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“Os "horizontes culturais" são os meios em que se desenvolveram as diferentes fases da evolução humana. A expressão é metafórica. A palavra "horizonte" mostra que devemos encarar o homem dentro dos limites da nossa visão, de todas as condições do meio físico e social em que ele vivia. Podemos assim examinar cada fase em seu meio, cada homem em seu mundo, compreendendo-os melhor”. (O Espírito e o tempo, Herculano Pires, pg. 8)

“Os "horizontes culturais" são os meios em que se desenvolveram as diferentes fases da evolução humana. A expressão é metafórica. A palavra "horizonte"

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“Os "horizontes culturais" são os meios em que se desenvolveram as diferentes fases da evolução humana. A expressão é metafórica. A palavra "horizonte" mostra que devemos encarar o homem dentro dos limites da nossa visão, de todas as condições do meio físico e social em que ele vivia. Podemos assim examinar cada fase em seu meio, cada homem em seu mundo, compreendendo-os melhor”. (O Espírito e o tempo, Herculano Pires, pg. 8)

A expressão mediunismo, criada por Emmanuel, designa as formas primitivas de mediunidade que fundamentam as crenças e as manifestações religiosas primitivas. É a mediunidade em sua expressão natural e empírica.A diferença entre Mediunismo e Mediunidade está na menor ou maior conscientização do problema e do fenômeno mediúnico. "A mediunidade é o mediunismo desenvolvido, racionalizado e submetido à ação religiosa, filosófica e às pesquisas científicas necessárias ao esclarecimento dos fenômenos, sua natureza e suas leis", afirma Herculano Pires em “O Espírito e o tempo”.

O MEDIUNISMO – à semelhança do progresso humano – pode ser visto, numa escala evolutiva, mas não excludente, em quatro dimensões, denominadas horizontes ou ciclos do fenômeno espírita:HORIZONTE TRIBAL (mediunismo primitivo)HORIZONTE AGRÍCOLA (mediunismo em que preponderou o “curandeirismo”)HORIZONTE CIVILIZADO (mediunismo oracular)HORIZONTE PROFÉTICO (mediunismo moral).HORIZONTE ESPIRITUAL (mediunidade consciente)

No mediunismo primitivo (tribal e agrícola), o primeiro impulso do homem para Deus se manifesta na adoração daquilo que lhe parecia poderoso, que pretensamente lhe asseguraria os meios de sobreviver às intempéries da vida, tais como fenômenos da natureza (raio, trovão, sol, lua, chuva, tempestades, ventanias e, numa fase mais adiantada, a adoração de animais). Essas tendências ficaram conhecidas como LITOLATRIA, FITOLATRIA E ZOOLATRIA. Com a extradição dos capelinos para nosso Planeta , os homens imaginaram a existência de seres extraterrestres, poderosos, representativos da própria natureza humana idealizada. É a fase da MITOLOGIA, com a existência de muitos deuses – o POLITEÍSMO. Os deuses representavam a própria projeção das paixões e virtudes do homem.

“Kardec dedicou o segundo capítulo da terceira parte de "O Livro dos Espíritos" à Lei da Adoração. Os Espíritos Superiores, que o ajudaram mediunicamente na elaboração do livro, ensinaram-lhe que "a adoração é o resultado de um sentimento inato no homem", como o sentimento da existência da divindade. Acrescentaram que ela faz parte da lei natural, ou seja, do conjunto de forças naturais que constituem o mundo, ao qual o homem naturalmente pertence. A seguir, mostraram como a lei de adoração se desenvolve nas sociedades humanas, a partir da adoração exterior de objetos materiais, até atingir aquela fase superior que definiram com estas palavras: "A verdadeira adoração é a do coração”. (H. Pires, O Espírito e o tempo, pg. 12)

A crença na sobrevivência da alma é universal, manifesta-se em todas as culturas, desde as mais primitivas até as grandes civilizações. Herbert Spencer, pesquisador e antropólogo inglês, enxergou que a crença na sobrevivência humana além da morte física decorre de experiências concretas do homem chamado primitivo, e não de cogitações filosóficas que podem ser encaradas como “crendices”. Os sonhos premonitórios, por exemplo, levam o homem primitivo a deduzir que existe algo além da matéria tangível, mesmo que não tenha ainda noção clara do que seja. Outra ocorrência universal é a constatação da existência dos espíritos e de sua manifestação entre os humanos. Esse fenômeno universal geralmente se deu pela memória e culto aos antepassados.

“Os fatos mediúnicos são fatos espíritas, assim chamados pelo próprio Kardec, mas não são Espiritismo. Porque o Espiritismo se serve dos fatos mediúnicos como de uma matéria-prima, para a elaboração de seus princípios, ou como de uma força natural, que aproveita de maneira racional. Exatamente como a hidráulica se serve das quedas dágua ou do curso dos rios para a produção de energia”. (H. Pires, O Espírito e o tempo, pg 9)

Visão espírita da BÍBLIAEscola de Estudos Espíritas

MEDIUNIDADE e seus

HORIZONTES EVOLUTIVOS

CONTEXTUALIZAÇÃO

DO ESTUDO BÍBLICO

Os conceitos que vamos trabalhar no dia de hoje

estão fundamentados em três autores:Andrew Lang

Max Freedom LongHerculano Pires

José Herculano Pires (Avaré, SP, 25 de setembro de 1914, — São Paulo,

SP, 9 de março de 1979) foi um jornalista, filósofo, educador,

parapsicólogo, escritor e pesquisador de temas doutrinários, autor da obra

“O Espírito e o tempo”.

Andrew Lang (Selkirk, 1844 -1912), escritor escocês, dono de vasta erudição, tornou-se uma autoridade em literatura grega,

francesa, inglesa, folclore, antropologia, história escocesa e

telepatia. Realizou pesquisas físicas e deixou alguns livros de poesia.

MaxFreedom Long (1890 -1971), escritor e etnólogo

americano, possui notáveis trabalhos em torno do misticismo

e das manifestações espíritas entre os feiticeiros kaunas, da Polinésia, e, em decorrência desse trabalho,

a constatação da evolução espiritual dos povos primitivos.

Para nosso estudo, sua principal contribuição foi uma pesquisa em

torno da origem mediúnica das religiões.

DEUS ÚNICO

(BÍBLICO)O progresso humano se realiza do concreto

para o abstratoClaramente se observa esse

fenômeno no processo de sua espiritualização.

SER GREGÁRIO

PRIMITIVO TRIBAL

LITOLATRIAFITOLATRIAZOOLATRIA

SER SOCIAL AGRÍCOLA Culto dos antepassados

SER ÉTICO CIVILIZADO MITOLOGIA ANTROMÓRFICA

SER MORAL PROFÉTICOSER ESPIRITUAL ESPIRITUAL

DEUS ÚNICO E UNIVERSAL

Práticas empíricas da mediunidade (Emmanuel)

Pouca

consciência do

fenômeno

Fórmulas mágicas

Mist

ério

Socie

dade

s se

creta

s

Poder e

vantagens

MEDIUNISMOHORIZONTES

DO MEDIUNISMO

TRIBAL

AGRÍCOLA

CIVILIZADO

PROFÉTICO

TRIBAL

AGRÍCOLA

CIVILIZADO

PROFÉTICO

ESPIRITUAL

O HORIZONTE DAS DESCOBERTAS

Descoberta dos espíritos (antepassados)sobrevivência da alma,

(crença universal)Descoberta das forças da natureza (mana ou orenda)Descoberta de Deus

(necessidades básicas)

Kahuna Polinésio

M’logos africano

Lobasha abissínio

Pajé brasileiro

Feiticeiro-médico zulu

HORIZONTE TRIBAL: fase do curandeirismo

“O pensamento do homem primitivo é incapaz de abstrações diretas. Apoia-se sempre em realidades

positivas e fatos concretos”. E. Bozzano

O pensamento é analógico, poder comparativo da razão. As coisas

nascem, crescem, morrem e ressurgem.

TRIBAL

AGRÍCOLA

CIVILIZADO

PROFÉTICO

Racionalização do animismo tribalDomínio da natureza:

domesticação de animais e lavouras rudimentares

Personalização da natureza: terra-mãe e céu-paiCulto aos ancestraisPersonalização dos

espíritosMitologia popular, os deuses domésticos

AGRÍCOLA

TRIBAL CIVILIZADO

PROFÉTICO

Características de civilização

Conceitos abstratosJuízos éticos e moraisPrincípios jurídicosAfirmação como indivíduoSer moral (não apenas social)Direitos e deveres

Mediunismo oracularFormas de Governo

Antropoformismo de Deus (mitologia)

PitonisasSibilas

HarúspicesÁugures

Sacerdotes

Conhecer o

DESTINO e o

FUTURO

Pitonisa de Endor, Saul e Samuel1049/1007 aC

Pítia de Delphos e Sócrates469/399 aC

Sibilas: da Líbia, de Delphos e de Cuma

Personagens marcantes do

horizonte oracular

Pitonisa Spurina e César100 /44 aC

Em Filipos, na Macedônia, Paulo e Silas libertaramuma pitonisa “que dava

muito lucro aos seussenhores”: atos 16 ,16-25

TRIBAL

AGRÍCOLA

CIVILIZADO

PROFÉTICO

Moralismo

chinês

Misticismo hindu

Filosofia grega

Profetismo

hebraico

Filósofos, místicos, poetas, profetas

Sec. IX aC até Jesus

Os hebreus

no contexto das Raças adâmicas

Próximo encontro: