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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · sobre as vantagens e às desvantagens de ser mulher e vice-versa. Durante a discussão é essencial a mediação do(a) professor(a),

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

PRODUÇÃO DIDÁTICO–PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2014

Título: REFLEXÕES ACERCA DA DIVERSIDADE DE GÊNERO SOB A

PERSPECTIVA DA LITERATURA DE AUTORIA FEMININA

Autor: Silvana Marçal

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Santo Inácio de Loyola - EFM

Município da escola: Terra Rica

Núcleo Regional de Educação: Paranavaí

Professor Orientador: Gersonita Elpídio dos Santos

Instituição de Ensino Superior: Unespar - Campus de Paranavaí/Fafipa

Relação Interdisciplinar:

Todas as Disciplinas da Matriz Curricular, uma vez que trata-se de um tema social contemporâneo: Gênero

Resumo:

O presente trabalho de intervenção pedagógica tem por objetivo propiciar auxílio aos professores, no que se refere às diversidades de gênero, buscando a elaboração de diferentes encaminhamentos metodológicos, que qualifiquem o papel reflexivo da escola. Historicamente, tanto a formação acadêmica como a formação de educadores em exercício não têm incorporado a diversidade, muito menos contemplado o debate dos temas. Em relação aos aspectos metodológicos, este trabalho configura-se por ser uma pesquisa social de natureza qualitativa que enquadra como pesquisa-ação aplicada a um contexto social de forma a aprimorar as ferramentas didático pedagógicas dos professores por meio de Oficina de Formação. Fundamenta-se principalmente nos estudos de Bakhtin (1988, 2004), acerca da dimensão ideológica da linguagem; na análise da produção das diferenças e das desigualdades sexuais e de gênero de Louro (1997); na análise da opressão vivenciada pelas mulheres, de

Pierre Bourdieu (2012) e nas reflexões de Zolin (2007, 2009, 2011), a respeito do estereótipo feminino nas obras literárias. A pesquisa será desenvolvida no Colégio Estadual Santo Inácio de Loyola, na cidade de Terra Rica, no ano 2015 e os sujeitos serão os docentes que atuam nos anos finais do Ensino Fundamental.

Palavras-chave:

Formação docente, diversidade de gênero, literatura de autoria feminina

Formato do Material Didático: Unidade didática

Público:

Professores/as e pedagogos/as do Colégio Estadual Santo Inácio de Loyola

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA NO PDE

Silvana MARÇAL (PROFESSORA-PDE/UNESPAR-FAFIPA) Gersonita Elpídio dos SANTOS (Orientadora – UNESPAR-FAFIPA)

APRESENTAÇÃO

A proposta pedagógica a ser desenvolvida é uma Unidade Didática

apresentada a SEED (Secretaria de Estado da Educação), como material didático

resultante do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), na disciplina de

Língua Portuguesa. Está planejada e direcionada aos docentes e pedagogos dos

anos finais do Ensino Fundamental com a intenção de possibilitar uma reflexão

acerca da diversidade de gênero de modo a contribuir para a desconstrução dos

estereótipos em termos de diferença sexual, possibilitando a inclusão de todas as

pessoas, sejam elas do sexo feminino ou masculino e, considerando as múltiplas

formas em que estes podem se desdobrar.

Será implementado em encontros semanais no Colégio Estadual Santo Inácio

de Loyola, município de Terra Rica, envolvendo atividades teóricas e práticas.

Poderão participar da Oficina de Formação os/as professores/as lotados/as e/ou

prestando serviço no estabelecimento de ensino da professora PDE docente do

grupo, com o grupo de participantes inscritos e duração de 40 horas, sendo 32 horas

presenciais subdivididas em 08 encontros de 04 horas e 08 horas à distância. Será

ofertado em horários que não venha a confrontar a carga horária de trabalho.

Optou-se por Oficina de Formação, pois é uma oportunidade de vivenciar

situações concretas e significativas, baseada no tripé: sentir-pensar-agir, com

objetivos pedagógicos. Nesse sentido, numa oficina ocorrem apropriação,

construção e produção de conhecimentos teóricos e práticos, de forma ativa e

reflexiva.

A primeira atividade se dará por meio de um diagnóstico (questionário escrito)

para verificar os conhecimentos prévios dos participantes. As demais atividades

serão através de leituras, a fim de propiciar formação teórica, possibilitando melhor

compreensão da diversidade de gênero e da literatura de autoria feminina;

dinâmicas; vídeos; reflexões em relação aos aspectos relacionados ao papel

feminino na sociedade através dos contos de Marina Colasanti “Para que ninguém a

quisesse” e “A moça tecelã”; produção de materiais didáticos de apoio pelos próprios

cursistas, apresentação e intercâmbio dos materiais produzidos.

Enfim, com as atividades citadas espera-se que os participantes fortaleçam o

papel que exercem de promotores/as da cultura de respeito, garantia dos direitos

humanos e da equidade de gênero, contribuindo para que a escola não seja um

instrumento da reprodução de preconceitos, mas um espaço de desconstrução de

estereótipos, buscando uma igualdade social entre homens e mulheres.

As figuras utilizadas para decorar o material foram utilizadas do Portal Dia-a-Dia Educação, disponíveis on-line em http://www.educacao.pr.gov.br/. Acesso em 25 out. 2014.

Atividade 1: Entrevista

Tempo estimado: 30 minutos

Objetivo: Verificar o conhecimento prévio do grupo.

Através de questionário escrito, cada participante colocará suas

ideias acerca da diversidade de gênero e este servirá de parâmetro

para sabermos se houve mudança de postura em relação ao tema

no término do curso, onde será aplicado novo questionário.

Avaliação Diagnóstica

Participante_______________________________________________________________ Mediadora________________________________________________________________ Funções desempenhadas ____________________________________________________ 1. Você acredita que o/a profissional da educação precisa ser preparado/a para lidar com a “violência sexista e homofóbica no cotidiano escolar”? ( ) Sim ( ) Não 2. O que é para você ser homem? O que a sociedade espera de um homem? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. O que é para você ser mulher? O que a sociedade espera de uma mulher? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 4. Qual sua posição diante das várias manifestações de sexualidade? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5. Você considera importante educar para a diversidade? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6. Descreva dois exemplos de discriminação no que se refere à “Diversidade de gênero” no cotidiano escolar. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7. Como você lida com essas questões em sua prática como educador/a? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Como pai/mãe e educador/a, você consegue identificar as diferenças na educação de meninos e de meninas? Quais? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9. Diversidade de gênero: o que a escola tem a ver com isso? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10. Quais as suas expectativas em relação a esta formação continuada? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Data ____/____/____ Assinatura______________________________________

Atividade 2- Apresentação da Temática ‘”Diversidade de gênero” e da formatação

do curso.

Tempo estimado: 1h e 30 minutos

Objetivo: Envolver o participante na temática diversidade de gênero.

Aula dialogada com os participantes e apresentação de slides. Para sensibilizar o grupo será apresentado alguns dados estatísticos encontrados na cartilha produzida pelo CEBELA – Centro Brasileiro de Estudos Latino Americano, chamada “Mapa da Violência no Brasil –2012”, alguns trechos de Ensaios de Gênero de Adriano Senkevics e alguns excertos das Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual.

A violência contra a mulher é um tema imprescindível quando se discute

a situação das mulheres no Brasil.

Os indicadores sobre essa temática são assustadores:

A cada cinco minutos, uma mulher é agredida no país;

O Brasil é o 7º país com as maiores taxas de homicídio

feminino entre 84 nações;

Houve um aumento de 230% na última década de mulheres

assassinadas no país;

O Paraná é o 3° estado mais violento para mulheres;

68% das agressões documentadas em postos de atendimento

ocorrem no próprio ambiente doméstico.

FONTE: CEBELA – MAPA DA VIOLÊNCIA NO BRASIL 2012, Waiselfisz, Júlio Jacobo

Vê-se pelo gráfico abaixo que o homicídio de mulheres

cresceu vertiginosamente nos últimos 30 anos.

Evolução das taxas de homicídio feminino (em 100 mil mulheres).

Fonte: SIM/SVS/MS, extraído do Mapa da Violência de WAISELFISZ, 2012

A violência contra a mulher está relacionada a uma

ordem desigual de gênero, que privilegia o masculino

em detrimento do feminino.

Uma histórica desigualdade de gênero marca nossa

sociedade, transparecendo-se nos diferentes setores, e

essa desigualdade tem sido em alguma medida

questionada e modificada, basta pensarmos, por

exemplo, que se há um século o acesso das mulheres à

educação era restrito, hoje elas são maioria em muitos

cursos do ensino superior.

Fonte: Ensaios de Gênero por Adriano Senkevics

Fonte: Ensaios de Gênero por Adriano Senkevics

Fonte: Ensaios de Gênero por Adriano Senkevics

Fonte: Ensaios de Gênero por Adriano Senkevics

Fonte: Ensaios de Gênero por Adriano Senkevics

É válido ressaltar que mesmo esses avanços

convivem com os aspectos mais tradicionais

das relações de gênero. Muda-se o contexto,

mas a ideologia atrelada à forma de se

entender o masculino e o feminino é

praticamente a mesma.

Não basta atentar para a violência contra a vítima, mas focar

no homem que a agride: o que “produz” esse homem? Que

masculinidade é essa? Que ordem de gênero autoriza tal

violência?

Quando nos deparamos com o alto índice de

violência contra a mulher, não devemos olhar

apenas o lado da vítima – e de uma sociedade que

“produz” mulheres violentadas – mas com igual

atenção para o agressor, nos questionando sobre o

que levaria à produção de homens ofensores,

agressores ou estupradores.

Diretrizes curriculares de matemática, ciências, língua

portuguesa não causam espanto, dizem respeito a

conhecimentos consagrados pelos processos de

naturalização dos saberes. Entretanto, diretrizes para

gênero e diversidade sexual nas escolas pode causar um

certo mal estar. A escola precisa trabalhar com isso?

Sim, é essa a tarefa da escola, sobretudo porque as

questões de gênero e diversidade sexual já estão

presentes no universo escolar e na maior parte das

vezes vem sendo abordada com preconceitos e

produzindo ainda mais sofrimento, violência e exclusão.

Fonte: Ensaios de Gênero por Adriano Senkevics

Fonte: Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual.

Essa reflexão deve partir de todas as pessoas, homens e mulheres, e

demanda repensar nossas práticas, atitudes e comportamentos: em

que medida reproduzimos o machismo no nosso dia-a-dia? Não é

uma reflexão simples, pois se as desigualdades de gênero estivessem

colocadas como um inimigo visível, seria fácil combatê-las. Mas é

justamente por estarem inseridas na nossa cultura e concepção do

masculino e do feminino, que elas se perpetuam. Romper esse ciclo é

um desafio, como também uma grande necessidade.

Se durante vários séculos a escola não precisou

explicar a razão de ensinar as hierarquias e

desigualdades, faz-se necessário um conjunto de

documentos que demonstrem o preconceito e a

violência produzida pela instituição escolar.

A escola desde sempre aplicou uma pedagogia de gênero

que consolidou a ideia de desigualdade entre homens e

mulheres.

Fonte: Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual.

Fonte: Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual.

Fonte: Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual.

Se quisermos educar para um mundo mais justo,

é preciso que atentemos para não educar

meninos e meninas de uma forma radicalmente

distinta. Quando as crianças adentram as

escolas, elas já passaram por uma socialização

inicial da construção dos gêneros na família.

Entretanto, a escola deve estar atenta para não

permitir a reprodução do preconceito contra as

mulheres e contra todos aqueles que fogem a

masculinidade hegemônica.

Fonte: Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual.

Fonte: Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual.

Se o gênero é construído por relações sociais, pela

família, pela escola, pelos processos de

socialização e pela mídia, podemos partir do

pressuposto de que ele também pode ser

reconstruído, desconstruído, questionado,

modificado em busca de uma igualdade social

entre homens e mulheres, do ponto de vista do

acesso à direitos sociais, políticos e civis. Qual é a

responsabilidade da escola nesse caso? Como

educar meninos e meninas para a equidade de

gênero?

Então, cabe uma indagação e, portanto,

uma reflexão sobre as razões pelas quais

ocorre essa discriminação e violência.

Qual é o papel da Escola diante desta

problemática?

Reproduzir essas situações de discriminação

e violência ou desenvolver uma cultura pela

efetivação dos Direitos Humanos?

Atividade 3 – Dinâmica – “Por que tanta diferença?”

Tempo estimado: 2 horas

Objetivo: Promover o debate e o diálogo da temática “Diversidade de gênero”

Nessa dinâmica de grupo, é proposital que os homens pensem sobre as vantagens e às desvantagens de ser mulher e vice-versa. Durante a discussão é essencial a mediação do(a) professor(a), apontando as questões teóricas e direcionando as reflexões.

Dividir os participantes em 4 grupos: 2 grupos do sexo masculino e 2 do sexo feminino. Solicitar aos 2 grupos do sexo masculino a discutirem: • As vantagens de ser mulher; • As desvantagens de ser mulher; Depois, solicitar aos 2 grupos do sexo feminino a discutirem: • As vantagens de ser homem; • As desvantagens de ser homem. Após a discussão, deverão preparar uma lista com as referidas vantagens e desvantagens de ser homem ou mulher, utilizando papel manilha e canetão. Após a montagem da lista, cada grupo apresentará seus resultados.

Pontos para a discussão:

Vocês acham que meninas e meninos, mulheres e homens, são tratados de

maneiras diferentes na escola e na sociedade?

Quais das vantagens de ser homem ou mulher são reais e quais são

estereotipadas?

Como essas diferenças são vistas em outras sociedades?

Qual a origem dessas diferenças?

Como essas diferenças afetam a vida dos homens e das mulheres?

É possível ser homem e exercer alguns dos tópicos listados em “mulher” e

vice-versa?

Será que todas as mulheres são sensíveis?

Não existem homens amorosos?

A pessoa deixa de ser homem se for delicada? Ou deixa de ser mulher se for

machista?

As mulheres não são racionais?

Meninos podem brincar de boneca?

Uma mulher deve pedir permissão ao seu marido para sair com amigas?

A mulher deve aguentar a violência do marido para manter a família?

Casais homossexuais deveriam ter os mesmos direitos dos casais

heterossexuais?

O homem deve fazer o mesmo trabalho doméstico da mulher?

Adaptado do Portal do Professor. Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=9891 Acesso em 24/10/2014.

Atividade 1 – Conceituando gênero

Tempo estimado: 1h e 30 minutos

Objetivo: Discutir as relações de gênero, procurando desconstruir os papéis sociais

colocados a cada um dos sexos.

TEXTO I

CONCEITO DE GÊNERO

Atividade 2 – Conceituando gênero

Tempo estimado: 30 minutos

Objetivo: Fechamento do texto da atividade 1 apresentando os pontos principais.

RELAÇÕES DE GÊNERO

O grupo fará a leitura coletiva do texto e em seguida discutirão:

O que diferencia biologicamente homens e mulheres?

O que diferencia socialmente homens e mulheres? Essa

diferenciação é a mesma em qualquer parte do mundo? Por

quê?

Como nasceu o conceito de gênero?

As diferenças são permanentes e determinantes nas relações de

gênero?

Homofobia: como trabalhar o respeito e a diversidade sexual na

escola?

Apresentação em power point de um breve resumo acerca do conceito de gênero e o papel da escola, de acordo com Flávia Cunha Lima.

Ai Que Saudades Da Amélia Autor: Roberto Carlos Nunca vi fazer tanta exigência Nem fazer o que você me faz Você não sabe o que é consciência Nem vê que eu sou um pobre rapaz Você só pensa em luxo e riqueza Tudo que você vê você quer Ai, meu Deus, que saudade da Amélia Aquilo sim é que era mulher Às vezes passava fome ao meu lado E achava bonito não ter o que comer E quando me via contrariado Dizia: Meu filho, que se há de fazer Amélia não tinha a menor vaidade Amélia é que era mulher de verdade Amélia não tinha a menor vaidade Amélia é que era mulher de verdade (...)

Me dá a patinha Grupo Black Style O João Já pegou Manoel, pegou também O Mateus engravidou, tá esperando o seu neném Carlinhos, pegou de quatro Marcinhos fez frango assado José sem camisinha Pego uma coceirinha O nome del'é Marcela Eu vou te dizer quem é ela Eu disse Ela,ela ela é uma cadela (...) Me dá,me dá patinha Me dá,me dá patinha (...) Me dá sua cahorrinha

(...)

Atividade 3 – Dinâmica “Caixa de Pandora”

Tempo estimado: 2 horas

Objetivo: Estimular o debate entre os participantes e procurar desconstruir os

preconceitos de gênero no cotidiano escolar

Preparar uma caixa onde serão colocadas frases, trechos de músicas e/ou poesias, palavras, ditados populares, piadas, manchetes de jornal/revistas, fotos/imagens etc. que estimulem discussões sobre gênero e sexualidade. Colocar cada material dentro de um envelope e os depositar na caixa que será chamada de “Caixa de Pandora”. Preparar o material buscando incluir uma grande variedade de temas. São muitas as possibilidades de frases, fotos, notícias que poderá ser colocada na Caixa de Pandora para suscitar reflexões sobre essas questões. Será levado um aparelho de som para sala de aula e um objeto que circulará entre os/as participantes, por exemplo, uma pequena bola. Iniciar uma conversa sobre o mito de Pandora. Fazer a relação desse mito com a caixa que está no centro da sala. Explicar que enquanto estiver tocando a música, o objeto deverá ser passado de mão em mão sequencialmente. Quando a música parar, quem estiver com o objeto na mão deverá retirar um envelope da caixa de pandora, ler o seu conteúdo e expressar sua opinião sobre o tema. Em seguida, os/as demais poderão falar. Esse processo se repetirá enquanto houver envelopes na caixa ou até que continue o interesse do grupo pela atividade. O/A mediador/a deverá participar da discussão interferindo com dados, conceitos e explicações. Este é um momento riquíssimo para perceber as crenças e valores dos/as participantes e a oportunidade de também questioná-los e interferir. Obs. Os participantes que tirarem uma figura do envelope, esta será

apresentada no Datashow para que os demais também possam visualizá-

la.

Desconstruindo Amélia Pitty Já é tarde, tudo está certo Cada coisa posta em seu lugar Filho dorme ela arruma o uniforme Tudo pronto pra quando despertar O ensejo a fez tão prendada Ela foi educada pra cuidar e servir De costume esquecia-se dela Sempre a última a sair... Disfarça e segue em frente Todo dia até cansar Uooh! E eis que de repente ela resolve então mudar Vira a mesa Assume o jogo Faz questão de se cuidar (...)

Mulher (sexo Frágil) Erasmo Carlos Dizem que a mulher é o sexo frágil Mas que mentira absurda Eu que faço parte da rotina de uma delas Sei que a força está com elas Vejam como é forte a que eu conheço Sua sapiência não tem preço Satisfaz meu ego se fingindo submissa Mas no fundo me enfeitiça Quando eu chego em casa à noitinha Quero uma mulher só minha (...) Quatro homens dependentes e carentes Da força da mulher (...)

Fonte: http://agirparaigualdadegeneros.blogspot.com.br

Cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso uma mulher para se fazer um lar. Provérbio Chinês

“Meninos não sabem cuidar de bebê. Meninas já nascem sabendo.”

“Mulheres são melhores enfermeiras. Homens são melhores engenheiros.”

Você é a favor ou contra o feminismo?

Edição do dia 25/01/2013

Violência doméstica faz mais de duas mil vítimas por dia

em todo o país

As agressões praticadas pelos maridos aumentam a cada ano.

Em mais da metade dos casos, as mulheres sofrem tentativa de homicídio.

Disponível em http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2013/01/violencia-domestica-faz-mais-

de-duas-mil-vitimas-por-dia-em-todo-o-pais.html. Acesso em 27 nov 2014.

Fonte: papodehomem.com.br

Disponível em

http://amulhereasdiversidades.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html.

Acesso em 22 nov 2014.

Brasil cai 9 posições em ranking de

igualdade de gênero

28 outubro 2014

Disponível em http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2014/10/28/brasil-cai-9-posicoes-em-ranking-de-igualdade-de-genero.htm. Acesso em 22 nov 2014.

A casa é das mulheres e a rua é dos homens.

O humor é uma importante ferramenta política, portanto não deve reforçar nenhum tipo

de estereótipo e preconceito. “Uma coisa é criticar questões públicas, a sociedade pode e

deve cobrar, outra é bem diferente é fazer piadas jocosas, estereotipando mulheres,

negros, pobres e outros grupos historicamente marginalizados”.

Os textos literários, além de entreter, pode ser uma importante ferramenta de análise dos

períodos e contextos em que vivemos, tanto por seus enredos, quanto pelos traços

deixados por seus escritores ao longo da trama.

Disponível em https://espacoacademico.wordpress.com/2013/06/12/o-riso-dos-outros-o-

humor-tem-limites/. Acesso em 23 nov 2014.

As mulheres têm duas armas que podem usar com perfeição: a língua e as unhas.

(Bismarck)

Jair Bolsonaro repete insulto a deputada

Maria do Rosário: ‘Só não te estupro porque

você não merece’

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/brasil/jair-bolsonaro-repete-insulto-deputada-

maria-do-rosario-so-nao-te-estupro-porque-voce-nao-merece-

14781338.html#ixzz3M3vV1MdO. Acesso em 15 dez 2014.

Lei Maria da Penha não reduziu morte

de mulheres por violência, diz Ipea

Instituto divulgou dados inéditos sobre violência

contra a mulher no país.

Crimes são geralmente praticados por parceiros ou ex-

parceiros, diz estudo.

Disponível em http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/09/lei-maria-da-penha-nao-reduziu-morte-de-mulheres-por-violencia-diz-ipea.html. Acesso em 10 nov 2014.

“Homens e mulheres não são, nem nunca serão iguais!”

Mulher, fogo e mares, são três males.

As mulheres, depois de muito tempo de luta, conquistaram o direito de trabalhar em casa só

depois de voltarem do serviço. (Millôr Fernandes)

Em entrevista à revista Rolling Stone Brasil Rafinha Bastos declarou que ‘mulheres feias’

deveriam agradecer caso fossem estupradas, afinal os estupradores estavam lhes fazendo ‘um

favor’, uma ‘caridade’.

Dê uma surra na sua mulher duas vezes ao dia. Você pode não saber por que está batendo,

mas ela saberá por que está apanhando. (Provérbio árabe)

Você sabe o que significa homofobia? Homofobia é o preconceito contra aqueles que amam

pessoas do mesmo sexo. É o preconceito contra pessoas que tem sentimentos, anseios,

necessidades e esperança como qualquer outro humano. E o que há de errado nisso? Não

devem existir regras para o amor, ele deve seguir apenas o respeito e a liberdade.

É um horror pensar que temos ainda um pé na Idade Média, que ainda somos os mesmos que

consideravam a mulher indigna até mesmo de pertencer à categoria de ser humano. Para

mudar isso, só com muita educação, capaz de retirar o lixo acumulado por séculos de

preconceitos que ainda impregnam a mentalidade de nosso povo. É preciso fazer um trabalho

de base, que deve começar lá na pré-escola e prosseguir até o ensino universitário. E colocar

em prática muitas campanhas educativas, com a participação de pessoas com consciência e

senso de verdadeiro humanismo.

Disponível em http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1460402.

Acesso em 29 nov 2014.

Adaptado de .Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações

Étnico-Raciais. Caderno de atividades. Rio de Janeiro : CEPESC, 2009

Atividade 1 – Leitura e discussão dos textos II e III

Tempo estimado: 1h e 30 minutos

Objetivo: Discutir a construção social das relações de gênero e avaliar quais são as

atitudes e ações que produzem e mantém relações de desigualdades, violências e

opressões.

TEXTO II

O APRENDIZADO DE GÊNERO: SOCIALIZAÇÃO NA

FAMÍLIA E NA ESCOLA

TEXTO III A DISCIPLINA E O RENDIMENTO NA SALA DE AULA

Dividir a turma em dois grupos, onde um grupo fará a leitura do texto II e o outro a leitura III. Em seguida discutirão em seus respectivos grupos os textos lidos. Logo após, apresentarão oral mente os pontos mais relevantes em cada um dos textos, respondendo as questões que iniciam cada texto. Ao final da discussão, apresentar algumas sugestões impressas que podem ajudar na construção de uma sociedade menos desigual.

Abaixo estão vinte sugestões que podem ajudar mães, pais, professoras,

professores, adultos e adolescentes em geral na construção de uma sociedade

menos desigual.

VINTE SUGESTÕES QUE PODEM AJUDAR NA CONSTRUÇÃO DE UMA

SOCIEDADE MENOS DESIGUAL

As vinte sugestões citadas acima são parte integrante do livro Feminismo: que história é essa? , de autoria de Daniela

Auad, publicado em 2003, pela Editora DP&A (RJ).

Disponível em

http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&catid=4%3Aeducacao&id=17

%3Arelacoes-de-genero-na-sala-de-aula-educar-para-a-submissao-ou-para-a-transformacao&Itemid=15 Acesso em

24 out 2014.

Atividade 2 – Apresentação do vídeo “Acorda, Raimundo... Acorda!”

Tempo estimado: 1h

Não é de hoje que a educação é vista como uma poderosa arma para conquistar a igualdade de direitos entre mulheres e homens na sociedade. As professoras e os professores são profissionais muito importantes para criar uma educação e uma sociedade em que mulheres e homens tenham os mesmos direitos... O que fazer então para que a escola não seja fermento para o bolo da desigualdade?

Objetivo: Provocar a reflexão sobre diversas questões da relação entre homem e

mulher que muitas vezes são consideradas “naturais”, mas são “sociais” e podem

resultar em violência doméstica.

Fonte do vídeo: Youtube. Disponível on-line em:

https://www.youtube.com/watch?v=HvQaqcYQyxU <

Acesso em 23 out 2014.

FICHA TÉCNICA DO FILME: Direção: Alfredo Alves

Tipo: Ficção

Ano de produção: 1990

Duração: 16 minutos

Origem: Brasil (RJ)

Após a exibição do vídeo, serão apresentadas algumas questões para um

possível debate, aproveitando as reações e opiniões expressas pelos/as

participantes sobre o vídeo. O/a mediador/a poderá junto ao grupo

levantar cenas e trechos do filme que causam mais estranhamento e que

evidenciam a troca dos papéis, por exemplo, a cena em que o filho

homem brinca de boneca. Também provocar a reflexão sobre o

argumento do vídeo, ou a intensão dele. Em seguida, para fazer o

contraponto, será lido o texto “A Barata Matilde”. É importante

acompanhar as reações da turma durante o filme – risos, comentários,

silêncios etc – pois são dados muito relevantes para o entendimento

sobre o que pensam do tema. Perceber, por exemplo, quais foram as

cenas que mais suscitaram risos, cochichos ou silêncios, e se há

diferenças entre as reações de homens e mulheres, entre outros aspectos

que poderão ser observados durante a exibição e debatidos depois.

Produtora: CETA-IBASE, Iser vídeo

SINOPSE DO FILME: E se as mulheres saíssem para o trabalho enquanto os

homens cuidassem dos afazeres domésticos? Essa é a história de Marta e

Raimundo, uma família operária, seus conflitos familiares e o machismo, vividos num

mundo onde tudo acontece ao contrário.

Possível debate

E se as mulheres saíssem para o trabalho enquanto os homens cuidassem

dos afazeres domésticos?

A realidade cotidiana de forma invertida entre os sexos.

A situação vivida pelo homem é percebida como um pesadelo. Um pesadelo

do qual homens e mulheres devem acordar.

Contraponto

A BARATA MATILDE

Atividade 3 – Questões a serem discutidas e respondidas em grupo.

Tempo estimado: 1h e 30 minutos

Objetivo: Refletir sobre o lugar construído socialmente para homens e mulheres,

sua construção histórica e sua possibilidade de mudança, discutir como corpos,

comportamentos e práticas são ensinados com base em papéis na sociedade,

refletir sobre as relações de poder e as desigualdades que são geradas e geram as

diferenças de sexo e gênero.

Questões para discussão em grupo:

1- O que você entende por ser mulher e homem atualmente? Como o vídeo

“Acorda, Raimundo... Acorda!” representa isso? Traga exemplos.

2- No filme, como é a relação com o dinheiro na casa de Raimundo e Marta? Em

que momentos esse poder de um sobre o outro fica claro? Explique.

3- O filme “ACORDA RAIMUNDO, ACORDA” foi feito em 1990. Passados 24 anos, o

que mudou nas relações homem/mulher? Em sua opinião, o que melhorou? O que

piorou? Fale sobre isso.

4- Quais desigualdades de direitos entre homens e mulheres você percebe no seu

cotidiano?

5- Há necessidade de organização para superar esta sociedade machista, racista e

homofóbica? Comente.

6- O que vocês acham da dominação masculina? O que deve ser mudado? Como

fazer?

Serão lançadas algumas questões a serem discutidas e respondidas em

grupos, tendo o vídeo como provocador. Logo após, cada grupo falará

para a turma suas respostas, promovendo um debate com todos. Além

disso, o(a) mediador(a) deverá pontuar como os papéis de gênero não

são naturais, são atribuições sociais e por isso sofrem transformações ao

longo do tempo. Atentar para que as funções e comportamentos

apresentados nos vídeos não estão intrínsecos ao corpo, são ensinados e

reproduzidos e por isso não é impossível uma sociedade onde os papéis

para nós invertidos, fossem na verdade uma realidade.

A Dominação Masculina, de Pierre Bourdieu, deve fazer parte das leituras daqueles e daquelas que visam desmistificar os processos que nos enclausuram em papéis sexuais fixos, papéis estes que são tão pesados para os homens, mas muito mais pesados para as mulheres.

Pierre Bourdieu (1930-2002), considerado um dos intelectuais mais influentes de sua época, deu novos rumos ao estudo da sociologia. No livro A dominação masculina (Ed. Bertrand Brasil, 2012), levanta explicitamente a questão da ordem sexual, lembrando a necessidade de uma ação coletiva de resistência feminina com o objetivo de impor reformas jurídicas e políticas capazes de alterar o estado atual da relação de forças –material ou simbólica – entre os sexos. Em especial, chama a atenção para aquilo que designa de “violência simbólica”, a violência invisível às suas próprias vítimas, que se exerce por vias puramente simbólicas da comunicação e do conhecimento.

Ele percebe que a abertura para as mulheres do espaço público não representou uma equalização nas relações de gênero. O processo de diferenciação entre homens e mulheres se deslocou, atuando muito mais na apreciação do valor da atividade masculina e feminina. Em poucas palavras, a forma de organização social androcêntrica permanece.

A mudança social, que gere igualdade nas relações de gênero, deve partir das instituições que produzem e reproduzem o imaginário androcêntrico – família, escola, Igreja e Estado.

Atividade 1 – Violência contra mulheres. O que as mulheres e os homens têm a ver

com isso?

Tempo estimado: 1h

Objetivos: Analisar criticamente a violência contra mulher na sociedade atual;

compreender as bases de sustentação da violência contra a mulher;

refletir sobre as diferentes manifestações de violência contra a mulher, em suas

vidas pessoais e comunidades e por fim refletir sobre normas sociais de gênero que

reforçam certos tipos de violência contra a mulher tratando-a como normal e natural.

TEXTO IV VIOLÊNCIA DE GÊNERO

Atividade 2 – Intervalo para reflexão

Tempo estimado: 2 horas

Objetivo: Refletir sobre o conteúdo abordado.

A atividade proposta será realizada em duplas. Os(as) participantes utilizarão o laboratório de informática, onde deverão pesquisar uma reportagem, um artigo ou um depoimento sobre qualquer uma das temáticas abordadas (papéis de gênero, violência de gênero, desigualdade de gênero, hierarquização de gênero, dentre outras). Em seguida deverão elaborar um texto dissertativo, com no mínimo 15 linhas, sobre esse material pesquisado. A atividade será finalizada com a leitura dos textos.

Após a leitura coletiva do texto, será aberta a discussão, onde o grupo

deverá analisar:

A polêmica levantada no texto;

A tese defendida;

O que o autor quer provar com sua tese;

Qual o papel que cabe a nós, professores, diante do exposto no

texto.

Atividade 3 – Leitura do artigo “OS ESTUDOS DE GÊNERO E A LITERATURA DE

AUTORIA FEMININA NO BRASIL” - Lúcia Osana Zolin - Universidade Estadual de

Maringá (UEM)

Tempo estimado: 1h

Objetivo: Propiciar melhor compreensão da literatura de autoria feminina.

OS ESTUDOS DE GÊNERO E A LITERATURA DE AUTORIA FEMININA NO BRASIL

Lúcia Osana Zolin - Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Atividade 1 – Dinâmica “A árvore do conhecimento”

Tempo estimado: 2 horas

Os(as) participantes farão a leitura silenciosa do texto na íntegra, depois,

individualmente, deverão escrever em poucas linhas a ideia principal de

cada um dos parágrafos. Os parágrafos estarão numerados e serão

sorteados. Em seguida, de acordo com a sequência do texto, farão a

leitura da síntese para o grupo. Exemplo:

1º parágrafo:

2º parágrafo:

3º parágrafo:

Objetivo: Conhecer as opiniões dos participantes relacionadas aos assuntos

abordados até o momento.

Perguntas:

Você acredita que as mulheres, no século 21, ainda têm muito a conquistar?

Por quê?

Você acha que meninas e meninos, mulheres e homens, são tratados de

maneiras diferentes na escola e na sociedade?

O que se entende por gênero?

Como você imagina que seria a sua vida se você fosse do sexo oposto ao

seu?

Em nossa sociedade, quais são as "vantagens" e as "desvantagens" de ser

mulher? E quais são as "vantagens" e as "desvantagens" de ser homem?

Quando atribuímos a meninas e meninos (sejam nossos filhos e filhas, alunos

e alunas etc.) “papeis” distintos e, a partir deles, expectativas diferenciadas

sobre seu cotidiano, suas práticas de trabalho ou de lazer e sobre seu futuro,

que valores estamos cultivando?

Por que em casa a jornada de trabalho, na maioria das vezes, é diferenciada,

se no ambiente de trabalho o desempenho da mulher tem que ser o mesmo?

Por que estudar gênero na escola?

Por que discutir gênero e desigualdade?

Há brincadeiras específicas para meninos e meninas?

No trabalho, há funções próprias para homens e para mulheres?

Quais os melhores adjetivos para a mulher ideal? E para o homem ideal?

Como educadores(as), percebemos em nós e/ou nos colegas atitudes que

revelam um posicionamento sexista?

Montar uma árvore de bexigas, com perguntas sobre os textos e discussões abordadas até o momento. Um a um, cada participante irá até a árvore, estourará um balão, fará a leitura da pergunta para os demais participantes e responderá de acordo com sua opinião.

Quais serão suas intervenções no sentido de promover a igualdade de gênero

em sua prática docente?

A Lei Maria da Penha tem sido eficaz?

Em que medida reproduzimos o machismo no nosso dia-a-dia?

Qual é a responsabilidade da escola quando se fala em diversidade de

gênero?

A problematização da homofobia e o reconhecimento da diversidade sexual

revelam-se indispensáveis para se viabilizar não só uma educação inclusiva e

de qualidade, mas também a consolidação de um modelo democrático de

sociedade?

O que fazer para que a escola não seja fermento para o bolo da

desigualdade?

Como educar meninos e meninas para a equidade de gênero?

Qual o papel da escola diante da diversidade: reproduzir situações de

discriminação e violência ou desenvolver uma cultura pela efetivação dos

Direitos Humanos?

Como docentes, como podemos começar a descontruir estereótipos de

gênero que há tempo estão arraigados em nossa sociedade?

Cite pelo menos três atitudes docentes que podem contribuir para uma

sociedade menos desigual no que se refere à diversidade de gênero.

As instituições que produzem e reproduzem o imaginário androcêntrico são a

família, escola e Igreja. Assim, a mudança social que gere igualdade nas

relações de gênero deve partir destas instituições? Como?

Quais são as causas da violência de gênero?

Atividade 2 – Música “Essa mulher sou eu”

Tempo estimado: 1h e 30 minutos

Objetivo: Sondar qual é a visão de mulher/homem que cada participante tem de si.

ESSA MULHER SOU EU Paula Fernandes

Atividade 3 – Orientações para elaboração do material didático

Tempo estimado: 20 minutos

Objetivo: Orientar os/as participantes para a elaboração do material didático.

Atividade 4 – Lembrete importante para a produção do material didático

Tempo estimado: 10 minutos

Objetivo: Elaborar material didático de forma a desconstruir estereótipos de gênero

Os/as participantes irão ouvir e cantar a música “Essa mulher sou

eu”, de Paula Fernandes, com uma cópia em mãos. Depois,

individualmente, escreverão um texto, (que pode ser um poema)

onde falarão sobre a imagem que têm de si, incluindo frustrações,

sonhos, desejos, enfim. Ao final da atividade, socializarão seus

textos.

O material didático será elaborado durante as 8 horas não presenciais. A produção será feita em grupos, divididos de acordo com as disciplinas da matriz curricular.

Atividade 1 – Texto visual

Tempo estimado: 15 minutos

Objetivo: Ativar os conhecimentos prévios.

Que mulher é essa que aparece na imagem?

O que ela está fazendo?

Quem é ela?

O que está sentindo?

A imagem está relacionada com o texto que vamos ler. Qual será o assunto da história? Qual será o título do texto dado pelo autor(a)?

Antes de ler o texto, será apresentada a imagem que segue, para que os participantes levantem hipóteses e dados que contextualizarão a leitura a ser feita.

O material produzido pelos/as participantes de todas as áreas deverá ser norteado pela teoria estudada e temas abordados em todas as oficinas.

Atividade 2 – Leitura do conto “A Moça Tecelã” e análise do texto.

Tempo estimado: 2 horas e 15 minutos

Objetivo: Analisar o conto de Marina Colasanti, a fim de conhecer a temática, a

estrutura e os recursos utilizados pela autora.

A Moça Tecelã

Cada participante fará a leitura do conto de acordo com a sequência dos parágrafos. Depois, em conjunto, a turma deverá abstrair a ideia central de cada parágrafo, escrevendo ao lado do mesmo. Após este procedimento, teremos a síntese do texto, que muito facilitará a compreensão. Em seguida, será realizada a análise escrita do texto e por fim uma roda de conversa sobre o conto.

1- Qual seria o perfil do leitor previsto para o texto?

2- Em que suporte o texto originalmente circulou?

3- Como você caracteriza a linguagem usada pela autora?

4- Quem são as personagens do texto e quais são suas características?

5- O que a moça tecelã possui de diferente em relação às moças comuns?

6- A protagonista do conto se assemelha a uma fada por seus poderes mágicos. Em

que consiste seu poder? O que ele simboliza?

7- O que se pode compreender com a frase “e novamente se viu na sua casa

pequena e sorriu para o jardim além da janela”?

8- Tanto na tradição oriental quanto na ocidental, a figura feminina costuma

ser apresentada como anjo ou demônio, fada ou bruxa, pura ou impura, bondosa ou

maligna. No desfecho do conto, a figura feminina reafirma ou supera esse

dualismo? Justifique sua resposta com elementos do texto.

9- No conto, a protagonista não tem nome próprio e, embora a sequenciação dos

fatos seja marcada pela alternância de tempos verbais, a ação se localiza em um

tempo indefinido. Essa estratégia discursiva da indefinição tem como principal efeito

a) ( ) identificar a protagonista por meio de um único traço marcante.

b) ( ) aproximar a narrativa ficcional do relato midiático de reconstituição.

c) ( ) generalizar a ação dramática e aproximá-la dos leitores de todos os

tempos.

d) ( ) apresentar acontecimentos passados como se estivessem

acontecendo no momento da leitura.

1- Uma certa noite a moça tecelã resolveu desfazer seus tecidos. Que motivo

principal a levou a desfazer o marido? O que, na sua opinião, a fez tomar esta

decisão? O que lhe faltava?

2- Partindo para a realidade, podemos afirmar que todos nós somos tecelões de

nossas próprias vidas, mas sem os poderes mágicos da personagem principal.

Como isso se dá?

3- As mulheres devem obedecer aos seus maridos?

4- Você acredita em destino? E em livre arbítrio?

Atividade 3 – Um pouco sobre Marina Colasanti

Tempo estimado: 30 minutos

Objetivo: Perceber a recriação intertextual de motivos narrativos tradicionais nos

contos de Colasanti, com inversão de desfechos e desconstrução de ideologias e

valores.

Marina Colasanti (1938) nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com "Eu sei mas não devia" e também por "Rota de Colisão". Dentre outros escreveu "E por falar em amor"; "Contos de amor rasgados"; "Aqui entre nós", "Intimidade pública", "Eu sozinha", "Zooilógico", "A morada do ser", A nova mulher (que vendeu mais de 100.000 exemplares), Mulher daqui pra frente, "O leopardo é um animal delicado", "Gargantas abertas e os escritos para crianças", "Uma ideia toda azul" e "Doze reis e a moça do labirinto de vento". Colabora, também, em revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.

Será apresentado ao grupo uma síntese sobre a vida e obra de Marina Colasanti. Isto de dará de forma oral e em seguida com um pequeno texto sobre a biografia da autora.

Marina Colasanti é uma escritora de ficção, que se dedica especialmente à produção de gêneros narrativos curtos, como crônicas e contos. Assumindo a posição de uma voz livre e reflexiva, a autora se dirige especialmente ao público feminino, tanto pela temática dominante em sua obra — amor, relacionamento íntimo, sexualidade, sentido da vida e da arte—, quanto pelo questionamento das desigualdades de gênero, ainda presentes em nossa sociedade. Uma característica marcante dos textos de Marina Colasanti é a recriação intertextual de motivos narrativos tradicionais, com inversão de desfechos e desconstrução de ideologias e valores.

Colasanti procura discutir comportamentos estigmatizados dentro da cultura há séculos, que sugerem um papel secundário à mulher e diversos âmbitos sociais, sua obra assim caracteriza-se como representação da experiência social feminina.

Fonte: Dia a dia educação.

Atividade 4 – Características das personagens e superestrutura padrão do conto

Tempo estimado: 1h

Objetivo: Fazer uma análise mais aprofundada do conto.

Pela seleção de palavras e estruturas, percebemos que a voz narrativa se

posiciona positiva ou negativamente em relação às personagens e suas ações.

Quais características das personagens podem ser inferidas das

passagens apresentadas? Descreva-as na coluna da direita.

Cada integrante do grupo terá em mãos as atividades que seguem impressas e deverão realizá-las em conjunto.

A m

a

Se era forte demais o sol, e no jardim

pendiam as pétalas, a moça colocava

na lançadeira grossos fios cinzentos do

algodão mais felpudo. Em breve, na

penumbra trazida pelas nuvens, escolhia

um fio de prata, que em pontos longos

rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva

vinha cumprimentá-la à janela.

Características

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o

que queria fazer.

Segurou a lançadeira ao contrário, e

jogando-a veloz de um lado para o

outro, começou a desfazer seu tecido.

Desteceu os cavalos, as carruagens, as

estrebarias, os jardins. Depois desteceu

os criados e o palácio e todas as

maravilhas que continha. E novamente se

viu na sua casa pequena e sorriu para o

jardim além da janela.

O r

ap

az

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu

suficiente.

— Para que ter casa, se podemos ter

palácio? — perguntou. Sem querer resposta,

imediatamente ordenou que fosse de pedra

com arremates em prata.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre

tantos cômodos, o marido escolheu para

ela e seu tear o mais alto quarto da mais

alta torre.

— É para que ninguém saiba do tapete

— ele disse. E antes de trancar a

porta à chave, advertiu: — Faltam as

estrebarias. E não se esqueça dos

cavalos!

A estrutura do conto segue o modelo canônico do discurso narrativo ficcional:

exposição ou apresentação, complicação, clímax, desenlace ou desfecho.

Com base na explicação da coluna da esquerda, escreva, na coluna da direita, a

frase inicial e a frase final de cada uma das etapas acima.

Superestrutura padrão

A moça tecelã

Exposição ou apresentação — Etapa em que o

narrador faz a ambientação da história em seu estado inicial de equilíbrio, localizando-a no tempo

(quando?) e no espaço (onde?) e identificando personagens (quem?).

De

até

Complicação — Momento em que se rompe o

equilíbrio inicial da ação, passando o protagonista a

vivenciar um problema ou um conflito, que pode

trazer-lhe consequências desastrosas ou

positivas.

De

até

Clímax — Momento de maior tensão da narrativa,

quando o antagonismo gerado pelo problema ou conflito

chega a seu ponto máximo.

De

até

Desenlace ou desfecho — Resolução do conflito ou

repouso da ação. Pode ser feliz, trágico, cômico,

surpreendente, etc. Pode apresentar uma avaliação do

narrador a respeito da história e/ou também uma moral,

que orientará a interpretação da história narrada.

De

até

Atividade 1: Leitura do conto “Para que ninguém a quisesse” e análise.

Tempo estimado: 2 horas

Objetivo: Analisar mais um conto da escritora contemporânea Marina Colasanti.

Para que ninguém a quisesse

De acordo com o texto acima, responda:

1- O título está adequado ao texto? Justifique.

2- O que levou o homem a tomar algumas atitudes em relação à mulher?

3- Que atitudes ele tomou em relação à mulher?

4- Como a mulher reagiu às atitudes do homem?

5- Por que os personagens do texto são tratados por mulher e homem?

Um/a dos/as integrantes do grupo fará a leitura do conto para a turma. Depois, a mediadora fará alguns apontamentos, que deverão instigar o grupo, que acrescentará mais outros pontos importantes. No momento seguinte, em uma roda de conversa, discutiremos as ideias do texto em questão.

6- Você considera as atitudes do marido “uma forma de violência”? Como agir diante

de um fato dessa natureza?

As ações do homem demonstram a insegurança dele em relação à mulher?

O texto é apresentado sob um ângulo machista ou feminista? Comente.

Qual é o papel da mulher retratada no texto? Ela tem identidade própria?

Explique.

Qual é o ideal feminino? Caracterize.

Que tipo de homem a mulher de hoje procura? Descreva.

Atividade 2 – Envolvendo-se com o conto

Tempo estimado: 2 horas

Objetivo: Verificar que, na literatura de Colasanti, ao analisarmos as atitudes das

protagonistas, nota-se a presença de características que remetem às três fases da

literatura de autoria feminina.

Cada um/a dos/as participantes fará a leitura da parte inicial do

conto “Quando já não era mais necessário”, escrevendo um novo

final para o texto. Ao terminar esta primeira parte da atividade, a

mediadora fará a leitura do final original, chamando a atenção do

grupo para as três fases da literatura de autoria feminina,

explicando por que o conto “Para que ninguém a quisesse”

pertence à primeira fase, “Quando já não era mais necessário” à

segunda fase e “A moça tecelã” à terceira fase.

Quando já não era mais necessário Marina Colasanti

"Beije-me", pedia ela no amor, quantas vezes aos prantos, a boca entreaberta, sentindo

a língua inchar entre dentes, de inútil desejo.

E ele, por repulsa secreta sempre profundamente negada, abstinha-se de satisfazer seu

pedido, roçando apenas vagamente os lábios no pescoço e o rosto. Nem se perdia em

carícias, ou se ocupava em despir-lhe o corpo, logo penetrando, mais seguro no túnel

das coxas do que no possível desabrigo da pálida pele possuída.

Com os anos, ela deixou de pedir. Mas não tendo deixado de desejar, decidiu afinal

abandoná-lo, e à casa, sem olhar para trás, não lhe fosse demais a visão de tanto

sofrimento.

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Nesta atividade, você deverá fazer uma leitura atenta de mais um conto de Marina

Colasanti, observando que é necessário dar um final para o texto.

Atividade 1 – Apresentação do material didático produzido

Tempo estimado: 3 horas e 30 minutos

Objetivo: Socializar com o grupo o material produzido e fazer intercâmbio desse

material.

Cada grupo deverá fazer a apresentação do seu material em power point, depois os/as demais participantes e a mediadora tecerão comentários que possam enriquecer o material, que será utilizado em sala de aula e compartilhado com os/as demais professores/as do colégio.

Avaliação do Curso

Participante_______________________________________________________________ Mediadora________________________________________________________________ Funções desempenhadas ____________________________________________________ 1- Para você, quais foram os temas mais importantes das oficinas? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2- Quais foram os pontos positivos e os pontos negativos das oficinas? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3- Qual tema você gostaria de discutir mais? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Atividade 2: Questionário

Tempo estimado: 30 minutos

Objetivo: Verificar se houve mudança de postura em relação ao tema proposto

Será aplicado novo questionário escrito, onde a mediadora irá comparar com o questionário da primeira oficina para avaliação final.

4- Você acha que alguma coisa mudou em seu comportamento ou na maneira de pensar após sua participação nestas oficinas? Se sim, em quais aspectos? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5- Fale sobre a sua visão no que se refere às relações entre homens e mulheres. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6- Você acredita que os materiais didáticos elaborados neste curso incentivarão a produção de novos materiais referentes à temática abordada? Comente. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Data ____/____/____ Assinatura______________________________________

REFERÊNCIAS

BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Trad.: Maria Helena Kuhner. 11º ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.

COLASANTI, Marina. “A moça tecelã”. In Doze reis e a moça no labirinto do vento. Rio de Janeiro: Global Editora, 2000.

______. Para que ninguém a quisesse. In: Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.

______. Quando já não era mais necessário. In: Contos de amor rasgados. São Paulo: Record, 2010..

GÊNERO e diversidade na escola: formação de professoras/es em Gênero, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Livro de conteúdo. Versão 2009. – Rio de Janeiro : CEPESC; Brasília : SPM, 2009.

GÊNERO e diversidade na escola: formação de professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Caderno de atividades. Rio de Janeiro : CEPESC, 2009.

GOMES, N.L. Indagações sobre currículo : diversidade e currículo; organização do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. 48 p.

LOURO. Guacira. L. Gênero, sexualidade e educação. Petropóles: Vozes 1997.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Língua Portuguesa. Curitiba, 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná –Gênero e Diversidade Sexual - Versão Preliminar. Curitiba, 2010.

ZOLIN, Lucia Osana. Violência Simbólica e Estrutura de Dominação em “A Moça Tecelã”, de Marina Colasanti. In Graphos. João Pessoa, v. 9, n. 2, 2007.