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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA BLOCO BIOLÓGICO I – MOR 0311 FISIOLOGIA HUMANA REFLEXOS NO HOMEM Relatório: Pesquisa dos reflexos no homem Alunos: Curso: Fisioterapia – 2008.2 Professor Responsável: Regina Helena

Os reflexos2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIABLOCO BIOLÓGICO I – MOR 0311

FISIOLOGIA HUMANA

REFLEXOS NO HOMEM

Relatório: Pesquisa dos reflexos no homemAlunos: Curso: Fisioterapia – 2008.2Professor Responsável: Regina Helena

Natal-RN2008

Os reflexos representam uma resposta involuntária a um estimulo sensorial específico com a finalidade de proteger o corpo contra mudanças ambientais. Esses mecanismos envolvem circuitos nervosos simples, principalmente entre os músculos e a medula espinhal (com exceção aos reflexos inervados pelos nervos cranianos), embora o cérebro também possa tomar parte.

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O que ocorre nos reflexos é uma sensibilização externa de receptores os quais transmitem impulsos nervosos para os centros reflexógenos que, assim, emitem uma resposta via fibras motoras do nervo (respostas musculares ou secretórias), chegando à região efetora que promoverá a ação reflexa.

Diante dessa breve análise sobre os movimentos reflexos, realizamos uma bateria de testes, contendo 6 experimentos a respeito de diferentes respostas reflexas motoras no ser humano.

1. REFLEXO CÓRNEO-PALPEBRAL

Nesse primeiro experimento, um voluntário manteve-se com os olhos abertos para que suas córneas ou conjuntivas fossem tocadas com um pequeno chumaço de algodão.

A partir dessa prática, percebemos que as pálpebras do voluntário (músculo orbicular do olho) tendem a fechar. Isso ocorre porque esse processo estimula os mecanoreceptores, receptores tácteis, que estão localizados mais especificamente nas terminações nervosas livres.

Esse reflexo é de suma importância para os olhos, uma vez que, se trata de uma reação de proteção, impedindo um contato de maior tempo com o corpo estranho. Caso ocorra continuação do estímulo, os olhos tendem a piscar por um tempo, contraindo os ductos lacrimais que mantêm a córnea limpa, lavando-a e espalhando o líquido lacrimal sobre a parte externa do globo ocular. Desse modo, o olho procura expulsar o agente causador do estímulo, funcionando como mecanismo de defesa.

2. REFLEXO PUPILAR

2.1 REFLEXO FOTOMOTOR

A)? ( Esse reflexo é importante para regular a quantidade de luz que passa através da lente)Nesse experimento, o voluntário ficou em um local com pouca luminosidade onde, então, aplicou-se a luz da lanterna a um de seus olhos, observando a reação da pupila com o estímulo e repetindo o processo o outro olho.

Ao se incidir a luz sobre um dos olhos do indivíduo normal, verifica-se a contração da pupila (miose) do olho estimulado (reflexo fotomotor direto). Essa excitação é percebida por receptores no epitélio neurossensorial (cones e bastonetes) que convertem e enviam o estímulo luminoso por impulsos nervosos para o nervo óptico.

Chegando ao primeiro nervo craniano, os impulsos nervosos se encaminham ao mesencéfalo e atingem o nervo óculo-motor que responde à luminosidade relaxando ou, no caso, contraindo a pupila. Esse evento de contração da pupila gera a diminuição da entrada de luz na porção interna do olho, evitando o ofuscamento e a lesão das células fotossensíveis da retina.

No entanto, antes de uma consulta oftalmológica, são usados colírios que induzem uma firme dilatação da pupila com uma observação de imagens turvas (dificuldade de foco) pelo paciente responsável por uma grande quantidade de luz que entrou. Por isso, esses colírios são conhecidos como “dilatadores de pupila”.

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Os oftalmologistas utilizam-no para obter uma melhor visualização do fundo ocular e, assim, poder avaliar possíveis erros de deformidades do olho.

2.2 REFLEXO FOTOMOTOR CRUZADO (CONSENSUAL)

Após fazermos experimentos com reflexo fotomotor, realizamos praticamente o mesmo teste só que usando um anteparo (palma perpendicular ao plano da face) no nariz, fazendo com que um dos olhos permanecesse sem iluminação da lanterna, e repetimos o experimento no olho não-iluminado.

Com esse teste, verificamos o reflexo fotomotor cruzado, ou seja, tanto a pupila na qual estava sendo incidida a luz, quanto à outra se contraíram. Isso ocorre porque parte das fibras nervosas que vem do nervo óptico, ao se dirigir ao mesencéfalo, cruza o plano mediano no quiasma óptico e na comissura posterior, neste caso, enquanto outras permanecem no mesmo lado. Desse modo, o impulso nervoso tanto atinge os nervos motores direito quanto o esquerdo, promovendo uma resposta motora nos dois olhos, no caso, dilatação das pupilas.

O mecanismo básico para a dilatação da pupila nesse caso acontece mediante o sistema nervoso simpático. Quando o indivíduo se encontra na situação descrita, seus neurônios pré-ganglionares, localizados no hipotálamo recebem um estímulo, o qual é conduzido por eles para o segundo grupo de neurônios pré-ganglionares, situado na substância cinzenta dos segmentos T1-T4 da medula espinhal. Esse estímulo segue cranialmente pela cadeia simpática e faz sinapse com o nervo pós-ganglionar localizado dentro do gânglio cervical cranial. Esse nervo se une ao ramo oftálmico do nervo trigêmio (V) e finalmente penetra a órbita para inervar o músculo dilatador da pupila, o qual, através da interação com a adrenalina liberada, promove a dilatação da pupila.

(resposta da questão 2.2 A )___ O resflexo fotomotor caracteriza-se pela contração da pupila ao incidir um feixe luminoso diretamente sobre o olho—miose. Enquanto que o reflexo consensual caracteriza-se pela miose no outro olho semque ele seja estimulado diretamente.

(Em casos de aplicação do colírio em apenas um dos olhos do voluntário, como proposto, o outro olho, no qual não foi aplicado colírio, também se dilataria devido a ações do reflexo anteriormente explicado.) ??????

2.3 REFLEXO DE ACOMODAÇÃO

2.3- Reflexo de acomodação

Observamos atentamente a pupila de uma das nossas amigas enquanto ela fixava os olhos em um uma caneta a aproximadamente 5metros de distância, logo após colocamos a caneta a 30cm de distância, então observamos novamente. Comparamos e percebemos que com a caneta mais próxima, a pupila parecia menor. Para que a imagem da caneta continuasse sendo formada na retina, ocorreu uma convergência ocular, ação de músculos para contração da retina e achatamento do cristalino.

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Isso é ocasionado pela acomodação do cristalino para manter o foco do olhar durante todo o tempo, assim, quando os olhos são fixados sobre um objeto localizado a longa distância, e então se fixam subitamente sobre um objeto localizado a pequena distância, os cristalinos se acomodam para a acuidade visual máxima em menos de 1 segundo, como também quando os olhos se fixam sobre um objeto próximo eles se convergem; esse mecanismo ligado à convergência causa um sinal simultâneo que aumenta o poder dióptrico do cristalino.

Fizemos outro teste: começando de uma distância de 2metros, aproximamos lentamente a caneta da nossa colega até 20cm. Foi possível o acompanhamento passo a passo da acomodação visual. E claramente observamos o estado de relaxamento da pupila até a sua contração, assim como o movimento do globo (convergência).

3. REFLEXO PATELAR

Nesse teste, selecionamos um voluntário que deveria ficar sentado com as pernas relaxadas e pendentes, sem tocar o solo. Diante disso, foi aplicado um leve toque no tendão do músculo quadríceps femural com um martelo, realizando o mesmo processo na outra perna. Com esse experimento podemos observar uma extensão da parte inferior da perna.

Esse reflexo, talvez um dos mais conhecidos, é formado por 5 componentes básicos necessários para sua função normal (o que também ocorre em todos os arcos reflexos): Receptor – captam alguma energia ambiental e a transformam em

potencial de ação. Nervo Sensorial – conduz o potencial de ação do receptor até a

sinapse no SNC entrando na medula pela raiz dorsal. Sinapse – monossináptica Nervo motor – conduz o potencial de ação do SNC para o órgão

efetuador saindo da medula pela raiz ventral. Transforma um impulso elétrico em ação mecânica.

Órgão alvo ou efetuado - normalmente é um músculo. No caso, quadríceps femural.

O reflexo patelar é importante para a identificação de problemas neurológicos que podem estar associados à postura e a locomoção do indivíduo. Dessa forma ao avaliar o reflexo, se a resposta não for normal, algo de errado deve existir nos componentes básicos desse reflexo (receptor, nervo sensorial, sinapse, nervo motor ou órgão

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efetuador), indicando alguma disfunção na postura e/ou equilíbrio, o que de certa forma, interfere na motricidade do indivíduo.

Na pessoa em pé, a gravidade tende a dobrar o joelho, estendendo assim o extensor. A extensão gravitacional ativa o reflexo extensor, mantendo a contração suficiente para impedir o colapso da articulação do joelho. Outra importância leva em conta o aumento abrupto de uma carga sobre um músculo, de modo que este tenda a se estender. O estiramento dos flexores produz reflexamente um rápido aumento da força muscular que compensa o aumento da carga. Uma última importância está relacionada com a redução abrupta da carga do músculo. Ao se encurtar rapidamente um músculo estirado, o reflexo relaxa o músculo flexor, protegendo-o de uma lesão. Pela rapidez desse reflexo o médico verifica se a medula não tem lesões e se o organismo se adapta automaticamente às condições do meio exterior.

O teste da força dos reflexos de estiramento, por meio da percussão do músculo ou de seu tendão, usando-se o martelo de reflexos, é útil para o diagnóstico clínico. Uma vez que reflexos de estiramentos ausentes ou fracos (hipoativos) indicam, com freqüência, um distúrbio de um ou mais componentes do circuito reflexo (os axônios sensorial ou motor, os corpos celulares dos neurônios motores, ou do próprio músculo).

Reflexos de estiramento hipoativos também podem ser o resultado de lesões do sistema nervoso central, visto que a excitabilidade dos neurônios motores é dependente de entradas, tanto excitatórias como inibitórias, dos centros motores superiores. Ao contrário, reflexos de estiramento hiperativos sempre resultam de entrada excitatória aumentada para os neurônios motores. Com freqüência, estão associados a distúrbios do tônus, tais como espasticidade e rigidez.

4. REFLEXO MANDIBULAR

Continuamente, selecionamos um voluntário que deveria ficar sentado com a boca entreaberta, sem fazer qualquer tipo de esforço, para então, com um martelo, levar um pequeno golpe na região mentoniana com um movimento de cima para baixo.

Esse reflexo é o reflexo mandibular ou mentual que garante ao organismo manter-se com a boca fechada sem que haja atividade voluntária. A boca do voluntário está parcialmente aberta; à medida que se dá uma leve pancada na extremidade do queixo (estímulo), a mandíbula se fecha, da mesma forma que o faz a mão.

No reflexo patelar ou rotuliano, o médico aplica um leve golpe com um martelo de borracha no joelho do paciente, excitando as extremidades nervosas (dendritos) dos neurônios sensitivos ou eferentes. Imediatamente, os axônios desses neurônios transmitem a

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informação adquirida até a medula (SNC), penetrando-lhe pela região dorsal.

No exemplo do reflexo patelar, o cérebro não participa do arco reflexo em si. Se houvesse rompimento da junção entre a medula e o cérebro, o ato de levantar a perna continuaria ocorrendo, embora o cérebro não mais receba as informações sensitivas; o individuo não teria mais consciência da pancada no joelho. Por outro lado, se houvesse secção apenas da raiz nervosa ventral motora, que envia impulsos aos órgãos efetores, o ato reflexo não ocorreria: o indivíduo não contrairia os músculos da coxa, embora agora tivesse noção da pancada no joelho. Conclui-se então, que o reflexo patelar é coordenado pela medula espinhal; por isso é um caso de reflexo medular. O reflexo mandibular, por sua vez, é controlado pelo tronco encefálico devido à participação de nervos cranianos no evento.

Assim como o reflexo patelar, no reflexo mandibular, 5 componentes básicos são necessários para a função normal (receptor, nervo sensorial, sinapse, nervo motor e órgão efetuador). Além disso, ambos os reflexos são exemplos de reflexo miotático, pois quando ó músculo é estirado, ele tende a reagir contraindo-se. Esses movimentos assemelham-se por serem responsáveis pela manutenção do tônus muscular.

5. REFLEXO CUTÂNEO PLANTAR

Para realizarmos esse experimento usamos novamente uma caneta com tampa, com a qual “riscamos” firmemente a porção lateral da planta do pé de um de nossos amigos, desde o calcanhar até o dedo mínimo. Nesse caso percebemos que rapidamente houve flexão dos dedos e uma aparência de “diminuição” do comprimento do pé. Em crianças abaixo de 1 ano o resultado natural é um pouco diferente do adulto. Em vez de flexão ocorre extensão dos dedos do pé ou do hálux. Esse reflexo de extensão está presente até 1 ano de idade, depois só aparecerá em situações patológicas e terá o nome de reflexo de Babinsk.

Fim da bateria de teste

Tendo em mãos todos os resultados dos testes feitos com suas possíveis observações, podemos responder como caracteriza uma resposta reflexa bem como qual a importância dela para a expressão do comportamento e da manutenção da homeostase.

A resposta reflexa é normalmente estereotipada, ou seja, apresenta características comuns a todos os reflexos. Dentre essas características podemos citar duas: o local determina quais músculos se contrairão para produzir a resposta reflexa e a intensidade do estímulo determina a amplitude da resposta – tipicamente, os reflexos são graduados em função da intensidade. Reflexo é uma reação corporal automática à estimulação. O arco reflexo é a reação involuntária rápida, consciente ou não. Ocorrendo um estímulo, a fibra sensitiva de um nervo raquidiano (nervo aferente ou sensitivo) transmite-o até a medula

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espinhal passando pela raíz posterior. Na medula ou no encéfalo, neurônios associativos (centro nervoso ou coordenador) transformam o estímulo em uma ordem de ação. Essa ordem sairá da medula pela raíz anterior e será enviada através das fibra motora (ou eferente) ao órgão.

Partindo desse ponto e diante dos dados obtidos, os reflexos estão intimamente relacionados ao controle da homeostase por detectar qualquer falha em mecanismos como no neurônio motor, inferior ou superior, e sua localização na medula espinhal ou até mesmo no encéfalo. Além disso, as respostas reflexas também permitem a manutenção da postura corpórea e do equilíbrio, o que determina um grande desenvolvimento da expressão do comportamento.