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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · busca de uma reflexão acerca desse tema, este Caderno Pedagógico traz a proposição de trabalho com três

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA CATALOGRÁFICA PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA – PDE/2013

Título: Possibilidades de participação da família na escola e suas contribuições

Autora Jane Carvalho

Área de ingresso no PDE Pedagogia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Manoel Antonio Gomes - EFMN

Rua Polônia, 905 – Centro – Reserva - Paraná

Município da escola Reserva

Núcleo Regional de Educação

Telêmaco Borba

Professor Orientador Drª. Maria Isabel Moura Nascimento

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Relação Interdisciplinar Gestão escolar. Organização do trabalho pedagógico.

Resumo

Uma das constantes queixas dos professores, equipes pedagógicas e diretores é a falta de participação dos pais ou responsáveis na escola. Muitas vezes atribui-se o baixo rendimento dos alunos a esse distanciamento da família da escola. Como, então, envolver a família/responsáveis no processo ensino aprendizagem e em que aspectos? De que participação se necessita? Em busca de uma reflexão acerca desse tema, este Caderno Pedagógico traz a proposição de trabalho com três seguimentos da comunidade escolar: os professores, pedagogos e direção, como agentes promotores da participação; os alunos do 6º ano do ensino fundamental, como elo entre a escola e a família/responsáveis e os pais desses alunos. As atividades de implementação serão organizadas em forma de encontros dos diferentes grupos, com leitura de textos, vídeos, discussões e atividades variadas, procurando fomentar o interesse das famílias/responsáveis na vida escolar de seus filhos e oportunizar momentos de participação.

Palavras-chave Família/escola. Melhoria da aprendizagem. Participação.

Formato do Material Didático Caderno Pedagógico

Público Alvo Professores, pedagogos e direção, alunos do 6º ano do ensino fundamental e pais de alunos.

APRESENTAÇÃO

Pensar sobre educação e os processos formativos dos seres humanos é

uma tarefa muito complexa, devido aos múltiplos fatores que interferem sobre

os indivíduos. Escola e família são as principais instituições formadoras e recai

sobre elas a tarefa de preparar os novos membros da sociedade. Partindo

disso, nos propomos a analisar a necessária parceria entre essas duas

instituições. A participação da família na escola tem sido muito incentivada pela

mídia e desejada pelos educadores, como forma de melhoria da qualidade de

ensino.

Este material se destina ao trabalho de intervenção numa escola pública,

que oferta Ensino Fundamental e Médio, porém o trabalho se concentrará com

os professores e alunos de Ensino Fundamental, bem como os pais desses

alunos, especificamente do 6º ano, para que se possa dar prosseguimento às

ações nos anos consecutivos até se alcançar a totalidade da escola. Como se

pretende que este trabalho seja tomado de forma coletiva pela escola, a equipe

pedagógica e direção também devem participar dessas discussões e

processos de construção de uma nova prática pedagógica.

Para se verificar se a participação dos pais influencia no desempenho

escolar dos alunos, serão necessárias várias outras ações, que não são

possíveis no período que se tem para intervenção na escola. Porém,

poderemos estabelecer quais são as expectativas dos professores com relação

à participação dos pais. Também identificar como a escola é vista pelos pais e

o que estes esperam dela. E estimular um ambiente participativo na escola

trazendo diversas possibilidades de participação da família nas atividades da

escola.

Este Caderno Pedagógico, produzido em uma das etapas do Programa

de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação

do Paraná, está organizado em três unidades, sendo que, na Unidade I – A

ESCOLA COMO PROMOTORA DA PARTICIPAÇÃO, pretende-se um trabalho

de reflexão com os professores, equipe pedagógica e direção, buscando

clareza nos objetivos que a escola tem com relação à participação dos

pais/responsáveis na vida escolar dos seus filhos e na escola. Tendo a escola

como promotora e articuladora dos processos de participação, já que

raramente esta acontecerá de forma espontânea.

Na Unidade II – CONQUISTANDO ALIADOS, o foco do trabalho de

intervenção será o aluno, como o elo entre escola e família, e a causa dos os

esforços de ambas, já que o que se pretende é a melhoria da qualidade de

ensino e aprendizagem. Serão discutidos temas sobre a família e suas

funções, relacionamento intrafamiliar e expectativas dos alunos com relação as

suas famílias.

Por último, e não menos importante, a Unidade III – PAIS E ESCOLA:

UMA RELAÇÃO PARA ALÉM DA ENTREGA DE BOLETINS, busca uma

parceria com as famílias, pais e/ou responsáveis, trazendo-os a refletir sobre

as funções sociais e legais da família e as possibilidades que se abrem para

que possam participar efetivamente da vida escolar de seus filhos e também da

comunidade escolar.

Desejamos que este material possa, além de subsidiar a intervenção

pedagógica, instigar novas discussões sobre a temática da participação da

família na escola, buscando-se uma cultura participativa e a melhoria da

qualidade de ensino aprendizagem, principal objetivo do trabalho pedagógico.

Jane Carvalho

Professora PDE 2013

UNIDADE I

A ESCOLA COMO PROMOTORA DA PARTICIPAÇÃO

Nesta unidade, queremos refletir como a escola, na figura dos

professores, equipe pedagógica e direção, promove um ambiente que estimule

a participação dos pais/responsáveis na vida escolar de seus filhos e na

escola. Deseja-se analisar em que aspectos a família pode contribuir para a

melhoria da qualidade do ensino aprendizagem.

Para tanto, as atividades aqui organizadas se destinam aos professores,

equipe pedagógica e direção. Serão realizados com este grupo dois encontros

de estudo com o objetivo de traçar estratégias de aproximação com as famílias

e planejamento de ações para promover maior participação desta na vida

escolar de seus filhos.

QUE PARTICIPAÇÃO DESEJAMOS?

A parceria da família e da escola na educação das crianças e jovens é

garantida constitucionalmente, como vemos no art. 205:

Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração da

sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu

preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988)

Portanto, a articulação da escola e da família faz-se extremamente

necessária, já que são igualmente responsáveis pela formação dos jovens. O

que ocorre, muitas vezes, é que, ao invés dessas duas instituições

complementarem-se, elas se tornam oponentes e tentam empurrar uma para a

outra as responsabilidades e a culpa por seus fracassos. A família deixa por

conta da escola questões sobre moral, bons costumes, higiene, orientação

sexual e muitas vezes até saúde, enquanto a escola responsabiliza a família

pela não aprendizagem do aluno. Para ilustrar isso, vamos analisar um texto

adaptado do trabalho da professora PDE, Reinildes Leia da Rocha, onde se

apresenta uma situação de comunicação muito comum entre escola e família,

que é o bilhete. Esse texto, embora fictício, não é muito longe do que muitas

vezes fazemos com o intuito de trazermos a família a participar da vida escolar

de nossos alunos.

ENCONTRO I

Bilhete para Dona Maria:

FONTE: Adaptado do trabalho da Professora PDE, Reinildes Leia da Rocha. Disponível em:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/produções_pde/2009_ue

m_pedagogo_md_reinildes_leia_da_rocha.pdf

Fazer queixas sobre o comportamento e o baixo desempenho dos

alunos é um dos principais motivos que nos levam a procurar a família. É

necessário que a escola assuma uma postura de superação de seus limites,

recuperando sua função social que é ensinar conhecimentos científicos e

incentivar as famílias que assumam suas funções de formadoras de caráter.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 4º

discorre:

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do

Poder Público assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos

direitos referentes à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte,

ao lazer, à profissionalização, à cultura, à liberdade e a convivência

familiar e comunitária (BRASIL, 1990).

Quando cada uma das instituições cuida bem de sua área de interesse

não ocorre uma sobrecarga de responsabilidades sobre ninguém.

A participação dos pais nas escolas tem sido, atualmente, bastante

almejada nas escolas e muito incentivada pelo governo e sociedade.

Programas como, Amigos da Escola, Semana da família na escola, além de

propagandas na TV, tem tentado estimular as famílias a participar cada vez

mais das atividades da escola. Mas poucas vezes se questiona como ou com

que objetivos será esta participação.

Quando nos propomos a pensar no como? Temos várias alternativas: as

reuniões de pais e mestres podem ser a primeira a ser indicada, temos também

Prezada Profª. Tânia 24/06/2012 Seu aluno Tiago, não veio para casa depois da aula, só chegou ao anoitecer, não fez o dever de casa e dormiu sem tomar banho. Peço por favor, que tome providências. Dona Maria

Prezada Dona Maria

18/06/2012

Seu filho Tiago tem chegado

atrasado às aulas. Hoje ele fez

somente a metade das

atividades, incomodou os colegas

com conversa na hora da

explicação dos exercícios, enfim

brincou o tempo todo.

Peço encarecidamente que tome

providências.

Professora Tânia

a APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários), o Conselho Escolar,

Visitas a Feiras de Ciências, promovidas pela escola, além de Comemorações

de dias especiais (pais, mães, dia da pátria, entre outros). A participação da

família e comunidade na escola também pode ocorrer por meio de

correspondências, visitas, atividades recreativas e palestras educativas.

Já ao pensar no Porquê? A resposta parece óbvia demais, é para que o

aluno possa ter um melhor desempenho escolar. Afinal, ‘se os pais participam

o aluno vai melhor nos estudos’. Bom deve ser verdade, já que uma das

primeiras justificativas para o aluno que vai mal é a falta de participação dos

pais em reuniões escolares. Esta explicação juntamente com a falta de

interesse do aluno e a carência cultural, é a mais difundida entre os

professores nos meios escolares.

[...] a influência de fatores extra-escolares no rendimento escolar ocupava o primeiro plano. Características dos alunos e de seu ambiente familiar eram relacionadas com o desempenho na escola, em busca dos determinantes do baixo rendimento. Assim, alta densidade habitacional, desejo de trabalhar logo, ausência dos pais nas reuniões convocadas pela escola, desinteresse dos pais frente às tarefas escolares de seus filhos, autoritarismo dos pais nas práticas de criação infantil, pouca interação verbal e ausência de hábitos de leitura no lar eram considerados variáveis independentes que poderiam responder por um baixo rendimento escolar (Poppovic,1972, apud: PATTO, 2010, p.145).

Como vemos, essas explicações para o fracasso escolar não são tão

recentes. Poppovic argumenta sobre as causas do fracasso escolar tendo a

família e suas condições de vida como a principal responsável por esse

fracasso. A ‘falta de Cultura’ das classes mais empobrecidas da sociedade é

tida como a principal vilã e a escola se isenta de qualquer responsabilidade, a

não ser, a de não estar preparada para trabalhar com essa ‘clientela’, já que os

alunos não têm ‘pré-requisitos’ para aprender o que a escola ensina.

Essa concepção elimina a possibilidade de sucesso daqueles alunos

oriundos das classes populares e faz da escola uma instituição que reforça as

diferenças sociais ao invés de promover a igualdade.

Porém, não é essa a escola que queremos. Desejamos uma escola

emancipadora, que atenda as necessidades de todos os alunos, uma escola

que ensine seus conteúdos, mas que acima de tudo ensine a pensar.

Desejamos também que as famílias não sejam simplesmente progenitoras,

mas que participem da vida de seus filhos, inclusive da escolar.

Devemos partir do princípio de que a família gostaria de participar muito mais das atividades da escola, e só não o faz porque não tem tempo, não sabe como fazer, ou tem medo de ser intrometida. A escola precisa receber a família com respeito, cordialidade e atenção. Para formar vínculos de parceria é necessária dedicação e continuidade das ações.

Após as discussões, o grupo deverá listar de que maneiras a família

pode estar participando da vida escolar de seus filhos e que atitudes os

professores podem assumir para facilitar o acompanhamento dos

pais/responsáveis das atividades escolares.

Esse material será incluído no Projeto Político Pedagógico da escola

com o intuito de serem atitudes permanentes do corpo docente e gestores.

• Você acredita que a participação da família na escola é determinante para o sucesso do aluno?

• De que formas a escola espera a participação da família?

• De que maneiras os professores, equipe pedagogia e direção, podem possibilitar a participação das famílias na escola?

REFLETINDO

O CONSELHO DE ESCOLA NA DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO

ESCOLAR

PARO, Vitor Henrique. O conselho de escola na democratização

da gestão escolar. In: BICUDO, M. A. V. (Org.) Formação do

educador e avaliação educacional. Rio Claro: UNESP, 1999.

Imagem 1 – Conselhos Escolares

FONTE: http://conselhoescolarsemed.blogspot.com.br/2013/05/publicacoes-dos-conselhos-

escolares_3155.html

ENCONTRO II

• Como os professores e funcionários da escola podem transformar o Conselho Escolar num espaço efetivamente democrático?

• De quem é a responsabilidade em incentivar a participação dos pais ou responsáveis?

REFLETINDO

UNIDADE II

CONQUISTANDO ALIADOS

Nesta unidade, nosso objetivo é conhecer quem são nossos alunos e

suas famílias e como eles se veem dentro desta instituição, quais são suas

expectativas e crenças.

Os alunos são a razão de todo trabalho escolar e o elo entre escola e

família. Para fazer da escola um espaço participativo precisamos

primeiramente conquistar a confiança e a participação dos alunos. Não há

como alcançar a parceria com pais/responsáveis se os alunos não gostam da

escola ou não se sentem acolhidos nela. É preciso conhecer ao máximo

possível nossos alunos para tê-los como aliados nesse trabalho.

Com esse grupo, formado por alunos do 6º ano do ensino fundamental,

serão realizados três encontro onde se discutirá sobre a família e sua

organização. As atividades a serem realizadas serão lúdicas e informais a fim

de conhecer o universo familiar dos alunos.

DE QUE FAMÍLIA ESTAMOS FALANDO?

Nos dias atuais temos novas configurações de família. Poucas vezes

encontramos famílias numerosas como antigamente, com pai, mãe, vários

filhos e filhas, avôs e avós, tios e tias, primos e primas, cunhados e cunhadas,

genros e noras, netos e netas, bisnetos e bisnetas (Sayão; Aquino, 2006).

Onde uma família crescia a cada novo casamento e que os filhos eram

consequência desse casamento para o crescimento desse clã, chamado

família. O sentimento de pertença e a tradição de um nome eram o ponto de

convergência dos interesses de uma família que era constituída por laços

consanguíneos e por laços afetivos. A cultura, os costumes, as crenças eram

passadas às novas gerações em situações informais ou através de rituais

praticados por aquela comunidade familiar e absorvidos de maneira prática

pelos novos integrantes daquele clã.

Hoje, as famílias têm configurações bem diferentes, ao contrário de

antes, elas são formadas por poucas pessoas, basicamente por pais, mães e

um ou dois filhos, esta, por sinal, é a configuração que mais se aproxima da

estrutura da família tradicional. Antes, o começo de uma família era uma união

através do casamento, ai então vinham os filhos para completar esta família, e

este casamento se mantinha para que se mantivesse o nome, a propriedade, a

ENCONTRO I

família. Hoje, uma grande parte dos casamentos acontece depois que os filhos

chegam e em função deles. Também se dissolvem com muita facilidade,

transformando as estruturas das famílias e trazendo várias possibilidades de

constituição: mães e filhos, pais e filhos, avós e netos, tios e sobrinhos, mães,

filhos, enteados, padrastos e meio irmãos, enfim, infinitas maneiras de

composição familiar.

É com essas famílias que a escola conta nos dias de hoje e é a elas

que deve recorrer e ajudar em sua organização, para que as crianças e

adolescentes possam ter uma educação completa.

Ser família não é simplesmente morar junto e ter laços consanguíneos,

mas ter ligações afetivas e responsabilidades mútuas que dão a seus

integrantes sentimento de pertença a um grupo, mesmo que este seja

pequeno.

VÍDEO: Família – Titãs

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ONp5Z2bkTfE

Último acesso em: 27/11/2013

Família Titãs Família! Família! Papai, mamãe, titia Família! Família! Almoça junto todo dia Nunca perde essa mania... Mas quando a filha Quer fugir de casa Precisa descolar um ganha-pão Filha de família se não casa Papai, mamãe Não dão nem um tostão... Família êh! Família ah! Família! oh! êh! êh! êh! Família êh! Família ah! Família!... Família! Família! Vovô, vovó, sobrinha

Família! Família! Janta junto todo dia Nunca perde essa mania... Mas quando o nenêm Fica doente Uô! Uô! Procura uma farmácia de plantão O choro do nenêm é estridente Uô! Uô! Assim não dá pra ver televisão... Família êh! Família ah! Família! oh! êh! êh! êh! Família êh! Família ah! Família! hiá! hiá! hiá!... Família! Família! Cachorro, gato, galinha Família! Família! Vive junto todo dia

Nunca perde essa mania... A mãe morre de medo de barata Uô! Uô! O pai vive com medo de ladrão Jogaram inseticida pela casa Uô! Uô! Botaram cadeado no portão... Família êh! Família ah! Família! Família êh! Familia ah! Família! oh! êh! êh! êh! Família êh! Família ah! Família! hiá! hiá! hiá!...

Disponível em:

http://letras.mus.br/titas/48

973/

• Desenhe, depois descreva sua família.

• Você acha sua família grande ou pequena?

• Como você gostaria que sua família fosse?

REFLETINDO

FAMÍLIA: VIDE BULA

FAMÍLIA Identificação Família é o conceito que designa o grupo de pessoas associadas por relações de consanguinidade ou aliança, as quais podem viver sob o mesmo teto, ou não. Trata-se tanto da sucessão de indivíduos vivos num determinado momento que mantêm entre si tais relações, quanto do conjunto de entes que têm uma ancestralidade comum, incluindo aqueles que a ela se agregam, seja de modo perpétuo ou temporário. Mais recentemente, tem designado o grupo de parentes – sobretudo pais, mãe e filhos – constituído por laços de casamento e filiação ou, excepcionalmente, adoção. Em sentido genérico, refere-se à soma de pessoas unidas por características, convicções ou interesses semelhantes, o que acaba gerando, em cada um de seus integrantes, o sentimento de pertença àquele grupo exclusivo. Composição Pai e mãe; filhos e filhas; irmãos e irmãs; tios e tias; primos e primas; avôs, avós; netos e netas; sobrinhos e sobrinhas; sobrinhos-netos e sobrinhas-netas; tios-avôs e tias-avós; bisavôs e bisavós; bisnetos e bisnetas; primos e primas de segundo grau; padrastos e madrastas; meios-irmãos e meias-irmãs; enteados e enteadas; sogros e sogras; genros e noras; cunhados e cunhadas; concunhados e concunhadas, além de agregados dos mais variados tipos. Âmbito de ação Família é uma instituição secular que, historicamente, se define pela ligação estreita e íntima entre pessoas que se dispõem a conviver e partilhar suas experiências vitais – com destaque para a guarda e criação das novas gerações segundo as regras da tradição própria, bem como os usos e costumes típicos de determinado tempo e espaço. Na atualidade, tal instituição tem apresentado configurações atípicas, o que resulta em efeitos imprevisíveis e, portanto, sem garantia comprovada de eficácia ou segurança.

Prazo de validade No que se refere aos laços de consanguinidade, o prazo de validade é eterno. Pais, filhos, avós, tios e primos, entre outros, não perdem por completo suas propriedades básicas, mesmo depois de desaparecidos. Quanto aos laços por aliança, o prazo de validade é indeterminado. Observar a qualidade dos efeitos provocados. Se eficazes e seguros, indica-se uma administração contínua. Se não, o prazo de validade está expirado. Conservação O lócus ideal de conservação é a casa, antes denominada lar. Trate-se do local que deve contar com hábitos regulares e amistosos, a fim de permitir a circulação dos afetos e o despertar da autonomia, resguardando diferenças e singularidades de cada um. Se assim ambientada à vivência familiar, seu princípio ativo é garantido à custa de um mínimo constrangimento para seus componentes. Reações adversas A família é um grupo razoavelmente bem tolerado pelos indivíduos, sobretudo na infância e velhice. Na juventude, pode provocar reações adversas intensas, mas a continuidade e persistência das ações, quando valorosas, podem amenizar tais efeitos. Na vida adulta, estimula ou intensifica algumas reações de mal-estar (dor de cabeça, insegurança, noites maldormidas etc.). Em geral, tais efeitos costumam ser superados ao longo do tempo, mas tendem a se repetir com incidência indeterminada. Interrupção do convívio A suspensão do convívio só deve ocorrer quando se constatar que a ação produzida se tornou prejudicial aos integrantes do grupo – ou a um deles. Nesse caso, é preciso atenção adicional para que seus efeitos, já tóxicos, não se potencializem a ponto de causar fragilização psíquica, principalmente nos mais novos. Superdosagem O uso abusivo das ações familiares, mormente relacionado à superproteção por

ENCONTRO II

parte dos pais, pode gerar dependência, sobretudo na infância e ao término da juventude. Os sintomas resultantes da superdosagem costumam ser reversíveis, se imediatamente acompanhados por ações que precipitem a responsabilidade e a liberdade rumo à vida adulta. Interações As ações familiares são necessárias e, salvo melhor juízo, suficientes apenas no início da vida de um indivíduo. Imediatamente após, torna-se imprescindível a interação com outras instituições, em especial a escola. É esta que mediará o envolvimento do indivíduo com o mundo público. Para que a interação com a escola produza resultados benéficos, os tempos e espaços de atuação desta e da família devem ser diferenciados, porém complementares. Em situações em que são constatadas práticas invasivas mútuas, a reação é oposta à esperada por ambas. Indica-se, portanto, uma relação de delegação confiante e discrição respeitosa entre as partes. Indicações Na infâncias e na juventude a aplicação das ações familiares é fundamental. Entretanto, resultados benéficos equivalentes podem ser obtidos na ausência formal delas, apenas se acompanhadas pela tutela adulta compromissada, traduzida em múltiplos cuidados, com destaque para os de ordem afetiva. Na vida adulta, as ações familiares são sempre presentes. Trata-se do momento da vida de cuidar tanto dos parentes ascendentes quanto dos descendentes, às vezes dos colaterais. A decisão de iniciar um novo núcleo familiar é optativa, mas, uma vez iniciada, é obrigatório honrar a decisão tomada. Na velhice, uma ambiência familiar que resulte em acolhimento e gratidão é condição

sine qua non para o bem-estar cotidiano e para uma despedida digna. Contra-indicações Laços familiares são contraindicados para ególatras, narcisistas e pessoas não generosas em geral. Ainda, filhos como projeto narcísico ou objeto de consumo, frutos da pressão social, são veementemente contra indicados. Precauções Indica-se cuidado extremo com a pseudo-orientação proveniente da literatura de autoajuda. Esta costuma confundir seus consumidores por meio do uso de chavões, clichês e promessas vagas de redenção, os quais produzem efeitos perniciosos e contraproducentes. Recomenda-se ainda prudência em relação à oferta de serviços profissionais dos intitulados “especialistas” que se dedicam às mazelas familiares. Sugere-se abstinência desse tipo de ajuda em toda e qualquer circunstancia em que estiver latente a ideia de família “doente”, “desestruturada”, “instável” etc. Advertências Se todas as informações contidas nesse prólogo não tiverem sido suficientemente elucidativas, só resta o consolo da literatura. Que se evoquem, então, os efeitos medicinais de Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Adélia Prado, Manoel de Barros e Cia. SAYÃO, Rosely; AQUINO, Julio Groppa. Família: modos de usar. Campinas, SP: Papiros, 2006, p. 9 - 12. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=ilz DVcDA0JUC&printsec=frontcover&dq=fam%C3%ADlia&hl=ptBR&sa=X&ei=wliMUfy_EqTL0QG94oCIBw&ved=0CEIQ6wEwAw#v=onepage&q=fam%C3%ADlia&f=false

Após reflexão e discussão, os alunos produzirão um texto no formato de

Receita (família ideal: ingredientes e modos de preparo). Essa produção será

apresentada na reunião com os pais.

•Na sua opinião em que fase da vida de uma pessoa é mais importante ter uma família? Por quê?

•Pensando na família como se fosse um tipo de alimento, quais seriam os ingredientes necessários e o modo de preparo para a família ideal?

REFLETINDO

Disponível em: http://www.projetopassofundo.com.br/principal.php?modulo=texto&com_codigo=15027& tipo=texto

ENCONTRO III

MÃES MÁS

CARLOS R. S. HECKTHEUER

Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente, para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes:

Eu os amei o suficiente para ter perguntado: aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.

Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.

Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram da mercearia (ou revistas do jornaleiro) e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queremos pagar".

Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, por duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.

Eu os amei o suficiente para os deixar ver, além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.

Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.

Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até me odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.

Estou contente, venci ... Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem

a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má: "Sim ... nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo ... As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam os filhos comerem vendo televisão

"Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e fuçava nos nossos emails). Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis do trabalho infantil. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalho que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer. Ela insistia conosco para lhe dizermos sempre a verdade, e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina, para que não saíssemos. Tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer.

"Enquanto todos podiam voltar tarde à noite, com 12 anos, nós tivemos que esperar pelos 16 para chegar mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar). Por causa da nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência. Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. Foi tudo por causa dela.

"Agora, que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o melhor para sermos "pais maus", como a nossa mãe foi."

Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: Não há suficientes "Mães Más".

Após as discussões sobre a família os alunos do 6º ano, farão uma

enquete na escola, para saber sobre o envolvimento das famílias na vida

escolar dos seus filhos. Os resultados serão tabulados e apresentados no

mural da escola, nas reuniões com os pais e professores.

• Sua família conhece seus professores e sua escola?

• Sua família pergunta sobre sua tarefas e avaliações?

• Você gosta ou gostaria que sua família participasse dos eventos e atividades sociais da sua escola?

REFLETINDO

UNIDADE III

PAIS E ESCOLA: UMA RELAÇÃO PARA ALÉM DA

ENTREGA DE BOLETINS

Nesta unidade, nosso trabalho será voltado para os pais/responsáveis,

procurando criar novas situações de participação, numa perspectiva de

fortalecimento das relações escola – família.

Um dos principais objetivos é trazer discussões de questões pertinentes

à relação pais e filhos, que de forma geral se refletem nas relações professores

e alunos. Além disso, proporcionar condições de criação de vínculos de

confiança e familiarização da família com as questões da escola.

Nesse grupo de pais/responsáveis serão realizados quatro encontros

onde serão discutidos algumas questões sobre participação e relacionamento

pais e filhos, também são previstas algumas participações dos alunos.

O QUE É PARTICIPAÇÃO?

A palavra participação pode apresentar sentidos diferentes em algumas

situações, mas o que pretendemos definir aqui é no sentido de colaboração, de

trabalhar junto, de contribuir, de opinar, de decidir coletivamente, de fazer

parte, de estar ciente dos processos que ocorrem numa determinada instituição

escolar. A participação é parte de um movimento de gestão democrática onde

a comunidade ou seus representantes “[...] são envolvidos no estabelecimento

de objetivos, na solução de problemas, na tomada de decisões, no

estabelecimento e manutenção de padrões de desempenho [...]” (LÜCK et. al.,

2000, p.15), onde as metas não são de interesses particulares, mas coletivos,

para a melhoria do processo pedagógico.

Nesse sentido a participação passa a ser uma ferramenta contra o

autoritarismo, contra o abuso de poder, contra a corrupção ou qualquer espécie

de tirania. Ela é porta de entrada para a autonomia e o exercício da cidadania.

Não se trata porem, de isentar o Estado de suas responsabilidades

primordiais de criação, manutenção e melhoria das escolas, depositando essas

sobre as famílias, funcionários, professores e diretores, mas trata-se de buscar

melhorar qualitativamente os serviços prestados pela instituição escolar como

sendo propriedade coletiva, como nos aponta Pedro Demo:

ENCONTRO I

É um traço profundamente negativo o fato de a população não se

sentir compromissada com suas próprias soluções, atirando-as sobre

o governo. A escola não é reconhecida como interesse próprio, como

direito fundamental, mas tão somente como dever do Estado (DEMO,

1993, p. 68).

A escola do meu bairro não é só uma instituição pública qualquer, ela faz

parte da minha vida, da vida dos meus filhos, dos meus netos. As memórias

que se tem dela fazem parte do que sou ou do que serão aqueles que por ela

passarem. O sentimento de pertencimento faz com que os alunos, professores

e funcionários se refiram a ela como ‘a minha escola’, e é com esse sentimento

que precisamos participar dela.

• Qual é o vínculo que você tem com a escola de seu filho?

• Como você participa ou gostaria de participar da escola de seu filho?

• Em que aspéctos você gostaria de influenciar na escola?

REFLETINDO

EDUCANDO FILHOS

PAI E MÃE - ACORDEMOS ENQUANTO TEMOS TEMPO...

... Era quarta-feira, 08h00min. Cheguei a tempo na escola do meu filho.

–“Não se esqueçam de vir à reunião de amanhã, é obrigatória” – Foi o que a

professora tinha dito o dia anterior.

- “Que é que essa professora pensa! Acha que podemos dispor facilmente do

tempo que ela diz? Se ela soubesse quanto era importante a reunião que eu tinha as

8:30!” Dela dependia uma boa negociação e... tive que cancela-la! Lá estávamos nós,

mães e pais, e a professora começou a tempo, agradeceu nossa presença e começou a

falar. Não lembro o que ela disse, minha mente estava pensando em como ia resolver

esse negocio tão importante, já imaginava comprando aquela televisão nova com o

dinheiro.

- “João Rodrigues!” – escutei de longe – “Não está o pai do João?” – diz a

professora.

- “Sim, eu estou aqui” – contestei indo para receber o boletim escolar do meu

filho.

Voltei pro meu lugar e olhei o boletim.

–“Para isso foi que eu vim? Que é isso?” O boletim estava cheio de seis e setes.

Guardei rapidamente, para que ninguém visse como tinha se saído meu filho. De

volta pra casa ia aumentando ainda mais minha raiva, cada vez que pensava:

-“Mas, se eu dou tudo pra ele, não tem faltando nada! Agora ele vai ver!”.

Cheguei, entrei em casa, fechei a porta de uma batida e gritei:

- “Vem pra cá João!”

João estava no quintal, correu para abraçar-me.

–“Papai!” – “Nada de papai!” o afastei de mim, tirei o meu cinturão e não

lembro quantas vezes bati ao mesmo tempo em que falava o que pensava dele.

– “Agora vai pro teu quarto!”

João foi chorando, sua face estava vermelha e a sua boca tremia. Minha esposa

não falou nada, só mexeu a cabeça num gesto de negação e entrou na cozinha.

Quando fui para cama, já mais tranquilo, minha esposa me entregou o boletim

do João, que tinha ficado dentro do meu casaco, e diz:

- “Leia devagar e depois pense numa decisão...” Bem no começo estava escrito:

BOLETIM DO PAPAI

Pelo tempo que teu pai dedica para uma conversa contigo antes de dormir 6,0

Pelo tempo que teu pai dedica para brincar contigo 6,0

Pelo tempo que teu pai dedica para te ajudar com as tarefas 6,0

Pelo tempo que teu pai dedica para te levar de passeio com a família 7,0

Pelo tempo que teu pai dedica para te ler um livro antes de dormir 6,0

Pelo tempo que teu pai dedica para te abraçar e te beijar 6,0

Pelo tempo que teu pai dedica para assistir televisão contigo 7,0

Pelo tempo que teu pai dedica para escutar tuas dúvidas ou problemas 6,0

Pelo tempo que teu pai dedica para te ensinar coisas 7,0

Média 6,22

ENCONTRO II

As crianças tinham qualificado aos pais. O meu deu para mim 6 e 7

(sinceramente eu tinha merecido 5 ou menos)

Me levantei e corri para o quarto dele, o abracei e chorei. Teria gostado voltar no

tempo... Mas isso não é possível.

João abriu os olhos ainda inchados pelas lagrimas, sorriu, me abraçou e disse:

- “Eu te amo papai!” Fechou os olhos e dormiu.

Acordemos pais! Aprendamos a dar o valor certo a aquilo que é mais importante

em relação aos nossos filhos, já que disso depende o sucesso ou fracasso nas suas vidas.

Já pensou qual seria a 'nota' que seu filho daria para você hoje?

Autor desconhecido.

Disponível em: http://profgilbertocantu.blogspot.com.br/2013/07/pai-e-mae-

acordemos-enquanto-temos-tempo.html

Leitura do texto: Família: Vide bula

SAYÃO, Rosely; AQUINO, Julio Groppa. Família: modos de usar. Campinas, SP: Papiros, 2006. P. 9 – 12.

VÍDEO: Carlos Ávila – Educando filhos: De quem é a culpa?

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9VdM72iR3gA

Último acesso em: 28/11/2013

Analise as imagens:

Imagem 2 – Nossos Filhos

Fonte: http://amarildocharge.wordpress.com/2010/03/05/1053/

Imagem 3 – EDUCAÇÂO 1969-2009

Fonte: http://blog.cev.org.br/laercio/files/educacao_1969_2009.jpg

Após as discussões alguns alunos apresentarão os textos produzidos

por eles: “Receita da Família Ideal”.

• Que valores são necessarios ensinarmos a nossos filhos para que sejam pessoas de bem?

• Analisando a imagem 3, descreva o que mudou na postura dos pais com o passar dos anos quanto a educação dos filhos.

REFLETINDO

AUTORIDADE X AUTORITARISMO

Apresentação de slides baseados no texto: A autoridade da

família: o poder familiar e o processo educacional - da

professora PDE: Marcia Roseli Mierzva

VÍDEO: Limites Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aYDQJgNfHsg Último acesso em: 28/11/2013

Imagem 4 – Pais autoritários

FONTE: http://humanasaude.com.br/novo/materias/4/pais-autorit-rios-t-m-mais-filhos-

delinquentes_20817.html

ENCONTRO III

•De que forma é possivel estabelecer limites aos filhos sem sermos autoritários?

•Que princípios você concidera necessários para a educação de uma criança?

REFLETINDO

INSTÂNCIAS COLEGIADAS

As instâncias colegiadas são órgãos criados dentro das instituições

escolares para dar legitimidade e suporte às decisões tomadas pela

comunidade escolar. São sem fins lucrativos e formadas por representantes de

vários segmentos. Entre os órgãos colegiados estão:

- O Grêmio Estudantil e o Conselho de Representantes de Turma, constituídos

exclusivamente pelos alunos.

- O Conselho de Classe, formado por todos os professores de uma

determinada turma, equipe pedagógica e direção, e ainda pelos alunos

representantes da turma.

- O Conselho Escolar - É um órgão colegiado composto por membros da

comunidade escolar e da sociedade local, escolhidos por meio de eleição direta

entre seus pares. Tem poder mobilizador, consultivo, deliberativo e fiscal sobre

questões político pedagógicas, financeiras e administrativas.

Eles representam as comunidades escolar e local, atuando em

conjunto e definindo caminhos para tomar as deliberações que são de

sua responsabilidade. Representam, assim, um lugar de participação

e decisão, um espaço de discussão, negociação e encaminhamento

das demandas educacionais, possibilitando a participação social e

promovendo a gestão democrática. (BRASIL, 2004, p.35)

Uma de suas atribuições é participar da construção coletiva do Projeto

Político Pedagógico da escola e de sua avaliação periódica. Tendo claro o

projeto de sociedade que se pretende, “a escola e a comunidade se identificam

no enfrentamento não só dos desafios escolares imediatos, mas dos graves

problemas sociais vividos na realidade brasileira.” (BRASIL, 2004, p.38)

A necessidade de instituição universal de Conselhos Escolares,

expressa no Plano Nacional de Educação, não garante que haja verdadeira

participação democrática da sociedade na escola. Essa participação precisa

ser estimulada e alimentada. E qualquer membro da comunidade escolar ou

local pode mobilizar ações de incentivo à participação, essa não é uma função

exclusivamente do diretor, embora ele seja membro nato desse órgão, não

depende somente dele sua efetivação.

- A APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários) - Outro órgão

colegiado composto por pais, professores e funcionários da escola, na forma

de associação, que trata prioritariamente das questões financeiras da

instituição. Além de ser responsável por verbas recebidas do governo ainda

ENCONTRO IV

pode promover ações para angariar fundos para melhoria das condições

estruturais da escola, seja física ou pedagógica. Tem ainda, juntamente com o

Conselho Escolar, a função de “colaborar na solução dos problemas do aluno,

professor, funcionário e do estabelecimento.” (CEMAG, 2005, p.9)

Sua diretoria é constituída por eleição em assembleia geral com número

proporcional de seus pares.

Após as discussões serão apresentados os estatutos e os integrantes da

APMF e Conselho Escolar da atual Gestão.

• Você conhece os órgãos colegiados da escola de seu filho?

• Já participou de algum?

• Tem interesse em participar de algum deles? Qual?

REFLETINDO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A participação da família na escola é apenas uma das questões que

precisam ser estudadas, discutidas e incentivadas pela comunidade escolar.

No entanto é uma questão muito ampla com vários aspectos a serem

considerados e com graus de dificuldades variados.

O trabalho aqui apresentado é praticamente insignificante dentro da

gama de ações que são possíveis desenvolver a esse respeito. Ele não dá

conta de elencar todas as possibilidades de participação da família na escola e

suas contribuições, mas pode ser o ponto de partida para uma prática de

participação ou até mesmo uma cultura de participação.

Por pretender interferir em questões culturais, as ações previstas no

projeto de intervenção não serão suficientes para alcançar os seus objetivos.

Este trabalho precisa ter continuidade servindo apenas como referência para

um trabalho muito maior e com todas as esferas da comunidade escolar.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Ministério das Comunicações, 1988. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente 8069/90. Brasília. MEC 2004. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Conselhos Escolares: democratização da escola e construção da cidadania. Brasília - DF, 2004. Caderno 1, 57 p. COLÉGIO ESTADUAL MANOEL ANTONIO GOMES – CEMAG. Associação de Pais, Mestres e Funcionários. Estatuto da APMF. Reserva, 2005. 23 p. DEMO, Pedro. Participação é Conquista: noções de política social participativa. São Paulo: Cortez, 1993. HECKTHEUER, CARLOS R. S. Mães más. Disponível em: http://www.projetopassofundo.com.br/principal.php?modulo=texto&con_codigo=15027&tipo=texto LÜCK, Heloísa. et. al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.166 p.

MIERZVA, Marcia Roseli. A autoridade da família: o poder familiar e o processo educacional. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense: produção didático-pedagógica, 2008. Curitiba: SEED/PR., 2011. V.2. (Cadernos PDE). Disponível em: www.gestaoescolar. diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=20 . Acesso em: 28/11/2013. ISBN 978-85-8015-040-7.

PAI E MÃE - acordemos enquanto temos tempo... Disponível em:

http://profgilbertocantu.blogspot.com.br/2013/07/pai-e-mae-acordemos-

enquanto-temos-tempo.html . Acesso em: 28/11/2013

PARO, Vitor Henrique. O conselho de escola na democratização da gestão escolar. In: BICUDO, M. A. V. (Org.) Formação do educador e avaliação educacional. Rio Claro: UNESP, 1999. PATTO, Maria Helena Souza. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010. 464 p. ROCHA, Reinildes Leia. A organização do trabalho pedagógico na escola: Propiciando o interesse do aluno para a aprendizagem. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense: produção didático-pedagógica, 2009. Curitiba: SEED/PR., 2012. V.2. (Cadernos PDE). Disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/ conteudo.php?conteudo=20. Acesso em: 28/11/2013.ISBN 978-85-8015-053-7.

SAYÃO, Rosely; AQUINO, Julio Groppa. Família: modos de usar. Campinas, SP: Papiros, 2006. P. 9 – 12. Disponível em: <http://books.google.com.br/ books?id=ilzDVcDA0JUC&printsec=frontcover&dq=fam%C3%ADlia&hl=ptBR&sa=X&ei=wliMUfy_EqTL0QG94oCIBw&ved=0CEIQ6wEwAw#v=onepage&q=fam%C3%ADlia&f=false>. Acesso em: 28/11/2013 Imagem 1 Cadernos do MEC - 12. Conselhos Escolares. 382 x 290 pixels. Formato JPEG. Disponível em: http://conselhoescolarsemed.blogspot.com.br/2013/05 /publicacoes-dos-conselhos-escolares_3155.html Acesso em: 28/11/2013. Imagem 2 Lima, Amarildo. Nossos Filhos. 500 x 335 pixels. Formato JPEG. Disponível em: http://amarildocharge.wordpress.com/2010/03/05/1053/. Acesso em: 28/11/2013 Imagem 3 CHAUNU, Emmanuel. Educação 1969-2009. Quest France, França, publicado em 22 abr. 2009. 822 x 558 pixels. Formato JPEJ. Disponível em: http://blog.cev.org.br/laercio/files/educacao_1969_2009.jpg ou http://www. ouest-france.fr/actu/economieDet_-Parents-et-enseignants-les-relations-e-crispent-_3636-906146_actu.Htm . Acesso em: 28/11/2013. Imagem 4 Pais autoritários. 350 x 234 pixels. Formato JPEG. Disponível em: http://humanasaude.com.br/novo/materias/4/pais-autorit-rios-t-m-mais-filhos-delinquentes_20817.html. Acesso em: 28/11/2013. VÍDEO: Família – Titãs. Apresentação baseada na música Família do Grupo Titãs. 3’ 31”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ONp5Z2bkTfE. Acesso em: 28/11/2013 VÍDEO: Educando filhos: De quem é a culpa? Vídeos para reflexão com o Psicanalista - Carlos Ávila. 13’00”. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=9VdM72iR3gA. Acesso em: 28/11/2013. VÍDEO: Limites. Apresentação criada por Vanuza Papacosta baseada no texto de Monica Monasterio. 7’21”. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=aYDQJgNfHsg . Acesso em: 28/11/2013 MÚSICA ANTUNES, Arnaldo. BELLOTTO, Toni. Família – Titãs. Duração 3’ 35’’ Álbum

Cabeça Dinossauro. 1986. Disponível em: http://letras.mus.br/titas/48973/ .

Acesso em: 28/11/2013.