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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

ESTUDO SOBRE A UTILIZAÇÃO DOS JOGOS NAS AULAS DE

MATEMÁTICA COM ALUNOS DO CURSO DE FORMAÇÃO DE

DOCENTES PARA CONTRIBUIR NA SUA FORMAÇÃO DE

EDUCADORES.

Anita Elizete Steinbach1 José Ricardo Souza2

Resumo

O presente artigo trata da implementação de um projeto educacional, desenvolvido durante o Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE – 2013/2014, aplicado aos alunos do 3º ano do Curso de Formação de Docentes, do Colégio Estadual João Manoel Mondrone, no município de Medianeira na disciplina de Metodologia do Ensino da Matemática, visando oportunizar estudo, discussões, confecção de jogos e aplicação desses jogos. O tema pesquisado foi desenvolvido tendo a preocupação com a formação de futuros professores, para que eles conheçam e utilizem diferentes metodologias ao ensinar matemática, pensando nessa questão e por termos diferentes possibilidades metodológicas para o ensino da matemática, os jogos se destacam por sua potencialidade para o desenvolvimento do pensamento matemático, tendo assim uma melhoria significativa no processo ensino-aprendizagem, de modo que esse estudo contribua de forma significativa na formação destes futuros educadores.

Palavras-chave: Formação de professores. Jogos matemáticos. Educação

matemática.

Introdução

Considero que os professores foram, são e continuarão a ser atores sociais

imprescindíveis, diante disso, a formação deles deve merecer a atenção de toda a

sociedade, pois apesar das grandes modificações vividas nos últimos anos,

principalmente com as novas tecnologias, ainda temos em algumas escolas uma

relação entre saber, professor e aluno pautado na transmissão de conhecimentos,

modelo esse de ensino tradicional, onde o professor é o único detentor do saber e

os estudantes como ouvintes memorizam os conteúdos.

Hoje, a profissão de docente não pode mais ser vista como um professor que

domina o conteúdo das disciplinas e a técnica para transmiti-los, agora lhe é exigido

que se trabalhe com um conhecimento que está em construção.

1 Professora do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional – Paraná. Núcleo Regional de

Educação de Foz do Iguaçu. E-mail:[email protected].

2 Professor Doutor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) , Campus de Foz do

Iguaçu.

Se atualmente o professor não pode se deter somente em transmitir

conhecimentos, então qual é o papel do professor? Segundo Starepravo (2009):

O professor deve provocar a construção do conhecimento, propondo bons problemas! Esses problemas devem gerar conflitos cognitivos nos alunos, que os levarão a (re)elaborar o próprio pensamento (STAREPRAVO, 2009a, p. 43).

Enquanto professores devemos formular boas perguntas e mediar discussão

envolvendo todos os alunos, tendo assim a possibilidade de ouvir as diferentes

ideias formuladas por eles e compreender as diferentes formas de raciocínios,

dando também a oportunidade do aluno perceber diante de um possível erro o que

ocasionou esse erro, para assim apropriar-se do conhecimento.

Aprender por si só é um trabalho difícil e a matemática não deixa de ser

também, pois exige uma transformação dos conhecimentos já adquiridos e para que

isso aconteça faz-se necessário um entusiasmo, um bem-estar em realizá-lo.

Na minha vivência3 no Curso de Formação de Docentes é comum ouvir da

dificuldade em aprender matemática, que essa disciplina é difícil, “bicho-papão”, e

que aprender matemática é privilégio de poucos, devido a alguns acontecimentos da

vida escolar desses alunos, como, memorizar a tabuada, listas intermináveis de

“continhas” e problemas, x e y que passaram a atormentar também. Muitos deles,

por não gostar da matemática também afirmam que escolheram ser professores da

pré-escola ou anos iniciais, pois segundo eles não há muita matemática envolvida.

É possível que a problemática não esteja somente na dificuldade desses

alunos em aprender Matemática, mas como ela vem sendo trabalhada nas aulas,

por isso entre diferentes possibilidades metodológicas para o ensino da matemática,

os jogos se destacam por sua potencialidade para o desenvolvimento do

pensamento matemático, tendo assim uma melhora significativa no processo ensino-

aprendizagem.

Nesse sentido,

... a inserção de jogos no contexto escolar aparece como uma possibilidade altamente significativa no processo ensino-aprendizagem, por meio do qual, ao mesmo tempo em que se aplica a ideia de aprender brincando, gerando interesse e prazer, contribui-se para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social dos alunos (RIBEIRO, 2009, p. 19).

3 Há dez anos trabalhando com o Curso de Formação de Docentes.

Analisando a formação desses futuros educadores, e principalmente pela

oportunidade que tenho em trabalhar a disciplina de Metodologia do Ensino de

Matemática no Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos

iniciais do Ensino Fundamental, percebo que em seus planejamentos e na

realização da docência no 4º ano, não há a utilização de jogos em seus planos de

aula, como recurso didático ou alternativa metodológica para o ensino da

matemática, contudo o intuito do projeto foi propor uma reflexão com os alunos do 3º

ano desse curso de Formação de Docentes sobre a importância e utilização de

jogos no ensino da matemática, reflexão essa realizada através de estudo teórico,

pesquisa, confecção de jogos e aplicação desses.

Tendo como objetivo geral oportunizar estudo, discussões e confecção de

jogos aos alunos do 3º ano do Curso de Formação de Docentes, e aplicação desses

para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, de modo que esse estudo contribua

de forma significativa na formação desses futuros professores.

Para o alcance desse objetivo geral estabelecemos os seguintes objetivos

específicos: debater, discutir sobre o jogo como recurso metodológico no processo

ensino aprendizagem com os alunos do 3ºFormação de Docentes; identificar quais

são as dificuldades de aprendizagem dos alunos de 6ºano mais frequentes

encontradas pelos professores; possibilitar a construção de jogos aos alunos do 3º

Formação de Docentes de modo que esses auxiliem no processo ensino

aprendizagem dos alunos do 6ºano; compreender na prática a importância do jogo

no ensino de conteúdos matemáticos.

2. Refletindo sobre o Ensino da Matemática por meio de jogos

A visão que a sociedade tem hoje com relação à Matemática está atrelada

como uma disciplina exata, de repetições de fórmulas e que está longe da realidade

vivenciada pelos alunos. De acordo com Thompson citado por D’Ambrosio,

Muitos indivíduos consideram a matemática uma disciplina com resultados precisos e procedimentos infalíveis, cujos elementos fundamentais são as operações aritméticas, procedimentos algébricos e definições e teoremas geométricos. Dessa forma o conteúdo é fixo e seu estado pronto e acabado. É uma disciplina fria, sem espaço para a criatividade (THOMPSON, apud. D’Ambrosio, 1993a, p. 35).

Os alunos precisam perceber que a matemática é uma disciplina dinâmica,

que possui espaço para a criatividade em solucionar problemas vivenciados dentro

da realidade social em que está inserido. De acordo Lakatus, citado por D’Ambrosio,

...a Matemática evolui através de um processo humano e criativo de geração de ideias e subsequente processo social de negociação de significados, simbolização, refutação, e formalização. Na usa gênese o conhecimento matemático evolui da resolução de problemas provenientes da realidade ou da própria construção matemática (LAKATUS, apud. D’Ambrosio, 1993b, p. 35).

Lorenzato (2008), também nos coloca com clareza o que é ensinar,

Ensinar é dar condições para que o aluno construa seu próprio conhecimento. Vale salientar a concepção de que há ensino somente quando, em decorrência dele, houver aprendizagem. Note que é possível dar aula sem conhecer, entretanto não é possível ensinar sem conhecer. (LORENZATO, 2010, p. 3).

Todo conhecimento matemático a ser construído pelo aluno deve partir

daquilo que ele possui, daquilo que o aluno sabe, no entanto cada professor deve

adequar às suas necessidades e de acordo com a sua realidade social, por isso a

maneira que o professor aplica os conteúdos matemáticos em suas aulas é um dos

fatores que mais podem auxiliar nesse processo de construção do conhecimento.

Diante disso os jogos exercem um papel importante na construção desses

conceitos matemáticos por serem desafiadores aos alunos e por estimular a sua

criatividade.

Para referenciar teoricamente este importante papel realizado pelos jogos em

Smole, Diniz e Milani (2007), para quem:

Com relação ao trabalho com a matemática, temos defendido a ideia de que há um ambiente a ser criado na sala de aula que se caracterize pela proposição, pela investigação e pela exploração de diferentes situações problema por parte dos alunos. Também temos afirmado que a interação entre os alunos, a socialização de procedimentos encontrados para solucionar questões e a troca de informações são elementos indispensáveis em uma proposta que visa uma melhor aprendizagem da matemática. Em nossa opinião, o jogo é uma das formas mais adequadas para que a socialização ocorra e permita aprendizagem (SMOLE; DINIZ; MILANI, 2007a, p. 13).

O uso de jogos e brincadeiras como metodologia de ensino nas escolas é

uma ideia bastante difundida desde o século XIX, segundo Fröebel citado por

Starepravo (2009),

Fröebel defendia a importância dos jogos de brincadeiras na educação infantil, salientando seu papel na exteriorização do pensamento e na construção de conhecimento. Na chamada Escola Ativa, os jogos e brincadeiras eram tidos como instrumentos essenciais de aprendizagem, recebendo papel de destaque na organização do trabalho escolar (STAREPRAVO, 2009b, p. 19).

Muito tem se discutido sobre a importância do jogo e da brincadeira no

processo de desenvolvimento das crianças, de acordo com Grando, “tanto os

trabalhos de Piaget, quanto os de Vygostsky e seus respectivos seguidores,

apontam para a importância dos jogos no desenvolvimento da criança”. (Grando,

apud Ribeiro, 2009, p. 19)

Dependendo do papel que o jogo exerce na construção dos conceitos

matemáticos, seja como material de ensino seja como o de conhecimento, na

concepção de Piaget, o jogo assume a característica de promotor da aprendizagem

da criança, a criança compreende a estrutura lógica do jogo e, consequentemente, a

estrutura matemática presente neste jogo.

É pelo fato do jogo ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças, que em todo lugar onde se consegue transformar em jogo a iniciação à leitura, ao cálculo, ou à ortografia, observa-se que as crianças se apaixonam por essas ocupações comumente tidas como maçantes (MUNARI, 2010, p. 99).

O destaque que o jogo nas propostas de ensino da matemática vem

assumindo parecem justificar a sua importância, tornando-se relevante analisar esta

tendência metodológica num ponto de vista teórico, para que possamos estar

conscientes do uso correto do jogo nas aulas de matemática. Para tanto Moura

(2010), nos coloca,

... a importância do jogo está nas possibilidades de aproximar a criança do conhecimento científico, levando-a a vivenciar “virtualmente” situações de solução de problemas que a aproximem daquelas que o homem “realmente” enfrenta ou enfrentou (MOURA, 2010, p. 94-95).

Sendo assim, o estudo da palavra jogo assume vários sentidos, sendo tantos

e tão variados os trabalhados nas escolas (jogos de faz-de-conta, jogos individuais,

brincadeiras...) tornando difícil caracterizá-lo, por isso buscou-se referenciais básicos

segundo os autores Smole, Diniz e Milani (2007) em Kamii (1991) e Krulik (1993),

compreendendo que:

- o jogo deve ser para dois ou mais jogadores, sendo, portanto, uma atividade que os alunos realizam juntos; - o jogo deverá ter um objetivo a ser alcançado pelos participantes, ou seja, ao final, haverá um vencedor; - o jogo deverá permitir que os alunos assumam papéis interdependentes, opostos e cooperativos, isto é, os jogadores devem perceber a importância de cada um na realização dos objetivos do jogo, na execução das jogadas, e observar que um jogo não se realiza a menos que cada jogador concorde com as regras estabelecidas e coopere, seguindo-as e aceitando suas consequências; - o jogo precisa ter regras preestabelecidas que não podem ser modificadas no decorrer de uma jogada, isto é, cada jogador dever perceber que as

regras são um contrato aceito pelo grupo e que sua violação representa uma falta; havendo o desejo de fazer alterações, isso deve ser discutido com todo o grupo e, no caso de concordância geral, podem ser impostas ao jogo daí por diante; - no jogo, deve haver a possibilidade de usar estratégias, estabelecer planos, executar jogadas e avaliar a eficácia desses elementos nos resultados obtidos, isto é, o jogo não dever ser mecânico e desprovido de significado para os jogadores (SMOLE; DINIZ; MILANI, 2007b, p. 13-14).

A escola muitas vezes não tem o cuidado que o jogo em si merece, por

entender que o jogo seja uma atividade somente recreativa, como um passatempo,

muitas vezes é visto como uma atividade que gera bagunça e indisciplina em sala.

Quando trabalhamos com jogos em sala de aula, não podemos deixar de lado

a dimensão lúdica que o envolve. Ele por si encanta, desafia, traz barulhos,

movimentos, alegria para a sala de aula, onde normalmente está configurada como

um espaço onde há carteiras enfileiradas, livros, cadernos, quadro-negro, lápis,

entre outros que por si só não estimulam a aprendizagem e o desenvolvimento de

habilidades matemáticas.

Deve-se ter o cuidado para que haja sempre uma dimensão de ludicidade nos

jogos que envolvem conceitos matemáticos, para que os alunos sintam-se

motivados a participar das atividades com interesse e entusiasmo.

Para referendar essa dimensão lúdica nos jogos, vale citar a observação de

Smole, Diniz e Milani (2007), que ao comentarem sobre a ludicidade nos jogos,

dizem:

Por sua dimensão lúdica, o jogar pode ser visto como uma das bases sobre a qual se desenvolve o espírito construtivo, a imaginação, a capacidade de sistematizar e abstrair e a capacidade de interagir socialmente. Entendemos que a dimensão lúdica envolve desafio, surpresa, possibilidade de fazer de novo, de querer superar os obstáculos iniciais e o incômodo por não controlar todos os resultados. Esse aspecto lúdico faz do jogo um contexto natural para o surgimento de situações-problema cuja superação exige do jogador alguma aprendizagem e um certo esforço na busca por uma solução (SMOLE; DINIZ; MILANI, 2007c, p. 12).

Hoje já sabemos que, há uma associação muito importante entre a dimensão

lúdica e a dimensão educativa, pois o jogo não enfatiza o erro do jogador como

sendo seu fracasso, algo frustrante, mas sim permite que ele desenvolva

habilidades, iniciativas, autonomia, onde seus erros, seus avanços, suas respostas,

podem ser revistos, para assim descobrir em que pode melhorar para alcançar o

sucesso ou então entender por que aconteceu.

O trabalho com jogos numa perspectiva metodológica de resolução de

problemas consiste em tratar de situações que não possuem solução pronta e que

exigem que o aluno combine conhecimentos e decida-se pela melhor maneira de

usá-los em busca de soluções.

Problema dentro dessa perspectiva metodológica pode ser considerado toda

situação que permita alguma problematização, enfrentamento e resolução não

compreendendo apenas o que é exigido, mas também a melhor aplicação de

técnicas ou fórmulas e a obtenção da resposta correta, além disso, ter atitudes de

investigação em relação ao que foi proposto como obstáculo a ser enfrentado.

Nesse sentido,

... destaca-se a importância da metodologia de Resolução de Problemas como uma abordagem que confere significado ao conhecimento matemático(...). Com essa metodologia o aluno constrói as noções e conceitos matemáticos como ferramentas para resolver problemas. A atividade de ensino nessa metodologia não parte de conceitos e definições matemáticas, seguidas de uma lista de exercícios de aplicação direta dos conceitos. Pelo contrário, os conceitos matemáticos são construídos significativamente no processo de resolução de problemas (RIBEIRO, 1999, p. 44).

É necessário ter clareza dos objetivos a serem alcançados para que se possa

saber problematizar, formular perguntas que façam sentido.

As problematizações devem ter como objetivo alcançar os conceitos, as

habilidades necessárias de determinado conteúdo, além de garantir a formação do

indivíduo independente, capaz de entender e usar regras e procedimentos,

formando o indivíduo por inteiro.

É preciso compreender com clareza o papel que os jogos exercem na

aprendizagem matemática para que possamos usá-los como instrumentos

importantes, nos quais os alunos usem estratégias próprias e não simplesmente

apliquem técnicas ensinadas anteriormente.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática também apontam a

utilização do jogo como um importante recurso metodológico,

... um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver (PCN, 1997, p. 36).

Portanto, espera-se que os futuros professores estejam sempre repensando o

encaminhamento que estão dando às suas aulas, que possam perceber o potencial

metodológico dos jogos, como sua utilização pode tornar as aulas de matemática

mais interessantes, prazerosas e proveitosas para os seus alunos e que o principal

objetivo que devem ter em mente é que os alunos realmente aprendam, que saibam

agir com autonomia e iniciativa diante dos problemas.

[...] a introdução de jogos nas aulas de Matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem (J.BORIN, apud. Satrepravo, 2009c, p. 11).

3. As Etapas

A presente pesquisa foi realizada no Colégio Estadual João Manoel Mondrone

– Ensino Fundamental, Médio, Profissional e Normal de Medianeira – Paraná, com a

turma do 3º ano do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos

Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na disciplina de Metodologia do Ensino da

Matemática, no primeiro semestre de 2014.

O trabalho foi desenvolvido através de algumas etapas, a primeira delas foi

apresentar o Projeto e a Unidade Didática ao diretor, equipe pedagógica,

professores e funcionários do Colégio, apresentação essa realizada na Semana

Pedagógica em Fevereiro, salientando os objetivos e a importância do mesmo para

os alunos do Curso de Formação de Docentes, bem como solicitando a contribuição

de todos para o sucesso da aplicação. Houve nesse momento uma boa

receptividade por parte de todos os presentes, tendo então apoio de todos

principalmente da direção e equipe pedagógica do Colégio.

Num segundo momento, no início do ano letivo o Projeto foi exposto aos

alunos do 3º Formação de Docentes, apresentando como seria realizado, seus

objetivos, o porquê deste estudo, sua importância, a necessidade do

comprometimento de todos para o efetivo entendimento da importância do uso dos

jogos no Ensino da Matemática. Após a apresentação do projeto os alunos se

sentiram muito motivados para realização do mesmo, principalmente pelo fato de

terem a teoria aliada com a prática.

Comecei o estudo do Jogo como sendo este uma proposta metodológica ao

Ensino da Matemática investigando o conhecimento e entendimento que os alunos

possuem sobre o tema em questão para isso solicitei que escrevessem sobre: O que

é jogo e qual a sua utilização em sala de aula.

A próxima etapa foi um estudo de textos selecionados por mim referente a

utilização de jogos no Ensino da Matemática. Para realização desse estudo a turma

foi dividida em cinco grupos, onde cada grupo recebeu um texto com título e autor

diferente dos demais, para serem lidos, analisados e discutidos pelos grupos.

Segue abaixo a relação dos textos que foram trabalhados:

1- Capítulo 1: Origem dos Jogos. KISHIMOTO, Tizuko Morchida.

2- Capítulo 1: Por que e para que utilizar jogos no ensino da matemática.

BORIN, Júlia.

3- Capítulo 1 – Jogos na Educação Matemática. RIBEIRO, Flávia Dias

4- Capítulo 1 – Jogos nas aulas de matemática (pg. 09 a 13). SMOLE, Kátia

Stocco; DINIZ, Maria Ignez; MILANI, Estela.

5- Capítulo1 – O jogo como estratégia de ensino. LARA, Isabel Cristina Machado

de.

Terminada a leitura e discussão do texto pelo grupo cada integrante do grupo

recebeu uma música infantil para separação de novos grupos, os alunos cantaram

essas músicas e se reuniram por igualdade de canção formando assim novos

grupos.

A dinâmica da música para formação de novos grupos foi bem aceita pelos

alunos tornando esse momento descontraído, possibilitando também a formação de

grupos com aceitação de todos, sem que nenhum aluno ficasse sobrando.

Nesses novos grupos cada aluno explicou e expôs as ideias principais do seu

texto, também ouviu os apontamentos dos demais textos pelos colegas. Momento

esse que os alunos se sentiram mais a vontade para fazer as colocações sobre o

seu texto, pois estavam expondo para um pequeno grupo, como se fosse uma roda

de conversa, não se sentiram expostos na frente da sala para todos, conseguindo

assim explicar o seu texto com mais clareza.

Após essa breve explanação dos textos nos grupos, abrimos para o grande

grupo em forma de círculo para discussão e apontamentos centrais da professora –

pesquisadora e da turma. Esses apontamentos tiveram foco naquilo que eles já

sabiam sobre o tema (Jogo no Ensino da Matemática), o que era novo para eles e o

que eles acharam de importante para a sua formação.

Além dos textos citados acima trabalhei também com o texto: Planejando o

trabalho com os jogos. (pg.13 a 20). SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez;

MILANI, Estela.

Nesse texto foram explorados conceitos importantíssimos para a formação

desses alunos enquanto futuros professores, pois como eles estão num curso a

nível médio, em sua maioria sem experiência em sala de aula, faz-se necessário a

explanação de conceitos como:

- Formas de propor e explorar os jogos nas aulas de matemática;

- Como escolher o jogo;

- Planejando o trabalho com os jogos;

- Como apresentar um jogo aos alunos;

- Como organizar a classe para jogar;

- Qual o tempo para jogar;

- Como explorar o jogo.

E após o estudo do texto citado acima, apresentei aos alunos do 3º ano de

Formação de Docentes dois jogos confeccionados por mim, eles tiveram a

oportunidade de compreender melhor o direcionamento adequado que deve ser

dado ao jogo. O primeiro jogo foi Escravos de Jó, jogo esse de treinamento, onde os

conteúdos envolvidos foram tabuada e multiplicação e o segundo jogo, Dominó da

Divisibilidade, jogo de construção que envolveu o conteúdo de divisibilidade.

No jogo Escravos de Jó referente a tabuada percebi que as mesmas também

apresentaram dificuldade em responder tabuadas do 7, 8 e 9, bem como a

dificuldade por parte de alguns alunos no que diz respeito a coordenação motora ao

acompanhar o ritmo da música. No início pensaram no jogo como uma brincadeira,

mas no decorrer começaram pensar em estratégias para conseguir a vitória.

No jogo dominó da divisibilidade a maioria dos alunos fizeram contas no

rascunho não se lembraram da regra de divisibilidade, após várias jogadas pedi que

deixassem o jogo pronto e terminado para que observassem a maneira como ficou a

sequencia dos valores no dominó, com a observação de todos fomos relembrando

junto às regras de divisibilidade, após o conhecimento das regras tiveram uma nova

oportunidade de jogar e percebi que nesse momento as jogadas e as estratégias

mudaram.

Outra etapa dessa pesquisa foi a visita a Unioeste no PTI em Foz do

Iguaçu/Pr, para conhecer o Laboratório de Matemática da Unioeste, onde fomos

recepcionados por alunos do curso de Matemática que fazem parte do PIBID

(Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), eles nos mostraram a

estrutura da Instituição, a Biblioteca, salas de estudo, salas de aula, refeitório e o

laboratório de matemática, onde fomos recepcionados pelo professor orientador

dessa pesquisa, prof. Dr. José Ricardo Souza, após o aluno Fernando então nos

explicou e apresentou a lousa digital e alguns jogos confeccionados pelos alunos do

curso de matemática que fazer parte do projeto PIBID, unomatemática, dorminhoco,

trilha, os alunos do Curso de Formação de Docentes foram então convidados a jogá-

los.

4. OS RESULTADOS

Quando solicitei que os alunos escrevessem sobre o que é jogo e qual sua

utilização em sala de aula percebi que os alunos do Curso de Formação de

Docentes entendem o jogo como uma brincadeira, uma atividade física ou

recreativa, algo divertido de se fazer. Vejamos alguns depoimentos:

Para mim o jogo em sala de aula é uma maneira divertida de aprender, aprender brincando. (Aluno 1). Jogo é uma brincadeira onde podemos entrosar mais com as pessoas, se divertir como também pode haver muita disputa causando discussões. (Aluno 2). Jogo é uma atividade divertida que toda criança gosta, pois distrai e além de tudo ajuda a desenvolver várias partes do corpo tanto física ou psicológica. (Aluno 3). Jogo para mim envolve uma brincadeira com competição, onde há regras a serem seguidas. É jogada por mais de um jogador onde ambos são rivais. Pode envolver atividade física ou o raciocínio lógico. (Aluno 4).

Declarações como estas comprovam a necessidade de se fazer um estudo

teórico com diferentes autores sobre a utilização do jogo em sala de aula como

recurso metodológico, bem como confecção e aplicação de jogos, aliando assim a

teoria com a prática, para que os futuros professores tenham clareza da real

importância do uso dos jogos nas aulas de matemática.

Após o estudo de textos de diferentes autores, discussões, debates, os

alunos elaboraram um novo texto sobre a importância do jogo na aprendizagem de

conteúdos matemáticos. Segue alguns trechos dos textos:

Os jogos que eram como passatempos antes, agora são vistos como uma maneira de estimular e desenvolver os alunos, fazendo com que a matemática seja algo mais fácil de se compreender. (Aluno 1) Os jogos no contexto escolar é uma possibilidade altamente significativa no processo de ensino e aprendizagem, a ideia de aprender brincando, gerando interesse e prazer, motivando o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social dos alunos. (Aluno 2) Sabemos que a matemática está em praticamente tudo e muitas vezes ela se torna chata de se compreender, e é aí que os jogos entram. Numa sala de aula, os alunos inquietos não querem prestar atenção na aula e o professor que já vivencia isso muitas vezes tem os jogos como uma metodologia diferente para que as crianças aprendam de forma lúdica. Mas antes de aplicar o jogo, o professor deve planejar, jogar, conhecer todas as regras para melhor aplicação. (Aluno 3). Ao longo da colonização do Brasil, os povos imigrantes trouxeram consigo seus costumes, sua religião e sua cultura, que no decorrer do tempo sofreram influências no processo de miscigenação dos povos, entre eles as brincadeiras, lendas, contos, superstições e jogos que foram se adaptando com as necessidades que vinham sendo apresentadas pelos aprendizes. (Aluno 4) Atualmente os jogos não são mais vistos e entendidos como passatempo para o aluno, e sim como algo que desenvolve a criança como um todo, sendo nos aspectos sociais (interação), lúdico educativo e na resolução de problemas. Tendo também um papel importante no desenvolvimento do raciocínio, organização, autonomia, curiosidade, atenção e socialização de modo que o estudante busque estratégias para alcançar seus objetivos e se torne vencedor. (Aluno 5). O jogo perde o título de passatempo e vem trazer às salas de aula, o prazer de aprender, trazendo lúdico à vida dos alunos. Devemos sempre ter nossos objetivos a serem alcançados com os jogos muito claros, pois os jogos são vistos como um método de aprendizagem que quando bem planejado muito eficaz. (Aluno 6).

Após ler os textos dos alunos, pude então perceber que houve avanços no

que se refere ao entendimento dos alunos sobre a importância do uso de jogos em

sala de aula, pois em suas primeiras colocações, como já havia comentado, os

alunos consideravam o jogo somente como uma atividade recreativa, uma

brincadeira ou atividade física, diante dos estudos de textos teóricos e debates seus

apontamentos foram outros.

Os alunos perceberam a importância da utilização de jogos nas aulas de

matemática, onde este deve trazer sempre situações desafiadoras, interessantes

que motivem os alunos a participarem ativamente do jogo todo o tempo, permitindo

que os jogadores se auto avaliem e percebam as causas de suas decisões,

analisando suas jogadas e dos demais jogadores.

O jogo permite também uma mudança significativa nos processos de ensino e

aprendizagem, quando esse trabalho é bem planejado e orientado, auxiliando no

desenvolvimento de habilidades como: observação, análise, levantamento de

hipóteses, reflexão, tomada de decisão, argumentação e organização, que estão

relacionadas ao raciocínio lógico.

Nesse sentido,

...devemos refletir sobre o que queremos alcançar com os jogos, pois, quando bem elaborados, eles podem ser vistos como uma estratégia de ensino que poderá atingir diferentes objetivos que variam desde o simples treinamento, até a construção de um determinado conhecimento. Além disso, a utilização dos jogos vem corroborar o valor formativo da Matemática, não no sentido apenas de auxiliar na estruturação do pensamento e do raciocínio dedutivo, mas, também, de auxiliar na aquisição de atitudes. (LARA, 2005, p. 17-18).

Esse projeto também possibilitou aos alunos conhecer diferentes jogos

através de pesquisas em livros, na internet e na visita realizada ao Laboratório de

Matemática da Unioeste. Essa busca se deu com o objetivo de encontrar jogos que

motivassem os alunos de 6ºano a aprender matemática, dando enfoque as quatro

operações e a tabuada.

Nessa parte do projeto, onde os alunos conheceram jogos diferentes para o

ensino da matemática, puderam perceber como proceder em sala na aplicação de

jogos, como planejar a utilização dessa metodologia colocando todos os

conhecimentos adquiridos na prática.

Cada grupo de alunos da turma do 3ºano ficou responsável em pesquisar e

confeccionar dois jogos para serem aplicados a uma turma de 6ºano.

(Foto do acervo pessoal)

(Foto do acervo pessoal)

(Foto do acervo pessoal)

(Foto do acervo pessoal)

Além da aplicação do projeto com os alunos do 3º ano do Curso de Formação

de Docentes, também pude compartilhar ele com alguns professores de diferentes

municípios do Paraná, através do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), estes

profissionais com realidades e pontos de vistas diferentes que contribuíram muito

com minha pesquisa.

Segundo os participantes do GTR, referente ao trabalho desenvolvido com os

alunos do Curso de Formação de Docentes, quando questionados a respeito da

viabilidade de realização e relevância do projeto as opiniões foram:

Anita fiquei feliz ao ler seu projeto e com certeza terá pleno êxito em seu

cronograma de aplicação, pois está muito bem fundamentado e real.

Entre vários autores mencionados em seu projeto, me chama atenção

Moura ( 2010 ), em citar que a importância do jogo está nas possibilidades

de aproximar a criança do conhecimento científico, levando-a a vivenciar

“virtualmente” situações de solução de problemas que a aproximem

daquelas que o homem “realmente” enfrenta ou enfrentou. Estudos

desenvolvidos sobre potencialidades de utilizar jogos no processo ensino

aprendizagem, destacam-se pela importância deste recurso metodológico

na sala de aula. Seu Projeto de Intervenção Pedagógica tem como objetivo

principal facilitar o aprendizado de conteúdos matemáticos utilizando jogos,

estimulando o pensamento e contribuindo para que ocorra uma

aprendizagem significativa da matemática, escolhendo e utilizando

adequadamente jogos estimulantes, desafiadores, com regras pré-

estabelecidas, vinculados ao conteúdo. Parte-se do princípio de que cabe

ao professor buscar alternativas para desenvolver o conteúdo de forma

eficaz e desafiadora (Professora 1).

Sua produção didático-pedagógica está excelente, com certeza usarei nas

aulas de estágio com o 4° ano, pois eles farão regência de classe, e toda

sugestão, bem como o material didático é sempre muito bem vindo.

Acredito que nos estágios, os nossos alunos precisam fazer aulas

diferentes, levar para as escolas materiais diferentes e atrativos, até mesmo

porque fica como sugestão nas escolas.Trabalho no Curso de Formação de

Docentes, e também acredito que se quisermos uma escola diferente, mais

ativa, devemos investir na formação dos novos professores, oportunizando

a eles a apropriação teórica, a construção e aplicação dos jogos. em sala de

aula (Professora 2).

Acredito que a fundamentação teórica aliada as metodologias diferenciadas

favorecem o processo de ensino e aprendizagem. Ao ler a produção

didática-pedagógica, percebemos que os objetivos apresentam-se com

clareza e, com certeza irá contribuir para a formação dos futuros

professores, que poderão buscar maneiras diferenciadas para tornar o

ensino da Matemática mais prazerosa e eficaz (Professora 3).

O professor das séries iniciais muitas vezes utiliza os jogos para diversificar

suas aulas, mas nem sempre tem clareza da contribuição dos jogos e de

sua importância para o ensino e aprendizagem da matemática e,

normalmente são necessários, e em que momentos devem ser usados. Por

esse motivo considera-se importante trabalhar com os jogos na formação do

docente, fomentando discussões dentro da própria experimentação

(Professora 4).

Como foi boa a leitura dessa produção. Traz novas manifestações

metodológicas para o nosso trabalho docente. Compreender o que se está

fazendo e porque se pode fazer alguma coisa, desta ou daquela maneira é

motivador e estimulante. E é isso que o lúdico pode nos ajudar na prática

pedagógica, construir o conhecimento de forma prazerosa, entendendo todo

o processo de ensino, e não apenas a memorização. Tomando cuidado

para respeitar a idade do aluno para inserir o lúdico na prática docente

(Professor 5).

Comentários como estes nos encorajam ainda mais na busca de uma

formação de professores cada vez melhor, e nos remete a uma responsabilidade

ainda maior no que se refere ao ensino da matemática, ensino esse que leve o aluno

a construir seus conhecimentos matemáticos tendo para isso metodologias

diferenciadas, em especial nesse trabalho a utilização de jogos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados encontrados principalmente diante dos relatos apresentados

são suficientes para afirmar que os alunos do Curso de Formação de Docentes em

fase ainda de formação possuem pré-conceitos definidos por suas vivências

escolares que precisam ser trabalhados, um exemplo disso, é o conceito que os

mesmos tinham no que se refere ao jogo em sala de aula, conceito esse que mudou

após a realização de estudos teóricos e práticos sobre o tema jogos como recurso

metodológico para o ensino da matemática.

Fato esse comprovado nos comentários do trabalho final escrito pelos alunos.

Segue abaixo alguns deles:

Com o Projeto da professora Anita, percebi como o jogo é importante para o desenvolvimento da criança, pois ele facilita o aprendizado do aluno de forma lúdica e divertida. Através dos jogos bem planejados e com objetivos claros podemos desenvolver outras habilidades, como: raciocínio, organização, atenção, criatividade, concentração e a socialização (Aluna 1). Após muita teoria e prática em sala de aula com a professora Anita, tivemos a oportunidade de aplicar jogos que criamos para alunos do 6ºano, onde todos contribuíram, jogaram os jogos conforme as regras e combinados, recebemos muitos elogios desses alunos, foi uma experiência muito boa (Aluna 2) O momento da aplicação dos jogos após estudo e pesquisas sobre esse tema com o auxílio da professora Anita, foi o ápice desse projeto, pois os resultados foram positivos, pois colocamos em prática o que havíammos estudado no decorrer do projeto, nossas expectativas foram atendidas pois os alunos participaram com interesse respeitando as regras estipuladas para cada jogo (Aluna 3). Pode-se concluir que o uso do jogo em sala de aula deve associar as dimensões lúdicas e educativas que os mesmos apresentam, pois mesmo que o professor utilize jogos pedagógicos especialmente preparados para demonstrar os conceitos matemáticos, sem a ação de cada uma das crianças sob esse material não pode haver aprendizagem efetiva (Aluna 4).

Assim como houve a construção do conhecimento sobre a utilização de jogos

em aulas de matemática pelos alunos do Curso de Formação de Docentes, pode-se

perceber que o mesmo aconteceu com os alunos do 6ºano, que comprovaram

através de relatos como o jogo auxilia no processo ensino e aprendizagem de

conteúdos matemáticos.

Eu gostei muito, lembrei bastante sobre multiplicação e tabuada, também aprendi muitas coisas, Foi bom e gostaria que tivesse de novo. As atividades foram bem boladas. (Aluno 1 do 6ºano). Eu gostei muito dos jogos que participamos, foi muito divertido, aprendi mais a tabuada, agora acho que sei todas já. (Aluno 2 do 6ºano). O grupo de Formação de Docentes fez umas atividades bem diferentes

sobre operações de vezes, dividir, mais, menos e teve uma competição de tabuada, isso faz com que nós pense e decore a tabuada porque muita gente não sabe a tabuada. (Aluno 3 do 6ºano). Hoje, por quase duas aulas completas de matemática,fomos até a sala de reuniões com os alunos do 3º Formação de Docentes, Eles nos apresentara alguns jogos de tabuada e operações, Eu gostei muito de jogar porque foi uma forma divertida de aprender matemática. (Aluno 4 do 6º ano). Lá na sala de reuniões tava tudo diferente, foi muito legal pois os alunos do formação de docentes ensinaram a gente a ver o jeito legal de estudar a tabuada, todos gostaram e eu também. (Aluno 5 do 6º ano). Foi muito legal, eu percebi onde tinha mais dificuldade com a tabuada e comecei a estudar mais. Eu gostei muito dessa matemática, para mim foi maravilhosa essa aula com jogos e brincadeiras, queria muito que isso se repetisse centenas de vezes. (Aluno 6 do 6º ano) Gostei muito da atividade com jogos, a gente se divertiu enquanto estudava matemática e nem notamos isso, Eu acho que como eu, a maioria da sala adoraria se tivesse de novo. (Aluno 7 do 6º ano). Eu achei um modo divertido de aprender com os jogos, os alunos vão ter mais vontade de aprender o que a matemática tem para nos ensinar. Eu gostei muito de participar dessa aula. É um método inovador com que os alunos aprendem a matemática mais na foram oral e mental, assim eles sabem como agir no futuro. Assim as professoras também passam a conhecer mais rápido o modo de raciocínio de seus alunos. (Aluno 8 do 6º ano).

Os relatos dos alunos do 6ºano foram analisados pelos alunos do Curso de

Formação de Docentes, estes puderam perceber através da prática a importância de

se trabalhar a matemática de forma mais prazerosa e que ela é acessível a todos,

isso só depende de como é trabalhada.

Contudo com a utilização de jogos isso torna-se possível, uma matemática

sem traumas que trabalha todas as dimensões do aluno desde a cognitiva até a

social.

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