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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Psicopedagogia pela Uniasselvi (2012) e Pedagogia Empresarial pelo ESAB ... bimestral (prova) e a possibilidade de interferência

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014

Título: O papel do Professor pedagogo: inquietações e dúvidas acerca das práticas avaliativas no Colégio Estadual José de Anchieta de Quedas do Iguaçu – PR.

Autora: Carla Maria Dotto

Disciplina/Área:

(ingresso no PDE)

Pedagogia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual José de Anchieta.

Município da escola: Quedas do Iguaçu

Núcleo Regional de Educação: Laranjeiras do Sul

Professor Orientador: Isabel Cristina Neves

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Centro-Oeste – Unicentro

Relação Interdisciplinar:

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Todas as disciplinas

Resumo:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

O presente projeto de pesquisa trata sobre a função do professor pedagogo e os caminhos percorridos por este profissional no Estado do Paraná a partir da década de 90, sua intervenção pedagógica no interior das escolas públicas, com ênfase no Colégio estadual José de Anchieta e as práticas avaliativas do Colégio Estadual José de Anchieta, de Quedas do Iguaçu – PR, dando ênfase à avaliação escrita, individual e bimestral (prova) e a possibilidade de interferência do pedagogo neste processo, propondo uma ação educativa mais próxima da necessidade dos alunos, uma vez que a mesma não tem possibilitado aos alunos um avanço no processo de aprendizagem.

Palavras-chave:

(3 a 5 palavras)

Pedagogo; escola pública; avaliação escolar; ensino-aprendizagem.

Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico

Público: (indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)

Professores e Pedagogos

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS

EDUCACIONAIS COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE

CADERNO PEDAGÓGICO

CARLA MARIA DOTTO

2014

CADERNO PEDAGÓGICO

Disponível em: http://www.piresdorio.ueg.br/conteudo/2353_pedagogia

O PAPEL DO PROFESSOR PEDAGOGO: INQUIETAÇÕES E

DÚVIDAS ACERCA DAS PRÁTICAS AVALIATIVAS NO

COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DE ANCHIETA DE QUEDAS DO

IGUAÇU - PR

Unidade temática apresentada ao

Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE – sob

orientação da Profa. Ma. Isabel

Cristina Neves.

GUARAPUAVA

2014

Disponível em: http://filoandreassis.blogspot.com.br/2013/02/dialogo-texto-escrito-pelo-professor.html

ÁREA/DISCIPLINA: Pedagogia

Breve Histórico de Carla Maria Dotto

Sou graduada em Pedagogia, com habilitação em Séries Iniciais e Matérias

Pedagógicas do 2º Grau, pela UFSM (2000) e pós-graduada em Orientação e

Supervisão Escolar pelas Faculdades Integradas do Vale do Itajaí (2002),

Psicopedagogia pela Uniasselvi (2012) e Pedagogia Empresarial pelo ESAB

(2012). Trabalhei como professora de séries iniciais e fui coordenadora

pedagógica em escola Municipal. Desde 2005 atuo como Professora Pedagoga

em Escolas Estaduais do município de Quedas do Iguaçu e atualmente

trabalho no Colégio Estadual José de Anchieta. No início de minha carreira no

Estado do PR, era difícil a formação de uma equipe pedagógica nos colégios,

pois as vagas estavam incompletas, o que dificultava ainda mais a realização

de um trabalho eficaz e com continuidade. Na atualidade, o quadro de

profissionais encontra-se completo, mas agora, nossa luta é no sentido de se

fazer cumprir nosso papel de pedagoga, em busca da efetiva construção do

conhecimento que leve o educando a uma formação crítica, de modo que

possa ser atuante na sociedade e, nós educadores possamos cada vez mais

nos comprometer com o desenvolvimento de nosso trabalho.

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.............................................................................................08

UNIDADE I ........................................................................................................11

1.1- CAMINHOS DO PROFESSOR PEDAGOGO DO PARANÁ DESDE A

DÉCADA DE 90.................................................................................................11

UNIDADE II .......................................................................................................15

2.1- O PAPEL DO PROFESSOR PEDAGOGO................................................15

UNIDADE III ......................................................................................................17

3.1- PAPEL DO PROFESSOR PEDAGOGO FRENTE À AVALIAÇÃO

ESCOLAR..........................................................................................................17

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS....................................................19

CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................25

CRONOGRAMA................................................................................................26

REFERÊNCIAS.................................................................................................26

ANEXOS............................................................................................................28

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Dada a heterogeneidade dos educandos que compõe a escola pública, o

pedagogo necessita de uma visão ampla sobre os fazeres e os saberes de sua

prática pedagógica. Muitas vezes essa ampla visão só ocorre quando este se

defronta com a sua prática, pois há uma grande dicotomia entre teoria e

prática, resultando num choque entre elas. Esta distância entre teoria e prática

pode ser apontada como um dos motivos da dificuldade de organizar e efetivar

sua prática, causando a descaracterização do papel do pedagogo. O

desenvolvimento deste trabalho com base na abordagem qualitativa utilizará

entrevistas, grupos de estudos, bem como a pesquisa bibliográfica, buscando

respostas para as principais dificuldades encontradas por esse profissional em

sua área de atuação.

Este Caderno Pedagógico faz parte das atividades do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, o qual se apresenta como valorização

dos professores da Rede Pública Estadual de Ensino do Estado do Paraná e

incentivo à formação continuada. O que queremos aqui estudar e discutir são

os principais fatores que levam o profissional Professor Pedagogo a não

formulação de conceitos sobre sua função ou uma identidade fundamentada,

comprovada, que possa ser vista e seguida por outros profissionais da mesma

área. Também discutiremos o papel do pedagogo e sua intervenção

pedagógica no interior das escolas públicas, especialmente no Colégio

Estadual José de Anchieta, bem como, analisaremos sua atuação frente às

práticas avaliativas deste colégio, dando ênfase à avaliação escrita, individual e

bimestral (prova) e a possibilidade de interferência do pedagogo neste

processo, propondo uma ação educativa mais próxima da necessidade dos

alunos, uma vez que ela não tem possibilitado um avanço no processo de

aprendizagem.

Este caderno pedagógico está estruturado em três unidades:

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- Unidade I – Caminhos do Professor Pedagogo do Paraná desde a

década de 90.

- Unidade II – O papel do Professor Pedagogo.

- Unidade III – Papel do Professor Pedagogo frente à avaliação escolar.

Cada unidade será formada pela fundamentação teórica pertinente ao

assunto bem como as atividades que serão desenvolvidas durante a

implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica – PDE, visando

esclarecer as dúvidas acerca da problemática levantada.

A implementação deste trabalho acontecerá no terceiro período do curso

PDE (março/abril/maio/2015) no Colégio Estadual José de Anchieta- Ensino

Fundamental e Médio, de Quedas do Iguaçu – Paraná e tem como público alvo

professores, pedagogos e direção do colégio.

Para o desenvolvimento deste caderno pedagógico serão utilizados

diversos textos, filmes, questionário (que será aplicado aos professores e

pedagogos do Colégio de modo aleatório), relatórios das discussões do grupo

de estudos, que juntos subsidiarão as discussões dos assuntos abordados.

Constará também o tempo previsto para cada atividade, os objetivos, os

recursos necessários, a fim de clarear questões relacionadas ao papel do

pedagogo na escola e o papel do pedagogo frente à avaliação do processo de

ensino- aprendizagem.

Este trabalho foi realizado sob a Orientação da Profa. Ma. Isabel Cristina

Neves do Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-

Oeste – UNICENTRO – campus de Guarapuava.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver um estudo acerca das inquietações do Professor Pedagogo

sobre sua prática educativa e sobre sua intervenção nas práticas

avaliativas do Colégio Estadual José de Anchieta, com vistas à

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identificar dificuldades que perpassam a Organização do Trabalho

Pedagógico na escola.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Realizar levantamento dos caminhos percorridos pelo Professor

Pedagogo no Estado do Paraná a partir da década de 90, que o levaram

a não formulação de conceitos e identidade próprios de sua função, que

possa ser seguida por novos profissionais da área.

Identificar as principais dificuldades encontradas pelo Professor

Pedagogo na organização e efetivação da sua prática, causando a

descaracterização do seu papel educativo.

Analisar e discutir o papel do pedagogo e sua intervenção na

Organização do Trabalho Pedagógico no Colégio Estadual José de

Anchieta.

Propor práticas avaliativas no Colégio Estadual José de Anchieta, de

Quedas do Iguaçu – PR, que priorizem avaliações escrita, individual e

bimestral (prova), com possibilidade de interferência do pedagogo neste

processo para uma ação educativa mais próxima da necessidade dos

alunos.

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CAMINHOS DO PROFESSOR PEDAGOGO DO PARANÁ DESDE A

DÉCADA DE 90

Desde que surgiu o homem, existe a educação, seja ela formal, informal

ou não-formal. A pedagogia, por realizar estudos específicos sobre a

educação, vem tentando manter-se como tal, uma vez que é vista pela maioria

dos profissionais da educação como uma profissão somente voltada para o

exercício da docência e não como especialista, como no caso dos Professores

Pedagogos que atuam em escolas públicas no Paraná. Conforme coloca

Libâneo:

Os próprios pedagogos – falo especificamente dos que lidam com a educação escolar – parecem estar se escondendo de sua profissão ao não fazerem frente às investidas contra a Pedagogia e ao exercício profissional dos pedagogos especialistas, adotando uma atitude desinteressada frente à especificidade dos estudos pedagógicos e aos próprios conteúdos e processos que eles representam. (2001, p.04)

A crise instalada na identidade do Professor Pedagogo não pode ser algo

que venha ser alimentado pelo próprio profissional, pois sendo ele o

responsável por estudar a teoria e a prática de educação não pode meramente

reduzir-se ao trabalho sobre as práticas escolares, e sim sobre um conjunto de

práticas.

Devemos, no entanto, atentar para as diferentes concepções sobre o

profissional Pedagogo, onde elas se apresentam, de modo geral, na

polarização de duas distintas concepções: uma que se expressa nos

documentos de associações de educadores como a Associação Nacional pela

Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE), Associação Nacional de

Política e Administração da Educação (ANPAE) e Associação Nacional de Pós-

Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), que entende a Pedagogia

como um curso de formação de professores e defende a licenciatura em

pedagogia, formando o profissional pedagogo para atuar predominantemente

na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. E, outra

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concepção que, apesar de compreender a docência como dimensão

constitutiva da pedagogia, sustenta que essa área do conhecimento não se

resume a um curso de graduação e propõe a formação do bacharel em

Pedagogia, compreensão defendida, por exemplo, por Libâneo (2006).

Saviani (2008, p.195), nos faz refletir sobre a realidade em que estamos

inseridos ao dizer que “a sociedade burguesa nos vem mostrando cada vez

com maior evidência que os problemas educacionais que ela mesma levanta,

ela é incapaz de resolver...”. A crise na educação e a crise na identidade do

Professor Pedagogo podem ser vistas como regras ditadas por uma sociedade

capitalista, onde interesses de uma minoria sempre se sobressaem. Esta ideia

fica clara nas palavras de Paulo Freire, quando ele diz:

Continuo bem aberto à advertência de Marx, a da necessária radicalidade que me faz sempre desperto a tudo o que diz respeito à defesa dos interesses humanos. Interesses superiores aos dos puros grupos ou de classes de gente. (1996, p.112)

Na educação não deveria pensar-se em ideias que beneficiem grupos e

sim um grande grupo, uma nação, onde todos tenham de fato seus direitos

iguais garantidos, conforme nos propõe a LDB 9394/96 art. 3º § I “igualdade de

condições para o acesso e permanência na escola”.

A ideia central que nos propomos pesquisar está baseada não somente

na falta de identidade do profissional em questão, mas de uma falha no sistema

educacional de uma forma mais ampla, como por exemplo, a falta de

entendimento acerca dos problemas educacionais. Isso se explica nas palavras

de Saviani:

[...] observei que Marx ao analisar a problemática histórica, chegou à conclusão de que é a partir do mais desenvolvido que se compreende o menos desenvolvido.

Ora, na sociedade atual, pode-se perceber que já não é possível compreender a educação sem a escola, porque a escola é a forma dominante e principal de educação. (2008, p.102-103)

Embora a educação não formal esteja constantemente presente em

nossas vidas, torna-se evidente que a educação formal é a forma que o

cidadão tem de comprovar o seu grau de instrução, seus estudos, já que é ela

que certifica e por isso é considerada a principal.

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Nas escolas públicas paranaenses o Professor Pedagogo tem, além de

várias outras competências, a de elaborar seu Plano de Ação, ou seja, planejar

o seu trabalho no decorrer do ano letivo. A dúvida é para quê? Mas, e a ação?

As atividades que no dia a dia não acontecem, pois inúmeras outras surgem de

imediato e precisam ser resolvidas. Quando se elabora o Plano de Ação ou lê-

se as inúmeras funções do Professor Pedagogo não se leva em consideração

vários outros fatores externos, como por exemplo a constante falta de professor

e, a indisciplina em sala de aula, que para muitos docentes resolvê-la parece

ser a função única e específica do pedagogo e as questões burocráticas que

assolam também a educação.

Saviani (2008, 109-116) ressalta a questão da “falta de um sistema de

educação em nosso país, a não preocupação com sua implantação, gerando

um déficit histórico imenso e secular, resultando em altas taxas de

analfabetismo” e acredito que cabe ressaltar aqui altas taxas de evasão

escolar. Fica evidente a dicotomia existente na educação: de um lado a

ausência de uma política educacional e, de outro, o discurso que trata sobre

educação de qualidade. Como exigir essa se não é oferecida aquela?

O Pedagogo, uma vez que envolvido na esfera educativa, participa da

contradição existente entre sociedade moderna e capitalista; moderna, pois

avança num ritmo desenfreado em relação à tecnologia e capitalista, pois

estamos atrelados ao capital, deixando-nos cada vez mais susceptíveis à

valorização dos bens materiais e não dos valores morais. Segundo Lombardi e

Saviani:

Com respeito às escolas e à importância da luta de classes, esta deve ser compreendida, também e predominantemente, no interior da maioria das escolas, onde prevalecem as ideologias de Estado que cumprem o papel de reproduzir as relações de produção, relações de dominação capitalista. (2005, 170)

A escola, por sua vez, passa a ser vista como a reprodutora de um

sistema onde está incutida a ideologia do Estado, ideologia esta que reflete os

interesses de poucos.

Se analisarmos a história da pedagogia veremos que o processo histórico

de formação de pedagogos vem sendo adaptado ou alterado conforme a

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necessidade política da época. Sua identidade tenta ser remontada no dia a

dia, porém em nossa formação e principalmente em nossa atuação, temos a

herança do regime militar, quando nos veem como “fiscalizador” ou “inspetor”

de alunos. Essa descaracterização da função do Pedagogo é o que faz com

que ele próprio se veja como um profissional sem identidade. O fato é que este

profissional se encontra num caminho sem saber que rumo seguir: se segue à

risca sua função, desagrada os docentes, a direção e toda a comunidade

escolar, mas se agrada à estes, desagrada à si próprio. Como até então tem

sido suportável desagradar-se, continua assim. Mas até quando? Impossível

saber. Entretanto, está claro que em algum momento esse profissional precisa

construir/conquistar sua identidade e, a partir dela, reconhecer-se como agente

de transformação.

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PAPEL DO PROFESSOR PEDAGOGO

Primeiramente precisamos salientar que, na instituição escolar, cada

profissional assume uma função, um papel que lhe é próprio e que possui

importância na organização do trabalho administrativo e pedagógico. Vamos

destacar aqui, o papel do professor pedagogo enquanto gestor escolar e as

atribuições que lhe são dadas enquanto profissional integrante do Quadro

Próprio do Magistério da Secretaria Estadual de Educação do Estado do

Paraná.

Por isso a necessidade de discutirmos sobre o papel do pedagogo no

processo de organização e intervenção pedagógica na prática educativa, papel

este de cunho social, democrático e ético, que deve atender as necessidades

dos educandos, possibilitando sua formação enquanto sujeitos com capacidade

crítica e reflexiva.

É importante frisar que o pedagogo sozinho não irá modificar a realidade

da escola, para tanto, necessita do auxilio de uma gestão democrática que

propicie as relações sociais na instituição.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n. 9.394/1996

estabelece as normas de gestão democrática na escola em seus artigos 3º e

14º. No art. 3 VIII, garante a gestão democrática na rede pública. Todavia,

reitera-se que a gestão democrática deve acontecer tanto na esfera pública

como na esfera privada e o art. 14 afirma a participação dos profissionais da

educação na elaboração do projeto político pedagógico e a necessidade da

efetiva presença da comunidade nas atividades escolares.

Para a Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná, o

Pedagogo é o articulador do processo pedagógico no interior da escola, além

de princípios como: desenvolver uma gestão democrática, trabalho coletivo,

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ética profissional e comprometimento político pedagógico. De acordo com o

edital nº 017/2013 são funções do pedagogo no ambiente escolar:

Atividades de Suporte Pedagógico direto à docência na Educação Básica, voltadas para planejamento, administração, supervisão e orientação educacional, incluindo, entre outras, as seguintes atribuições: coordenar a elaboração e execução da proposta pedagógica da escola; administrar o pessoal e os recursos materiais e financeiros da escola, tendo em vista o atingimento de seus objetivos pedagógicos; assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; zelar pelo cumprimento do plano de trabalho dos docentes; prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; promover a articulação com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; informar os pais ou responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; coordenar, no âmbito da escola, as atividades de planejamento, avaliação e desenvolvimento profissional; acompanhar e orientar o processo de desenvolvimento dos estudantes, em colaboração com os docentes e as famílias; elaborar estudos, levantamentos qualitativos e quantitativos indispensáveis ao desenvolvimento do sistema ou rede de ensino ou da escola; elaborar, implementar, acompanhar e avaliar planos, programas e projetos voltados para o desenvolvimento do sistema e/ou rede de ensino e da escola, em relação a aspectos pedagógicos, administrativos, financeiros, de pessoal e de recursos materiais; acompanhar e supervisionar o funcionamento das escolas, zelando pelo cumprimento da legislação e normas educacionais e pelo padrão de qualidade de ensino.

Percebe-se aqui o pedagogo como articulador do trabalho coletivo da

escola, ou seja, aquele que articula, que sugere, que organiza, que acompanha

e que assessora. No entanto, no dia a dia surgem tantas outras situações que

não estavam no rol das atribuições e que precisam ser resolvidas de imediato.

Assim sendo, o pedagogo, tem sua função de mediador do trabalho

pedagógico, agindo em todos os espaços de contradição para a transformação

da prática escolar.

No enfrentamento dos problemas do cotidiano escolar, o pedagogo, assim

como o diretor, tem impasses que dificultam seu trabalho como gestor, o que

pode ser uma das causas da angústia desse profissional, que tanto se culpa

por fazer tanto pela educação e, ao mesmo tempo, não cumprir seu papel que

lhe é de fato atribuído.

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PAPEL DO PROFESSOR PEDAGOGO FRENTE À AVALIAÇÃO ESCOLAR

Primeiramente analisaremos o que os principais autores tratam sobre a

questão da avaliação para então adentrarmos no assunto em foco que é o

papel do pedagogo frente à avaliação escolar.

Quando nos referimos à avaliação estamos nos referindo à avaliação de

quem? Do aluno, do professor, da escola ou de todos os envolvidos no

processo educativo? Essa é a pergunta que nós pedagogos, muitas vezes nos

fazemos e não obtemos uma resposta clara, pois dependendo do resultado

satisfatório ou não desta avaliação, teremos uma resposta que tende a ser

direcionada a quem convém. No entanto ao avaliar, devemos ter claro quem

iremos avaliar e qual o objetivo desta avaliação. Segundo a autora Villas Boas:

A avaliação da qualidade do trabalho ou do desempenho do aluno requer que o professor possua concepção de qualidade apropriada à tarefa e seja capaz de julgar de acordo com essa concepção. (2013, p.40)

Pelo que vemos, ao avaliar o aluno, o professor também estará sendo

avaliado e, por isso, deve estar preparado para tal situação.

A avaliação da aprendizagem escolar, formal, deve estar articulada com o

Projeto Político Pedagógico da escola, organizada de forma que os alunos

possam entendê-la claramente e tenham conhecimento de todos os critérios

que dela fazem parte. A avaliação deve ser encarada, pelos professores, como

parte fundamental de sua prática pedagógica, já que possibilita a reflexão

sobre essa prática, permitindo a identificação de falhas e a realização das

mudanças necessárias para a efetivação do processo ensino-aprendizagem.

Segundo Paulo Freire:

É a partir deste saber fundamental: mudar é difícil mas é possível, que vamos programar nossa ação político-pedagógica, não importa se o projeto com o qual nos comprometemos é de alfabetização de adultos ou de crianças, se de ação sanitária, se de evangelização, se de formação de mão-de-obra técnica. (1996, 88)

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Nosso comprometimento, enquanto educadores deve estar diretamente

ligado às necessidades do aluno e a forma de intervir nessa realidade é que

fará a diferença.

Luckesi coloca que:

“De fato, o momento de avaliação deveria ser um “momento de fôlego” na escalada, para em seguida, ocorrer a retomada da marcha de forma mais adequada, e nunca um ponto definitivo de chegada, especialmente quando o objeto da ação avaliativa é dinâmico, como, no caso, a aprendizagem”. (2011, 82)

Como vimos, a função da avaliação é diagnosticar falhas para, então,

retomar os conteúdos e efetivar realmente a aprendizagem. No entanto, o que

vemos é a avaliação como um ponto final do processo de ensino e

aprendizagem, como a conclusão do trabalho pedagógico com o aluno.

Sendo o Pedagogo um pesquisador do ambiente escolar, deverá estar

sempre atento às questões didático-pedagógicas, considerando sempre o

Projeto Político Pedagógico da escola, como elemento norteador de seu

trabalho quanto ao planejamento, coordenação, orientação e avaliação.

A avaliação na atualidade deve ter um grande distanciamento das

práticas avaliativas autoritárias, que não têm a função de reorganizar, retomar

a avaliação e sim obter números para atribuirmos valores aos alunos. Cabe

então ao pedagogo em trabalho conjunto com o professor, acompanhar os

avanços e as dificuldades dos alunos, buscando assegurar-lhes a possibilidade

de avançar no processo de ensino aprendizagem, tornando a avaliação menos

excludente.

Embora seja um trabalho difícil e muitos profissionais ainda resistirem às

mudanças, provocar reflexões sobre a prática pedagógica certamente é a

melhor forma de juntos encontrarmos soluções e uma maneira de desmistificar

a avaliação, fazendo com que ela não seja vista como um “bicho papão”, tanto

pelos professores, quanto pelos alunos.

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O trabalho proposto por meio deste caderno pedagógico será

desenvolvido através de questionário, aplicado a professores pedagogos e

direção do colégio, de forma aleatória, grupos de estudos, com previsão de 08

encontros presenciais de 04 horas cada oficina, totalizando 32 horas de

trabalho presencial com o público alvo, que são professores e pedagogos do

Colégio Estadual José de Anchieta de Quedas do Iguaçu - PR. As demais 32

horas, serão destinadas a trabalhos preparatórios para os respectivos

encontros nas oficinas presenciais.

As atividades planejadas para os grupos de estudos seguem a sequência

apresentada abaixo:

Atividades

1º Encontro Apresentação do Projeto PDE aos participantes das Oficinas.

Tema:

- A função do Pedagogo

Objetivos:

- Perceber o professor pedagogo como o responsável pela construção de sua

identidade profissional.

- Desenvolver a reflexão acerca da função do professor pedagogo.

Vídeo Motivacional:

- O segredo do sucesso.

- Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TK6ZJUGdm5g

Problematização:

Se você tivesse a oportunidade de mudar de profissão, você mudaria? Por

quê?

Como você percebe o professor pedagogo? O que você pensa a respeito do

trabalho deste profissional?

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Quais os problemas mais comuns enfrentados pelo professor pedagogo?

Você considera necessário, para um bom desempenho da profissão, realizar

cursos de formação continuada constantemente?

Atividades:

Leitura e análise oral do texto: O pedagogo escolar: limites e possibilidades

de sua profissionalidade no sistema de ensino público estadual do Paraná.

(ROMANOWSKI e BRECKENFELD, PUCPR, 2008).

Trabalho em grupo

Quais os conhecimentos necessários para o exercício da docência?

Leitura complementar

Texto do livro Pedagogia da Autonomia – saberes necessários a prática

educativa. (FREIRE, 1996, p.74 - 76)

2º Encontro

Tema:

– Papel do Professor e do Pedagogo frente à determinada situação.

Objetivos:

- Analisar respostas positivas e encorajadoras mediante a problemática do

cotidiano escolar.

- Identificar as falhas e limites enquanto educador, assumindo uma postura de

comprometimento e responsabilidade frente à formação do aluno.

Mensagem para reflexão:

- A escola – Paulo Freire (anexo 01)

Atividades:

- Questionar sobre a Leitura do texto do livro Pedagogia da Autonomia –

saberes necessários a prática educativa. (FREIRE, 1996, p.74 - 76)

- Filme: Como estrelas na terra.

Problematização:

- Que marcas estamos deixando em nossos alunos?

- Como faço a diferença na vida dos alunos que passam pela minha vida?

- Temos caso como o menino do filme em nossa sala de aula/escola?

- Como posso ajudar alunos a superar limites e barreiras em sala de aula?

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3º Encontro

Tema:

- Nosso Ofício

Objetivos:

- Identificar os principais motivos que levam os professores pedagogos a não

cumprirem com as atribuições descritas no edital 017/2013.

- Perceber o professor pedagogo como o responsável pela mudança de suas

atitudes diante sua prática pedagógica.

Vídeo Motivacional:

- A arte do otimismo.

- Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Zyv57MXs1R8

Problematização:

- Qual a maior dificuldade encontrada por nós no “ofício de ser mestre”?

- Por que a teoria está tão distante da prática pedagógica que praticamos em

sala de aula?

Atividades:

- Leitura do texto: Arroyo, M. Ofício de Mestre. Cap. 18, Ano, p.217 – 226.

- Análise do Edital nº 017/2013, que trata das atribuições do Professor

Pedagogo no interior da escola.

Trabalho em grupo:

- Após leitura e análise do texto e documento, realizar discussão em grupo

sobre o papel do pedagogo.

- Depois de feita essa discussão, escrever um texto/ tópicos, relatando qual a

função desempenhada pelas pedagogas do Colégio Estadual José de

Anchieta. As atribuições do edital são cumpridas? As funções exercidas na

prática estão de acordo com as funções listadas no edital? Por qual motivo as

funções praticadas não correspondem totalmente às funções atribuídas pelo

edital?

4º Encontro

Tema – Importância de se acreditar na capacidade humana.

Objetivos:

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- Apontar exemplos de como desenvolver a capacidade de persistir frente aos

desafios do dia a dia.

- Questionar os participantes sobre quais são seus ideais e o que tem feito para

alcançá-los.

Mensagem:

- Aprendi – Augusto Cury (anexo 02)

Atividade: Filme: Mãos Talentosas

Problematizando:

- Em sua carreira profissional, você já passou por situações semelhantes à do

filme?

- A persistência foi o fator fundamental na conquista do sucesso. Você já

vivenciou ou presenciou uma situação parecida com essa em sala de aula?

- Nossos alunos são persistentes? E nós como lidamos com essa falta de

estímulo dos alunos?

5º Encontro

Tema: A avaliação na escola

Objetivos:

- Destacar entre os participantes as principais falhas que cometemos referentes

à avaliação dos educandos.

- Apontar critérios que devem ser levados em conta, pelo professor, durante a

avaliação escolar.

Mensagem:

- Troca de um segredo (anexo 03)

- Objetivo da atividade: - resolver problemas seja de ordem pessoal ou

profissional. Fortalece o espírito de amizade entre os membros do

grupo.

Problematização:

- Como você se sentiu ao descrever o problema?

- Como se sentiu ao explicar o problema de outro?

- Como se sentiu quando o seu problema foi relatado por outro?

- No seu entender, o outro compreendeu seu problema?

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- Conseguiu pôr-se na sua situação?

- Você sentiu que compreendeu o problema da outra pessoa?

- Como você se sentiu em relação aos outros membros do grupo?

Ainda problematizando:

- Dê exemplos de avaliações que realizamos no dia-a-dia;

- Que relação pode estabelecer entre o texto acima e a nossa vivência com a

avaliação?

- O que você entende por estudos de recuperação?

Atividades:

- A partir das nossas discussões sobre a dinâmica vamos assistir a um trecho

do vídeo: Mafalda e sua turma na aula de Geografia 1 min. e 26 seg. Filme

baseado nas tiras cômicas de Mafalda, neste trecho, Mafalda e sua turma

estão na aula de geografia. A professora suspende Manolito porque ele

confessa que até hoje não aprendeu nada, e ele fica com medo da reação de

seus pais ao saberem o que aconteceu.

Disponível em:

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?com_

mode=flat&com_order=1&id=21334

Sobre o filme:

- Dê sua opinião sobre as possíveis causas de Manolito não saber nada;

- A atitude dos colegas em relação à Manolito foi correta?

- Qual o motivo de Manolito não querer contar aos pais?

- O que os pais podem fazer para ajudar os filhos? Dê sugestões.

- Análise e síntese do texto: VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Virando

a escola do avesso por meio da avaliação. In: VILLAS BOAS, Benigna Maria de

Freitas. Prova: Vilã da Avaliação? Papirus Ed. 2013, p. 91-96.

6º Encontro

Tema:

– A avaliação como parte do ato pedagógico

Mensagem:

- Dinâmica do desafio (anexo 04)

24

Objetivo:

- Conduzir a importantes reflexões sobre a avaliação mediadora para um olhar

significativo na aprendizagem do educando.

Atividade:

- Texto – LUCKESI, C. Por uma compreensão do ato de avaliar. In: LUCKESI,

Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: um ato amoroso.

Cortez Ed., 2011, Cap. 12, p.201-213.

- PPP do Colégio Estadual José de Anchieta (parte que trata da avaliação).

Problematizando:

- Explicite suas considerações nas seguintes questões:

- A concepção da avaliação de aprendizagem da escola em que você trabalha

está voltada para uma prática democrática, emancipadora e inclusiva?

Justifique:

- O Projeto Político Pedagógico está adequado a uma avaliação diagnóstica da

aprendizagem do educando? As atividades desenvolvidas em sala de aula

justificam esta realidade?

7º Encontro

Tema: Avaliação escolar e seus diferentes instrumentos avaliativos

Objetivos:

- Perceber que os alunos possuem diferentes ritmos de aprendizagem.

- Perceber a avaliação como um ato de inclusão.

- Analisar a função da avaliação escolar, tanto para educandos quanto para

educadores.

Mensagem:

- Ver Vendo (anexo 05)

Atividade:

- Filme: O Triunfo- avaliação diagnóstica – 120 min. - 2006

Problematização:

- Você já passou por uma situação semelhante à do professor do filme?

- Você considera adequada a forma como o professor trabalhou com a turma.

- Relacione o texto lido com o filme em forma de texto.

8º Encontro

25

Tema: Avaliação Escolar

Atividade: Palestra com a Profa. Orientadora Ma. Isabel Cristina Neves

Objetivos:

- Perceber que, enquanto educadores, ao avaliarmos estamos sendo

avaliados.

- Destacar os principais erros e dificuldades cometidos pelos educadores ao

realizarmos a avaliação escolar.

- Perceber a importância da avaliação para a concretização do processo de

ensino-aprendizagem.

ENCONTRO reserva

Tema:

- O papel dos professores e pedagogos na educação atual.

Objetivo:

- Apontar através de exemplos destacados no filme, as principais falhas

cometidas no ato de avaliação escolar.

Atividade:

- Assistir trechos do filme: Entre os Muros da Escola. Direção: Laurent Cantet.

Disponível em:

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=16

969

Problematização:

- Com base na narrativa do filme, explicite suas considerações a respeito do

compromisso ético-profissional dos professores e pedagogos nas reuniões do

Conselho de Classe. Fazer resenha de uma ou duas laudas.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Partindo do pressuposto de que o Professor Pedagogo conhece a

realidade em que está inserido, deve procurar criar situações, momentos, que

visem a reflexão sobre os problemas e as situações que interferem no bom

andamento do trabalho pedagógico. Sendo assim, as seguintes estratégias de

26

ação foram pensadas para que possamos refletir sobre a forma de avaliação

utilizada em nosso colégio e analisarmos as formas mais adequadas,

relacionadas ao PPP da escola e que auxiliem no processo de ensino-

aprendizagem e não seja somente transformada em índices que servem

apenas para posicionar o colégio em um ranking que pouco interessa para o

trabalho pedagógico do professor e do aluno. Sendo assim, nossas ações que

consistem na leitura, análise e interpretação de livros, textos, artigos, etc., deve

ser sistematizada, de forma a subsidiar a fundamentação teórica do trabalho

final. A pesquisa bibliográfica visa saber sobre as mudanças nas atribuições

dos pedagogos e sobre suas possibilidades de intervenção no processo de

avaliação dos professores e alunos e será utilizada durante todas as etapas do

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).

Nesta etapa do desenvolvimento do nosso trabalho, enquanto

professores PDE’s, devemos atentar para as questões problemas de nossa

pesquisa e analisarmos se elas foram respondidas ou ao menos, se foi

ampliada a compreensão sobre as práticas avaliativas no Colégio Estadual

José de Anchieta de Quedas do Iguaçu – PR – onde ocorreu a implementação

deste trabalho.

9 CRONOGRAMA DO PROJETO:

Período/Tipo de pesquisa

Mar/ 2015

Abr/ 2015

Mai/ 2015

Jun/ 2015

Ago/ 2015

Set/ 2015

Out/ 2015

Nov/ 2015

Dez/ 2015

Implementação produção-didática

X X X

GTR X X

Produção Artigo Final X X X

10 REFERÊNCIAS

ANFOPE, Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação.

Documento do Manifesto no Encontro de Belo Horizonte, 1992.

27

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9394 de 20 de dezembro

de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial

da União. Brasília, DF, 23 dez. 1996.

Edital nº 017/2013: Descrição do cargo professor – pedagogo. Disponível

em: http://www.pucpr.br/arquivosUpload/5373290551361651363.pdf

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

LIBANEO, José Carlos. Diretrizes curriculares da pedagogia: imprecisões

teóricas e concepção estreita da formação profissional de educadores.

Educação & Sociedade, Campinas, v. 27, n.96, Especial, out. 2006.

__________________. Pedagogia e pedagogos: inquietações e buscas.

Educar em Revista, Curitiba: n.17, p. 153-176, 2001.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e

proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011.

LOMBARDI, José Claudinei & SAVIANI, Dermeval (orgs.).Marxismo e

educação: debates contemporâneos/– Campinas, SP: Autores Associados:

Histeder,2005.

SAVIANI, Dermeval. A nova lei da Educação - LDB. Trajetória, limites e

perspectivas. 10 ed. Campinas. Autores Associados, 2008.

28

VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Virando a escola do avesso por

meio da avaliação. 2ª ed. Campinas, SP. Papirus, 2013.

29

30

Anexo 1 - (2º encontro)

A Escola - Paulo Freire "Escola é...

o lugar onde se faz amigos não se trata só de prédios, salas, quadros,

programas, horários, conceitos... Escola é, sobretudo, gente,

gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente, O coordenador é gente, o professor é gente,

o aluno é gente, cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um

se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de ilha cercada de gente por todos os lados’.

Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém

nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem,

é conviver, é se ‘amarrar nela’! Ora , é lógico...

numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se,

Ser feliz”

31

Anexo 02 – (4º encontro)

Aprendi

“Aprendi com o Mestre dos Mestres que a arte de pensar é o tesouro dos

sábios. Aprendi um pouco mais a pensar antes de reagir, a expor – e não impor

– minhas ideias e a entender que cada pessoa é um ser único no palco da

existência.

Aprendi com o Mestre da Sensibilidade a navegar nas águas da emoção, a não

ter medo da dor, a procurar um profundo significado para a vida e a perceber

que nas coisas mais simples e anônimas se escondem os segredos da

felicidade.

Aprendi com o Mestre da Vida que viver é uma experiência única, belíssima,

mas brevíssima. E, por saber que a vida passa tão rápido, sinto necessidade

de compreender minhas limitações e aproveitar cada lágrima, sorriso, sucesso

e fracasso como uma oportunidade preciosa de crescer.

Aprendi com o Mestre do Amor que a vida sem amor é um livro sem letras,

uma primavera sem flores, uma pintura sem cores. Aprendi que o amor acalma

a emoção, tranquiliza o pensamento, incendeia a motivação, rompe obstáculos

intransponíveis e faz da vida uma agradável aventura, sem tédio, angústia ou

solidão. Por tudo isso Jesus Cristo se tornou, para mim, um Mestre

Inesquecível”

Augusto Cury

32

Anexo 03 - (5º encontro)

Dinâmica:Troca de um segredo

- Objetivo da atividade: - Resolver problemas, seja de ordem pessoal ou

profissional, fortalecendo o espírito de amizade entre os membros do

grupo.

- Material: Lápis e papel para os integrantes.

- Descrição: O coordenador distribui um pedaço de papel e um lápis

para cada integrante que deverá escrever algum problema, angústia ou

dificuldade por que está passando e não consegue expressar

oralmente. Deve-se recomendar que os papéis não sejam identificados.

a não ser que o integrante assim desejar.

Os papéis devem ser dobrados de modo semelhante e colocados

em um recipiente no centro do grupo. O coordenador distribui os papéis

aleatoriamente entre os integrantes. Neste ponto, cada integrante deve

analisar o problema recebido como se fosse seu e procurar definir qual

seria a sua solução para ele. Após certo intervalo de tempo, definido

pelo coordenador, cada integrante deve explicar para o grupo em

primeira pessoa o problema recebido e a solução que seria utilizada

para ele. Esta etapa deve ser realizada com bastante seriedade não

sendo admitidos quaisquer comentários ou perguntas. Em seguida é

aberto o debate com relação aos problemas colocados e as soluções

apresentadas.

33

Anexo 04 - (6º encontro)

Dinâmica do Desafio

Material: Caixa de bombom enrolada para presente

Procedimento: colocar uma música animada para tocar e vai passando no

círculo uma caixa (no tamanho de uma caixa de sapato, explica-se para os

participas antes que é apenas uma brincadeira e que dentro da caixa tem uma

ordem a ser feita por quem ficar com ela quando a música parar. A pessoa que

vai dar o comando deve estar de costas para não ver quem está com a caixa

ao parar a música, daí o coordenador faz um pequeno suspense, com

perguntas do tipo: tá preparado? você vai ter que pagar o mico viu, seja lá qual

for a ordem você vai ter que obedecer, quer abrir? ou vamos continuar? Inicia a

música novamente e passa novamente a caixa se aquele topar em não abrir,

podendo-se fazer isso por algumas vezes e pela última vez avisa que agora é

para valer quem pegar agora vai ter que abrir, Ok? Esta é a última vez, e

quando o felizardo o fizer terá a feliz surpresa e encontrará um chocolate sonho

de valsa com a ordem 'coma o chocolate'.

Objetivos da dinâmica: serve para nós percebermos o quanto temos medo de

desafios, pois observamos como as pessoas têm pressa de passar a caixa

para o outro, mas que devemos ter coragem e enfrentar os desafios da vida,

pois por mais difícil que seja o desafio, no final podemos ter uma feliz

surpresa/vitória.

34

Anexo 05 – (7º encontro)

Ver Vendo

Otto Lara Rezende

De tanto ver, a gente banaliza o olhar – ver... não vendo.

Experimente ver, pela primeira vez, o que você vê todo dia, sem ver.

Parece fácil, mas não é: o que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta

curiosidade.

O campo visual da nossa retina é como o vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.

Se alguém lhe pergunta o que você vê pelo caminho, você não sabe.

De tanto vê, você banaliza o olhar.

Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do

seu escritório.

Lá estava sempre, pontualíssimo, o porteiro.

Dava-lhe bom dia, às vezes, lhe passava um recado ou uma correspondência.

Um dia o porteiro faleceu.

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia.

Em 32 anos nunca consegui vê-lo.

Para ser notado o porteiro teve que morrer.

Se, um dia, em seu lugar tivesse uma girafa cumprindo o rito, pode ser,

também, que ninguém desse por sua ausência.

O hábito suja os olhos e baixa a vontade. Mas a sempre o que ver; gente;

coisa; bichos.

E vemos? Não, não vemos.

35

Uma criança vê aquilo que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o

espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez, o que, de tão

visto, ninguém vê. O pai que raramente vê o próprio filho. O marido que nunca

viu a própria mulher.

Os nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos.

...e por ai que se instala no coração o monstro da indiferença.