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Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas DependênciasAvenida da República n.º 61, do 1º ao 3º e do 7º ao 9º | 1050 - 189 LisboaT. 211 119 000 | www.sicad.pt
Coleção Estudos
Carapinha, LudmilaCalado, Vasco
Lavado, ElsaDias, Lúcia
Ribeiro, Carla
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Consumos, atitudes e legislação
SERVIÇO DE INTERVENÇÃO NOS COMPORTAMENTOS ADITIVOS E NAS DEPENDÊNCIAS
Os Jovens, o Álcool e a Lei
Consumos, atitudes e legislação
Ludmila Carapinha, Vasco Calado, Elsa Lavado, Lúcia Dias, Carla Ribeiro
Divisão de Estatística e Investigação Direção de Serviços de Monitorização e Informação
2014
Ficha Técnica
Título: Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação.
Autor:
Carapinha, Ludmila; Calado, Vasco; Lavado, Elsa; Dias, Lúcia; Ribeiro, Carla; Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD): Direção de Serviços de Monitorização e Informação/Divisão de Estatística e Investigação
Editor: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD)
Morada: Av. da República, nº 61, 1050-189 Lisboa
Edição: 2015
ISBN: 978-972-9345-95-1
CDU:
Depósito Legal:
Tiragem: 500 exemplares
Execução Gráfica: Filipa Cunha
Esta informação está disponível no sítio web do Serviço de Intervenção nos Comportamentos e nas Dependências, http://www.sicad.pt.
À memória de José Luís Costa.
Agradecimentos
A todos os jovens que prontamente aceitaram colaborar neste trabalho, disponibilizando o seu tempo e a sua experiência. Na realidade, muitos projetaram-se para além do momento das entrevistas e questionários, manifestando um interesse genuíno em ter acesso aos respetivos resultados.
Agradecemos a Ana Cláudia Miguel, Ana Mira, Ana Vieira da Silva, Bruno Enes, Fátima Silva, Isabel Rodrigues, Nuno Varges, Paula Leite e Pedro Valente, que puseram ao serviço deste trabalho o seu saber local e a sua própria rede de relações, nomeadamente os contactos de algumas pessoas que vieram a ser entrevistadas.
Ao Luís Vasconcelos, pela apreciação crítica de todo o trabalho.
Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
Sumário Executivo
O presente estudo é parte integrante de um Programa de Estudos sobre a Aplicação do Regime de Disponibilização, Venda e Consumo de Bebidas Alcoólicas em Locais Públicos e Locais Abertos ao Público que visa concretizar o definido em sede preambular e o instituído no artigo 12º do Decreto-Lei nº50/2013, de 16 de abril, isto é, «a avaliação dos padrões de consumo de álcool, por jovens em geral e por adolescentes em especial».
Tem como principal objetivo a caracterização de padrões de consumo de bebidas alcoólicas em jovens, com o enquadramento da alteração legislativa mencionada. Como tal, procura disponibilizar alguns indicadores relativos às alterações ocorridas nestes padrões de consumo no período posterior à aprovação da lei, segundo a perceção dos participantes no estudo. Adicionalmente, de forma a contribuir para uma leitura mais compreensiva destes, inclui informação sobre fatores que se constituem como mediadores da produção de resultados, designadamente a aplicação da lei e os conhecimentos/atitudes dos jovens face a esta.
O estudo, de tipo misto, inclui uma componente quantitativa (pesquisa por inquérito através de questionário de autopreenchimento) e uma componente qualitativa (através de entrevistas semiestruturadas), reunindo, a primeira, informação quanto a 1 501 jovens e, a segunda, relativamente a 25. Ambas foram aplicadas em maio de 2014, isto é, um ano após a publicação da alteração legislativa, nas cinco capitais das NUT II.
A partir da integração da informação relativa a ambas as componentes, é possível afirmar que o consumo de bebidas alcoólicas é bastante evidente entre os jovens que participaram neste estudo, sendo, nos últimos 12 meses (maio/2013 a maio/2014), mais comum e frequente à medida que a idade avança, sobretudo a partir dos 16 anos à data da inquirição (ou seja, 15 a 16 anos, no período a que reporta a informação sobre o consumo), mas com prevalências muito relevantes entre os jovens de 10-15 anos, isto é, em idades em que não é legalmente permitida a disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos ou abertos ao público. É de notar como a prevalência e a frequência da ingestão de bebidas alcoólicas (independentemente de serem ou não espirituosas) e de consumos nocivos (beber até ficar «alegre», «binge» e embriaguez severa) sofre um aumento particularmente expressivo na transição entre os 10-15 e os 16/17 anos, período de referência para a permissão de disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas não espirituosas em locais públicos.
Este consumo, nomeadamente no que diz respeito a práticas mais nocivas, está bastante presente tanto na esfera familiar como no grupo de pares, esferas com um elevado potencial de influência nas ideias e comportamentos ao longo do desenvolvimento. Como refere praticamente metade dos jovens, «o álcool está na moda».
As bebidas mais consumidas nos últimos 12 meses são a cerveja e as bebidas espirituosas, sendo a primeira ingerida com maior regularidade e a segunda por um maior número de jovens. A frequência mais comum de ingestão destas bebidas consiste em 1 a 3 vezes por mês, o que provavelmente coincide com a frequência de eventos sociais com outros jovens, uma vez que a ingestão de bebidas alcoólicas é assumida por estes como parte integrante destes eventos e potenciadora da diversão.
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Com efeito, no último ano, os locais mais frequentes de aquisição de bebidas alcoólicas são contextos de convivialidade (bares, discotecas, cafés), sendo a ingestão de cerveja mais transversal a vários contextos, enquanto a de vinho parece estar mais associada a jantares e a de bebidas espirituosas a saídas à noite.
O início do consumo de bebidas alcoólicas tende a ser precoce e abaixo da idade mínima legal, sobretudo entre os 13 e os 15 anos, sendo assumido pelos jovens como uma experiência natural, isto é, expectável para um jovem. Contudo, esta é amiúde caracterizada como desagradável, sendo necessária alguma persistência no consumo para a aquisição do gosto. Com efeito, a noção de que a relação com as bebidas alcoólicas se constitui como um processo de aprendizagem está muito presente no discurso dos jovens entrevistados, designadamente no que diz respeito à ingestão de bebidas com o objetivo de ficar «alegre» mas sem ficar «embriagado» ou, mais grave ainda, «em coma alcoólico». Tanto a «embriaguez» como o «coma alcoólico» são considerados como efeitos indesejados, não só pela experiência desagradável, mas também por prejudicarem a diversão.
Deste modo, destaca-se a perceção de que são os jovens mais novos e inexperientes que mais experienciam estes estados mais avançados de nocividade na ingestão de bebidas alcoólicas. Com efeito, na componente quantitativa verifica-se como a frequência de consumos nocivos é superior nos consumidores recentes de 16/17 anos, enquanto, apesar de serem os que bebem com maior frequência e dos que mais frequentemente efetuam consumo «binge» e de ingestão de bebidas alcoólicas até ficarem «alegres», os jovens consumidores de 19-24 anos são os que menos se embriagam de forma severa.
No que diz respeito a problemas associados ao consumo de bebidas alcoólicas, é de destacar como, no último ano, um quarto dos jovens assistiu a amigos a entrarem em coma alcoólico e 10% experienciaram eles próprios esta situação no último ano. Neste plano, salientamos algumas preocupações, como a de não ser comum entrar em contacto com os pais quando os menores estão intoxicados e a de não ser também uma prática comum o recurso a um serviço de urgência em situação de coma alcoólico. Em segundo lugar, considerando os jovens com carta de condução, é de destacar a referência à condução embriagado. Esta está em dissonância com as convicções reveladas pelos jovens quanto aos riscos da condução sob o efeito de álcool.
Cruzando a informação obtida a partir das duas componentes relativas às perceções dos jovens sobre a nocividade do álcool, será de colocar a hipótese de que estes tendem a considerar que em geral o álcool é nocivo mas sobretudo para as grávidas, crianças e jovens mais novos e inexperientes do que eles próprios. Coerentemente com esta desvalorização da nocividade para os próprios, os motivos de saúde constam entre os menos mencionados para a diminuição da frequência de ingestão de bebidas alcoólicas.
Passado um ano da alteração legislativa, os dados recolhidos constituem-se como um primeiro indicador de que, neste período, não ocorreu uma diminuição expressiva do consumo de bebidas alcoólicas e padrões de consumo nocivos em jovens. Assim, a apreciação dos participantes no estudo que tomaram bebidas alcoólicas no último ano, quanto à evolução da frequência do seu consumo em comparação com o ano anterior à alteração legislativa, é sobretudo no sentido da manutenção da frequência do mesmo, seja relativamente à ingestão de bebidas alcoólicas (independentemente de serem ou não espirituosas) como relativamente aos consumos nocivos. A este respeito é de destacar que, de forma coerente com a evolução anteriormente apontada quanto à prevalência e frequência da ingestão de bebidas alcoólicas e de consumos nocivos na transição entre os 10-15 e os 16-17 anos, verifica-se que são também os jovens inquiridos destas idades que tomaram bebidas alcoólicas no último ano que referem em maior medida um aumento da frequência de consumo por comparação com o ano anterior.
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No que diz respeito aos efeitos da legislação, este resultado deve, contudo, ser ponderado à luz de algumas informações obtidas acerca da aplicação desta, bem como acerca do posicionamento dos jovens face à mesma.
Assim, verificamos como, apesar de os jovens serem tendencialmente favoráveis a medidas restritivas no que diz respeito à idade mínima legal para o acesso a bebidas alcoólicas, de uma forma geral são desconhecedores da legislação vigente, colocam a responsabilidade da sua aplicação nos estabelecimentos comerciais, não se sentem pessoalmente mobilizados no seu cumprimento e consideram pouco provável sofrerem consequências mediante o seu incumprimento.
Por outro lado, segundo a sua perceção, no período após a alteração legislativa não se observam diferenças na facilidade de aquisição de bebidas alcoólicas, sendo este acesso fácil e generalizado, independentemente do estabelecimento comercial. Com efeito, metade dos jovens inquiridos referiu já ter sido submetido a práticas de controlo por parte dos estabelecimentos comerciais para a venda de bebidas alcoólicas. São, por sua vez, os adolescentes de 16 anos que mais referem um aumento da facilidade de acesso e os de 16/17 anos que mais apontam terem experienciado práticas de controlo. Adicionalmente, os jovens adotam mecanismos para contornar as barreiras no acesso a esta aquisição, obtendo as bebidas em locais onde sabem que o controlo é menor, em casa, ou pedindo a amigos mais velhos para o fazerem.
Estes resultados permitem sugerir, por um lado, como a dissuasão do consumo de bebidas alcoólicas deve considerar o seu caráter fortemente enraizado nas práticas sociais do grupo de pares, o relevo que assume na promoção da diversão e, por outro, que constrangimentos na aplicação efetiva da legislação produzida podem comprometer os resultados que esta se propõe alcançar. Por último, um fator de particular relevância a identificar prende-se com o espaço de tempo decorrido após a alteração legislativa, reduzido para a produção mais generalizada de efeitos nos comportamentos dos jovens.
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Executive Summary
Young People, Alcohol and the Law. Uses, attitudes and legislation
This study is part of a Program of Studies On the Application of the Provision, Sale and Use System of Alcohol Drinks in Public Places and Places Open to the Public aimed at enacting the provisions of the preamble and the established in Article 12 of Decree-Law 50/2013, of April the 16th, namely “the evaluation of alcohol use patterns by young people in general and teenagers in particular”.
Its main goal is to characterize young people alcohol use patterns within the framework of the above mentioned legislative change. As such, and according to the opinion of the participants in the study, it aims to make available some indicators related to changes in those use patterns in the period after the publication of the law. In addition, and as a contribution for a more comprehensive reading, it includes information on factors that become mediators of the results production, namely law enforcement and knowledge/attitudes of young people towards it.
Of mixed type, the study includes both a quantitative component (survey by self-administered questionnaire) and a qualitative one (semi-structured interviews). The first gathers information from 1.501 youngsters, the second from 25. Fieldwork was conducted in May 2014 in five capitals of Mainland Portugal (NUTS II – «Nomenclature of Territorial Units for Statistics»), a year after the publication of the Decree-Law.
From the integrated information of the two components, it is possible to say that the use of alcoholic drinks is quite evident amongst the young participants in the study, being, between May 2013 and May 2014, more commonly and frequently as age increases, especially from the age of 16, but with very relevant prevalence between the 10-15 years old, namely in ages from which provision, sale and use, in public or open to public places, are not legally permitted. It is noted that, whether or not spirits, prevalence, frequency and harmful use (drink up to be “happy”, “binge” and severe intoxication) suffer a particularly significant increase in the transition between the 10-15 and 16-17 years old, reference period for the permission of provision, sale and use in public or open to public places.
This kind of use, in particular as regards the most harmful practices, is present both in familiar and peer group spheres, domains with great potential to influence ideas and behaviors over development. As almost half of the respondents say, “alcohol is fashionable”.
The drinks most frequently used in the last 12 months are beer – more regularly – and spirits – for more people. 1 to 3 times per month is the most common use frequency of these drinks, which likely matches the social events frequency with others, once alcoholic drink use is seen as part of these events and enhancing the fun.
As a matter of fact and during last year, the most frequent places for drinks acquisition are conviviality contexts (bars, clubs, coffee houses), being beer the most cross-cut use in these contexts. Wine is more associated with dinners, and spirits with evenings out.
The beginning of use of alcoholic drinks tends to be early – it occurs especially between 13 and 15 years old –, below the minimum legal age and that is regarded as a natural and therefore expected experience. Often said as unpleasant, the experience must be persistently reiterated in order to get the taste of it. Indeed, the notion that alcoholic drinks use is a learning process is firmly present in interviewed young people speeches, namely with respect to alcoholic drinks use
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in order to get “happy” without being drunk. All levels of severe intoxication are considered undesirable, not only because they constitute unpleasant experiences but also because they jeopardize fun.
Thus, it is to note the perception that the younger and more inexperienced are those who are subject to deeper stages of alcoholic drinks noxiousness. In fact, quantitative data shows that the frequency of harmful uses is superior in recent users with 16-17 years old, whilst users between 19-24 years old are those who drink more often and do it “binge” way until they feel “happy”, without being more severely drunk.
As regards the problems associated with alcoholic drinks use, it is to note that, in the last 12 months, a quarter of the young watch friends entering into an alcoholic coma. In the previous year, 10% experienced themselves this condition. There are some concerns as not being usual to call parents when children are intoxicated or not going to an emergency service in alcoholic coma situations. Finally, and taking into account young with driving license, it is to note the reference to drunk driving. This reference is at odds with the beliefs revealed about risks of driving under the influence of alcohol.
Crossing data from both components, qualitative and quantitative, on the youngsters perceptions on alcohol noxiousness, we have to consider the hypothesis that they tend to consider in general that alcohol is harmful mainly for pregnant, children and the more inexperienced and younger. Coherently with this harmful devaluation, health motives are among the less mentioned concerning alcoholic drinks use decrease.
A year after the legislative change, data collected is the first indicator that, during this period, a significant decrease of alcoholic drink use and harmful use patterns did not occur. Thus, with regard to the frequency of use evolution in the year before legislative change, the assessment of participants who used alcoholic beverages in the previous year is towards its maintenance, be it drink (whether or not spirits) or harmful uses. In this respect, on the use and harmful use prevalence and frequency in the transition between 10-15 and 16-17 years old and coherently with the reported evolution, it is noted that youngsters that used alcohol last year, report to a greater extend an increased use frequency, compared with the previous year.
With regard to the effects of legislation, this result should be considered on the light of some considerations on its implementation, and on the position of young people on the same legislation.
Thus, we see how, even though young people tend to be in favor of restrictive measures on the minimum legal age for access to alcohol, as a rule, they are unaware of the current legislation, placing the responsibility of its implementation in shops, and not feeling mobilized for its compliance and considering unlikely to suffer consequences for the non-compliance.
On the other hand, according to their perception and regardless of premises, there are no differences in the ease acquisition of alcoholic beverages in the period after legislative amendment. Indeed, half of young people surveyed reported already having undergone control practices by establishments. In turn, teenagers aged 16 report an increase on the ease of access and those aged 16/17 experienced control practices. In addition, young people adopting mechanisms to overcome barriers of access, get drinks in places where they know the control is lower, at home, or asking older friends to get it.
These results allow to suggest, how dissuasion of alcoholic beverages use should consider the deeply rooted character in social practices of the peer group, the importance of the promotion of fun and, moreover, the constraints on the implementation of the law that may compromise the results it intends to achieve. Finally, a factor of particular relevance to identify concerns the amount of time after the legislative amendment, reduced to the most widespread production effects in the behavior of young people.
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Índice
Introdução ...................................................................................................................................... 1
Metodologia ................................................................................................................................... 3
Consumos, atitudes e legislação abordagem quantitativa .................................................. 7
PARA REFLETIR .................................................................................................................... 68
Consumos, atitudes e legislação abordagem qualitativa ................................................... 71
PARA REFLETIR .................................................................................................................. 110
Consumos, atitudes e legislação integração de abordagens ......................................... 113
Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 131
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Índice de Figuras
Fig. 1 – Sexo: em geral e por idade/grupo etário (%), 2014 10 Fig. 2- Residência por NUT II (%), 2014 11Fig. 3 – Experiências de Consumo: jovens globalmente Em geral, por tipo de bebida alcoólica e padrão de consumo nocivo (%), 2014 13 Fig. 4 – Experiências de Consumo: jovens de 10-15 anos Em geral, por tipo de bebida alcoólica e padrão de consumo nocivo (%), 2014 13 Fig. 5 - Experiências de Consumo: jovens de 16 anos Em geral, por tipo de bebida alcoólica e padrão de consumo nocivo (%), 2014 14 Fig. 6 – Experiências de Consumo: jovens de 17 anos Em geral, por tipo de bebida alcoólica e padrão de consumo nocivo (%), 2014 15 Fig. 7 – Experiências de Consumo: jovens de 18 anos Em geral, por tipo de bebida alcoólica e padrão de consumo nocivo (%), 2014 16 Fig. 8 – Experiências de Consumo: jovens de 19-24 anos Em geral, por tipo de bebida alcoólica e padrão de consumo nocivo (%), 2014 17 Fig. 9 – Idades de início: jovens globalmente Em geral e por tipo de bebida alcoólica (%), 2014 18 Fig. 10 – Idades de início: jovens de 10-15 anos Por tipo de bebida alcoólica (%), 2014 19Fig. 11 – Idades de início: jovens de 16-18 anos Por tipo de bebida alcoólica (%), 2014 19Fig. 12 – Idades de início: jovens de 19-24 anos Por tipo de bebida alcoólica (%), 2014 20Fig. 13 – Frequências de consumo nos últimos 12 meses: consumidores recentes globalmente Por tipo de bebida e padrão de consumo (%), 2014 21 Fig. 14 – Frequências de consumo nos últimos 12 meses: consumidores recentes de 10-15 anos Por tipo de bebida e padrão de consumo (%), 2014 22 Fig. 15 – Frequências de consumo nos últimos 12 meses: consumidores recentes de 16 anos Por tipo de bebida e padrão de consumo (%), 2014 23 Fig. 16– Frequências de consumo nos últimos 12 meses: consumidores recentes de 17 anos Por tipo de bebida e padrão de consumo (%), 2014 24 Fig. 17 – Frequências de consumo nos últimos 12 meses: consumidores recentes de 18 anos Por tipo de bebida alcoólica e padrão de consumo (%), 2014 25 Fig. 18 – Frequências de consumo nos últimos 12 meses: consumidores recentes de 19-24 anos Por tipo de bebida alcoólica e padrão de consumo (%), 2014 25 Fig. 19 - Consumo de álcool e outras drogas na mesma ocasiãoTotal de inquiridos e consumidores recentes (%), 2014 26 Fig. 20 - Ocorrência de problemas associado ao consumo*, nos Últimos 12 Meses Total de inquiridos e por idade/grupo etário (%), 2014 27 Fig. 21 - Ocorrência de problemas associados ao consumo, nos Últimos 12 Meses Total de inquiridos e consumidores recentes, por tipo de problema (%), 2014 28 Fig. 22 – Quantidade de amigos que tomam bebidas alcoólicas, bebem em excesso ou se embriagamTotal de inquiridos e consumidores recentes (%), 2014 29 Fig. 23 – Quantidade de familiares com quem convivem que tomam bebidas alcoólicas, bebem em excesso ou se embriagam: total de inquiridos e consumidores recentes (%), 2014 30 Fig. 24 – Irmãos que tomam bebidas alcoólicas, bebem em excesso ou se embriagamTotal de inquiridos (%), 2014 30
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Fig. 25 – Atitudes face ao consumo de álcool: total de inquiridos (%), 2014 31 Fig. 26 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por tipo de bebida alcoólica: jovens globalmente e consumidores recentes (%), 2014 35 Fig. 27 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por padrão de consumo: jovens globalmente e consumidores recentes (%), 2014 36 Fig. 28 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por tipo de bebida alcoólica: jovens globalmente e consumidores recentes, de 10-15 anos (%), 2014 37 Fig. 29 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por padrão de consumo: jovens globalmente e consumidores recentes, de 10-15 anos (%), 2014 37 Fig. 30 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por tipo de bebida alcoólica: jovens globalmente e consumidores recentes, de 16 anos (%), 2014 38 Fig. 31 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por padrão de consumo: jovens globalmente e consumidores recentes de 16 anos (%), 2014 39 Fig. 32 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por tipo de bebida alcoólica: jovens globalmente e consumidores recentes de 17 anos (%), 2014 39 Fig. 33 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013), por padrão de consumo: jovens globalmente e consumidores recentes com 17 anos (%), 2014 40 Fig. 34 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por tipo de bebida alcoólica: jovens globalmente e consumidores recentes de 18 anos (%), 2014 41 Fig. 35 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por padrão de consumo: jovens globalmente e consumidores recentes com 18 anos (%), 2014 41 Fig. 36 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por tipo de bebida alcoólica: jovens globalmente e consumidores recentes de 19-24 anos (%), 2014 42 Fig. 37 – Alterações na frequência de consumo recente (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Por padrão de consumo: jovens globalmente e consumidores recentes de 19-24 anos (%), 2014 42 Fig. 38 – Alterações na frequência de problemas associados ao consumo de bebidas alcoólicas (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) - Por tipo de problema: consumidores recentes (%), 2014 45 Fig. 39 – Alterações na frequência do problema assistir a amigos a entrarem em coma alcoólico (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013): consumidores recentes globalmente e por idade/grupo etário (%), 2014 46 Fig. 40 - Locais mais frequentes de aquisição de bebidas alcoólicas:Jovens globalmente e consumidores recentes (%), 2014 48 Fig. 41 - Locais mais frequentes de aquisição de bebidas alcoólicas:Total de inquiridos e consumidores recentes de 10-15 anos (%), 2014 49 Fig. 42 – Locais mais frequentes de aquisição de bebidas alcoólicas:Total de inquiridos e consumidores recentes de 16 anos (%), 2014 49
Fig. 43 - Recusa de venda ou confiscação de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, por locais mais frequentes - Total de inquiridos e consumidores recentes (%), 2014 50
Fig. 44 - Recusa de venda ou confiscação de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses Total de inquiridos e consumidores recentes, globalmente e por idade/grupo etário (%), 2014 51Fig. 45 – Inquirição sobre a idade para vender bebidas alcoólicas, por locais mais frequentes Total de inquiridos e consumidores recentes (%), 2014 51Fig. 46 – Inquirição sobre a idade para vender bebidas alcoólicas Total de inquiridos e consumidores recentes, globalmente e por idade/grupo etário (%), 2014 52Fig. 47 – Solicitação de cartão de identificação para vender bebidas alcoólicas, por locais mais frequentes Total de inquiridos e consumidores recentes (%), 2014 53Fig. 48 – Solicitação de cartão de identificação para vender bebidas alcoólicas Total de inquiridos e consumidores recentes, globalmente e por idade/grupo etário (%), 2014 53Fig. 49 – Alterações na dificuldade de aquisição de cerveja (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Total de inquiridos e por idade/grupo etário (%), 2014 54 Fig. 50 – Alterações na dificuldade de aquisição de vinho (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013) Total de inquiridos e por idade/grupo etário (%), 2014 54 Fig. 51 – Alterações na dificuldade de aquisição de bebidas espirituosas (03/2013-03/2014 vs 03/2012-03/2013):Total de inquiridos e por idade/grupo etário (%), 2014 55
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Fig. 52 - Pessoas/entidades contactadas em caso de embriaguez/Intoxicação alcoólica nos últimos 12 meses Total de inquiridos com embriaguez nos últimos 12 meses, menores de 18 anos ou com 18 anos ou mais (%), 2014 55Fig. 53 – Conhecimento da lei sobre disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas: ocorrência de alteração legislativa nos últimos 2 anos: Total de inquiridos e consumidores recentes, globalmente e por grupo etário (%), 2014 57
Fig. 54 - Conhecimento da lei sobre disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas: permissão de venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de combustível fora das localidades e na autoestrada: jovens globalmente e por grupos etários (%), 2014 58 Fig. 55 – Conhecimento da lei sobre disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas: horário específico em que é proibida a venda de bebidas alcoólicas: jovens globalmente e por grupos etários (%), 2014 59Fig. 56 – Conhecimento da lei sobre disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas: idade a partir da qual é permitido consumir/comprar cerveja, vinho ou bebidas espirituosas em locais públicos:jovens globalmente (%) 60Fig. 57 – Conhecimento da lei sobre disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas: idade a partir da qual é permitido consumir/comprar cerveja, vinho ou bebidas espirituosas em locais públicos - jovens de 10-15 anos (%), 2014 61Fig. 58 – Conhecimento da lei sobre disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas: idade a partir da qual é permitido consumir/comprar cerveja, vinho ou bebidas espirituosas em locais públicos - jovens de 16-18 anos (%), 2014 61Fig. 59 - Conhecimento da lei sobre disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas: idade a partir da qual é permitido comprar / consumir cerveja, vinho ou bebidas espirituosas em locais públicos - jovens de 19-24 anos (%), 2014 62
Fig. 60 - Atitudes face à disponibilização, venda e consumo de álcool: jovens globalmente (%), 2014 63
Fig. 61 - Atitudes face à disponibilização, venda e consumo de álcool: jovens de 10-15 anos (%), 2014 64Fig. 62 – Atitudes face à disponibilização, venda e consumo de álcool: jovens de 16-18 anos (%), 2014 64 Fig. 63 – Atitudes face à disponibilização, venda e consumo de álcool: inquiridos com 19-24 anos (%), 2014 65
Fig. 64 - Probabilidade de sofrer consequências por incumprimento da lei do Álcool, por interlocutor(vendedor/comprador) - Total de inquiridos e por grupos etários (%), 2014 66 Fig. 65 – Probabilidade de sofrer consequências por incumprimento da lei do Álcool, por interlocutor(vendedor/comprador) - Consumidores recentes e por grupo etário (%), 2014 67
Índice de Tabelas
Tab. 1- Jovens inquiridos em função do seu estatuto legal quanto ao Decreto-Lei nº50/2013 9 Tab. 2 – Distribuição dos inquiridos por Grupos etários (Nº e %) 10
11
Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
Introdução
O presente trabalho é parte integrante do Programa de Estudos sobre a Aplicação do Regime de Disponibilização, Venda e Consumo de Bebidas Alcoólicas em Locais Públicos e Locais Abertos ao Público, que visa concretizar o definido em sede preambular e o instituído no artigo 12º do Decreto-Lei nº50/2013, de 16 de abril, isto é, «a avaliação dos padrões de consumo de álcool, por jovens em geral e por adolescentes em especial».
Tendo em consideração este enquadramento, o principal objetivo do estudo consiste em recolher informação que permita caracterizar o consumo de bebidas alcoólicas dos jovens portugueses de diferentes idades, a forma como se posicionam perante estas bebidas e a legislação que regula a sua venda e consumo. Decorrido um ano da aplicação de uma alteração legislativa que prevê a restrição do acesso a bebidas alcoólicas, procurou-se também recolher informação sobre o acesso dos jovens a estas, bem como sobre a sua perceção quanto a alterações neste acesso e nos seus consumos no ano após a aprovação desta medida.
Deste modo, as duas principais componentes analisadas serão, por um lado, o consumo de bebidas alcoólicas e, por outro, a lei. Na primeira será apresentada informação quanto à experiência e frequência do consumo, as atitudes e representações dos jovens face a este, a medida em que está presente no seu contexto social e quais os principais problemas que os jovens identificam no decurso da ingestão de bebidas alcoólicas. Neste quadro, serão descritas as alterações percebidas pelos jovens quanto ao consumo de bebidas alcoólicas e problemas associados, após a publicação da nova legislação. Na segunda, será apresentada informação quanto à aplicação da lei a partir da perspetiva dos jovens participantes no estudo, bem como quanto ao nível de conhecimento, as suas expetativas e atitudes face a esta.
Esta informação será por sua vez apresentada segundo cada uma das abordagens complementares que compõem o estudo, quantitativa e qualitativa, efetuando-se em seguida uma análise global a partir da interceção da informação obtida por ambas.
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Metodologia
De forma a efetuar uma caracterização abrangente quanto ao número de jovens a que diz respeito e, simultaneamente, aprofundada dos temas já mencionados, optou-se por desenvolver um estudo de tipo misto, englobando as abordagens quantitativa e qualitativa. Assim, se por um lado a primeira abordagem permite precisar a dimensão/extensão de fenómenos, a segunda proporciona uma melhor compreensão de significados e processos.
A opção pela inclusão de uma vertente qualitativa prende-se com o propósito de contribuir para uma melhor compreensão da realidade que os números explanam. Decorrente da sua natureza, a informação obtida permite sobretudo identificar hipóteses e levantar novas questões, e não tanto responder de forma taxativa a perguntas pré-definidas. Mais do que uma descrição objetiva da realidade, o trabalho qualitativo assenta num esforço de interpretação e compreensão da realidade vivida pelos jovens e adolescentes portugueses no que ao álcool e à lei diz respeito. A relevância desta abordagem explica-se pela necessidade de entender os discursos dos jovens consumidores de álcool nos seus próprios termos. Nesse sentido, com recurso a citações dos próprios, procurar-se-á ao longo de todo o texto dar voz aos atores sociais, privilegiando a multivocalidade.
A recolha de dados referente a ambas as abordagens concretizou-se em maio de 2014 nas cinco capitais das NUT II (Porto, Coimbra, Lisboa, Évora e Faro), junto de jovens com idades compreendidas entre os 10 e os 24 anos.
A abordagem quantitativa consistiu num estudo transversal, de pesquisa por inquérito, através de um questionário de autopreenchimento. Este foi aplicado a 1 051 jovens, segundo uma amostragem por conveniência, tendo em consideração os critérios da residência, idade e sexo dos jovens.
Deste modo, a amostra é constituída por iguais proporções de jovens de cada capital de NUT II, o mesmo sucedendo quanto ao sexo. Por sua vez, tendo em consideração a pertinência de determinadas idades/grupos etários em função das idades mínimas legais quanto à disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos, foram inquiridos jovens de forma a estarem devidamente representados as seguintes idades/grupos etários em cada capital: 10-15 anos, 16 anos, 17 anos, 18 anos e 19 a 24 anos.
A aplicação do inquérito no terreno foi realizada por dois inquiridores contratados por capital de NUT II. Estes receberam (in) formação sobre o estudo em concreto e sobre o método de apresentação e aplicação do questionário de autopreenchimento, tendo esta aplicação sido acompanhada pelos investigadores.
O contacto com os potenciais participantes foi realizado em espaços públicos, procurando-se, em cada capital, diversificar as zonas e os horários em que este sucedeu, de forma a diversificar as características da amostra. No âmbito deste contacto, os jovens foram informados do objetivo principal do estudo, da entidade promotora do mesmo, do caráter voluntário, anónimo e confidencial da sua participação e da futura publicação do relatório. Uma vez
4
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entregue o questionário, os jovens preencheram-no isoladamente, tendo, contudo, a possibilidade de colocar dúvidas sobre as perguntas ao inquiridor.
Os questionários preenchidos foram sujeitos a leitura ótica e convertidos e trabalhados em base de dados SPSS 22.0 no SICAD.
Por sua vez, no âmbito da abordagem qualitativa foram realizadas 25 entrevistas semiestruturadas a jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 24 anos, residentes nas cinco capitais mencionadas.
Os entrevistados foram selecionados, essencialmente, em função da disponibilidade e da ocasião, privilegiando, contudo, a maior diversidade possível de perfis sociodemográficos e de relação com o álcool1. Daqui resultou uma amostra de conveniência, muito diversa mas sem representatividade nacional ou regional. Nesse sentido, os jovens entrevistados devem ser entendidos, não como representativos, mas como representantes da realidade maior da juventude portuguesa.
A amostra é composta por 5 jovens de cada cidade, equilibrada no que ao sexo diz respeito2. Para garantir a mesma distribuição no que toca à idade, realizou-se em cada cidade uma entrevista (cinco no total) por cada um dos seguintes grupos etários: menores de 16 anos; 16-18 anos; 18-20 anos; 20-24 anos. Finalmente, para não enviesar o estudo e garantir também o ponto de vista daqueles que não tomam bebidas alcoólicas, ou o fazem muito esporadicamente, garantiu-se que uma entrevista por cidade fosse com jovens com mais de 18 anos não consumidores: abstinentes ou desistentes do consumo de álcool3.
Como referido anteriormente, as entrevistas decorreram em maio de 2014 nos mais diversos locais4, garantindo sempre o anonimato e a confidencialidade. Os autores conduziram as entrevistas de acordo com o mesmo guião pré-definido, que elencava tópicos a abordar, mas não definia perguntas específicas ou as ordenava segundo uma qualquer ordem. Tendo sido gravadas com a autorização dos entrevistados, as entrevistas foram depois transcritas e, por fim, analisadas em conteúdo.
A opção pela entrevista semiestruturada explica-se pela intenção de apreender os significados dos jovens e adolescentes, nomeadamente em relação ao álcool e à legislação conexa. Apesar de se ter seguido um guião previamente preparado, procurou-se agir de acordo com os princípios da entrevista etnográfica, isto é, um tipo de entrevista o mais próximo possível do registo das conversas da vida social quotidiana, procurando evitar um modelo de entrevista mais coloquial e forçosamente mais artificial (Devillard et al., 2012). Tal postura procurou desinibir os entrevistados e evitar transparecer juízos de valor ou que sentissem que estavam a ser julgados.
Foi feito um esforço no sentido de adotar uma «atitude de vigilância», para usar a expressão proposta por Maria Isabel Rubio (2006). Tal consiste em evitar ativamente impor pontos de vista ou posições pré-definidas, ou qualquer outra forma de condicionar as respostas, o que foi feito procurando não interromper o discurso dos informantes, não dirigindo as respostas ou impondo perguntas, por exemplo. Neste sentido, procurou-se que as perguntas não fossem respondidas a partir das categorias do entrevistador, valorizando a maior aproximação possível aos pontos de vista dos entrevistados (Kvale, 2006).
1 Procurou-se que o padrão de consumo de álcool dos entrevistados fosse o mais variado possível, pelo que a amostra é constituída por jovens que vão do não-consumidor ao consumidor intensivo, do desistente ao consumidor que está a iniciar o consumo de álcool, do muito ocasional ao consumidor muito frequente. 2 13 entrevistados são do sexo feminino, 12 entrevistados são do sexo masculino. 3 Uma crítica que é feita, por vezes, a estudos deste tipo é que tendem a ignorar o ponto de vista e as posições dos jovens que não bebem álcool ou o fazem de forma muito casual, tomando a parte pelo todo, o que se tentou evitar. 4 As entrevistas decorreram maioritariamente na rua ou em casa própria, mas também em espaços públicos como esplanadas, jardins e cafés, por exemplo. Procurou-se, naturalmente, algum recato, de maneira a que os entrevistados se sentissem à vontade para responder de forma honesta e espontânea. Umas entrevistas foram combinadas com antecedência, outras foram acordadas e concedidas no momento.
55
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A opção por não seguir um guião de entrevista fechado e rígido permitiu conceder uma maior liberdade aos entrevistados, com vista a iluminar as questões que considerassem mais relevantes para si. Face aos objetivos do presente trabalho, era importante que a perspetiva dos entrevistados fosse expressa nos seus próprios termos, que não são necessariamente os mesmos dos entrevistadores. Só assim é possível apreender e questionar o sentido que os sujeitos atribuem ao real (Mendes, 2003).
A principal limitação deste estudo prende-se com a não representatividade da informação produzida para os jovens em geral, válida, assim, para a amostra de jovens caracterizados.
Por outro lado, o seu potencial contributo quanto à aferição de alterações nos padrões de consumo de bebidas alcoólicas dos jovens portugueses deverá ser ponderado à luz da consideração de que o período de um ano é, usualmente, um espaço de tempo curto para a ocorrência de mudanças expressivas em comportamentos a nível populacional.
A este nível, importa ainda ter em conta que o presente estudo permite apenas identificar perceções dos jovens inquiridos quanto a estas alterações, perceções estas que se baseiam num julgamento retrospetivo por parte dos jovens que seguramente apresenta algumas dificuldades.
Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
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Consumos, atitudes e legislação abordagem quantitativa
Ludmila Carapinha, Elsa lavado, Vasco Calado, Lúcia Dias
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CARACTERIZAÇÃO DOS JOVENS INQUIRIDOS
Um ano após a publicação do Decreto-Lei nº50/2013, de 16 de abril, perante o desafio de realizar um estudo que ilustrasse os padrões de consumo5 de bebidas alcoólicas dos jovens portugueses, desde logo surgiu a preocupação de reunir uma amostra diversificada de jovens segundo os parâmetros da idade e sexo nas 5 capitais das NUTII. Neste trabalho, foram inquiridos por questionário de autopreenchimento 1 051 jovens, entre os 10 e os 24 anos.
1. Idade
Tendo em conta a alteração legislativa quanto às idades mínimas para disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos ou abertos ao público6, seguimos a orientação de estruturar a aplicação do inquérito de forma a representar devidamente idades e grupos etários específicos. A pertinência destes em função dos quadros legais atual e anterior, no que concerne à idade mínima legal, pode ser resumida como consta na Tabela 1:
Tab. 1 - Jovens inquiridos em função do seu estatuto legal quanto ao Decreto-Lei nº50/2013
Idade à data da inquirição
até março de 2013: quadro legal anterior Permissão de adquirir/consumir bebidas alcoólicas em geral a partir dos 16 anos
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jovens de 16 anos
Sem permissão de aquisição/consumo de bebidas alcoólicas (idade dos jovens: 15 anos ou menos)
Sem permissão de aquisição/consumo de bebidas alcoólicas (idade dos jovens nos12 meses anteriores à data de inquirição: 15 a 16 anos)
jovens de 17 anos
Com permissão de aquisição/consumo de qualquer bebida alcoólica a partir dos 16 anos (idade dos jovens: 16 anos ou menos)
Com permissão de aquisição/consumo de bebidas alcoólicas, com exceção para as espirituosas (idade dos jovens nos12 meses anteriores à data de inquirição: 16 a 17 anos)
jovens de 18 anos
Com permissão de aquisição/consumo de qualquer bebida alcoólica a partir dos 16 anos (idades dos jovens:17 anos ou menos)
Com permissão de aquisição/consumo de bebidas alcoólicas, com exceção para as espirituosas (idade dos jovens nos 12 meses anteriores à data de inquirição: 17 a 18 anos)
jovens de 19-24 anos
Com permissão de aquisição/consumo de qualquer bebida alcoólica a partir dos 16 anos (idade dos jovens: 23 anos ou menos)
Com permissão de aquisição/consumo de qualquer bebida alcoólica (idade dos jovens nos 12 meses anteriores à data de inquirição: 18 a 24 anos)
Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI/DEI
Os jovens de 16 anos e de 18 anos à data da inquirição encontram-se ainda numa situação particular. Assim, à data da inquirição, os de 16 anos já podem consumir/ adquirir bebidas não espirituosas; 1 ano antes, com 15 anos, não podiam. Isso significa que, no seu caso, os 12 meses anteriores incluem um período com permissão e outro sem ela. De forma semelhante, os jovens de 18 anos, à data da inquirição já podem consumir/adquirir bebidas espirituosas; 1 ano antes, com 17 anos, não. Tal significa que no seu caso, os 12 meses anteriores incluem um período com permissão e outro sem ela.
5 Usamos o termo «consumo» no seu significado cursivo. 6 De forma a simplificar a apresentação dos resultados utilizaremos por vezes a expressão «aquisição/consumo de bebidas alcoólicas» para designar a disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos ou abertos ao público.
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Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E PROBLEMAS ASSOCIADOS
Com o intuito de caracterizar o consumo de bebidas alcoólicas dos jovens, procurámos recolher informação de forma a responder a um conjunto de questões que nos pareceram essenciais, como «O que bebem?», «Como bebem?», «Qual é a sua trajetória de consumo?», «Em que medida estão rodeados por pessoas que bebem?» ou «Quais são as suas opiniões sobre o consumo de bebidas alcoólicas?». Paralelamente, procurámos conhecer que problemas reconhecem a curto prazo, no decurso da ingestão de bebidas alcoólicas.
Tendo em conta a alteração legislativa relativamente à idade mínima legal para aquisição/consumo de bebidas alcoólicas, analisamos por sua vez esta informação por idade/grupo etário, procurando deste modo identificar diferenças em padrões de consumo e problemas associados, consoante esta permissão.
1. Experiência de consumo
Nesta secção, pretende-se analisar a experiência de consumo de bebidas alcoólicas7 dosjovens inquiridos, por tipo de bebida alcoólica (cerveja, vinho, bebidas espirituosas e alcopops) e tendo em conta determinados padrões de consumo de bebidas alcoólicas particularmente nocivos: consumo «binge» (ingestão de 5 ou mais (se for mulher) ou 6 ou mais (se for homem) copos de uma qualquer bebida alcoólica na mesma ocasião), beber até ficar «alegre» e beber até ficar embriagado (caracterizado no instrumento de recolha de dados como «cambalear, dificuldade em falar, vomitar e/ou não recordar o que aconteceu depois»).
Para uma melhor compreensão das experiências de consumo, estipularam-se 3 categorias organizadoras que permitem reconhecer o contacto dos jovens com as bebidas alcoólicas, a sua persistência/desistência do consumo e a medida em que este é recente:
Consumidores recentes – consumidores nos últimos 12 meses (o que inclui os últimos 30 dias) Consumidores desistentes – consumidores alguma vez na vida, mas não nos últimos 12 meses Abstinentes – nunca consumiram
Neste quadro, a experiência de consumo alguma vez na vida compreende o consumo recente e o consumo desistente. A informação obtida será apresentada para o conjunto dos jovens inquiridos e no âmbito de cada idade/grupo etário em estudo.
1.1. Jovens inquiridos globalmente
83% dos jovens já tomaram bebidas alcoólicas alguma vez na sua vida, sendo que 70% são consumidores recentes. O tipo de bebida experimentado por um maior número de jovens é a cerveja, seguida das bebidas espirituosas, do vinho e dos alcopops. No que diz respeito a consumo recente, as bebidas espirituosas são o tipo de bebida mais consumida (60% dos jovens), muito próxima, contudo, da cerveja (59% dos jovens), sendo o vinho a bebida menos consumida neste período (46%).
Aproximadamente metade dos jovens declarou já ter bebido pelo menos uma vez na vida até ficar «alegre» (59%), o mesmo sucedendo relativamente ao consumo de forma «binge» (54%) e à ingestão de bebidas alcoólicas até ficar embriagado (45%). Apesar de se tratar de padrões de consumo mais intensivos e nocivos, a prevalência de desistentes é inferior a 10% para cada um, pelo que aproximadamente metade bebeu até ficar «alegre» ou de forma «binge» e um terço embriagou-se no último ano (Figura 3).
7 A experiência de consumo de bebidas alcoólicas em geral é obtida pela experiência de consumo de cerveja, vinho, bebidas espirituosas e/ou alcopops.
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29,916,9
13,4
69,956,7
espirit.(n=136)
alcopo(n=127
abstinente
Os Jovens, o
tervenção nos
6 anos podiaes anteriores
m bebidas a
edominantemestaca-se noebida alcoól
ez na vida uá se embriaática de beque mais deebido de for42%. També
ntam para o
s de Consumocoólica e padr
entos Aditivos e na
terior era pirituosas.
nsumo ao lonquiridos de
nestes jovenagora a difesegundo pla
declaram jáam embriag
3
4
16
79
ops7)
ÁLC(n=
e desisten
o Álcool e a Le
s Comportame
m já consums, tal situação
lcoólicas, so
mente bebidvamente peica, o consu
um padrão garam. A pber até ficametade dos
rma «binge»ém no âmb
o dobro entre
o: jovens de 16rão de consum
s Dependências: D
ermitido a e
ongo da vid16 anos, so
ns (88%), corença perce
ano são referi
á ter bebidogados. No úl
3,6
6,8
9,6
COOL137)
"(
nte recent
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
mir/adquirir bo não lhes er
bretudo cerv
das espirituolo número de
umo recente
de consumoercentagem
ar «alegre» (9s jovens de 1(57%) no últim
bito do cone os 10-15 e
anos mo nocivo (%),
DMI/DEI
estes jovens
da de uma obretudo be
m destaqueentual entre eidos os alcop
até ficaremtimo ano, 66
27,9 31,9
14,7 8,8
57,4 59,3
"BINGE"(n=136)
"ALEGRE"(n=135)
e
atitudes e legi
e nas Depend
bebidas alcoóra permitida
rveja, seguid
osas, seguidae desistentes
e aumenta p
o «binge», 6m de desisten9%). Como t6 anos declamo ano. Quansumo nocivos 16 anos (
, 2014
consumir/a
qualquer bbidas espirit
e para as beestes dois tippops e o vinh
m «alegres», 66% beberam
44,0
14,2
41,8
" EMBRIAG.(n=134)
islação
dências
ólicas, (nem
a das
as da s. É de
para o
68% jántes é tal, no ara ter anto à vo, as Figura
dquirir
bebida uosas,
ebidas pos de ho.
69% jám pelo
1515
Os Jo
Serviç
menoumaevolu
1
Àbebidespirit
Asemeseguiinquir
Oessenconsusegui
Tarecenverificda pr7).
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
os uma vez avez uma p
ução no sent
Em g
Fonte: Serv
.5. Jovens d
À data da recda alcoólicatuosas.
A experiênciaelhante à dodas da cervridos mais jov
O consumo ncialmente aumo recentedas da cerve
anto no quente, os dadcado na anárevalência d
0%
20%
40%
60%
80%
100%
c(n
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
até ficarem rática «bingido do aume
Fig. 6geral, por tipo
viço de Intervenção
de 18 anos
colha de daa. Contudo,
a de consumos jovens deveja, vinho evens.
recente (84ao decréscime aumentou)eja, vinho e a
e diz respeitoos referente
álise de idade consumo a
10,524,0
16,6
20,2
72,9
55,8
cervejan=133)
vinho(n=129)
umos, atitudes
portamentos A
«alegres», tae» e quase
ento da ocor
6– Experiênciade bebida alc
o nos Comportame
dos, os jovenno ano ant
mo de bebid16 e 17 ano
e alcopops, d
4%) é um mo do consum), tomando oalcopops.
à experiênces a este grdes/grupos eao longo da
10,621,5
11,4
8,5
78,070,0
espirit.(n=132)
alcopo(n=130
abstinente
s e legislação
Aditivos e nas D
ambém mais metade (4rrência desta
s de Consumocoólica e padr
entos Aditivos e na
ns de 18 anoterior não o
das alcoólicaos, correspondiferindo de
pouco infermo recente os jovens de
cia de consurupo de jovtários progrevida e recen
38
0
87
ops0)
ÁLC(n=
e desisten
Dependências
s de metade46%) ficaramas práticas no
o: jovens de 17rão de consum
s Dependências: D
os podiam ado podiam fa
as ao longo dndendo sobr
esta forma da
rior ao dos de alcopop
esta idade so
umo ao longvens reforçaessivamente nte de padrõ
3,68,8
7,6
COOL137)
"(
nte recent
s
e refere já tem embriagad
o último ano
7 anos mo nocivo (%),
DMI/DEI
dquirir/consuzer relativam
da vida temretudo a bea ordem de
jovens de s (para as reobretudo be
o da vida, cm a tendênsuperiores, is
ões de consu
30,6 25,0
11,29,1
58,265,9
"BINGE"(n=134)
"ALEGRE"(n=132)
e
er tido pelo mdos. Mantém (Figura 6).
, 2014
umir uma quamente às be
m uma prevaebidas espirite prevalência
17 anos, destantes bebebidas espirit
como no conncia que sesto é, de aumumo nocivo (
41,4
12,5
46,1
" EMBRIAG.(n=128)
menos m-se a
alquer ebidas
lência uosas, as dos
devido idas o uosas,
nsumo e tem mento Figura
16
1
Equalq
Vsemede be
Pque setárioconsu
7consumaio
Em g
Fonte: Serv
.6. Jovens d
ste grupo dequer bebida
Verifica-se qelhante à dosebida alcoól
Por outro ladse reflete nao, as bebidaumo recente
78% dos joveumo de tipores prevalên
0%
20%
40%
60%
80%
100%
c(n
Fig. 7geral, por tipo
viço de Intervenção
de 19-24 an
e jovens repralcoólica, in
ue a expers jovens a paica dos jove
o, o consum experiência
as espirituosae, seguidas, n
ns declaramo «binge» e cias destas p
7,815,4
15,612,2
76,6 72,4
cervejan=128)
vinho(n=123)
Serviço de Int
7– Experiênciade bebida alc
o nos Comportame
os
resenta a situdependente
riência de cartir dos 16 ans de 18 ano
mo recente éa de consumas (88%) e anum segundo
m ter bebido58% já se e
práticas no ú
4,7
31,114,2
11,8
81,1
57,1
espirit.(n=127)
alcopo(n=119
abstinente
Os Jovens, o
tervenção nos
s de Consumocoólica e padr
entos Aditivos e na
uação de peemente do q
consumo aonos, segundo
os.
é bastante mmo por tipo da cerveja (8o plano, do v
até ficaremembriagaramltimo ano (Fig
3
8
1
84
ops9)
ÁLC(n=
e desisten
o Álcool e a Le
s Comportame
o: jovens de 18rão de consum
s Dependências: D
ermissão paraquadro legal
o longo dao a mesma o
mais amplo, rde bebida al80%) são as vinho e alcop
m «alegres» nm. Este grupgura 8).
3,9
1,7
4,4
COOL128)
"(
nte recent
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
8 anos mo nocivo (%),
DMI/DEI
a aquisição/atual ou ante
vida ocorrordem de pre
referido por coólica. Tammais referid
pops.
o último anoo etário apr
26,218,1
11,1
9,4
62,772,5
"BINGE"(n=126)
"ALEGRE"(n=127)
e
atitudes e legi
e nas Depend
, 2014
/consumo deerior.
re numa mevalência po
93% dos jovmbém neste
as no quad
o, 70% tiveraresenta, assi
37,2
14,9
47,9
" EMBRIAG.(n=121)
islação
dências
e uma
edida or tipo
ens, o grupo
dro do
m um im, as
1717
Os Jo
Serviç
1
Eentreformatendedobro19-24
Amaiomuito10-15
Acomupreva«aleglei. Eassum
Sconteespiritconsulegalas nãanosespirit
8 De foquandefetua
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Em g
Fonte: Serv
.7. O que co
ntre os jovene os que expa geral baixae a ser supeo) na transiç
4 anos.
As bebidas ar número de
o semelhante5 anos, o con
As práticas muns à medidalências de gre» entre jovEsta evoluçãmindo uma p
e considerarempla, em ptuosas, é deumo nocivo. Contudo, e
ão espirituosanão se obsetuosas.
orma a simplificao, estando em m uma determin
0%
20%
40%
60%
80%
100%
c(n
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
Fig. 8–geral, por tipo
viço de Intervenção
oncluímos q
ns inquiridos,erimentaram
as, pelo que,erior em joveão entre os 1
lcoólicas inge jovens sãoe entre si emnsumo de cer
mais nocivasa que se avembriaguez
vens aos quaão é particuprevalência m
rmos que, paparte, um pe
notar que orecentes é
esta evoluçãas. Por outro lerva um aum
r a apresentaçãcausa um estudnada declaraçã
5,5 9,7
14,517,1
80,073,2
cervejan=220)
vinho(n=217)
umos, atitudes
portamentos A
Experiências de bebida alc
o nos Comportame
quanto às e
17% referemm bebidas alc
globalmentens com ma10-15 e os 16
eridas ao lono as bebidas
todas as idarveja é clara
s de ingestãança na ida
z, consumo ais não é permularmente exmáxima nos j
ara os jovensríodo em quo aumento mde algumao verifica-seado, na tran
mento particu
ão de resultadosdo transversal, são à medida que
4,5
22,37,2
6,6
88,3
71,1
espirit.(n=222)
alcopo(n=211
abstinente
s e legislação
Aditivos e nas D
de Consumo:coólica e padr
entos Aditivos e na
experiência
m nunca terecoólicas, aste, o consumis idade,8 so
6 anos e ating
ngo da vidas espirituosasades/ gruposmente mais
ão de bebidade/grupo e«binge» e inmitido consuxpressiva naovens de 19-
s de 16 anose já lhes era
mais expressiforma concopara todas
nsição entre oularmente ex
, utilizaremos expse pretende dese se consideram
4
93
ops1)
ÁLC(n=
e desisten
Dependências
jovens de 19-2rão de consum
s Dependências: D
s de consum
m tomado bpercentage
mo recente sitofrendo um pgindo preval
e no âmbitos e a cervejs etários. Apecomum que
das alcoólicaetário, não sengestão de umir/adquirir a transição -24 anos.
s, o período t permitido avo do consuomitante a eas bebidas aos 17 e os 18xpressivo da
pressões como «screver um incre
m idades/grupos
2,74,1
3,2
COOL222)
"(
nte recent
s
24 anos mo nocivo (%),
DMI/DEI
mo
bebidas alcons de desistetua-se na ordparticular inclências máxim
o do consumja, segundoenas nos jove
o de espiritu
as são progrendo contud
bebidas alcbebidas alcodos 10-15 p
temporal dodquirir bebid
umo recenteesta modificalcoólicas e anos ou entingestão rec
«o aumento comemento nas propetários progressi
19,0 13,1
11,19,1
69,977,8
"BINGE"(n=216)
"ALEGRE"(n=221)
e
, 2014
oólicas na videntes são dedem dos 70%cremento (pmas nos jove
mo recente puma preva
ens mais novuosas.
ressivamentedo desprezávcoólicas atéoólicas segupara os 16
os últimos 12 das alcoólicae e de padrõcação de es
não apenastre os 18 e oscente de be
m a idade/grupoporções de jove
sivamente superi
26,5
15,4
58,1
" EMBRIAG.(n=215)
da. De e uma %. Este para o ens de
por um lência os, de
e mais veis as é ficar ndo a anos,
meses as não ões de tatuto s para s 19-24 ebidas
o etário» ens que iores.
18
2. A
Nem gidadecerve
Eâmbi
2
Djovenanter
Aanos,
Eou msendoanos
2
Nsobreexperelativ
9 A idaou vinh
As primeira
Nesta secçãogeral9 e por te que tinhameja, vinho e b
sta análise to de grupos
2.1. Jovens in
De uma formns ocorreu anrior, não é pe
A faixa etária, situação qu
m segundo lenos. Consido que relativ (Figura 9).
Fonte: Serv
2.2. Jovens d
Neste grupo detudo entre riências mavamente à c
de de início do ho ou bebidas e
0%
20%
40%
60%
80%
100%
(c
nunca
s experiênc
o pretende-stipo de beb
m quando exbebidas espir
será apreses etários espe
nquiridos gl
ma geral, a ntes dos 16 aermitida a aq
em que estaue é semelha
ugar, 19% doderando o tipamente às b
FEm
viço de Intervenção
de 10-15 an
de jovens, aos 13 e os
ais precocescerveja e ao
consumo de bespirituosas.
18,8
18,8
43,8
9,93,8 2,7
2,2
ÁLCOOLerveja ou vinho ouespirituosas)(n=1045)
12 anos ou m
Serviço de Int
cias
e descreverida alcoólicaxperimentararituosas.
ntada quanecíficos.
obalmente
primeira expanos (referidoquisição/con
a primeira exante para tod
os jovens refepo de bebidabebidas espir
Fig. 9– Idades dgeral e por tip
o nos Comportame
os
primeira exp15 anos. Ta
s com 12 vinho (Figura
bidas alcoólicas
menos 13‐15 a
Os Jovens, o
tervenção nos
a idade dea. No inquéram pela prim
nto ao grupo
periência deo por 63%), psumo de qua
xperiência édas as bebid
erem ter expa alcoólica, erituosas, dest
de início: jovepo de bebida a
entos Aditivos e na
periência coambém deanos ou m
a 10).
s em geral é obt
23,2
15,4
41,3
9,64,03,4
3
cerveja(n=1039)
nos 16 anos
o Álcool e a Le
s Comportame
início do corito, os jovenmeira vez trê
o de jovens
e consumo dperíodo em qalquer bebid
mais comumas alcoólica
erimentado esta é a situatacam-se as
ns globalmentalcoólica (%),
s Dependências: D
m cada tipoforma seme
menos são
tida através da i
33,2
13,0
30,5
7,55,56,0
3,1 4,3
vinho(n=101
17 anos 18
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
onsumo de bs foram que
ês tipos de b
inquiridos g
de bebidas que, no qua
da alcoólica.
m (44% dos jos.
pela primeiraação para aprimeiras exp
te2014
DMI/DEI
o de bebidaelhante ao referidas em
dade de início d
27
6
37
14
453
o3)
espirit(n=1
‐24 anos sem
atitudes e legi
e nas Depend
bebidas alcoestionados soebidas alcoó
globalmente
alcoólicas dadro legal atu
ovens) são os
a vez com 12cerveja e operiências c
alcoólica ocquadro ger
m maior m
do consumo de
7,6
6,5
7,7
4,5
4,75,63,4
tuosas1038)
idade def.
islação
dências
oólicas obre a ólicas:
e no
destes ual ou
s 13-15
2 anos vinho; om 16
correu ral, as edida
cerveja
1919
Os Jo
Serviç
2
Taos 13expeespirit
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Fonte: Serv
2.3. Jovens d
ambém nest3 e os 15 riências comtuosas (Figura
Fonte: Serv
0%
20%
40%
60%
80%
100%
nunca
0%
20%
40%
60%
80%
100%
nunca
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
Fig
viço de Intervenção
de 16-18 an
te grupo etáanos, inde
m cerveja oua 11).
Fig
viço de Intervenção
45,6
16,6
33,8
4,0
cerveja (n=
12 anos ou m
9,1
16,3
51,0
15,2
5,13,3
cerveja (n=
12 anos ou m
umos, atitudes
portamentos A
g. 10– Idades dPor tipo de b
o nos Comportame
os
rio as primeirpendenteme
u vinho a oc
g. 11– Idades dPor tipo de b
o nos Comportame
423)
menos 13‐15 a
396)
menos 13‐15 a
s e legislação
Aditivos e nas D
de início: jovebebida alcoól
entos Aditivos e na
ras experiêncente da beorrerem mai
de início: jovebebida alcoól
entos Aditivos e na
57,1
14,0
23,8
5,1
vinho (n=41
nos 16 anos
20,6
13,3
42,6
11,5
7,03,4
vinho (n=38
nos 16 anos
Dependências
ns de 10-15 anlica (%), 2014
s Dependências: D
cias de consebida alcoós precocem
ns de 16-18 anlica (%), 2014
s Dependências: D
3)
17 anos 18
1,6
3)
17 anos 18
s
nos
DMI/DEI
umo ocorremólica, tendeente do que
nos
DMI/DEI
56,5
7,1
32,3
4,1
espirituosas (n=4
‐24 anos sem
9,66,6
48,1
23,3
6,34,1
espirituosas (n=3
‐24 anos sem
m sobretudondo as prime com as be
421)
idade def.
2,0
395)
idade def.
o entre meiras ebidas
20
2
Orelativvelhoalcoócomoos 18-(Figur
2
Aanos,de btende
Éinterpprimeos maa seg
Eainda
2.4. Jovens d
Os jovens dvamente às
os, estão aqólicas. Assim,o as idades d-24 anos e qra 12).
Fonte: Serv
2.5. O que co
As primeiras e, particularm
bebida alcoóem a ser mai
de notar apretações diseiro contactoais novos tengunda.
m qualquera legalmente
0%
20%
40%
60%
80%
100%
nunca
de 19-24 an
de 19-24 anprimeiras ex
qui incluídos, com exceçdas primeirasuanto às be
Fig
viço de Intervenção
oncluímos q
experiências ente entre oólica. Num sis precoces,
este respeitstintas consoo ou como onham uma m
caso, as prie permitido a
5,411,4
38,2
18,2
10,0
15,9
cerveja (n=
12 anos ou m
Serviço de Int
os
nos apresenxperiências os jovens
ção da cerve experiênciabidas espiritu
g. 12– Idades dPor tipo de b
o nos Comportame
quanto à id
de consumos 13 e 15 anosegundo plaenquanto pa
o que este coante o joveo início de umaior tendênc
imeiras expeadquirir/consu
0,9
220)
menos 13‐15 a
Os Jovens, o
tervenção nos
ntam um pecom bebidacom inícios
eja, os 13-15as. Relativamuosas destac
de início: jovebebida alcoól
entos Aditivos e na
ade de iníc
o de bebidasos, situação ano, as primara as bebid
conceito deem, designadm consumo cia para a pr
eriências tendumir as bebid
9,7
10,6
22,1
14,8
13,4
24,8
4,6
vinho (n=21
nos 16 anos
o Álcool e a Le
s Comportame
erfil um poas alcoólicass mais tardi anos não seente ao vinh
cam-se tamb
ns de 19-24 anlica (%), 2014
s Dependências: D
cio do consu
s alcoólicas tque é de alg
meiras experias espirituosa
e «primeira exdamente a «mais regularrimeira interp
dem a ocordas em caus
7)
17 anos 18
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
uco diferens. Provavelmos do conse destacamo, este lugar
bém os 16 an
nos
DMI/DEI
umo de beb
tendem a ocguma forma iências comas tendem a
xperiência» pprimeira exp. Neste sentid
pretação e o
rer numa fassa.
4,55,0
29,3
26,1
10,8
22,5
espirituosas (n=2
‐24 anos sem
atitudes e legi
e nas Depend
nte dos resmente, sendosumo de be
da mesma r é partilhado
nos e os 18-24
bidas alcoó
correr antes dtransversal a
m cerveja e ser mais tard
poderá ter speriência» codo, é possíve
os mais velhos
se em que
1,8
222)
idade def.
islação
dências
tantes o mais ebidas forma
o com 4 anos
ólicas
dos 16 ao tipo
vinho dias.
sofrido omo o el que s para
não é
2121
Os Jo
Serviç
3. F
CalcoópadrõembrEsta a
3
Inque 1vezes
A24% bbebidsema
Ddeclamensqueprátic
3
Pvez pvezes
Pbebidsema
Cmeno
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Frequência
Considerandoólica (cervejões de conriagado), anaanálise será r
3.1. Jovens in
ndependente1 vez por sems por mês e re
A cerveja é abebem 1 a 2das espirituoanalmente) e
De entre os joara ter bebidsalmente), so1 vez por mcas nocivas c
Fig. 13– Freq
Fonte: Serv
3.2. Jovens d
Para cada tippor semana s por mês no
Por outro ladodas alcoólicaanal de bebid
Cerca de meos 1 vez po
0%
20%
40%
60%
80%
100%
men
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
do consum
o os jovens qja, vinho, esnsumo maisalisa-se agorrealizada rela
nquiridos gl
emente do tmana. No caelativamente
a bebida tom2 vezes por s
osas (21% dee alcopops (1
ovens que tivdo até ficar
obretudo 1 amês. É aindacom uma fre
quências de cPor t
viço de Intervenção
de 10-15 an
po de bebid(sobretudo mcaso das be
o, é de destas em locaidas alcoólica
etade dos joor mês. O «
25,8
4
32,3
423,6
118,3
cerveja(n=616)
v(n
os de 1 vez/mês
umos, atitudes
portamentos A
mo de bebid
que declararspirituosas, as nocivo («bra a frequênativamente a
obalmente
tipo de bebidaso da cervee ao vinho e
mada com msemana e 18eclaram beb14% declaram
veram padrõ«alegre» ou3 vezes por de destacaquência sem
consumo nos úipo de bebida
o nos Comportame
os
a alcoólica,menos do quebidas espiritu
acar, num gis públicos oas, sobretudo
ovens com pbinge» e a
42,030,2
41,7
48,6
11,6 15,5
4,7 5,7
vinho=464)
espiritu(n=61
1 ‐3 vezes/m
s e legislação
Aditivos e nas D
das alcoólic
ram ter um calcopops) e/binge», bebcia com que
aos jovens glo
da alcoólicaeja e das bealcopops so
maior regulari8% bebem 3ber semanam beber sem
ões de consuu de forma «mês. Por out
ar que uma manal (sobre
últimos 12 mesea e padrão de
entos Aditivos e na
80% ou maiue 1 vez poruosas).
grupo etário eou abertos ao cerveja, se
práticas nocivingestão d
2
47,9
6
38,4
59,74,0
osas19)
alcopops(n=497)
mês 1 ‐2 vez
Dependências
cas nos últim
consumo rec/ou que refeber até ficae estas situaçobalmente e
, a maior pabidas espiritu
obretudo men
idade (42% r3 ou mais velmente), do
manalmente)
mo nocivo n«binge», 1 oro lado, a mprevalênciatudo «binge»
es: consumidoe consumo (%),
s Dependências: D
is dos jovensr mês no cas
em que nãoao público, guida das be
vas de consue bebidas a
35,2
41,2
16,0
7,6
"binge"(n=463)
zes/semana
s
mos 12 mese
ente de caderiram ter tidar «alegre»,ções ocorrerae em cada g
rte dos jovenuosas, bebemnos de 1 vez
eferem um czes por semavinho (16%
.
no último anou mais vezeaioria embria relevante d
» e beber até
ores recentes g, 2014
DMI/DEI
consumiramso da cervej
o é permitidoas prevalên
ebidas espirit
umo no últimalcoólicas a
33,6
45,0
15,3
6,1
"alegre"(n=524)
em(
3 ou mais vezes/
es
da tipo de bdo neste pe
beber atéam neste pe
grupo etário.
ns bebe menm sobretudopor mês.
consumo semana), seguid
% declaram
o, metade oues por mês (agou-se mende jovens deé ficar «alegr
globalmente
m menos do ja e vinho e
o consumir/ancias de contuosas.
mo ano, fê-loaté ficar «al
57,2
33,1
6,13,6
mbriaguez(n=362)
/semana
bebida eríodo
ficar eríodo.
nos do o 1 a 3
manal: da das beber
u mais isto é,
nos do eclara re»).
que 1 1 a 3
dquirir nsumo
o pelo egre»,
22
ocorrpredoestatu
3
Ànão tabertnão e
A(sobreaumecercapor sevinho
Emais de c«alegumaCompapres
reram sobreominantemeuto legal apo
Fig. 14– Freq
Fonte: Serv
3.3. Jovens d
À semelhançtinham permtos ao públicespirituosas.
A situação metudo 1 a 3 enta. Este ina de um terçemana. Por o
o 1 a 3 vezes
m comparafrequentes.
consumo nocgre»), bem co
frequênciaparativamensentam as pr
0%
20%
40%
60%
80%
100%
men
etudo 1 aente menos dontado, as fr
quências de coPor t
viço de Intervenção
de 16 anos
ça do grupomissão para co. Contudo,
mais comumvezes por mêcremento é
ço dos consuoutro lado, ppor mês.
ção com o Destacamoscivo (e muiomo das pre de 3 ou
nte a todosrevalências m
42,1
6
38,8
2
13,8
5,3
cerveja(n=152)
v(n
os de 1 vez/mês
Serviço de Int
a 3 vezes do que 1 vezrequências se
onsumo nos úlipo de bebida
o nos Comportame
etário anteraquisição/co à data da in
m permanecês). Contudomais eviden
umidores recpraticamente
grupo etários em particulito em part
evalências demais veze
s os outros mais elevada
65,4
32,0
24,7
51,6
6,211,5
3,7 4,9
vinhon=81)
espiritu(n=12
1 ‐3 vezes/m
Os Jovens, o
tervenção nos
por mês. z por mês. Deemanais des
ltimos 12 mesea e padrão de
entos Aditivos e na
riormente anonsumo de nquirição, já
ce como oo, à exceçãonte relativamentes de cer
e o dobro do
o anterior, aslar o aumenicular da ine consumo «es por semgrupos etár
as de embria
043,1
643,1
5 10,43,4
osas22)
alcopops(n=116)
mês 1 ‐2 vez
o Álcool e a Le
s Comportame
No entane destacar atas práticas
es: consumidore consumo (%),
s Dependências: D
nalisado, nobebidas alcera possível
consumo io dos alcopomente à cerrveja com 16
os jovens men
práticas mato da frequê
ngestão de «binge» e de
mana (estasrios, os joveguez com fre
41,6
44,1
11,72,6
"binge"(n=77)
zes/semana
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
to, a embinda, num grnocivas (Figu
res recentes d, 2014
DMI/DEI
ano precedoólicas em ladquirirem b
nferior a 1 ops, a frequêveja e ao v6 anos bebenciona agora
ais nocivas toência mensabebidas alc
e beber até fduplicam
ens de 16 aequência me
41,9
43,0
11,93,2
"alegre"(n=93)
em
3 ou mais vezes/
atitudes e legi
e nas Depend
briaguez ocrupo etário c
ura 14).
e 10-15 anos
dente estes jlocais públicbebidas alco
vez por seência de convinho. Com e pelo menosa um consum
ornam-se tamal dos três pacoólicas atéficar «alegre»
para o danos são osensal (Figura
46,9
43,7
4,74,7
mbriaguez(n=64)
/semana
islação
dências
correu com o
jovens cos ou oólicas
mana nsumo efeito, s 1 vez mo de
mbém adrõesé ficar » com obro).s que 15).
2323
Os Jo
Serviç
3
Ojovenbebidsobretambalcoóconsu
7vez pembrrelativ
Efrequsignifiaume
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Fig. 15– Fre
Fonte: Serv
3.4. Jovens d
Os jovens inqns, sobretudodas alcoólicetudo semanbém um incólicas, emboumo semana
75% dos jovenpor mês, oriagaram. Pavamente à e
m comparaçência mensaicativamenteenta para os
0%
20%
40%
60%
80%
100%
men
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
equências de Por t
viço de Intervenção
de 17 anos
quiridos destao cerveja. Noas, com exc
nal e o das bcremento doora predominal.
ns que bebemesmo suc
ara as duasembriaguez,
ção com os al das prátice relativametrês padrões
26,9
4
41,9
4
21,5
9,7
cerveja(n=93)
v(n
os de 1 vez/mês
umos, atitudes
portamentos A
consumo nos ipo de bebida
o nos Comportame
a idade tendote-se que aceção das bebidas espo consumo ne o consum
eram até ficacedendo as primeiras pesta tende a
inquiridos macas de consente aos jovs de consum
42,9
26,3
47,6
55,8
7,910,5
1,6 7,4
vinhon=63)
espiritu(n=95
1 ‐3 vezes/m
s e legislação
Aditivos e nas D
últimos 12 mesa e padrão de
entos Aditivos e na
dem a bebea estes era p
espirituosas.irituosas, emsemanal. P
mo menos do
arem «alegre72% com
práticas prea ser inferior.
ais jovens, mumo nocivo
vens de 16 amo nocivo (Fig
3
41,7
8
47,2
56,94,2
osas5)
alcopops(n=72)
mês 1 ‐2 vez
Dependências
ses: consumide consumo (%),
s Dependências: D
r com maiorpermitido, no
Assim, o cmbora tendenPara os restao que 1 vez
es» no último consumos domina a f
antém-se a t, à exceçãoanos. Já a gura 16).
37,2
41,0
12,8
9,0
"binge"(n=78)
zes/semana
s
ores recentes , 2014
DMI/DEI
r regularidad último ano,onsumo de ncialmente mantes dois tpor mês, au
ano fizeram«binge» e
requência m
tendência pao da embriafrequência d
31,3
52,5
8,7
7,5
"alegre"(n=80)
em
3 ou mais vezes/
de 16 anos
de do que o, consumir/a
cerveja é mensal, apretipos de bementa tamb
m-no pelo me44% dos q
mensal, enq
ara o aumenguez, que dde base sem
42,8
50,0
3,63,6
mbriaguez(n=56)
/semana
s mais dquirir agora
esenta ebidas bém o
enos 1 ue se uanto
nto da diminui manal
24
3
Eespirit
Eregulavezes
Pordemrelativcomingessemeconfir
Fig. 16– Fre
Fonte: Serv
3.5. Jovens d
ste grupo dtuosas e, à d
Em comparaaridade no cs por semana
Por outro ladom dos 59%vamente aoidades/gruptão de beb
elhantes aos rma a tendê
0%
20%
40%
60%
80%
100%
men
equências de Por t
viço de Intervenção
de 18 anos
de jovens pdata da inqui
ação com osconsumo dea.
o, as frequên quanto à
o consumo «bpos etários mabidas alcoóli
dos jovens dência para o
23,7
4
33,0
328,9
114,4
cerveja(n=97)
v(n
os de 1 vez/mês
Serviço de Int
consumo nos ipo de bebida
o nos Comportame
odia, no últirição, qualq
s mais jovenscerveja, com
ncias de peloingestão d
binge» e 35%ais jovens, cocas até fica
de 10-15 anodecrescimen
45,8
24,3
37,5
50,5
13,921,3
2,8 3,9
vinhon=72)
espiritu(n=10
1 ‐3 vezes/m
Os Jovens, o
tervenção nos
últimos 12 mesa e padrão de
entos Aditivos e na
timo ano, cuer tipo de b
s, é de destam particular
o menos 1vezde bebidas% relativameonstata-se quar «alegre» eos, ao contránto desta fre
3
44,0
5
40,6
39,9
5,5
osas03)
alcopops(n=91)
mês 1 ‐2 vez
o Álcool e a Le
s Comportame
ses: consumide consumo (%),
s Dependências: D
consumir/adqbebida alcoó
acar nos inqaumento do
z por mês dealcoólicas
nte a ficar eue a prevalêe de consu
ário da embrquência (Fig
28,2
46,2
17,9
7,7
"binge"(n=78)
zes/semana
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
ores recentes , 2014
DMI/DEI
quirir bebidaólica.
quiridos de 18s jovens que
e práticas noaté ficarem
embriagado.ncia da freqmo «binge»riaguez, no â
gura 17).
25,3
50,6
18,4
5,7
"alegre"(n=87)
em
3 ou mais vezes/
atitudes e legi
e nas Depend
de 17 anos
as alcoólica
8 anos umae bebem 3 ou
ocivas situamm «alegres». Em compa
quência menretomam v
âmbito da q
55,9
33,9
8,51,7
mbriaguez(n=59)
/semana
islação
dências
s não
maior u mais
-se na , 57% ração sal de
valores ual se
2525
Os Jo
Serviç
3
Nbebide umaquis
Ovez prelativfrequanos.realizdecreo valo
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Fig. 17– Fre
Fonte: Serv
3.6. Jovens d
Neste grupo da alcoólica
ma diminuiçãsição/consum
O consumo dpor mês é devamente a ência quant. De facto, am estas pescimento daor mais baixo
Fig. 18– Freq
Fonte: Serv
0%
20%
40%
60%
80%
100%
men
0%
20%
40%
60%
80%
100%
men
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
equências de Por tipo d
viço de Intervenção
de 19-24 an
de jovens, a, verifica-se u
ão na frequêmo são agora
de bebidas ae 70% quanto
beber até to a beber aos jovens de
práticas dea frequênciao (Figura 18).
quências de coPor tipo d
viço de Intervenção
24,43
27,6
427,6
20,4
cerveja(n=98)
v(n
os de 1 vez/mês
13,1
2
23,9
427,8
135,2
cerveja(n=176)
v(n
os de 1 vez/mês
umos, atitudes
portamentos A
consumo nos e bebida alco
o nos Comportame
os
ao qual, no um particula
ência de coa permitidos,
alcoólicas deo a beber aficar embria
até ficar «alee 17 anos e
consumo. a mensal de
onsumo nos úle bebida alco
o nos Comportame
39,329,1
44,9
47,6
7,9 17,5
7,9 5,8
vinhon=89)
espiritu(n=10
1 ‐3 vezes/m
29,5 34,7
47,8 42,9
17,0 16,3
5,7 6,1
vinho=159)
espiritu(n=19
1 ‐3 vezes/m
s e legislação
Aditivos e nas D
últimos 12 mesoólica e padrã
entos Aditivos e na
último ano,ar incrementonsumo de a, passa inclus
e forma nociaté ficar «aleagado. As pegre» e «bin
e os de 19-2Por outro embriaguez,
ltimos 12 meseoólica e padrã
entos Aditivos e na
1
51,5
6
27,9
5 17,7
2,9
osas03)
alcopops(n=68)
mês 1 ‐2 vez
7
55,3
9
34,0
36,74,0
osas96)
alcopops(n=150)
mês 1 ‐2 vez
Dependências
ses: consumidão de consumo
s Dependências: D
era permitido na regularialcopops. A sivamente a
va com umagre», 69% reproporções ge» são sem4 anos são lado, manté, sendo neste
es: consumidorão de consumo
s Dependências: D
43,0
31,7
15,2
10,1
"binge"(n=79)
zes/semana
30,5
42,4
19,2
7,9
"binge"(n=151)
zes/semana
s
ores recentes o (%), 2014
DMI/DEI
do consumir/dade do coingestão deser menos fre
a frequêncialativamente de jovens q
melhantes àsos que maiém-se a tee grupo etári
res recentes do (%), 2014
DMI/DEI
41,3
37,0
17,4
4,3
"alegre"(n=92)
em
3 ou mais vezes/
30,2
44,2
17,4
8,2
"alegre"(n=172)
em(
3 ou mais vezes/
de 18 anos
r/adquirir quaonsumo de cee espirituosasequente.
a de pelo meao «binge»
que referem dos jovens is frequentem
endência pario que esta a
e 19-24 anos
65,6
27,6
3,43,4
mbriaguez(n=58)
/semana
65,6
22,4
8,04,0
mbriaguez(n=125)
/semana
alquer ervejas, cuja
enos 1 e 34%
m esta de 17
mente ara o atinge
26
3
CconsuGloba3 vez
Eidadebebidjovende in16 analcoó
Nbebeembr
Nconsupara
Oalegr
4. O
1(consdroga
Dderivaprincicannjoven
3.7. O que co
Com exceçãumo de cadalmente, a fes por mês enquanto a fe/grupo etárdas alcoólicans mais novogestão de c
nos de idadeólicas no últimNo que diz eram até ficariaguez ocorr
Nos jovens adumos correspuma maior f
Os jovens deres e de form
Outros cons
7% dos jovesumidores reas na mesma
Fonte: Serv
De entre umados de caipal associaçabis, mencio
ns referem o
0
20
40
60
80
100
oncluímos q
ão da cervejda tipo de brequência d
e a de vinho efrequência drio, sendo semas ocorrem as (10-15 ano
cerveja, vinhoe é particulamo ano. respeito a parem «alegrere predominadolescentes dponde à faixfrequência m17 anos e de
ma «binge» m
sumos de su
ens em geraecentes) deca ocasião. Po
Fig. 19- CoTotal
viço de Intervenção
m conjunto dannabis; álcoção menciononado por 15 consumo d
17,324
sim
Serviço de Int
quanto à fre
a no grupo bebida alcoe ingestão de alcopops s
de ingestão dmpre a bebid
algumas flutus) com os mo e espirituosarmente exp
padrões de es» ou de foantemente mdestacam-sexa etária en
mensal e seme 19-24 anosas são os de
ubstâncias p
al e 25% doclaram assocor sua vez, 2%
nsumo de álcode inquiridos e
o nos Comportame
de opções (ool, derivadnada refere-5% do total dde bebidas a
4,9
total (n=1
Os Jovens, o
tervenção nos
equência de
de jovens doólica é realde cerveja esobretudo mde cerveja ada ingerida ações quan
mais velhos (1sas é superio
pressivo o au
consumo norma «bingemenos de 1 ve os 16 e os 1tre os 15 e o
manal de con são os que, 16 anos os q
psicoativas
os que tomciar o consu% a 3% não re
ool e outras dre consumidore
entos Aditivos e na
(álcool e deos de cann-se ao consude inquiridos.alcoólicas, c
80,471,
não
1051) cons. rec
o Álcool e a Le
s Comportame
e consumo
e 19-24 anoslizado menobebidas esp
enos de 1 veaumenta procom maior reto a esta evo9-24 anos) c
or nos mais vumento da fr
nocivo, mais», fizeram-no
vez por mês.17 anos (queos 17 anos)sumos nocivcom mais fr
que mais se e
s
maram bebidumo de bebesponderam
rogas na mesmes recentes (%)
s Dependências: D
erivados de nabis e Novamo de bebiCom uma e
cocaína e de
,8
consres
centes (n=731)
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
nos últimos
s, na maior pos do que 1pirituosas ocoez por mês. ogressivamenegularidade,olução. Assimconstatamoselhos. Entre orequência m
de metadeo 1 ou mais
e no ano a qcomo as idaos. equência, be
embriagam.
das alcoólicabidas alcoólic
m a esta ques
ma ocasião), 2014
DMI/DEI
cannabis; áas Substâncdas alcoólica
expressão muerivados de
2,3 3,3
umidores de álcoolsponderam a esta q
atitudes e legi
e nas Depend
s 12 meses
parte dos cavez por sem
orre sobretud
nte em funçã, para as res
m, comparanque a frequ
os 10-15 anomensal de be
e dos jovenvezes por m
que se reportades de tran
ebem até fic
as no últimocas ao de
stão (Figura 1
álcool, cocacias Psicoativ
as e derivaduito inferior, 2
cannabis e
l que nãoquestão
islação
dências
asos o mana. do 1 a
ão da tantes ndo os uência os e os ebidas
s que mês. A
am os nsição
carem
o ano outras 9).
aína e vas) a dos de 2% dos 1% o
2727
Os Jo
Serviç
consuApen
5. P
Nconjuvida d
7ingesprobl
Didademenc
Npercealcoóembr
*ProbleEsteveserviçodesma
10 A infoum dos
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
umo de benas 2% refere
Problemas a
Nesta secçãounto de probdos jovens in
Envol Envol Hospi
alcoó Coma
reaçã Assist
que n Cond
79% dos joventão de bebiemas tende
De todo o moes em que cionam o env
Na interpretaentagens seólicas) e qriagados em
Fig. 2
emas associadosenvolvido em s
o de urgências aio/perde de con
Fonte: Serv
ormação sobres problemas elen
0%
20%
40%
60%
80%
100%
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
bidas alcoóm outro tipo
associados
o, pretendeblemas que nquiridos, a sa
lvimento emlvimento emitalização ouólicas a alcoólico,ão, inanimadir a amigosnão afeta o jduzir embriag
ns não reconidas alcoólica aumentar
odo, é de sano ano an
volvimento n
ação desta baseiam noue nestas virtude de a
20- OcorrênciaTotal
s ao consumo: Esexo desprotegidepois de ter
nsciência); Cond
viço de Intervenção
a ocorrência dencados como a
78,7
21,3
global(n=997)
umos, atitudes
portamentos A
ólicas, derivade associaç
ao consum
-se descrevepodem esta
aber:
atos de violêsexo despro
u recurso a
caraterizaddo, desmaio/a entrarem jovem direta
gado
nhecem ter ocas nos últim
com a idad
lientar que 1nterior não neste tipo de
informaçãototal de inqidades/grup
ainda não ter
de problemasde inquiridos e
Esteve envolvidoido depois de ttomado bebida
duziu embriagad
o nos Comportame
e problemas emfetando diretam
88,0
12,0
10‐15 a(n=40
nenhum prob
s e legislação
Aditivos e nas D
ados de cações.
mo de bebid
er a ocorrêar associado
ência/lutas dotegido depo
serviço de
do no instrum/perda de coem coma amente)
ocorrido conmos 12 meses
e/grupo etá
2% dos jovenera permitid problemas.
o é ainda nquiridos (inclupos etários rem a carta d
s associado ae por idade/gr
o em atos de vioter tomado bebas alcoólicas; Edo
entos Aditivos e na
geral é obtida amente os jovens.
075,8
024,2
anos01)
16 anos(n=132)
blema pelo
Dependências
nnabis e N
das alcoólic
ncia recenteos ao consum
depois de terois de ter tomurgência de
mento de reonsciência»
alcoólico (sen
nsigo qualqus10. A referênrio.
ns de 10-15 ado consumir
necessário teuindo os jove
específicosde conduçã
o consumo*, nrupo etário (%)
olência/lutas depbidas alcoólicasEntrou em coma
s Dependências: D
a partir das decl
75,8
24,2
17 anos(n=128)
menos um proble
s
ovas Substâ
cas nos últim
e (últimos 1mo de bebid
tomado bebmado bebidaepois de ter
ecolha de d
ndo neste ca
er problemancia à ocorr
anos e 24% dr/adquirir be
er em consens que não
os jovenso (Figura 20)
nos Últimos 12 M), 2014
pois de ter toma; Foi hospitalizada alcoólico (se
DMI/DEI
arações quanto
73,3
26,7
18 anos(n=120)
19(
ema
âncias Psicoa
mos 12 mes
2 meses), ddas alcoólica
bidas alcoólias alcoólicas
tomado be
dados como
aso um prob
a na sequêncrência recen
dos de 16 anoebidas alcoó
sideração qtomaram be
não cond).
Meses
ado bebidas alcdo ou teve de m reação, inan
o à ocorrência d
68,1
31,9
9‐24 anos(n=216)
ativas.
es
de um as, na
icas
ebidas
«sem
blema
cia da nte de
os, em ólicas,
ue as ebidas duzem
coólicas; ir a um
nimado,
de cada
28
Aindireafetaquart
Emencque, entensecçã
Asua v12% n
Pconsucomafim, ig
Ninquirapenrespodeclade 9,condqueinformanterrecor
Fonte:
co
hos
atos
Analisando aetamente os ja diretamenteto dos jovens
m segundo lcionado por
numa tentande por «comão.
As referênciasvez numa menos consumid
Por sua vez, oumidores reca alcoólico, gual proporç
Note-se que eridos ou no
nas os jovensondentes emararam não c,6% no total
duzem. Como coma alc
mação não sriores este esrdar o que ac
Fig. 2Tot
Serviço de Interven
onduziu embriagado
spitaliz./serv.urgêncalcoólicas (tota
sexo desprotegidalcoólicas (to
s viol./lutas depois d(total n=10
coma alcoólico
assistiu a amigo(total n
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s ao envolvimedida semelhdores recente
o recurso aocentes), denque, em pa
ção dos joven
esta proporçtotal de cons a partir do
m cada amconduzir, as de inquiridoesta especif
coólico. De se tenha carstado foi deconteceu de
21- Ocorrênciatal de inquirido
nção nos Comport
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cia depois de ter toal n=1038 recentes n
do depois de ter tootal n=1029 , recent
de ter tomado bebi037 , recentes n=71
o (total n=1040 , rec
os a entrarem em cn=1014 , recentes n
Serviço de Int
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26%) e por um
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epois».
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3
0
centes n=683)
mado bebidasn=718)
mado bebidastes n=709)
idas alcoólicas7)
centes n=720)
oma alcoólico=712)
Os Jovens, o
tervenção nos
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eferido consisnos consuminterpretaçõ
entada uma
tos de violênrdem dos 8%
um problemam comparaçasos, não foconduzido e
dução embrie não no topodiam ter cl=1002; recede jovens quduz e de 13e problema pa que, embque se ente«cambalea
s associados aores recentes,
e nas Dependência
4,8
5,2
10,3
12,0
14,0
3,3
3,6
7,9
8,3
9,7
5
o Álcool e a Le
s Comportame
problema, ara assinalar em coma a
consumidore
ste no comamidores recenões dos jove
a caraterizaç
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a mencionação com as
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ao consumo, npor tipo de pr
as: DMI/DEI
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10 15
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entos Aditivos e
que afetamais um prob
alcoólico, mees recentes (3
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exo desprotequiridos (resp
do por 3% dreferências
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am embriagas consumido
encionado nstão que detar embriagae em falar,
nos Últimos 12 Mroblema (%), 2
,8
20 2
cons. recentes
atitudes e legi
e nas Depend
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encionado p34%).
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egido ocorrepetivamente
dos jovens (5à ocorrênc
s de urgênci
m base no toduzem, sendoo. Se ao tot
m os jovensados passamores recentena mesma meu origem aado», em quevomitar e/o
Meses 2014
25 30
islação
dências
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em por 10% e
5% dos cia de a. Por
otal de o que tal de s que
m a ser es que
edida a esta estões u não
35
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2929
Os Jo
Serviç
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6
5alcoóqueconsu
Palcoópartic
Fig
6
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ovens, o Álcoo
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Neste âmbitooas que tomvo como beb
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Por outro ladólicas em ecularmente in
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Fonte: Serv
6.2. Familiare
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umam convivarem bebidas
Contudo, poriar com quemriaga. Estas p
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20%
40%
60%
80%
100%
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to
l e a Lei. Cons
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o, pretendeam bebidas
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centes. o, é de dest
excesso e 28nferiores no g
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r outro lado,m costumam
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14,04,4
14,8
8,6
19,4
19,6
38,7
50,0
13,1 17,4
total(n=1021)
recen(n=71
nenhum
mam bebidas alcoó
umos, atitudes
portamentos A
de bebidas
-se analisar alcoólicas o
sso ou embria
s declaram a ou todos obriaga. Estas
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os que tomam de inquiridos e
o nos Comportame
grupo de ams de consuma ser inferiore
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s são por sua
46
6
0
4
ntes10)
poucos
ólicas
s e legislação
Aditivos e nas D
alcoólicas
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entos Aditivos e na
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alguns
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5,9
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s
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nenhum amaga. Estas pura 22).
em excesso o), 2014
DMI/DEI
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27,8
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a tod
embriagam
s jovens
os convivemde consumo
s tomam beem excesso
ores no grup
migo toma bepercentagen
ou se embriag
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e poucos fam
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24,3
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recentes(n=703)
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30
Fig. 23
6
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Fonte: Serv
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Fig. 24–
Fonte: Serv
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to
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20%
40%
60%
80%
100%
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viço de Intervenção
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viço de Intervenção
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27,3 29,
18,0 18,9
3,9 5,4
total(n=1020)
recen(n=71
nenhum
mam bebidas alcoó
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7,3
39,2
2,5
(n=806)
nenhum
tomam bebidas alc
Serviço de Int
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o nos Comportame
dos, 216 (20,6%) declara qcesso e 81%cas e aos d
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o nos Comportame
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8
5
9
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poucos
ólicas
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entos Aditivos e na
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s alcoólicas, bede inquiridos (%
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37,64
14,4 1
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rec(n
alguns
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77,0
4,9
17,8
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tomam bebidas alcem excesso
o Álcool e a Le
s Comportame
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s Dependências: D
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41,1
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os mais
coólicas, o
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
as alcoólicas, centes (%), 201
DMI/DEI
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DMI/DEI
jovens ter apen
53,5
31,2
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embriagam
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e nas Depend
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nas ou sobretudo
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recentes(n=703)
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3,1
elhos
e
islação
dências
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ntre os % que cias à empre s mais
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3131
Os Jo
Serviç
7. A
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Ntotalmmenoalcoó
Pfacequanadole
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Fonte:
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
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Fi
Serviço de Interven
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Peq. quant. álcool,
Peq. quant. álcool
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O consumo de álc
O consum
O consum
O
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l e a Lei. Cons
ção nos Comp
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o plano, apa ideia de q
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cas relativamno plano dagura 25).
ig. 25– Atitude
nção nos Comport
oól. basta força vont
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Conduzir um pouco
ool, de vez em quan
, de vez em quando
, de vez em quando
de álcool faz meno
cool faz menos mal
mo de álcool faz me
O consumo
mo de álcool é coisa
consumo de álcool
o totalmente/con
umos, atitudes
portamentos A
umo de beb
e afirmaçõesmente ao con
um pouco esta afirmaç
proximadameque o álcool
ecstasy oua tradição (50
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de referir quea ideia de
sacordo de tade dos jovmais velhas
ao qual os a apreciaçã
mente ao taindecisão d
s face ao cons
amentos Aditivos e
tade, n/é preciso tr
ento do alcoolismo é
o embriagado é per
ndo, não faz mal grá
o, não faz mal adole
o, não faz mal às cri
s mal que o de ecst
que o de haxixe /ch
nos mal que o de ta
o de álcool está na
a de pessoas mais v
, em Portugal, é tra
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ncordo não
s e legislação
Aditivos e nas D
bidas alcoó
s que permitnsumo de beembriagadoão.
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sumo de álcoo
e nas Dependência
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concordo nem d
Dependências
ólicas
em efetuar uebidas alcoóo, em que 78
e dos jovenga (55%), deas (51%) ou
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amente metamento do ter força dea da ideia d
ridos aparenao grau de
% não conca mesma co
ol: total de inq
as: DMI/DEI
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15,9
13,0
38,5
14,8
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50,3
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29,
17,1
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% 20%iscordo disc
s
uma aproximlicas, destac8% dos joven
s concordame que o con
que o cons
discordo/discenas quantid. Já no que
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e vontade pe que o con
ntam ter umnocividade
ordam nemomparação,
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6
40% 60%cordo/discordo to
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m ou conconsumo de álcsumo de be
cordo totalmdades e de ve diz respeit
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ma posição me do consumm discordam
relativamen
14
13,3
27,3
27,8
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28,7
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% 80%otalmente
titudes nsenso am ou
ordam cool é ebidas
mente)ez em o aos
am ou %), em de ser ebidas
menos mo de m). Em nte ao
8,9
100%
32
Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
8. O que concluímos quanto ao consumo de bebidas alcoólicas e problemas associados
A grande maioria dos jovens inquiridos já experimentou bebidas alcoólicas, tendo a primeira experiência ocorrido sobretudo entre os 13 e os 15 anos para todas as bebidas alcoólicas, com o início das espirituosas a tender ser menos precoce.
70% beberam no último ano, sobretudo cerveja e bebidas espirituosas. De notar, no entanto, que as bebidas espirituosas são uma designação para várias bebidas (licores, destiladas, etc). O consumo recente aumenta em função da idade/grupo etário, sobretudo na transição entre os 10-15 e os 16 anos. Independentemente da idade/grupo etário, a cerveja e as espirituosas permanecem como as bebidas privilegiadas, com prevalências semelhantes, com exceção para os jovens de 10-15 anos, que preferem claramente a cerveja.
Entre os jovens que tomaram bebidas alcoólicas no último ano, usualmente as frequências de consumo são inferiores a 1 vez por semana, sobretudo 1 a 3 vezes por mês no caso da cerveja e bebidas espirituosas e menos de 1 vez por mês no caso do vinho e alcopops. A cerveja destaca-se por ser a bebida cujo consumo é progressivamente mais frequente em função da idade/grupo etário e mais frequente também em comparação com as restantes bebidas alcoólicas. As evoluções relativamente às restantes bebidas sofrem algumas flutuações, sendo de referir que, comparando os jovens mais novos (10-15 anos) com os mais velhos (19-24 anos), a frequência de ingestão de cerveja, vinho e bebidas espirituosas é superior nos mais velhos. Adicionalmente, na transição entre os 10-15 e os 16 anos é particularmente expressivo o aumento da frequência mensal de qualquer bebida alcoólica.
Entre os jovens com padrões de consumo nocivo no último ano, mais de metade (no caso do «binge» e de beber até ficar «alegre») fizeram-no 1 vez ou mais por mês, sobretudo 1 a 3 vezes por mês. Relativamente à embriaguez, a situação predominante consiste na frequência menos do que 1 vez por mês. Estas frequências sofrem também flutuações em função da idade/grupo etário. Verificamos que, à semelhança do incremento na prevalência e frequência de consumo recente, na transição para os 16 anos e 17 anos ocorre um particular incremento da frequência de cada padrão de consumo nocivo (é nos jovens de 16 anos que a frequência mensal de embriaguez é mais elevada, o mesmo sucedendo para a ingestão de bebidas até ficar «alegre» e o consumo «binge» para os 17 anos).
Destacamos as prevalências de consumo recente de bebidas alcoólicas e de padrões de consumo mais nocivo em idades precoces, designadamente em grupos etários em que a sua aquisição/consumo são proibidos.
No que diz respeito ao estatuto legal dos jovens inquiridos quanto à permissão para aquisição/consumo de bebidas alcoólicas, verificamos que a prevalência e a frequência de consumo recente destas bebidas e de padrões de consumo nocivo aumentam de forma mais expressiva numa fase de transição para a permissão de aquisição de bebidas alcoólicas não espirituosas, atingindo a frequência de embriaguez um valor máximo nos consumidores recentes de 16 anos. Por outro lado, a prevalência e a frequência do consumo recente de bebidas alcoólicas atingem os seus valores máximos no grupo de jovens que podem beber qualquer tipo de bebida alcoólica (19-24 anos). De notar ainda que, apesar de serem dos que bebem mais frequentemente até ficarem «alegres» e de forma «binge», estes jovens são os que menos frequentemente atingem o estado de embriaguez.
O principal problema reconhecido na sequência da ingestão de bebidas alcoólicas consiste no coma alcoólico (sobretudo observado em amigos mas também experienciado pelo próprio), não sendo contudo uma prática comum o recurso a um serviço de urgência. Em segundo lugar, no quadro dos jovens com carta de condução, é de destacar a referência ao problema da condução embriagado. Por outro lado, a ideia de que conduzir um pouco embriagado é perigoso é a que reúne maior consenso entre os jovens inquiridos.
3333
Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
Verificamos também que no contexto social dos jovens, segundo as suas declarações, é de alguma forma comum o consumo de bebidas alcoólicas pelos amigos, que se destaca por sua vez relativamente ao dos familiares. A maioria dos jovens tem pelo menos um amigo ou familiar com quem costuma conviver que bebe em excesso ou se embriaga, percentagem que é superior nos consumidores recentes.
34
Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
ALTERAÇÕES NO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E PROBLEMAS ASSOCIADOS
1. Alterações no consumo de bebidas alcoólicas
Tendo em conta a alteração do quadro legal em abril de 2013, a recolha de dados no âmbito deste estudo foi efetuada um ano depois, de forma a caracterizar o padrão de consumo de bebidas alcoólicas dos jovens, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº50/2013 de 16 de abril.
Para uma identificação de alterações no consumo de bebidas alcoólicas, procurámos recolher informação no presente estudo que sirva como indicação quanto a possíveis tendências a este nível.
Deste modo, no inquérito aplicado, os jovens foram inquiridos quanto a alterações no seu padrão de consumo de bebidas alcoólicas em função da data de publicação da alteração legislativa, isto é, março/2013-março/2014 em comparação com março/2012-março/2013. Isto significa que estas alterações se baseiam na avaliação que os próprios jovens fazem quanto à evolução dos seus consumos nos 2 anos precedentes à data da inquirição.
Esta questão foi colocada relativamente à ingestão de quatro tipos de bebidas alcoólicas (cerveja, vinho, bebidas espirituosas, alcopops) e a três padrões de consumo mais nocivos (consumo «binge», beber até ficar «alegre», beber até ficar embriagado12). O indicador considerado para identificar alterações foi a frequência, expressa em «mais vezes/ igual número de vezes/menos vezes» que no ano anterior.
Nas Figuras seguintes (26 a 37) procuramos resumir as declarações dos jovens, globalmente e em função da sua idade/grupo etário. De forma a apresentar uma visão ampla das alterações percebidas no consumo de bebidas alcoólicas do total de jovens inquiridos, em cada Figura são sempre apresentadas percentagens referentes a dois grupos:
Total de jovens: inclui todos os jovens, isto é, os que nunca consumiram bebidas alcoólicas (abstinentes), os que consumiram anteriormente mas não nos últimos 12 meses (desistentes) e os que consumiram nos últimos 12 meses (consumidores recentes). Estas percentagens permitem ter a noção da proporção de jovens em geral que consumiram no último ano com maior, menor ou igual frequência.
Consumidores recentes: inclui apenas os jovens que consumiram a bebida alcoólica em causa ou adotaram o padrão de consumo nocivo em causa nos últimos 12 meses. Estas percentagens permitem ter a noção da proporção de consumidores recentes que consumiram com maior, menor ou igual frequência.
1.1. Jovens inquiridos globalmente
Analisando as evoluções percebidas pelos jovens quanto ao consumo de bebidas alcoólicas, destacamos uma tendência para as referências à manutenção da frequência de consumo para todas as bebidas, com exceção para a cerveja, relativamente à qual é um pouco mais evidente a tendência para o incremento do consumo. Por outro lado, as referências à diminuição da frequência de consumo atingem um valor percentual máximo de 14% no total de inquiridos, aplicável às bebidas espirituosas (Figura 26):
12 Como referido anteriormente, no instrumento de recolha de dados especificou-se que o consumo «binge» corresponde a beber 5 ou mais (se for mulher) ou 6 ou mais (se for homem) copos de uma qualquer bebida alcoólica na mesma ocasião e que por embriaguez se entende «cambalear, dificuldade em falar, vomitar e/ou não recordar o que aconteceu depois».
3535
Os Jo
Serviç
Prmosm
ApouEnfre
44veco35
3513rede
13
prevalêNão é
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Cerveja
raticamente ais vezes (22
s consumidorantiveram a
Vinho
proximadamu mais vezesntre os consuequência de
Bebidas es
4% dos jovenezes (23%, 21onsumidores5% beberam
Alcopops
5% dos joven3%, respetivacentes destee consumo (4
Fig. 26– AltePor tipo
Fonte: Serv
3 De notar queência que se sitpossível, no enta
alcopop
espirituosas
esp
vinho
cerveja
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
metade dos2%, 25%, resperes recentesmesma freq
mente um terç(21%, 14%, r
umidores rece consumo (4
pirituosas
ns referem qu%, respetivarecentes demais vezes q
ns referem qumente) quee tipo de be44%)13.
erações na freo de bebida al
viço de Intervenção
relativamente atua ente 11% e 2anto, situar se o
ps: cons. recentes (n
alcopops: total (n
s: cons. recentes (n
pirituosas: total (n=
o: cons. recentes (n
vinho: total (n=
a: cons. recentes (n
cerveja: total (n=
mais vezes
umos, atitudes
portamentos A
s jovens (47%etivamente)de cerveja,uência.
ço dos jovenrespetivamecentes de vin46%).
ue beberamamente) quee bebidas esque no ano a
ue beberamno ano antebidas, desta
quência de cocoólica: joven
o nos Comportame
a cada tipo de21% consoante abandono do c
25,8
12,9
35,
21,0
29,7
13,6
4
25,2
0 2
n=497)
n=993)
n=619)
=1038)
n=464)
=1013)
n=616)
=1039)
igual nº de ve
s e legislação
Aditivos e nas D
%) refere queque no ano
, 43% bebera
ns (34%) refernte) que nonho, destac
m bebidas e no ano antpirituosas, 39
anterior.
m alcopops igerior. 13% bebaca-se a prop
onsumo recenns globalmente
entos Aditivos e na
e bebida alcoóa bebida) que
consumo foi con
,2
7
42,5
44,1
22,1
23,3
45
20,8
21,6
12,8
14
9,8
1
2,3
1,6
20 40
zes menos vez
Dependências
e bebe cerv anterior. 11%am mais vez
re que bebeano anterio
a-se a propo
spirituosas igterior. 14% be9% beberam
gual númeroberam menoporção dos
nte (03/2013-03e e consumido
s Dependências: D
lica identifica-se já foi consumidcomitante à alte
1
39,1
5,5
36,4
25,
2
4,0
2
1,2
3
1,3
1,3
60 80
zes sem espec
sem consum
sem consumos nos U1
sem consumos
sem consumos nos
s
eja igual núm% beberam mes que no a
u vinho iguaor. 10% bebeorção dos q
gual número eberam men
o mesmo nú
o de vezes ouos vezes. Entreque mantive
3/2014 vs 03/20ores recentes (
DMI/DEI
e um grupo deor e que deixoueração legislativ
5
3,4
1,3
18,8
4,6
2,3
3,5
2,3
100
cificar alterações
os nos U12M: 40.7%
12M: 54.2%
s nos U12M: 40.4%
U12M: 49.9%
mero de vezmenos vezesano anterior
l número deeram menos que mantiver
de vezes ounos vezes. Enúmero de ve
u mais vezese os consum
eram a frequ
012-03/2013)(%), 2014
e jovens (segundu de o ser (desisva.
zes ou . Entre e 36%
vezes vezes. ram a
u mais ntre os ezes e
s (22%, idores
uência
do uma stentes).
36
Anocivfrequfrequ
1
Enão épúblicaumemanuespiritassum(Figur
14
mas nãlegislat
Analisando avos de bebidência desteência assum
Um terço dvezes (17%vezes. Entresua realizaç40% dos jovrespetivamjovens queda sua real26% dos jov11%, respetjovens quegrupo que
Fig. 27– AltePor p
Fonte: Serv
.2. Jovens d
ntre os jovené nem era peco, constatentou a ingutenção notuosas. Por
mem um valra 28).
4 De referir que 8ão no último ativa.
embriaguez
em
"alegre"
"binge"
as evoluçõesdas alcoólicas padrões d
mem um valo
dos jovens (3%, 15%, respee os que tiveção e 34% auvens bebeu
mente) que ne beberam alização e 37%vens bebeutivamente) q
e beberam anão identific
erações na freadrão de con
viço de Intervenção
de 10-15 an
ns de 10-15 ermitido adqa-se que, n
gestão de ccaso do v
outro lado,or percentu
8% a 10% dos jovno. Não é poss
z: cons. recentes (n=
mbriaguez: total (n=
: cons. recentes (n=
"alegre" : total (n=
": cons. recentes (n=
"binge": total (n=
mais vezes
Serviço de Int
s percebidasas, destacame consumo.r percentual
33%) consumtivamente) q
eram esta práumentaram-até ficar «ale
no ano anteté ficarem «
% aumentaraaté ficar em
que no ano aaté ficarem
ca alterações
quência de consumo: jovens g
o nos Comportame
os
anos, aos ququirir/consumnos consumcada tipo dinho e alcoas referênc
al máximo d
vens são desistensível no entanto
29,
10,6
3
19,0
33
15,2
1
0
=362)
1008)
=524)
1034)
=463)
1031)
igual nº de ve
Os Jovens, o
tervenção nos
s pelos jovemos uma ten Por outro lamáximo de
miu de formaque no anoática no últimna. egre» igual n
erior. 10% tiv«alegres» no am-na. mbriagado iganterior. 9% t
embriagados no número
onsumo recenglobalmente e
entos Aditivos e na
uais, indepenmir bebidas amidores recede bebida opops e parcias a umade 8% no to
ntes destes padro situar se o ab
,6
37,4
3,9
15,2
21,3
17,3
9,0
10,9
1,1
20 40zes menos vez
o Álcool e a Le
s Comportame
ens quanto andência paraado, as refer11%, relativo
a «binge» iguanterior. 11%
mo ano, 38%
número de veram esta púltimo ano, 4
gual númerotiveram estaos no últimode vezes em
nte (03/2013-03e consumidore
s Dependências: D
ndentementlcoólicas em
entes, a maalcoólica, cra o incremdiminuição
tal de inquir
ões de consumobandono do co
42,3
42,0
38,4
9,6 0,9
1,6
60zes sem espec
sem consum
sem con
sem consumos nos U1
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
a padrões da assinalar arências a um ao «binge»
ual número % tiveram es
% mantiveram
vezes ou maiprática meno42% mantive
de vezes ouprática men
o ano, destam que o fez14
3/2014 vs 03/20es recentes (%)
DMI/DEI
e do quadrom locais públiaior proporçcom uma te
mento no cana frequên
ridos, relativa
o, isto é, já os praonsumo foi conc
25,1
18,9
24,2
80cificar alterações
mos nos U12M: 55.0%
sumos nos U12M: 49.2
12M: 64.1%
atitudes e legi
e nas Depend
de consumoa manutençãma diminuiçã(Figura 27):
de vezes ousta prática m
m a frequênc
is vezes (21%os vezes. En
eram a frequ
u mais vezesnos vezes. Enaca-se tamb4.
012-03/2013)), 2014
o legal em cicos ou abertção mantevendência paaso da cervncia de conamente à ce
aticaram anteriocomitante à alt
3,0
1,7
3,5
100
2%
islação
dências
o mais ão da ão de
u mais menos cia da
%, 19%, ntre os uência
(15%, ntre os bém o
causa, tos ao ve ou ara a
veja e nsumo erveja
ormente teração
3737
Os Jo
Serviç
P
Tarecenfrequidentfrequ
Dconsufrequimpo
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Fig. 28– AltePor tipo de beb
Fonte: Serv
ambém relante, é maioência destaificando-se ência de co
De destacarumidores recência de ingrta, contudo
Fig. 29– AltePor padrão d
Fonte: Serv
alcopop
espirituosa
e
vinh
cervej
embriagu
e
"alegr
"bing
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
erações na frebida alcoólica
viço de Intervenção
ativamente ar a proporç
as práticas (spoucas dife
onsumo assum
também qcentes de 1gestão de beo, ter presente
erações na frede consumo: jo
viço de Intervenção
ps: cons. recentes (n
alcopops: total (n
s: cons. recentes (n
spirituosas: total (n
ho: cons. recentes (
vinho: total (n
a: cons. recentes (n
cerveja: total (n
mais vezes
uez: cons. recentes (
embriaguez: total (n
re": cons. recentes (
"alegre": total (n
ge": cons. recentes (
"binge": total (n
mais vezes
umos, atitudes
portamentos A
quência de co: jovens globa
o nos Comportame
aos padrõesção de jovesempre supeerenças entrme um valor
que, em com0-15 anos q
ebidas alcoóe a prevalên
quência de coovens globalm
o nos Comportame
31,0
8,9
4
12,6
24,7
4,8
4
15,8
12,3
9,7
9,2
1
4,61
0 2
n=116)
n=406)
n=122)
n=421)
(n=81)
n=413)
n=152)
n=423)
igual nº de ve
6,3
10,7
6,7
6,3
7
6,7
2,
4
0
(n=64)
n=411)
(n=93)
n=419)
(n=77)
n=419)
igual nº de ve
s e legislação
Aditivos e nas D
onsumo recenalmente e cons
entos Aditivos e na
de consumens que refeerior a 70% nre as três ppercentual m
mparação cque em maiólicas até ficancia destas p
onsumo recenmente e consum
entos Aditivos e na
0
43,4
44,1
4
3
7
46,9
10,9
5,4
5,7
6
7,8
2,0
1,0
1,0
1,4
20 40
zes menos vez
sem
sem consumos
sem consu
sem consu
40,6
48,4
36,4
7,6
,2
3,6
4,3
0,7
0,2
0,7
20
zes menos vez
sem consu
sem c
sem consumo
Dependências
nte (03/2013-03sumidores rece
s Dependências: D
mo mais nocerem uma mno total, entrpráticas. Pomáximo de 2
com os restor medida mar «alegre» oráticas nos ú
nte (03/2013-03midores recen
s Dependências: D
3,1
33,6
9
30,3
19
1
23,
21
60 80
zes sem espec
m consumos nos U12M
nos U12M: 80.4%
mos nos U12M: 71.0%
umos nos U12M: 71.4%
40,6
3
36,4
40 60
zes sem espec
umos nos U12M: 81.6%
consumos nos U12M: 7
s nos U12M: 84.5%
s
3/2014 vs 03/20entes, de 10-15
DMI/DEI�
ivos, no quamanutençãore os consumr sua vez, 3%, relativo a
tantes grupomencionamu embriagadltimos 12 me
3/2014 vs 03/20tes, de 10-15 a
DMI/DEI
,0
19,7
,5
1,7
6,9
3,3
4,9
3,9
100
cificar alterações
M: 64.1%
%
6
34,4
14
23,3
80
cificar alterações
%
77.9%
012-03/2013)5 anos (%), 20
adro do con ou aumenmidores recea diminuiçãao «binge».
os etários, sum aumen
do. A este reeses (Figura 2
012-03/2013)anos (%), 2014
4,1
16,1
4,7
1,1
3,9
100
14
nsumo to da
entes),ão da
ão os to da speito 9).
38
1
Ncircunquad
Nfrequque drespea mereferêmáxim
Dconsuconsuespirit
Nque rde betotal super
Esemebebid
.3. Jovens d
No que diz nstâncias qu
dro legal, é-lh
Neste grupoência de codiz respeito a
eito aos alcoesma proporências a ummo de 18% n
De notar taumidores recumos de qutuosas) no an
Fig. 30– AltePor tipo de be
Fonte: Serv
No que diz rereferem a meber até ficade inquiridosriores relativa
m comparaelhança dos das alcoólica
alcopo
espirituos
e
vinh
cerve
de 16 anos
respeito à ue o grupo hes permitido
de jovens onsumo das ao vinho e ppops, há umrção refere
ma diminuiçãno total de in
ambém quecentes de 1ualquer das no após a al
erações na freebida alcoólic
viço de Intervenção
espeito a prámanutenção ar «alegre» (sos, as referêncamente ao «b
ção com osde 10-15 an
as até ficar «a
ps: cons. recentes (
alcopops: total (n
sas: cons. recentes (
spirituosas: total (n
ho: cons. recentes (
vinho: total (n
eja: cons. recentes (
cerveja: total (n
mais vezes
Serviço de Int
idade mínietário anteri
o consumir/ad
é tambémbebidas alco
para o incremma maior dive
uma manutão da freququiridos, rela
e, compara6 anos quebebidas (seteração legis
quência de coca: jovens glob
o nos Comportame
áticas mais nou aumentoobretudo aucias a uma dbinge» (13%)
s restantes gnos, pelas realegre» (Figu
34,
19,7
32,4
38
18,3
31,1
0 2
(n=72)
n=127)
(n=95)
n=136)
(n=63)
n=131)
(n=93)
n=135)
igual nº de ve
Os Jovens, o
tervenção nos
ima legal, ior. Contudodquirir bebid
mais evideoólicas, commento relativersidade de atenção ou duência de c
ativamente a
ativamente e, de um moem diferenciaslativa, face
onsumo recenbalmente e co
entos Aditivos e na
ocivas, é tamo da frequênmento) e de
diminuição de.
grupos etárioferências ao
ura 31).
,8
46,3
4
8,1
45,2
1
31
18,1
21,3
22,9
25,2
18,1
6,9
20 40
zes menos vez
o Álcool e a Le
s Comportame
estes jovenso, à data dadas alcoólica
ente a manm uma tendêvamente às apreciaçõesdiminuição dconsumo asos alcopops
aos restanodo geral, mação expresao período
nte (03/2013-03onsumidores re
s Dependências: D
mbém clarancia de «binge embriagueze frequência
os, os jovenso aumento d
,9
30,5
47,6
36,6
31,
2
14,7
11,9
0,8
1,5
0,7
60 80
zes sem espec
sem
sem consumos nos U
sem
sem consu
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
s encontrama inquirição,s não espiritu
nutenção ouência para arestantes be
s por parte ddo consumossumem um.
tes gruposmais reportassiva entre ehomólogo an
3/2014 vs 03/20centes, de 16
DMI/DEI
a maior proge» (sobretuz (sobretudo
a assumem va
de 16 anosda frequênci
9
21,1
14,3
17,2
1,4
2,1
1,0
100
cificar alterações
consumos nos U12M:
U12M: 51.9%
m consumos nos U12M
mos nos U12M: 43.3%
atitudes e legi
e nas Depend
m-se nas me, segundo ouosas.
u incrementa manutençebidas. No qdos jovens, emo. Com efei
valor perce
etários, sãam aumentoespirituosas enterior (Figur
012-03/2013)anos (%), 2014
oporção de judo manuten
manutençãalores perce
s, destacamia de ingestã
: 31.1%
M: 30.1%
%
islação
dências
esmas novo
to da ão no ue diz m que to, as entual
ão os os dos e não a 30).
4
jovens nção),o). No
entuais
m-se, à ão de
3939
Os Jo
Serviç
1
Àtermocompum a
Mconsuconsuespirit
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Fig. 31– AltePor padrão
Fonte: Serv
.4. Jovens d
À data da traos de identparação entno em que p
Metade ou mumo de cadaumo no quetuosas (Figura
Fig. 32– AltePor tipo de be
Fonte: Serv
embria
"ale
"bi
alcopop
espirituosas
e
vinh
cerve
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
erações na freo de consumo:
viço de Intervenção
de 17 anos
ansição de qtificação dere um ano e
passaram a p
mais destes a tipo de beconcerne a
a 32).
erações na freebida alcoólic
viço de Intervenção
aguez: cons. recente
embriaguez: tota
egre": cons. recente
"alegre": tota
inge": cons. recente
"binge": tota
mais vezes
ps: cons. recentes (
alcopops: total (n
s: cons. recentes (n
espirituosas:total (n
ho: cons. recentes (
vinho: total (n
eja: cons. recentes (
cerveja: total (n
mais vezes
umos, atitudes
portamentos A
quência de co: jovens global
o nos Comportame
quadros legaie alteraçõem que não p
poder consum
jovens declabida alcoólic
ao vinho e a
quência de coca: jovens glob
o nos Comportame
14,3
20,
0
es (n=56)
l (n=133)
es (n=80)
l (n=135)
es (n=78)
l (n=136)
igual nº de ve
27,5
19,2
4
31,8
29,2
16,3
39
28,6
0 2
n=91)
=130)
=103)
=132)
n=72)
=129)
n=97)
=133)
igual nº de ve
s e legislação
Aditivos e nas D
onsumo recenlmente e cons
entos Aditivos e na
is, estes joves na frequêpodiam consmir/adquirir b
aram a manca. Verifica-slcopops e p
onsumo recenbalmente e co
entos Aditivos e na
33,9
46,3
27,4
35,9
,6
15,8
2
22,8
10,
20
zes menos vez
40,8
8
9,2
45,
31,5
31,1
4
26,4
27,8
8,5 4
20 40
zes menos vez
Dependências
nte (03/2013-03sumidores rece
s Dependências: D
ns tinham 16ência de csumir/adquirbebidas não
nutenção ouse uma tendara o aume
nte (03/2013-03onsumidores re
s Dependências: D
37,5
3
22,2
39,7
5
9,6
12,5
1,5
1,5
40 60
zes sem espec
s
s
sem consumo
,0
39,8
7,2
38,1
20,
14,6
12,9
15
14,3
4,6
2,3
4,7
2,3
60 80
zes sem espec
sem
sem consumos
se
sem c
s
3/2014 vs 03/20entes de 16 an
DMI/DEI
6 anos, o queconsumo, esir qualquer bespirituosas.
u aumento dência para anto relativam
3/2014 vs 03/20ecentes de 17 a
DMI/DEI
37,5
25,0
21,8
80
cificar alterações
sem consumos nos U12
sem consumos nos U12
os nos U12M: 42.1%
,9
16,5
5,3
19,6
6,6
2,9
8,3
3,1
100
cificar alterações
m consumos nos U12M:
nos U12M: 44.1%
em consumos nos U12
consumos nos U12M: 3
012-03/2013)nos (%), 2014
e significa qustá em cau
bebida alcoó
da frequênca manutençmente à cerv
012-03/2013)anos (%), 2014
16,2
8
3,6
2,6
100
2M: 42.6%
2M: 40.8%
: 27.0%
2M: 21.9%
30.1%
ue, em usa a ólica e
cia de ão do veja e
4
40
NmanuRelatenquque rrelativsuper
Esão o
Fig. 33
1
Àtermocompalcoóespiritconsu
Caumecasofrequespirit
No que diz reutenção ouivamente aanto que emrefere a sua vamente à riores) à refer
m comparaos que mais re
3– Alteraçõescons
Fonte: Serv
.5. Jovens d
À data da traos de identparação enólica e o anotuosas. De umir/adquirir
Constatamosento ou man
específico ência de ctuosas, é ma
embriaguez
em
"alegre"
"binge"
espeito aos u incremento «binge» ém relação amanutençãoembriaguez
rência à dim
ção com oueferem um a
na frequênciasumo: jovens g
viço de Intervenção
de18 anos
ansição de qtificação detre um anoo seguinte enotar no e
r de novo qua
que para nutenção da
da cervejaconsumo, e
ais evidente a
z: cons. recentes (n=
mbriaguez: total (n=1
": cons. recentes (n=
"alegre": total (n=1
": cons. recentes (n=
"binge": total (n=1
mais vezes
Serviço de Int
padrões deto da sua é mais evide
beber até fo é semelhaz, estas sãoinuição da fr
utras idades/aumento da f
a de consumoglobalmente e
o nos Comportame
quadros legae alteraçõeo em que pem que passentanto quealquer tipo d
todas as bfrequência
, a tendêncnquanto re
a percentage
33
15,6
28,0
26,1
0
=59)
128)
=87)
132)
=78)
134)
igual nº de ve
Os Jovens, o
tervenção nos
consumo mfrequência
ente a refeficar «alegre»nte à que re
o por sua vrequência.
/grupos etárfrequência d
recente (03/20e consumidore
entos Aditivos e na
ais estes jovens na frequêpodiam consaram a pode, à data de bebida alc
bebidas alcode consumocia aparent
elativamenteem de joven
3,9
42,5
0
44,9
15,6
2
20,9
14,1
20 4
zes menos vez
o Álcool e a Le
s Comportame
mais nocivo,a, com alg
rência ao a» e à embria
efere o seu avez semelha
rios, estes jovde consumo
013-03/2014 vss recentes com
s Dependências: D
ns tinham 17ência de cnsumir/adquider adquirir/c
da inquiriçãcoólica.
oólicas é mo em compata ser mais
às restantes que refere
33,9
42
28,0
35,
1
9,8
9,7
0,8
1,5
0 60
zes sem espec
se
sem consumo
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
é maior a tgumas distinaumento daaguez, a proaumento. De
ntes (ainda
vens (consum«binge» (Figu
s 03/2012-03/20m 17 anos (%),
DMI/DEI
anos, o queconsumo, esirir qualquerconsumir apeão, estes jo
mais comumração com ono sentido
es bebidas,a manutenç
,5
9
30,5
16
80
cificar alterações
m consumos nos U12M
sem consumos nos U
s nos U12M: 53.9%
atitudes e legi
e nas Depend
tendência pnções a rea sua frequêoporção de je referir aindaa que um p
midores receura 33).
013), por padr, 2014
e significa qustá em caur tipo de benas bebidaovens já po
a referênco ano anterido aument
nomeadamção (Figura 3
15,0
6,7
1,7
2,5
100
M: 41.8%
U12M: 34.2%
islação
dências
para a egistar. ência, jovens a que, pouco
entes),
rão de
ue, em usa a
bebida as não odiam
cia ao or. No to da mente 4).
4141
Os Jo
Serviç
Nda freoutro
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Fig. 34– AltePor tipo de be
Fonte: Serv
No que diz reequência de
o lado, de au
Fig. 35– AltePor padrão
Fonte: Serv
alcop
espirituos
vin
cerv
embriaguez
em
"alegre"
"binge"
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
erações na freebida alcoólic
viço de Intervenção
espeito a cone ingestão dmento da fre
erações na frede consumo: j
viço de Intervenção
ops: cons. recentes
alcopops: total (
sas: cons. recentes (
espirituosas: total (
nho: cons. recentes
vinho: total (
veja: cons. recentes
cerveja: total (
mais vezes
z: cons. recentes (n=
mbriaguez: total (n=1
": cons. recentes (n=
"alegre": total (n=1
": cons. recentes (n=
"binge": total (n=1
mais vezes
umos, atitudes
portamentos A
quência de coca: jovens glob
o nos Comportame
nsumos maisde bebidas aequência de
quência de cojovens globalm
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14
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4343
Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
1.7. O que concluímos quanto a alterações na frequência de consumo
Globalmente, as proporções de jovens que declaram que a sua frequência de consumo de bebidas alcoólicas ou de certos padrões mais nocivos diminuíram situam-se entre 9% e 14%.
Com exceção da cerveja, cuja evolução mais frequente consistiu no aumento de vezes em que esta foi ingerida (ainda que com uma diferença percentual muito reduzida em comparação com os jovens que referem a sua manutenção), observa-se uma tendência para a manutenção da frequência de ingestão de bebidas alcoólicas entre os anos precedente e subsequente à alteração legislativa. Por sua vez, no total de jovens inquiridos é mais frequente a referência à manutenção da regularidade dos consumos mais nocivos. Efetuando uma comparação entre idades/grupos etários, concluímos:
Para todas as idades/grupos etários e tipos de bebidas alcoólicas, a proporção de jovens consumidores recentes que refere que a sua frequência de consumo no último ano foi inferior à do ano anterior é sempre menor que as relativas à manutenção ou aumento desta, sucedendo o mesmo relativamente aos três padrões de consumo nocivo analisados (com exceção para os jovens de 19-24 anos).
No que diz respeito às evoluções na frequência de ingestão de bebidas alcoólicas no último ano, são os consumidores recentes de 16 anos os que mais referem um aumento desta.
No que diz respeito às evoluções na frequência de consumos nocivos no último ano, os consumidores recentes de 10-15 anos são os que mais referem um aumento da frequência de ingestão de bebidas alcoólicas até ficar «alegre» e embriagado (sendo de ter em consideração as respetivas prevalências no total de inquiridos). Depois destes, de um modo geral, são os consumidores recentes de 16 e de 17 anos que mais reportam aumentos de consumos nocivos (ingestão de bebidas alcoólicas até ficar «alegre» para os 16 anos, consumo «binge» para os 17 anos e embriaguez para ambos). Por outro lado, os consumidores recentes de 19-24 anos são os que menos referem aumentos de frequências de consumos nocivos.
Com exceção para os jovens de 19-24 anos, a proporção de jovens que refere que passou a beber cerveja mais vezes é sempre superior às dos jovens que referem a sua manutenção ou diminuição. De notar, contudo, que, de uma forma geral, é semelhante à dos jovens que mencionam uma manutenção da frequência. Apenas nos jovens de 18 anos se destaca particularmente a referência ao aumento de consumo em comparação com os que o mantêm.
Para todos os grupos etários, a tendência consiste na manutenção da frequência com que o vinho é tomado. Apenas nos jovens de 18 anos, a proporção de jovens que refere a manutenção do consumo é semelhante aos que apontam o seu incremento.
Entre os 10 e os 16 anos, destacam-se as referências ao aumento do número de vezes em que são ingeridas bebidas espirituosas, com particular evidência nos jovens de 16 anos, em que a referência a um aumento da frequência é claramente superior à da sua manutenção. A partir dos 17 anos tendem a manter a frequência do consumo, sobretudo entre os 19-24 anos.
À semelhança do vinho, os jovens tendem a declarar sobretudo uma manutenção da frequência de consumo de alcopops, com exceção para os de 16 anos, idade em que os jovens referem em maior medida o seu aumento.
Por último, é importante referir que esta análise incide em alterações de frequência de consumo tendo como base os jovens que tomaram bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses. Isto significa que não estão contemplados os casos dos jovens que na transição entre os dois anos em comparação deixaram de consumir as referidas bebidas alcoólicas ou deixaram de adotar os vários padrões de consumo nocivo. Possivelmente, entre os consumidores desistentesmencionados anteriormente, constarão jovens que correspondem a este tipo de situação.
44
Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
2. Razões para as alterações na frequência de consumo de bebidas alcoólicas
De forma a melhor compreender as motivações subjacentes a uma diminuição ou aumento da frequência de ingestão de bebidas alcoólicas (por tipo de bebida) ou da frequência de determinados comportamentos (consumo «binge», beber até ficar «alegre» ou embriagado), designadamente razões de acessibilidade, que podem em grande medida decorrer da alteração legislativa, os jovens foram inquiridos sobre 5 razões possíveis, dando espaço, numa resposta aberta, para a indicação de razões adicionais ou alternativas. São estas:
Razões económicas Motivos de saúde Razões familiares Alterações no estilo de vida (saídas à noite, percurso profissional/académico) Razões de acessibilidade às bebidas alcoólicas (locais onde se pode consumir ou
adquirir) Outras razões
Considerando os jovens inquiridos globalmente, independentemente do tipo de bebida alcoólica ou padrão de consumo nocivo, as razões que se destacam, quer para o aumento da frequência, quer para a sua diminuição, têm que ver com alterações no estilo de vida. Este argumento é apontado por aproximadamente metade dos jovens.
Entre as 5 razões sugeridas, as mencionadas em segundo lugar, quer para o aumento quer para a diminuição da frequência de consumo são as económicas (mencionadas por 9% a 15% dos jovens quanto ao aumento da frequência e por 11% a 14% para a sua diminuição, consoante o tipo de bebida alcoólica e padrão de consumo nocivo).
As razões relativas à acessibilidade de bebidas alcoólicas, particularmente relevantes no domínio deste estudo, são mencionadas por menos de 10% dos jovens, quer para o aumento da frequência como para a sua diminuição, tratando-se de um argumento mais comum para justificar o aumento da frequência do que para a sua diminuição.
Os motivos de saúde são também referidos apenas marginalmente (independentemente da evolução da frequência), no máximo por 8% dos jovens.
Por sua vez, as razões familiares são mencionadas também no máximo por 8% dos jovens (independentemente da evolução da frequência).
De notar que, enquanto o argumento das alterações do estilo de vida é o principal para todas as idades/grupos etários, os restantes sofrem algumas variações quanto à sua priorização em função destes. A este nível destacamos que 28% dos jovens de 17 anos mencionam razões familiares para justificar o aumento da frequência de vinho.
3. Alterações em problemas associados ao consumo de bebidas alcoólicas
Como referido a propósito das alterações no consumo de bebidas alcoólicas, a recolha de dados no âmbito deste estudo foi efetuada um ano após a alteração legislativa. Apesar do reduzido espaço de tempo entre a publicação do Decreto-Lei e a aplicação do inquérito para avaliar este tipo de alterações, procurámos conhecer também eventuais evoluções em problemas potencialmente associados ao consumo de bebidas alcoólicas, segundo a perceção dos jovens inquiridos.
Como tal, nos inquéritos aplicados, solicitámos a identificação de alterações aos jovens que reconheceram problemas nos últimos 12 meses, em função da data de publicação da alteração legislativa, isto é, março/2013-março/2014 (últimos 12 meses) em comparação com março/2012-março/2013.
Esta questão foi colocada relativamente a 6 problemas, sendo o indicador das alterações a frequência, expressa em «mais vezes/ igual número de vezes/menos vezes» que no ano anterior:
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4747
Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
4. O que concluímos quanto a alterações no consumo de bebidas alcoólicas e problemas associados
Comparando dois anos de transição no que concerne à alteração legislativa no domínio da disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos ou abertos ao público, constatamos que 9% a 14% dos jovens (10-24 anos) inquiridos que tomaram bebidas alcoólicas no último ano o fizeram menos vezes (considerando todos os tipos de bebidas alcoólicas e padrões de consumo nocivo) que no ano anterior. Globalmente, a tendência reside na manutenção da frequência de ingestão de todas as bebidas alcoólicas (à exceção da cerveja, onde é maior a referência a um aumento desta) e de todos os consumos nocivos.
Em todas as idades/grupos etários analisados, a proporção de jovens que refere que a sua frequência de consumo no último ano foi inferior à do ano anterior é sempre menor que as que referem uma manutenção ou aumento desta, para todos os tipos de bebidas alcoólicas e padrões de consumo nocivo. Os jovens consumidores recentes de 19-24 anos constituem uma exceção a este quadro, na medida em que referem mais uma diminuição do que um aumento da frequência de consumo de bebidas espirituosas, alcopops e qualquer consumo nocivo.
Comparando grupos etários no que diz respeito à medida em que referem um aumento da frequência de consumo de bebidas alcoólicas e padrões nocivos no último ano, em comparação com o ano anterior, verificamos que são os consumidores recentes de 16 anos que, de uma forma geral, mais reportam um aumento da frequência de ingestão das várias bebidas alcoólicas, enquanto, a seguir aos de 10-15 anos, são os consumidores recentes de 16 e de 17 anos que mais reportam aumentos de consumos nocivos (em que nos dois anos de transição aqui em análise teriam respetivamente entre 14-16 anos e entre 15-17 anos).
É de notar a este propósito que, como referido anteriormente, comparando os jovens inquiridos de várias idades/grupos etários no que diz respeito à prevalência e frequência de ingestão de bebidas alcoólicas e de consumo nocivos, é entre os de10-15 anos por um lado e, os 16/17 anos, por outro, que se observa o maior aumento destas.
Importa referir a propósito destas evoluções que estas são frequentemente idades de transição em termos de alterações do estilo de vida (nomeadamente a frequência de saídas à noite), sendo estas, aliás, as razões das alterações dos consumos mais apontadas pelos inquiridos em geral: independentemente do grupo etário, as principais razões referidas por estes para alterações na sua frequência de consumo, quer no que diz respeito ao seu aumento como à sua diminuição, são as alterações no estilo de vida (ex: saídas à noite, percurso profissional/académico).
As razões de acessibilidade a bebidas alcoólicas (ex: locais onde se pode consumir ou adquirir), particularmente importantes no domínio deste estudo, são, à exceção de alguns casos pontuais, referidas apenas marginalmente para justificar a diminuição da frequência de consumo. Com efeito, este argumento é mais comum para justificar o aumento da frequência.
Finalmente, no que concerne a problemas associados ao consumo de bebidas alcoólicas, as evoluções percebidas pelos jovens que reconhecem estes problemas no último ano dependem do problema em causa, sendo de destacar, por um lado, as referências quanto ao aumento das situações de sexo desprotegido depois de tomar bebidas alcoólicas e coma alcoólico e, por outro, as referências à diminuição das situações de assistir a amigos a entrarem em coma alcoólico e de deslocação a serviços de urgência/hospitalizações.
48
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31,1
30,5
rua rest. c
Serviço de Int
APLIC
egislação pue esta pretenomo tal, nestjovens, por uevisto no Ddos.
alcoólicas
m conjuntoadquirirem bedores recentedores recenteoulottes/carr
um terço do(Figura 40).
is mais frequens globalmente
o nos Comportame
práticas dose mínima legmente aos
dade, considede todo.
jovens de 1e aquisiçãoos cafés e Salientamos
31,2
50,7
437
42,7
68,3
café bar dis
total (n=1
Os Jovens, o
tervenção nos
CAÇÃO D
ublicada é ende produzir te estudo proum lado, e o
Decreto-Lei n
nos últimos
de estabeleebidas alcoóes), seguidoses) e, num serinhas são me
os consumid
ntes de aquisiçe e consumido
entos Aditivos e na
s estabelecimgal para a velocais em qerando em p
0-15 anos q foram os a rua com
s de novo a a
43,7
24,5 25,8
58,5
32,8
scot. festapriv.
fest
1051) cons. rec
o Álcool e a Le
s Comportame
DA LEI
efetivamenteem comportocurámos reos estabelecinº 50/2013,
s 12 meses
ecimentos coólicas em bas das discoteegundo pataencionadas a
dores recente
ção de bebidares recentes (%
s Dependências: D
mentos comeenda de bebque mais freqparticular as
ue tomarambares. Em
mo os locaisaquisição em
8,9
7,2
34,6
12,6
98
ival bomba roulo
centes (n=731)
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
e aplicada tamentos e, colher informimentos comde 16 de
omerciais, osares (mencion
cas (menciomar, cafés oapenas marg
es refere que
as alcoólicas:%), 2014
DMI/DEI
erciais quantbidas alcoólicquentementidades/grup
m bebidas alcsegundo lu
s onde maism casa (Figur
28,8
27,2
9,8
39,3
34,6
tte superm. casa
atitudes e legi
e nas Depend
é um impoem última a
mação de fomerciais, por
abril, atravé
s jovens inqnado por 51
onado por 44ou supermercginalmente.
e adquiriu be
to à aplicaçãcas, analisamte adquirempos etários em
coólicas no gar, estes js frequentemra 41).
6,8
34,6
4,4
a outro
islação
dências
rtantenálise, rma a outro, és da
uiridos % dos
4% dos cados.
ebidas
ão da mos as
estas m que
último jovensmente
4949
Os Jo
Serviç
Eou coda inde aqfestas
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Fonte: Serv
ntre os jovenonsumir bebiquirição eraquisição de bs privadas e f
Fonte: Serv
0
10
20
30
40
50
60
70
(%)
0
10
20
30
40
50
60
70
(%)
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
Fig. 41- LocaTotal de inqu
viço de Intervenção
ns de 16 anosidas alcoólicjá permitido
bebidas alcofestivais (Figu
Fig. 42– LocaTotal de inq
viço de Intervenção
13,8
8,2 16
4
29,9
15,5
rua rest. c
35,0
23,4
36540,4
28,4
rua rest. c
umos, atitudes
portamentos A
is mais frequenuiridos e consu
o nos Comportame
s, aos quais ncas em locaiso relativamenoólicas são osura 42).
is mais frequequiridos e cons
o nos Comportame
16,4
26,2
162
33,7
53,5
café bar dis
total (n=
36,5
55,5
504
45,0
64,2
café bar dis
total (n=13
s e legislação
Aditivos e nas D
ntes de aquisiçmidores recen
entos Aditivos e na
no ano anters públicos ounte às bebids bares, as d
ntes de aquisisumidores rece
entos Aditivos e na
16,2
8,9
8,2
33,2
16,6
scot. festapriv.
fest
=427) cons. re
50,4
34,3
34,3
56,0
40,4
scot. festapriv.
fest
37) cons. rec
Dependências
ção de bebidantes de 10-15 a
s Dependências: D
rior não era pu abertos ao
das não espiriscotecas e,
ção de bebidaentes de 16 an
s Dependências: D
2,1
2,315
,5
4,3
ival bomba roulo
ecentes (n=187)
11,7
10,2
39,4
13,8
119
ival bomba roulo
centes (n=109)
s
as alcoólicas:anos (%), 2014
DMI/DEI�
permitido diso público marituosas, os loem seguida,
as alcoólicas:nos (%), 2014
DMI/DEI
6,6 15
,7
5,3
11,2
26,2
tte superm. casa
31,4 35,0
11,9
36,7 38,5
tte superm. casa
sponibilizar, vas em que, àocais mais co, o café, a ru
11,7
26,2
9,1
a outro
6,6
38,5
4,6
a outro
venderà data omuns ua, em
50
2. P
Adispopúblictotal
2
Nrecusocorr(Figur
Oconfisaquefrequ
Ée/ou
Danoso que
16 A exlocais privada
Práticas de
Analisamos aonibilização, co, de acordde jovens inq
2.1. Recusa d
No total desada a vendreu sobretudra 43).
Fig. 43- Recus
Fonte: Serv
Os jovens quscada uma
eles jovens adentes.
de destacaconfiscada
De qualquer (38%), ao que remete par
xperiência de lhemais frequentesa, festival/conce
fe
d
rest
QUALQU
controlo no
agora o exvenda e co
do com a exquiridos e rela
de venda o
inquiridos, da de uma bdo em conte
a de venda oufrequentes -
viço de Intervenção
ue em maiorbebida alcodolescentes
ar também auma bebida
forma, note-ual, no últimora situações
es ter sido confiss em que esta serto de música,
6,0
1,8
5,0
2,9
3,2
7
6,
5,4
2,5
0
outro
superm.
roulotte
bomba
festival
esta priv.
iscoteca
bar
café
taurante
rua
.
UER local
Serviço de Int
os últimos 12
xercício de onsumo de bxperiência doativamente a
u confiscaç
aproximadabebida alcoóexto não es
u confiscação- Total de inqu
o nos Comportame
r medida reoólica são os
que, como v
a proporção alcoólica (5
-se tambémo ano, era pnão relacion
cada uma bebisituação ocorrebomba de gaso
0
7,1
8,9
9,4
4
7,9
5
6,3
3,8
4,2
9,0
12,0
11,9
7,5
7,1
10
cons. recen
Os Jovens, o
tervenção nos
2 meses
um conjunbebidas alcoos jovens inqa idades/gru
ção de beb
mente metaólica ou de epecificado
o de bebidas auiridos e consu
entos Aditivos e na
eferem a exp de 16 anos,vimos atrás,
de consumi53%).
as proporçõpermitido adqnadas com o
ida alcoólica é oeu nos últimos 1olina, roulotte/ca
18,919,7
0
9
20
ntes (n=731)
o Álcool e a Le
s Comportame
nto de prátoólicas em lquiridos. Estasupos etários e
bidas alcoól
ade tem aesta lhe ter se, em segun
alcoólicas nosmidores recen
s Dependências: D
periência de, seguidos dose destacam
dores de 10-
ões não muitquirir/consum
o controlo da
obtida a partir d2 meses (rua, re
arrinha, superme
30
total (n=1051
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
ticas de coocais públics práticas sãoespecíficos.
icas
experiênciasido confiscando lugar, e
últimos 12 mesntes (%), 2014
DMI/DEI�
e lhes ter sidos de 17 ano
m com consu
-15 anos a q
to inferiores nmir qualquer idade (Figur
das declaraçõesestaurante, cafércado, casa, ou
41,5
40
)
atitudes e legi
e nas Depend
ontrolo quancos ou aberto descritas p
a de lhe teada. Esta atuem bares e
ses, por locais
do recusadaos16, precisamumos nocivo
quem foi rec
no grupo debebida alcora 44).
s dos jovens quaé, bar, discotecutro).
48,8
50(%)
islação
dências
nto à tos ao para o
er sido uação
cafés
s mais
a e/ou mente s mais
usada
19-24 oólica,
anto aos a, festa
5151
Os Jo
Serviç
2
4pergualcoófrequespec
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
Fig. 44-Total de inq
Fonte: Serv
2.2. Inquirir a
42% dos joveuntada a idaólicas neste ência em cificados (Fig
Fig. 45– Inq
Fonte: Serv
0
10
20
30
40
50
60
70(%)
fe
d
res
QUALQU
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
Recusa de venquiridos e cons
viço de Intervenção
acerca da id
ens inquiridoade para lhperíodo, esbares e, e
gura 45).
uirição sobre aTotal
viço de Intervenção
41,548,8
global
0,9
3,3
2,0
1,9
5,6
2,9
1,0
2
2
0
outro
superm.
roulotte
bomba
festival
esta priv.
discoteca
bar
café
staurante
rua
.
UER local
umos, atitudes
portamentos A
nda ou confiscumidores rece
o nos Comportame
dade e solic
s tiveram, nes venderemsta percentam segundo
a idade para vde inquiridos e
o nos Comportame
36,5
52
. 10/15 a
total (
12,9
8,8
7,2
10,8
7,4
6
12,
11,5
4,0
,5
,5
9,6
9,3
6,8
3,8
10
cons. recen
s e legislação
Aditivos e nas D
cação de bebentes, globalm
entos Aditivos e na
citação de
nos últimos 1m bebidas aagem é deo lugar, em
vender bebidae consumidore
entos Aditivos e na
58,42,9
63,3
anos 16 anos
(n=1051) con
,2
5
14,4
20
ntes (n=731)
Dependências
idas alcoólicamente e por ida
s Dependências: D
cartão de i
12 meses, aalcoólicas. En
50%. Esta sm supermerc
as alcoólicas, pes recentes (%)
s Dependências: D
49,655,0
17 anos
ns. recentes (n=73
30
total (n=1051
s
as nos últimos 1ade/grupo etá
DMI/DEI�
dentificaçã
experiênciantre os que tsituação oc
cados e ou
por locais mai), 2014
DMI/DEI�
39,8 340,7
18 anos 19
31)
41,8
40
)
12 meses ário (%), 2014
ão
a de lhes tetomaram be
correu com utros lugares
is frequentes
36,538,2
9/24 anos
49,8
50(%)
er sido ebidas maior
s não
52
de lhexpe
4identalcoóbar e
17 A edeclarrestaursuperm
42% dos jes ser perguriência a este
Total de inq
Fonte: Serv
40% dos joveificação (Bil
ólicas (48% ee, em segund
xperiência de lações dos joverante, café, ba
mercado, casa, o
0
10
20
30
40
50
60
70(%)
ovens (50% duntada a idae nível são o
Fig. 46– Inququiridos e cons
viço de Intervenção
ens inquiridoshete de Identre os cons
do lugar, de s
lhes ter sido peens quanto aosar, discoteca, feoutro).
41,849,8
global
Serviço de Int
dos consumiade para lhes de 16 anos
uirição sobre aumidores rece
o nos Comportame
s declaram entidade ouumidores recsupermercad
erguntada a ida
locais mais freesta privada, fe
34,2
5
. 10/15 a
total (n=1
Os Jovens, o
tervenção nos
idores recenes venderems, seguidos do
a idade para ventes, globalm
entos Aditivos e na
que no últim Cartão de
centes). Estado e outros lu
ade para lhes equentes em questival/concerto
58,450,8
64,2
anos 16 anos
1051) cons. re
o Álcool e a Le
s Comportame
tes) tiveram, bebidas alcos de 17 ano
vender bebidamente e por ida
s Dependências: D
mo ano lhes Cidadão)situação foi
ugares não e
venderem bebue esta situaçã
o de música, b
54,059,2
17 anos
ecentes (n=731)
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
, no último acoólicas. Os jos17 (Figura 46
as alcoólicas ade/grupo etá
DMI/DEI
s foi solicitadpara lhes vemais comumspecificados
idas alcoólicas o ocorreu nos omba de gaso
43,03
42,6
18 anos 19
atitudes e legi
e nas Depend
ano, a experjovens com
6).
ário (%), 2014
do um cartãenderem bem em contexs (Figura 47).
é obtida a paúltimos 12 mes
olina, roulotte/c
37,839,6
9/24 anos
islação
dências
iência maior
ão de ebidas xto de
artir das es (rua,
carrinha,
5353
Os Jo
Serviç
Fig. 4
E48)18.
�
18 A expartir d(rua, resuperm
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
47– Solicitação
Fonte: Serv
sta experiên.
Fig. 4Total de inq
Fonte: Serv�
xperiência de lhdas declaraçõeestaurante, café
mercado, casa, o
fe
d
res
QUALQU
0
10
20
30
40
50
60
70(%)
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
o de cartão deTotal
viço de Intervenção
cia é mais c
48– Solicitaçãoquiridos e cons
viço de Intervenção
hes ter sido solics dos jovens qu
é, bar, discotecaoutro).
0,6
2
1,5
1,2
1,8
0,8
1,9
1,5
2
0
outro
superm.
roulotte
bomba
festival
esta priv.
discoteca
bar
café
staurante
rua
.
UER local
39,747,7
global
umos, atitudes
portamentos A
e identificaçãode inquiridos e
o nos Comportame
comum para
o de cartão deumidores rece
o nos Comportame
�
itado o cartão anto aos locaisa, festa privada
12
8,8
2,7
6,7
9,6
5,4
3,7
8
12
12,0
3,7
9
9,2
1
6,3
4,9
,5
10
cons. recen
32,6
4
. 10/15 a
total (n=10
s e legislação
Aditivos e nas D
o para vendere consumidore
entos Aditivos e na
os jovens de
e identificaçãoentes, globalm
entos Aditivos e na
de identificaçãmais frequente
a, festival/conce
2,82,4
0
13,4
20
ntes (n=731)
51,848,758,7
anos 16 anos
051) cons. re
Dependências
bebidas alcoóes recentes (%)
s Dependências: D
e 16 anos, se
o para vendermente e por ida
s Dependências: D
ão para lhes venes em que esta erto de música,
30
total (n=1051
53,358,3
17 anos
ecentes (n=731)
s
ólicas, por loca), 2014
DMI/DEI�
eguidos dos d
bebidas alcoóade/grupo etá
DMI/DEI
nderem bebidassituação ocorrebomba de gaso
39,7
40
)
42,23
42,6
18 anos 19
ais mais frequ
de 17 anos (
ólicas ário (%), 2014
s alcoólicas é oeu nos últimos 12olina, roulotte/c
47,7
50(%)
36,037,7
9/24 anos
entes
Figura
obtida a 2 meses
carrinha,
54
3. A
Nbebidconsié semjovenacess
Alterações
No que diz rdas alcoólicdera não te
melhante, indns de 16 anoso, independ
Fig. 49– Altera
Fonte: Serv
Fig. 50– Alter
Fonte: Serv
0%
20%
40%
60%
80%
100%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
na facilidad
respeito à pas (cerveja,rem havido
dependentemos são os q
dentemente
ações na dificuTotal
viço de Intervenção
rações na dificTotal
viço de Intervenção
72,5
17,8
9,7
total(n=800)
74,0
16,2
9,8
total(n=777)
Serviço de Int
de de aquis
perceção do, vinho, bebalterações nmente da idue em maiodo tipo de b
uldade de aqude inquiridos e
o nos Comportame
culdade de aqde inquiridos e
o nos Comportame
71,2
17,7
11,1
10/15 a(n=28
sem alteraç
73,2
14,5
12,3
10/15 a(n=27
sem alteraç
Os Jovens, o
tervenção nos
sição de be
os jovens qubidas espirituno período aade/grupo e
or medida cbebida alcoó
uisição de cere por idade/gr
entos Aditivos e na
quisição de vine por idade/gr
entos Aditivos e na
260,8
728,9
1 10,3
anos88)
16 anos(n=97)
ção mais fác
264,2
524,2
3 11,6
anos76)
16 anos(n=95)
ção mais fác
o Álcool e a Le
s Comportame
ebidas alcoó
uanto à facuosas) verificpós a alteraetário e do tconsideram qólica (Figuras
veja (03/2013-rupo etário (%)
s Dependências: D
nho (03/2013-0rupo etário (%)
s Dependências: D
76,4
16,4
7,2
17 anos(n=110)
cil mais difí
76,9
17,6
5,5
17 anos(n=108)
cil mais difí
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
ólicas
ilidade de aca-se que ação legislativipo de bebidque se torno49 a 51).
-03/2014 vs 03/), 2014
DMI/DEI
03/2014 vs 03/2), 2014
DMI/DEI
67,6
21,9
10,5
18 anos(n=105)
19(
ícil
70,6
19,6
9,8
18 anos(n=102)
19(
ícil
atitudes e legi
e nas Depend
acesso a dia grande mva. Esta percda. Por sua vou mais fác
/2012-03/2013)
2012-03/2013)
80,5
11,0
8,5
9/24 anos(n=200)
80,1
12,2
7,7
9/24 anos(n=196)
islação
dências
versas maioria ceçãovez, os il este
)
5555
Os Jo
Serviç
Fi
4. A
Nnamocomuter sidos paDecre
Fig. 52Total
19 Não
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
g. 51– Alteraç
Fonte: Serv
Atuação em
No grupo de orado(a) e/oum no caso ddo chamadoais, mesmo eeto-Lei Nº50/
2- Pessoas/ent de inquiridos
Fonte: Serv
foram de todo c
0%
20%
40%
60%
80%
100%
243
0
5
10
15
20
25
30
na
c
(%)
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
ões na dificuld03/2013):T
viço de Intervenção
m caso de i
jovens que nou amigo (sdos menoreso. Com efeitoem jovens m/2013, de 16 d
tidades contaccom embriag
viço de Intervenção
contactados rep
71,1
17,3
11,6
total(n=769)
24,3
13,3
29,6
19,1
morado(a)/amigos/onhecidos
ning
tota
umos, atitudes
portamentos A
dade de aquisTotal de inquirid
o nos Comportame
ntoxicação
no último ano)/conhecido. Em segundo, como se penores em ede abril, ou q
ctadas em casuez nos último
o nos Comportame
presentantes leg
71,0
15,6
13,4
10/15 a(n=27
sem alteraç
2,5
15,6
3,9
10,9
guém pais
al (n=362) me
s e legislação
Aditivos e nas D
sição de bebiddos e por idad
entos Aditivos e na
o alcoólica
o se embriago(s) a propóo lugar, destpode observestado de inqualquer figu
so de embriagos 12 meses, me
2014
entos Aditivos e na
gais, a PSP/GNR o
062,6
624,2
4 13,2
anos76)
16 anos(n=91)
ção mais fác1,1
3,9
1,7
1,1
0,5
irmãos/ outrofamiliares
nos de 18 anos (n=
Dependências
das espirituosade/grupo etári
s Dependências: D
gou, em 24%ósito desta sitaca-se por svar na Figurantoxicação/eura de autorid
guez/Intoxicaçenores de 18 a
s Dependências: D
ou seguranças p
69,1
20,6
10,3
17 anos(n=107)
cil mais difí
1,1
0,7
0,5
os INEM
179) 18 anos
s
s (03/2013-03/o (%), 2014
DMI/DEI
dos casos fotuação, o qua vez a situ52, é raro se
embriaguez, dade19.
ção alcoólica nanos ou com 1
DMI/DEI
privados.
67,0
19,0
14,0
18 anos(n=100)
19(
ícil
0,3
0,6
0,5
ASAE
ou mais (n=183)
/2014 vs 03/201
oi contactadque é aindauação de ninerem contaccomo previs
nos últimos 1218 anos ou ma
78,5
13,8
7,7
9/24 anos(n=195)
0,6
1,1
outros
12-
do o/a a mais nguém ctadossto no
mesesais (%),
56
Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
5. O que concluímos quanto à aplicação da lei
Os locais em que os jovens inquiridos mais frequentemente adquirem bebidas alcoólicas são os bares e as discotecas, seguidos dos cafés e supermercados. Uma proporção importante menciona ainda a aquisição na rua ou em casa.
Perto de metade dos jovens inquiridos experienciou, no último ano, práticas de controlo quanto à disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas, a saber, a recusa de venda ou confiscação da bebida alcoólica, a inquirição sobre a idade e a solicitação de cartão de identificação. Estas experiências de controlo são mais frequentes nos jovens de 16 anos, seguidos dos de 17 anos.
Os contextos em que estas práticas são mais mencionadas são os bares, que são simultaneamente os locais mais frequentados para aquisição de bebidas alcoólicas. Analisando as experiências dos jovens quanto a cada prática de controlo dentro dos subgrupos que adquiriram bebidas alcoólicas em cada estabelecimento comercial, verificamos que a proporção que teve a experiência de controlo se mantém como mais elevada relativamente aos bares. Por outro lado, embora as discotecas sejam o segundo local mais frequente de aquisição de bebidas alcoólicas, são os cafés e supermercados que se destacam em segundo lugar quanto à experiência de práticas de controlo.
Considerando os dois anos em comparação (precedente e subsequente à alteração legislativa), a perceção dos jovens inquiridos é, sobretudo, de que não ocorreram alterações na dificuldade de acesso a bebidas alcoólicas, independentemente do tipo de bebida (cerveja, vinho ou espirituosas). Em particular, os jovens de 16 anos são os que mais mencionam um aumento da facilidade de acesso, independentemente do tipo de bebida alcoólica.
É de notar como os jovens que mais referem um aumento da facilidade de acesso a bebidas alcoólicas são também os que mais apontam ter passado por práticas de controlo, porventura porque, no grupo de adolescentes, são os que mais se deslocam a estabelecimentos comerciais para aquisição de bebidas alcoólicas. Apesar da ocorrência de algumas situações de controlo, a experiência prevalecente poderá ser a de ausência deste. Com efeito, é de relembrar como, no âmbito dos consumidores recentes, as práticas nocivas são mais evidentes nestes jovens. Por sua vez, a par desta particular referência a um aumento na facilidade de acesso a bebidas alcoólicas é de destacar, o particular incremento da prevalência e frequência de ingestão destas na transição para estas idades.
Por fim, é de referir, entre estes jovens, a fraca implementação da medida prevista no Decreto-Lei nº 50/2013, de 16 de abril, de contacto do responsável legal em situações de intoxicação de menores.
5757
Os Jo
Serviç
1. Co
Ocompmedimínimpúblic
1
Qdispoinquirdemoanos,consualtera
Fig. 5de a
1d
Adiz recombrelativconsidos c
20 A fime cons
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
A L
onheciment
O conhecimportamentosdas restritiva
mas em quecos20, de form
.1. Ocorrên
Questionadosonibilização, rição, a maionstraram te, seguido dumidores recação (Figura
53– Conhecimlteração legisl
Fonte: Serv
.2. Conhecde abasteci
Aproximadamespeito à pebustível fora vamente eqderam que n
consumidores
m de facilitar a leumo de bebida
64
35
0%
20%
40%
60%
80%
100%
totglo(n=9
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
EI: CONH
to da lei
mento da le em confor
as chave daé permitido
ma a avaliar
ncia de algu
s sobre a ocovenda e conor parte (64r um maior co de 19-24
centes afirma53).
mento da lei soblativa nos últim
viço de Intervenção
cimento quamento de c
mente metadermissão de das localidauitativa entrenão (com ums recentes pa
eitura, por vezess alcoólicas em
4,456,1
5,643,9
tal:obal969)
total:cons.
recentes(n=684)
umos, atitudes
portamentos A
ECIMENTO
egislação funrmidade coalteração le
o disponibilizar o nível de c
uma alteraç
orrência de ansumo de be%) dos joven
conhecimentanos. Glob
am em maio
bre disponibilizmos 2 anos: Tot
grup
o nos Comportame
anto à permcombustível
de dos jovenvenda de b
ades e na aue os que conma ligeira teara a respost
s utilizar-se-á a exlocais públicos o
77,4
22,6
10/15anos:global(n=376) r
(
s e legislação
Aditivos e nas D
OS, ATITUD
nciona comom esta. Coegislativa, rear, vender oonheciment
ção legislati
alguma alteebidas alcoóns respondeto quanto à obalmente eor medida te
zação, vendatal de inquiridopo etário (%),
entos Aditivos e na
missão de vel fora das lo
ns inquiridos dbebidas alcutoestrada. Onsideram quendência do ta errada).
expressão «compou abertos ao p
65,7
34,3
10/15anos:cons.
recentes(n=166)
não
Dependências
DES E REPR
mo um fatoomo tal, seeferentes aosou consumir os dos joven
iva
ração legislaólicas, nos 2u afirmativaocorrência d
para cadaerem conhe
e consumo deos e consumid2014
s Dependências: D
enda de beocalidades e
declarou desoólicas em Os restantes e tal comerctotal de inqu
prar/consumir» público.
54,1 50,2
45,9 49,8
16/18anos:global(n=377)
16/18anos:cons.
recente(n=317
sim
s
RESENTAÇÕ
r mediadorlecionou-se s contextos, bebidas alcs inquiridos.
ativa no domanos preced
mente. Os gdesta alteraça um dos gcimento da
e bebidas alcoores recentes,
DMI/DEI
ebidas alcoóe na autoes
conhecer a postos de ajovens distribialização é puiridos para a
ara designar a d
59,7
40,3
s)
19/2anosgloba(n=21
ÕES
r da adoçãum conjunthorários e id
coólicas em
mínio da lei sodentes à da
grupos etárioção são o degrupos etário
ocorrência
oólicas: ocorrê, globalmente
ólicas em pstrada
legislação nabastecimenbuem-se de permitida e oa resposta c
disponibilização
7 57,7
3 42,3
24s:al16)
19/24anos:cons.
recentes(n=201)
ão de to de dades locais
obre a ata da os que e 16-18 os, os desta
ência e por
postos
o que nto de
forma os que erta e
, venda
58
O
Gmaiofunçãanos,
Fig. 54vend
1b
a comentanetário
tendêa com
umaseme
O conhecime
Joveneste tem d
Jovenequit
Jovenmedi
Globalmenter medida tê
ão do grupo, em que se d
4- Conhecimeda de bebidas
Fonte: Serv
.3. Conhecbebidas alco
Aproximamercializaçãnto ainda deo mais jovem
De entre ência consistmercializaçã
Tambémopinião form
elhante ao do
50
25
24
0%
20%
40%
60%
80%
100%
toglo
(n=1
ento deste as
ns de 10-15 tema. De enarem a respons de 16-1ativamente ns de 19-24 da dão a res
e para cadm uma opin etário é semdestaca uma
ento da lei sobrs alcoólicas no
estrada:
viço de Intervenção
cimento quoólicas
adamente mão de bebidae 41% a prop
m (10-15 anos
os jovens cote em consido de bebida
relativamenmada sobre oo total de inq
0,5 45,5
5,526,2
4,0 28,3
tal:obal1015)
total:cons.
recentes(n=706)
Serviço de Int
speto da lei v
anos: apresentre os jovensosta correta.8 anos: enentre os queanos: entre
sposta incorr
a um dos grnião formadamelhante aoa tendência
re disponibilizaos postos de ab: jovens global
o nos Comportame
anto a hor
etade dos joas alcoólicasporção que) é o que ap
om opinião foderarem queas alcoólicas,
te a este aspo assunto. Oquiridos (Figu
56,9
25,0
18,1
10/15anos:global(n=408) r
(
não sei
Os Jovens, o
tervenção nos
varia em fun
entam um ms que têm um.ntre os qu
e dão a respoos que têm
reta.
rupos etáriosa sobre esta
o do total depara a respo
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entos Aditivos e na
rários em q
ovens não sa. Os jovens ddesconhece
presenta um m
ormada, com não existem, isto é, para
peto os consperfil de con
ura 55).
49,2
27,1
23,7
10/15anos:cons.
recentes(n=177)
i não
o Álcool e a Le
s Comportame
ção do grup
maior nível dema opinião f
e têm opiosta certa e o
m opinião for
, os consumia questão. O inquiridos, c
osta incorreta
e consumo dede combustív
grupos etários
s Dependências: D
que é proib
abe se existede 19-24 anoe este aspetmaior nível d
m exceção pm horários esp
darem a res
sumidores renhecimentos
47,0 44,9
26,5 26,8
26,5 28,3
16/18anos:global(n=388)
16/18anos:cons.
recente(n=325)
sim
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
po etário con
e desconhecormada, a te
nião formados que dão armada, são
dores recentO perfil de cocom exceçãoa (Figura 54).
bebidas alcoóel fora das loc(%), 2014
DMI/DEI
bida a com
em horários es são uma exo da lei. Pore desconhec
para o grupopecíficos emposta incorre
centes têm es em função
44,7
24,7
30,6
s)
19/24anosgloba(n=21
atitudes e legi
e nas Depend
nsiderado:
cimento quaendência co
da, distribua errada. os que em
tes são os quonhecimentoo para o de.
ólicas: permisscalidades e na
mercializaçã
em que é proxceção, senr sua vez, o cimento.
o de 19-24 a que seja pro
eta.
em maior mdo grupo et
7 43,1
7 24,5
6 32,4
4s:al19)
19/24anos:cons.
recentes(n=204)
islação
dências
anto a onsiste
em-se
maior
ue em os em 16-18
são de a auto
ão de
oibida do no grupo
nos, a oibida
edida tário é
5959
Os Jo
Serviç
Figespe
1b
Qalcoódos japen
Pequitdiz recomoespirit
Ofrequ
Ppermtambbebidao vperm
Ofrequ
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
g. 55– Conheciecífico em que
Fonte: Serv
.4. Conhecbebidas alco
Cons
Questionadosólicas (cervejovens indica
nas 38% demo
Para cada umativa entre o
espeito às reso a idade emtuosas, a ida
Os consumidentemente r
Comp
Por outro ladmitido comprbém aproximdas espirituosinho. As res
missão para c
Os consumidoentemente a
0%
20%
40%
60%
80%
100%
tg
(n
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
imento da lei se é proibida a v
viço de Intervenção
cimento quaoólicas em
umir
s sobre a idaja, vinho e bam a idadeonstra saber
m dos tipos dos que não saspostas incom que consid
ade incorreta
ores recentereferem a res
prar
do, quandoar determina
madamente sas, existindospostas incoonsumo de b
ores recentea resposta co
52,1 46,3
30,030,3
17,9 23,4
total:global=1005)
total:cons.
recentes(n=700)
umos, atitudes
portamentos A
sobre disponibvenda de beb
o nos Comportame
anto à idadlocais públ
ade a partirebidas espiri
e correta qua idade a p
de bebida, oabem qual arretas, para deram que e
a mais referid
es apresentasposta corret
questionadadas bebidametade ind
o uma maiorrretas mais bebidas alco
s apresentamorreta (Figura
60,9
29,4
9,7
10/15anos:global(n=402)
não se
s e legislação
Aditivos e nas D
bilização, vendbidas alcoólica
2014
entos Aditivos e na
de a partir dlicos
da qual é pituosas) em l
uanto à cervartir da qual
os restantes a idade e osa cerveja eeste consuma são os 16 a
am um menta.
os sobre a as alcoólicadica a idaddificuldade mencionada
oólicas em lo
m um maior ca 56).
52,3
29,7
18,0
10/15anos:cons.
recentes(n=172)
ei não
Dependências
da e consumoas: jovens glob
s Dependências: D
da qual é p
permitido coocais públicoveja e às bepode beber
jovens divideque referemvinho, desta
mo é permitidanos.
or desconhe
idade em s (cerveja, ve correta rena identificaas são as jácais públicos
conhecimen
49,3 47,4
31,4 31,5
19,3 21,1
16/18anos:global(n=388)
16/18anos:cons.
recentes(n=327)
sim
s
de bebidas albalmente e po
DMI/DEI
ermitido co
onsumir deteos, aproximaebidas espirir vinho.
em-se de form uma idadeaca-se clarado, enquanto
ecimento de
concreto a vinho e bebelativamente
ação da idadá apontadas.
nto desta ida
40,9
28,4
30,7
s
19/24anos:global(n=215
lcoólicas: horáor grupos etário
onsumir/com
erminadas beadamente mrituosas, enq
rma relativam incorreta. N
amente os 18o para as be
esta idade e
partir da qbidas espiritue à cervejade correta q
as a propósi
ade, referindo
39,3
28,9
31,8
4
5)
19/24anos:cons.
recentes(n=201)
árioos (%),
mprar
ebidas etade uanto
mente o que
8 anos ebidas
e mais
qual é uosas),
e às uantoto da
o mais
60
Fig. 56da q
1.co10A
erradlocaismenodestaquepropo
6– Conhecimequal é permitid
Fonte: Serv
4. 1. Conhomprar beb0-15 anos A grande mada quanto às públicos. Oor nível de coa idade, refe
é permitidoorção aprese
comprar
consumir
comprar
consumir
comprar ce
c
consumir c
con
ento da lei sobrdo consumir/c
viço de Intervenção
hecimento bidas alcoó
aioria dos jovidade a pa
O vinho é a onhecimentorindo mais fre
o consumir enta a respo
espir.: cons. recent
comprar espir.: to
espir.: cons. recent
consumir espir.:to
vinho: cons. recent
comprar vinho: to
vinho: cons. recent
consumir vinho: to
erveja: cons. recente
comprar cerveja: to
cerveja: cons.recent
nsumir cerveja: tota
Serviço de Int
re disponibilizacomprar cerve
g
o nos Comportame
quanto à ólicas em lo
vens inquiridrtir da qual bebida alcoo. Os consumequentemenbebidas espsta correta (F
18,
2
20
2
23
2
18,
2
20
2
0%
tes (n=673)
tal (n=964)
tes (n=699)
tal (n=991)
tes (n=676)
tal (n=970)
tes (n=693)
tal (n=992)
es (n=679)
tal (n=975)
tes (n=700)
al (n=1001)
Os Jovens, o
tervenção nos
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entos Aditivos e na
idade a pocais públic
dos de 10-15é permitido
oólica relativmidores recente a respostpirituosas emFigura 57).
,7
27,1
0,4
27,9
3,4
29,9
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,7
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25,9
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19,6
25,8
23,0
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3
29,4
2
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31,0
21,6
23,1
20% 40%
o Álcool e a Le
s Comportame
e consumo debebidas espiritu%)
s Dependências: D
partir da qucos ou aber
anos descocomprar/coamente à q
entes apresenta correta, com locais pú
5
35,5
29,9
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53,3
53,8
49,1
41
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3
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44,
57,8
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60% 80
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
bebidas alcoóuosas em loca
DMI/DEI
ual é permrtos ao púb
onhecem ouonsumir bebid
ual os jovenntam um maom exceçãoblicos, em
1
1,1
34,6
1
38,3
,2
0% 100%
não
resp
resp
atitudes e legi
e nas Depend
ólicas: idade aais públicos: jov
mitido consblico – jove
u têm uma ndas alcoólicans apresentaaior conhecimo para a idad
que uma m
o sabe
p. incorrecta
p. correcta
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dências
a partir vens
sumir/ns de
noção as em m um mento de em menor
6161
Os Jo
Serviç
Fig. 57da qu
1c1
EmaiorespepraticOs cofrequ
Fig. 58da qu
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
7– Conhecimeual é permitido
Fonte: Serv
.4. 2. Conhcomprar be
6-18 anos
m comparaçr nível de c
eito à cervecamente meonsumidoresentemente a
8– Conhecimeual é permitido
Fonte: Serv
comprar
consumir
comprar
consumir
c
comprar ce
c
consumir c
co
comprar
consumir
c
comprar
consumir
comprar ce
c
consumir c
co
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
ento da lei sobro consumir/co
viço de Intervenção
hecimentobidas alcoó
ção com osconhecimenteja e às betade desco recentes aa resposta co
ento da lei sobro consumir/co
viço de Intervenção
espir.: cons. recent
comprar espir.: tot
espir.: cons. recent
consumir espir.: tot
vinho: cons. recent
comprar vinho: tot
vinho: cons. recent
consumir vinho: tot
rveja: cons. recente
omprar cerveja: tot
erveja: cons.recent
onsumir cerveja: tot
espir.: cons. recent
comprar espir.: tot
espir.: cons. recent
onsumir espir.: tota
vinho: cons. recent
comprar vinho: to
vinho: cons. recent
consumir vinho: to
erveja: cons. recente
comprar cerveja: to
cerveja: cons.recent
onsumir cerveja: tot
umos, atitudes
portamentos A
re disponibilizamprar cerveja
10-
o nos Comportame
quanto à ólicas em lo
inquiridos mtos quanto ebidas espinhece de topresentam uorreta (Figura
re disponibilizamprar cerveja
16-
o nos Comportame
0%
es (n=162)
tal (n=382)
es (n=173)
tal (n=390)
es (n=165)
tal (n=386)
es (n=169)
al (n=392)
es (n=166)
tal (n=389)
es (n=169)
tal (n=394)
12,2
15,5
15,7
19,8
19,
21
22
2
13,5
15,7
17,4
20
0%
tes (n=312)
tal (n=368)
tes (n=324)
al . (n=384)
tes (n=311)
tal (n=369)
tes (n=325)
tal (n=386)
es (n=312)
tal (n=370)
tes (n=327)
tal (n=388)
s e legislação
Aditivos e nas D
ação, venda ea, vinho ou beb-15 anos (%), 2
entos Aditivos e na
idade a pocais públic
mais jovens, oa este aspeirituosas. Po
odo qual a idum maior coa 58).
ação, venda ea, vinho ou beb-18 anos (%), 2
entos Aditivos e na
33,3
43,2
32,4
41,0
37,0
43,8
38,4
44,4
33,7
38,8
31,4
36,5
19,
3
2
18,9
2
20% 40%
5
7
8
,6
1,7
2,5
25,4
5
7
4
0,6
18,6
18,2
24,4
24,2
34,4
35,2
27,4
27,5
29,8
31,4
19,0
19,6
20% 40%
Dependências
e consumo debidas espirituo2014
s Dependências: D
partir da qcos ou abe
grupo etárioeto da legisr outro lad
dade ou temonhecimento
e consumo debidas espirituo2014
s Dependências: D
2
18,1
30,6
21,3
33,9
33,7
24,9
28,3
25,9
29,8
23,1
47,5
3
3
3
3
40
49,7
40
60% 8
69,2
66,3
59,9
56,0
46,0
43
50,1
47,1
56,7
52,9
63,6
59,8
60% 80
s
bebidas alcoósas em locais
DMI/DEI
ual é permrtos ao púb
o de 16-18 alação, sobreo, não é d
m uma ideia eo desta idad
bebidas alcoósas em locais
DMI/DEI
5
38,7
37,0
37,7
29,1
22,5
36,7
27,3
0,4
31,4
7
0,4
0% 100%
não
resp
resp
0
,1
1
0% 100%
não
resp
resp
ólicas: idade apúblicos - jove
mitido consblico – jove
anos apresenetudo no qude descuraerrada sobrede, referindo
ólicas: idade apúblicos - jove
o sabe
p. incorrecta
p. correcta
o sabe
p. incorrecta
p. correcta
a partir ens de
sumir/ns de
ta um ue diz r que
e esta. o mais
a partir ens de
62
1.co
Arestanperceadqu
Fig. 59da q
1d
Inlegislamínimespiritindicanível consu
2. Ati
Aadoçopiniãrestrit
Àde álcond0,2g/eram
4. 3. Conhomprar beb
A medida emntes gruposentagem deuirir bebidas e
9- Conhecimequal é permitid
Fonte: Serv
.5. O que cda qual é pe
ndependenteação é bas
ma, seja porqtuosas tendeam sobretudde desconh
umidores rec
itudes face
A atitude facção de comão dos joventivas à vendaÀ data da incool variar c
dutores coml; proibição d
m hipotéticas.
comprar
consumir
c
comprar
consumir
comprar ce
consumir c
co
hecimento bidas alcoó
m que estes etários, so
e jovens queespirituosas (F
nto da lei sobrdo comprar / c
viço de Intervenção
concluímosermitido co
emente do gtante elevadque têm infoem a indicar
do uma idadehecimento s
centes tende
a medidas
ce às medidmportamentons inquiridos sa e consumoquirição, pa
consoante ocarta de c
de venda de
r espir.: cons. recen
comprar espir.: to
r espir.: cons. recen
consumir espir.: tot
r vinho: cons. recen
comprar vinho: to
r vinho: cons. recen
consumir vinho: to
erveja: cons. recent
comprar cerveja: to
cerveja: cons.recen
onsumir cerveja: to
Serviço de Int
quanto à licas em loc
jovens conobretudo ao respondeu Figura 59).
re disponibilizaconsumir cerve
de 1
o nos Comportame
s quanto aonsumir/adq
grupo etário,do, seja por
ormação incor uma idadee mais precosuperior aosm a ter um m
restritivas d
das legisladaos em confosobre a adoç de bebidasrte destas mtipo de bebondução há
e bebidas alc
17,
18
17
18,
18
19
19
20
14,5
15,
16,
16,
0%
tes (n=199)
tal (n=214)
ntes (n=202)
tal . (n=217)
tes (n=200)
otal (n=215)
tes (n=199)
otal (n=214)
tes (n=201)
otal (n=216)
tes (n=204)
tal (n=219)
Os Jovens, o
tervenção nos
idade a pcais público
hecem esteo anterior. corretamen
ação, venda eeja, vinho ou b9-24 anos (%),
entos Aditivos e na
os conhecimquirir bebida
o nível de drque os joveorreta sobre
e mais tardiaoce (16 anos
restantes. Pmelhor conhe
do consumo
as constitui-sormidade coção de um calcoólicas.
medidas estavbida alcoólicaá menos decoólicas nos
,1
8,2
7,8
,4
8,0
9,1
9,6
0,1
5
,3
,7
,0
24,6
24,8
23,8
24,0
38,5
39,1
36,7
37,4
31,3
32,4
27,9
29,2
20% 40%
o Álcool e a Le
s Comportame
partir da quos – jovens d
e aspeto daDe destacate à questão
e consumo debebidas espiritu, 2014
s Dependências: D
mentos relaas alcoólica
desconhecimens desconh
a mesma. Ra (18 anos), es). Os jovens Por outro laecimento qu
o de bebida
e também com estas. Coconjunto dive
vam em vigoa; o grau de
3 anos e clocais de tra
58,3
57
58,4
57,6
43
4
43
4
54,2
52,3
55,4
54,8
% 60% 8
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
ual é permde 19-24 an
legislação éar apenas o sobre a id
bebidas alcoóuosas em loca
DMI/DEI
ativamenteas em locais
mento quantoecem de to
Relativamentenquanto pade 10-15 anodo, de umaanto a este t
as alcoólica
como um faomo tal, proersificado de
or (a idade l alcoolémia
condutores pabalho), enq
3,5
1,8
3,7
2,5
3
80% 100%
não
resp
resp
atitudes e legi
e nas Depend
mitido consnos
é semelhantque é men
dade mínima
ólicas: idade aais públicos - jo
à idade as públicos
o a este aspeodo qual a te às bebidaara as espiritos apresentaa forma gertema.
as
ator mediadocurou-se ob possíveis me
legal do conpermitido pa
profissionais suanto as res
o sabe
p. incorrecta
p. correcta
islação
dências
sumir/
te aos nor a
a para
a partir ovens
partir
eto da idade
as não tuosas
am um ral, os
dor da bter a edidas
nsumo ara os ser de tantes
6363
Os Jo
Serviç
Tetendeconsu
Asmenca favdiferede reidade
Pmedi
F
Fonte:
2
Odas mumado qu
Rcontr
Proibir a
Proibi
Baixar d
Baix
Baixar d
A idad
A idad
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ço de Intervenç
endo em encialmenteumo de bebi
A idade lanos
A idade le
Baixar dede condugeral
Proibir a v
s proporçõescionadas sugvor da mesmenciação poesposta na sues.
Por outro laddas restritiva
Proibir a infestivais d
Aumenta
Fig. 60- Atitude
Serviço de Interven
2.1. Atitudes
Os jovens inqumedidas restratitude maisue a idade le
Relativamentra (Figura 61)
Aume
Proibir vendaportos/aer
Proibir a venda de combu
a indústria do álcool dee/ou f
ir a indústria do álcool desportiv
Proibir venda
de 0.5 para 0.2 g/l o gr
xar de 0.5 para 0.2 g/l
e 0.5 para 0.2 g/l o gracarta de cond
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l e a Lei. Cons
ção nos Comp
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s de jovens gerem que aa idade para
or tipo de beua globalidad
do, são tens, a saber:
ndústria do áde música, our o imposto s
es face à dispo
nção nos Comport
s face a me
uiridos de 10ritivas já mens favorável àegal passar p
e às restant.
entar o imposto sobre
de bebidas alcoólicas roportos em local acess
bebidas alcoólicas nosstível e máquinas auto
e promover ou patrocifestivais de música (n=
de promover ou patrovos (futebol, corridas,…
a de bebidas alcoólicas
rau de alcoolémia permgeral (n=1004)
o grau de alcoolémia pprofissionais (n=101
au de alcoolémia permução há menos de 3 an
de álcool variar consoa(n=1019)
mo de todas as bebidas 18 anos de idade (n=1
mente a favor/fa
umos, atitudes
portamentos A
suas declarotalmente acas, a saber (
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g/l o grau denos de 3 ano
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que são a flguns jovensa todas as b
ebida alcoólicde, parece e
dencialment
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onibilização, ve
amentos Aditivos e
edidas restri
-15 anos sãoncionadas a
à diferenciaçpara os 18 an
tes medidas
as bebidas alcoólicas (
nos estab. situados emsib. a passageiros (n=1
s postos de abastecimeomáticas (n=1001)
nar a realização de con1004)
ocinar a realização de e…) (n=1006)
s nos locais trabalho (n
mitido para os conduto
permitido para os cond18)
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nte o tipo de bebida al
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s e legislação
Aditivos e nas D
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(Figura 60):
e todas as be
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e alcoolémiaos, para os co
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bebidas alcoca. É contud
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te contra (c
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enda e consum
e nas Dependência
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s não é per
29
3
3
21,3
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m locais1012)
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n=1015)
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16 para
m a favor nem co
Dependências
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atrocinar a re
cas.
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as: DMI/DEI
ns de 10-15
mente a favoo total de ines em funçãoas as bebida
cetível uma
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32,7
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,8
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53,5
57,3
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56,7
53,5
2
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20% 40%
ntra con
s
ue os jovenguintes med
ólicas passar
po de bebida
para os condofissionais e c
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r das duas pcoerentes, istnos) como sãque, considea a favor da
mente contr
ealização de
jovens globalm
anos
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as.
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28,4
40,9
36,5
33,4
2
25,
2
22
2
23,6
% 60%
ntra/totalmente c
ns inquiridosdidas restritiv
dos 16 para
a alcoólica
utores com ccondutores e
primeiras meto é que tant
ão a favor deerando as o
a diferenciaç
ra) outro tip
e concertos e
mente (%), 201
te a favor/anotar neste
e bebida alco
clara a fav
27,5
,5
23,8
2,1
24,3
6
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26,4
30,5
45,8
37,8
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21,0
18,9
21,3
19,0
22,9
80%
contra
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cartaem
edidas to são e uma pçõesão de
po de
e/ou
14
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6
100%
64
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Fonte:
2
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Fi
Fonte:
P
P
P
Baixar d
Baixar d
Baixar d
A ida
P
P
P
Baixar d
Baixar d
Baixar d
A
A ida
ig. 61- Atitudes
Serviço de Interven
2.2. Atitudes
ste grupo dedas mencio
avoráveis (co
Proibir a infestivais dAumenta
g. 62– Atitudes
Serviço de Interven
Aumenta
Proibir venda de bportos/aeropo
Proibir a venda de bebcombustív
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Proibir a indústria do áleventos desp
Proibir venda d
de 0.5 para 0.2 g/l o gr
de 0.5 para 0.2 g/l o grpr
de 0.5 para 0.2 g/l o grcom carta de con
A idade legal do consu
ade legal para o consumpara o
total
Aumenta
Proibir venda de bportos/aeropo
Proibir a venda de bebcombustív
Proibir a indústria do álconcertos
Proibir a indústria do áleventos desp
Proibir venda d
de 0.5 para 0.2 g/l o gr
de 0.5 para 0.2 g/l o grpr
de 0.5 para 0.2 g/l o grcom carta de con
A idade legal do consum
ade legal para o consumpara o
total
s face à dispon
nção nos Comport
s face a me
e jovens é teonadas a pontra/totalme
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s face à dispo
nção nos Comport
r o imposto sobre as b
bebidas alcoólicas nos ortos em local acessib.
bidas alcoólicas nos posvel e máquinas automá
cool de promover ou ps e/ou festivais de mús
cool de promover ou pportivos (futebol, corri
e bebidas alcoólicas no
rau de alcoolémia permem geral (n=399)
rau de alcoolémia permrofissionais (n=407)
rau de alcoolémia permndução há menos de 3
umo de álcool variar coalcoólica (n=406)
mo de todas as bebidaos 18 anos de idade (n=
mente a favor/fa
r o imposto sobre as b
bebidas alcoólicas nos ortos em local acessib.
bidas alcoólicas nos posvel e máquinas automá
cool de promover ou ps e/ou festivais de mús
cool de promover ou pportivos (futebol, corri
e bebidas alcoólicas no
rau de alcoolémia permem geral (n=390)
rau de alcoolémia permrofissionais (n=392)
rau de alcoolémia permndução há menos de 3
mo de álcool variar conalcoólica (n=392)
mo de todas as bebidaos 18 anos de idade (n=
mente a favor/fa
Serviço de Int
nibilização, ve
amentos Aditivos e
didas restrit
endencialmepropósito doente contra)
álcool de prou eventos desobre as beb
nibilização, ve
amentos Aditivos e
bebidas alcoólicas (n=3
estab. situados em loca passageiros (n=406)
stos de abastecimentoáticas (n=403)
patrocinar a realizaçãosica (n=401)
patrocinar a realizaçãodas,…) (n=401)
os locais trabalho (n=40
mitido para os conduto
mitido para os conduto
mitido para os condutoanos (n=402)
onsoante o tipo de beb
s alcoólicas passar dos=411)
vor nem
bebidas alcoólicas (n=3
estab. situados em loca passageiros (n=387)
stos de abastecimentoáticas (n=380)
patrocinar a realizaçãosica (n=384)
patrocinar a realizaçãodas,…) (n=386)
os locais trabalho (n=3
mitido para os conduto
mitido para os conduto
mitido para os condutoanos (n=391)
nsoante o tipo de bebid
s alcoólicas passar dos=394)
vor nem
Os Jovens, o
tervenção nos
enda e consum
e nas Dependência
tivas: jovens
ente a favoro grupo deàs medidas
omover ou paesportivos. bidas alcoólic
enda e consum
e nas Dependência
33,9
38,1
37,7
26,4
33,2
0% 20%
98)
cais
o de
o de
o de
405)
ores
ores
ores
bida
s 16
m a favor nem co
23,4
33,1
30,3
19,8
26,4
0% 20%
85)
cais
o de
o de
o de
89)
ores
ores
ores
das
s 16
m a favor nem co
o Álcool e a Le
s Comportame
mo de álcool: j
as: DMI/DEI
s de 16-18 a
(totalmentee 10-15 ano (Figura 62):
atrocinar a re
cas.
mo de álcool: j
as: DMI/DEI
1
7
57,5
50,9
51,4
54,2
61,1
54,5
3
38,9
3
% 40%ntra con
56,8
54,1
58,6
55,2
54,6
49,5
26,5
3
36,
28,9
30,6
% 40%ntra con
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
jovens de 10-1
anos
a favor/a faos. Contudo
ealização de
jovens de 16-1
35,2
41,9
39,5
37,9
27,9
30,6
30,2
26,6
25,1
26,0
60% 8ntra/totalmente c
38,5
0
25,4
25,9
23,0
22,0
25,2
20,8
50,1
51,3
43
60% 8ntra/totalmente c
atitudes e legi
e nas Depend
5 anos (%), 20
avor) das meo, tendem
e concertos e
8 anos (%), 20
30,9
20,0
22,8
34,7
28,9
14,6
18,5
18,4
19,2
13,8
19,5
80% 100%contra
1
28,4
33,7
3
3,0
17,8
20,0
18,4
22,8
20,2
29,7
80% 100%contra
islação
dências
14
esmas a ser
e/ou
014
6565
Os Jo
Serviç
2
propócontualcoófunçãjoven0,2g/de 3 a
apres
Fig.
Fonte:
2c
O
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P
P
P
Baixar d
Baixar d
Baixar d
A
A ida
ovens, o Álcoo
ço de Intervenç
2.3. Atitudes
Estes joveósito dos resudo, mais faólicas para oão do tipo dns destacam-l o grau de anos e para
No que dsentam um p
63– Atitudes fa
Serviço de Interven
2.4. O que consumo d
Os jovens inqu
A idade lanos; a id
Baixar dede condugeral
Proibir a v
Considerandoe mínima legovens, com aormação poráveis à segueriores, com oacto, são tamara 0,2g/l o gos de 3 an
Aumenta
Proibir venda de bportos/aeropo
Proibir a venda de bebcombustív
Proibir a indústria do álconcertos
Proibir a indústria do áleventos desp
Proibir venda d
de 0.5 para 0.2 g/l o gr
de 0.5 para 0.2 g/l o grpr
de 0.5 para 0.2 g/l o grcom carta de con
A idade legal do consum
ade legal para o consumpara o
total
l e a Lei. Cons
ção nos Comp
s face a me
ens são tamstantes grup
avorável à pos 18 anos, ede bebida a-se ainda poalcoolémia pos condutor
diz respeito perfil semelha
ace à disponib
nção nos Comport
concluímose bebidas a
uiridos tende
egal para odade legal do
0,5 para 0,2ução há men
venda de be
o os jovens ggal, de certaalguma tendr grupo etári
unda medidaos jovens dembém estes jgrau de alco
nos e para
r o imposto sobre as b
bebidas alcoólicas nos ortos em local acessib.
bidas alcoólicas nos posvel e máquinas automá
cool de promover ou ps e/ou festivais de mús
cool de promover ou pportivos (futebol, corri
e bebidas alcoólicas no
rau de alcoolémia permem geral (n=215)
rau de alcoolémia permrofissionais (n=219)
rau de alcoolémia permndução há menos de 3
mo de álcool variar conalcoólica (n=221)
mo de todas as bebidaos 18 anos de idade (n=
mente a favor/fa
umos, atitudes
portamentos A
didas restrit
mbém tendeos etários e
passagem dam comparaç
alcoólica. Emr serem partipermitido paes profissiona
às medidasante ao do g
bilização, vend
amentos Aditivos e
s quanto àalcoólicas
em a ser favo
consumo deo consumo d
g/l o grau denos de 3 ano
bidas alcoól
globalmenteforma antag
dência para io, constatama, situação q
19-24 anos ajovens que soolémia perm
os conduto
bebidas alcoólicas (n=2
estab. situados em loca passageiros (n=219)
stos de abastecimentoáticas (n=218)
patrocinar a realizaçãosica (n=219)
patrocinar a realizaçãodas,…) (n=219)
os locais trabalho (n=2
mitido para os conduto
mitido para os conduto
mitido para os condutoanos (n=219)
nsoante o tipo de bebid
s alcoólicas passar dos=221)
vor nem
s e legislação
Aditivos e nas D
tivas: jovens
encialmentee do total dea idade legação com a m
m comparaçicularmente ara os conduais.
relativamengrupo etário a
da e consumo
e nas Dependência
atitude do
oráveis às seg
e todas as bede álcool var
e alcoolémiaos, para os co
licas nos loca
e, as duas pgónicas, receserem mais
mos que os jque evolui à a revelarem são particulamitido para oores profissio
31,9
21,9
29,4
14,6
25,1
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16)
cais
o de
o de
o de
21)
ores
ores
ores
das
s 16
m a favor nem co
Dependências
s de 19-24 a
e a favor de inquiridos.al para o comedida de dão com os a favor das m
utores com c
nte às quaisanterior (Figu
de álcool: inq
as: DMI/DEI
s jovens fac
guintes medid
ebidas alcoóriar consoant
a permitido pondutores pro
ais de trabalh
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armente a faos condutoreonais. Porven
51,1
57,2
65,8
63,5
52,5
58,8
19,5
43,4
31,6
28,8
30,2
% 40%ntra con
s
anos
as medidasDe notar q
onsumo de diferenciaçãrestantes grumedidas de carta de con
tendem a ura 63).
quiridos com 19
ce a medid
das:
ólicas passarte o tipo de b
para os condofissionais e c
ho
didas menciordo de um nú
segunda me-15 anos são
e se considercordo com avor das med
es com cartantura, estas
30,3
15,4
13,2
13,7
20,8
24,0
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3
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44
60% 8ntra/totalmente c
s mencionadque este gru
todas as beo desta idadupos etários,baixar de 0,5ndução há m
ser desfavor
9-24 anos (%),
das restritiva
dos 16 parabebida alco
utores com ccondutores e
onadas, quaúmero semeledida. Analis
o mais claramram grupos ea primeira medidas de baixa de conduç
opiniões es
6
34,7
39,0
4,7
18,6
27,4
21,0
22,8
26,7
17,2
80% 100%contra
das a upo é, ebidas de em , estes 5 para menos
ráveis,
2014
as do
a os 18 ólica
cartaem
anto à hante sando mente etários edida. xar de ão há starão
66
assocpode
P
Natitud
3. Pro
Ano deconfoinflue
Tepessoconseprová
Ajoveninterloinclusprová
F
Taprováconsiopiniã
ciadas com erem conduz
Por outro lado
Proibir a infestivais dAumenta
Neste âmbitode particular
obabilidade
As perceçõesecorrer do inormidade co
enciar.
endo em cooa que nãoequências seável se for ve
Analisando ans tendem aocutor for osivamente máveis (Figura
Fig. 64- Probab(v
Fonte: Serv
ambém entrável a ocorrdera provávão de que é
0%
20%
40%
60%
80%
100%
(
se
a sua condizir.
o, os jovens in
ndústria do áde música, our o imposto s
o, destacammente desfa
e de existire
s dos jovens ncumprimentom esta e, p
onta as suaso cumpre ae for vended
endedor, par
a informaçãoapreciar qu
o vendedor.menos comu64).
bilidade de sofvendedor/com
viço de Intervenção
re os consumrência de c
vel ou muito ppouco/nada
12,5 18,0
18,8
33,1
34,1
31,9
34,6
17,0
totaln=978)
total(n=973)
nada prováv
vend. se comp
Serviço de Int
ção de pod
nquiridos ten
álcool de prou eventos desobre as beb
mos o grupoavorável a es
em consequ
quanto à proo da lei sãoortanto, dos
declaraçõea lei sobre dor do quea 49% se for
o por grupoe é prováveNo entanto
um a ideia
rer consequênmprador) - Tota
o nos Comportame
midores receconsequênciaprovável). Noa provável a
13,8
17,5
33,7
35,0
10/15anos
(n=389
el pouco
p.
Os Jovens, o
tervenção nos
derem consu
ndem a ser de
omover ou paesportivos. bidas alcoólic
de 10-15 astas medidas
uências dec
obabilidadetambém imp comportam
es, os jovensa venda ese for comp
comprador.
etário, verifiel/muito provo, se este fo
de que es
ncias por incumal de inquiridos
entos Aditivos e na
entes se obsas se o inteo entanto, se
a ocorrência
13,3 8
19,320
32,4 38
35,0 33
5s9)
16/18anos
(n=374)
19an
(n=
provável
se vendedor
o Álcool e a Le
s Comportame
mir/comprar
esfavoráveis
atrocinar a re
cas.
anos como u em concret
correntes do
de serem idportantes me
mentos que a
inquiridos co consumo dprador: 69%
ca-se que, ivável a ocorror o comprastas conseq
mprimento das e por grupos
s Dependências: D
serva uma terlocutor eme esta for o cde consequ
8,4
0,5
8,1
3,0
9/24nos215) (
provável
ei. Consumos, a
entos Aditivos e
r qualquer b
às medidas:
ealização de
uma exceção.
o incumprim
dentificados eediadores daa alteração l
onsideram mde bebidasconsidera p
ndependentrência de coador, a partuências são
lei do Álcool,etários (%), 20
DMI/DEI
tendência p causa for omprador, éências (58%)
16,5 18,4
24,5
38,0
37,5
28,1
21,5 15,5
10/15anos
(n=387)
16/18anos
(n=374)
muito provável
se comp
atitudes e legi
e nas Depend
ebida alcoó
:
e concertos e
ão quanto a
mento da le
e alvo de saa sua atuaçãlegislativa pr
mais provávealcoólicas
provável ou
temente desonsequênciatir dos 16 ao prováveis/
por interlocuto014
para consideo vendedor
é já mais com.
19,8
40,1
28,3
11,8
19/24anos
(n=212)prador
islação
dências
ólica e
e/ou
a esta
ei
nções ão em rocura
el uma sofrermuito
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PARA REFLETIR
A partir das experiências dos jovens inquiridos observamos como o consumo de bebidas alcoólicas se encontra de alguma forma generalizado entre estes. Com prevalências muito relevantes entre os 10 e os 15 anos (44%), o consumo nos últimos 12 meses aumenta de forma particularmente expressiva em prevalência e frequência na transição para os 16 anos, tornando-se, por sua vez, mais comum e frequente à medida que a idade avança.
Trata-se de uma prática com início muito precoce, sobretudo entre os 13 e os 15 anos. De facto, estes jovens apresentam convicções fortes quanto à nocividade da ingestão de álcool por crianças, mesmo em pequenas quantidades, mas já demonstram alguma indecisão quanto a este caráter nocivo para os adolescentes, categoria com que provavelmente se identificam. Por outro lado, a maioria é da opinião de que o álcool é uma droga. Porventura esta conotação não tem associada a ideia de nocividade. Coerentemente com esta desvalorização da nocividade da ingestão de álcool, os motivos de saúde constam entre os menos mencionados para a diminuição da frequência de ingestão de bebidas alcoólicas.
Por outro lado, os pares constituem uma importante fonte de influência de ideias e comportamentos entre jovens e constatamos, quer a partir das prevalências de consumo neste estudo, quer a partir dos relatos dos jovens quanto à quantidade de amigos que ingerem bebidas alcoólicas, como este consumo está muito presente entre estes. Com efeito, os locais mais frequentes de aquisição de bebidas alcoólicas são contextos de convivialidade (bares, discotecas, cafés). A par disto, 43% dos jovens são da opinião de que o consumo de álcool está na moda.
No que diz respeito a padrões de consumo nocivo, no total de inquiridos, cerca de metade já bebeu pelo menos uma vez até ficar «alegre» e 45% já fizeram consumos «binge». Um terço embriagou-se pelo menos 1 vez. No último ano, os consumidores recentes adotaram as duas primeiras práticas sobretudo 1 ou mais vezes por mês. Tendo em conta a influência do contexto social nas ideias e comportamentos, é de notar como a maioria dos jovens tem pelo menos um amigo ou familiar que bebe em excesso ou se embriaga. Desde muito cedo (10-15 anos) que as práticas mais nocivas de ingestão de bebidas alcoólicas estão presentes. Na transição para os 16/17 anos observa-se um particular incremento da sua frequência, sendo os consumidores recentes de 16 anos que mais frequentemente se embriagam e os de 17 anos os que mais frequentemente bebem até ficarem «alegres» ou de forma «binge».
Verificamos assim como, no grupo de jovens inquiridos, os 16-17 anos21 (em comparação com o grupo etário anterior) parecem constituir-se como uma fase de transição para o consumo das diversas bebidas alcoólicas e adoção de práticas mais nocivas bem como quanto ao aumento da frequência destes.
Em consonância com estas prevalências de consumo mais intensivo, é de destacar como um quarto dos jovens assistiu a amigos a entrarem em coma alcoólico e 10% experienciaram eles próprios esta situação no último ano. Neste plano, salientamos algumas preocupações, como a de não ser comum entrar em contacto com os pais quando os menores estão intoxicados e a de não ser também uma prática comum o recurso a um serviço de urgência em situação de coma alcoólico.
O principal objetivo das medidas legislativas que restringem locais, horários e idades mínimas para disponibilização/venda e consumo de bebidas alcoólicas prende-se usualmente com a limitação do acesso a estas, como mediador da diminuição dos consumos. Na alteração legislativa aprovada em abril de 2013 procedeu-se, em particular, a uma diferenciação entre as
21 De recordar que os consumos são analisados relativamente aos 12 meses anteriores à data da inquirição, o que significa que estes jovens teriam entre 15 e 16 anos.
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bebidas espirituosas e não espirituosas quanto à idade mínima legal para disponibilização, aquisição e consumo destas em locais públicos ou abertos ao público.
No ano após a alteração legislativa, o consumo de cada bebida alcoólica, bem como as práticas nocivas mantiveram-se com uma frequência semelhante ou mesmo um pouco superior ao ano precedente a esta, sem diferenciação significativa entre as bebidas espirituosas e as não espirituosas. As referências a um aumento da frequência de consumos tendem a ser inclusivamente superiores entre os inquiridos mais novos (os consumidores recentes de 16 anos são os que, de uma forma geral, mais reportam aumentos da frequência de ingestão de bebidas alcoólicas e, a seguir aos de 10-15 anos, são os de 16/17 anos que mais reportam o aumento da frequência de consumos nocivos).
De facto, a experiência da maioria dos jovens, independentemente da sua idade, é de que não ocorreram alterações na facilidade de acesso a cada bebida alcoólica, espirituosa ou não. Por outro lado, são os jovens de 16 anos que mais referem um aumento da facilidade de acesso, o que poderá resultar de, à data da inquirição, já lhes ser permitido adquirirem bebidas não espirituosas. No entanto este incremento é independente do tipo de bebida.
Note-se como esta particular referência ao aumento na facilidade de acesso a bebidas alcoólicas pelos jovens de 16 anos é acompanhada do particular incremento da prevalência e frequência de ingestão destas e de consumos nocivos, seja numa perspetiva transversal (comparando os jovens inquiridos de diferentes idades/grupos etários), seja numa perspetiva longitudinal (pela avaliação retrospetiva de cada jovem quanto à evolução da sua frequência de consumo no último ano, face ao ano anterior).
De forma coerente com a perceção dos jovens quanto à manutenção da facilidade de acesso a bebidas alcoólicas, o argumento da acessibilidade é mencionado por estes apenas marginalmente quanto à justificação da diminuição do consumo.
A medida em que a legislação publicada tem efeito na restrição ao acesso a bebidas depende da sua efetiva aplicação. Neste estudo, observamos como pelo menos metade dos jovens sem permissão para aquisição/consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos/abertos ao público puderam adquirir estas bebidas em estabelecimentos comerciais, sobretudo bares, discotecas e cafés (considerando os que tomam bebidas alcoólicas). Com efeito, apenas cerca de metade destes jovens tiveram a experiência de serem submetidos a práticas de controlo quanto à venda de bebidas alcoólicas. De notar ainda a este nível que os jovens podem adquirir bebidas alcoólicas em locais não comerciais, como em casa por exemplo, prática de cerca de um terço dos jovens.
O não cumprimento da lei pelos jovens não parece estar associado a uma atitude desfavorável a esta, pois estes tendem a ser favoráveis à diferenciação da idade mínima legal em função do tipo de bebida ou mesmo a uma medida mais restritiva, de passagem da idade mínima legal para os 18 anos para todas as bebidas alcoólicas.
De facto, embora a maioria dos jovens saiba que houve uma alteração legislativa, revelam um grande desconhecimento quanto aos aspetos previstos nesta, designadamente quanto à permissão de venda de bebidas alcoólicas em postos de abastecimento de combustível fora das localidades e na autoestrada, quanto à existência de horários específicos em que a venda de bebidas alcoólicas é proibida e quanto à idade mínima legal.
Relativamente a este último aspeto, apenas metade dos jovens inquiridos sabe a idade correta para o consumo e venda de cerveja e espirituosas em locais públicos e uma proporção ainda menor conhece a idade correta quanto ao vinho. Aparentemente, os jovens com opinião formada interiorizaram que os 16 anos e os 18 anos são idades charneira mas tendem a confundi-las, isto é, os jovens que não sabem a idade correta para as bebidas não espirituosas tendem a considerar que esta são os 18 anos, enquanto os que se enganam relativamente às bebidas espirituosas tendem a considerar que a idade correta são os 16 anos.
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Independentemente do desconhecimento da lei acresce ainda como fator desmobilizador do seu cumprimento o facto de os jovens, sobretudo os que tomam bebidas alcoólicas, terem a expetativa de que ao incumprimento da sua parte não decorrem consequências.
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Consumos, atitudes e legislação abordagem qualitativa
Vasco Calado, Lúcia Dias, Ludmila Carapinha, Elsa lavado
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Lei
Uma parte crucial do estudo prende-se naturalmente com as questões relacionadas com a aplicação da legislação sobre a venda e consumo de bebidas alcoólicas, aprovada em abril de 2013, através do Decreto-Lei nº50/2013. Esta é a conceptualização, o testemunho e a vivência dos jovens portugueses que constituem a população em estudo.
Antes de mais, e como ponto de partida, era importante apurar o que os jovens sabem e o que desconhecem acerca da legislação vigente relativa à venda e ao consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos. Nesse sentido, todas as entrevistas realizadas forçosamente abordaram o tema, na medida em que tal condiciona a forma como os indivíduos se posicionam perante a lei e as noções que têm acerca das recentes mudanças legislativas, do seu impacto e da eficácia da sua aplicação.
Analisados os discursos e as narrativas dos jovens entrevistados, ressalta da análise de conteúdo que existe um grande desconhecimento juvenil no que respeita à legislação em vigor. De uma forma geral, os jovens assumem saber pouco ou nada acerca da lei, desconhecendo os limites que esta impõe à venda e ao consumo de álcool em locais públicos. Assim, pode afirmar-se que esta tendência parece ser transversal aos jovens portugueses que constituem a população em estudo e, em grande medida, independente de variáveis como a idade, o sexo ou a localização geográfica, por exemplo.
A maior parte dos entrevistados reconhece não estar informada acerca da lei, hesitando amiúde e demonstrando incerteza nas respostas. Quando perguntada acerca das idades mínimas legais, por exemplo, a maioria demonstrou pouco esclarecimento, incerteza nos conceitos, possuir ideias desalinhadas com o conteúdo da legislação ou até ser incapaz de responder o que quer que fosse. Mesmo quando respondeu corretamente face ao instituído por lei, a maior parte dos entrevistados fê-lo de forma pouco segura (procurando antever na reação do entrevistador se a resposta estava efetivamente certa). De igual forma, poucos foram os entrevistados que revelaram estar informados acerca da diferenciação entre bebidas espirituosas, por um lado, e vinho e cerveja, por outro, no que concerne à idade mínima legal, que o Decreto-Lei nº50/2013, de 16 de abril, veio instituir.
Não sei bem. (12 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que é 18 anos, acho eu, agora, não? 16? Ou é 16 e 18? Não me vem nada à cabeça, não sei. (16 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que é aos 18. Não se pode vender a menores de 18 anos e não sei muito mais sobre a lei, não. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Acho que é a partir dos 16 que se pode vender. (20 anos, sexo masculino, estudante)
É 18. É? Não sei. Não tenho noção. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
É 16 anos… ou 18, não sei bem. (24 anos, sexo feminino, psicóloga estagiária)
É 16, não é? (20 anos, sexo feminino, estudante)
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Penso que seja aos 16. Todas as bebidas? [risos] Não sei. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Venda aos 18, consumo é aos 16. Todas as substâncias, incluindo o tabaco (19 anos, sexo masculino, estudante)
Idade mínima, idade mínima…, não sei, por acaso não tenho muita noção disso. (20 anos, sexo masculino, estudante)
18 anos? [hesitação]. Sinceramente não penso nisso (16 anos, sexo feminino, estudante)
Não sei, acho que é a partir dos 18 anos. (13 anos, sexo masculino, estudante)
Não é 18 anos [para a cerveja]? Pensava que era. Ok, não sabia. Pensava que com 16 anos ainda não era possível. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Ainda assim, apesar da clara desinformação manifestada pela população em estudo no que à legislação vigente diz respeito, parece transparecer uma certa noção de que a lei sofreu alterações recentemente. Ainda que muitas vezes não saibam concretamente de que tratam as mudanças legislativas, ou sequer quando estas entraram, de facto, em vigor, por vezes os entrevistados parecem estar cientes que alguma coisa – nomeadamente o aumento da idade mínima legal de 16 para 18 anos, embora sem referência à distinção entre bebidas alcoólicas – mudou no passado recente.
Sei que antes era 16, agora passou a ser 18, não foi? (15 anos, sexo feminino, estudante)
Eu penso que era 16, não sei se já passou para 18. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que agora é 18. Não tenho a certeza. Antes era 16. Não tenho a certeza se mudou, mas acho que sim. Sei lá, quando mudou eu já tinha mais de 18, acho eu. Sim, acho que é isso. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Há dois anos, se não me engano, passou dos 16 para os 18 (19 anos, sexo masculino, estudante)
Houve aquela [alteração legislativa] que era de aumentar dos 16 para os 18. E baixar o teor de [álcool no sangue], por causa dos profissionais [de condução]. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Sabia que já tinha havido uma alteração na idade para trás e, agora, tinha voltado outra vez para a frente. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Contrastando com a tendência geral, é de salientar que um conjunto de entrevistados revelou estar relativamente informado acerca da lei, mais uma vez no que diz respeito à idade mínima legal para consumir bebidas alcoólicas, e fazendo a distinção entre bebidas espirituosas e a cerveja, por exemplo. Mesmo indiscutivelmente melhor informados, e com clara noção de alterações legislativas recentes, ainda assim a maior parte destes entrevistados demonstra não possuir uma informação totalmente correta e/ou atualizada. Ao contrário do que seria eventualmente de esperar, não são os entrevistados mais velhos os bem mais informados, mas aqueles jovens cujos pais ou familiares estão ligados à condução profissional (taxistas ou motoristas de pesados, por exemplo), independentemente da idade.
Acho que a cerveja é 16 e as outras substâncias é 18. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Bebidas brancas acho que é 18 anos, as outras é 16. (17 anos, sexo masculino, estudante)
As espirituosas pode-se beber desde os 18. (16 anos, sexo masculino, estudante)
É a partir dos 18, algumas são a partir do 16, como cerveja. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que é a partir dos 18. Todas as bebidas não, as brancas, acho eu. As outras a partir dos 16. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que há umas, não sei se são as bebidas brancas, que é a partir dos 18 ou dos 21, ou o que é que é. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Estou informado. Houve uma alteração em Janeiro de 2013, se não me engano, foi aquela em que as bebidas brancas passaram a ser a 18 anos, compra e venda. Não
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tenho acesso à lei da alcoolémia no sangue, conduzir na estrada, não sei se há uma taxa para se andar na rua, não sei se há um nível mas, pronto, isso é uma coisa que eu me hei-de informar, quando for mais velho, quando precisar estar informado. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Por exemplo, o que já aconteceu foi, aqui na terra, eu chegar e pedir um café e uma cerveja e eles oferecerem-me, se for preciso. Mas se pedir uma bebida branca, eles já não deixarem. Por causa da lei. Mas acho que isso também vai mudar. Vai deixar de ser permitido os menores de 16 beberem cerveja e… não é de beberem, pelo menos comprar. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Em suma, por falta de informação, a maioria dos jovens entrevistados não manifestou opinião, não fez grandes associações de ideias e não foi capaz de dizer muita coisa acerca da lei sobre a venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos, à exceção da idade mínima legal para adquirir e consumir álcool e também dos limites de alcoolémia para os condutores. Esta última parece ser uma associação óbvia e recorrente, deixando transparecer que, para a amostra, a ideia de que conduzir sob efeito de álcool é perigoso e insensato é algo que já está aparentemente interiorizado e assume uma quase total unanimidade. A perceção do risco é transversal aos discursos analisados, independentemente da prática ser sempre cumprida ou não.
Agora sinto maior preocupação de todos os meus colegas de quem bebe não leva o carro. Ouvir falar em álcool é isso, hoje em dia, associamos logo à condução. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
É um perigo beber álcool e depois conduzir. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Ah, conduzir sob efeito de álcool, não é? Tenho esse cuidado. Eu não conduzo, nunca [conduzo] quando vou sair. É maluquice. Nem ando com quem beba, por amor de Deus! E digo aos meus amigos para não levarem carro. Para quê, para se espetarem?! Fogo! E sei as quantidades. Agora mudou para pessoas com carta há menos de dois anos, é 0.2, acho eu. Não sei se a outra se manteve. É mesmo para desencorajar, ou seja, uma pessoa não pode beber nada. É verdade, é uma boa medida. (20 anos, sexo masculino, estudante)
A condução junto ao álcool acho que é a coisa mais estúpida que alguém pode fazer. Eu nunca, nunca, nunca, conduzo quando bebo. Nunca. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Todos bebem. A não ser aqueles que vão conduzir, é que não bebemos, de resto, toda a gente bebe à noite. Quando vou conduzir, só coca-colas, sumos. (20 anos, sexo masculino, estudante)
No entanto, pese embora o generalizado desconhecimento acerca da lei, nem todos os entrevistados defendem que deve ser dada mais informação aos jovens sobre a lei vigente. Enquanto uns entrevistados são claramente favoráveis, outros desvalorizam tal necessidade. No que toca à fonte informativa, a televisão parece ser a única referência.
Acho que era uma coisa boa haver mais informação sobre a lei, acho que era producente, era bom para toda a gente. Não digo um controlo, mas sim uma informação, acho que isso é que é importante. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Mais informação, é assim, os jovens hoje em dia têm muita informação e eles conseguem perceber onde está o bem e onde está o mal, eles sabem que só a partir de x idade podem consumir, é que são livres de comprar bebidas, mas eles não ligam a nada, logo acho que, pronto, podia haver mais chamada de atenção por parte dos supermercados mas eles querem vender, eles querem fazer o negócio deles. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Primeiro foi da televisão. Eles estavam lá a falar do Diário da República, que iam ser muitas coisas alteradas. Então, resolvi dar uma olhadazinha, só para saber. (20 anos, sexo masculino, estudante)
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Mesmo desconhecendo os contornos da legislação vigente, a generalidade dos jovens entrevistados tem a opinião de que a aplicação da lei nem sempre é uma realidade, bem pelo contrário. Esta tende a ser vista como algo pleno de boas intenções mas, em última análise, inócuo e ineficazmente aplicado.
A lei não é cumprida. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Essa lei ainda não está em vigor em muito lugar, porque não é aplicada. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que não tem muita aplicação. Ou sou mesmo eu que não estou a ver, mas eu acho que não. [risos] (24 anos, sexo feminino, psicóloga estagiária)
Sei algumas coimas que são aplicadas, mas, de resto, não. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Em geral os jovens não cumprem a lei. Acho que não. Penso que não. (18 anos, sexo masculino, estudante)
Tal posição parece decorrer do facto de que, segundo os entrevistados, é fácil ou muito fácil os menores de idade adquirirem bebidas alcoólicas nos estabelecimentos comerciais à margem da lei. A noção geral manifestada pelos jovens entrevistados é que a aquisição de álcool por parte dos menores de idade encontra-se facilitada e que esta é uma prática generalizada. Uma boa parte dos entrevistados refere assistir com frequência a adolescentes muito novos a adquirir e consumir bebidas alcoólicas, nomeadamente à noite e em determinados estabelecimentos comerciais. Como se verá ao longo de todo o texto, esta ideia é transversal e amplamente partilhada pelos jovens entrevistados.
Não mudou nada, só mesmo a lei [risos]. Os estabelecimentos todos vendem aos 16, todos. É comum ver menores a consumir, e muito triste. Aqui em Évora, quem anda a beber mais são as pessoas com menos de 18 anos, os gaiatos. Nós vamos ali à discoteca, e é rara a vez que lá vou, a maior parte da discoteca é betos entre os 15 e os 17. Vê-se lá gaiatas com bebedeiras que não se endireitam. (19 anos, sexo masculino, estudante)
É facílimo, facílimo. Sempre foi fácil. E continua a ser. Sei lá, por mais que as pessoas queiram, cometem [sic] as leis, depois as pessoas querem é vender, não cumprem. Tirando os hipermercados, que se não vendem a um, vendem a outro, sei lá, se uma pessoa for a uma mercearia e quiser comprar uma garrafa de qualquer coisa nunca vão perguntar a idade, eles querem é vender. É verdade, o acesso é muito fácil. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Um dos motivos pelo qual não saio à noite é porque não vale a pena ver crianças a cair para o lado; da idade da minha irmã [15 anos], desmaiar em coma alcoólico. Vê-se muito. Uma coisa que, para mim, não faz sentido. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Sublinhando a ineficácia na aplicação da lei, os entrevistados referem as formas mais habituais de a contornar, de maneira a que os menores de idade tenham acesso a bebidas alcoólicas à sua margem, bem como diferentes estratégias adotadas pelos próprios consumidores na aquisição de álcool em estabelecimentos comerciais. Em jeito de crítica, a falta de controlo na aplicação da lei, nomeadamente por parte dos próprios estabelecimentos comerciais, é também apontada.
Aquela lei do só se pode dar vodka a maiores de 18 anos… depois as pessoas encontram uma forma de contradizer a lei. Pedem a algum adulto para ir comprar, alguém mais velho para ir comprar. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Eu acho que é ilegal supostamente, mas acho que sim, que compram nos bares, sim. Não creio que haja muito controlo em relação a isso. Não, nem muito cuidado. Nunca ninguém me pediu a identificação. Mesmo antes [quando era menor de idade],também nunca ninguém me pediu, para poder comprar álcool. Por isso, a nível de
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controlo nunca… só se for mesmo um caso de um miúdo que tenha 16 ou 18 e que pareça que tem muito menos. De resto, nunca vi. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Nunca vi, não sei propriamente como é que fazem, mas das duas uma: ou vão e pedem e lhes são fornecidas sem qualquer pedido de identificação ou então pedem a alguém mais velho e esse alguém mais velho compra e dá. Acho que já aconteceu muitas vezes pedirem e serem-lhes dadas. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Pois, hoje em dia é proibido o acesso a menores de 16 anos, mas eles conseguem. Ou alguém compra por eles, mais velho, ou então mesmo os proprietários fazem as regras. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Então, eu sempre tive amigos mais velhos, ou seja, era fácil, era só dizer-lhes «tens aqui dinheiro da minha parte, vocês vão ali ao supermercado comprar e vamos para casa de alguém». (19 anos, sexo masculino, estudante)
Há facilidade em os jovens comprar. Por exemplo, podem ir ao supermercado, não sei que tipo de controlo é que há para os menores de 18, ou menores de 16, não sei, mas acredito que não haja controlo nenhum. Já nem digo nos cafés ou nos bares, mas nos supermercados, por exemplo, podem perfeitamente lá chegar e se alguém perguntar, e eu acredito que ninguém vá perguntar, eles diriam que se calhar seria para um familiar, e saem com muita facilidade dali com bebidas. É um exemplo. (24 anos, sexo feminino, psicóloga estagiária)
Às vezes, sou eu a adquirir as bebidas [alcoólicas] para o meu grupo de amigos. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Embora a opinião predominante seja achar que a legislação vigente não consegue impedir que os menores de idade fixada por lei consigam adquirir bebidas alcoólicas, em relação à perceção de evolução recente as visões diferem: a posição da maioria é que a facilidade de acesso tem vindo a aumentar, mas há também quem partilhe da opinião contrária. No entanto, quando forçados a pensar de uma forma mais concreta e retrospetiva (isto é, em relação especificamente ao último ano apenas), de uma forma geral, os jovens entrevistados revelam não ter sentido ou ter qualquer perceção de grandes mudanças no último ano, nomeadamente ao nível do acesso às bebidas alcoólicas nos estabelecimentos comerciais.
No entanto, mais fácil ou menos fácil, a enfâse parece ser colocada sobretudo na facilidade existente e na prática comum que é ver menores de idade a adquirir bebidas alcoólicas à margem da lei. É de salientar que, ao contrário do que a lei vigente prevê, alguns dos entrevistados são jovens com idades inferiores a 16 e 18 anos e que, segundo dizem, adquirem e consomem bebidas alcoólicas sem grande dificuldade ou, até, com muita facilidade.
Por acaso, não notei assim grande diferença. Desde que me lembro, quase sempre consegui [comprar bebidas alcoólicas]. Portanto, não notei grande diferença. […] Já comprei cerveja, já comprei isso [bebidas espirituosas]. Já! (16 anos, sexo masculino, estudante)
De há um ano para cá, não senti diferença nenhuma. Nunca me barraram acesso, nunca vi. Continua igual. Já há algum tempo que eu consumo álcool e nunca vi ninguém a comentar sequer nada sobre isso. Não estou a ver. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Não noto muito, eu acho que está igual ao ano passado. Pronto, se calhar cada vez vai ficando pior, não é? Porque agora até já as criancinhas de 12 anos saem à noite e bebem, acho que cada vez é pior. Mas não há assim grande diferença desde o ano passado (16 anos, sexo feminino, estudante)
[No último ano é] ela por ela. É mais… aquela rusga do «temos que fazer para parecer bem no papel». Ainda não é o suficiente para parar com pormenores «parem de beber». Sei lá, não é se divertir mas e de caírem em coma alcoólico. (20 anos, sexo masculino, estudante)
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Os Jovens, o Álcool e a Lei. Consumos, atitudes e legislação
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Penso que não [no último ano não se alterou o acesso a bebidas alcoólicas], acho que infelizmente ou felizmente, depende do ponto de vista de cada um, é bastante fácil adquirir as bebidas. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Em termos de pessoas mais novas talvez agora seja mais fácil comprar, não sei. (20 anos, sexo feminino, estudante)
É igual. (19 anos, sexo masculino, estudante)
O acesso é igual, a vontade dos jovens é igual. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
É a mesma facilidade. (14 anos, sexo feminino, estudante)
É assim, como nós somos maiores, […] acho que, desde que entrámos na faculdade, não noto grande diferença. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Também há mais facilidade em aceder às bebidas alcoólicas. Hoje é mais fácil eles comprarem. Desde que não haja uma autoridade por perto, as pessoas facilitam, eles não vão recusar porque vão ter lucro. Arranja-se sempre qualquer coisa. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Acho que é fácil adquirir bebidas, bastante fácil até [risos]. Eu acho que sempre foi fácil mas que ultimamente tem ficado mais fácil. (16 anos, sexo feminino, estudante)
É assim, está mais difícil. Portanto, eles já têm que inovar um bocadinho. Para ser sincero. Agora parece que há uma captação mais urgente por parte dos pais dessa situação. Como também já houve alguma intervenção das forças especiais, alguns pais que tomaram alguma consciência. Está mais difícil no sentido… os seguranças à porta do bar e até os próprios donos das discotecas já têm uma preocupação adicional; também porque começaram a surgir aquelas multas altíssimas. Quando há menores dentro dos bares as multas são graves. Mas já há uma certa preocupação, quando uma pessoa já começa a ficar assim um pouco mais alegre dentro de um bar, eles já pedem à pessoa para sair. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Em relação ao tipo de estabelecimento onde é mais fácil os menores de idade adquirirem bebidas alcoólicas à margem da lei, as opiniões também não são unânimes. Há quem aponte os supermercados e hipermercados (este últimos por causa das caixas automáticas), há quem refira o contrário, apontando bares e cafés como locais de mais fácil acesso, enquanto outros referem discotecas. As bombas de gasolina parecem ser os estabelecimentos comerciais onde, segundo os jovens entrevistados, mais difícil é um menor de idade conseguir adquirir bebidas alcoólicas à margem da lei.
Eu acho que continua a mesma facilidade, porque ninguém pergunta a identificação. Em bares é fácil comprar, é fácil. Mas, por exemplo, há bares que têm segurança à porta e, às vezes, até forçam um bocado, perguntam-nos a identificação mas uma pessoa diz que não traz a identificação e dá para passar. (15 anos, sexo feminino, estudante)
A lei não é cumprida nas discotecas nem nos bares. Se um menor entra numa discoteca, à partida quando chega ao balcão vão-lhe vender. À partida não, de certeza. A questão é entrarem, e hoje em dia é fácil. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Já aconteceu eles pedirem a minha identificação à porta [de uma discoteca] e eu disse «está aqui»; tinha idade, posso entrar. Há umas que é a partir dos 18, outras a partir dos 16. É conforme a discoteca. A partir do momento em que lá estou dentro, já é mais fácil. Vou para lá, peço a bebida, ele dá-me e venho-me embora. Lá dentro já não pedem o bilhete de identidade, porque se tivermos um segurança à porta e ele nos pedir a nossa identificação, o nosso bilhete de identidade, se ele nos estiver a deixar entrar e não tivermos idade, a culpa é dele, não é nossa. Agora se nós tivermos idade e ele deixar entrar, a partir do momento em que estamos lá dentro, podemos consumir à vontade. O controlo é feito à entrada. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Hoje em dia, os gaiatos em supermercados recorrem mais a esse esquema, porque os supermercados continuam a pedir-te o BI, mas bares e isso já não. Qualquer gaiato
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pode entrar nesse café aí à noite e pedir uma imperial das grandes e ’bora para o camadão. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Acho que [os amigos adquirem bebidas alcoólicas] é nos supermercados e hipermercados. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Onde é mais fácil os menores terem acesso é no supermercado. Para já, vão passar na fila, a rapariga não vai reparar ou acho que não vai pedir nada e também tem aquelas máquinas automáticas. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Sim, assisto [a menores a comprar bebida alcoólicas]. Em supermercados vejo às vezes eles saírem de lá, isso é normal. Em bombas de gasolina, isso não, acho que não vendem. Tanto ao nível de álcool como de tabaco, nessas coisas eles são mais restritivos porque aquilo é mais controlado, a polícia passa sempre ali. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Até na bomba de gasolina, eu lembro-me de andar na secundária, no 12º ano, e aquilo estavam duas pessoas a funcionar, um velhinho e uma velhinha. Quando era a velhinha, era impossível lá comprar tabaco, porque ela pedia sempre BI, quando era o velhinho toda a gente já sabia que lá podia comprar tabaco porque ele nunca pedia BI. Álcool, então, ainda é pior, porque já nem pedem BI, já veem pela cara mesmo. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Em bombas de gasolina eu pessoalmente não [assisti a menores a consumir bebidas alcoólicas], mas já vi pessoas a comprarem. Apesar de depender do estabelecimento, nem todas vendem. Nem todas vendem. Por exemplo, em autoestradas nenhuma vende. Já vi comprar, eu nunca comprei. Não calhou. (23 anos, sexo masculino, estudante)
[Os amigos adquirem bebidas alcoólicas em] bares, sítios onde não pedem bilhete de identidade. Nos supermercados pedem, eles evitam ir lá. É fácil comprar, nalguns sítios é. (14 anos, sexo feminino, estudante)
De uma forma geral, os entrevistados estão de acordo que o controlo no acesso de menores de idade a bebidas alcoólicas parece ser feito muito na base do aspeto, verificando-se ser mais apertado para rapazes do que raparigas, especialmente em contexto de diversão noturna.
Nas bombas da gasolina, se eles repararem, se eles repararem ou uma pessoa parecer mais nova, eles pedem [a identificação]; agora, se parecer mais velho, já não pedem. É um bocado pelo aspeto. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Vendem [facilmente], por causa da minha aparência, por acaso, porque eu costumo ter barba e isso, eles não costumam pedir [a identificação], mas normalmente às vezes pedem. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Já aconteceu perguntarem a idade. Então a mim, que tenho cara de miúdo! «Ah, vão ter que mostrar o BI». (20 anos, sexo masculino, estudante)
É assim, a identificação… é um bocado discriminatório, dito assim. As raparigas não têm identificação, normalmente a polícia também fecha um bocadinho os olhos. Porque são as raparigas que movimentam os bares. Um bar que tem raparigas mais giras, mais rapazes vão lá. É matemática simples. Portanto, eles fecham os olhos a algumas raparigas, mesmo que sejam com idades inferiores à permitida. Agora rapazes, não. São barrados à porta. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Somos todos mais altos, uns já têm barba, outros não. Mas parecemos todos mais velhos. Facilita e bastante. Para entrar nas discotecas também, e muitas outras coisas. Por exemplo, comprar tabaco, já facilita ter um ar mais velho. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Eu antes estava preocupada, por exemplo das primeiras vezes que fui sair à noite estava sempre preocupada que alguém me fosse perguntar a idade, mas agora já não tenho receio nenhum, já conheço as pessoas dos bares e tudo. (15 anos, sexo feminino, estudante)
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Por exemplo, já vi raparigas… eu conhecia a rapariga, ela tinha na altura, ia fazer 16 algumas horas depois, e foi até à bomba e estava completamente atrevida, e pediu se faz favor ao empregado. O empregado caiu nos efeitos da beleza e lá lhe vendeu a garrafa. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Algumas vezes, falando na primeira pessoa, os entrevistados revelam que nem sempre conseguem (ou conseguiam) ter acesso às bebidas alcoólicas, por serem menores de idade. No entanto, mais uma vez, no discurso dos jovens parece imperar a tendência para valorizar mais as vezes em que conseguem (ou conseguiam) adquirir álcool e as formas de contornar a lei.
Às vezes até não vendiam, às vezes pedíamos a alguém para ir buscar, mas outras vezes vendiam. Em supermercados, cafés também (mas cafés era mais complicado). Em bares e nas discotecas também, aí pediam o BI. Nas bombas de gasolina era mais fácil. Na roulotte também [ainda] vendem a menores de 16. (16 anos, sexo Masculino, estudante)
Nos supermercados, nas grandes superfícies, nunca vi pedir [a identificação]. É fácil, até porque agora em alguns têm aquelas caixas automáticas e ninguém está lá para ver se tens 18 anos ou não. Só quando era mais novo, quando tinha para aí 15, é que me recusaram e foi porque estava muita gente se calhar lá. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Hoje em dia é fácil porque mesmo que a lei não permita a venda a menores há sempre sítios onde é fácil. Já comprei, por exemplo, no hipermercado e era menor, e não me pediram a identificação. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Sempre houve pessoas menores de idade a quererem, por exemplo, tabaco, que foi com o que eu comecei mais cedo, e havia sempre maneira de arranjar alguém que fosse comprar um maço de tabaco, sempre. Por isso, mesmo que a lei mude… (19 anos, sexo masculino, estudante)
Nunca aconteceu [recusarem-me bebidas alcoólicas por ser menor] (17 anos, sexo masculino, estudante)
Nunca aconteceu [perguntarem-me a idade], por acaso não. Nem em restaurantes, nem em bares. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Nunca me aconteceu pedirem o cartão de identificação. Nem aos meus amigos. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Não me lembro de alguma vez me terem pedido a identificação. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Eles vendem-me e nunca me pediram o BI. É muito fácil, em todo o lado, basicamente. Em nenhum lado nos pedem. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Perguntar a idade, sim, já me aconteceu. O cartão de identificação, não. À entrada dos bares. Disse que tinha 16 e entrei. Mas já avisaram que, já vieram várias vezes “quem é que tinha cartão?”, porque costumavam pedir, não sei quê, e depois chegámos lá e só perguntaram a idade. Sempre a andar. Não há muita fiscalização. Se houvesse, tinham que pedir os cartões [risos]. (16 anos , sexo feminino, estudante)
Pediram o meu bilhete de identidade e disseram que não tinha idade para comprar. Já aconteceu numas bombas de gasolina; não aqui, mas já aconteceu. E pouco mais. Por acaso, acontece poucas vezes. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Eu já vi pedirem o BI a pessoas com mais de 18 anos por aparentarem menos, aí já vi, por acaso já vi. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
A tendência geral parece de pôr todo o ónus do acesso dos menores a bebidas alcoólicas em quem vende e não em quem compra. Alguns dos jovens entrevistados adotam uma postura muito crítica em relação aos estabelecimentos comerciais que permitem tal prática.
E o pior de tudo é que cá em Évora a maior parte das pessoas que têm estabelecimentos noturnos não têm noção do mal que podem fazer às pessoas que já estão bêbedas dar mais uma imperial, porque há pessoas que se encontram em
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estados lastimáveis e mesmo assim a ser servidos, é uma vergonha. Uma pessoa quando está num estado que não está propriamente sóbrio não tem muito bem a consciência mas uma pessoa que está a servir devia ter consciência. Cá em Évora, todos estabelecimentos noturnos fazem isso, bares, discotecas e até cafés. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Daquilo que se vê, e do que eu tenho visto, e às vezes surpreende-me como é que alguém é capaz de servir, por exemplo, a um miúdo que aparenta ter 10 anos, ou 12 anos, e ninguém quer saber. E acho que isso nos marca, pelo menos acho que [a lei]não está assim tão aplicável. (24 anos, sexo feminino, psicóloga estagiária)
Não só a generalidade dos entrevistados tem a perceção que há muitas falhas na aplicação da lei, como a tendência predominante parece ser no sentido de defender medidas mais rígidas e um maior controlo e fiscalização na sua aplicação, inclusive por parte dos pais.
Devia haver mais medidas assim implementadas, mais rigorosas, e haver mais autoridades a controlar a saída dos estabelecimentos, ou até os estabelecimentos. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Acho que a idade mínima é 16. Para todas as bebidas, acho, era o que devia de ser. Quer dizer, devia ser 18. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que deve vir dos 16 e subir também para os 18. Pronto, só se pode conduzir a partir dos 18, só tem responsabilidade para conduzir a partir dos 18, acho que também só devem ter responsabilidade para beber a partir dos 18 anos. (18 anos, sexo masculino, estudante)
O que me parece é que, existe a lei, toda a gente sabe, mas cumpri-la é pouco. E então, se não há exemplos disso, não há ninguém que seja… tem de ser por contacto direto, por experiência próxima de alguém que realmente foi impedido de beber ou foi multado. Porque, caso contrário, vai sempre haver… a lei existe, tudo bem, sabemos que existe, mas toda a gente vende e ninguém pede identificação. Por isso, tudo bem que haja a lei, mas que haja uma forma de mostrar evidência de que ela está a ser cumprida. Caso contrário, acho que não vai mudar grande coisa. Muito sinceramente. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Devia haver mais fiscalização porque hoje em dia os jovens estão a entrar nessa fase de beber e de sair miúdas de 14 anos e de 13 que entram nas discotecas. Devia haver mais fiscalização e também cuidado por parte dos pais, porque cada vez mais está a agravar. São muitos a ir por esse caminho. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Eu acho bem [mais fiscalização]. Quem não tem idade, não tem idade; não pode fazer nada porque, a partir do momento em que entra lá uma inspeção qualquer, quem leva a multa não somos nós, são eles. E, tem ou não tem razão, se não tem idade, fica à porta. Já aconteceu também. (16 anos, sexo masculino, estudante)
O meu irmão mais novo já experimentou mas não bebe, e não gostou. Digo eu. Se ele aos 13 anos quiser começar a beber, eu aí digo-lhe, sou capaz de assustá-lo. Tipo, «ok, queres experimentar, então vais experimentar, que é para depois não quereres experimentar» [risos]. A partir de que idade eu reagia bem se ele começasse a beber? Eh, pá, sei lá, 14, 15, no mínimo.15, ya. Sei que é abaixo da idade legal, mas aí já é algo que eu não posso ter moral para falar porque foi algo que eu não respeitei. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Embora mais raras, porque, como se disse atrás, parece imperar a falta de informação, também se registaram posições críticas em relação à natureza das últimas alterações legislativas relativas à disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas – nomeadamente a diferenciação da idade mínima legal por tipo de bebida alcoólica.
Essa lei está estúpida. Para os profissionais está bem, agora para os outros não. Fica-se bêbedo com duas cervejas? (14 anos, sexo feminino, estudante)
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Para mim não faz sentido. Porque, muito sinceramente, se alguém quer ficar alcoolizado facilmente fica com vinho. Cerveja é mais complicado mas com vinho fica facilmente. Eu acho que eles deviam marcar por limites de álcool; ainda por cima, as bebidas espirituosas são mais caras. Obviamente, comprar vinho, nem que seja vinho mais barato, uma pessoa fica alcoolizada mais rapidamente e não gasta assim tanto dinheiro; enquanto que, com bebidas espirituosas, vai gastar um pouco mais de dinheiro para ficar também alcoolizado. Por isso, acho que se devem por limites para as espirituosas e cerveja e vinho. Para mim não faz muito sentido. Nunca vi ninguém… já vi muita gente ficar alcoolizada, bastante alcoolizada, com vinho, por isso, estar a impor limites às bebidas brancas… Mas, pronto, não sabia dessa diferença. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Também faz sentido a lei ter sentido. E a lei não tem sentido. Eu sei que são as pessoas com idades inferiores a 18 anos que não podem consumir bebidas psicoativas, como, por exemplo, vodka, bebidas fortes. Mas, a partir dos 16, podem beber cerveja e vinho. Eu consigo apostar por que é que essa lei foi lançada assim: porque os produtores nacionais de vinho e cerveja têm os senhores deputados lá no governo a dizer «não, não, cerveja não, se não nos pagam a comissão». Portanto, «ah, sim, está bem». Então e as outras, que vêm da Rússia e dos outros produtores? E, para ser sincero, eu vejo pessoas a apanhar tosgas, bebedeiras, com cerveja, só não vejo estarem a apanhar bebedeiras com shots. O efeito é o mesmo. Com copos de tinto é o mesmo. A diferença é que, em vez de beberem seis shots e caem para o lado, bebem vinte cervejas e caem para o lado. Como os shots são mais caros do que a cerveja, o preço é basicamente o mesmo. […] Não faz sentido. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Proibição eu acho que nunca é uma boa opção no que toca a nada de produtos que possam ser consumidos por uma grande parte de pessoas. Proibição nunca é de todo. A minha opinião em relação às drogas leves, por exemplo, é essa mesmo: proibir é fazer com que uma pessoa queira fumar mais, basicamente. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Em relação à aquisição, parecem existir (e coexistir) várias estratégias. Uns entrevistados adquirem e consomem as bebidas alcoólicas exclusivamente em bares e discotecas, enquanto outros compram em estabelecimentos comerciais onde o preço é mais barato – como supermercados, por exemplo – e consomem antes de entrar nos espaços de diversão noturna. A aquisição e o consumo, fenómenos predominantemente grupais e coletivos, são planeados, ajustando-se ao perfil de consumo e aos hábitos de saídas à noite.
Adquiro dentro só, não tenho por hábito tomar bebidas alcoólicas fora dos estabelecimentos. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Se me apetecer, compro na altura e bebo, se não, não levo garrafas nem nada para ir sair à noite e beber antes de entrar numa discoteca, por exemplo. (16 anos, sexo feminino, estudante)
[Adquiro] nos bares. E os meus amigos também. (16 anos, sexo feminino, estudante)
Eu tenho amigos que levam garrafas, ou já misturas com sangria que se compram nos supermercados, ou cervejas, mas a maior parte é mesmos nos bares que eles compram. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Lá está, quando vamos jantar fora, [adquiro] no próprio restaurante. Ou então, se for em casa de amigos, compramos no supermercado e bebemos em casa. Sempre no contexto de amigos. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Não [costumo sair à noite todos os fins-de-semana], não. Prefiro muito mais festas em casa, e isso, do que sair. Em casa de outros [risos]. Às vezes há bebidas alcoólicas, costuma haver. Costumamos comprar primeiro, depois dividimos por todos, sim. Às compras normalmente vamos todos. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Os miúdos, menores, costumam adquirir bebidas alcoólicas no café X. Em todo o lado, em bares, ya em todo o lado, supermercados. (14 anos, sexo feminino, estudante)
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Geralmente compra-se a garrafa, vai-se bebendo (14 anos, sexo feminino, estudante)
Ah, uma vez já me senti assim um bocado a olharem para mim de lado porque fui eu sozinho. Foi para a única vez que fui comprar. Então, como eramos muitos, ainda comprei alguma quantidade e ficaram-me a olhar um bocadinho de lado e eu «que vergonha», meti tudo para dentro da mochila, e pronto, sei lá, porque eu não muito, lá está, de exageros, sei-me controlar, por isso não… (20 anos, sexo masculino, estudante)
Há várias hipóteses, isso depende também do grupo com que se saia. Há grupos que se calhar alinham mais em ir para uma discoteca e gastarem lá, gastam muito mais dinheiro, claro, e se calhar não apanham a tal bebedeira tão depressa, porque é muito mais caro. No supermercado, compra-se muito mais barato, a quantidade é maior tendo em conta a comparação com a discoteca, e é diferente, não é. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
O que às vezes os meus colegas fazem é cada um traz uma garrafa diferente e vão partilhando. Acho que aquilo que deve ser mais comum é aguardente, vodka e cerveja. Vodka e aguardente são o mais normal. Às vezes são garrafas, aquelas litrosas gigantes de cerveja, são grades de cerveja. (20 anos, sexo masculino, estudante)
[Os jovens] programam, programam, compram as bebidas antes para ficar mais barato, já ficam bêbados antes de ir sair, isso é claramente. Nos supermercados fica mais barato, fica-lhes muito mais barato. Antes de eles irem para a noite eles já estão alegres. Depois na noite complementam mais um bocadinho e pronto [risos]. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Raramente [planeio]. Às vezes, sim. Às vezes compramos as bebidas, por exemplo se fizermos um jantar em casa de alguém, compramos as bebidas antes, as coisas estão mais ou menos planeadas. Mas a maioria das vezes, não. Simplesmente vamos para a noite e acabamos por comprar nos bares e nas discotecas. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Como estudantes, e não tendo grandes possibilidades, o que costumamos fazer é, por exemplo quando vamos sair aqui, no caso aqui de Lisboa, do Bairro Alto, o que costumamos fazer é comprar em hipermercados em quantidades… de litro, cerveja de litro e bebemos antes de ir para lá. De facto, a diferença de preços é enorme. E, basicamente, já vamos alegres para lá. E aí lá também bebemos, mas menos. É isso que costumamos fazer. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Costumo adquirir nos bares. No Bairro não fico só naquele sítio; gosto de ir andar, bebo um aqui, bebo outro ali. Sempre em bares. Quando é mais gente e vamos todos malucos, e assim, uma garrafinha. Agora quando somos poucos, vamos assim numa calma, nas calmas, é um copo ou dois de cerveja. Quando é garrafas, é para abrir uma coisa como deve ser, um gin ou assim.
Para os entrevistados, o fator preço tem uma grande importância e parece ajudar a explicar algumas estratégias adotadas na aquisição e consumo de bebidas alcoólicas. Tendo como pano de fundo o cenário de crise económica que se vive a nível nacional, parece assistir-se, portanto, à implementação de estratégias comerciais – não só por parte de quem compra e consome, mas também por parte dos estabelecimentos comerciais que vendem.
[Os jovens bebem] cerveja e o vinho, porque também é mais barato (19 anos, sexo masculino, estudante)
Se for jantares, normalmente como é mais barato uma beca do que andarmos aí a comprar litrosas, opta-se sempre pelo vinho. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Às vezes, antes de sair, compro whisky no supermercado, que é mais barato. Ou então compro dentro do bar. (17 anos, sexo masculino, estudante)
[Os amigos] enquanto saem à noite, enquanto andam a pé, de uma discoteca para a outra, enquanto andam a pé têm os garrafões, as garrafas e vão bebendo, acho que é mais isso. É muito mais barato no supermercado. Um ou dois vão comprar para os outros todos. (19 anos, sexo masculino, estudante)
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No Café X é onde a cerveja é mais barata: 60 cêntimos. (17 anos, sexo masculino, estudante)
[Quando saio à noite] normalmente até é água ou coca-cola. Também pelo valor, é muito caro. Fica muito caro beber uma bebida branca em bares, discotecas e essas coisas. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Continuo a consumir shots porque é o mais barato. E é o que dá para ficar mais alegre mais facilmente, por isso shots é sempre a melhor opção. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Mas os meus colegas – estamos a viver numa residência universitária –, tanto os meus colegas de residência como os colegas do curso, acho que todos temos mais ou menos esse comportamento de comprar bebidas num hipermercado antes, e depois… porque, de facto, os preços aqui em Lisboa são um bocadinho altos. Mesmo em relação a Braga, em geral Lisboa é mais caro. Comprar bebidas em bares, em Braga, ou discotecas é mais barato do que aqui. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Pelo menos a nível de estudantes universitários, [existe a prática de comprar álcool num supermercado antes]. Vamos falar de um nível social mais ou menos médio, em Portugal, sim porque sair à noite fica bastante caro. Se formos ao Bairro Alto, a uma discoteca, ainda temos de pagar a entrada, pagar as bebidas lá dentro. A bebida mais barata numa discoteca costuma ser cerveja, a nível de álcool, e uma cerveja custa agora num hipermercado… por exemplo, uma de litro se calhar não custa um euro, ou custa um euro, não chega a um euro e meio, e numa discoteca uma imperial normal pode ficar por dois, dois euros e meio. É uma diferença muito grande! Não vou estar a pagar, por exemplo, uma vodka por seis euros, lá se foi o dinheiro todo, e, aí, se calhar, lá esta, numa discoteca bebemos mas a bebida dura mais tempo; estamos com o copo na mão lá dentro, enquanto que aqui se calhar estamos a beber constantemente. Mas, pronto, lá está, para mim já sei sempre quando é que tenho de parar. Mas, sim, bebemos mais antes de sair do que lá no sítio, numa discoteca no Bairro Alto. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Para ser irónico, digo-lhe assim: uma garrafa de vodka no hipermercado, uma litrosa, custa seis euros, o máximo. Pronto, há mais, mais caras, de vinte e tal euros, mas aquela barata, custa seis euros. Um copo de shots num bar custa 15. Sinceramente, o que é que você faria? Aqueles bares mais recatados, que sabem que é um negócio mais familiar, como não querem aquele rendimento em mais violação das pessoas que estão lá, quando metem um shot lá a 5, 6, 7 euros. Agora aqueles bares que são conhecidos como, por exemplo, na discoteca X – não sei se já ouviu falar –, na discoteca Y, na discoteca Z cada shot são 15, 16 euros. Independente do que metem na bebida. Um shot é uma combinação de várias coisas, não é só vodka, vodka… É vodka mais bebida energética W ou sumo de ananás. É sempre qualquer coisa. Quanto mais sumos e mais coisas que lá tiver dentro, mais caro é. (20 anos, sexo masculino, estudante)
É assim, aqui em Lisboa há duas possibilidades: no Bairro Alto não há só os bares, mas também há aquelas lojas que estão abertas até mais tarde. Mercearias e indianos. Eu acho que é ilegal aquilo. Estão abertos até mais tarde e vendem de litro e são mais baratas. Até mais tarde, eu penso que no Bairro Alto não podem estar abertos até depois das dez e meia, onze. Por vezes estão até às duas, três da manhã. Até o Bairro fechar. Esse comércio está a afetar os bares. Já comprei em sítios desses. Depois da meia-noite, sim. Já comprei. Agora um problema também no Bairro é que aquilo são garrafas de vidro e não é permitido ter garrafas de vidro no Bairro Alto. Pelo menos no chão é mesmo… Não há assim muito controlo, não há assim tanta polícia quanto isso. E, quando há, ou escondemos ou assim. Mas também não é assim tão habitual. Por vezes, como nós já… Raramente caímos no erro de não comprar antes das coisas fecharem. Organizamo-nos bem. Ainda por cima os supermercados estão constantemente abertos, por isso raramente nos aconteceu isso. Mesmo nessas lojas é mais caro do que no supermercado. Mas continua a ser competitivo em relação aos bares. (23 anos, sexo masculino, estudante)
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[No último ano] tenho assistido [a promoções]. Especialmente nas «happy hours». Antes, uma «happy hour» era um motivo para toda a gente ir a um mesmo bar, durante essa hora. Hoje em dia, por exemplo no Bairro Alto, tem a Rua XXX, (…), só há três bares e esses três bares têm «happy hour» durante a noite toda. Mudou este ano, sim. Como as pessoas também estão mais reticentes, com a crise não querem gastar tanto dinheiro, estão a promover mais que as pessoas bebam mais. Uma pessoa embriagada não vê quanto gasta. (20 anos, sexo masculino, estudante)
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Consumo
Para além da questão do posicionamento perante a legislação relativa à disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas, procurou-se recolher igualmente informação qualitativa acerca dos padrões de consumo de álcool dos jovens portugueses entrevistados. Porque as coisas estão naturalmente relacionadas entre si, as atitudes, comportamentos e perceções de risco associados foram também alvo de interesse.
Neste sentido, a maior parte das entrevistas focou naturalmente o tema da experimentação e do primeiro consumo de bebidas alcoólicas. Tal tópico reveste-se da maior importância, na sequência da entrada em vigor do Decreto-Lei nº50/2013, de 16 de abril, que expressa uma preocupação especial com a cada vez mais precoce experimentação de bebidas alcoólicas por parte de crianças e adolescentes. Consequentemente, tentou-se entender, enquadrar e classificar os episódios de experimentação e início de consumo de bebidas alcoólicas por parte dos jovens entrevistados.
Dos 25 entrevistados, apenas 2 – com 12 e 13 anos – referem nunca ter consumido uma bebida alcoólica. Tal significa que mesmo aqueles que hoje em dia se dizem abstémios já experimentaram e/ou consumiram bebidas alcoólicas. Em função da análise de conteúdo das entrevistas concedidas, ressaltam 4 ideias principais relativas à experimentação e ao início daprática de beber álcool:
O consumo de bebidas alcoólicas tende a iniciar-se em ambientes festivos, constituindo-se geralmente como uma experiência coletiva;
É necessário distinguir entre experimentação e início efetivo do consumo de bebidas alcoólicas: nem sempre são coincidentes ou ocorrem no mesmo contexto ou ambiente;
O consumo de álcool tende a iniciar-se com a cerveja. Em segundo lugar, destaca-se o vodka, cujo primeiro consumo está associado ao início das saídas à noite e à frequência de espaços de diversão noturna, nomeadamente por parte de jovens do sexo feminino;
O primeiro consumo de bebidas alcoólicas nem sempre é uma experiência positiva e tende a não ir de encontro às expetativas. Tal pode ser entendido à luz de processos de aprendizagem e socialização entre pares mais vastos. A pressão social para experimentar ou iniciar o consumo de álcool parece evidente.
De uma forma geral, os jovens entrevistados iniciaram o consumo de álcool em contextos de convivialidade e festa, enquadrados não raras vezes em episódios de iniciação coletiva ou em grupo. O início do consumo de bebidas alcoólicas pode, então, ser entendido, não como uma prática individual e casuística, mas como uma prática social e de grupo, fortemente condicionada por normas de sociabilidade e formas de pressão de grupo (esta última nem sempre é explícita e assumida, mas, por vezes, tácita, implícita). Alguns entrevistados tendem a
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negar a importância da pressão de grupo no seu caso pessoal, embora reconheçam a sua importância no início dos consumos de bebidas alcoólicas dos outros jovens em geral.
A análise das entrevistas revela que a média, moda e mediana de idades do primeiro consumo de bebidas alcoólicas é de 15 anos – ligeiramente mais cedo para a cerveja do que para vinho e bebidas espirituosas. A curiosidade e a vontade de «entrar na onda» e potenciar a diversão parecem constituir as principais motivações que levou os entrevistados a experimentar bebidas alcoólicas.
Segundo revela a maioria dos jovens entrevistados nos seus discursos acerca do início do consumo de álcool, tal não parece ser marcante e revestir-se de grande importância simbólica. Pelo contrário, muitas vezes o início dos consumos de álcool assume a forma de um episódio «natural» e esperado, sem grandes implicações (pelo menos é assim visto, algum tempo – em alguns casos, muitos anos – depois). De acordo com os entrevistados, o início tende a ser gradual, cauteloso e com pequenas quantidades de álcool.
[A primeira vez que consumi bebidas alcoólicas] foi no ano passado, tinha 15 anos. Foi numa festa de anos, fomos sair à noite, fomos jantar e depois sair, e, não sei, estava toda a gente a beber, eu não bebi por obrigação nem porque alguém me disse «ah, se não beberes é isto ou aquilo». Não sei, foi numa de experimentar. Gostei, pronto, bebi mais, mas não exagerei nem nada [risos]. Foi vodka preta com sumo de laranja, foi qualquer coisa assim. E gostei, fiquei fã, normalmente é sempre isso que eu bebo [risos].(16 anos, sexo feminino, estudante)
Eu fui numa viagem de finalistas do 9º ano, mas já estávamos quase a entrar no 10º ano, já foi em Setembro. Fomos a um bar, na Tocha, e experimentámos um shot, o mais fraquinho que havia, experimentámos todos. [risos] Senti-me bem, nós depois no dia a seguir voltámos lá e pedimos uma bebida branca a dividir por três, qualquer coisa assim, muito pequenina, e estávamos todos alegres. Acho que era mais efeito psicológico do que outra coisa, mas adorámos. [risos] (20 anos, sexo feminino, estudante)
Foi numa festa. Fomos a uma festa e eu experimentei, provei. Levou-me a experimentar, estávamos todos divertidos, estavam todos a beber e achei, pronto, que podia experimentar, que não tinha mal. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Estava com os amigos e eles disseram «olha vamos beber uma cerveja», experimentamos todos e, pronto, foi a partir daí. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Nunca foi por obrigação, nunca ninguém me obrigou a nada. [A primeira vez que consumi bebidas alcoólicas] acabou por ser um bocadinho aquela coisa: «tu fazes, eu também faço e faz toda a gente e é normal», sei lá [risos]. Acaba por ser assim um bocadinho por aí. Eu acho que acaba por ser num contexto social, como é normal da maior parte das pessoas. Junta-se um grupo de amigos pela primeira vez que saem todos juntos porque os pais lá deixaram e acaba por ser um bocadinho por aí. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Acho que é mais, lá está, por pressão, mais por influência de outras pessoas. Sei lá, uma pessoa nunca experimentou, não sabe o que é, nunca está muito habituado. Não sei. Mas a pressão social hoje cada vez mais influencia isso. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Quando comecei a sair à noite, experimentei em festas. (16 anos, sexo Masculino, estudante)
Foi num acampamento, estávamos em amigos e a coisa puxou a coisa, pronto… (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Experimentei a primeira vez na ordem dos 15, quando ia a jantares. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Foi aos 16 anos que eu comecei a experimentar, experimentei cerveja, vinho, whisky, bebidas brancas, shots, entre outros. Pequenas quantidades, quando ia a festas. (20 anos, sexo masculino, estudante)
A primeira vez que tomei uma bebida alcoólica, foi cerveja ou vodka preta, não me recordo. Foi com 16 anos, por aí. Foi numa saída à noite que eu tive, mas bebi dois
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copos de uma bebida, não me lembro se foi…, de certeza que foi vodka preta. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Por outro lado, a entrada na universidade é, neste contexto, um período especialmente relevante. A participação ativa na «vida académica» parece marcar, para uns, o início do consumo de bebidas alcoólicas e, para outros, o intensificar dessa prática. Neste cenário de vida, a necessidade de ir de encontro às expetativas e a pressão social parecem ser ainda maiores e assumidas.
[Passei a consumir] mais quando vim para a faculdade. É o próprio ambiente académico que nos leva a isso. Um bocadinho. As festas, a Queima das Fitas e essas coisas nos levam… Essas festas patrocinadas por marcas de cerveja. E, lá está, por muito que uma pessoa tente afastar-se, querer ser… dizer que não vai beber, há sempre a pressão dos amigos. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Comecei a beber quando entrei para a universidade, mas era só quando saía. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Pode-se dizer que comecei na faculdade. A sério foi para aí no primeiro jantar na faculdade. Aí foi mais a sério. (20 anos, sexo masculino, estudante)
[Consumi a primeira vez álcool] quando entrei para a universidade, em 2011. Quando entrei para a universidade experimentei de tudo. (21 anos, sexo feminino, estudante)
É assim, desde que comecei a estudar [na universidade] aqui em Lisboa, também foi quando comecei a beber mais – no secundário não bebia, de vez em quando, vá. Quando saía à noite por vezes nem bebia – agora aqui, quando saio à noite, bebo praticamente sempre e sim, é um hábito que nós… (23 anos, sexo masculino, estudante)
Em relação à bebida alcoólica que os entrevistados beberam pela primeira vez, destaca-se sobretudo a cerveja (14 entre os 23 entrevistados que consumiram uma bebida alcoólica alguma vez na vida). Só depois aparece o vodka – sobretudo na forma de shots e misturas com sumos ou outras bebidas –, especialmente relevante para as jovens do sexo feminino, nomeadamente aquelas que iniciaram o consumo de álcool quando começaram a sair à noite, a bares e discotecas. Mais uma vez, se percebe como a «curiosidade» como principal motivo para o consumo perpassa o discurso geral.
É importante distinguir entre experimentação (que, no caso de alguns entrevistados – nomeadamente rapazes –, teve lugar por vezes num contexto familiar) e início efetivo do consumo de bebidas alcoólicas. Tal pode contribuir para perceber que os conceitos usados pelos jovens nem sempre correspondem aos dos investigadores. Neste caso, a experimentação precoce nem sempre é considerada pelos jovens entrevistados um verdadeiro consumo.
A primeira bebida que bebi, sem ser cerveja, deve ter sido vodka, shots, quando era mais novo, porque havia mania de beber shots num bar no centro [de Faro], e era vodka nessa altura. Os miúdos costumavam ir para lá. Na altura tinha 14, 15 anos. O bar vendia a menores. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Tinha molhado os lábios aos 16 quando é aquela coisa: já fez anos, não ser um bocadinho lamechas. Mas bebidas, bebidas alcoólicas, foi aos 18. (20 anos, sexo masculino, estudante)
A primeira bebida alcoólica que bebi foi a cerveja, e não gostei. Depois bebi vinho tinto e gostei, foi com o meu avô. Cerveja foi com o meu pai. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Cerveja sempre bebia assim, com o meu pai ou às vezes davam-me para experimentar, quando era mais pequenino ou assim. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Não sei, foi a curiosidade. Disse ao meu pai e o meu pai deu-me para beber e eu experimentei [risos]. Foi só um gole! [risos]. (15 anos, sexo feminino, estudante)
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Sei lá, tipo quando tinha 5, 6 anos o meu avô dava-me aquele restinho de copo de vinho, mas isso não é nada. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Eu comecei a beber para aí com uns 16, 15 anos. Provar, provar, se calhar provei com 13 ou 14. Mas é provar mesmo, não é beber… (23 anos, sexo masculino, estudante)
Uma parte considerável dos entrevistados revela que o primeiro consumo geralmente não é uma experiência totalmente positiva. Pelo que se percebe das palavras dos jovens, é preciso insistir e desenvolver o gosto e o hábito – neste sentido, os jovens abstémios parecem ser aqueles que, não gostando do sabor das bebidas alcoólicas, por uma razão ou outra, se recusaram a insistir.
Contudo, na generalidade das vezes, quando ocorre, a má experiência não parece ser traumática, especialmente marcante ou dissuasora de consumos futuros. Para a maioria, beber álcool implica um processo de aprendizagem e uma insistência inicial. Como se verá mais à frente, tal é também verdade para as bebedeiras e outros excessos.
A primeira vez soube um bocado mal e pensei em não beber mais mas depois ao longo do tempo fui bebendo mais, comecei a habituar-me ao sabor e agora já é uma coisa normal. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Quando se prova álcool, pelo menos uma criança que está habituada a beber só refrigerantes e sumos, não gosta do sabor. É a mesma coisa com café ou assim. Masdepois dos 15 sim, depois dos 15 já..., sempre aos bocadinhos, e já bebe mais e já gosta do sabor. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Estava com o meu irmão e ele deu-me para eu provar e provei. E não gostei, nem sequer o bebi todo. Foi só mesmo um bocadinho. Foi horrível. [risos] (16 anos, sexo feminino, estudante)
Tinha 14, acho eu. Bebi um gin tónico [risos]. E não gostei [mais risos]. (16 anos, sexo feminino, estudante)
As expectativas, pronto, achei que aquilo era muito bom porque toda a gente dizia que gostava muito de cerveja e eu, no entanto, achei que aquilo tinha um sabor horrível. Consumi uma segunda e terceira vez mas percebi que não valia a pena experimentar mais porque… não gosto, não gosto. Não sei como os outros fazem [risos],devem ter um paladar diferente. Não sei sinceramente. Do meu ponto de vista, não gosto do sabor. É preciso insistir, não sei, se calhar há pessoas que gostam logo à primeira. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
A primeira vez soube um bocado mal mas depois bebi uma, bebi outra e fui-me habituando. É sempre preciso ir insistindo. Fui saindo mais e também fui bebendo. (17 anos, sexo masculino, estudante)
[O primeiro consumo de bebidas alcoólicas], não sei, pensava que era melhor [risos].Mas depois também comecei a gostar, a habituar-me ao sabor, depois gostei também. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Tenho pouca experiência, não consumo muito. Já experimentei e o pouco que já experimentei não gostei, portanto raramente consumo. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Hoje não bebo. Logo aí aos 17, 18 anos, já não, como experimentei e nada me agradou… não consumo. Não me agradou o sabor, o estado em que se fica depois de beber, não é agradável, só para nos divertirmos e estarmos mais um bocado alegres, não, não preciso de consumir para fazer esse tipo. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Já experimentei, sim. Todas não, mas algumas. Não gosto, não gosto do sabor. E pronto, basicamente é isso. Acho que não preciso de beber para me divertir, acho que é isso. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Já consumi uma vez. Uma cerveja. Nunca mais voltei a consumir, não gostei. (14 anos, sexo feminino, estudante)
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Outra temática particularmente abordada com os jovens entrevistados foi naturalmente a dos padrões de consumo de bebidas alcoólicas. No Decreto-Lei nº50/2013, de 16 de abril é expressa a preocupação com a existência de padrões de consumo de alto risco, especialmente em adolescentes e jovens adultos. Em função da análise de conteúdo das entrevistas, ressaltam 6 ideias principais relativas ao consumo de álcool:
Existe uma forte associação entre o consumo de bebidas alcoólicas e a frequência de espaços de diversão noturna – especialmente à noite e ao fim-de-semana;
O consumo de álcool, para a maioria dos entrevistados, parece associado predominantemente à ideia de «diversão», tendo geralmente lugar em ambientes de sociabilização e constituindo-se como um fenómeno de grupo. O consumo de bebidas alcoólicas depende do contexto – não parece ser um fim em si mesmo mas antes tem um valor instrumental. A tónica na moderação perpassa o discurso geral;
Nesse sentido, o tipo de bebida alcoólica consumida pelos jovens entrevistados tende a variar em função do local, do ambiente e do próprio grupo de amigos, destacando-se uma estreita relação entre as bebidas espirituosas e as saídas à noite. A cerveja é uma bebida mais transversal, enquanto o vinho é consumido sobretudo em misturas (sangria, «receita22») e em ambientes específicos (como jantares de grupo ou festas privadas);
Parece verificar-se uma divisão de género no consumo de bebidas alcoólicas: as jovens do sexo feminino tendem a beber sobretudo bebidas espirituosas em misturas e, ao contrário dos entrevistados do sexo masculino, parecem maioritariamente evitar a cerveja e o vinho;
A diversão parece ser a principal motivação para consumir bebidas alcoólicas. Ajustar-se à pressão social e destacar-se no grupo («armar-se em bom») são também motivações apontadas por alguns jovens;
Os entrevistados mais novos (até 13 anos, sobretudo) não consomem ou sequer experimentaram qualquer bebida alcoólica. Inclusivamente, não se mostraram confortáveis em falar acerca do álcool (exibindo risos tímidos, por exemplo) ou com vontade de vir a consumir no futuro.
O consumo de bebidas alcoólicas por parte dos entrevistados tem lugar predominantemente em alturas de festa e momentos de diversão em grupo. Mesmo aqueles que não bebem álcool convivem com amigos que o fazem, reconhecendo todos que o consumo de bebidas alcoólicas é uma prática generalizada entre a juventude portuguesa, sobretudo nas saídas à noite – quem tem menos hábitos de diversão noturna tende a beber menos álcool.
De acordo com os entrevistados, a principal motivação é ajudar à diversão, potenciar a festa, aumentar os níveis de sociabilidade ou, no caso da cerveja, a descontração.
As bebidas alcoólicas mais consumidas parecem ser, sobretudo, a cerveja e as bebidas espirituosas (nomeadamente o vodka, mas também o gin), embora o vinho seja também consumido em determinadas ocasiões, especialmente em forma de misturas. Parece haver uma divisão de género (as jovens do sexo feminino consomem sobretudo bebidas espirituosas misturadas com sumos), enquanto em relação ao grupo
22 «Receita» é uma bebida caseira, preparada sobretudo por jovens, de forma a obter uma bebida barata e acessível em termos de sabor, e consiste numa mistura variável de vinho – tinto ou branco –, cerveja e determinados refrigerantes, que ajudam a adocicar o sabor.
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etário isso não seja tão evidente (com exceção para os entrevistados mais novos – até 13 anos – que nunca consumiram bebidas alcoólicas).
Como se verá ao longo do texto, o discurso geral é marcado pela tónica da moderação23, sendo que a maior parte dos jovens entrevistados sublinha que o seu consumo de álcool é esporádico, não intensivo e confinado a determinados contextos, afastando-se simbolicamente o mais possível de outras conotações, que não o do consumo recreativo e por lazer.
Só consumo em altura de festa e é quando é. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Bebo só em jantares e saídas. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Só [bebo álcool] quando saio à noite. De três em três semanas. Com amigos. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Bebo álcool muito raramente. Eu não costumo sair muito à noite, que é quando normalmente as pessoas mais bebem álcool, por isso… (16 anos, sexo feminino, estudante)
No momento também não tenho saído muito, sinceramente. E acho que isso também leva a que nós procuremos se calhar menos álcool, digamos, porque não há aquela socialização, e isso ajuda muito, pelo menos no meu ponto de vista. (24 anos, sexo feminino, psicóloga estagiária)
[Os meus amigos] em geral consomem bebidas alcoólicas. Costuma fazer parte da saída. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Consumo esporadicamente, muito esporadicamente. Uma vez por outra. Em dias de festa. Estamos na festa e bebo uma por outra só, não exagero. Uma ou duas no máximo. Em festa de anos, quando vamos a um bar ou discoteca (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Bebo por festa, não bebo diariamente. Por exemplo, quando vou sair à noite ou isso sou capaz de beber um ou dois copos. Cerveja, bebida branca, é mais cerveja. Vinho às vezes, é mais nos jantares. Às refeições não. (16 anos, sexo masculino, estudante)
A maior parte das pessoas bebe é por causa de estarem mais alegres, divertirem-se mais, de acharem piada. É em festas. (20 anos, sexo masculino, estudante)
[Consumo bebidas alcoólica para] estar no convívio com os amigos; estamos todos lá, descontraídos, não sei. Os meus amigos bebem todos. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Com os meus amigos é a mesma coisa, há uns que bebem menos, outros que bebem mais, mas mais ou menos toda a gente quando sai bebe assim um bocadinho, é um bocado generalizado na nossa cultura já que os adolescentes para se divertirem bebam. Tem que ver com a pressão dos pares também, muitos consomem mesmo para se divertir, é mesmo a pressão dos pares e acabam por não desfrutar das noites porque passam mal. (17 anos, sexo masculino, estudante)
É a tal coisa, toda a gente bebe, nós também, pronto. (20 anos, sexo masculino, estudante)
O que eu mais gosto é para aí cerveja, fresquinha. Quem é que recusa uma? De resto, pronto, por exemplo, bebidas brancas ou isso só bebo mesmo em festas. Também não sou muito de sair à noite. Só de vez em quando. (20 anos, sexo masculino, estudante)
É assim, a minha faixa etária é mais cerveja, agora. É aquela coisa, uma pessoa gosta de ir para a esplanada, com a cerveja ao fim da tarde, estar ali com o calorzinho a beber, gosta de estar ali. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Em casa, no café, quando estou com os meus amigos, quando vou para a esplanada também, combinamos um café, bebemos um café, bebemos uma imperial,
23 «Moderação» é aqui entendido como um conceito émico, isto é, uma categoria usada pela população em estudo. Trata-se, portanto, da visão subjetiva dos jovens entrevistados e não corresponde ao termo científico e estandardizado.
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nos jantares e em saídas à noite. Em casa, à frente dos meus pais, não há qualquer problema, mas com moderação, claro. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Costumo sair à noite às vezes, não muitas também. Bebo com os amigos, quando saio. Às vezes, é raro beber. (16 anos, sexo feminino, estudante)
Vinho não gosto, mas sangria bebo sem problemas. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Já bebi mas neste momento não estou a beber nada. Vodka, vodka preta, vodka pura, morangada, Martini. Cerveja não porque não gosto muito, mas bebi morangada, uma vodka preta, mas não tenho costume beber, deixei de beber, não ligo. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Consumo, mas não é com muita regularidade. Vodka [risos]. Vodka de morango e coisas assim, vá. Coisas misturadas com sumo. Bebidas brancas, sempre com sumo. (24anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Bebo muito raramente. Dias de festa e quando sei que não vou conduzir. Quando alguém faz anos, aquele típico copo de champanhe para brindar, passagem de ano… Naquelas festas só para me integrar no grupo, só para uma pessoa não ficar de parte, às vezes bebo uma cerveja, mas é muito raramente. (20 anos, sexo masculino, estudante)
A maior parte dos meus amigos bebe quando sai a festas. Isso não constitui qualquer problema. A maior parte consome, a maior parte bebe. Se calhar quando saem à noite e vão a festas bebem um bocado em excesso. Cerveja, principalmente. E depois há os shots e há as bebidas brancas, também. (20 anos, sexo masculino, estudante)
A cerveja é mais, a maior parte do pessoal da minha idade bebe mais cerveja, o vinho também, se calhar, algumas pessoas, mas as bebidas brancas é o forte, na noite principalmente. Bebidas brancas na noite, a cerveja e o vinho mais socialmente, em jantares, no café. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Estou num curso de gestão do lazer e animação turística. Nós somos um bocadinho mais festivaleiros. Nós estamos sempre em festa, é mais fácil dizer assim. Desde aquelas rally tascas das praxe, é um bocado este ano, acho que não houve ninguém a não ficar mesmo embriagado, até à típica festa de anos, à típica festa de escola que começa com as cervejas no bar e acaba dois quilómetros ou três noutro bar, totalmente de rastos. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Os meus amigos consomem mais vinho e cerveja. [Bebem] primeiro porque devem gostar do sabor, e depois gostam de ficar um bocado alegre, que é para se divertirem mais nas festas e isso. (19 anos, sexo masculino, estudante)
[Os meus amigos] bebem para se divertirem, para socializar também. (14 anos, sexo feminino, estudante)
[Os meus amigos] bebem cerveja, vodka preta, vodka branca com qualquer coisa, vinho, sangria, esse tipo de coisas. Eu acho que muitos deles bebem só para as pessoas verem que eles bebem e que não vão sair à noite ou que vão jantar fora e pedem uma coca-cola, é mais para mostrar. Tanto que eles depois começam a fingir que já estão muito alegres, não suporto essas coisas. [risos] […] Acho que se resume a sangria, receita e vodka. Acho que sim, os jovens consomem muito álcool. Exatamente pelo motivo que disse há bocado, para mostrar, para serem os fixes do grupo, para não estarem de fora.(16 anos, sexo feminino, estudante)
Eu acho que essa cena da pressão social está a ver-se muito é na nova geração, nos novos miúdos. Toda a gente tem que ser igual, toda a gente tem que fazer as mesmas coisas, para se enquadrar num grupo. (19 anos, sexo masculino, estudante)
É o serem os meninos fixes do grupo, não querem ser postos de parte do grupo, acho que é assim. Tanto o fumar, também não é só beber. Eles também fumam porque fica bem, porque se os outros também fumam eles também têm que fumar. […] Até acho que quando eles crescerem vão olhar para trás e dizer «o que é que eu estive aqui a fazer?!», mas naquela altura para eles é importante. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
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Acho que [os jovens] bebem, não sei, para se afirmarem, não sei, não sei [risos]. Não consigo explicar. (16 anos, sexo feminino, estudante)
É muito mais provável tu estares sob a pressão dos senhores estudantes e, para te quereres integrar no grupo e na turma, comeres e calares e beberes até te vomitares todo e ficares em coma alcoólico, do que tentares rebelar contra isso. Há pessoas que têm um psicológico muito fraco e que mesmo que lhe digam «eh pá, se quiseres parar de beber, para» elas continuam a beber para se quererem integrar. (19 anos, sexo masculino, estudante)
As pessoas bebem mais aquelas bebidas mais perigosas é quando vão sair à noite. Porque, de resto, não vejo ninguém no seu perfeito juízo ir para casa beber vodka. Ou outra coisa ainda pior. (20 anos, sexo masculino, estudante)
O álcool não me faz falta. No futuro também não vou beber (12 anos, sexo feminino, estudante)
Não sei a partir de que idade [os miúdos da minha idade começam a beber] Ainda não cheguei lá [risos]. 15, 16, talvez. Não sei, se calhar com a minha idade já experimentaram. (13 anos, sexo masculino, estudante)
Reforçando o seu caráter instrumental, é percetível como os padrões de consumo de álcool dos entrevistados não são regulares e existem contextos e momentos de maior intensidade e momentos de não-consumo. No caso dos entrevistados mais velhos, nomeadamente aqueles que frequentam o ensino superior, não se consome o mesmo nível de álcool em alturas de praxes e festas académicas do que em época de exames, por exemplo. Para os jovens que constituem a população em estudo, o consumo de bebidas alcoólicas tem uma dimensão social evidente e esta parece ser uma prática variável e integrante de hábitos de lazer e diversão.
Consumo associado à noite, em bares, discotecas. Fora disso não, muito raramente, mesmo. Consumo ao fim-de-semana, só mesmo se sair à noite, 3 ou 4 copos por noite. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Durante a semana isso não, não costumo beber. Quando saio, diria, vá, uma vez por semana, nem todas as semanas, quando há uma festa ou quando vou a um bar, ou assim, normalmente a minha bebida, não gosto muito de beber cerveja, a única bebida que bebo assim é whisky. Bebo para aí 75 cl, no máximo. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Normalmente, durante o dia, quase ninguém bebe. Há lá [na faculdade] um ou dois casos, mas pronto. Casos mais graves, dito assim. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Quando saio à noite bebo sempre. Agora, por exemplo, se estamos a ver um jogo de futebol ou mesmo a reunir com um amigo, aí também bebo, mas bebo ao ponto em que estou completamente normal, sei lá, uma, duas cervejas. (23 anos, sexo masculino, estudante)
De vez em quando, depende dos dias e depende do momento. Normalmente é quando há jantares, bebo assim uma sangria ou receita, depende. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
A quantidade varia em função do dia. Se for só para estar à tarde na esplanada, somos capazes de beber só duas imperiais, mas se for para fazer noitada essas duas imperiais desenvolvem-se para umas vinte, se for preciso [risos]. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Eu não bebo com muita, muita frequência. Posso passar três semanas sem beber, posso passar um mês sem beber, posso passar, por exemplo, um mês a beber todas as semanas. Beber ou não beber não é algo que me faça diferença, mas quando bebo gosto, para ser sincero gosto de beber. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Na Semana Académica devo ter bebido um bocado mais. (17 anos, sexo masculino, estudante)
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Bebo muito raramente. Eu, por exemplo, tive a Queima agora mas estive muitos meses… eu dizia «não bebo, estou em aquecimento para a Queima», dizia eu. [risos] (20 anos, sexo masculino, estudante)
Hoje em dia já não bebo. Quer dizer, na semana académica bebi. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Agora, na época dos exames, não é frequente [os meus amigos beberem]. Mas princípio e meio do ano em que o stress dos exames é quase nulo, sim. Grande parte. (20anos, sexo masculino, estudante)
É assim: há uma certa altura, quando uma pessoa deixa de estudar, aquela vida boémia acaba por não ter o mesmo sentido [do que] quando começa a trabalhar, não é? Começa a ter outra maturidade, outros objetivos. Agora uma pessoa que está na universidade, sabe-se bem que isto está tudo interligado, acaba por ser intrínseco. É curtição e estudo. [risos] É que é mesmo assim. Na universidade o período melhor é mesmo este, é nós termos do nosso lado o facto de podermos o que quisermos. A maior parte das pessoas que eu conheço que está a estudar os pais estão longe, portanto a pessoa está mais do que independente na cidade que escolheu para estudar, não é? Faz-se o que quiser, quando quiser. Ora bem, pode escolher isto, não é? Pode escolher fazer o que quiser, incluindo ir todos os dias para a noite beber, apanhar bebedeiras. Claro, essa não é a melhor opção, mas lá está, se for uma opção de quem quer que seja, ela que lide com as consequências. É isso que está aqui em causa. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Agora já não tenho consumido. Já consumi. Cheguei a beber bebidas brancas, tipo vodka, também alguns finos, mas na altura de estudante [universitária], agora já não. (24 anos, sexo feminino, psicóloga estagiária)
Também os comportamentos de risco e os problemas associados ao consumo nocivo de bebidas alcoólicas – nomeadamente estados severos de embriaguez e comas alcoólicos, atos de violência e condução sob efeito de álcool – foram temas abordados na maioria das entrevistas. Da análise de conteúdo destacam-se 6 ideias principais:
Os entrevistados tendem a distinguir claramente entre embriaguez ligeira e embriaguez severa: a primeira é desejada por uns e rejeitada por outros, enquanto a segunda é indesejada por praticamente todos, e parece ocorrer sobretudo de forma acidental;
Os jovens entrevistados tiveram poucos contatos com episódios de coma alcoólico, sendo que a maior parte destes envolve amigos ou conhecidos e apenas muito raramente se trata de uma experiência pessoal;
Na esmagadora maioria das vezes, os estados de coma e pré-coma alcoólico foram acidentais e não intencionais, tratando-se, segundo os entrevistados, essencialmente de erros de cálculo e formas de aprender os limites. Mais uma vez, a tónica é colocada no processo de aprendizagem;
A ideia de que os comportamentos de risco são praticados sobretudo pelas classes etárias mais baixas é transversal aos entrevistados;
Como foi já explicitado atrás, a ideia de que conduzir sob efeito de álcool é extramente perigoso recolhe unanimidade entre os jovens entrevistados e parece bem interiorizada pela população em estudo;
A violência associada ao consumo de álcool é tendencialmente vista como bastante frequente em determinados contextos, sobretudo em relação a jovens do sexo masculino. No entanto, o contato dos jovens entrevistados com atos de violência não parece ser frequente ou comum.
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Em relação à embriaguez, é necessário novamente fazer uma distinção de conceitos, nesta caso entre bebedeira ligeira («ficar alegre») e a bebedeira severa («ficar a cambalear»). A tónica é, então, mais uma vez, colocada na ideia de moderação, do autocontrolo e das estratégias adotadas para impedir chegar a determinado estado de embriaguez – que passam nomeadamente por parar o consumo de álcool, não fazer misturas, recorrer a outras substâncias psicoativas ou não beber de estômago vazio.
Às vezes [fico embriagado], sim. Mas mais quentinho só do que propriamente embriagado bêbedo. Mais alegre do que ficar a cambalear. Vomitar é algo indesejável, é terrível. Uma forma de evitar isso é… [risos] Recorrer a outras substâncias, a cannabis ajuda a muita coisa [mais risos]. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Hoje em dia é muito frequente e vê-se muito. Comigo, algumas vezes, já aconteceu. É algo que, claro que à partida quando nós sabemos que vamos beber, pode acontecer, há noites e noites. Mas também chegar ao ponto de não me lembrar ou de ficar inconsciente, isso também não. A embriaguez de que falo é ficar alegre, não ficar a cambalear, isso não. Mas vê-se muito. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Não exagero tanto como alguns. Uma coisa que tento não fazer é não exagerar quando não estou com pessoas em quem confio. Quando são pessoas, amigos em quem confio mais, se calhar abuso um bocadinho mais. Mas já conheço os meus limites e já sei que tipo de bebidas é que posso e não posso beber ou misturar. […] O ponto ideal acho que é ficar… para mim é o ponto mais da descontração. Em que já não estou tão sério, nem tão preocupado. Mas também não gosto de perder completamente o controlo. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Normalmente, sei quando já estou… Quando começo a rir muito [risos], quando começo a rir muito assim do nada, já sei que estou… e eu sinto-me mais descontraído, mais leve. E aí já sei que já estou… e depois começo a perder também um bocadinho o equilíbrio. Aí já sei, pronto, que tenho de acalmar. E depois também depende muito se como pouco. Aguento pouco. Se comer mais, já aguento mais. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Quando experimentamos novas bebidas alcoólicas é diferente, já não estamos habituados, com uma menor quantidade apanhamos uma grande bebedeira, é basicamente assim. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Como se percebe, a primeira forma de embriaguez é procurada por alguns e não por outros, enquanto a embriaguez mais nociva é indesejada por praticamente todos os entrevistados. No entanto, há ainda jovens que parecem ambivalentes em relação ao tema ou cuja posição depende do contexto e da ocasião. Neste sentido, também a embriaguez ligeira parece ter um carácter instrumental: potenciar a diversão e a descontração, ao passo que a embriaguez severa é considerada um obstáculo à diversão (tanto para o próprio como para os amigos).
Quando quero ficar assim um bocado mais alegre, é que bebo um pouco mais [risos]. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Sei lá, vejo como uma cena normal, como uma coisa normal uma pessoa da minha idade ficar assim alegre, um bocado bêbada mas, pronto, é óbvio que aquilo [uma bebedeira severa] que me aconteceu, por exemplo, na festa do meu primo é um caso muito, muito, muito, muito raro, por isso é que eu não gosto, sei lá, não gosto de exageros, não gosto também que olhem para mim como se eu fosse um bêbado. (20anos, sexo masculino, estudante)
[A embriaguez] não é algo que eu procure, é algo que, digamos, numa festa acho que até propicia um momento melhor. Por isso, não é algo que eu procure, mas é algo que nessas festas acaba por gerar um melhor ambiente, mas não em excesso. Em excesso acaba sempre por haver alguém que vomita ou que.. […] [O propósito] não é
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chegar aquele estado de não saber onde é que estou, não é? (17 anos, sexo masculino, estudante)
Obviamente que não queremos que… queremos ficar alegres mas não queremos que um fique num estado completamente… em que temos que o ajudar e não nos divertimos. Temos de cuidar dele em vez de nos divertirmos. E isso nós não queremos… Por vezes acontece, há sempre um que acha que beber é engraçado e bebe mais e bebe mais. Por isso é que, também lá está, uma coisa que noto é que os meus amigos e com quem nós nos damos, são muito parecidos connosco. Por isso aqui tenho amigos que bebem mais, é verdade, mas em Braga raramente… nunca assisti a um colega meu bêbado em Braga. O meu grupo de amigos é mais controlado. Aqui [em Lisboa],se calhar, exageram um bocadinho mais. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Vai-se puxando um cigarrinho, o cigarrinho dá vontade de uma cervejinha, depois outro cigarrinho, depois outra cervejinha e, pronto, quando depois dás por ti, olha já foste [risos], estou para lá de Bagdad [risos]. A intenção final acho que nunca é ficarmos com grandes camadões. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Quando eu saio, sim, já estou a pensar [em beber em excesso]. Sim, já está mais do que entendido no meio do grupo todo, toda a gente tem o mesmo objetivo. […] Para ser sincera, quando é para sair à noite, o objetivo é mesmo apanhar a carraspana [risos]. Não é só beber um copo ou dois. Bebo até começar a ver duas pessoas à frente. Quando bebo é mesmo por aí. Eu raramente bebo, mas quando bebo é com esse sentido [risos]. Se é para ser, é para ser. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Tal como com o início dos consumos de álcool, a embriaguez, sobretudo na forma mais severa, pode constituir uma experiência negativa e marcante, funcionando como uma maneira de aprender os limites que não se deve ultrapassar. Deve ser entendida com um erro nesse processo de aprendizagem. Tal pode explicar por que razão os mais novos são mais associados a formas severas de embriaguez – não só são mais inexperientes como, segundo a generalidade dos entrevistados mais velhos, são mais imaturos e, portanto, nem sempre capazes de tomar as melhores decisões.
A primeira embriaguez foi aos 14 [risos]. Foi em Albufeira, numa festa de anos, foi misturas de tudo [risos]. Tem vindo a acontecer menos, há uns bons meses que eu não bebo. Porque não me apetece. É algo que eu tento evitar. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Agora recentemente na viagem de finalistas [em Espanha] tive uma experiência em que bebi demasiado e tive uma experiência que correu muito mal. É assim que se aprende. Aprende-se com os erros. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Quando era mais novo não tinha tanta consciência, bebia shots, já fiquei num estado uma vez, a única vez que fiquei num estado assim pior foi uma vez que deixei-me dormir no meio da rua, mas foi a única vez que passei mal, tinha acabado de fazer 16 anos, ou tinha 16 anos há pouco tempo, bebi muito no bar e depois aquilo como tinha bebidas diferentes aquilo fez-me uma indigestão, vomitei montes de vezes, depois não aguentei mais e acabei por me deixar dormir. Depois acordei, fui para casa e fiquei melhor. E a partir daí nunca mais fiquei assim, nunca mais sequer tentei ficar assim. Isso é um marco, vá. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Só tive duas experiências, não…, três experiências mesmo más com o álcool. Uma vez foi o ano passado … essa foi estupidez: não tinha almoçado, não tinha lanchado e bebemos, tipo, vodka pura. E eu, passados dez minutos, estava ali [simula vomitar],pronto, e dormi 12 horas. Essa foi horrível, jurei para nunca mais, essa jurei mesmo para nunca mais. Dessa vez tive ajuda. Dos amigos. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Por duas vezes é que me aconteceu isso, de exagerar ao ponto de vomitar. De resto, nunca mais; não foi algo que gostasse de repetir. Claramente! (23 anos, sexo masculino, estudante)
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[Bebedeiras] não me interessa, não preciso de estar bêbedo para me divertir. Já fiquei embriagado uma vez e não gostei nada. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Já fiquei alegre, já cheguei a vomitar, mas de resto…. Mas isso só aconteceu, lá está, quando comecei a experimentar, ainda não tinha sentido o que era bem. Bebedeiras cheguei a ter uma vez ou duas, se não estou em erro. Mas hoje em dia não. Não mesmo, não não, de longe. Hoje quando consumo pretendo ficar normal. Acho que me divirto sem beber. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Enquanto o meu pai me disse «tu não bebes e não te quero a apanhar camadas», eu apanhava camadas em que eu chegava a casa e eles tinham que me pôr a dormir no quintal porque eu ia gregar o quarto todo, e dormi lá muitas noites lá ainda [risos], e, neste momento que ele me diz «ya, tu dormes no quintal e eu gozo contigo à pala disso», então eu já não tenho o mínimo interesse em chegar bêbedo a casa. Acho que os filhos funcionam sempre ao contrário do que os pais pedem. Eles não querem, nós fazemos, porque, ya, tem que ser feito [risos]. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Tal como a embriaguez severa, também o coma alcoólico é entendido como um erro, um acidente de percurso, nunca algo intencional. De uma forma geral, os entrevistados estão conscientes do risco associado a tais estados – o INEM é sempre chamado, embora nem a polícia nem os pais sejam sempre avisados.
Pelo que se percebe, é algo pouco frequente de acontecer, embora uma boa parte dos jovens entrevistados já tenha assistido a episódios de amigos e conhecidos em coma alcoólico – aos próprios só acontecem muito raramente. Parece mais comum entre jovens do sexo masculino e com idade entre os 16 e os 18 ou 19 anos, no início dos consumos de álcool, e pode acontecer no seguimento de misturas de bebidas alcoólicas com bebidas energéticas ou outras substâncias psicoativas.
Ressalta também da análise de conteúdo a tónica na entreajuda no grupo de amigos sempre que acontece, ou está perto de acontecer, um caso de coma alcoólico, tendendo a acontecer mais em determinadas festas académicas ou, no caso de pré-universitários, em viagens de finalistas.
Correu mal, bebi demasiado, já estava bêbedo e continuei a beber, sem parar, sem limites e fiquei em coma completamente. Adormeci completamente. Não foi preciso internamento, mas ajuda médica sim. [Os paramédicos] levaram-me para o meu quarto, despiram-me a camisola, puseram-me na banheira e molharam-me a cabeça com água fria. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Estive lá quase, acho eu, mas não, nunca estive em coma alcoólico. Fiquei inconsciente, não me lembro da noite, nada dessa noite. Tinha feito 18 anos. Aquela tristeza, não é? Do restaurante segui para um bar, do bar entretanto começou-me a passar mais ou menos a camada, porque comecei a lembrar-me das coisas e depois fui para casa dormir [risos], era o melhor que fazia. E pronto, depois curou. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Bebedeiras e comas vê-se por aí, principalmente na altura de praxes. São mais os da faixa etária dos 18. Porque é o primeiro ano da universidade em que estão cá, em que têm a liberdade toda porque não estão com os pais, não estão com nada e é a loucura. Alguém que não tem cá os pais, que não está a ser controlado, e foi controlado a vida toda, e que se apanha numa cidade nova onde pode fazer tudo aquilo que quiser, ya, é muito mais provável essa pessoa apanhar coma alcoólico quase todos os dias do que um gaiato. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Já assisti a comas alcoólicos. Tenho amigos que no 9º ano, ou seja quando tínhamos 15 anos, houve uma tarde em que foram beber para um sítio e um deles apanhou um coma. Essa foi a única situação que eu vi. Eu lembro que até estava lá um senhor e ele disse-me para pôr o meu amigo em posição lateral, para ele gregar tudo o que tinha no estômago, porque aquilo estava em estado tóxico. Foram para o hospital e ficaram
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melhores. Isso é algo que eu tenho respeito, sim que eu penso quando começo a beber, eu penso sempre que não ficar nesse estado e não, isso não vai contribuir para a minha felicidade. (17 anos, sexo masculino, estudante)
A comas alcoólicos já assisti a um, quando era mais novo, tinha aí uns 12 anos. A bebedeiras, quando vou sair à noite ou assim, estou sempre a assistir. É mais uma população universitária, mas há algo por vezes em mais novos, mas é raro. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Coma alcoólico é um estado de… infantilidade. Até porque não se vê muitas pessoas mais velhas a ficarem em coma alcoólico, não se vê. Normalmente é da faixa etária dos 16 aos 20, 20 e poucos. Não se vê. Porque não há necessidade disso e já temos uma maturidade para saber que não é preciso ficar nesse estado. Talvez o estado de bebedeira já seja mais… [hesita] usual na faixa etária dos 25 aos 30, por essa parte. Porquê? Porque já estão alegres, eles já sabem, mas sabem que a partir dali já não vão beber mais porque não querem ir para o hospital, também depois têm vergonha, ir ao hospital e tal. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
A maior parte dessas pessoas que vão de coma alcoólico para o hospital são essas pessoas mais novas. Não digo a maior parte, mas muitas sim. Porque são pessoas que, tipo, se calhar nunca experimentaram e porque são os amigos se calhar não se controlam, querem causar «ai e tal, sou fixe se beber», e bebem e exageram. Pronto, já conheço, tenho amigos meus que já, amigas e amigos meus que já foram em coma alcoólico para o hospital por causa disso. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Já assisti [a comas alcoólicos]. Principalmente na Queima das Fitas do Porto [risos].Ainda a semana passada fui. Vê-se muitas coisas dessas. Mas não no meu grupo! (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
No meu grupo de amigos não, mas já assisti [a comas alcoólicos] em eventos do género Queima das Fitas. Aí já assisti a outros a ficarem nesse estado. […] Mas comigo, a assistir, a ajudar alguém nesse estado, não. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Nunca assisti. Tive duas amigas mais velhas do que eu, eu estava no primeiro ano da universidade e elas estavam no terceiro, e então uma fazia anos, e a outra era a melhor amiga, e beberam tal como eu mas a bebidas nelas fez mais efeito, elas também não se controlaram e então levaram a noite toda a cair para o lado e eu tive que sempre andar atrás delas com água. Fartaram-se de vomitar. (21, anos, sexo feminino, estudante)
Já assisti a comas. Tivemos que chamar o INEM [risos]. Não teve muita piada, mas pronto. A pessoa teve que ir para o hospital porque ficou praticamente inconsciente, estava mesmo bastante mal, além de ter vomitado. Assisti já duas vezes. A outra pessoa, como tinha tomado, segundo o grupo de amigos, para além das bebidas alcoólicas brancas, tomou também a bebida energética X, fez aquela mistura e ao invés de ter aquele efeito de relaxamento, digamos, de ter começar a ficar inconsciente, ficou eufórica, teve um bocadinho o efeito contrário. E o que é que acontece? Quando chamámos o INEM, ele começou a reagir, começou a dizer que não queria ir, «eu estou bem, estou cheio de energia, tenho tanta força», coisas assim, e a reagir um bocado euforicamente, tenso, bastante tenso. Ficámos um bocado preocupados porque depois ele começou tipo a espernear, a fazer coisas com os braços. Acho que ele ficou um bocado traumatizado e não voltou a exagerar daquela forma, tenho a sensação que não, foi um bocadinho mau [risos]. (24 anos, sexo feminino, psicóloga estagiária)
[Amigos] em coma, coma, quase, já. Já presenciei, não é bonito de se ver. Tenho que ajudar, não é? Se fosse eu, se calhar, também gostava que me ajudassem. Ajudamo-nos entre nós. Já chamei uma vez o INEM. Encontrei uma miúda – miúda não, tinha para aí a minha idade –, estava ali junto à Trindade, e estava, tipo, a dormir. E eu fui ver, que estava preocupado, não sabia o que é que se passava, e tentei acordá-la. Ela não acordava, chamei o INEM. Eu e um amigo meu, ela não nos respondia, «está morta ou assim?», chamámos logo o INEM. O INEM veio, depois ela acordou, os amigos abandonaram-na, pronto. Com os meus amigos isso não ia acontecer. Eu não ia abandonar um amigo. (20 anos, sexo masculino, estudante)
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Já aconteceu assistir, já [risos]. Para ajudar, dei um estalo na cara, e mesmo assim não acordaram!! [risos] Fomos vários a dar estalos mas ninguém acordava. Pronto, passado um bocado lá acordaram sozinhos e se levantaram do chão, visto que já tinham caído. Numa situação tivemos que chamar o INEM, a outra foi menos grave e não foi preciso. Ela esteve duas horas sentada, acabou por vomitar e depois aquilo passou. A outra foi mais grave, até porque ela tinha estado a fumar o que não devia ao mesmo tempo que bebia. (16, anos, sexo feminino, estudante)
Hoje em dia [acontece] mais, porque juntam mais do que bebidas, juntam tabaco, drogas e também já vi juntarem pastilhas. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Ele não conseguia andar, eu estava com ele, foi na viagem de finalistas. Nós tínhamos que o arrastar e isso. Fomos nós que chamamos os paramédicos. Os pais não foram avisados. (17, anos, sexo masculino, estudante)
Já aconteceu [os amigos ficaram embriagados]. E terem mesmo reações más e tudo e terem coma alcoólico também. Já tive várias situações, numa delas teve que se chamar o INEM e tudo. Sim, já tive que socorrer pessoas. Essa pessoa continua a beber, não aprendeu a lição. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
[Costumo ver amigos] em estado de embriaguez, sim; em estado coma não, até porque a gente também não deixa alguém abusar sem conhecer os seus limites. […]Quando estamos no nosso círculo de amigos normalmente todos temos a noção e todos temos o cuidado de qualquer das maneiras, independentemente daquilo que bebemos, de sermos um pouco responsáveis por nós próprios e pelos outros. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Bebedeiras é comum assistir nos nossos amigos, mas comas é muito raro. Já vimos acontecer, chamamos a ambulância e avisamos os pais, obviamente, a polícia não. (17, anos, sexo masculino, estudante)
Nunca acompanhei um caso [de coma alcoólico] assim de perto, nunca tive essa experiência. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Que tivesse que socorrer, assim a amigos próximos que estivessem comigo, não. Mas, claro, sabe-se sempre de histórias [risos]. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Costuma acontecer só bebedeiras, coma alcoólico não [risos]. Coma alcoólico nunca, nem quero. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Apesar dos jovens entrevistados, de uma forma geral, considerarem que a violência associada ao consumo de álcool é algo relativamente comum, nomeadamente nos contextos de diversão noturna, nem todos presenciaram episódios deste tipo e nenhum afirmou ter-se passado consigo algo do género. Parece envolver sobretudo jovens do sexo masculino e ter como motivos potenciadores razões de sedução ou ciúmes. O álcool é, então, visto como uma substância que pode modificar o comportamento e facilitar a violência.
Os jovens da minha idade bebem demasiado, bebem muito vodka preta e também whisky. E partem muitas vezes para a agressão, por causa do que a bebida afeta. E também bebem até cair, fartam-se de vomitar, entre outros comportamentos. Hoje em dia, a partir dos 14. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Presenciar, nunca presenciei [atos de violência associada ao álcool]. Mas já soube de alguns casos, presenciar não. O motivo… normalmente é raparigas, [rapazes] a fazerem-se às namoradas dos outros, e pronto. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Já não me lembro. Acho que tudo começou por causa de uma rapariga, não sei. E depois, como já tinham bebido os dois, começaram à luta. Já foi há algum tempo. Não foi preciso chamar as autoridades: os amigos intervieram e separaram-nos. (16 anos, sexo feminino, estudante)
Não estive envolvida em atos de violência por causa do álcool mas já assisti. O motivo é testosterona. É, a testosterona é um problema misturada com álcool [risos].Picardia entre rapazes, e acham que são os maiores da aldeia deles naquela altura. E
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era, portanto, uma bofetada e um murro para aqui e outro para acolá. Coisas assim. Agora eu não tenho mesmo atitude violenta. Eu considero mesmo que a testosterona é o catalisador dos atos de violência. Sem dúvida. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
O álcool altera uma pessoa, inevitavelmente. Eles ficam mais… berram mais. Ou também, se calhar, não é o ato de violência mas a maneira de falar que nos chama mais a atenção, de olharmos também. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Hmmm [hesita], não sei, acho que há bastante violência. Entre rapazes, acho que sim. Há muito álcool e violência. Acho que basicamente são conflitos no dia-a-dia que depois são levados para a noite e na bebedeira acabam por deitar tudo cá para fora. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Já vimos assistir desacatos, violência, acontece algumas vezes. Temos amigos que é quase sempre assim, bebem e depois vão sair e arranjam sempre confusão com pessoal de fora. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Nunca presenciei [atos de violência associada ao consumo de álcool]. Tenho conhecimento mas não são meus amigos, são conhecidos. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Foi também dada atenção às atitudes e às perceções sociais dos jovens entrevistados perante o álcool e as diferentes bebidas alcoólicas, de maneira a melhor enquadrar os padrões de consumo e os comportamentos evidenciados pelos jovens. A partir da análise das entrevistas, ressaltam 4 ideias principais:
O discurso geral assenta na ideia de consumo moderado. A maior parte dos entrevistados sublinha a importância de conhecer e respeitar os limites no que ao consumo de álcool diz respeito. Segundo o que afirmam, a atitude dos jovens entrevistados não parece ser de desafio perante o álcool mas de respeito;
No entanto, quando se referem aos jovens em geral, a maioria dos entrevistados não reconhece nos outros o mesmo bom senso, as mesmas cautelas e a mesma preocupação com a moderação. Pelo contrário, numa clara diferenciação «eu» vs. «eles», tende-se a atribuir à juventude portuguesa em geral comportamentos de risco e excesso;
Tal é especialmente verdade para os grupos etários mais novos, que são criticados por praticamente todos os entrevistados. Tenham 16 ou 24 anos, a tendência parece ser sempre de crítica e de distanciamento em relação às gerações mais novas, devido aos riscos que correm e à pouca consciencialização que demonstram;
De uma forma geral, o álcool é considerado uma substância perigosa, que acarreta riscos, sobretudo ao nível da saúde, e pode causar dependência.
Como ficou já patente atrás, no discurso da maior parte dos entrevistados destaca-se uma forte tónica na ideia de moderação, na necessidade de beber de uma forma responsável, evitar excessos e na importância de ter autocontrolo ou contar com a ajuda dos pares. Os jovens entrevistados tendem a defender que, no seu caso pessoal, conseguem facilmente adotar estratégias de moderação, por forma a evitar efeitos nefastos. Pelo contrário, são raros os jovens que reconhecem excessos ou comportamentos nocivos, pelo menos de uma forma sistemática e frequente. Segundo alguns entrevistados, o autocontrolo e o conhecimento dos próprios limites adquirem-se com a idade (maturidade) e com a experiência (através das más experiências).
Acho que a sociedade de hoje em dia… cada vez vemos mais jovens a exagerar nas bebidas alcoólicas mas há que ter um certo limite e que temos que respeitar primeiro a nós e depois os outros para evitar desacatos. Podemos divertir-nos sem apanhar grandes bebedeiras. (16 anos, sexo masculino, estudante)
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Acho que toda a gente conhece os seus limites e ninguém, tipo, faz para ultrapassá-los, isso é ridículo, só estamos a piorar a nós próprios. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Acho que a quantidade não é o principal, acho que é a frequência que é o problema: se as pessoas bebem todos os dias ou se as pessoas bebem por beber apenas, acho que isso é que não é correto. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Eu não gosto muito de beber. A bebida nunca me chamou muito a atenção. Um bom vinho, uma cerveja num dia de calor, ya, agora apanhar «camadões» com bebida é que não faz sentido já. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Quando acho que já não estou bem para beber mais, não bebo simplesmente. Controlo melhor agora do que quando era mais nova. Hoje em dia a idade também é outra. A cabeça é outra, a maneira de pensar é outra. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Temos uma ideia de quando é que nos vamos sentir mal, por isso quando chegamos à aquela altura paramos. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Para evitar a bebedeira, não bebo tanto, consumo outro tipo de bebidas, um sumo.(14 anos, sexo feminino, estudante)
Também, ainda por cima, em Lisboa, lá está, estando com amigos que confio, mas quando estou com pessoas que não tenho tanta confiança, não quero perder o domínio e, por isso, controlo-me. Por isso aí… mas sim, esse ponto de estar mais leve, estar a rir-me mais. Aí, acho que é o meu limite. Mas aí também sei que tenho de parar. Sei que dura um bocadinho, mas depois paro. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Eh pá, sinceramente não temos uma quantidade certa, vamos bebendo aos poucos e poucos. Começamos a beber, temos um certo limite que sabemos que é para parar, mais ou menos, eh pá, para aí oito ou nove imperiais, depende. Quando vejo que já me estou a sentir um bocado abananado [risos], paro, que é para não ficar muito mal. (16 anos, sexo masculino, estudante)
A quantidade está por definir mas também chega aquele ponto em que acho que não vou beber mais, não bebo. Bebo duas cervejas e pronto, normalmente. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Às vezes sou o suporte dos meus amigos [embriagados]. Já estou um pouco habituado mas às vezes também me divirto a fazer isso. Já estou um bocado habituado.(19 anos, sexo masculino, estudante)
Nunca bebo muito. Porque acho que às vezes é um ponto ridículo. (15 anos, sexo feminino, estudante)
É muito raro beber. Agora, quando bebo, é só mesmo quando tenho a certeza de que gosto daquilo. Pronto, não experimentei muitas mas é raro beber, é só mesmo por… quando me apetece e não é muito [risos]. (16 anos, sexo feminino, estudante)
Temos é que ser responsáveis e dizer que chega. Tentar explorar um bocadinho os nossos limites. Eu já explorei um bocadinho e já sei quando tenho de parar. Acho que é isso. Acho que esse ponto ideal. Mas depende sempre também com quem estamos. Para tudo, para todas as dependências acho que o fator grupo conta muito. Conta muito. (23 anos, sexo masculino, estudante)
É o que eu digo: nós podemos beber, mas temos que beber com moderação. A partir do momento em que bebemos um copo ou outro depois de exceder o nosso limite, já é parvo continuarmos a beber, vai correr mal. Vai correr mal de certeza. (16 anos, sexo masculino, estudante)
A gente tem que ter um certo limite a beber, não podemos exagerar. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Acho que isso é importante, toda a gente saber beber. (16 anos, sexo feminino, estudante)
Eu sei perfeitamente o que é que aguento, o que é que não aguento, já tenho noção disso. Por exemplo, eu sei que há coisas que não vou beber. Por exemplo, se beber, se estiver a beber alguma coisa, alguma quantidade, e depois me puser a beber absinto, não sei quê seguido, eu sei que vai correr mal. Eu tenho noção disso. Sei
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perfeitamente. Por exemplo, champagne, tenho a noção que não consigo beber champagne, que só o cheiro enjoa-me. Vai correr mal. Por exemplo, eu na Queima sabia perfeitamente: «paro, agora tenho que parar», para amanhã estar em condições, nas mínimas condições [risos]. Vá, nunca vomitei na Queima. Só vomitei três vezes na vida e uma delas foi por ter o estômago vazio, portanto mesmo que bebesse pouquinho ia correr mal. Pronto, sei lá, acho que com 20 anos nem estou muito mal. [risos] (20 anos, sexo masculino, estudante)
[Se a minha namorada bebesse álcool], sei lá, tentava desencorajar um bocadinho. Não sei, também depende da quantidade. Sei lá, se uma pessoa beber com moderação, se tiver noção… por exemplo, eu tenho noção, sei perfeitamente quando parar e quando não parar. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Nunca precisei de ajuda porque também soube parar. Quando sabia que estava a chegar ao nível de «aqui já vai dar asneira», parava, e bebia água ou alguma coisa para me hidratar. (24 anos, sexo feminina, trabalhadora-estudante)
Provavelmente há sempre um que vai exagerar mais, mas aí nós também tentamos controlar. É sempre chato… estamos num grupo de 5 ou de 4 e um está completamente bêbado, não consegue andar e depois queremos ir a um sítio e vamos cuidar dele, temos que levar para um táxi, pronto, e isso estraga também um bocadinho. Por isso é que temos de tentar sempre aquele limite que não estrague a noite. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Embora, em relação aos próprios, os enunciados analisados sejam fortemente marcados pela ideia de moderação, quanto às práticas dos jovens em geral os entrevistados tendem a considerar que o consumo de bebidas alcoólicas por parte da juventude portuguesa é muito elevado e difundido, sendo particularmente verdade para os mais jovens. Uma tendência que parece transversal aos entrevistados em geral é uma postura crítica em relação às gerações mais novas, devido aos seus comportamentos de cada vez maior risco, à precocidade dos consumos e a padrões de consumo mais nocivos – maiores quantidades, preferência por bebidas com maior teor alcoólico, etc. Assiste-se, portanto, a um duplo distanciamento entre «eles» e «nós»: não só, de uma forma geral, os entrevistados reconhecem em si formas de moderação que consideram não serem adotadas pelos pares (excessos), como tendem a achar que os mais novos adotam comportamentos criticáveis. Neste sentido, a tendência que emerge é a de achar que hoje em dia – os outros – se bebe cada vez mais e cada vez mais cedo.
Hoje acho que bebem mais, a maior parte deles bebe mais. Bebem vinho, cerveja, as bebidas brancas, o normal. Acho que há pessoas que bebem porque sim. Eu, por exemplo, vou a uma festa, se calhar bebo uma, quando bebo, e há pessoas que bebem à refeição ou quando vão beber um café. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Pessoas do secundário, agora até mais cedo estão a começar a consumir álcool, agora até pessoas do 8º ano já experimentaram. Quando eu no 8º ano nem nunca tinha pensado que iria começar a beber assim. (15 anos, sexo feminino, estudante)
É cada vez mais exagerado. Chega a ser ridículo. Por exemplo, não só na Queima, quando se vai sair, já cheguei a ver, tipo, miúdas e miúdos, de 13, 14 anos, esticados. (20anos, sexo masculino, estudante)
As gerações estão diferentes. E se calhar bebem ainda mais novos do que antes. Agora, assim muito mais do que isso, não sei. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Os jovens consomem muito, principalmente os mais novos. 16, 17, eles começam a beber muito cedo. Eles é logo bebidas brancas. Que é o que tem mais álcool, não é? É essa a noção que eu tenho. Não é que eu me dê muito com os jovens mas nota-se. Porque tem mais álcool, atua-lhes mais no sangue, sentem mais o efeito, riem-se mais e depois, lá está, depois o limite para, o limite não, a passagem para o coma alcoólico é
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muito rápida também, eles nem têm noção do que acontece. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Cada vez mais começam a beber mais cedo. Mesmo eu, eu sei que não sou muito velho, mas acho que já noto uma discrepância bastante alta. Estão a beber mais cedo, sim. Não só álcool, mas também tabaco. Em álcool, especialmente noto que com idades, com 13, 14 anos. Ainda por cima, por exemplo, com rapazes é mais fácil ver a diferença, com raparigas é mais difícil. Eu não sei se elas têm 14 ou se têm 16. Por vezes, uma pessoa está num bar e conhece alguém e «então que idade tens?» E ela diz «catorze». E uma pessoa fica «Uou!». Catorze não! Por fora não dá para perceber. Mas sim, noto que quem começa a sair à noite, começar a sair à noite é quase sinónimo de começar a beber. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Dentro dos jovens da minha idade, acho que as bebedeiras infelizmente tornaram-se um hábito comum. A gente vê muito por aí. Nunca assisti a nenhum amigo a entrar em coma, mas bebedeiras sim, já, de vomitar, se ri, chorar, isso sim, de coma alcoólico isso não. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Eu acho que eles [os mais novos] não controlam as bebedeiras. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Hoje em dia bebe-se muito [risos]. Mas fuma-se mais drogas, cannabis. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Eu acho que cada vez mais acontece que as pessoas estão a envolver-se com as bebidas, as drogas e essas coisas. Até as pessoas mais velhas hoje em dia. Todos os dias não podem passar sem aqueles copos de vinho. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que os jovens tomam muito álcool, e acaba por ser uma procura, um meio de encontrarem alguma coisa, de encontrarem algum poder ao mesmo tempo, de encontrarem um meio para se esquivarem, por exemplo, a algum sentimento, alguma frustração. Ainda por cima, o nosso país como está, nas condições em que está, acho que isso também pode ter alguma influência na procura de os jovens, e jovens adultos também, de tomarem álcool e procurarem se calhar, e agora falando de outras drogas, anfetaminas, e acho que isso acaba por, eu acho que sim, acho que há um consumo, agora se há mais ou há menos, concretamente isso não também não posso responder. (24 anos, sexo feminino, psicóloga estagiária)
Os jovens bebem muito. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Os jovens consomem muito álcool e antes da idade permitida. Consomem por más influências, influências externas, de amigos, pessoas mais velhas. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Os meus amigos, eu falo pelos meus amigos, bebem imenso! Mesmo imenso. Não sei, pensam que se vão divertir mais. E acabam por não se divertir. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Os jovens bebem em excesso. Dos meus amigos, alguns bebem, outros não. Por acaso costumo sair com o grupo que não costuma beber muito. Mas às vezes vamos sair com mais gente e bebem, bebem alguma coisa. (16 anos, sexo feminino, estudante)
Em geral talvez seja [o consumo de bebidas alcoólicas por parte dos jovens seja] um bocadinho excessivo, acho que sim. Vê-se muita gente na noite bêbada, e é assim todas as noites, aparece alguém sempre completamente alcoolizado. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Os menores bebem bebidas destiladas. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Hoje os jovens bebem mais, têm muito menos a noção da responsabilidade. Até em relação à família e à autoridade. É completamente diferente. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Hoje em dia os miúdos começam a beber muito cedo. Começam a descobrir muito cedo o que é que tudo é, e o álcool é uma dessas coisas, por isso acho que eles ao descobrirem vão sempre procurar consumir. (20 anos, sexo feminino, estudante)
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Mas hoje em dia eles vão até cair e eu não entendo porquê. Fartam-se de vomitar e ainda voltam a beber a seguir, é incrível [risos]. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que hoje em dia os jovens consomem mais. Exageradamente. Na minha opinião, sim. Lá está, é uma geração diferente agora, dos 14 aos 16, aos 18, são uma geração diferente. Acho que eles são mais rebeldes do que na nossa época. Sinto mais isso. Eu não fazia, eu olho para trás e vejo as pessoas e acho que não fazia aquilo na minha idade. Acho que é isso. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Hoje os jovens consomem mais, todo o tipo de bebidas. Eu vejo rapazes e até raparigas mais novas do que eu a vomitarem, estarem nas paredes a vomitar. Tem vindo a aumentar. Por exemplo, quando eu tinha a idade deles, nunca vomitei nem nada disso. Pelo menos eu, eu falo por mim. A solução é terem limites, terem cabeça, porque a maior parte das vezes que isso acontece bebem só para se armarem, para se integrarem ou para dizer aos amigos «estou aqui, posso beber o que quero e como quero», e isso é completamente ridículo, a meu ver. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Acho que hoje em dia muitos [jovens] bebem para se mostrar, começam por aí, mas normalmente bebem quando lhes apetece, pode haver uma festa, alguém faz anos ou, eu já vi miúdos a dizer «olha, vamos beber hoje, vamo-nos juntar todos e beber». (21 anos, sexo feminino, estudante)
Há sempre aquele que tem a mania que já está a ficar mais alegre e não é nada, vê-se bem que é fita, os outros estão normais e estão simplesmente a aproveitar o momento, não é nada de mais. (16 anos, sexo feminino, estudante)
O álcool é tendencialmente considerado perigoso e, por alguns entrevistados, até, uma droga. Curiosamente, são os jovens abstémios que têm um discurso que mais desvaloriza os perigos e riscos associados ao consumo de bebidas alcoólicas. Alguns jovens consideram o álcool mais nocivo do que outras substâncias psicoativas, nomeadamente a cannabis,enquanto outros têm uma opinião precisamente contrária.
Para os entrevistados, há diferentes perceções de risco consoante o tipo de bebida alcoólica, destacando-se, na sua opinião, as bebidas espirituosas como as mais perigosas, sobretudo para a saúde. No entanto, de acordo com alguns jovens entrevistados, as representações do álcool e a consciencialização dos riscos inerentes ao consumo e, sobretudo, ao abuso de bebidas alcoólicas não parece inibir estas práticas.
Talvez seja perigoso. (12 anos, sexo feminino, estudante)
Sei que é perigoso. Já vivi a experiência de muito perto. Não de mim mas de um familiar meu e por isso também não ligo e também não aconselho as pessoas a consumir. […] Para mim são todas perigosas mas óbvio que algumas têm uma taxa de álcool mais elevada do que outras. Mas para mim tudo o que é exagero é demasia. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
O álcool tem riscos para a saúde, claro que tem. Principalmente para o fígado. (18 anos, sexo masculino, estudante)
Beber álcool é perigoso. A nível de fígado, por exemplo. (20 anos, sexo feminino, estudante)
O álcool é perigoso, porque nós nos tornamos dependentes dele. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Não me dá saúde, não me faz bem, não contribui para a minha saúde, para o meu bem-estar e também não preciso do álcool. (21 anos, sexo feminino, estudante)
O álcool é perigoso, acho que sim. Para começar é, em termos, a longo prazo, dá cabo do fígado, não só. Não sei que influência tem sobre o estômago mas também não deve ser muito bom, imagino! Destrói células nervosas., também me disseram (não sei se é verdade, mas suponho que seja). Pá, não sei, não é aquela coisa que… não há nada de bom com o álcool, realmente. Em termos de saúde, não há nada bom, é só pontos negativos. (20 anos, sexo masculino, estudante)
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Eu acredito que o álcool é capaz de ser das drogas mais perigosas que existe, mais ainda do que drogas leves fumáveis. Sinceramente acho. Porque há uma lista de produtos consumíveis, que eu vi e li num livro, que dizia que a aspirina já matou 5.000 pessoas, que o álcool já matou 5.000 pessoas, que o tabaco já matou 6.000 pessoas e, vai-se a ver, a marijuana não matou ninguém! Por isso é que eu tenho a certeza que a marijuana, comparativamente com álcool, nada a ver. O álcool é muito mais destrutivo, tanto a nível do órgão do fígado, como a nível cerebral, não tem nada a ver. Claro que há modificações no cérebro quando se fuma marijuana e derivados. No entanto, as repercussões são mais visíveis no álcool. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Eu acho que beber álcool tem menos riscos do que fumar, tanto tabaco como outras drogas, ou assim. (16 anos, sexo feminino, estudante)
O álcool é mais perigoso do que outras substâncias. Do que a cannabis, sim, porque a cannabis é uma planta medicinal, que tem bué efeitos positivos para a saúde (risos), e o álcool não. O álcool também é uma droga e que vicia muito mais rapidamente do que a cannabis. O álcool deixa-te numa dependência física e psicológica. (19 anos, sexo masculino, estudante)
O álcool é uma droga como outras, só que é legalizado, acho que mata montes de pessoas no mundo porque as pessoas deviam ter consciências para o utilizar de forma correta e acho que é uma coisa a ter em conta na nossa sociedade é a forma como encaramos, encaramos de um ânimo tão leve o facto de ficarmos embriagados ou de o facto de haver crianças que consomem álcool, acho que isso não é bom. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Álcool é perigoso. Problemas, por exemplo, fígado, de coração também penso que sim, apesar de não estar muito dentro da área. Problemas de saúde, não concretamente, mas pode espoletar comportamentos mais agressivos, sei lá. (24 anos, sexo feminino, psicóloga estagiária)
O álcool tem obviamente riscos para a saúde. Problemas no estômago, fígado, não sei. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que tudo o que é moderadamente consumido não tem perigo. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Não acho que tenha mal. Se gostam, bebem. Às vezes, pronto, abusar uma vez por outra acho que não faz mal, mas abusar continuamente e várias vezes acho que pode tornar-se um problema. (18 anos, sexo masculino, estudante)
Bebidas espirituosas de vez em quando, mas também controlado; nunca abuso muito. Também sei mais ou menos quando é que tenho de parar. São mais arriscadas. (23 anos, sexo masculino, estudante)
A imagem que eu tenho do bêbado é degradante. É o degredo, é horrível, é, sei lá. É horrível, é nojento. Eu, por exemplo, quando acordo no dia a seguir, sinto-me nojento, sinto-me «blhec», não sei, não sei explicar. É a ressaca. Isso não me impede de voltar a beber [risos]. Volto a repetir, esqueço a ressaca. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Como último bloco temático, procurou-se também perceber que noções têm os entrevistados sobre a evolução dos consumos de bebidas alcoólicas no passado recente, e no último ano, em particular, desde que o Decreto-Lei nº50/2013, de 16 de abril, entrou em vigor. A questão de consumos futuros foi também abordada na maior parte das entrevistas. Destacam-se 3 ideias principais:
Os entrevistados tendem a achar que o consumo de bebidas alcoólicas por parte dos jovens tem vindo a aumentar, embora a opinião não seja unânime; mais partilhada é sim a ideia de que os jovens bebem cada vez mais cedo;
Em relação concretamente ao último ano, a perceção é ainda mais difusa e menos vincada;
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Também em relação à perspetiva de futuro, no que ao consumo de álcool diz respeito, as opiniões dividem-se, não sendo possível identificar uma tendência geral.
De uma forma geral, e como também ficou demonstrado atrás, alguns jovens entrevistados consideram que o consumo de bebidas alcoólicas por parte da juventude portuguesa tem vindo a aumentar. Outros acham que nem por isso. E tal é também verdade em relação ao último ano. No entanto, tal como aconteceu com a pergunta relativa às mudanças na aplicação da lei no último ano, também quando foram convidados a avaliar o consumo de uma forma retrospetiva e balizada (concretamente nos últimos 12 meses) alguns entrevistados revelaram não conseguir fazer essa avaliação, enquanto outros consideram não ter havido evolução.
De há dois anos, aumentou mesmo. Muito. E de idades, então!! Começam cada vez mais cedo. A sociedade anda assim. [risos] No 8º ano, 12 anos, 13 anos, já começam a beber a sério. Não é experimentar, é beber a sério mesmo. A sair à noite. Eu já vi pessoas, raparigas e rapazes, com 12, 13 anos, completamente tontos, a cair de bêbados na rua, ao pé de bares. (15 anos, sexo feminino, estudante)
[No último ano] acho que os jovens estão a beber mais. Penso que sim. Quando bebem, bebem mais quantidade. (18 anos, sexo masculino, estudante)
Penso que em geral sempre se bebeu o mesmo. Antes era mais tabu, mas agora toda a gente fala em beber sem problemas, beber é uma coisa que já está generalizada. Acho que como está mais generalizado, eles [os miúdos mais novos]começam a beber mais cedo. Isso é pior, se calhar, eles destroem os órgãos mais cedo [risos]. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Por acaso, não tenho muito essa perceção, como não tenho saído… (24 anos, sexo feminino, psicóloga estagiária)
Não noto muita diferença de há um ano atrás para agora. Não noto grandes diferenças. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Por fim, a maior parte dos entrevistados foi convidada a dar a sua opinião acerca de como imagina o seu consumo de bebidas alcoólicas no futuro. As opiniões dividiram-se. Alguns consideram que irão reduzir ou deixar de beber (porque terão mais responsabilidades e haverá menos espaço à diversão), enquanto outros acham que irão beber mais (porque terão mais disponibilidade financeira e, até, física). Há ainda aqueles, nomeadamente os jovens que bebem pouco ou nada, que consideram que no futuro manterão o mesmo padrão.
No entanto, pelo menos no plano dos discursos, este tema não parece revestir-se de grande importância simbólica ou identitária. As opiniões não parecem vincadas, sublinhando, mais uma vez, a moderação como plano a atingir idealmente.
Imagino-me a beber o mesmo, que é quase nada. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
O álcool, a mim, é uma coisa que não me diz muito, só bebo mesmo quando saio, praticamente. Daqui a dez anos será a mesma coisa. (20 anos, sexo feminino, estudante)
No futuro, imagino-me a consumir mais, porque vem a vida da universidade, é completamente diferente, vamo-nos tornar adultos, portanto vamos ter mais, a nossa vida financeira vai melhorar também, logo o que é um bom aperitivo para a gente beber mais, supostamente. Mas isso só acontece aos fins-de-semana, durante a semana não. Não vale a pena pôr o emprego em risco. (16 anos, sexo masculino, estudante)
No futuro, imagino-me a consumir mais álcool porque vou ter mais dinheiro disponível, definitivamente sim. Quanto mais dinheiro tiver, mais bebo. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Imagino-me a beber muito se calhar nalgumas noites e menos noutras, mas não faço isso um parâmetro psicológico, acho que isso é o pior que se pode fazer. Se calhar terei
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mais capacidade, mais dinheiro também, e não só, física não é?, estou em crescimento, também não faz muito bem que eu beba tanto, quando eu for mais velho o meu corpo aguenta mais. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Possivelmente posso vir a beber no futuro, não sei, acho que pode vir a acontecer, se eu passar a gostar. Mas não é uma coisa em que eu pense muito. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Eu acho que sim, ainda por cima vou entrar para a universidade. Mas espero bem nunca ficar naquele estado [risos]. Porque eu gosto, só que também tenho limites, sei parar. Eu acho que sim, vou continuar a beber. (15 anos, sexo feminino, estudante)
É assim, em termos de evoluir para beber, eu acho que com mais poder económico, gostaria de experimentar, em termos de vinho, vinhos melhores. E sim, frequentar sítios melhores mas não beber muito. Beber vinho por uma questão de sabor e gosto. Não vou estar a beber vinho constantemente de garrafas de 50 euros, não é? Espero ver-me a experimentar vinhos de melhor qualidade, quando tiver mais poder económico. Algo que não faria agora. Mas não me vejo a passar dos limites, nem nada disso. Acho que tende mais a estabilizar do que… ainda por cima, acho que quanto mais velhos, também menos saímos à noite. Não me vejo a ser alcoólico nem nada do género. Sinceramente. Talvez manter o mesmo padrão. Posso almoçar com outras pessoas, em vez de almoçar em casa e assim. Talvez aumentar um bocadinho, mas não mais do que, sei lá, que uma cerveja por dia ou assim; ou um copo de vinho por dia. Algo normal. Mas sim, talvez um bocadinho mais do que agora. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Hei-de experimentar, mas acho que não vou ser… beber bebidas alcoólicas todos os dia, ou algo do género. Em festas, refeições, não sei, como os meus pais. (13 anos, sexo masculino, estudante)
[No futuro imagino-me a beber álcool] acho que sim, não sei. (14 anos, sexo feminino, estudante)
No futuro imagino-me a consumir bebidas alcoólicas, sim. Não com muita frequência. (16 anos, sexo feminino, estudante)
No futuro imagino-me a beber bebidas alcoólicas. (24 anos, sexo feminino, estudante)
Tu vais chegar a um estado de coiso que não vais querer mais beber porque queres o teu dinheiro para ti, para outras coisas, roupa e tal. (15 anos, sexo feminino, estudante)
[No futuro] há que ter responsabilidade também para não estar sempre a beber, com a idade vamos… não é necessário ter dinheiro e gastar o dinheiro na bebida. (17 anos, sexo masculino, estudante)
[No futuro] espero estar mais calminho. Já ter um emprego, conseguir constituir uma vida e uma família. Ir beber uns copos na mesma, mas menos. Acalmar um bocado [...] Os meus irmãos acho que ainda não chegaram a essa idade. Para aí 24 anos… uma pessoa… antigamente, com 24 e assim, já estávamos todos casados; mas agora nestes tempos, 28, 29 é que começamos a casar. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Não vou beber nada. Eu não quero beber, não preciso. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Eu acho que não, não me imagino a consumir, pelo menos muitas vezes. Assim de vez em quando, quando vou sair, Ok. Se não, não me estou a imaginar. (16 anos, sexo feminino, estudante)
Não [me imagino a beber no futuro]. Se calhar, uma cervejinha ou outra, porque me sabe bem, lá está. Sabe-me bem, nada para ficar bêbado, nem nada por aí. Sei lá, o meu pai também bebe cerveja ao almoço e ao jantar. Não sempre, mas porque lhe sabe bem. Felizmente nunca vi o meu pai bêbado [risos]. (20 anos, sexo masculino, estudante)
No futuro imagino-me a beber muito pouco. Acho que, por acaso, as bebidas alcoólicas vão ter um espaço muito pouco importante (risos). Como eu só bebo nesses contextos de sair à noite, e com os amigos e assim, acho que se não tiver esses momentos vou consumir muito pouco, porque não gosto propriamente de consumir álcool. (20 anos, sexo feminino, estudante)
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Se eu for ciente das minhas responsabilidades, que não as posso falhar, por exemplo se eu tiver um carro e eu souber que vou conduzir não vou beber, se eu tiver filhos não vou aparecer num estado embriagado ao pé dos meus filhos. (17 anos, sexo masculino, estudante)
No futuro, o ideal seria os jovens beberem menos, mas lá está, isso depende de cada um e da cabeça que cada um tem, portanto não sei. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
Sinceramente, não faço a mínima. Não faço mesmo a mínima. (18 anos, sexo masculino, estudante)
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PARA REFLETIR
A partir da análise de conteúdo das entrevistas é possível destacar algumas ideias-chave e levantar algumas questões para reflexão.
Em primeiro lugar, de uma forma geral, os jovens entrevistados parecem desconhecer a lei que regula a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos. Têm apenas algumas noções (nomeadamente a idade mínima legal e as questões relacionadas com a condução), mas também não parecem muito interessados em saber mais ou que lhes seja facultada mais informação. De alguma forma, é como se a lei vigente não lhes dissesse respeito. E viu-se atrás como tendem a colocar todo o ónus da aquisição de bebidas alcoólicas em quem vende e não em quem compra.
Os jovens entrevistados parecem mais defensores, isso sim, de uma maior visibilidade nas ações de fiscalização e controlo, por forma a dificultar o acesso de menores às bebidas alcoólicas, algo que consideram ser hoje uma realidade generalizada. Nesse sentido, são favoráveis à implementação de medidas mais restritivas, sobretudo em relação aos menores de idade.
Uma boa parte dos entrevistados até testemunhou situações em que a venda de bebidas alcoólicas foi negada a menores de idade de acordo com a lei, e alguns passaram inclusivamente por essa situação. No entanto, tendem a valorizar muito mais as vezes em que conseguiam (ou conseguem, no caso de entrevistados com menos de 16 ou 18 anos) adquirir bebidas alcoólicas em determinados estabelecimentos comerciais, discursando acerca das estratégias mais frequentemente adotadas para contornar a lei.
A relação dos jovens com as bebidas alcoólicas parece ser essencialmente de carácter instrumental: o álcool potencia a diversão, desinibe ou ajuda a descontrair. Nesse sentido, as bebidas alcoólicas são um elemento mais em determinados contextos ou momentos de convivialidade e festa. E é, portanto, no primado da diversão que os consumos de álcool devem ser entendidos e pensados.
O consumo de álcool por parte dos jovens consiste essencialmente num fenómeno de grupo e é no plano coletivo que deve ser enquadrado.
Parece ser entendido pelos jovens como um processo de aprendizagem e socialização, em que as bebedeiras severas, indisposições e estados de coma ou pré-coma alcoólica são descritos como erros cometidos que funcionam como marcos que ajudam a traçar os limites próprios.
Embora o álcool até seja frequentemente associado a perigos e riscos, nomeadamente para a saúde, o discurso dos jovens assenta na relativização e numa clara diferenciação «eu» vs. «eles»: o consumo próprio tende a ser visto como algo pouco frequente, controlado e moderado, enquanto, pelo contrário, o consumo dos jovens em geral, em particular o dos jovens mais novos do que o entrevistado, tende a ser encarado pelo prisma contrário – o do excesso e abuso.
O álcool é também visto como uma substância que pode modificar o comportamento e facilitar a violência: estes jovens consideram que a violência associada ao consumo de álcool é algo comum, nomeadamente nos contextos de diversão noturna, mas mais uma vez na perspetiva de que acontece aos «outros».
Ou seja, a desvalorização dos riscos que o próprio pode correr é evidente nos discursos destes jovens.
Contrastando com isto, percebe-se que o perigo da associação entre álcool e condução parece bem interiorizado pela população em estudo. É certo que os efeitos nocivos de conduzir sob o efeito de álcool, em caso de acidente rodoviário, são imediatos e mais visíveis a curto
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prazo do que outras consequências nocivas, mas tal não justifica tudo: o perigo de conduzir depois de beber álcool está tão interiorizado pela população em estudo que parece pertencer já à esfera das mentalidades.
Em resumo, o consumo de bebidas alcoólicas por parte dos jovens entrevistados está fortemente associado a contextos festivos e de sociabilidade e deve, em conformidade, ser entendido como um fenómeno social, enquadrado em práticas de grupo, nomeadamente hábitos de lazer e diversão noturna. É frequentemente associado a perigos e riscos, mas o discurso assenta na relativização e numa clara diferenciação «eu» vs. «eles».
Neste sentido, importa dar particular enfoque às perceções de risco, motivações e pressões sociais e de pares, com vista a alterar atitudes e comportamentos de risco associados ao consumo de álcool.
Há que ir mais além do legislar…
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Consumos, atitudes e legislação integração de abordagens
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CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
A dimensão do consumo de bebidas alcoólicas
Praticamente todos os jovens que participaram na componente quantitativa (83%) ou na qualitativa (92%) já tomaram bebidas alcoólicas pelo menos uma vez na sua vida. De entre estes, a proporção de desistentes (jovens que já tomaram bebidas alcoólicas na vida mas não no último ano) é de uma forma geral baixa, pelo que a maioria dos jovens (aproximadamente 70%) tomou bebidas alcoólicas no último ano.
Por sua vez, metade (52%) dos jovens inquiridos (componente quantitativa) refere que a maioria ou todos os seus amigos tomam bebidas alcoólicas. 43% consideram que «o álcool está na moda». Também entre os jovens entrevistados (componente qualitativa) subsiste a ideia de que o consumo de bebidas alcoólicas é uma prática generalizada nos jovens portugueses, em que mesmo aqueles que não bebem, convivem com amigos que o fazem:
[Consumo bebidas alcoólica para] estar no convívio com os amigos; estamos todos lá, descontraídos, não sei. Os meus amigos bebem todos. (15 anos, sexo feminino, estudante)
É a tal coisa, toda a gente bebe, nós também, pronto. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Associado a este consumo de alguma forma generalizado, no discurso dos jovens entrevistados é revelada uma pressão de pares para a ingestão de bebidas alcoólicas, ainda que frequentemente alocada a outros:
Com os meus amigos é a mesma coisa, há uns que bebem menos, outros que bebem mais, mas mais ou menos toda a gente quando sai bebe assim um bocadinho, é um bocado generalizado na nossa cultura já que os adolescentes para se divertirem bebam. Tem que ver com a pressão dos pares também, muitos consomem mesmo para se divertir, é mesmo a pressão dos pares e acabam por não desfrutar das noites porque passam mal. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Eu acho que essa cena da pressão social está a ver-se muito é na nova geração, nos novos miúdos. Toda a gente tem que ser igual, toda a gente tem que fazer as mesmas coisas, para se enquadrar num grupo. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Bebo muito raramente. Dias de festa e quando sei que não vou conduzir. Quando alguém faz anos, aquele típico copo de champanhe para brindar, passagem de ano… Naquelas festas só para me integrar no grupo, só para uma pessoa não ficar de parte, às vezes bebo uma cerveja, mas é muito raramente. (20 anos, sexo masculino, estudante)
É o serem os meninos fixes do grupo, não querem ser postos de parte do grupo, acho que é assim. Tanto o fumar, também não é só beber. Eles também fumam porque fica bem, porque se os outros também fumam eles também têm que fumar. […] Até acho que quando eles crescerem vão olhar para trás e dizer «o que é que eu estive aqui a fazer?!», mas naquela altura para eles é importante. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Este consumo tende a ser mais generalizado em jovens de grupos etários mais avançados, sofrendo um particular incremento (para o dobro) na transição entre os 10-15 e os 16 anos e atingindo prevalências máximas nos jovens de 19-24 anos (93% tomaram bebidas alcoólicas no último ano).
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As bebidas mais consumidas
As bebidas alcoólicas ingeridas ao longo da vida e no âmbito do consumo recente (últimos 12 meses) por um maior número de jovens são as bebidas espirituosas (longo da vida: 72%; últimos 12 meses: 60%) e a cerveja (longo da vida: 77%; últimos 12 meses: 59%), segundo uma prevalência muito semelhante entre si em todas as idades/ grupos etários. Apenas nos jovens mais novos, de 10-15 anos, o consumo de cerveja (últimos 12 meses: 36%) é claramente mais comum que o de bebidas espirituosas (últimos 12 meses: 29%).
Contudo, considerando apenas os jovens que tomaram bebidas alcoólicas no último ano, a cerveja é a bebida tomada com maior frequência (42% tomam cerveja todas as semanas, para 21% relativamente às bebidas espirituosas, 16% relativamente ao vinho e 14% relativamente aos alcopops), superioridade que se mantém independentemente do grupo etário:
Bebo por festa, não bebo diariamente. Por exemplo, quando vou sair à noite ou isso sou capaz de beber um ou dois copos. Cerveja, bebida branca, é mais cerveja. Vinho às vezes, é mais nos jantares. Às refeições não. (16 anos, sexo masculino, estudante)
O que eu mais gosto é para aí cerveja, fresquinha. Quem é que recusa uma? De resto, pronto, por exemplo, bebidas brancas ou isso só bebo mesmo em festas. Também não sou muito de sair à noite. Só de vez em quando. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Por outro lado, a partir da componente qualitativa identifica-se a ideia de que o tipo de bebidas consumidas varia em parte com o género, com as raparigas a beberem tendencialmente bebidas espirituosas em misturas e, contrariamente aos rapazes, a evitarem a cerveja e o vinho.
O início do consumo de bebidas alcoólicas
As primeiras experiências de consumo de bebidas alcoólicas tendem a ocorrer antes dos 16 anos, particularmente entre os 13 e 15 anos (referido por 44% dos inquiridos), situação que é de alguma forma transversal ao tipo de bebida alcoólica.
Num segundo plano, as primeiras experiências com cerveja e vinho tendem a ser mais precoces, enquanto para as bebidas espirituosas tendem a ser mais tardias.
Também na componente qualitativa a idade mais apontada para o primeiro consumo são os 15 anos. Esta primeira experiência tende a ser com a cerveja, surgindo um pouco mais tarde a primeira experiência com bebidas espirituosas, normalmente sob a forma de shots e misturas com sumos ou outras bebidas.
Em qualquer caso, as primeiras experiências tendem a ocorrer numa fase em que não é ainda legalmente permitida a disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos ou abertos ao público24 as bebidas em causa:
A primeira bebida que bebi, sem ser cerveja, deve ter sido vodka, shots, quando era mais novo, porque havia mania de beber shots num bar no centro [de Faro], e era vodka nessa altura. Os miúdos costumavam ir para lá. Na altura tinha 14, 15 anos. O bar vendia a menores. (17 anos, sexo masculino, estudante)
A experimentação é motivada sobretudo pela curiosidade, pela vontade de «entrar na onda» e para potenciar a diversão, sendo vivenciada pelos jovens como um acontecimento natural, cuja ocorrência corresponde às expetativas do próprio e dos demais para a sua idade:
[A primeira vez que consumi bebidas alcoólicas] foi no ano passado, tinha 15 anos. Foi numa festa de anos, fomos sair à noite, fomos jantar e depois sair, e, não sei, estava
24 Para facilitar a leitura, utilizar-se-á por vezes a expressão adquirir/consumir bebidas alcoólicas para designar a disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos ou abertos ao público.
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toda a gente a beber, eu não bebi por obrigação nem porque alguém me disse «ah, se não beberes é isto ou aquilo». Não sei, foi numa de experimentar. Gostei, pronto, bebi mais, mas não exagerei nem nada [risos]. Foi vodka preta com sumo de laranja, foi qualquer coisa assim. E gostei, fiquei fã, normalmente é sempre isso que eu bebo [risos].(16 anos, sexo feminino, estudante)
Foi numa festa. Fomos a uma festa e eu experimentei, provei. Levou-me a experimentar, estávamos todos divertidos, estavam todos a beber e achei, pronto, que podia experimentar, que não tinha mal. (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
No plano do início do consumo, por vezes os jovens distinguem entre uma primeira experimentação precoce, normalmente em contexto familiar, e o início efetivo do consumo:
Tinha molhado os lábios aos 16 quando é aquela coisa: já fez anos, não ser um bocadinho lamechas. Mas bebidas, bebidas alcoólicas, foi aos 18. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Cerveja sempre bebia assim, com o meu pai ou às vezes davam-me para experimentar, quando era mais pequenino ou assim. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Com efeito, a ingestão de bebidas alcoólicas, designadamente na sua forma excessiva, está de alguma forma presente no contexto familiar, contexto este com um elevado potencial de influência de ideias e comportamentos nas crianças. De entre os jovens inquiridos que tomam bebidas alcoólicas, 38% referem que têm poucos familiares com quem costumam conviver que também tomam, 30% têm alguns e para 24% a maioria ou todos os familiares tomam bebidas alcoólicas. Por outro lado 58% declaram ter pelo menos um familiar que toma bebidas alcoólicas em excesso e 47% que se embriaga.
Ainda no quadro do início do consumo de bebidas alcoólicas, verificamos como a entrada na universidade e a participação na «vida académica» são, para alguns, promotores do início ou intensificação do consumo. Com efeito, no grupo etário dos 19-24 anos cerca de um quarto dos jovens mencionam o início da ingestão de vinho e bebidas espirituosas com esta idade. Esta ideia está também patente nos jovens entrevistados:
Comecei a beber quando entrei para a universidade, mas era só quando saía. (21 anos, sexo feminino, estudante)
[Passei a consumir] mais quando vim para a faculdade. É o próprio ambiente académico que nos leva a isso. Um bocadinho. As festas, a Queima das Fitas e essas coisas nos levam… Essas festas patrocinadas por marcas de cerveja. E, lá está, por muito que uma pessoa tente afastar-se, querer ser… dizer que não vai beber, há sempre a pressão dos amigos. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Uma parte importante dos jovens entrevistados revela que o primeiro consumo normalmente não é uma experiência totalmente positiva, decorrendo a apreciação da bebida alcoólica de um processo de persistência e aprendizagem:
A primeira vez soube um bocado mal e pensei em não beber mais mas depois ao longo do tempo fui bebendo mais, comecei a habituar-me ao sabor e agora já é uma coisa normal. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Quando se prova álcool, pelo menos uma criança que está habituada a beber só refrigerantes e sumos, não gosta do sabor. É a mesma coisa com café ou assim. Masdepois dos 15 sim, depois dos 15 já..., sempre aos bocadinhos, e já bebe mais e já gosta do sabor. (23 anos, sexo masculino, estudante)
O consumo de bebidas alcoólicas tende a iniciar-se em ambientes festivos, constituindo-se geralmente como uma experiência coletiva, podendo, neste sentido, ser entendido como uma prática social e de grupo:
Estava com os amigos e eles disseram «olha vamos beber uma cerveja», experimentamos todos e, pronto, foi a partir daí. (16 anos, sexo masculino, estudante)
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Os contextos de consumo de bebidas alcoólicas
A ingestão de bebidas alcoólicas encontra-se fortemente associada a contextos de sociabilidade e de lazer, nas saídas à noite e também durante o dia. Os locais em que os jovens que tomam bebidas alcoólicas adquirem mais frequentemente estas bebidas são os bares (68%) e as discotecas (59%), seguidos dos cafés e supermercados. Uma proporção importante menciona ainda a aquisição em casa ou na rua. Estes são os locais mais comuns independentemente da idade, notando-se contudo que nos mais jovens (10-15 anos) a aquisição na discoteca é bastante menos comum que no bar, sendo mesmo tão frequente como a aquisição no café, o que provavelmente decorre de quais são os locais mais frequentados pelos jovens:
Em casa, no café, quando estou com os meus amigos, quando vou para a esplanada também, combinamos um café, bebemos um café, bebemos uma imperial, nos jantares e em saídas à noite. Em casa, à frente dos meus pais, não há qualquer problema, mas com moderação, claro. (16 anos, sexo masculino, estudante)
Consumo esporadicamente, muito esporadicamente. Uma vez por outra. Em dias de festa. Estamos na festa e bebo uma por outra só, não exagero. Uma ou duas no máximo. Em festa de anos, quando vamos a um bar ou discoteca (20 anos, sexo feminino, auxiliar de educação de infância)
[Os meus amigos] em geral consomem bebidas alcoólicas. Costuma fazer parte da saída. (23 anos, sexo masculino, estudante)
O tipo de bebida alcoólica consumida parece variar em função do local, do ambiente e do próprio grupo de amigos. Assim, as bebidas espirituosas são tomadas sobretudo em contexto de diversão noturna, o vinho é tomado sobretudo em jantares e festas privadas, enquanto a ingestão de cerveja tende a ser mais transversal aos diversos contextos:
A cerveja é mais, a maior parte do pessoal da minha idade bebe mais cerveja, o vinho também, se calhar, algumas pessoas, mas as bebidas brancas é o forte, na noite principalmente. Bebidas brancas na noite, a cerveja e o vinho mais socialmente, em jantares, no café. (20 anos, sexo feminino, estudante)
A intensidade do consumo de bebidas alcoólicas
No que diz respeito à frequência com que as bebidas são tomadas, com exceção para a cerveja no grupo de jovens de 19-24 anos, na maior parte dos casos o consumo de cada tipo de bebida alcoólica é realizado menos do que 1 vez por semana.
Globalmente, a frequência de ingestão de cerveja e bebidas espirituosas ocorre sobretudo 1 a 3 vezes por mês (cerveja: 32%; bebidas espirituosas: 49%) e a de vinho e alcopops sobretudo menos de 1 vez por mês (vinho: 42%; alcopops: 48%).
Enquanto a frequência de ingestão de cerveja aumenta progressivamente em função da idade/grupo etário, sendo sempre a bebida ingerida com maior regularidade, para as restantes bebidas alcoólicas ocorrem algumas flutuações quanto a esta evolução. Em particular, destaca-se o particular aumento da frequência de ingestão de cada bebida alcoólica, em termos genéricos, entre, por um lado, os jovens de 10-15 anos e, por outro, os de 16 anos (que teriam 15-16 anos no ano a que reporta a informação). Contudo, são os consumidores recentes de 19-24 anos que bebem vinho, cerveja e bebidas espirituosas com maior frequência.
Por outro lado, a frequência de ingestão de bebidas parece depender do próprio calendário de acontecimentos sociais dos jovens:
Durante a semana isso não, não costumo beber. Quando saio, diria, vá, uma vez por semana, nem todas as semanas, quando há uma festa ou quando vou a um bar, ou assim, normalmente a minha bebida, não gosto muito de beber cerveja, a única bebida que bebo assim é whisky. Bebo para aí 75 cl, no máximo. (17 anos, sexo masculino, estudante)
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Agora, na época dos exames, não é frequente [os meus amigos beberem]. Mas princípio e meio do ano em que o stress dos exames é quase nulo, sim. Grande parte. (20anos, sexo masculino, estudante)
No que diz respeito à quantidade de bebidas alcoólicas ingeridas, constatamos que 59% dos jovens inquiridos já tomaram bebidas alcoólicas até ficarem «alegres (51% no último ano), 54% já fizeram consumos «binge» (45% no último ano) e 45% já se embriagaram (36% no último ano). Estas práticas são mais comuns à medida que se avança na idade/grupo etário (com maior expressão na transição entre os 10-15 e os 16 anos), não sendo de todo desprezáveis as suas prevalências entre os mais novos, de 10-15 anos (22% beberam até ficarem «alegres», 18% fizeram consumos «binge» e 16% embriagaram-se no último ano).
Mais de metade dos jovens que beberam até ficarem «alegres» ou de forma «binge», fizeram-no 1 ou mais vezes por mês, sobretudo 1 a 3 vezes (ficar «alegre»: 45%; «binge»: 41%). A embriaguez ocorre predominantemente menos de 1 vez por mês (57%).
É de notar que, nos jovens de 10-15 anos, 15% dos que beberam até ficarem «alegres» no último ano o fizeram semanalmente, o mesmo sucedendo relativamente a 14% quanto ao «binge» e 9% quanto à embriaguez. Verifica-se, na transição dos 10-15 para os 16/17 anos um particular incremento da frequência destas práticas, sendo nos consumidores recentes destas idades que é maior a sua frequência. Por outro lado, embora sejam dos consumidores recentes que mais frequentemente bebem até ficarem «alegres» e de forma «binge», os de 19-24 anos são os que menos se embriagam.
Por sua vez, os jovens entrevistados sublinham que o seu consumo de bebidas alcoólicas é moderado, no sentido em que é esporádico, não intensivo e realizado apenas em contextos sociais específicos:
Bebo álcool muito raramente. Eu não costumo sair muito à noite, que é quando normalmente as pessoas mais bebem álcool, por isso… (16 anos, sexo feminino, estudante)
Consumo, mas não é com muita regularidade. Vodka [risos]. Vodka de morango e coisas assim, vá. Coisas misturadas com sumo. Bebidas brancas, sempre com sumo. (24anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
A quantidade de bebidas ingeridas depende também do contexto e da agenda social dos jovens:
A quantidade varia em função do dia. Se for só para estar à tarde na esplanada, somos capazes de beber só duas imperiais, mas se for para fazer noitada essas duas imperiais desenvolvem-se para umas vinte, se for preciso [risos]. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Estes fazem uma distinção clara entre embriaguez ligeira (o que corresponderá ao que designamos na componente quantitativa como «beber até ficar alegre»), desejada por uns, e embriaguez severa (que corresponderá ao que designamos como «embriaguez» na componente quantitativa), indesejada por quase todos.
No seu discurso, está patente a ideia de que, com a experiência com bebidas alcoólicas, os jovens aprendem a beber de forma a atingirem o estado de «alegre» e a evitar o estado de embriaguez. A ingestão de bebidas alcoólicas parece ser por vezes um meio para os jovens se sentirem «alegres», descontraídos e desta forma se divertirem mais. Por outro lado, a embriaguez constitui um obstáculo à diversão:
[A embriaguez] não é algo que eu procure, é algo que, digamos, numa festa acho que até propicia um momento melhor. Por isso, não é algo que eu procure, mas é algo que nessas festas acaba por gerar um melhor ambiente, mas não em excesso. Em excesso acaba sempre por haver alguém que vomita ou que.. […] [O propósito] não é chegar aquele estado de não saber onde é que estou, não é? (17 anos, sexo masculino, estudante)
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Às vezes [fico embriagado], sim. Mas mais quentinho só do que propriamente embriagado bêbedo. Mais alegre do que ficar a cambalear. Vomitar é algo indesejável, é terrível. Uma forma de evitar isso é… [risos] recorrer a outras substâncias, a cannabis ajuda a muita coisa [mais risos]. (19 anos, sexo masculino, estudante)
Não exagero tanto como alguns. Uma coisa que tento não fazer é não exagerar quando não estou com pessoas em quem confio. Quando são pessoas, amigos em quem confio mais, se calhar abuso um bocadinho mais. Mas já conheço os meus limites e já sei que tipo de bebidas é que posso e não posso beber ou misturar. […] O ponto ideal acho que é ficar… para mim é o ponto mais da descontração. Em que já não estou tão sério, nem tão preocupado. Mas também não gosto de perder completamente o controlo. (23 anos, sexo masculino, estudante)
De forma coerente com o que constatamos na componente quantitativa, nos jovens entrevistados destaca-se a ideia de que a embriaguez é mais comum nos mais jovens, decorrendo, sobretudo, da inexperiência destes com bebidas alcoólicas e da sua maior dificuldade em tomar decisões:
Os jovens consomem muito, principalmente os mais novos. 16, 17, eles começam a beber muito cedo. Eles é logo bebidas brancas. Que é o que tem mais álcool, não é? É essa a noção que eu tenho. Não é que eu me dê muito com os jovens mas nota-se. Porque tem mais álcool, atua-lhes mais no sangue, sentem mais o efeito, riem-se mais e depois, lá está, depois o limite para, o limite não, a passagem para o coma alcoólico é muito rápida também, eles nem têm noção do que acontece. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Quando era mais novo não tinha tanta consciência, bebia shots, já fiquei num estado uma vez, a única vez que fiquei num estado assim pior foi uma vez que deixei-me dormir no meio da rua, mas foi a única vez que passei mal, tinha acabado de fazer 16 anos, ou tinha 16 anos há pouco tempo, bebi muito no bar e depois aquilo como tinha bebidas diferentes aquilo fez-me uma indigestão, vomitei montes de vezes, depois não aguentei mais e acabei por me deixar dormir. Depois acordei, fui para casa e fiquei melhor. E a partir daí nunca mais fiquei assim, nunca mais sequer tentei ficar assim. Isso é um marco, vá. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Os problemas associados ao consumo de bebidas alcoólicas
Na sequência da ingestão de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, 79% dos jovens inquiridos declararam que não sofreram diretamente nenhum de um conjunto de problemas exemplificados.
A referência à ocorrência recente de problemas tende a aumentar com a idade/grupo etário. De todo o modo, é de salientar que 12% dos jovens de 10-15 anos e 24% dos de 16 anos, em idades em que no ano anterior não era permitido adquirir/consumir bebidas alcoólicas em locais públicos, mencionam o envolvimento neste tipo de problemas.
Verifica-se uma tendência para assinalar sobretudo um problema que não os afeta diretamente, isto é, assistir a amigos a entrarem em coma alcoólico, mencionado por um quarto dos jovens inquiridos (26%) e por um terço dos consumidores recentes (34%). Em segundo lugar, o problema mais referido consiste no coma alcoólico sofrido pelo próprio, mencionado por 10% dos inquiridos.
Entre os jovens entrevistados, poucos mencionam também ter tido a experiência pessoal de um coma alcoólico, fazendo contudo referência a terem assistido a amigos nestas circunstâncias. À semelhança da embriaguez, os jovens entendem estes estados de coma ou pré-coma como acidentais, não desejados e decorrentes de decisões inapropriadas na ingestão das bebidas, fruto de uma inexperiência com estas:
Correu mal, bebi demasiado, já estava bêbedo e continuei a beber, sem parar, sem limites e fiquei em coma completamente. Adormeci completamente. Não foi preciso
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internamento, mas ajuda médica sim. [Os paramédicos] levaram-me para o meu quarto, despiram-me a camisola, puseram-me na banheira e molharam-me a cabeça com água fria. (16 anos, sexo masculino, estudante)
A maior parte dessas pessoas que vão de coma alcoólico para o hospital são essas pessoas mais novas. Não digo a maior parte, mas muitas sim. Porque são pessoas que, tipo, se calhar nunca experimentaram e porque são os amigos se calhar não se controlam, querem causar «ai e tal, sou fixe se beber», e bebem e exageram. Pronto, já conheço, tenho amigos meus que já, amigas e amigos meus que já foram em coma alcoólico para o hospital por causa disso. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Por sua vez, o recurso ao hospital é um problema mencionado por 3% dos jovens inquiridos (5% dos consumidores recentes), denotando, em comparação com as referências à ocorrência de coma alcoólico, que, em parte destes casos, não foram procurados serviços de urgência. Esta não é a convicção dos jovens entrevistados, pois têm a opinião de que o INEM é sempre chamado.
Por outro lado, entre estes é destacada a ideia da ajuda mútua entre amigos quando uma situação destas acontece, o que está em consonância com os dados da componente quantitativa, os quais determinam que perante estados de intoxicação alcoólica é mais comum ser contactado o/a namorado/a ou amigos/conhecidos (24,3%) e apenas raramente são contactados os pais (2,5%):
Já aconteceu assistir, já [risos]. Para ajudar, dei um estalo na cara, e mesmo assim não acordaram!! [risos] Fomos vários a dar estalos mas ninguém acordava. Pronto, passado um bocado lá acordaram sozinhos e se levantaram do chão, visto que já tinham caído. Numa situação tivemos que chamar o INEM, a outra foi menos grave e não foi preciso. Ela esteve duas horas sentada, acabou por vomitar e depois aquilo passou. A outra foi mais grave, até porque ela tinha estado a fumar o que não devia ao mesmo tempo que bebia. (16, anos, sexo feminino, estudante)
Na componente quantitativa, o problema que se destaca em segundo lugar, considerando os jovens que conduzem, é a condução em estado de embriaguez, referida por 10% dos jovens inquiridos (13% dos consumidores recentes), isto apesar do evidente consenso entre estes quanto ao risco de conduzir um pouco embriagado (78% concordam/concordam totalmente com esta afirmação). Esta ideia também se encontra particularmente vincada entre os jovens entrevistados.
As referências ao envolvimento em atos de violência ou em sexo desprotegido ocorrem por sua vez numa medida semelhante, na ordem dos 8% entre os inquiridos (respetivamente 10% e 12% nos consumidores recentes).
Nas entrevistas realizadas, o envolvimento em atos de violência na sequência da ingestão de bebidas alcoólicas é relacionado pelos jovens com o efeito que esta substância tem na modificação do comportamento, sendo mais provável em rapazes. São destacados como fatores potenciados desta violência a sedução e o ciúme:
Já não me lembro. Acho que tudo começou por causa de uma rapariga, não sei. E depois, como já tinham bebido os dois, começaram à luta. Já foi há algum tempo. Não foi preciso chamar as autoridades: os amigos intervieram e separaram-nos. (16 anos, sexo feminino, estudante)
Atitudes e perceções relativas ao consumo de bebidas alcoólicas
Como referido anteriormente, em ambas as componentes do estudo reúne-se entre os jovens um consenso relativo ao risco de conduzir um pouco embriagado:
É um perigo beber álcool e depois conduzir. (14 anos, sexo feminino, estudante)
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A condução junto ao álcool acho que é a coisa mais estúpida que alguém pode fazer. Eu nunca, nunca, nunca, conduzo quando bebo. Nunca. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Num segundo plano, aproximadamente metade dos jovens concordam/concordam totalmente com a ideia de que o álcool é uma droga (55%) e de que o consumo de álcool é menos prejudicial que o de ecstasy ou anfetaminas (51%).
Por outro lado, reúne-se um consenso quanto ao desacordo (discordo/discordo totalmente) face à ideia de que o consumo de bebidas alcoólicas, em pequenas quantidades e de vez em quando, não faz mal às grávidas (70%) ou às crianças (69%). Já no que diz respeito aos adolescentes, apenas 37% têm esta opinião.
Quanto ao discurso dos jovens entrevistados, ressalta a ideia de que o álcool é uma substância perigosa, que acarreta riscos, sobretudo ao nível da saúde, podendo causar dependência. Identificam as bebidas espirituosas como mais perigosas em virtude de terem um maior teor alcoólico, Contudo, tendem a assumir que a sua relação com o álcool é de respeito e que têm um consumo moderado, ao contrário dos «jovens em geral», cujo consumo se pauta pelo excesso e pelo risco, sobretudo entre os mais novos:
O álcool é perigoso, porque nós nos tornamos dependentes dele. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Beber álcool é perigoso. A nível de fígado, por exemplo. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Acho que a sociedade de hoje em dia… cada vez vemos mais jovens a exagerar nas bebidas alcoólicas mas há que ter um certo limite e que temos que respeitar primeiro a nós e depois os outros para evitar desacatos. Podemos divertir-nos sem apanhar grandes bebedeiras. (16 anos, sexo masculino, estudante)
É cada vez mais exagerado. Chega a ser ridículo. Por exemplo, não só na Queima, quando se vai sair, já cheguei a ver, tipo, miúdas e miúdos, de 13, 14 anos, esticados. (20anos, sexo masculino, estudante)
O álcool é perigoso, acho que sim. Para começar é, em termos, a longo prazo, dá cabo do fígado, não só. Não sei que influência tem sobre o estômago mas também não deve ser muito bom, imagino! Destrói células nervosas., também me disseram (não sei se é verdade, mas suponho que seja). Pá, não sei, não é aquela coisa que… não há nada de bom com o álcool, realmente. Em termos de saúde, não há nada bom, é só pontos negativos. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Para além de, na componente qualitativa, ser reconhecido o potencial de desenvolvimento de dependência alcoólica, na quantitativa verifica-se que os jovens assumem que o tratamento desta dependência não é fácil: aproximadamente metade dos jovens discordam/discordam totalmente com a ideia de que o tratamento do alcoolismo é fácil (55%), em consonância com o seu desacordo de que basta ter força de vontade para deixar de ser alcoólico (46%).
O aspeto relativamente ao qual os jovens inquiridos aparentam ter uma posição menos definida tem que ver com a apreciação quanto ao grau de nocividade do consumo de bebidas alcoólicas relativamente ao tabaco (42% não concordam nem discordam). Em segundo lugar, no plano da indecisão destaca-se a mesma comparação, relativamente ao haxixe/charros (32% não concordam nem discordam). Por sua vez, nas entrevistas, as opiniões divergiram quanto a este tema:
Eu acho que beber álcool tem menos riscos do que fumar, tanto tabaco como outras drogas, ou assim. (16 anos, sexo feminino, estudante)
O álcool é mais perigoso do que outras substâncias. Do que a cannabis, sim, porque a cannabis é uma planta medicinal, que tem bué efeitos positivos para a saúde (risos), e o álcool não. O álcool também é uma droga e que vicia muito mais rapidamente do que a cannabis. O álcool deixa-te numa dependência física e psicológica. (19 anos, sexo masculino, estudante)
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ALTERAÇÕES NO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
Alterações na frequência de consumo de bebidas alcoólicas
Tendo em conta os inquiridos que consumiram bebidas alcoólicas no último ano, globalmente, as proporções que declaram que a sua frequência de consumo de bebidas alcoólicas ou de certos padrões mais nocivos diminuíram neste período em comparação com igual período anterior situam-se entre 9% e 14%.
Com exceção para a cerveja, cuja evolução mais frequente consistiu no aumento de vezes em que esta foi ingerida (ainda que com uma diferença percentual muito reduzida em comparação com os jovens que referem a sua manutenção), observa-se uma tendência para a manutenção da frequência de ingestão de bebidas alcoólicas entre os anos precedente e subsequente à alteração legislativa.
Por sua vez, no total de jovens inquiridos, é mais frequente a referência à manutenção da regularidade dos consumos mais nocivos.
Efetuando uma comparação entre idades/grupos etários, constatamos que, para todas as idades/grupos etários e tipos de bebidas alcoólicas, a proporção de jovens que refere que a sua frequência de consumo no último ano foi inferior à do ano anterior é sempre menor que as relativas à manutenção ou aumento desta, sucedendo o mesmo relativamente aos três padrões de consumo nocivo analisados (com exceção para os jovens de 19-24 anos). De destacar ainda que, em comparação com os mais velhos (19-24 anos) os adolescentes (de 10-15 anos25,seguidos dos de 16/17 anos tendem a mencionar em maior medida o aumento da frequência de ingestão de bebidas alcoólicas e de consumos nocivos.
Também na componente qualitativa, os jovens tendem a ter a opinião de que o consumo de bebidas alcoólicas pelos jovens, no ano precedente se manteve ou aumentou:
[No último ano] acho que os jovens estão a beber mais. Penso que sim. Quando bebem, bebem mais quantidade. (18 anos, sexo masculino, estudante)
Não noto muita diferença de há um ano atrás para agora. Não noto grandes diferenças. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Razões para as alterações na frequência de consumo de bebidas alcoólicas
Considerando os jovens inquiridos globalmente, de uma forma geral e independentemente do tipo de bebida alcoólica ou padrão de consumo nocivo, as razões que se destacam, quer para o aumento da frequência como para a sua diminuição, têm que ver com alterações no estilo de vida (saídas à noite, percurso profissional/académico). Este argumento é apontado por aproximadamente metade dos jovens.
Em segundo lugar, as mais mencionadas, quer para o aumento como para a diminuição da frequência de consumo são as económicas (mencionadas por 9% a 15% dos jovens quanto ao aumento da frequência e por 11% a 14% para a sua diminuição, consoante o tipo de bebida alcoólica e padrão de consumo nocivo). Com efeito, tendo em conta os relatos dos jovens entrevistados, o preço das bebidas alcoólicas é um aspeto merecedor da sua atenção e que tem inclusivamente implicações na seleção das bebidas e dos locais para a sua aquisição:
[Os jovens bebem] cerveja e o vinho, porque também é mais barato (19 anos, sexo masculino, estudante)
Se for jantares, normalmente como é mais barato uma beca do que andarmos aí a comprar litrosas, opta-se sempre pelo vinho. (16 anos, sexo masculino, estudante)
25 A propósito deste dado importa ter em consideração a prevalência destas práticas nos últimos 12 meses).
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Às vezes, antes de sair, compro whisky no supermercado, que é mais barato. Ou então compro dentro do bar. (17 anos, sexo masculino, estudante)
As razões relativas à acessibilidade de bebidas alcoólicas (locais onde se pode consumir ou adquirir), particularmente relevantes no domínio deste estudo, são mencionadas por menos de 10% dos jovens, quer para o aumento da frequência como para a sua diminuição, tratando-se de um argumento mais comum para justificar o aumento da frequência do que para a sua diminuição. Entre os jovens entrevistados vigora também a opinião de que o acesso a bebidas alcoólicas é fácil e que não tem sofrido alterações:
É facílimo, facílimo. Sempre foi fácil. E continua a ser. Sei lá, por mais que as pessoas queiram, cometem [sic] as leis, depois as pessoas querem é vender, não cumprem. Tirando os hipermercados, que se não vendem a um, vendem a outro, sei lá, se uma pessoa for a uma mercearia e quiser comprar uma garrafa de qualquer coisa nunca vão perguntar a idade, eles querem é vender. É verdade, o acesso é muito fácil. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Os motivos de saúde são também referidos apenas marginalmente (independentemente da evolução da frequência), no máximo por 8% dos jovens. Por sua vez, as razões familiares são mencionadas também no máximo por 8% dos jovens (independentemente da evolução da frequência).
De notar que, enquanto o argumento das alterações do estilo de vida é o principal para todas as idades/grupos etários, os restantes sofrem algumas variações quanto à sua priorização em função destes.
Alterações nos problemas associados ao consumo de bebidas alcoólicas
Tendo em consideração os jovens que tiveram cada problema nos últimos 12 meses, as suas declarações vão no sentido de que, em comparação com o ano anterior, as situações de sexo desprotegido depois de tomar bebidas alcoólicas e as de coma alcoólico aumentaram, enquanto as de assistir a amigos a entrarem em coma alcoólico, a par do recurso a serviços de urgência depois de ter tomado bebidas alcoólicas, diminuíram.
A LEI
Os locais de aquisição de bebidas alcoólicas
A partir da experiência dos jovens inquiridos que tomaram bebidas alcoólicas no último ano, os locais onde estes mais frequentemente adquirem bebidas alcoólicas são os bares (68%) e discotecas (59%), seguidos dos cafés (43%), supermercados (39%), em casa (35%), em festivais (35%), em festas privadas (33%), na rua (31%), em restaurantes (31%) e, apenas marginalmente, em postos de abastecimento de combustível (13%) ou roulottes (10%).
Também os jovens inquiridos sem permissão para adquirirem ou consumirem bebidas alcoólicas em locais públicos, referem aquisições nestes mesmos locais, embora com uma prevalência um pouco inferior e, no caso dos jovens de 10-15 anos, com um maior destaque da aquisição em bares (54%) relativamente à aquisição em discotecas (33%).
Também na componente qualitativa se destaca a aquisição em bares, sendo por sua vez a aquisição em supermercados justificada pelo menor preço das bebidas alcoólicas. A este nível alguns jovens relatam ainda o recurso a certas mercearias e estabelecimentos afins para obtenção de bebidas a menor custo e em horários mais tardios. Assim, alguns jovens adquirem primeiro estas bebidas nestes estabelecimentos e bebem antes de irem para os bares ou discotecas, onde entram já «alegres». Uma vez no interior destes, bebem em menor quantidade
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em virtude de considerarem as bebidas caras. Em alternativa, podem também adquirir em supermercados e fazer a festa em casa:
Eu tenho amigos que levam garrafas, ou já misturas com sangria que se compram nos supermercados, ou cervejas, mas a maior parte é mesmos nos bares que eles compram. (15 anos, sexo feminino, estudante)
Lá está, quando vamos jantar fora, [adquiro] no próprio restaurante. Ou então, se for em casa de amigos, compramos no supermercado e bebemos em casa. Sempre no contexto de amigos. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
Há várias hipóteses, isso depende também do grupo com que se saia. Há grupos que se calhar alinham mais em ir para uma discoteca e gastarem lá, gastam muito mais dinheiro, claro, e se calhar não apanham a tal bebedeira tão depressa, porque é muito mais caro. No supermercado, compra-se muito mais barato, a quantidade é maior tendo em conta a comparação com a discoteca, e é diferente, não é. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
[Os jovens] programam, programam, compram as bebidas antes para ficar mais barato, já ficam bêbados antes de ir sair, isso é claramente. Nos supermercados fica mais barato, fica-lhes muito mais barato. Antes de eles irem para a noite eles já estão alegres. Depois na noite complementam mais um bocadinho e pronto [risos]. (24 anos, sexo feminino, técnica administrativa)
É assim, aqui em Lisboa há duas possibilidades: no Bairro Alto não há só os bares, mas também há aquelas lojas que estão abertas até mais tarde. Mercearias e indianos. Eu acho que é ilegal aquilo. Estão abertos até mais tarde e vendem de litro e são mais baratas. Até mais tarde, eu penso que no Bairro Alto não podem estar abertos até depois das dez e meia, onze. Por vezes estão até às duas, três da manhã. Até o Bairro fechar. Esse comércio está a afetar os bares. Já comprei em sítios desses. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Por outro lado, considerando o fator preço, são mencionadas algumas estratégias dos estabelecimentos comerciais para a captação de clientes:
[No último ano] tenho assistido [a promoções]. Especialmente nas «happy hours». Antes, uma «happy hour» era um motivo para toda a gente ir a um mesmo bar, durante essa hora. Hoje em dia, por exemplo no Bairro Alto, tem a Rua XXX, (…), só há três bares e esses três bares têm «happy hour» durante a noite toda. Mudou este ano, sim. Como as pessoas também estão mais reticentes, com a crise não querem gastar tanto dinheiro, estão a promover mais que as pessoas bebam mais. Uma pessoa embriagada não vê quanto gasta. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Conhecimento da lei
Questionados sobre a ocorrência de alguma alteração legislativa no domínio da lei sobre a disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas, nos 2 anos precedentes à data da inquirição, a maior parte (64%) dos jovens respondeu afirmativamente. Os grupos etários que demonstraram ter um maior conhecimento quanto à ocorrência desta alteração são o de 16-18 anos (46%), seguido do de 19-24 anos (40%). Globalmente e para todos os grupos etários, os consumidores recentes afirmam em maior medida terem conhecimento da ocorrência desta alteração.
Nas entrevistas realizadas, os jovens denotaram também uma certa noção de que a lei havia sofrido alterações, independentemente da sua opinião sobre estas estar ou não correta:
Houve aquela [alteração legislativa] que era de aumentar dos 16 para os 18. E baixar o teor de [álcool no sangue], por causa dos profissionais [de condução]. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Sabia que já tinha havido uma alteração na idade para trás e, agora, tinha voltado outra vez para a frente. (23 anos, sexo masculino, estudante)
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No inquérito, verificou-se por sua vez que os jovens têm um elevado desconhecimento quanto a alguns aspetos que são parte integrante da alteração legislativa. Assim, 74% dos jovens inquiridos revelaram desconhecer ou ter a ideia errada quanto à permissão de venda de bebidas alcoólicas em postos de abastecimento de combustível fora das localidades e da autoestrada e 82% revelaram desconhecer ou ter a ideia errada sobre a existência de horários específicos em que é proibida a venda de bebidas alcoólicas. Por sua vez, relativamente à idade mínima legal para consumir ou comprar bebidas alcoólicas em locais públicos, cerca de metade dos inquiridos demonstrou saber a idade correta para a cerveja e bebidas espirituosas, sendo maior a dificuldade relativamente ao vinho. Os jovens parecem ter interiorizado que os 16 anos e os 18 anos são idades de referência, fazendo contudo alguma confusão relativamente ao tipo de bebida alcoólica a que cada uma se aplica. Esta está também patente no discurso dos jovens entrevistados:
Acho que é 18 anos, acho eu, agora, não? 16? Ou é 16 e 18? Não me vem nada à cabeça, não sei. (16 anos, sexo feminino, estudante)
Venda aos 18, consumo é aos 16. Todas as substâncias, incluindo o tabaco (19 anos, sexo masculino, estudante)
Apesar deste elevado nível de desconhecimento, os jovens entrevistados demonstraram-se algo ambivalentes sobre a utilidade de informação adicional:
Acho que era uma coisa boa haver mais informação sobre a lei, acho que era producente, era bom para toda a gente. Não digo um controlo, mas sim uma informação, acho que isso é que é importante. (17 anos, sexo masculino, estudante)
Mais informação, é assim, os jovens hoje em dia têm muita informação e eles conseguem perceber onde está o bem e onde está o mal, eles sabem que só a partir de x idade podem consumir, é que são livres de comprar bebidas, mas eles não ligam a nada, logo acho que, pronto, podia haver mais chamada de atenção por parte dos supermercados mas eles querem vender, eles querem fazer o negócio deles. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Perceções sobre a aplicação da lei
Na componente qualitativa ressalta uma impressão generalizada de que a lei não é cumprida nem pelos jovens nem pelos estabelecimentos comerciais:
Essa lei ainda não está em vigor em muito lugar, porque não é aplicada. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Sei algumas coimas que são aplicadas, mas, de resto, não. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Em geral os jovens não cumprem a lei. Acho que não. Penso que não. (18 anos, sexo masculino, estudante)
Depois da meia-noite, sim. Já comprei. Agora um problema também no Bairro é que aquilo são garrafas de vidro e não é permitido ter garrafas de vidro no Bairro Alto. Pelo menos no chão é mesmo… Não há assim muito controlo, não há assim tanta polícia quanto isso. E, quando há, ou escondemos ou assim. Mas também não é assim tão habitual. Por vezes, como nós já… Raramente caímos no erro de não comprar antes das coisas fecharem. Organizamo-nos bem. Ainda por cima os supermercados estão constantemente abertos, por isso raramente nos aconteceu isso. Mesmo nessas lojas é mais caro do que no supermercado. Mas continua a ser competitivo em relação aos bares. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Por outro lado, verificou-se que os jovens inquiridos têm maioritariamente a perceção de que é provável existirem consequências para os vendedores que não cumprem a lei (69% consideram provável/muito provável), não estando contudo tão certos quanto às
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consequências para o comprador (49% consideram provável/muito provável), incerteza que aumenta no grupo dos consumidores recentes (42% consideram provável/muito provável).
Práticas de controlo da parte dos estabelecimentos comerciais
Perto de metade dos jovens inquiridos experienciaram, no último ano, práticas de controlo quanto à disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas, a saber, a recusa de venda ou confiscação da bebida alcoólica, a inquirição sobre a idade e a solicitação de cartão de identificação. Estas experiências de controlo são mais frequentes nos jovens de 16 anos, seguidos dos de 17 anos. De notar que são também os consumidores recentes desta idade que declaram maiores frequências de consumos nocivos no último ano.
Os contextos em que estas práticas são mais mencionadas são os bares, que são simultaneamente os locais mais frequentados para aquisição de bebidas alcoólicas. Contudo, analisando as experiências dos jovens quanto a cada prática de controlo dentro dos subgrupos que adquiriram bebidas alcoólicas em cada estabelecimento comercial, verificamos que a proporção que teve a experiência de controlo se mantém como mais elevada relativamente aos bares. Por outro lado, embora as discotecas sejam o segundo local mais frequente de aquisição de bebidas alcoólicas, são os cafés e supermercados que se destacam em segundo lugar quanto à experiência de práticas de controlo.
A este propósito, nas entrevistas, os jovens destacam um défice nas práticas de controlo da idade dos clientes para a venda de bebidas alcoólicas, sendo uma prática aparentemente comum a identificação da idade pelo aspeto do jovem:
Eu acho que é ilegal supostamente, mas acho que sim, que compram nos bares, sim. Não creio que haja muito controlo em relação a isso. Não, nem muito cuidado. Nunca ninguém me pediu a identificação. Mesmo antes [quando era menor de idade],também nunca ninguém me pediu, para poder comprar álcool. Por isso, a nível de controlo nunca… só se for mesmo um caso de um miúdo que tenha 16 ou 18 e que pareça que tem muito menos. De resto, nunca vi. (23 anos, sexo masculino, estudante)
Somos todos mais altos, uns já têm barba, outros não. Mas parecemos todos mais velhos. Facilita e bastante. Para entrar nas discotecas também, e muitas outras coisas. Por exemplo, comprar tabaco, já facilita ter um ar mais velho. (16 anos, sexo masculino, estudante)
A sua opinião difere quantos aos estabelecimentos comerciais que exercem um menor controlo sobre a idade, parecendo existir um maior consenso em como este é mais apertado nos postos de abastecimento de combustível:
[Os amigos adquirem bebidas alcoólicas em] bares, sítios onde não pedem bilhete de identidade. Nos supermercados pedem, eles evitam ir lá. É fácil comprar, nalguns sítios é. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Sim, assisto [a menores a comprar bebida alcoólicas]. Em supermercados vejo às vezes eles saírem de lá, isso é normal. Em bombas de gasolina, isso não, acho que não vendem. Tanto ao nível de álcool como de tabaco, nessas coisas eles são mais restritivos porque aquilo é mais controlado, a polícia passa sempre ali. (17 anos, sexo masculino, estudante)
A lei não é cumprida nas discotecas nem nos bares. Se um menor entra numa discoteca, à partida quando chega ao balcão vão-lhe vender. À partida não, de certeza. A questão é entrarem, e hoje em dia é fácil. (20 anos, sexo feminino, estudante)
Por sua vez, os jovens fazem referência a mecanismos para contornar a lei e acederem a bebidas alcoólicas mesmo não tendo a idade em que tal é legalmente permitido. O principal mecanismo apontado consiste no recurso a amigos mais velhos para fazerem esta aquisição.
Por outro lado, os jovens parecem conhecer quais são os estabelecimentos na sua localidade onde é menos provável serem interpelados a propósito da sua idade, deslocando-se
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a estes para a aquisição das bebidas. Finalmente, é de notar que um dos mecanismos apontados tem que ver com o recurso à aquisição que não envolve profissionais, isto é, através da utilização das caixas automáticas dos supermercados:
Os miúdos, menores, costumam adquirir bebidas alcoólicas no café X. Em todo o lado, em bares, ya em todo o lado, supermercados. (14 anos, sexo feminino, estudante)
Onde é mais fácil os menores terem acesso é no supermercado. Para já, vão passar na fila, a rapariga não vai reparar ou acho que não vai pedir nada e também tem aquelas máquinas automáticas. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Aquela lei do só se pode dar vodka a maiores de 18 anos… depois as pessoas encontram uma forma de contradizer a lei. Pedem a algum adulto para ir comprar, alguém mais velho para ir comprar. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Então, eu sempre tive amigos mais velhos, ou seja, era fácil, era só dizer-lhes «tens aqui dinheiro da minha parte, vocês vão ali ao supermercado comprar e vamos para casa de alguém». (19 anos, sexo masculino, estudante)
Alterações na dificuldade de aquisição de bebidas alcoólicas
Considerando os dois anos em comparação (precedente e subsequente à alteração legislativa), a grande maioria dos jovens inquiridos é da opinião de que não ocorreram alterações na dificuldade de acesso a bebidas alcoólicas, independentemente do tipo de bebida (mais de 70% consideram que não houve alterações na dificuldade de aquisição de cerveja, vinho ou espirituosas).
Em particular, os jovens de 16 anos são os que mais mencionam um aumento da facilidade de acesso, independentemente do tipo de bebida alcoólica (24% a 29% consideram que se tornou mais fácil, consoante a bebida alcoólica). É possível que tal perceção decorra do facto de, à data da inquirição, estes jovens já terem permissão para aquisição de bebidas não espirituosas. Note-se no entanto como estes jovens não fazem uma diferenciação entre tipo de bebidas quanto às alterações na dificuldade de aquisição. É de salientar como são os jovens que mais referem um aumento da facilidade de acesso os que, por sua vez, seja numa perspetiva transversal (em comparação com outras idades/grupos etários) como longitudinal (pela avaliação retrospetiva da evolução da sua frequência de consumo no último ano em comparação com o ano anterior) mais referem um aumento da frequência de ingestão de bebidas alcoólicas e consumos nocivos.
Por sua vez, entre os jovens entrevistados destaca-se a ideia de que, no último ano, não ocorreram alterações significativas na facilidade de acesso a bebidas alcoólicas. Quando convidados a refletir sobre este tema, tendem de novo a reforçar a facilidade generalizada do acesso a bebidas alcoólicas, nomeadamente para os jovens sem permissão para tal:
Por acaso, não notei assim grande diferença. Desde que me lembro, quase sempre consegui [comprar bebidas alcoólicas]. Portanto, não notei grande diferença. […] Já comprei cerveja, já comprei isso [bebidas espirituosas]. Já! (16 anos, sexo masculino, estudante)
De há um ano para cá, não senti diferença nenhuma. Nunca me barraram acesso, nunca vi. Continua igual. Já há algum tempo que eu consumo álcool e nunca vi ninguém a comentar sequer nada sobre isso. Não estou a ver. (24 anos, sexo feminino, trabalhadora-estudante)
Atitudes face a medidas restritivas do consumo de bebidas alcoólicas
Face a um conjunto de medidas restritivas do acesso/consumo de bebidas alcoólicas, algumas previstas por lei, outras hipotéticas, verificou-se que os jovens são favoráveis, por um lado, à diferenciação da idade por tipo de bebida alcoólica (57% totalmente a favor/favor) ou mesmo a uma medida mais restritiva de passagem da idade mínima de todas as bebidas para
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os 18 anos (54% totalmente a favor/favor). Os mais jovens (10-15 anos) são, em comparação, mais favoráveis à primeira medida, enquanto os mais velhos (19-24 anos) são mais favoráveis à segunda.
Os jovens inquiridos são também a favor da diminuição do grau de alcoolémia permitido (0,5 para 0,2g/l) a condutores com carta de condução há menos de 3 anos (57% totalmente a favor/favor), a condutores profissionais (57% totalmente a favor/favor) e condutores em geral (54% totalmente a favor/favor) e da medida de proibição de venda de bebidas alcoólicas nos locais de trabalho (56% totalmente a favor/favor).
Por outro lado, tendem a ser desfavoráveis à proibição da indústria do álcool de promover ou patrocinar a realização de concertos e/ou festivais de música (46% contra/totalmente contra; 33% sem opinião) ou eventos desportivos (38% contra/totalmente contra; 33% sem opinião) e ao aumento do imposto sobre as bebidas alcoólicas (42% contra/totalmente contra; 29% sem opinião). Neste âmbito, destacamos o grupo de 10-15 anos como uma exceção quanto a esta atitude particularmente desfavorável a estas medidas em concreto.
Por sua vez, os jovens entrevistados são sobretudo favoráveis a medidas mais restritivas genericamente ou quanto à idade mínima legal, surgindo no seu discurso algumas críticas à diferenciação por tipo de bebida. Por outro lado, aparentam ser adeptos de um maior controlo e fiscalização da aplicação, nomeadamente pelos pais:
Devia haver mais medidas assim implementadas, mais rigorosas, e haver mais autoridades a controlar a saída dos estabelecimentos, ou até os estabelecimentos. (20 anos, sexo masculino, estudante)
Acho que deve vir dos 16 e subir também para os 18. Pronto, só se pode conduzir a partir dos 18, só tem responsabilidade para conduzir a partir dos 18, acho que também só devem ter responsabilidade para beber a partir dos 18 anos. (18 anos, sexo masculino, estudante)
Devia haver mais fiscalização porque hoje em dia os jovens estão a entrar nessa fase de beber e de sair miúdas de 14 anos e de 13 que entram nas discotecas. Devia haver mais fiscalização e também cuidado por parte dos pais, porque cada vez mais está a agravar. São muitos a ir por esse caminho. (21 anos, sexo feminino, estudante)
Para mim não faz sentido. Porque, muito sinceramente, se alguém quer ficar alcoolizado facilmente fica com vinho. Cerveja é mais complicado mas com vinho fica facilmente. Eu acho que eles deviam marcar por limites de álcool; ainda por cima, as bebidas espirituosas são mais caras. Obviamente, comprar vinho, nem que seja vinho mais barato, uma pessoa fica alcoolizada mais rapidamente e não gasta assim tanto dinheiro; enquanto que, com bebidas espirituosas, vai gastar um pouco mais de dinheiro para ficar também alcoolizado. Por isso, acho que se devem por limites para as espirituosas e cerveja e vinho. Para mim não faz muito sentido. Nunca vi ninguém… já vi muita gente ficar alcoolizada, bastante alcoolizada, com vinho, por isso, estar a impor limites às bebidas brancas… Mas, pronto, não sabia dessa diferença. (23 anos, sexo masculino, estudante)
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Kvale, Steinar (2006) – “Dominance through interviews and dialogues” in Qualitative Inquiry,
12 (3), pp. 480-500.
Mendes, José Manuel de Oliveira (2003) – “Perguntar e observar não basta, É preciso analisar: algumas reflexes metodológicas”, Oficina do CES (194) e-paper [disponível em http://www.ces.uc.pt/publicacoes/oficina/ficheiros/194.pdf].
Rubio, Maria Isabel (2006) – “La Imposición de los puntos de vista durante la entrevista etnográfica” in Antropologia Portuguesa, 22-23, 2005-2006, pp. 9-40.
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