Aprendizagem. Coordenador do Núcleo de Estudos e Formação de Professores em Educação para a Paz e Convivência (NEP/UEPG).

Introdução

Cada vez os valores de convivência como respeito, educação, diálogo,

cooperação e ética são deixados de lado, comprometendo as relações humanas.

Na escola constantemente vivencia-se situações onde é preciso a intervenção

de professores, equipe pedagógica e direção, para auxiliar os educandos na

mediação de atos de desrespeito e violência. Situações de violência ao outro são

vivenciadas diariamente no cotidiano escolar. Seja ela agressão física, verbal,

simbólica (bullying) e a violência silenciada (indiferença ao outro) e a violência

estrutural.

Essas atitudes presentes nas escolas levam muitos alunos a se sentirem

retraídos, sem vontade de estudar e até muitas vezes de frequentar a escola.

Portanto, a violência na escola é um problema educacional.

A principal violência enfrentada por muitos alunos e a verbal, através do

bullying onde por sua cor, religião, condição social, opção sexual sofrem muito a

discriminação e o preconceito.

Para que qualquer pessoa possa assimilar conhecimentos historicamente

acumulados pela humanidade é preciso um ambiente de convivência positiva e

tranquilidade. E a escola é local importante e privilegiado para esses

conhecimentos. No entanto, se percebe que essa relação não ocorre. A sociedade

está passando por profundas transformações, e com elas ocorrem transições

positivas e negativas, tais como as drogas, a prostituição infantil e a violência.

Diariamente vê-se nos noticiários agressões físicas, mortes, furtos, sequestros

dentre outros. A escola está inserida nessa sociedade, e sofre também com essas

problemáticas, sendo uma delas a violência. Sabe-se que a violência não está

somente do lado de fora da escola. Ela já excedeu esses limites, pois

constantemente assiste-se noticias relacionadas à violência dentro desse ambiente.

Nesse sentido, a demanda pela ampliação na discussão sobre cultura de paz

na educação é crescente. O esgotamento de modelos voltados ao enfrentamento da

violência (cultura repressiva) faz com que haja a intenção de buscar aspectos

preventivos e educativos, nas escolas para que a violência seja contida.

Quanto mais se fala da violência, mais ela se reforça, por isso a importância

de se mudar o foco, dar ênfase na questão da cultura de paz, só assim com o

passar dos anos pode-se conseguir uma escola com clima escolar positivo em que

as pessoas se respeitem.

Para isso não se pode deixar de lado as famílias dos alunos, pois elas são

segundo Fernández (2005, p. 36), “o primeiro modelo de socialização de nossas

crianças”. Com isso se percebe que a família é responsável pelos primeiros afetos

ou desafetos, amores ou desamores, não se pode mudar somente os alunos e

deixar de lado os pais, é preciso o envolvimento dos mesmos para que haja uma

mudança significativa de cultura nas escolas e sociedade.

Sobre isso Jares (2002, p.130), diz: “Em suma, paz, desenvolvimento, direitos

humanos e democracia, são conceitos interdependentes que se requerem

mutuamente. O que, logicamente, deve ter sua aplicação concreta no plano

pedagógico”. Com isso se percebe a importância da escola estar preocupada em

trabalhar os valores de convivência como o respeito, educação, diálogo, cooperação

e ética, questões de relevância tal grande e que muitas vezes são deixadas de lado.

Preocupa-se muito com aquilo que está ocorrendo no dia a dia escolar, mas

por outro lado, se esquece de trabalhar com a prevenção, ou trabalha-se de uma

forma que ao invés de abordar e reforçar o ambiente de paz faz-se o contrário,

enfatiza a questão da violência. Por isso da importância em se trabalhar a cultura de

paz no ambiente escolar.

Fundamentação Teórica

Vive-se numa sociedade que está passando por profundas transformações

sociais, educacionais, religiosas e culturais.

A escola está inserida nessa sociedade, por isso a relevância em estar atenta

a essas transformações agindo e interagindo nela. É um espaço onde o seu principal

objetivo é formar cidadãos, construir conhecimentos científicos historicamente

acumulados pela humanidade, como patrimônio universal, fazendo com que esse

saber seja criticamente apropriado pelos estudantes, contudo ela não pode deixar de

lado questões relacionada aos valores e atitudes para tornar os alunos mais

solidários, críticos, éticos e participativos valores que devem estar presentes na

escola e sociedade.

Nesse sentido:

É preciso que saibamos que, sem certas qualidades e virtudes, gosto pela alegria, gosto pela vida, abertura ao novo, disponibilidade de mudança, persistência na luta, recusa aos fatalismos, identificação com a esperança, abertura à justiça, não é possível a prática pedagógico – progressista, que não faz somente com a ciência e técnica (Freire, 1997 apud SALLES FILHO, p.3).

Percebe-se, portanto, que a educação vai muito além do trabalho com o

conhecimento científico, a escola é um lugar para se desenvolver atitudes e valores,

não se pode despertar nos educandos esses valores se os educadores não sejam

pessoas humanas capazes de compreender e ajudar o outro, para que os alunos

hoje não tenham apenas o acesso à escola mas, além disso, permaneçam e tenham

sucesso, sendo hoje um dos maiores desafios da escola pública.

Nos dias atuais um dos maiores problemas enfrentados nas escolas é a

questão da violência no cotidiano escolar, quando se fala em violência deve-se

entender que ela não é somente física, há outras formas de violência como o

bullying, à violência verbal e também a violência silenciada, ela não se mostra

aparente, não existe a fala, mas é aquela em que os alunos excluem alguém do

grupo, rejeitam, e esse tipo de violência é uma das piores, pois não deixa marca no

corpo, porém na alma.

A violência psicológica “é um conjunto de ações, palavras e atitudes para

envergonhar, censurar e pressionar a criança de modo permanente” (ABRAPIA,

1997; CRAMI, 2000; AREDE, s/d apud Brasil, 2004, p.36). Portanto, ela acontece

com agressões verbais, desrespeito, xingamentos e o pior de todos que é o

preconceito às crianças e adolescentes. Trazendo com essa prática problemas

sérios, como distúrbios na fala, insônia e até problemas de saúde.

A escola nos últimos anos, às vezes, é o único lugar em que esse tema é

trabalhado e debatido, muitos pais inclusive incentivam seus filhos a isso, observam-

se pais falarem para os filhos: “filho você não deve apanhar na escola, se baterem,

bata também” e isso está ligado a valores, hoje se vive uma crise de valores

bastante grande. Dificilmente percebe-se os pais trabalharem com seus filhos a

questão do respeito, da humildade, diálogo, cooperação, ética eles estão sendo

deixados de lado, e nas escolas, na maioria das vezes, também não se trabalha

essas questões, se preocupa muito em vencer os conteúdos de cada disciplina e se

esquece, que precisam trabalhar também as questões relacionadas aos valores os

quais devem estar presentes no cotidiano seja escolar ou social.

Todos estão preocupados com o aumento da violência, vendo a importância

de discutir e trabalhar a cultura de paz nas escolas, o Plano Nacional de Educação

através da Lei Nº 13.005, meta 7 (sete) cita a questão da melhoria da qualidade da

educação, “fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e

modalidade, com a melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem...” (Plano Nacional

de Educação, 2014). A melhoria da qualidade de ensino também passa pelas

relações pessoais, o ambiente escolar tem uma influência fundamental para que

ocorra o processo ensino e aprendizagem, não se consegue ter qualidade de ensino

em um ambiente violento, sobre isso o item 7.23, traz a seguinte redação:

Garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade (Plano Nacional de Educação, Lei nº 13.005, 2014).

Esse item é um avanço porque permitirá um trabalho efetivo sobre a cultura

de paz em todas as escolas. Pela primeira vez, essa questão foi contemplada num

Plano Nacional de Educação, precisa-se agora uma conscientização dos

educadores em efetivar esse trabalho no cotidiano escolar.

Com o desenvolvimento do mercado do trabalho no Brasil as mulheres foram

para esse mercado, com isso tanto homem quanto mulheres começaram a ficar o

dia todo fora de casa, para conseguir usufruir uma vida financeira estável,

consequentemente, proporcionar uma vida melhor aos filhos. A partir disso os pais

começaram a dispor de menos tempo para conversar com os mesmos, quando se

fala em educá-los, não se pode ter uma visão ingênua de que todos os pais que

trabalham fora de casa não são excelentes pais. Diante do exposto muitos pais

atribuem a educação dos filhos a outras pessoas ou à escola, reduzindo dessa

forma cada vez mais o tempo de convivências com eles. Outro ponto que não se

deve deixar de lado é a questão que muitos pais não estão preparados para assumir

a responsabilidade de serem pais, muitos começam o namoro e acabam

engravidando, posteriormente começa a constituir família de uma forma conturbada

onde não há afeto, carinho, respeito é grande a possibilidade das coisas darem

errado. Esse fato se constata quando se esta trabalhando no interior das escolas.

Pais emocionalmente despreparados, que convivem com brigas, crises conjugais, sociais, profissionais e/ou financeiras, muitas vezes não percebem que seus filhos crescem cercados por amigos e inimigos, com conflitos gerados por informações transmitidas pela mídia, internet e todo o tipo infortúnio (CONTE, 2009, p.5).

Por isso, quando se discute esse tema, ele é muito abrangente, pois vai

além dos muros escolares, ele faz parte da sociedade, das famílias e elas em

grande parte não estão preparadas para trabalhar com tal problema. Por isso a

escola não pode fechar os olhos em relação a essa realidade, quantos são os

alunos que nos últimos anos vêm com medo, ou acabam até desistindo de estudar

por causa da violência dentro das quais se destacam a violência psicológica e o

bullying. Muitos alunos são aterrorizados principalmente os mais fracos, ou aqueles

que são ditos “diferentes” dos padrões impostos pela sociedade. Por isso deve-se a

qualquer modo combater qualquer tipo de violência, pois muitos alunos são

discriminados pela sua situação social, em casa não encontram afeto e proteção dos

pais, encontrando muitas vezes na escola o último refúgio. Não se pode admitir que

alunos desistam de estudar por causa disso, sabe-se que é por meio da educação

que esses alunos podem futuramente melhorar de vida, seja na questão cultural,

política e até financeira.

Infelizmente nas escolas as crianças e adolescentes que são as maiores

vítimas do bullying são justamente aquelas que já se sentem “inferiores” aos outros,

devido à imposição da sociedade de um modelo, um padrão de beleza e de pessoa,

com isso qualquer um que apresente uma característica diferente dos “padrões”

sociais os praticantes do bullying costumam atacar, tais como os negros, as pessoas

gordas, os muito magros, os tímidos, os medrosos, os homossexuais, os de classe

social mais baixa dentre outros que por alguma razão fizeram algo de errado. Há

vários anos ele se instalou nas escolas e na sociedade passando a ser um grande

problema social e educacional.

A escola não pode ficar alheia a esses acontecimentos, é preciso ação, um

trabalho bastante sólido para combater essa situação para que essas pessoas não

sofram duplamente, por sua condição a qual uma grande maioria não aceita a

discriminação que sofrem na sociedade e escola.

O bullying é aquela expressão que se apresenta de forma velada, por meios de um conjunto de comportamento cruéis, intimidadores, prolongadamente contra a mesma vítima, e cujo poder destrutivo é perigoso à comunidade escolar e à sociedade como um todo, pelos danos causados ao psiquismo dos envolvidos (FANTE, 2005, p. 119).

Toda mudança passa por transformação, e ela pode ser pela força, pela

violência ou pelo convencimento, enfim por uma mudança de cultura. Quando se

fala em mudança de cultura a instituição mais abrangente da sociedade hoje é a

escola, é nela que se devem trabalhar.

Nos últimos anos é crescente o movimento em se desenvolver no interior das

escolas a cultura da paz. É por meio dessa cultura que poderá fazer uma revolução

mudando o comportamento da violência pelo comportamento do respeito, da boa

convivência.

Mas afinal, o que significa trabalhar a cultura da paz nas escolas? Segundo

Bicalho (2013) quando se fala em cultura da paz deve-se lembrar que esse trabalho

vai enfocar o respeitar a vida e a diversidade, rejeitar a violência, ouvir o outro para

compreendê-lo, preservar o planeta, redescobrir a solidariedade, buscar equilíbrio

nas relações de gênero e etnias, fortalecer a democracia e os direitos humanos.

Tudo isso faz parte da cultura de paz e convivência.

Quando se fala de cultura da paz isso não quer dizer que não tenha conflitos,

é sim buscar solucionar esses conflitos através do diálogo, entendimento e do

respeito à diferença.

A cultura da paz começou a ser mais intensificada a partir do ano 2000

quando foi proclamado o ano Internacional da Cultura da Paz. Entretanto a essência

da ideia é bem mais antiga.

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu cultura de paz na

Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz, em 13 de setembro de

1999, com alguns itens da seguinte maneira:

Uma Cultura de Paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados: No respeito à vida, no fim da violência e na promoção e prática da não-violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação; No pleno respeito e na promoção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais; No compromisso com a solução pacífica dos conflitos; Nos esforços para satisfazer as necessidades de desenvolvimento e proteção do meio-ambiente para as gerações presente e futuras; No respeito e fomento à igualdade de direitos e oportunidades de mulheres e homens; No respeito e fomento ao direito de todas as pessoas à liberdade de expressão, opinião e informação; Na adesão aos princípios de liberdade, justiça, democracia, tolerância, solidariedade, cooperação, pluralismo, diversidade cultural, diálogo e entendimento em todos os níveis da sociedade e entre as nações; e animados por uma atmosfera nacional e internacional que favoreça a paz (ONU, 2004).

Para haver uma mudança da cultura da violência para a cultura da paz é

preciso, um trabalho muito árduo e persistente, pois há séculos a sociedade convive

com a cultura da violência, exploração de uns sobre outros, lutas por causa de

territórios, pelo poder, pelo domínio cultural, político e financeiro. Nos dias atuais

observa-se diariamente seja pelo rádio, televisão, jornais, revistas mesmo nos

desenhos e games cenas de violência onde para muitos isso se torna normal.

A cultura da paz não deve ser vista como uma tentativa de unificar culturas ou mesmo substituí-las por uma única cultura. A rigor, não existe “uma cultura da paz”, mas sim “culturas de paz”. A expressão “cultura da paz”, no singular deve, pois, ser entendida como um “coletivo”, não como proposta de homogeneizar culturas ou estabelecer uma monocultura [...] O que se pretende a cultura da paz é ser a soma e a interação daqueles vários elementos de culturas diversas que promovem a paz (TAPETY, 2012, p. 21).

Por isso a importância de começar nas escolas onde ainda nunca se falou em

cultura da paz a iniciar esse trabalho, porque quando se fala em cultura, não é do

dia para a noite que ela acontece, precisa-se trabalhar muito para que ela se instale

na escola e na sociedade.

Quando se fala em paz é preciso ficar claro, Jares (2002, p. 134) “A paz nega

a violência, não os conflitos que fazem parte da vida.”

O conflito não é mau em si, embora as pessoas possam responder a ele de

forma negativa (PALLORES, 1982, p.103).

Muitas pessoas erroneamente acham que o conflito é violento, é negativo,

mas vê-se que é essencial para o crescimento humano quando conduzido de forma

correta para isso. “O conflito é um processo natural e necessário em toda sociedade

humana, é uma das forças motivadoras da mudança social e um elemento criativo

essencial nas relações humanas” (ARENAL, 1989, p.26).

Ainda nesse sentido Nunes (2011, p. 15) coloca que “pouco se fala do conflito

como algo inerente à condição humana e como uma oportunidade para a construção

do diálogo e da cooperação.” Pois para ele o conflito, pode tanto significar perigo

como oportunidade, o que levará a um desfecho positivo ou negativo é a maneira de

administrá-lo.

A escola é conflituosa, diariamente convive-se com eles, quando se tem um

grupo de pessoas é normal ele existir. Não existe um ser humano igual ao outro,

cada um pensa e age de maneira diferente Andrade (Apud NUNES, 2011 p.17)

“quanto mais houver conflitos devidamente elaborados com a ajuda dos educadores,

menos violência nas escolas haverá.” Porque o conflito é um meio de resolver os

problemas sem a necessidade da violência.

Hoje, as pessoas, não estão mais sabendo escutar o outro, cada um tem a

necessidade de ter sempre razão, na maioria das vezes ninguém tem paciência de

ouvir o que o outro tem para dizer, ter a humildade de perceber que nem sempre

está com a razão, qualquer palavra mal interpretada é motivo para agressão verbal e

se de outro lado não haver a compreensão, um simples conflito que poderia ser

resolvido facilmente toma uma proporção que foge do alcance dos educadores, se

desencadeando em agressão verbal e física.

Para que o diálogo se efetive na prática muitas ações vêm sendo

desenvolvidas nas escolas, uma delas é a utilização das abordagens restaurativas.

Nunes (2011) “São práticas pelas quais, através da comunicação não violenta, os

atores refletem e discutem sobre o que motivou o conflito e quais foram as

consequências na vida deles.”

O diálogo visando resolver o problema passa a ser uma ação educativa, pois todos os envolvidos, sem julgamentos prévios ou definições, passam a se responsabilizar e a criar solução para o caso. [...] Em vez de culpar e punir, o foco é restaurar as relações entre as pessoas envolvidas no conflito, criando uma cultura de diálogo, respeito mútuo e paz (NUNES, 2011, p. 46).

O que precisa nas escolas, portanto não é a ausência dos conflitos, mas sim

uma educação para a paz, uma mudança de cultura, que deve ser implementada

trocando violência pela cultura da paz.

As escolas cada dia com mais medo e insegurança segundo Nunes (2011)

tem levado a buscar maior rigor nas penalidades e apoio de polícia. No entanto,

isso segundo o autor embora, muitas vezes, necessário não surtem efeitos a médio

e longo prazo porque não levam em conta de onde a violência surge.

Por isso desde cedo é muito importante trabalhar nas escolas a cultura da

paz, pois Vygotsky (2005) sustenta que a cultura é um aspecto primordial nas

transformações sociais:

Nesse processo, o indivíduo ao mesmo tempo em que internaliza as formas culturais, as transforma e intervém em seu meio. Desse ponto de vista, o homem é visto como alguém que transforma e é transformado nas relações produzidas em uma determinada cultura. É, portanto na relação dialética com o mundo que o sujeito se constitui e se desenvolve (VYGOTSKY apud REGO, 2005, p. 5).

Com isso faz-se necessário que desde cedo a criança conviva com outros em

um ambiente não violento, eis o grande desafio, que é por meio das crianças de

hoje, mudando a cultura da violência pela cultura da paz, vivenciando isso em casa

e na escola, vai se formar pessoas em que a vivência seja mais pacífica onde haja o

respeito e a harmonia entre todas as pessoas.

Não se pode ter uma visão utópica que com trabalho de educação para paz

vai-se conseguir eliminar totalmente a violência, o que se pretende é diminuir

significativamente a mesma, não se pode aceitar mais nas escolas índices tão altos

de violência fechando os olhos, fazendo de conta que nada está acontecendo. De

alguma forma precisa-se começar a trabalhar para inverter essa situação.

Pensando em uma sociedade mais justa, solidária e fraterna em que as

pessoas se respeitem mutuamente em 1993 a Unesco estabeleceu a Comissão

Internacional da Educação para o Século XXI, presidida por Jacques Delors.

Segundo Nunes, (2011, p. 32) “Nesse relatório traz os quatro pilares da educação

que foram caracterizados da seguinte forma: aprender a conhecer, aprender a fazer,

aprender a viver juntos e aprender a ser.”

O aprender a ser, na concepção de Delors, 2004 (apud NUNES 2011, p. 33)

significa que: “ A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa –

espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade social,

espiritualidade.”

Ainda no mesmo relatório outro pilar da educação elencado é o aprender a

“conviver”, através do qual, a escola deve ensinar o aluno a se relacionar melhor em

seu meio, de forma participativa, solidária e cooperativa. Nunes, (2011). Por isso de

acordo com o autor mencionado “ A escola deverá incutir nos alunos o respeito pela

diversidade humana em todos os sentidos” ( NUNES, 2011, p. 41).

É na escola que a pessoa vai conviver com mais pessoas, pois em casa

algumas vezes as crianças convivem apenas com seus pais, por isso quando chega

à escola terá que aprender a viver com seus colegas de turma e de escola, dessa

forma tem a oportunidade de aperfeiçoar seus relacionamentos e é um momento de

aprender a respeitar as pessoas e as regras sociais estabelecidas.

Para a implementação da proposta pedagógica na escola, desenvolveu-se um

levantamento de dados com os alunos, para que o trabalho aconteça de uma forma

mais eficaz.

Com o levantamento de dados, baseados no diagnóstico dos resultados

obtidos, foi desenvolvido o trabalho. Primeiramente um encontro aconteceu com os

pais dos alunos envolvidos, foi apresentado o projeto e os resultados do diagnóstico

feito na turma, um encontro com os professores e pedagogos da escola e cinco

encontros com os alunos. Os encontros serviram para trabalhar as questões dos

valores os quais são imprescindíveis para uma convivência positiva no ambiente

escolar.

O levantamento de dados ocorreu na turma na qual foi feita a intervenção.

Dentre as questões, alguns dados coletados foram:

Perguntado se acreditam que a escola pode ser melhorada, foram unânimes

em responder que sim. Também se questionou quais atitudes eles acham que são

necessárias para que isso ocorra. Descreveram as seguintes: o respeito pelo outro,

ser mais tolerante, não brigar, ser mais amigável, mais amoroso, mais humilde e

mais solidário com os outros. Questionados sobre os valores que consideram mais

importantes para um ambiente de convivência positiva e tranquila na escola, os

mesmos enumeraram de 1 a 5, na ordem que consideram mais importantes. As

respostas com os valores ficaram na seguinte ordem: respeito, tolerância,

humildade, responsabilidade e solidariedade.

Dando continuidade aos questionamentos, foi levantada uma questão para

saber se gostariam de melhorar as atitudes no ambiente escolar. Do total, apenas 1

respondeu não. Finalizando, a última pergunta foi o que pretendem fazer para que

isso se efetive na escola. Então elencaram as seguintes respostas: respeitar mais os

outros, ser mais amigável, mais amoroso, mais humilde, mais atencioso e ser mais

responsável.

Com esse levantamento de dados, observou-se que a violência está presente

no cotidiano escolar, porém que os valores de convivência positivos também estão.

Percebeu-se ainda que a maioria acredita que a escola é um lugar que pode ser

melhorado e que eles querem melhorar através de suas atitudes.

Nas escolas, preocupa-se muito ou somente com os conteúdos escolares, e

esquece-se de trabalhar com outras questões importantíssimas para ter o sucesso

na aprendizagem. Sabe-se que não há uma aprendizagem de qualidade se não

haver um ambiente propício para isso.

Outra questão apontada pelos educandos refere-se ao interesse que os

mesmos apresentaram em fazer algo para melhorar a convivência no ambiente

escolar, descrevendo quais atitudes são necessárias para isso. Os valores descritos

vêm ao encontro com a proposta para auxiliá-los, ou seja, trabalhar os valores como

o respeito, a tolerância, a solidariedade, a humildade e a responsabilidade.

O trabalho foi desenvolvido com 1 (uma) turma de alunos do 7º ano, período

vespertino da Escola Estadual Gil Stein Ferreira-E.F, localizada no município de Ivaí

estado do Paraná.

Para a efetivação do mesmo na escola foram trabalhadas as seguintes ações:

Inicialmente durante a semana pedagógica de fevereiro foi apresentado a

proposta de intervenção pedagógica aos professores, equipe pedagógica da escola.

No segundo encontro foi feita a apresentação da proposta aos pais,

mostrando a importância do trabalho para a vida escolar e social, fazendo uma

reflexão sobre a cultura da paz x cultura da violência.

Os pais foram envolvidos devido a serem fundamentais no processo

educacional, sem a participação dos mesmos dificilmente se consegue alguma

mudança seja ela cultural social ou educacional. No relatório apresentado à

(UNESCO) pela Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI (1996

p.95) reforça que: “a família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e

assegura, por isso, ligação entre o afetivo e o cognitivo, assim como a transmissão

dos valores e normas”. Ainda sobre essa questão Martinelli, afirma que:

Os valores humanos conscientizados e vivenciados individualmente, em família e na escola serão certamente o fermento que fará crescer a fraternidade, a compaixão, a reverência e a cooperação como esteios da criação de uma nova sociedade. (MARTINELLI, 2006, p.10)

Na sequencia durante o terceiro encontro foi apresentado o tema aos alunos

da turma envolvida na proposta. No primeiro momento fez-se a leitura individual do

texto: “Às vezes a vida nos ensina”, em voz baixa para começarem a conhecer o

mesmo. Após a leitura silenciosa, o professor fez a leitura e na sequência,

questionamentos sobre o texto, dialogando com os alunos, perguntando qual o

recado que essa história nos passou. Muitos comentários surgiram sobre a história,

como os valores de convivências positivos presentes, as atitudes negativas e

fizeram relatos de histórias que conhecem parecidas com a do texto, logo em

seguida os alunos fizeram a atividade com as questões sobre o texto.

Finalizando o encontro, os alunos apresentaram as respostas. Com essa

atividade os alunos refletiram sobre suas atitudes diárias, percebendo que se vive

em um mundo onde:

A convivência entre pessoas de diferentes raças, diversidade culturas e modos de pensar faz com que seja cada vez mais urgente aprender a conviver de forma respeitosa, valorizando o outro, sem deixar de apreciar e valorizar a si próprio (SERRANO, 2002, p.49).

No quarto encontro os alunos assistiram ao vídeo “Crianças Invisíveis” em

seguida analisaram as formas de violência presentes no mesmo, pois ela pode ser

físicas, simbólica ou estrutural. Em seguida os alunos receberam balões com as

seguintes cores: brancos, amarelos, verdes, azuis e vermelhos, cada balão continha

papéis com as seguintes palavras, respeito, humildade, tolerância, solidariedade e

responsabilidade. Formaram grupos pelas cores dos balões, na sequência

procuraram o significado das palavras no dicionário e as atitudes que observaram

estar presentes ou ausentes no vídeo que assistiram, logo após foi aberto um circulo

para exposição das questões ao grande grupo.

A cultura da paz só irá ocorrer quando os valores de convivência positiva

acontecer nas escolas e sociedade. Sobre isso:

A educação para a Paz tem sido a área que assumiu durante décadas o debate do conflito, da violência e da pró-sociabilidade como conteúdo básico. Várias experiências sobre o “Dia da Paz”, “solidariedade com tal ou outro povo” e outras manifestações proclamavam a necessidade de ensaiar uma reflexão acerca do nosso código de convivência e dos nossos valores com relação a outras pessoas (FERNÁNDEZ, 2005, p.98).

No quinto encontro ocorreu um trabalho de análise sobre as atitudes positivas

presentes no cotidiano escolar, bem como, confecção de cartazes com desenhos,

palavras e gravuras destacando quais são as atitudes positivas. Os cartazes foram

expostos nos corredores da escola para que todos pudessem analisar e refletir

sobre suas atitudes no dia a dia.

No sexto encontro trabalhou-se a importância da amizade na vida das

pessoas, com essa atividade buscou-se mostrar o que é uma verdadeira amizade.

Surgiram questões muito importantes durante o encontro, os alunos começaram a

analisar mais suas atitudes e de seus amigos. Perceberam que os verdadeiros

amigos são aqueles que querem o melhor e não aqueles que incentivam a fazer algo

errado. É função da escola trabalhar essas questões pois:

Um dos principais papéis da educação é contribuir à construção do homem. Para construir o homem, é preciso, antes, saber que homem se quer construir. É saber qual tipo de sociedade se estará servindo: cooperativa ou coercitiva, tolerante ou permissiva, democrática ou autoritária (FREIRE, 2011, p.29).

Em seguida foi dividida a turma em duas equipes para elaborar uma

dramatização, com situações do cotidiano, na qual, uma equipe ficou responsável

por dramatizar situações da violência e outra por situações de boa vivência no

cotidiano escolar e situações em que a paz ocorre.

No sétimo encontro os alunos continuaram com a produção das

dramatizações e com a montagem dos figurinos para a apresentação, também

começaram os ensaios para a peça.

Com essa atividade puderam perceber que as atitudes se tornam tão naturais

que nem percebem que estão ferindo, machucando, magoando, discriminando os

colegas. Por outro lado as atitudes positivas também estão presentes, contudo não

são suficientemente valorizadas.

O fechamento do trabalho ocorreu com a apresentação das peças a

comunidade escolar, alunos e pais dos alunos envolvidos no projeto, bem como, a

exposição dos trabalhos realizados no decorrer dos encontros.

O desenvolvimento do projeto com os alunos sobre a construção da cultura

da paz na escola ocorreu de uma forma tranquila, demonstraram interesse durante

os encontros, o trabalho ficou bem diversificado com atividades envolventes as quais

todos os alunos participaram.

Em conversa com professores e nas observações feitas durante o recreio,

entrada e saída dos alunos, verificaram-se pequenas melhorias. É um trabalho em

que os resultados não ocorrem imediatamente. Os alunos convivem na escola

apenas uma parte de sua vida, outras vivem com seus colegas, comunidade,

familiares, por isso a mudança de atitude se torna difícil quando o ambiente no qual

estão inseridos não colabora para a boa vivência.

Considerações Finais

A escola hoje é um dos lugares mais importantes para discutir a educação

para paz, nela formam-se cidadãos, opiniões, atitudes e valores. Por isso deve-se

discutir e refletir sobre temas que tanto afligem a sociedade na atualidade. Esse

trabalho buscou meios para levar uma discussão e reflexão sobre os valores

existentes no entorno, sejam eles morais, culturais ou éticos tão esquecidos nesse

mundo moderno. Procurou-se romper barreiras referentes a hábitos, valores e

atitudes, em busca de outros valores mais significativos, o da solidariedade,

respeito, tolerância, humildade, responsabilidades essenciais para promover uma

cultura de paz.

Com um trabalho pedagógico embasado em princípios da educação para uma

vivência positiva de educação para paz, pode-se construir uma sociedade diferente,

mas, para isso, exige-se bastante esforço e determinação. Educadores precisam-se

perguntar que tipo de homem, sociedade, mundo quer se formar.

Para Freire (2006, p.391) “Precisamos desde a mais tenra idade formar as

crianças para a “cultura da Paz”, que necessita desvelar e não esconder, com

criticidade ética, a tolerância com o diferente, o espírito de justiça e de

solidariedade”.

Assim, a sociedade é construída coletivamente, e é a partir do conhecimento

e vivências que cada pessoa agirá de forma consciente nessa sociedade podendo

mudá-la. Através da conscientização de cada ser humano, consegue mudar uma

sociedade, pois ela é constituída por pessoas que atuam no meio em que estão

inseridos.

Durante a implementação do trabalho observou-se a mudança de atitude dos

alunos, muitas vezes pequenas, mas tem de ter clareza que elas demoram um

determinado tempo para acontecerem. Esse trabalho deve continuar, pois valores e

atitudes levam um tempo para sucederem. A cultura da violência esta presente no

mundo desde os primórdios, enquanto a cultura da paz vem sendo trabalhada e

discutida recentemente.

Não se pode de forma alguma deixar-se abater por um mundo de violência,

os alunos precisam aprender que:

Respeitar alguém significa respeitar sua individualidade, suas formas de expressão e imagem, suas origens, suas escolhas, suas opiniões, seus limites e seus sentimentos. Repeitar não implica em concordar com outro ou

elogiar qualquer tipo de conduta. Significa não ter o direito de desqualificar, menosprezar, ridicularizar, oprimir e/ou impor. (SERRÃO; BALLEIRO, 1999, p. 32).

Construir-se-á uma cultura de paz quando a família, escola e sociedade

caminharem juntas no mesmo envolvimento e responsabilidade no processo de

educação, buscando a essência do ser, o respeito mútuo, somente quando esse

tripé se unirem ter-se-á a transformação necessária para uma sociedade mais justa,

humana e fraterna.

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