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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
OS SONS E A POLUIÇÃO SONORA GERADOS NA ESCOLA: UMA
INTERVENÇÃO PROBLEMATIZADORA
Professora PDE: Liliam Cristiane Alcarria Andrioni1
Professora Orientadora IES: Ms. Fabiana Aparecida
de Carvalho2
1
É professora QPM do Estado na área de Ciências. Especialista em Biologia Aplicada à Organização do Ambiente Escolar e de trabalho – Área de Concentração: Biologia Aplicada ao Desenvolvimento Humano pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Email: [email protected]
2
É professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestra em Educação – Área de Concentração Ensino, Avaliação e Formação de Professores (UNICAMP). Orientadora PDE.
OS SONS E A POLUIÇÃO SONORA GERADOS NA ESCOLA: UMA
INTERVENÇÃO PROBLEMATIZADORA
Liliam Cristiane Alcarria Andrioni1
Profa. M.Sca. Fabiana Aparecida de Carvalho2
RESUMO O presente artigo objetiva mostrar os resultados do desenvolvimento de uma produção didático-pedagógica implementada no contexto do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná). Com o uso de estratégias didático-metodológicas diferenciadas, trabalhou-se, durante o 1º. Semestre letivo de 2014, o tema: “Os sons e a poluição Sonora: uma intervenção problematizadora” com alunos do 8° ano do Ensino Fundamental, de um Colégio da Rede Estadual do Município de Maringá/ PR. Como resultado das proposições planejadas para a intervenção didática, constaram-se a sensibilização dos educandos quanto ao problema da Poluição Sonora em diferentes ambientes e, em especial, na escola, bem como, a participação efetiva e o interesse na realização das atividades tematizando o assunto.
Palavras-chave: Poluição Sonora, sons, ruídos, Educação Ambiental.
OS SONS E A POLUIÇÃO SONORA GERADOS NA ESCOLA: UMA INTERVENÇÃO
PROBLEMATIZADORA
INTRODUÇÃO
Atualmente muito se fala em qualidade de vida, mas para mantê-la é de
fundamental importância que as sociedades humanas mudem radicalmente sua postura
e suas ações em relação ao meio em que vivem e à natureza.
A qualidade de vida leva em conta aspectos múltiplos que estão associados a
vida pessoal, como também o bem estar físico, mental social e ambiental.
Conforme Jacobi (2003), a educação para a formação de cidadãos conscientes
capazes de se relacionar com o meio ambiente, assume um papel cada vez mais
desafiador, demandando a emergência de novos saberes.
A Educação Ambiental, torna-se uma ferramenta eficaz para a modificação de
atitudes e a criação de novos paradigmas de consumo, de conservação dos recursos
naturais e da qualidade ambiental e de vida.
Neste sentido, a Educação Ambiental ganharia uma perspectiva educativa, coma
caráter permanente e levaria em conta diversos aspectos como os sociais, os políticos,
os econômicos e os culturais.
Reigota (2009), afirma que a Educação Ambiental deve estar presente em todos
os espaços onde haja a possibilidade de educar como: escolas, parques, associações
de bairro, nos meios de comunicação de massa. Ela deve ser capaz de conduzir o
indivíduo à análise e à reflexão dos problemas cotidianos, bem como, a possibilidade
de solucioná-los. Para autor:
A Educação Ambiental como educação política está comprometida com a ampliação da cidadania, da liberdade, da autonomia e da intervenção direta dos cidadãos e cidadãs na busca de soluções alternativas que permitam a convivência digna e voltada para o bem comum (REIGOTA, 2009, p. 13).
Essas soluções alternativas podem ser pensadas e criadas nas instâncias
próximas e locais de cada pessoa e meio. Considerando tais colocações, pode-se
pensar a escola como um espaço social de problematização e educação ambiental.
Como reflexo da sociedade a escola também tem problemas ambientais como a
produção de lixo, a poluição visual, e a poluição sonora que dever ser compreendida
como um problema ambiental crescente que pode interferir negativamente na qualidade
de vida dos cidadãos. Surge, dessa forma a necessidade de sensibilizar a comunidade
escolar à respeito desse problema vivenciado cotidianamente, bem como, alertar a
importância da educação no processo da gestão para a qualidade sonora ambiental.
O Colégio Estadual João Faria de Pioli, localizado na cidade de Maringá e em
uma área com grande desenvolvimento urbano, é uma unidade escolar sujeita às
interferências sonoras. Devido ao escasso espaço físico e a arquitetura do prédio, os
alunos se aglomeram em certos locais. Nesses ambientes o som é bastante intenso, o
que pode ser considerado um tipo de Poluição Sonora, no qual consiste na emissão de
ruídos que ultrapassam os níveis legalmente estabelecidos, alterando a condição
normal de audição. Também é importante considerar que com os novos avanços da
tecnologia, os alunos utilizam aparelhos eletrônicos diversos como MP3, iPOD e
celulares, que requerem fones de ouvido para escutar música em volume considerado
prejudicial à saúde.
Os barulhos causam vários efeitos nocivos ao organismo, sendo que a perda
auditiva é uma das maiores justificativas para o seu controle, por essa razão é
importante conhecer sobre o assunto para que dessa forma possa desenvolver meios
de monitoramento e prevenção.
A proposta desse trabalho é de contextualizar os saberes teóricos sobre som e
relacioná-los ao excesso de barulho e ruídos que desencadeiam a poluição sonora e as
suas interferências no espaço escolar, de sensibilizar os alunos sobre os efeitos
decorrentes da Poluição Sonora Escolar e conduzi-los, numa perspectiva
intervencionista de educação ambiental, a possíveis mudanças de hábitos que
contribuam para a aquisição de medidas preventivas e para a melhora a qualidade de
vida.
A produção de sons e ruídos faz parte da maioria da ações cotidianas
realizadas pelos seres humanos, mas em decorrência da emissão elevada de ruídos
no ambiente escolar gera-se um problema ambiental que é a Poluição Sonora, daí
surgiu a necessidade de demonstrar como esse tipo de poluição está presente no
espaço escolar, mas sobretudo que eles se percebessem como sujeitos responsáveis
pela emissão de ruídos, de modo a provocar nos alunos um pensamento crítico da
realidade do qual estão inseridos.
A POLUIÇÃO SONORA COMO TEMA AMBIENTAL E A PERCEPÇÃO DOS SONS
O som é composto por ondas mecânicas e é produzido pela propagação de
vibrações dessas em meio elástico (ar, líquidos), sendo capaz de estimular o aparelho
auditivo e provocar sensações auditivas (GERGES, 2000).
Santos (1999) destaca que o som apresenta algumas características como a
frequência e a intensidade, além desses, acrescenta-se também o timbre.
A frequência refere-se ao número de vibrações por unidade tempo, determinando
se um som é grave ou agudo, é medido pela unidade chamada Hertz (Hz). A frequência
perceptível ao ouvido humano, gerando a sensação auditiva compreende entre 20 a
20000 Hz, frequências superiores ou inferiores a esses valores não são audíveis. A
Intensidade é força ou pressão exercida pelas partículas materiais sobre a superfície
que incidem, é causada pela pressão sobre o ouvido, é, portanto, a quantidade de
energia vibratória que se propaga nas regiões próximas da fonte de emissão. Permite
classificar um som como forte ou fraco. (SANTOS, 1999).
Timbre é a qualidade que possibilita diferenciar dois sons de mesma altura e de
mesma intensidade, emitidos por fontes diferentes (KAZUHITO; FUKE, 2013).
Quando nos referimos à Poluição Sonora, associamo-la diretamente com o som,
porém, é importante fazer a distinção entre som e ruído. O som é considerado algo
agradável aos ouvidos e que produz sensações prazerosas; já ruído é um termo usado
para descrever sons desagradáveis que geram incômodo e desconforto, podendo
prejudicar a saúde humana. (SANTOS, 1999)
De acordo com FIORILLO,
Som é qualquer variação de pressão (no ar, na água...) que o ouvido humano
possa captar, enquanto o ruído é o som ou conjunto de sons indesejáveis, desagradáveis, perturbadores. O critério de distinção é agente perturbador, que podem ser variável, envolvendo o fator psicológico de tolerância de cada indivíduo (FIORILLO,2009, p. 221).
Para compreender os efeitos nocivos que o ruído pode provocar no organismo
humano é importante conhecer a anatomia e a fisiologia do órgão da audição. A orelha
humana é um sistema complexo e sensível é o órgão responsável pelas sensações
sonoras, está contido no osso temporal e tem duas finalidades principais: o equilíbrio e
a audição.
Santos et al (2010) dividem didaticamente a orelha em três partes: a) orelha
externa: formada pela cartilagem que ajuda a captar os sons do meio ambiente e um
canal que conduz à membrana timpânica; b) orelha média: onde serão os ossículos
materno, bigorna e estrigo e a tuba auditiva responsáveis pela transmissão e vibração
dos estímulos sonoros. A última parte, conforme apontam Amabis e Martho (2010) é a
orelha interna formada pelo aparelho vestibular, onde se encontra a cóclea e os
mecanoreceptores que conduziram os estímulos ao nervo auditivo.
O ouvido humano é um dispositivo que tem a capacidade de receber as ondas sonoras e transformá-las em sensações que denominamos sons. Ao ser atingido por uma onda sonora, o tímpano passa a vibrar com a mesma frequência, determinando um movimento vibratório que, por meio dos ossículos do ouvido (martelo, bigorna e estribo), é transmitido para a janela oval e daí para o ouvido interno, onde se converte num impulso nervoso, enviado ao cérebro, por meio do nervo auditivo, dando-nos a sensação de som (CALÇADA; SAMPAIO, 1998, p. 453-454).
O som que atravessara as orelhas consiste em ondas de pressão que propagam
através de um meio material. Suas características são o volume (a intensidade do som),
medido em decibéis (dB), e a frequência (som grave ou agudo), medida em hertz (Hz).
Russo (1998) aponta que a intensidade do som pode ser medida por meio da unidade
denominada Bel, cuja a denominação foi concedida em homenagem a Alexandre
Graham Bell, inventor do telefone (SANTOS et all, 2010).
Para as medições de intensidade usa-se a unidade decibel (dB), submúltiplo do
bel por meio de um aparelho denominado decibilímetro, cuja a finalidade é medir a
intensidade do som. Em tom normal, a voz humana produz um som na ordem de 60 dB.
Como a percepção sonora é algo sensível e qualquer excesso de ruídos pode
atrapalhar ou causar danos ao sistema auditivo, é importante pensar em seus efeitos no
organismo.
A Poluição Sonora é a ocorrência de barulhos em altos níveis podendo ser
nocivo e ofensivo à saúde. Gewandsnajder (2012), afirma que os efeitos da poluição
sonora dependem de vários fatores como a intensidade do som, do tempo de exposição
e da sensibilidade da pessoa, podendo variar de zumbidos e perda passageira da
audição até a redução da audição de maneira irreversível, ela também é considerada
um fator estressante, favorecendo o aparecimento de outros problemas, como os
cardíacos e distúrbios emocionais.
Segundo Fiorillo (2009), os efeitos dos ruídos nos seres humanos não são
pequenos, ficar surdo é apenas uma das consequências, afirmam os especialistas. O
resultado mais desleal acontece mesmo quando em níveis moderados de ruído, porque
lentamente vão causando inúmeros problemas, dentre eles: estresse, distúrbios físicos,
mentais e psicológicos, insônia e problemas auditivos. De forma sútil vai provocando
diversas alterações no organismo, os chamados sintomas secundários, como aumento
da pressão arterial, paralisação do estômago e intestino, má irrigação da pele e até
mesmo impotência sexual.
Na realidade, a Poluição Sonora gera reações físicas, alterando ao
funcionamento normal do organismo. Além disso, podem surgir as reações emocionais
que comprometem o bem estar do indivíduo.
A PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA E INTERAÇÃO DOS ALUNOS COM O
TEMA POLUIÇÃO SONORA
A intervenção pautou-se pelos princípios qualitativos da pesquisa intervencionista
e na reflexão da ação docente, pensando, concomitantemente, na integração aos
alunos e suas relações como o conteúdo.
A metodologia aplicada foi baseada na problematização da percepção auditiva e
da Poluição Sonora. Para Halmenschlager (2011), a problematização deve ser utilizada
para o desenvolvimento de trabalhos em sala de aula, potencializando o ensino e a
aprendizagem. Dessa forma, as temáticas desenvolvidas junto aos alunos podem ter
um aspecto mais contextualizado com a interdisciplinaridade, com a aprendizagem
significativa e com a elaboração de entendimentos para os fenômenos do dia a dia.
O desenvolvimento das estratégias planejadas ocorreram no Colégio Estadual
João de Faria Pioli – Ensino Fundamental e Médio, escola pertencente à rede pública
de Maringá. O público alvo foram os alunos do 8° E, do período o vespertino,
totalizando 29 alunos com os quais foi realizado um levantamento a respeito do
conhecimento prévio do assunto abordado3.
3 Os alunos são tratados com nomes fictícios no artigo para que suas identidades sejam preservadas.
A opção por esta turma foi em função do conteúdo Audição, trabalhado na
disciplina de Ciências, e que foi problematizado teoricamente. Durante todo o primeiro
semestre foram planejadas e implementadas ações propostas no Projeto tendo como
elemento norteador o Plano de Trabalho Docente. Foram realizadas ações com
professores e alunos descritas brevemente a seguir:
Ação 1: Para a implementação desse trabalho na escola foram necessárias a
realização de reuniões com a equipe pedagógica e direção no período vespertino e a
exposição do Projeto e esclarecimento das propostas.
Ação 2: Denominada de sensibilização, teve início já nas primeiras aulas do
Semestre, onde foi apresentado aos alunos o Projeto de Intervenção ressaltando as
suas finalidades. Inicialmente os alunos responderam a alguns questionamentos com o
objetivo de verificar alguns hábitos relativos ao uso de aparelhos eletrônicos,
comprometimento auditivo e frequência do uso de fones de ouvido.
Ação 3: No decorrer das aulas de Ciências do 8° Ano E, foi implementado o
Plano de Trabalho Docente, produzido no segundo semestre do Programa PDE,
compreendem a Compreensão Conceitual com estratégias didáticas que contemplaram
a apreensão de conceitos relativos ao aparelho auditivo, composição e funcionamento,
com o auxílio de vídeos, slides e diversos materiais impressos.
Ação 4: Foi denominada de Análise e percepção sonora, aqui se estabeleceu o
objetivo de reconhecer os diversos tipos de som que podem ser percebidos no
ambiente escolar em os alunos estavam inseridos. Foram desenvolvidas atividades de
descrição dos sons, leitura de textos sobre Poluição Sonora, medições de sons e
ruídos, dentre outras.
Ação 5: Essa foi a etapa de Experimentação e demonstração com algumas
atividades práticas e experimentais envolvendo o conhecimento sobre ondas sonoras.
Nas aulas foram apresentados simuladores e os alunos tiveram acesso à internet para
comparar dados. Também foram realizados testes auditivos para verificar como está o
nível de audição.
Ação 6: A Problematização final e avaliativa, onde os alunos, já com os
conhecimentos conceituais adquiridos, elaboraram atividades em grupo com a
produção de material audiovisual.
AS AULAS DE CIÊNCIAS E A PROBLEMATIZAÇÃO DA POLUIÇÃO SONORA NA
ESCOLA
A Implementação do Projeto, conforme descrito anteriormente, constou de
etapas dentro da escola. Com os alunos da disciplina de Ciências, foi estabelecido uma
dinâmica de problematização do tema Poluição Sonora e do contexto ambiental no qual
a escola está inserida.
A esta de Sensibilização ocorreu entre 07/03/2014 à 18/03/2014. Para introduzir
o tema foi necessário o desenvolvimento de atividades que pudessem abordar o
assunto, levando em consideração a problematização inicial, com auxílio de questões
norteadoras visando estimular a reflexão que os ruídos podem ocasionar ao sistema
auditivo. Partiu-se de alguns questionamentos iniciais que direcionaram as ações
desenvolvidas nesta etapa. Entre eles:
- A altura da voz de uma pessoa pode sofrer alguma influência, dependendo dos sons
do ambiente?
- O local onde a escola está situada favorece ou dificulta sua concentração?
- Em um ambiente com pouco ruído, é necessário que alguém repita a mesma fala
várias vezes?
- Com que frequência você usa aparelhos eletrônicos na orelha para ouvir músicas?
- Quando você está com esses aparelhos eletrônicos, é possível ouvir os sons do
ambiente?
Os relatos comprovaram que grande parte deles tem que falar mais alto para
que possam ser ouvidos em ambientes com muitos barulhos, inclusive na escola.
Com relação ao local em que a escola está situada, certamente, sofre a
influência de vários ruídos externos, principalmente de automóveis, motocicletas, já
que o tráfego é constante, dificultando a concentração.
Quanto ao hábito de ouvir músicas com fones de orelha, os alunos admitiram ser
bastante frequente, principalmente quando não estão na escola. Embora seja uma
atividade apreciada pela maior parte deles, relataram que quando estão com os
aparelhos na orelha não conseguem perceber os outros sons do ambiente e as
pessoas tem que falar bem alto para que possam escutar.
As respostas aos questionamentos efetuados permitiram concluir que os alunos
necessitavam serem conduzidos à uma reflexão sobre a exposição diária dos sons e
ruídos e a sua interferência nas ações diárias.
Em seguida, procedeu-se um levantamento dos principais ruídos e barulhos
escutados na escola e em seu entorno, e essa atividade teve como objetivo a
identificação desses sons, suas fontes geradoras. Foi possível identificar os principais
sons provenientes de uma construção ao lado da escola, destacando-se em seus
relatos os sons da betoneira, das serras elétricas, britadeira, carros passando na rua,
pessoas gritando, foram citados entre os que mais os incomodaram.
Nesse contexto, foi proposto a leitura de textos que pudessem contribuir de
maneira significativa para a discussão sobre o ruído como um problema ambiental que
está presente em diversos ambientes, inclusive no ambiente escolar.
Um texto, publicado pelo jornal “O Estado de São Paulo”, escrito por Alexandre
Gonçalves, em 02 de agosto de 2008, intitulado como: “Tocadores de MP3 já são um
risco à audição”, foi utilizado como recurso para a discussão sobre os problemas
ocasionados pelos aparelhos eletrônicos de emissão sonora, apresentando dados
importantes por especialistas da área de audiologia. Grande parte dos alunos
apresentaram bastante resistência sobre o assunto, pois esse hábito faz parte de sua
rotina, outros reconheceram que se trata de um problema atual e que pode ser evitado.
A seguir foi realizada a apresentação do vídeo: “Zumbido no ouvido, o que
fazer?” Esse vídeo mostrou uma entrevista, no qual, a otorrinolaringologista Dra. Tanit
Ganz Sanches, professora da Faculdade de Medicina da USP, abordou o problema
sobre do uso indevido de fones de ouvido, especialmente por adolescentes e jovens,
mostrando as consequências e comprometimento que esse hábito pode trazer ao
aparelho auditivo. Os alunos tiveram a oportunidade de registrar de forma oral e escrita
as suas opiniões. Eles tiveram uma participação razoável nessa aula, embora tendo
grande afinidade com os equipamentos tecnológicos, a maioria deles demonstrou uma
grande preocupação com a possibilidade de sofrer com as consequências dos ruídos,
alguns deles afirmaram já ter sofrido com algum tipo de problema mencionado no vídeo,
como o zumbido. Essa atividade possibilitou aos alunos a observação de quanto os
ruídos podem afetar adversamente o bem estar das pessoas.
Na Compreensão Conceitual, ocorrida entre 24/03/2014 à 08/04/2014, foram
discutidos os conceitos, a importância do aparelho auditivo e sua relação com o
ambiente, apresentando as suas partes e o funcionamento.
Nesse momento foi proposto a discussão da composição do aparelho auditivo
humano, de modo a explicitar a morfologia e a fisiologia da audição por meio de
exposição do conteúdo apresentado pelo livro didático.
Na sequência, como uma maneira de reforçar e ampliar a aquisição dos
conhecimentos, foi apresentado um vídeo sobre a audição. Este, mostrou imagens
tridimensionais, que de uma forma bastante didática e dinâmica associou a composição
e funcionamento do aparelho auditivo, oportunizando a visualização do mecanismo de
captação e transmissão das ondas sonoras através de todas as suas partes.
Verificaram que nossa audição é responsável por detectar as manifestações sonoras,
sendo essencial para as relações entre os seres humanos, por essa razão é necessário
adotar algumas medidas preventivas para não danificar esse máquina que com o
passar do tempo pode se desgastar.
Nessa perspectiva, os alunos foram estimulados a realizar uma atividade lúdica,
com material que em grupos produziram. Confeccionaram um quebra-cabeças, para
que o mesmo fosse montado era necessário considerar a sequência correta do
aparelho auditivo, a orelha externa, média e interna.
Além da compreensão conceitual do conteúdo abordado, essa fase oportunizou
a realização de atividades extraclasse como uma forma de ampliar os conhecimentos
adquiridos. Em uma pesquisa realizada na Internet no laboratório de informática, os
educandos tiveram acesso a informações que demonstram o nível de intensidade
sonora, esta medida em decibéis, de diversas situações rotineiras como conversas,
ambiente como danceteria e biblioteca, som produzido por avião aterrissando, dentre
outros. Os alunos registraram as informações, fazendo um comparativo com o nível de
intensidade e o máximo de exposição diária permissível, deste modo puderam concluir
que quanto maior o nível de intensidade sonora, menor é o tempo de exposição, já que
pode comprometer o sistema auditivo.
A análise da percepção sonora foi a etapa realizada no período de 15/04/2014 à
30/04/2014, com o objetivo de reconhecer os mais diversos tipos de sons que podem
ser percebidos no ambiente em que a escola está inserida, isto é, o ambiente escolar
(pátio, cantina, salas de aula, quadra esportiva, horário de intervalo, etc.) bem como,
compará-los com ambientes poucos ruidosos.
A partir deste momento, os educandos foram orientados a perceber os ruídos no
ambiente do qual estão inseridos, para tanto, foi necessário estabelecer o máximo
possível de silêncio, assim, puderam descrever os sons que mais os incomodavam e
irritavam no ambiente escolar. Dentro da sala puderam observar uma diversidade de
ruídos que atrapalhavam as atividades, destacando-se os ruídos externos,
principalmente aqueles provenientes da quadra esportiva, localizada ao lado da sala de
aula e as próprias conversas desse ambiente. Perceberam que quanto maior a
quantidade de ruídos externos, o barulho dentro da sala também é maior, já que
competem com diversos sons gerados em seu entorno. Como não estão acostumados
a silenciar, houve uma grande dificuldade para realizar essa atividade, porém,
concluíram que o silêncio também é importante para percebermos melhor o que ocorre
a nossa volta e que, o sentido da audição é de extrema importância para estabelecer
essa relação com o ambiente.
Com a orientação do professor, os alunos foram divididos em grupos e com
auxílio de aplicativos de decibilímetro, instalados em seus aparelhos eletrônicos como
tablet e celulares, se responsabilizaram por efetuar algumas medições (não oficiais) e
anotações dos dados, dos ruídos produzidos no ambiente escolar em diferentes
horários, períodos e locais como: corredores, quadra esportiva, pátio, sala de aula, em
horários de saída e entrada para o intervalo. Participaram com bastante entusiasmo,
demonstrando interesse pelo que foi proposto. Durante as medições, conforme
anotações no caderno da professora PDE, eles comentavam:
“Imagine! Todos os dias estamos expostos a esta intensidade de ruídos,
isto pode nos fazer muito mal”. (Mariana)
“Nunca imaginei que o barulho era tão grande!” (Alexandre)
Após a coleta de dados, retornaram a sala de aula e compararam os dados
obtidos com os padrões de ruídos considerados toleráveis pela Organização Mundial de
Saúde (OMS). Ficaram muito surpresos com a intensidade do som no ambiente escolar,
assumindo que esta situação causa bastante desconforto ao aparelho auditivo.
Posteriormente utilizaram as informações para elaborar um material expositivo como
cartazes que teve a finalidade de divulgar aos demais da comunidade escolar.
Acompanhados pelo professor foram incentivados a um breve passeio em um
parque próximo à escola, com a proposta de que observassem os sons naturais, num
ambiente sossegado e tranquilo em com uma pequena área verde onde é o habitat de
várias espécies de aves. Nesse contexto, foi possível perceber cantos de pássaros, do
qual registraram por meio de gravações e estabeleceram comparações com os ruídos
produzidos no âmbito escolar.
Durante o passeio, realizado no dia 25/04/2014 os alunos fizeram os seguintes
comentários:
“Como é bom ficar assim, num ambiente mais tranquilo, a gente se
sente até relaxado”. (Pedro)
“Eu não tinha percebido, como é gostoso ficar no silêncio” (Ana Júlia)
Esta atividade foi bastante proveitosa, embora alguns ainda prefiram estar num
ambiente mais ruidoso e agitado.
Ao retornar para a sala de aula discutiram-se questões como:
- Que sons e sensações vocês puderam perceber?
- Que sons mais se destacaram no ambiente natural?
- Que sensações foram despertadas durante o passeio?
- Será que todo som gera uma sensação agradável?
- Além das sensações sonoras percebidas pelo sistema auditivo, os sons podem
provocar outras sensações ligadas à outros órgãos dos sentidos?
Os alunos debateram esses questionamentos e chegaram a conclusão de que é
necessário um ambiente menos ruidoso para ter uma melhor percepção dos sons que
os rodeiam, bem como é essencial para restabelecer o sossego, gerando desta forma
sensações agradáveis.
Na Experimentação e demonstração, de 05/05/2014 à 19/05/2014, foram
realizadas as experiências práticas com o objetivo de reforçar os conceitos sobre o
funcionamento do aparelho auditivo, sobre a propagação do som, sobre a percepção
sonora.
Por intermédio de experimentações, os educandos organizaram-se em grupos e
pesquisaram, elaboraram e apresentaram várias experiências práticas envolvendo os
conceitos de ondas sonoras e propagação do som. Cada indivíduo elaborou um relato
sobre as experiências que, posteriormente foram discutidas por todos em sala de aula.
Essas experiências proporcionaram a oportunidade de constatar que o som é
uma onda e que pode se propagar por um meio material, como sólido, líquido ou
gasoso e a sua velocidade está relacionada ao meio em que se propaga. Os grupos
mobilizaram-se e apresentaram em sala experimentos que contribuíram para enriquecer
o conteúdo abordado.
Uma atividade no laboratório de informática com simuladores auditivos contribuiu
para testar como estava a audição.
Na Problematização e avaliação, realizada entre 20/05/2014 à 10/06/2014, foram
propostas atividades em grupo e os alunos elaboraram um material audiovisual, como
pequenos vídeos, materiais impressos, desenhos, etc. O objetivo dessa atividade foi a
divulgação das informações por meio do material produzido por eles.
Com bastante entusiasmo, produziram pequenos vídeos sobre Poluição Sonora,
filmaram imagens durante o intervalo, associando com diversas informações sobre o
tema. Elaboraram o material utilizando um programa de computador o Movie Maker.
Também produziram cartazes e por meio de uma campanha propuseram medidas para
minimizar os barulhos e se proteger deles. Esse material foi utilizado para a divulgação
na comunidade escolar. Essa atividade foi bastante atrativa e executaram com bastante
interesse.
As informações e os conceitos adquiridos durante o desenvolvimento das
atividades formaram um importante suporte para que pudessem elaborar e expor um
trabalho que sintetizou aquilo que foi trabalhado ao longo da implementação, pois o
grande desafio conceitual, metodológico e didático foi mediar as interações para que os
alunos percebessem o perigo de estarem continuamente expostos aos barulhos
excessivos e como podem se proteger.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer do desenvolvimento do trabalho, surgiram algumas limitações e
obstáculos. No campo conceitual e didático, vale ressaltar que os livros didáticos trazem
pouca informação a respeito do tema poluição sonora e não enfatizam as
consequências e a prevenção da mesma. Com o avanço das novas tecnologias,
desenvolvimento das cidades, os indivíduos estão cada vez mais expostos a esse tipo
de poluição, que a maioria das vezes, aceitam como normal. Nesse sentido, os
manuais e livros didáticos estão defasados para englobar a temática de maneira
complexa e mais significativa par ao aluno dentro de um ambiente sujeito às
intervenções de som, ruído e barulho.
Muitos dos alunos em ambiente escolar também tiveram, inicialmente, a
concepção de que viver em ambiente barulhento é algo normal e aceitável, inclusive
muitos gostam de agitação, barulho, música alta, gritar, reverberar a conversa em tom
alto, etc... Assim sendo, as atividades didáticas permitiram um questionamento para que
eles se perguntassem sobre a produção de sons e ruídos e se percebessem agentes
causadores de poluição sonora.
Embora, o tema abordado tenha contribuído significativamente para a
sensibilização dos educandos, há uma grande necessidade de aplicação de práticas e
sensibilizações contínuas no decorrer de todo o ano letivo, pois não bastam momentos
pontuais de interação, é preciso, antes de qualquer coisa, também trabalhar a
conscientização para que, de fato, haja mudanças de posturas que se concretizem em
ações cotidianas.
Considerando uma proposta direcionada à Educação Ambiental, vale lembrar o
que salienta Reigota (2009): que ela deve estar presente em todos os locais, que a
escola deve propiciar condições de refletir os problemas ambientais e de auxiliar na
busca soluções, que as ações devem ser efetivas e promotoras de mudanças de
hábitos, de qualidade ambiental e de vida.
Considerando a instrumentalização e a formação do professor também para se
posicionar diante das questões ambientais discutidas na escola, o Programa PDE tem
sido de extrema relevância para os docentes da rede pública do Estado Paraná, uma
vez que oportuniza a todos os envolvidos no processo um aprofundamento de temas
pertencentes ao plano de trabalho de uma forma mais dinâmica, permitindo, assim, o
desenvolvimento de atividades didáticas e metodológicas que envolverão mais
ativamente os educandos.
Considerando a problematização do tema Poluição Sonora, foram oportunizadas
diferentes atividades para ampliar e aprofundar os conhecimentos específicos e
conceituais sobre som e suas relações com os ambientes, entre elas: apresentação e
debate de vídeos, saídas de campo, trabalhos coletivos e experimentações.
Considerando a interação dos alunos com as proposições realizadas pela
Professora PDE, podemos considerar que a produção didático-pedagógica cumpriu
seus objetivos, estabelecendo um importante subsídio para as ações implementadas
durante o projeto. A participação dos educandos nas atividades deveu-se,
principalmente, ao caráter dinâmico da proposta e à problematização da realidade e de
problemas ambientais que vivenciam cotidianamente, possibilitando, também, uma
incursão mais crítica para a compreensão do tema. Essa interação também propiciou a
compreensão teórica de conceitos científicos e a formação de atitudes e valores de
caráter preventivo, como, por exemplo: ouvir o som num volume mais baixo e evitar a
produção excessiva de ruídos em sala de aula e no ambiente escolar.
A realização da intervenção pedagógica foi significativa para a colaboração dos
alunos com a melhoria da qualidade ambiental da escola, para a dinamização das aulas
de ciências e para a formação docente da Professora PDE.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXO 1 - Experiência 1:
Um experimento proposto por Canto (2012), efetuando algumas modificações, esta
atividade, através de analogias e comparações com ondas sonora geradas por outras
fontes (auto-falantes, ondas na água, etc) teve como objetivo o reforço conceitual sobre
o funcionamento do sistema auditivo. Através de experimentação e modelagem com
alguns materiais, foi simulada a percepção auditiva.
Materiais:
1 tigela redonda
1 elástico forte
1 panela metálica
1 colher de pau
Grãos de arroz cru
Procedimento:
1. Cubra a “boca” da tigela com o plástico e prenda-o com o elástico. Certifique-se
de que o plástico esteja bem esticado.
2. Espalhe alguns grãos de arroz sobre o plástico.
3. Aproxime a panela do plástico, sem encostar nele ou na tigela. Bata com a colher
de pau na panela.
Ao término do experimento foi proposto a seguinte discussão:
1. A que estrutura da orelha humana pode ser comparado o plástico esticado?
Explique a razão de essa comparação ser possível.
2. O que você observou? Proponha uma explicação.
3. Realizar a comparação com outros tipos de exemplos de ondas, como as
ondas produzidas na água quando se joga uma pedra ou aquelas produzidas
pelo movimento de alto-falantes.
ANEXO 2 - Experiência 2: “O sino” (GASPAR, 2005)
Materiais
Pedaços de arame (10 a 15cm de comprimento, 2mm a 3mm de diâmetro)
Fio de linha n°10 ou codornê (mais ou menos 40 cm de comprimento)
Copinho plástico (de café, por exemplo)
Alfinete ou agulha
Procedimento:
Dobre o pedaço de arame em U, S ou algo semelhante. Amarre nele uma das
extremidades do fio da linha. Com o alfinete, faça um furo no meio do fundo do copinho
e passe por esse furo a outra extremidade do fio de linha. Dê alguns nós nessa
extremidade de maneira que o pedaço de arame fique pendurado no copo por meio do
fio.
Como funciona
Basta colocar a boca do copo junto ao ouvido e deixar o arame pender livremente, sem
encostar em nada. Dá-se uma leve batida no arame com um pedaço de madeira ou
arame mesmo ou caneta esferográfica, etc. Ouve-se, então, um som semelhante ao de
um sino. Dependendo do material que é feito o arame e do formato que lhe é dado
obtêm-se sons bem variados. As batidas devem ser fracas para que o som produzido
não interfira no som que se escuta junto ao copo; apenas quem está com o copo
colocado na orelha ouve o sino.
Como se explica
Quando se bate no arame este passa a vibrar em suas frequências naturais, que dão
origem a um tom e timbre característicos. A vibração, com suas características de tom e
timbre, se transmite através do fio, sendo comunicada ao copinho. Este, por sua vez,
passa a vibrar com as mesmas características do som produzido pelo arame – essa
vibração é transmitida ao ar contido no copinho e através do ar ela atinge o nosso
tímpano.
Resumindo: a vibração do arame é imposta ao copo; do copo é imposta ao ar; do ar é
imposta ao tímpano.
ANEXO 3 - Experiência 3 (Canto, 2009):
Objetivo: Perceber distorções no som quando ele chega às orelhas propagando-se por
sólidos.
Materiais:
Duas colheres (de sopa) de metal
Barbante de 1 metro
Alguém para ajudá-lo
Procedimento
1- Amarre o cabo de uma colher no meio do barbante. Enrole cada uma das
extremidades do barbante nos seus dedos indicadores. Deixe a colher pendurada na
sua frente, e peça que uma pessoa bata com outra colher na que está pendurada. Ouça
bem o som produzido.
2- Incline-se um pouco para frente, tape seus ouvidos com a ponta dos dedos
indicadores e deixe a colher pendurada na sua frente. Peça que a pessoa bata
novamente na colher. Ouça o som e compare com o que você ouviu no item 1. São
iguais ou diferentes? Por quê?