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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · EDUCAÇÃO INFANTIL. MATERIAL DIDÁTICO ... lateralidade, percepção auditiva, equilíbrio, ... utilizando-se de jogos e brincadeiras

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

1. FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS, COMO FERRAMENTA PARA O

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS NA EDUCAÇÃO

ESPECIAL.

AUTORA VIVIANI CRISTINA SIQUEIRA

DISCIPLINA/ÁREA (INGRESSO NO

PDE)

EDUCAÇÃO ESPECIAL

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO DO

PROJETO E SUA LOCALIZAÇÃO

ESCOLA MARIA CARVALHO DE

OLIVEIRA

MUNICÍPIO DA ESCOLA JABOTI

NÚCLEO REGIONAL DE

EDUCAÇÃO

IBAITI

PROFESSOR ORIENTADOR LUIZ RENATO MARTINS DA ROCHA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR

UENP

RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR EDUCAÇÃO FÍSICA

RESUMO Esta Unidade Didática justifica-se por

trabalhar por meio de jogos, habilidades

necessárias para a compreensão de

conceitos mais elaborados, de acordo

com a necessidade de cada aluno,

auxiliando o trabalho na pré-escola com

alunos que apresentam atraso no

desenvolvimento neuropsicomotor, na

faixa etária de 4 a 6 anos da Educação

Especial, com o intuito de enriquecer o

processo de ensino e aprendizagem,

garantindo assim a aquisição dos pré-

requisitos (lateralidade, percepção visual

e auditiva, agilidade, orientação espacial,

coordenação viso motora, equilíbrio, etc.)

tão necessárias para a aprendizagem,

através do resgate das habilidades

psicomotoras, como instrumentos

essenciais para a construção significativa

do saber, criando condições e estratégias

diferenciadas, com atividades dinâmicas

e motivadoras para que superem suas

limitações, com o intuito de criar um

vínculo entre o brincar e o aprender,

auxiliando na evolução de conceitos

específicos da fase concreta para a

abstrata, através da movimentação do

corpo e manipulação de materiais

diversificados.

PALAVRAS - CHAVE

JOGOS. LÚDICO. BRINCAR.

EDUCAÇÃO INFANTIL.

FORMATO DO MATERIAL

DIDÁTICO

UNIDADE DIDÁTICA

PÚBLICO ALVO

ALUNOS DO PRÉ-ESCOLAR –

EDUCAÇÃO ESPECIAL

APRESENTAÇÃO

Esta Unidade Didática justifica-se por trabalhar por meio de jogos, habilidades

necessárias para a compreensão de conceitos mais elaborados, de acordo com a

necessidade de cada aluno, auxiliando o trabalho na pré-escola com o intuito de

enriquecer o processo de ensino e aprendizagem na Educação Especial, garantindo

assim a aquisição dos pré-requisitos (orientação espacial, lateralidade, percepção

auditiva, equilíbrio, coordenação motora global e fina, etc.) tão necessários para a

aprendizagem, através do resgate das habilidades psicomotoras, como instrumentos

essenciais para a construção significativa do saber.

O presente tema “Jogos” configura-se no sentido de desenvolver um trabalho

voltado à Educação Infantil, com alunos com necessidades educacionais especiais

na faixa etária de 4 a 6 anos do pré-escolar, na Modalidade de Educação Especial.

De acordo com Conceição (1984) o desenvolvimento da criança com

deficiência intelectual segue a mesma ordem ou sequência das crianças ditas

ʽʽnormaisʼʼ, porém em um ritmo mais lento. Desta forma ela necessita de um tempo

maior para aquisição e assimilação dos conteúdos escolares transmitidos

culturalmente de forma tradicional. Pretende-se assim, buscar recursos didáticos

diferenciados através dos jogos a fim de desenvolver as habilidades motoras,

levando-os à compreensão do que lhe é ensinado, aplicando conteúdos de forma

concreta, visando a aquisição do conhecimento para que se torne mais significativa

para a criança.

Para Vigotsky (1989, p.61) ʽʽa chave para o desenvolvimento da criança

deficiente será a compensação: um instrumento cultural alternativoʼʼ. De acordo com

o autor (id), são atividades cujo objetivo é desenvolver instrumentos que permitam

um funcionamento mental superior para a aquisição de habilidades e conceitos.

Portanto é de suma importância que todas as atividades sejam significativas,

motivadoras e que aconteçam de forma contínua e diária, para que a criança possa

testar situações reais ao seu nível de inteligência, proporcionando assim o

desenvolvimento da curiosidade, do pensamento, da concentração e da atenção.

Por isso a importância de criar condições e estratégias diferenciadas através dos

jogos com atividades dinâmicas e motivadoras para que superem suas limitações,

com o intuito de criar um vínculo entre o brincar e o aprender por caminhos que

traduzam ao aluno o significado do que ele aprende, através da movimentação do

corpo e manipulação de materiais diversificados.

Segundo Moyles (2006, p.30) “há muitas evidências que indicam que

experiências curriculares infantis baseadas no brincar elevam os padrões na

educação infantil e posterior”, colaborando com o pensamento lógico.

Os conteúdos quando aplicados de forma concreta através dos jogos lúdicos,

visando a aquisição do conhecimento para que se torne mais construtivo do que

repetitivo, torna-se mais reflexivo e significativo para a criança, isto é uma das

formas que os ajudariam no desenvolvimento das habilidades motoras, segundo os

autores pesquisados: Soler (2002); Moyles (2006); Queiroz (2002); Arribas (2002);

Rossano e Schiller (2008).

A pergunta que motivou o presente trabalho é: quais as contribuições dos

jogos para o desenvolvimento educacional de alunos com necessidades especiais?

Pensando que os participantes desse projeto de intervenção são alunos com

necessidades especiais, que levam um tempo maior para dominar as habilidades

motoras e necessitam de estratégias diferenciadas, não seria interessante buscar

meios diferenciados para levá-los à compreensão do que lhe é ensinado?

Essa Unidade Didática tem como objetivos:

Estimular o desenvolvimento das habilidades motoras por meio de jogos

lúdicos, auxiliando na evolução de conceitos específicos da fase concreta para a

fase abstrata.

Permitir por meio de jogos, que os alunos ampliem suas habilidades motoras,

utilizando-se de jogos e brincadeiras.

Contribuir para o desenvolvimento neuropsicomotor a fim de ampliar

gradualmente o controle sobre o movimento corporal.

Ampliar as possibilidades expressivas do próprio movimento, utilizando gestos

diversos durante os jogos e demais situações de interação, voltando-se para o

alcance de habilidades evolutivas, a fim de facilitar a aquisição da aprendizagem no

contexto escolar.

Segundo Mendonça e Flaitt (2013, p.) ʽʽo desenvolvimento motor é um

processo contínuo e demorado, que ocorre ao longo de toda a vida do ser humano.

As capacidades motoras evoluem dos comportamentos pouco estruturados e gerais

até outros especializados e individualizadosʼʼ. A etapa que vai dos dois aos seis

anos se caracteriza pela aquisição dos movimentos básicos.

O movimento faz parte da vida do ser humano. E ao jogar está praticando

uma atividade lúdica contendo regras ou não, possibilitando à criança adaptar-se ao

ambiente de forma dinâmica e criativa.

O movimento segundo Wallon (1975 apud MALUF, 2012):

Depende basicamente da organização dos ambientes para as crianças se movimentarem, se expandirem. A motricidade possui caráter pedagógico pela propriedade do gesto e do movimento quanto à sua representação. Wallon diz que as instituições, de uma maneira geral, persistem em imobilizar as crianças numa carteira ou mesa, restringindo, justamente a fluidez das emoções e do pensamento, imprescindíveis para o desenvolvimento completo da pessoa (MALUF, 2012, p.15).

Assim os elementos do jogo como o tempo e o espaço em que ele acontece,

provoca atitudes comportamentais na criança que influenciam o desempenho de seu

papel social.

Vigotsky valoriza o trabalho em grupo, ao contrário de Piaget, que considera a

criança como construtora do seu próprio conhecimento de forma individual. Assim

como Vigotsky, Wallon acredita que o social é indispensável (MALUF, 2012).

INTEGRAÇÃO DAS HABILIDADES MOTORAS

Quando a criança é estimulada e realiza o que lhe é pedido, ela está

adquirindo responsabilidades, além de descobrir seu potencial motor e adquirir

autonomia motora. Neste sentido, o jogo, torna-se um meio de construção do

conhecimento.

Segundo Gallardo, Oliveira, Aravena (1998):

Quando as crianças chegam à pré-escola, por volta dos quatro anos, encontram-se no estágio elementar de execução dos movimentos fundamentais. Nessa fase são capazes de brincar com outras crianças por um período maior de tempo, são mais colaboradoras e responsáveis quando a atividade lhe diz respeito. Neste período ocorre a descoberta de novas formas de utilizar as habilidades motoras. O professor utiliza jogos e brincadeiras com regras criadas e discutidas com as próprias crianças, visando à formação de atitudes e valores como: cooperação, responsabilidade, respeito pelas diferenças e regras, trabalho coletivo, etc. (GALLARDO, OLIVEIRA, ARAVENA, 1998, p.75).

É preciso entender que, para a brincadeira acontecer, é necessário respeito

às regras. A criança procede de forma que lhe são próprias e inusitadas. É

acentuado na criança o jeito de se comunicar e expor suas curiosidades. Na escola,

os alunos encontrarão recursos e materiais pedagógicos diferentes dos de casa,

vários colegas e também um ambiente diferente para realizar as atividades. Uma

das principais funções da escola e do ato de brincar são a socialização, e o papel do

professor é essencial para a efetiva aprendizagem do educando. Segundo Arribas

(2002):

A principal característica das tarefas que apresentamos aos nossos alunos de pré-escola, encontramos na “variedade” e na “diversidade”. Dado que nosso objetivo é incrementar o número de unidades motoras mais diversas, para que possa integrá-las em seu repertório. Nesta faixa etária, não se trata tanto de realizar grandes proezas, mas de sentir prazer em descobrir novos movimentos (ARRIBAS, 2002, p.84).

Na sala de aula da Educação Infantil, temos a oportunidade de integrar nosso

currículo de maneira que seja significativo e realista para as crianças. Não apenas

podemos abordar as necessidades da criança integralmente (os desenvolvimentos

emocional, físico e cognitivo) de um modo que defenda o valor igual para cada área,

como também podemos proporcionar atividades que favoreçam e respeitem os

muitos talentos e habilidades das crianças (SCHILLER e ROSSANO, 2008).

Cada criança apresenta um determinado ritmo para amadurecer e as crianças

com necessidades especiais necessitam de uma variedade de estímulos e de

valorização de tudo que realizam, mesmo quando há falhas, para evitar atraso no

desenvolvimento e na aprendizagem.

O professor deve estar atento e ser consciente de sua responsabilidade como

educador para que possa ampliar o potencial cognitivo e motor, sanando assim as

dificuldades apresentadas pelo aluno. Evitando com isso o fracasso e a consequente

evasão escolar.

Segundo Piaget (1983 apud MATTOS e NEIRA, 2000, p.24) “as raízes do

raciocínio lógico terão que basear-se na coordenação das ações a partir do nível

sensório-motor, cujos esquemas têm importância fundamental desde o início”.

Mattos e Neira, (2000) indicam alguns aspectos fundamentais para a compreensão

da importância da ação como meio de construir o conhecimento.

O movimento pelo movimento não gera aprendizagem. É necessária a

intervenção do professor, levando o aluno a refletir e analisar seus movimentos,

alcançando assim uma aprendizagem mais significativa e ampliação de suas

habilidades. Segundo Schiller e Rossano:

O sucesso de uma criança na escola não é previsto por seu conhecimento de fatos específicos ou por sua capacidade precoce de ler, e sim por habilidades que aprendeu a dominar, como ser capaz de esperar, de ouvir e de seguir instruções; de comunicar sentimentos e ideias; de pensar de forma crítica; de ser ágil; e muitas outras (SCHILLER e ROSSANO, 2008, p.13).

Para que haja uma aprendizagem significativa no âmbito de sala de aula é

necessário trabalhar os pré-requisitos para que o aluno domine e desenvolva a

coordenação fina, coordenação global, orientação espaço-temporal, entre outras. O

desenvolvimento de uma criança resulta da interação com as pessoas com quem

convive.

CONTEXTUALIZANDO O BRINCAR

Para Soler (2002, p.20) “o professor deve buscar identificar em suas aulas,

quais as necessidades e capacidades de cada pessoa, e com isso procurar

potencializar sua autonomia e independência, apresentando ao seu aluno o novo e o

desconhecido”. O espaço escolar deve ser um espaço agradável, a fim de que as

atividades e jogos permitam ao professor obter sucesso no decorrer de suas aulas,

desenvolvendo o senso de responsabilidade, disciplina, aceitação e alegria, tão

necessárias à formação do educando.

Segundo Moreira e Nista-Picolo (2009):

Ensinar alguém requer uma certa preparação e para as crianças com necessidades educativas especiais, principalmente, deve haver uma variedade de materiais, contendo cores, pesos, formas e tamanhos diferentes enriquecendo assim, o aprendizado. (NISTA-PICOLO, 2009, p.64).

Para isso, o professor deve estimular o desenvolvimento intelectual do seu

aluno, para que os mesmos adquiram habilidades necessárias à aprendizagem, de

forma dinâmica e criativa, focando na interação entre os jogos motores e a prática

educativa.

Exige, portanto, criatividade do professor que deve encontrar variações na

sua forma de ensinar. Transforma-o em verdadeiro pesquisador do aluno.

Há atualmente muitas atividades que conseguem acessar os alunos, levando-os a relacionar o conhecimento já adquirido com novas possibilidades. Mas isso poucos professores conseguem fazê-lo. Não há mágica, não há regras, não há caminhos determinados. É preciso ser criativo, buscar diferentes vias de acesso, coseguindo entrar por diferentes rotas. E isso tudo porque nossos alunos não são iguais e, portanto, não aprendem da mesma forma. Então, professores devem ser verdadeiros pesquisadores de alunos. Tentar compreender suas rotas de acesso para poder acessá-las e assim levar o conhecimento da maneira exata que seu aluno consegue aprender. (NISTA-PICOLO, 2001 apud MOREIRA e NISTA-PICOLO 2009, p.65).

Aquisição de conhecimentos, desenvolvimento e aprendizagem são

processos que se articulam intimamente na constituição do ser humano. No

cotidiano da criança, desde o início, tudo é fonte de curiosidade e exploração. A

partir das trocas, do brincar, das inter-relações que elas estabelecem com o meio,

das interações com outras pessoas, sejam adultos ou crianças, elas aprendem, se

desenvolvem.

“O brincar, em especial, constitui uma rica possibilidade de expressão infantil, revelando os modos de a criança fazer-se presente no mundo, marcando sua identidade e participação na cultura. Brincar e aprender não são atividades antagônicas; ao contrário, para as crianças não existe separação ou descontinuidade entre ambas. Brincar e aprender são processos recíprocos, que se complementam. Apesar disso, a criança não se preocupa (e nem deveria) com o que aprendeu ao realizar determinada brincadeira, tampouco o faz por obrigação. Para ela, participar de uma brincadeira é uma ação voluntária que envolve o querer brincar. Nas brincadeiras, a criança reflete a sua realidade, adquire e desenvolve conhecimentos, e desenvolve o pensamento, por meio da análise e síntese das situações”. (PARANÁ, 2006, p.28).

Durante o ato de brincar, a criança desenvolve um sistema de atividade

intelectual que precede o conhecimento da sua realidade. Através de atividades

lúdicas ela conhece o que a rodeia e atribui de modo efetivo, significado aos

conhecimentos adquiridos.

Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é

imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são

oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às

aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta (BRASIL, 1998,

p.27).

Nesse sentido, necessário se faz que o professor conscientize seus alunos da

diferença entre a brincadeira e a realidade, atribuindo-lhes novos significados.

Quando brincam, as crianças criam, imaginam e transformam seus conhecimentos

adquiridos anteriormente, ampliando sua capacidade de apropriação dos conceitos,

a partir da organização de situações de aprendizagens orientadas pelo professor.

Cabe então ao professor promover um ambiente que oportunize experiências

lúdicas de qualidade, que enriqueça a formação do pensamento e interceda para o

desenvolvimento das atividades, sem focar na competitividade para que o aluno

supere suas limitações, levando-se em consideração que é de fundamental

importância a repetição diária das atividades para os alunos com necessidades

especiais.

Talvez um dos maiores atributos do brincar sejam as oportunidades que ele possibilita de aprendermos a viver com o não saber, pois todos reconhecemos prontamente que aprendemos mais efetivamente por meio de tentativa e erro, e que o brincar é uma maneira não ameaçadora de manejarmos novas aprendizagens, mantendo ao mesmo tempo nossa autoestima e autoimagem (MOYLES, 2006, p.16).

Brincando ou jogando a criança transforma os conhecimentos adquiridos

anteriormente em conceitos e habilidades gerais com os quais brinca. Ao

proporcionar atividades com jogos e brincadeiras o professor estará oportunizando

momentos para que acionem seu pensamento para resolução de problemas

significativos a ela. Para isso o professor deve ouvir seus alunos e deixar com que

vivencie o erro para a construção do conhecimento.

Por meio do lúdico, a criança interage com o mundo, favorecendo a iniciativa,

a autoconfiança e autonomia, fatores significativos para a aprendizagem (JULIANI;

PAINI, 2008, apud PASCULLI, BALEOTTI, OMOTE, 2012).

Quando a criança brinca com pessoas da família, amigos da escola ou do

bairro ocorrem uma interação social, adquirindo assim habilidades que não seria

capaz de realizar se brincasse sozinha.

Pensando nisso, o professor deve intervir e desenvolver atividades

adequadas, para serem aplicadas em conjunto, em sala de aula, auxiliando seus

alunos na superação das dificuldades, principalmente aqueles que possuem um

desenvolvimento intelectual lento, influenciando no seu aprendizado.

Quando a criança brinca, ela torna-se curiosa e toma iniciativas, vivenciando

situações que favoreçam a autoconfiança e a atenção. O movimento durante as

atividades dão suporte ao desenvolvimento cognitivo, preparando-os para novas

experiências durante o processo de ensino e aprendizagem.

Segundo Schiller e Rossano (2008, p.13) “o papel mais crucial do professor

de Educação Infantil é ajudar as crianças a desenvolver as habilidades de que

necessitam para se tornarem aprendizes para toda vida”. Uma ação pedagógica faz-

se necessária, focalizando em uma educação global, respeitando a capacidade

intelectual e motora dos alunos. Nesse período, o lúdico, as formas diferenciadas de

comunicação, os diferentes estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos,

psicomotores e sociais favorecem o ensino-aprendizagem desse aluno.

Segundo Oliveira, apud, Nogueira (2007):

“A educação psicomotora deve ser considerada uma educação de base na educação infantil. Ela condiciona os aprendizados escolares; leva a criança a tomar consciência do seu corpo, a situação no espaço, a adquirir habilidades de seus gestos e movimentos”, colaborando para o

desenvolvimento integral da criança (OLIVEIRA, apud, NOGUEIRA, 2007, p.9).

QUANTO À ORGANIZAÇÃO ESPACIAL

A criança, ao nascer não é capaz de distinguir seu corpo do meio ambiente,

não tem consciência de onde vai e onde começa o resto do mundo. Uma pessoa

adulta é capaz de estruturar o espaço que a rodeia. Da nossa criança ao adulto há

um enorme abismo que a criança deverá superar, pouco a pouco ajudada pela

maturação do sistema nervoso e, sobretudo pelas experiências vividas (ARRIBAS,

2002).

Os movimentos e ações dependem do sistema nervoso, este por sua vez

controla as atividades do organismo, determinando ideias, selecionando

informações. O sistema nervoso obedece a uma sequencia por isso a importância

da estimulação do ambiente. Quanto mais estimulada a criança for, maiores as

chances de defrontar com as tarefas que a aprendizagem escolar exige.

Pretende-se assim, facilitar o processo de organização espacial, tornando

mais rica as experiências vividas, tanto em quantidade como em qualidade. “O

objetivo é evidente: quando nos movemos, nossa ação motora ocupa

obrigatoriamente um espaço; nossos movimentos serão tanto mais eficazes quanto

melhor for a organização que tivermos desse espaço”. (ARRIBAS, 2002, p.72).

Muitos profissionais da educação, preocupados com o desenvolvimento espacial ligado ao ensino da leitura e escrita, em vez de se preocuparem em trabalhar estas noções em nível de movimentação do corpo, de interiorização das ações, tentam começar pelos exercícios gráficos. Isto é um erro, pois as crianças apenas aprendem a imitar e decorar o que é exigido delas, sem que haja qualquer transformação mental significativa (OLIVEIRA, 1997 apud NOGUEIRA, 2007).

Wallon (1979 apud Oliveira, 2005, p.32) afirma que: ‘‘é sempre a ação motriz

que regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais’’. Quando a

criança age sobre os objetos, movimentando seu corpo, ela experiência, compara,

desenvolve e amplia suas atividades mentais.

O desenvolvimento físico abrange atividades motoras finas e amplas. Na

primeira infância, ele é igualmente importante para o desenvolvimento cognitivo e

para o desenvolvimento socioemocional. À medida que as crianças exploram o

espaço físico, começam a entender como seus corpos funcionam no espaço. Elas

tornam-se mais hábeis e expressivas em seus movimentos de um ponto no espaço

para outro, correndo, pulando, torcendo-se, virando-se, rolando e saltando (Shiller e

Rossano, 2008).

Neste momento assimila conceitos como, direita e esquerda, à frente, atrás,

dentro e fora, antes e depois, em cima, em baixo, conceitos esses tão necessários

para a aquisição da aprendizagem e habilidades motoras, proporcionando o

desempenho escolar.

A organização espacial na criança passa por um primeiro estágio que poderíamos chamar de acesso ao espaço perceptivo, e que é fruto da experiência perceptiva imediata e da vivência motora. Podemos situar este primeiro estágio entre o nascimento e os sete anos aproximadamente, etapa em que a criança percebe as relações que se estabelece no espaço de uma perspectiva egocêntrica. Progressivamente vai assimilando relações de proximidade e separação, de ordem e classificação, de inclusão, de continuidade, etc. (ARRIBAS, 2002, p.72).

A estruturação espacial é essencial, é através dela que situamos no meio em

que vivemos, observando, comparando os diferentes objetos, classificando,

garantindo assim a possibilidade de movimento e organização, alcançando os

conceitos desses objetos.

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

O material didático ora produzido será implementado com aproximadamente

seis alunos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, do pré-escolar da

Escola Maria Carvalho de Oliveira- Modalidade de Educação Especial, na faixa

etária de 4 a 6 anos. Tal escola comporta todos os alunos que frequentam a

Estimulação Essencial, Pré-Escolar, Comunicação Alternativa, EJA e anos iniciais de

alfabetização da zona rural e urbana. Essa Escola conta hoje com setenta alunos.

As atividades que compõem este material durante o primeiro semestre do ano

letivo de 2014, iniciam suas atividades em fevereiro e termina em julho, ocupando o

espaço de 64 horas. Tais atividades contemplarão o conteúdo curricular planejado

para a turma através de confecção de materiais e aulas práticas, de forma

sistematizada e orientada a fim de desenvolver habilidades motoras para a aquisição

dos pré-requisitos necessários para a aprendizagem.

Alguns jogos apresentados nesta proposta foram adaptados de materiais

bibliográficos, para se adequar à realidade da turma, e alguns elaborados e criados

pela autora.

A modalidade de Educação Infantil tem como base o Referencial Curricular

Nacional para Educação Infantil que abrange todas as áreas do desenvolvimento,

sendo adaptado frente às necessidades educacionais especiais das crianças.

O trabalho será realizado no âmbito de: Área: Conhecimento de Mundo.

Tendo como eixo (Conteúdo: Movimento).

A intervenção seguirá as etapas descritas no quadro a seguir (Ano: 2014)

Fev Mar Abr Maio Jun Jul.

Apresentação do

Projeto na Escola

X

Apresentação do

Projeto aos pais

dos alunos (pratica

social)

X

Confecção de

materiais

X X X

Aplicação do

material didático

X X X

Recreio dirigido X X X X X X

Jogos e brincadeiras são reconhecidamente, uma das principais atividades do

mundo infantil (FURTADO, PIMENTEL E MEDEIROS, 2009).

Segue abaixo as etapas para implementação do projeto na escola,

primeiramente apresentando o projeto à equipe da escola; professores, pedagogos,

fonoaudióloga, psicóloga, terapeuta ocupacional e demais funcionários, como

também apresentação do projeto aos pais dos alunos mostrando a importância de

se dedicar um tempo para brincar com seus filhos.

Primeira Etapa: Apresentação do projeto na escola.

Segunda Etapa: Apresentação do projeto aos pais dos alunos

Terceira Etapa: Confecção de Materiais

Quarta Etapa: Implementação da Unidade Didática na Escola (Aplicação dos

Jogos).

Quinta Etapa: Recreio Dirigido

Atividades: Prática de jogos motores;

Cantigas de roda – sugeridas pelo professor;

Cantigas de roda – sugeridas pelos alunos;

Práticas de Jogos cognitivos;

Atividades de Relaxamento

Nesse trabalho utilizarei os jogos como recurso educacional. Pretende-se

propor tarefas que estejam ao alcance dos alunos, respeitando sempre o ritmo de

cada um.

Segue abaixo a descrição dos jogos que utilizarei nesta Unidade Didática.

QUARTA ETAPA: APLICAÇÃO DOS JOGOS

AULA 1

ATIVIDADE 1 – Circuito Psicomotor

Procedimento: Reunir alguns materiais na quadra e deixar os alunos brincarem

livremente. Aproximar-se dos alunos e aos poucos sugerir movimentos com os

materiais, como por exemplo: andar em zigue-zague entre os cones, conduzir as

bolas de tamanhos e cores variadas, ora com o pé direito, ora com o pé esquerdo e

em seguida conduzir caixas com pesos variados no espaço determinado pelo

professor (MENDONÇA E FLAITT, 2013, p42).

ATIVIDADE 2- Salto em Distância

Procedimento: Em um espaço com areia dispor cordas para os alunos saltarem, em

seguida criar outra possibilidade de salto com cordas colocadas no chão. Um aluno

deve balançar a corda no chão, como se fosse cobra e o outro deve passar por cima

sem toca-la; andar sobre a corda estendida no chão, um aluno de cada vez, de

frente, de costa, de lado; saltar a corda; formar um círculo e contorná-lo em cima da

corda (MENDONÇA E FLAITT, 2013, p.46).

Variação: saltar com um pé só, com dois, dando a mão a uma colega e tentar saltar

os dois ao mesmo.

ATIVIDADE 3- Salto em Altura

Procedimento: Os alunos irão saltar sobre o sarrafo; ir aumentando a altura

gradativamente conforme os alunos consegue supera-los. Criar outra possibilidade

de salto com cordas (Galardo; Oliveira e Aravena, 1998, pg. 74)

Atividade de Relaxamento: Levar para a quadra os livros ʽʽClássicos da Literatura

Infantil e pedir aos alunos que escolham uma história para ser contada pelo

professorʼʼ.

Objetivos da aula 1

Estimular nos alunos a noção de lateralidade, percepção visual, noção espacial,

equilíbrio estático e dinâmico, orientação espacial.

Tempo Previsto: 4 horas/aula

AULA 2

Atividade 1- Corrida de Obstáculos

Procedimento: Dividir dois grupos em duas colunas. Deixar os alunos escolherem

os grupos. As colunas ficarão atrás da linha demarcada.

Ao sinal, o primeiro de cada coluna sairá correndo tocando os pés dentro dos arcos

espalhados. Em seguida, saltará sobre a corda, continuará correndo em zigue-zague

entre os cones, saltará sobre a corda novamente, passar dentro de um túnel de

tecido, rola sobre o colchão, pegará a bola e retornará fazendo o mesmo percurso

com a bola na mão. (Gonçalves; Pinto e Teuber, p.21).

Atividade 2 – Corrida de Arcos

Procedimento: Os alunos ficam posicionados na linha de fundo da quadra, cada

um com dois arcos. Cada aluno segura um dos arcos na mão e o outro estará no

chão à sua frente. Ao sinal do professor, o aluno deverá entrar em seu arco que está

no chão e colocar também o outro arco no chão, à sua frente; em seguida, ele

deverá entrar no arco que está no chão à sua frente e pegar o arco que ficou para

trás. Assim sucessivamente, posicionará e entrará nos arcos até chegar ao outro

lado da quadra. Vence o primeiro que chegar

Atividade 3 - Relaxamento:

Procedimento: Cantigas de roda: Boneca de Lata. Um, dois, três Indiozinhos, Lava

a mão e outras indicadas pelos alunos.

Objetivos da aula 2

Adaptar os movimentos do corpo à natureza dos obstáculos, aprimorando o

equilíbrio, força, coordenação, agilidade e noções de espaço e posição: em cima,

em baixo, atrás, à frente.

Tempo Previsto: 8 horas/aula.

AULA 3

Atividade 1- Jogo das Latinhas

Procedimento: com giz colorido (utilizando as cores primárias: azul, amarelo, verde

e vermelho) quatro círculos grande no chão. Mostrar aos alunos e pedir que eles

identifiquem que nomeiem as cores com ajuda do professor. Em seguida em cada

círculo colocar latinhas da mesma cor do círculo. A turma ficará no final da quadra

com bolinhas e objetos contendo as cores primárias. Ao sinal do professor, os

alunos irão transportar os objetos um a um para dentro dos círculos com as cores

correspondentes, até que terminem os objetos.

Atividade 2 - Argolas Coloridas:

Procedimento: A brincadeira começa com as crianças andando em círculo, ao redor

de dados e argolas coloridas (o espaço estará delimitado por uma corda) ao ritmo de

uma música. Quando a música parar, as crianças entram no espaço delimitado, em

um primeiro momento entram pelo seu lado direito e tentam pegar o maior número

possível de dados e argolas. Pegar somente uma cor, indicada pelo professor, em

seguida sentam-se para contar quantos dados ou argolas conseguiram apanhar.

Inicia novamente, agora girando ao contrário para que os alunos entrem pelo lado

esquerdo no círculo (QUEIROZ E MARTINS, 2002, p.29).

Atividade 3: Bolas

Procedimento: Colocar todas as bolas no centro da quadra e,a o sinal do

professor, as crianças deverão chutá-las. Em seguida, pedir que peguem as bolas

de acordo com a cor, tamanho e peso que forem indicados. É ideal que tenha uma

bola para cada aluno e caso não tenha, divida os alunos em grupos para realizarem

um revezamento da atividade. Verificar quem consegue jogar a bola mais longe,

jogar mais alto, chutar mais longe, correr e chutar a bola, lançar a bola e correr ao

lado dela. (MENDONÇA E FLAITT, 2013, p.45).

Objetivos da aula 3

Desenvolver nos alunos a noção de lateralização, lateralidade, percepção visual e

auditiva, agilidade, destreza e reconhecimento das cores primárias, noções de

tamanho e peso.

Tempo previsto: 8 horas/aula.

AULA 4

Atividade 1 – Batata Quente

Procedimento: Alunos em pé, em círculo, distantes um do outro. Vão passando a

bola aos colegas, ao som de uma música, sem deixá-la cair no chão. Quando a

música parar quem estiver de posse da bola ficará de fora e observará com quem

ficará a bola quando a música parar novamente (QUEIROZ E MARTINS, 2002, p.36).

Atividade 2 – Dança da Cadeira Cooperativa

Procedimento: Os alunos terão cada um, uma cadeira, menos um, que ficará sem.

Ao som da música irão girar ora para o lado direito, ora para o lado esquerdo.

Quando a música parar, irão sentar-se, e retira uma cadeira do jogo aquele que ficou

sem a posse da cadeira continua brincando e os colegas terão que convidar alguém

para sentar em seu colo. Mas o professor diz que terão que ajudar seu colega a se

sentar, até que no final, restará apenas uma cadeira e todos terão que sentar-se, um

em cima do outro.

Atividade 3 – Empresta-me sua Casinha

Procedimento: Em seguida desenhar no chão, vários círculos ou espalhar

bambolês coloridos na quadra de esportes (um a menos que o número de

participantes). Cada círculo será ocupado por uma criança e uma ficará sem. Ao

som da música todos ficarão andando livremente em um espaço determinado pelo

professor e quando a música parar, todos correm e procuram um arco para ficar

dentro e assim sucessivamente, até que enjoem da brincadeira. (QUEIROZ E

MARTINS, 2002, p.92).

Objetivos da aula 4

Desenvolver a agilidade, atenção, orientação espacial e percepção auditiva.

Tempo previsto: 4 horas/aula.

AULA 5

Atividade 1 – Bola ao Alto

Procedimento: Alunos em círculo. O professor no centro do círculo atirará uma bola

ao alto, chamando o nome de um dos alunos. Este por sua vez deverá pegar a bola

antes que ela toque o solo, os demais irão correr e quando o aluno apanhar a bola

ele diz “parado” e todos param de correr, este por sua vez irá tentar queimar o aluno

que estiver mais próximo dele. Caso consiga ou não, inicia-se novamente a

brincadeira. Em seguida o professor perguntará aos alunos que animal eles mais

gostam e depois disso inicia-se a brincadeira novamente agora o professor irá

chamar o nome dos animais referente a cada aluno (QUEIROZ E MARTINS, 2002,

p.41).

Atividade 2 – Bom dia Senhor Urso

Procedimento: Os alunos se dispõem em pé sobre a linha de fundo da quadra. No

centro, em decúbito ventral, estará uma criança fingindo dormir (o urso). Ao ouvirem

o sinal do professor, os alunos começam a caminhar e ao aproximarem do ʻʻursoʼʼ,

todos gritam: Bom dia senhor urso e fogem para a linha de fundo da quadra. O urso

por sua vez, acorda e corre atrás dos colegas, tentando capturar alguém. Se

conseguir, que foi capturado passará a ser o urso (MENDONÇA E FLAITT, 2013

p.86).

Atividade 3: Basquete com Bambolê

Procedimento: Prender um bambolê com fita crepe entre duas cadeiras. Deixar as

crianças alternar-se jogando saquinhos de areia, bolas de meias, de papel e de

plástico, ir aumentando gradativamente à distância para jogar. Os alunos terão

pedrinhas para ir pegando a cada acerto na cesta. Ao final irão contar as pedrinhas

e ver quantos acertos tiveram (SCHILLER E ROSSANO, 2008, p.193)

Objetivos da aula 5

Trabalhar com os alunos o conceito de agilidade, percepção auditiva, coordenação

viso motora e atenção.

Tempo previsto: 8 horas/aula.

AULA 6

Atividade 1 – Garibaldi

Procedimento: Os alunos serão organizados em uma coluna, ou seja, um atrás do

outro, tendo à sua frente uma pista com vários obstáculos com altura e distância

variadas: caixas altas e baixas para saltar, bastão na cadeira para se arrastar por

baixo, corda para o salto em distância, garrafas pets e cones para andar em zigue-

zague e colchonete para rolar. Andar em cima de um banco. Ao sinal saem um a um

e tentam transpor os obstáculos, voltando ora pelo lado direito, ora pelo lado

esquerdo do circuito para refazer a coluna. (Queiroz e Martin, 2002, p.107)

Atividade 2: Percepção Espacial

Procedimento: Em uma roda, pedir aos alunos que observem suas posições e a

dos colegas que estão ao eu lado, depois pedir que andem ou corram pela quadra e

se misturem e ao sinal do professor voltem para sua posição inicial.

Atividade 3: Habilidades Motoras

Procedimento: Correr livremente pelo espaço destinado à atividade, em seguida,

correr com passos grandes (largos); correr de frente e voltar de costas; andar para o

lado; correr de mãos dadas com um companheiro; saltitar desviando obstáculos,

sem tocá-los; andar de olhos fechados ( SOLER, 2002, p.67)

Objetivos da aula 6

Trabalhar a orientação espacial, destreza, coordenação viso motora, descontração,

equilíbrio.

Tempo previsto: 4 horas/aula.

AULA 7

Atividade 1 – Jogos de Estafetas: encher as garrafas

Procedimento: O professor colocará em uma das extremidades da quadra uma

garrafa vazia para cada dupla. As garrafas deverão ser de tamanhos idênticos. No

meio do espaço colocará um balde contendo água. Os alunos correrão até o balde e

encherão seu copo com água, prosseguindo até a garrafa correspondente a sua

dupla. Lá chegando, deverá despejar a água na garrafa. Feito isso volta, bate na

mão do colega e este repetirá a atitude do mesmo. Acaba o jogo quando a primeira

dupla encher primeiro sua garrafa. (Queiroz; Martins, 2002, p.122)

Atividade 2: Limpa Quadra

Procedimento: Levar para a quadra folhas de sulfite reciclada, pedir aos alunos que

amassem formando bolinhas. Dividir a turma em duas equipes, onde cada equipe

ficará de um lado da quadra. Ao sinal do professor, começam a arremessar. Quando

o professor apitar todos param de arremessar e irão contar quantas bolinhas a

equipe ficou de posse, em seguida repete a atividade com bolinhas de borracha e

bolas de plástico.

Atividade 3: Relaxamento: Classificação

Procedimento: Fazer a classificação de objetos diferentes por espécie, por

exemplo: meios de transportes, frutas, brinquedos, etc., por cor, forma e tamanho.

Objetivos da aula 7

Trabalhar a percepção viso motora, noção de quantidade, agilidade, noção espacial,

coordenação motora-fina e força.

Tempo previsto: 4 horas/aula.

AULA 8

Atividade 1 – Jogo das Figuras Geométricas:

Procedimento: Desenhar vários círculos no pátio e pedir aos alunos que entrem ora

no círculo maior, ora no menor, ir ampliando as figuras geométricas, quadrado e

triângulo. Em seguida o professor expõe as figuras geométricas, confeccionadas em

E.V.A. falando sua cor e forma. Após um tempo de observação espalha-os pela

quadra. Os alunos irão postar-se a certa distância. Quando o professor disser, por

exemplo: quadrado vermelho, os alunos terão que correr e ficar sobre a figura e

assim sucessivamente. Este jogo tem por objetivos, desenvolver as seguintes

competências: reconhecimento das cores primárias, e das figuras geométricas

simples, agilidade e percepção visual.

Atividade 2 – Atividade de Relaxamento:

Procedimento: Oferecer às crianças, brinquedos ou jogos de encaixe que

apresentem formas geométricas variadas para montarem, com auxílio da professora,

em seguida aplicar o jogo das: Figuras Geométricas, com o seguinte procedimento:

na mesa do refeitório, espalhar os Blocos Lógicos. Cada aluno irá pegar nove peças.

E o professor inicia o bingo. Por exemplo: quadrado azul (quem tem a peça coloca

uma pedrinha em cima), e assim sucessivamente até todos os alunos marcarem

todas as peças. Feito isso, inicia o jogo novamente, agora especificando também as

cores e em seguida especificando a forma geométrica, a cor e o tamanho (maior e

menor).

Objetivos da aula 8

Desenvolver as seguintes competências: reconhecimento das cores primárias e das

figuras geométricas simples, agilidade e percepção visual.

Tempo previsto: 8 horas/aula.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS:

A organização dos conteúdos para o trabalho com movimento deverá

respeitar os limites dos educandos em cada faixa etária, priorizando os objetivos que

queremos alcançar, explicando o desenvolvimento dos jogos de forma clara e

objetiva, utilizando situações e formas, o mais concreto possível, expondo as

informações, exemplificando a tarefa a ser realizada, certificando-se de que todos

entenderam a informação, oportunizando a criação e exploração durante a

realização das atividades e ir elevando aos poucos, o nível de dificuldade,

respeitando o ritmo de cada aluno, auxiliando-o em sua autonomia durante a

realização das atividades propostas, ouvindo a opinião e sugestões dos alunos, e

valorizando suas ideias.

Segundo Mendonça e Flaitt (2013, p.25) ʽʽé importante também utilizar como

estratégia de ensino trabalhos em duplas ou pequenos grupos e contar histórias

para ensinar conceitos abstratos’’.

A dimensão corporal irá favorecer uma condição básica para que as crianças

desenvolvam a motricidade, realizando atividades motoras através dos jogos e

brincadeiras e conhecer os diferentes tipos de movimentos que envolvem. O ato

motor para criança vai além de simplesmente deslocar-se no espaço, através do

lúdico ela se expressa e interage.

Haverá organização do espaço e disposição de materiais pedagógicos,

seleção de atividades, jogos e organização do tempo das aulas, promovendo-as em

um ambiente seguro. Para a realização dos jogos e atividades apresentados nesta

Unidade, utilizarei materiais simples, alguns confeccionados pelos alunos e

professor e outros materiais que estão disponíveis na escola e as atividades foram

retiradas de livros e outras adaptadas pela autora desta Unidade.

A confecção dos materiais irá ocorrer no contra turno e quando tiver a

participação dos alunos, ocorrerá no turno que o aluno estuda. As aulas ocorrerão

com prática didática contextualizada e organizada com relação interdisciplinar com a

disciplina de Educação Física.

O professor pode criar algumas maneiras para registrar o avanço dos alunos

na aprendizagem, criando uma ficha de avaliação motora, contendo tudo o que a

criança executa. Essa ficha irá auxiliá-lo no decorrer do trabalho e será muito útil, no

caso de mudança do professor.

Os alunos serão avaliados através da participação, em um segundo momento

será registrado as dificuldades e avanços em um relatório. Segue exemplo abaixo:

RELATÓRIO DESCRITIVO DE ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO

ESTABELECIMENTO:

MUNICÍPIO:

ALUNO (A):

DATA DE NASCIMENTO:

MATRICULADO(A) E FREQUENTANDO A EDUCAÇÃO INFANTIL – PRÉ

ESCOLAR

TURMA: TURNO:

HORAS PREVISTAS: HORAS TRABALHADAS:

1.RELATÓRIO BIMESTRAL EM RELAÇÃO ÀS ÁREAS DO

DESENVOLVIMENTO:

1.1 MOTOR:

1.2 COGNITIVO:

1.3 SÓCIO - AFETIVO:

2. MEDIDAS DE MEDIAÇÃO:1

1 Observar e relatar o que o aluno não assimilou, e através de recursos de intervenção pedagógica e

metodologia diferenciada revisar o conteúdo, oferecendo subsídios para trabalhar as dificuldades de aprendizagem.

REFERÊNCIAS

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