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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · significado da Álgebra e, consequentemente, o conceito de variável com o objetivo de apresentar a Álgebra como Linguagem Matemática

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Título: A Resolução de Problema como Método de Ensino e aprendizagem da

Equação do 1º Grau para Alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental (Alunos do

Contraturno)

Autor: Aparecida Inacio da Silva

Disciplina/Área: Matemática

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Jardim Santa Cruz, Bairro

Santa Cruz - Rua Xavantes, nº. 729

Município da escola: Cascavel - PR

Núcleo Regional de Educação: Cascavel - PR

Professor Orientador: Profº. Dr. Rogério Luis Rizzi

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Relação Interdisciplinar: Não tem

Resumo: Esta produção didático-pedagógica apresenta e

sistematiza discussões previamente realizadas

no Projeto de Intervenção Pedagógica na

Escola, detalhando uma série de Atividades que

serão implementadas no Colégio Estadual

Jardim Santa Cruz. Tais atividades são

fundamentas sob a concepção da Resolução de

Problemas do Grupo de Trabalho e Estudos

sobre Resolução de Problemas da UNESP, e

sob a perspectiva que as ações didático-

pedagógicas deverão enfatizar a transposição

da Linguagem natural à Linguagem Simbólica,

especificamente a Linguagem Algébrica. Sabe-

se que essa questão é um dos grandes

obstáculos para efetivamente compreender e

resolver situações-problemas que envolvem

equações algébricas.

Palavras-chave: Equações do primeiro grau, Resolução de

Problemas, Linguagem Algébrica.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público Alvo: Alunos do 9º ano do ensino fundamental (alunos

do contraturno).

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS

EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIDADE DIDÁTICA

APARECIDA INÁCIO DA SILVA

A RESOLUÇÃO DE PROBLEMA COMO SOLUÇÃO NA EQUAÇÃO DO 1º GRAU

PARA ALUNOS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL (ALUNOS DO

CONTRATURNO)

CASCAVEL

2013

APARECIDA INÁCIO DA SILVA

A RESOLUÇÃO DE PROBLEMA COMO SOLUÇÃO NA EQUAÇÃO DO 1º GRAU

PARA ALUNOS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL (ALUNOS DO

CONTRATURNO)

Produção Didático-pedagógica apresentada

como requisito parcial para a certificação do

Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE 2013, Secretaria de Educação SEED em

parceria com a Universidade Estadual do Oeste

do Paraná - UNIOESTE.

Orientador: Rogério Luis Rizzi

CASCAVEL

2013

1- IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Aparecida Inácio da Silva

Disciplina: Matemática

Área de estudo: Tendências Metodológicas em Educação Matemática

NRE: Cascavel - PR

Professor Orientador IES: Profº Dr. Rogério Luis Rizzi

Município: Cascavel - PR

Escola de aplicação: Colégio Estadual Jardim Santa Cruz - Ensino Fundamental e

Médio. Cascavel - PR

Público alvo: Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental

2 - APRESENTAÇÃO

O Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná - PDE é

um Programa de formação continuada que possibilita aos professores da rede

Estadual de Ensino momentos de reflexão sobre a prática pedagógica que vem

sendo desenvolvida no decorrer dos anos de prática docente. Também oportuniza

rever e conhecer numerosos autores da área educacional e conhecimentos

sistematizados sobre diversas situações da prática pedagógica.

Dando continuidade às atividades PDE, esta produção Didática visa concretizar

concepções e metodologias estudadas no Projeto de Intervenção Pedagógica na

Escola “A resolução de Problemas como Solução na Equação de 1º Grau para

Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental”. Visa elaborar material pedagógico que

será implementado no primeiro semestre de 2014 com os alunos do Colégio

Estadual Jardim Santa Cruz, com duração de 32 aulas.

O objetivo central do trabalho é o de desenvolver ações e atividades para

retomar a temática de equação de 1º grau aos alunos do 9º ano, visto que a prática

docente mostra que muitos deles ainda apresentam dificuldades para resolver uma

equação do 1º grau, embora comecem a estudar a equação do 2º grau no 9º ano.

Em virtude dessa situação, já na ocasião da elaboração do Projeto considerou-

se adequado produzir uma Unidade Didática que contemplasse o desenvolvimento

de um trabalho diferenciado em relação às práticas pedagógicas tradicionais. Assim

sendo, são detalhados determinados aspectos pedagógicos e metodológicos que

serão implementados.

3 - ASPECTOS METODOLÓGICOS: LINGUAGEM, ÁLGEBRA, RESOLUÇÃO DE

PROBLEMAS.

Como já discutido previamente no Projeto de Intervenção Pedagógica na

Escola, a Resolução de Problemas é metodologia de Ensino-Aprendizagem-

Avaliação que é empregada, sendo a abordagem fundamentada nos trabalhos de

Onuchic (1999), Onuchic e Allevato (2011), Onuchic (2012), membros do Grupo de

Trabalho e Estudos sobre Resolução de Problemas (GTERP) da UNESP.

O GTERP tem atuado como um Núcleo gerador de atividades de

aperfeiçoamento, de investigação e de produção científica na linha de Resolução de

Problemas, propondo e discutindo metodologias e propostas de ações didáticos com

vista ao ensino-apredizagem-avaliação de Matemática através da Resolução de

Problemas. Para concretizar atividades dessa natureza, o GTEPR elaborou um

roteiro de atividades à prática docente baseada nesta metodologia, que é como

(ONUCHIC; ALLEVATO, 2011, p. 83-85).

1. Preparação do problema: Selecionar um Problema gerador, para construção de

um novo conceito, princípio ou procedimento, considerando que esse conteúdo

não tenha sido trabalhado previamente em sala de aula.

2. Leitura individual: De posse do Problema, solicitar aos alunos que façam a

leitura.

3. Leitura em conjunto: Nos grupos solicitar uma nova leitura. Ocorrendo

dificuldade na leitura, os alunos poderão ser auxiliados pelo professor levando-os

a interpretação do Problema. No Problema as palavras desconhecidas pelo aluno

é uma questão secundária, mas que deve ser esclarecido.

4. Resolução do Problema: Em seus grupos, os alunos sem dúvidas quanto ao

enunciado, buscam resolver o Problema num trabalho cooperativo e colaborativo.

Considerando os alunos, os co-construtores do novo conceito que se quer

abordar, o problema gerador é aquele que vai permear a resolução, levando-os

na construção do conteúdo previamente planejado pelo professor.

5. Observar e incentivar: Nessa etapa o professor não é o transmissor do

conhecimento, pois enquanto nos grupos os alunos buscam resolver o Problema,

o professor observa/analisa o comportamento dos alunos e estimula o trabalho

cooperativo através de incentivo na troca de ideias entre eles. O professor

incentiva seus alunos para que façam uso de seus conhecimentos prévios e

técnicas operatórias já conhecidas para Resolução de Problema proposto,

estimulando-os a escolher diferentes caminhos com base os recursos que

dispõe. Entretanto, o professor deve entender o aluno em suas dificuldades,

sendo o interventor e questionador. É papel do professor acompanhar e ajudar,

quando necessário, para possibilitar a realização do trabalho.

6. Registro das resoluções na lousa: Os representantes dos grupos fazem

registro no quadro das Resoluções. Estas podem estar certas, erradas ou feitas

por diferentes processos, mas elas objetivam que todos os alunos analisem e

discutam todas as situações.

7. Plenária: Momento este muito rico para a aprendizagem, no qual os alunos, em

uma discussão, verificam as diferentes Resoluções registradas, defendem os

pontos de vista e esclarecem dúvidas. O professor é o guia e mediador das

discussões, provendo a participação efetiva de todos os alunos.

8. Busca do consenso: Tendo sanadas as dúvidas e analisadas as soluções

obtidas para o problema, o professor incentiva todos a chegar a um consenso

sobre o resultado correto.

9. Formalização do conteúdo: Momento este denominado formalização, o

professor registra na lousa uma apresentação formal, organizada e estruturada

em linguagem matemática, padronizando os conceitos os princípios e

procedimentos construídos, destacando as técnicas operatórias e as

demonstrações das qualidades qualificadas sobre o assunto.

Fazendo uso do roteiro de atividades elaborado por Onuchic e colaboradores, e

levando em consideração as experiências prévias que os alunos trazem à sala de

aula, espera-se promover um ensino por compreensão e que seja Significativo ao

aluno, no sentido da Teoria de Aprendizagem de Ausubel, por meio de situações de

investigações, como amplamente discutido por Van de Walle (2001).

Especificamente objetiva-se desenvolver atividades pedagógicas que explorem

a Linguagem Matemática e a Álgebra, a Equação de 1º grau, e a Resolução de

Equações de modo que ocorra uma participação ativa do aluno na construção do

conhecimento, dando ênfase nos conhecimentos que os alunos trazem de etapas

anteriores de escolarização.

3.1 - LINGUAGEM, MATEMÁTICA E SIMBOLOGIA

Frequentemente os alunos não compreendem a linguagem utilizada no ensino

da Matemática, o seu significado e, consequentemente, se desinteressam. Essa

problemática está relacionada com o fato que a Linguagem se dá em dois níveis. A

saber, o semântico, onde os símbolos e as notações carregam um significado em

paralelo à Linguagem Natural, e o sintático, que aplicam regras manipulativas sem

referência direta ao significado (MACHADO, 1993). Se não for feita uma associação

adequada entre as duas Linguagens pode não existir a evolução no campo

conceitual-matemático.

Machado corrobora esta ideia afirmando que “... somente é possível

compreender a natureza da linguagem matemática... constatando-se,

preliminarmente que ela se desenvolve, por assim dizer, em três planos divisores, o

sintático, o semântico e o pragmático.” (MACHADO, 1993, p.11). Quando

combinados esses planos dão sentido e significado ao que é estudado.

O aluno só terá o conhecimento como seu no momento que conseguir

interpretar e comunicar o seu significado e, assim, realizar sua própria construção do

saber. A Metodologia de ensino e aprendizagem deve contemplar “formas de acesso

á apropriação do conhecimento elaborado, de modo que possa praticá-la

autonomamente ao longo da de vida, além sua permanência na escola” (DAL

VESCO 2002, p. 122).

A dificuldade de atribuição do significado da Matemática diz respeito à falta de

associação entre o símbolo matemático, seu significado e o objeto do qual fala a

realidade cognitiva, ou seja, a Matemática trabalhada na sala de aula muitas vezes

não tem relação com as experiências cotidianas. Segundo Danyluk (1998) apud Dal

Vesco (2002).

Caracteriza-se por uma linguagem de abstração e pela utilização de signos para comunicar significados matemáticos. Assim, a leitura da linguagem matemática ocorre quando o aluno consegue compreender e interpretar os signos e suas relações implícitas. Portanto, ler matemática significativamente “é ter a consciência dirigida para o sentido e para o significado

matemático do que está sendo lido. É compreender, interpretar e comunicar ideias matemáticas”.

Desse modo, comunicar uma ideia, conversar, fornecer orientação e

informações são atividades automáticas que muitas vezes nem nos damos conta de

quantos símbolos usamos para nos comunicar, mas estamos usando e de fato

quando observamos determinados símbolos sabemos o seu significado.

Sob essa perspectiva procuramos neste trabalho levar o aluno a compreender

dois conceitos, o de função algébrica como uma maneira de resolver um problema, e

a concepção de Álgebra como aritmética generalizada, onde, nessa concepção,

consideram-se as variáveis como generalizadoras de procedimentos ou de

operações concretas.

Para Fiorentini (1994), a evolução do pensamento algébrico passa pela fase

pré-algébrica, onde o aluno usa elementos algébricos, como letras, mas não

consegue concebê-lo como número generalizado qualquer ou variável. Depois ele

passa do processo aritmético para o algébrico, onde nessa fase já aceita e até

idealiza a existência de um número qualquer e estabelece alguns processos de

generalização, fazendo uso da linguagem simbólica. Após atinge um pensamento

algébrico mais desenvolvido, conseguindo desenvolver e operar com o mesmo.

Nesta Unidade Didática queremos assegurar ao aluno que ele perceba o

significado da Álgebra e, consequentemente, o conceito de variável com o objetivo

de apresentar a Álgebra como Linguagem Matemática cuja função é comunicar fatos

e procedimentos gerais envolvendo valores numéricos genéricos. Ou seja, a Álgebra

uma Linguagem da Matemática utilizada para expressar fatos genéricos. Como tal

linguagem, a Álgebra possui símbolos e suas regras. Esses símbolos são letras e os

sinais aritméticos, enquanto as regras são as mesmas da Aritmética assegurando o

que é matematicamente permitido e o que não é permitido (PARANÁ, 1998).

Não se quer dizer com isso que a Álgebra e a Aritmética têm a mesma

Linguagem, trocando-se apenas os números pelas letras, mas o que as difere são

os seus objetivos, enquanto uma trata de números, operações, visando resolver

problemas ou respostas numéricas a outra procura expressar o que é genérico,

aquilo que se pode afirmar para vários valores numéricos.

Assim, as atividades que propomos inicialmente visam introduzir a Álgebra de

uma maneira que os alunos possam utilizar e aplicar, no contexto discutido. Algumas

das atividades estão relacionadas à Lógica Matemática, para que os alunos possam

aplicar conceitos já adquiridos. Outras atividades estão relacionadas às grandezas,

a partir da ideia de função, onde o conceito da variável é natural, desde que aplicado

de maneira simples e sem formalismos excessivos, e sim com ideias fundamentais.

O que se propõe nessa Unidade Didática é construir o pensar algébrico. Não

queremos apenas mostrar técnicas, fórmulas e procedimentos que têm apenas

contribuído para frustrar alunos e esconder a essência de um raciocínio específico

da Matemática. Espera-se deixar claro nesse trabalho é que o aluno seja capaz de

estabelecer relações entre a linguagem em palavras e a linguagem simbólica, e que

se possa introduzir a resolução de equações a partir de problemas geradores,

enfatizando as relações entre as operações.

Também não devemos esquecer que propomos no Projeto usar a metodologia

de Resolução de Problemas, cabendo, portanto, sugerir aos alunos problemas

significativos à realidade deles garantindo, quando possível, a análise e comparação

de diferentes soluções apresentadas e que os mesmos tenham oportunidade de

perceber a importância do instrumento algébrico de que dispõem. É relevante que

compreendam que é possível resolver problemas por tentativa e erro, mas quando

se emprega a Álgebra obtemos uma forma geral para resolução do problema,

independente dos dados numéricos.

Para desenvolver um ensino baseado na compreensão o docente deve

procurar maneiras diferenciadas de ensino que facilitem e viabilizem a compreensão

dos conteúdos, dando a devida atenção para não empobrecer a construção do

conhecimento. Como diz Onuchic:

Assim, é importante reconhecer que a Matemática deve ser trabalhada através da Resolução de Problemas, ou seja, que tarefas envolvendo problemas ou atividades sejam o veículo pelo qual um currículo deva ser desenvolvido. A aprendizagem “será uma consequência do processo de Resolução de Problemas (Onuchic, 2004, p.221)”.

Ensinar usando a Metodologia da Resolução de Problemas contribui à

formação de conceitos antes de eles serem transformados em Linguagem

Matemática. Onuchic (1999, p. 211) afirma que “quando a Matemática é trabalhada

através da Resolução de Problemas a aprendizagem será uma consequência do

processo de Resolução de Problemas”.

4. - ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Através desta Unidade Didática são contemplados conteúdos abordados nas

Diretrizes Curriculares do Paraná, com ênfase ao Conteúdo Estruturante Número e

Álgebra. As sugestões didáticas são apresentadas de maneira que os alunos

possam ser sujeitos da construção do seu conhecimento, criando sua forma de

aprendizagem, investigando e elaborando novos conceitos e socializando o saber

adquirido durante o desenvolvimento das atividades propostas. Eventualmente

poderão surgir obstáculos às esses encaminhamentos na implementação na Escola,

mas eles são necessários para estimular a formação de atitudes relevantes à

aprendizagem de Matemática, tais como o pensamento critico, a tomada de

decisões, a formação de estratégias, a iniciativa à criatividade e o cálculo mental.

Sabemos que a concepção de Álgebra é muito abrangente e possui uma

linguagem permeada por convenções diversas de modo que o conhecimento

algébrico não pode ser concebido pela simples manipulação dos conteúdos

abordados isoladamente (PARANÁ, 2008). Então é necessário fazer uma relação

entre o pensamento e a linguagem. Ou seja, entender a linguagem algébrica como

expressão do pensamento matemático.

Para realizar atividades nesse sentido nas atividades e ações na Escola, o

primeiro momento na Implementação será voltado para pesquisa na internet, onde

os alunos procurarão sobre os conhecimentos necessários. Posteriormente serão

realizadas diversas Atividades que são a seguir detalhadamente discutidas.

4.1 - ATIVIDADES

Objetivando diminuir as dificuldades dos alunos com relação à percepção,

analise e a abstração nos padrões geométricos e aritméticos são discutidas

atividades que exploram diferentes Linguagens Matemáticas e fazem com que

gradativamente o aluno vá substituindo a Linguagem Natural pela Linguagem

Simbólica. Essas atividades propostas serão realizadas, na maioria das vezes, em

grupo, fazendo com que ocorra uma troca de ideias entre os alunos, e de modo que

explorem as situações-problemas para melhorar seus conhecimentos.

Assim, nesta Unidade Didática serão geradas situações em que os alunos, em

grupos ou individualmente, utilizarão a Metodologia da Resolução de Problemas

para realizar as atividades propostas.

Atividade 01: Informação e sistematização

De acordo com as Diretrizes Curriculares para o Ensino de Matemática

(PARANÁ, 2008) um tratamento para essa Disciplina é a abordagem de conteúdos

pela Resolução de Problemas, enfatizando que o aluno tenha oportunidade de

aplicar os conhecimentos adquiridos em novas situações de modo a resolver

questões do seu cotidiano e outros mais.

No que se refere especificamente a Álgebra, é interessante destacar que é

uma Área do conhecimento Matemático que se formou ao longo do tempo com o

esforço e dedicação de distintas culturas ou civilizações, como as egípcia,

babilônica, grega, chinesa, hindu, arábica e da cultura europeia renascentista. Cada

uma evidenciou elementos característicos que expressam o pensamento algébrico

de cada cultura (PARANÁ, 2008). Pode-se dizer que as origens da Álgebra situam-

se na busca pela formalização e sistematização de certas técnicas de Resolução de

Problemas que já eram usados na antiguidade.

Objetivos:

Pesquisar sobre a importância do conhecimento matemático, da resolução de

problemas (lógica e situações problemas contextualizados), e de equações de

primeiro grau (tipos e métodos de resolução).

Elaborar fazer cartazes relacionando os conceitos e conhecimentos pesquisados.

Duração das Atividades:

12 aulas.

Conteúdo Programático:

Conhecimento Matemático, Resolução de Problemas, Equações de 1º grau.

Metodologia:

O trabalho de pesquisa será feito no Laboratório de Informática da Escola.

Os alunos serão informados que irão fazer o trabalho em grupo sobre o conteúdo

programático elencado, para que possam fazer uma primeira pesquisa sobre

esses conteúdos e possam também se organizar sobre o assunto pesquisado, já

que deverão apresentar o que pesquisaram.

Depois, em grupo, deverão confeccionar cartazes sobre as partes mais

importantes, que serão fixados na Escola. Esses cartazes serão feitos utilizando

cartolina, pincel atômico, e uso de réguas.

Método de Avaliação:

Observar os alunos durante a pesquisa de como se comportam, sua atenção,

concentração, sua interação do que foi pedido no inicio da pesquisa.

Questioná-los sobre os assuntos pesquisados de que maneira podem usar o

conhecimento matemático, tanto na escola como também no seu dia a dia.

Indagar sobre que relação pode-se ter com a Resolução de Problemas para

nossa vida diária, e qual a importância de saber resolver corretamente um

Problema através de erros e acertos como também aplicando conhecimentos

matemáticos.

Confecção de cartazes em grupos com os conceitos pesquisados, para que de

fato aconteça a aprendizagem, e de que maneira estes assuntos abordados

podem influenciar na sua vida.

Atividade 02: Linguagem algébrica – Tira de expressões

Objetivos:

Diminuir as dificuldades para os alunos quanto á percepção analise e abstração.

Explorar diferentes linguagens matemáticas na forma habitual, aritmética,

geométrica e algébrica.

Apropriar-se de conceitos abstratos.

Duração da Atividade:

5 aulas.

Conteúdos Programáticos

Equações do 1º grau com uma incógnita.

Expressões algébricas.

Metodologia:

Explicar que a atividade será feita em duplas.

Elaborar tiras de papel contendo expressões, na quantidade suficiente para todas

as duplas.

O professor entregará uma tira a um dos alunos da dupla requerendo que “a

frase deverá ser adivinhada pelo outro colega” da dupla.

O aluno da dupla que ficou sem a tira fala um número qualquer e o outro aluno

que está com a frase executa com este número a operação que sua frase indica,

dizendo ao colega somente o resultado que obteve. Esse procedimento deve ser

repetido até que o aluno que diz o número descubra a regra escrita na frase,

usando símbolos matemáticos.

Após a descoberta, as tiras devem ser tocadas com outras duplas, de modo que

todos trabalhem com todas as tiras. Essa atividade é proposta na referência

(PARANÁ, 1998). Algumas frases que serão usadas são como no quadro 01.

Quadro 01: Quadro indicando frases que serão utilizadas na Atividade 01.

Indique o dobro do número

Indique o sucessor do número

Indique o número mais três

Indique o dobro do número menos um

Indique o dobro do número mais dez

Indique o antecessor do número

Indique o triplo do número

Indique o triplo do número

Indique o quádruplo do número

Indique o quíntuplo do número

Indique o dobro do número mais dois

Métodos de Avaliação

Observar os alunos durante o jogo levando em conta sua concentração,

observação e raciocínio, e respeito às regras.

Atividade 03. Jogo da linguagem algébrica

Objetivos:

Identificar expressões algébricas.

Procurar elementos desconhecidos.

Identificar as variáveis de uma expressão algébrica.

Duração da Atividade:

3 aulas.

Conteúdo Programático

Expressões algébricas, fórmulas e equações.

Metodologia

Separar a turma em duas equipes.

Colocar em uma mesa todas as cartelas com as expressões escritas na

linguagem simbólica, viradas para baixo.

Cada equipe escolhe um integrante para participar de cada rodada, de modo que

todos participem pelo menos uma vez.

A rodada consiste em localizar, o mais rápido possível, a cartela correspondente

à cartela com a expressão escrita por extenso que o professor irá apresentar.

O grupo vencedor é aquele que encontrar mais vezes as cartelas corretas. As

cartelas apresentadas pelo professor são como ilustradas do quadro 02.

Quadro 02: Quadro indicando as expressões e linguagens que serão utilizadas.

Expressão textual (Linguagem Natural) Expressão Matemática

(Linguagem simbólica)

Soma de um número com sete x+7

O triplo de um número mais cinco 3x+5

O dobro de um número mais quatro 2x+4

Um número mais cinco x+5

O quádruplo de um número menos um 4x-1

A metade de um número menos três x/2-3

Diferença entre um número e sua terça parte x-x/3

A soma de dois números quaisquer x+y

O antecessor de um número x-1

O sucessor do dobro de um número 2x+1

A soma de um número com seu dobro x+2x

O produto de dois números xy

O dobro do sucessor de um número 2(x+1)

O triplo de um número mais sua quarta parte 3x+x/4

A soma do sucessor com cinco (x+1)+5

O quíntuplo de um número mais dois 5x+2

O quádruplo de um número menos a metade do

mesmo número

4x-x/2

A soma de um número mais seu triplo x+3x

A metade de um número mais seu triplo x+3x

O quádruplo de um número com sua quarta parte 4x+x/4

Métodos de Avaliação

Observar os alunos durante o jogo, quanto a atenção, concentração, raciocínio

rápido, e o respeito às regras.

Atividade 04: Expressão simbólica

Segundo Bigode (2000) na Europa da Idade Média e na Índia a Matemática

tinha um caráter recreativo, com muitos jogos e desafios para “aguçar” a inteligência

dos alunos. Alguns problemas dessa natureza que serão trabalhados com os alunos

são como apresentados nos problemas (1) a (4) seguintes.

(1) Silvio tem 37 anos. Que idade ele

a) Terá daqui a 5 anos?

b) Terá daqui a n anos?

c) Tinha a 9 anos atrás?

d) Tinha a x anos atrás?

(2) Maria pesa 53 Kg. Quanto ela pesará depois que:

a) Engordar 8 kg?

b) Ganhar x kg?

c) Perder 7 kg?

d) Perder y kg?

(3) Vítor ganhou R$612,00 de salário. Quanto de dinheiro ele terá depois de:

a) Receber R$ 120,00 de horas extras de trabalho?

b) Ganhar mais w reais?

c) Comprar roupas por R$ 180,00?

d) Gastar z reais em roupas?

(4) Mário vendeu 15 bicicletas em uma semana. Quantas bicicletas ele venderá

quando suas vendas (PARANÁ, 1998):

a) Duplicarem?

b) Multiplicarem por z?

c) Reduzirem pela metade?

d) Dividirem por x?

Objetivos:

Introduzir a Álgebra através de frases.

Estabelecer relações entre as linguagens em palavras e a simbólica.

Duração da Atividade:

2 aulas.

Conteúdo Programático:

Linguagem simbólica.

Resolvendo desafios.

Metodologia:

Cada aluno procurará resolver as questões apresentadas. Depois de feito isso

deverá resolver junto com os outros problemas, como o desafio de Matemática

apresentado na figura 01:

?

? ?

3 2 ?

2 5 -3 -1

Figura 01: Desafio de Matemática a ser resolvido.

Métodos de Avaliação

Observar os alunos para averiguar se eles conseguem desenvolver estratégias

para responder as questões que foram apresentadas.

Atividade 05: Problemas geradores

Nessa atividade os problemas são propostos aos alunos antes de lhes ter sido

apresentado formalmente o conteúdo matemático mais apropriado à resolução do

problema abordado. O conteúdo matemático deve, no entanto, estar de acordo com

o ano escolar e ser atendido e com objetivos pretendidos pelo professor.

As atividades serão desenvolvidas considerando situações cotidianas e

fazendo uso da Metodologia da Resolução de Problemas e levando em conta o

conhecimento que eles já adquiriram no decorrer de sua vida estudantil ou no seu

cotidiano. As ações devem ser pautadas pela compreensão do problema, pela

elaboração de um plano para resolvê-lo, pela execução do plano e pela verificação

se é possível chegar ao resultado por um caminho diferente, de acordo com a

metodologia do GTERP.

Primeiro problema gerador: Paguei R$ 144,00 por uma calça e uma blusa. A blusa

foi R$ 38,00 mais barata do que a calça. Qual o preço da calça?

Objetivos:

Resolver Problemas.

Aplicabilidade do roteiro discutido pelo GTERP.

Duração da Atividade:

3 aulas.

Conteúdo Programático:

Resolução de Problemas.

Metodologia:

Formar grupos e entregar a atividade.

Observar e incentivar.

Auxiliar nos problemas secundários.

Registrar as resoluções no quadro.

Realizar uma Plenária.

Buscar um consenso.

Observando se todos estão participando da discussão para chegar a uma

resposta. Solicitar que os alunos escrevam suas respostas e justifiquem o(s)

motivos(s) que chegaram a essa conclusão.

O professor deverá fazer a formalização do Conteúdo. O professor registra no

quadro numa apresentação formal do conteúdo matemático, organizada e

estruturada em linguagem matemática, padronizando conceitos, princípios e

procedimentos construídos através da Resolução de Problemas.

Segundo problema gerador: Num quintal existem galinhas e coelhos: ao todo 26

cabeças e 70 patas. Quantas são as galinhas e quantos são os coelhos?

Terceiro exemplo de problema gerador: Um aluno resolve problemas. Conta 10

pontos por cada problema certo e desconta 7 pontos por cada problema errado.

Resolveu 20 problemas e obteve 132 pontos. Quantos problemas ele acertou?

Atividade 06: Resolução de Problemas

Objetivos:

Resolver os problemas.

Observar se os alunos usarão os passos ensinados na metodologia do GTERP.

Estimular a resolver os problemas.

Duração da Atividade:

3 aulas.

Conteúdos Programáticos

Resolução de Problemas.

Equação de 1º grau com Resolução de Problemas.

Metodologia:

Os alunos deverão trabalhar em dupla.

Discutirão entre si até chegar a um consenso.

Estimular os mesmos

Observar se todos participam e respeitam as opiniões dadas;

Alguns problemas que serão abordados nesta atividade, entre outros, são

como apresentados em (1) a (3), a seguir.

(1) Ontem faltaram 20 alunos na minha turma. Hoje havia o dobro de alunos de

ontem e faltaram 5. Quantos alunos há na minha turma?

(2) Pensei em um número. Dobrei e somei 7 ao resultado. Dividi o que deu por 3 e

obtive o número 15. Em que número eu pensei?

(3) Observe o que cada um disse: Beatriz disse: O dobro de minha idade menos 8

anos é igual a soma das idades de Flávia e Luiz. Luiz disse: A minha idade é

igual a idade de Beatriz menos 3 anos. Flávia disse: Eu tenho 12 anos. Diante

dessas afirmações responda (SOUZA, PATARO, 2012).

a) Chamando de p a idade de Beatriz, qual das equações permite calcular a

idade correta de Beatriz:

1. 2p-8=12-(p -3)

2. 2p-8=12+(p -3)

3. 3p-8=12+(p-3)

4. p-8=12+(2p+3)

b) Qual a idade de Beatriz? E a de Luiz?

Atividade 07: Resolvendo equações de primeiro grau

Objetivos:

O que é uma equação.

Explorar a ideia de igualdade e resolver uma equação do primeiro grau com uma

incógnita.

Duração das atividades:

4 aulas.

Conteúdo:

Equações de primeiro grau com uma incógnita.

Metodologia:

Usar o método de equivalência, fazendo os alunos perceber que uma equação é

antes de tudo uma igualdade e que é preciso sempre conservar esta igualdade.

Quando existe uma igualdade podemos efetuar qualquer operação, desde que

façamos nos dois lados da igualdade.

Alguns problemas que serão abordados nesta atividade, entre outros, são

como apresentados nos exemplos (1) a (2).

Exemplo (1):

5x+50=3x+290

5x+50-50=3x+290-50

5x= 3x+240

5x-3x=3x+240-3x

5x-3x= 240

2x=240

s=240/2

x=120

Exemplo (2): Usando o princípio de equivalência, resolver as seguintes equações:

a) 3x+10=2x.

b) b) 3y-20=y+80.

c) c) 8-5x=x.

d) d) 2x+ 5=27.

e) e) 5(x-2)=4-(-2x+1).

Métodos de Avaliação

Explicar os métodos, observando como eles irão fazer para resolver as questões

propostas.

Resolver as equações usando o princípio aditivo e multiplicativo da igualdade.

5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração dessa Unidade Didática viabilizou a sistematização e

organização de ações e atividades pedagógicas e de encaminhamentos

metodológicos que serão empregados na implementação do Projeto de Intervenção

Pedagógica na Escola. É claro que é possível que seja necessário realizar alguma

readequação ou correção nas Atividades propostas.

Porém, já se dispõe de conhecimento e informação para implementar e

avaliar as Atividades relativas ao Projeto proposto. Assim, durante a realização das

atividades será feita, aula a aula, uma análise das atividades propostas e

executadas enfocando seus aspectos pedagógicos e metodológicos, objetivando

refletir se a Intervenção realizada conseguiu sanar a problemática que foi detectada

na ação da prática do professor.

6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BIGODE, Antonio José Lopes. Matemática hoje é feita assim. São Paulo, FTD. Coleção Matemática hoje é feita assim. 2000. DAL VESCO, Álida A. D. Alfabetização Matemática e as formas de estresse no estudante. Passo Fundo: UPF Editora, 2002. D’AMBRÓSIO, Ubiratan. A história da matemática: questões historiográficas e políticas e reflexos na Educação Matemática. In: Pesquisa em Educação Matemática: concepções e perspectivas. Maria Aparecida Viggiani Bicudo (organizadora). São Paulo: Ed. UNESP, 1999. p. 20. DANTE, Luiz Roberto. Didática da resolução de problemas de matemática. São Paulo: Ática, 2005. p. 176. FIORENTINI D. Rumos da pesquisa brasileira em Educação Matemática: o caso da produção científica em cursos de Pós-Graduação. Campinas, 1994. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação – Unicamp. IMENES, Luiz Márcio; LELLIS, Marcelo. Matemática para todos. 6ª série. São Paulo: Scipione, 2002. LORENZATO, Sergio Aparecido. Laboratório de Ensino de Matemática e Materiais Didáticos Manipuláveis. In.: LORENZATO, S. (org.). O laboratório de Ensino de Matemática na Formação de Professores. SP. Autores Associados, p.41 - 49, Campinas - SP. 2006. MASINI, E. F. S, MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa: a Teoria de David Ausubel. São Paulo. Editora Centauro. 2006. p. 112. ONUCHIC, L de La R. A Resolução de Problemas na Educação Matemática: Onde Estamos e para Onde Iremos? IV Jornada Nacional de Educação Matemática. XVII Jornada Regional de Educação Matemática. Passo Fundo. Universidade de Passo Fundo. Maio de 2012. 15p. ONUCHIC, L de La R.; ALLEVATO, N.S.G. Novas Reflexões sobre o Ensino-Aprendizagem de Matemática Através da Resolução de Problemas. In: BICUDO, M.A.V.; BORBA, M.C. (Org.). Educação Matemática – pesquisa em movimento. São Paulo. Editora Cortez. 2004, p. 213-231. ONUCHIC, Lourdes R. de La. Ensino-aprendizagem de matemática através da resolução de problemas. In: BICUDO, M. A. V.(Org.). Pesquisa em educação Matemática: Concepções & Perspectivas. São Paulo: UNESP, 1999. Cap. 12, p.199-218. PARANÁ, Secretária de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008. p. 82. PARANÁ, Secretaria do Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento do Ensino de 1º grau. Ensinar e Aprender: Volume 2- Matemática. Projeto Correção de Fluxo, 1998.

POLYA, George. A arte de resolver problemas. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. SOUZA, Joamir; PATARO, Moreno Patrícia. Vontade de saber Matemática. São Paulo. 2012. WALLE, J. A. van de. Elementary and middle school mathematics. New York. Ed. Longman, 2001. 478 p.