17
7 Os usos da cartografia histórica Os usos da cartografia histórica Os usos da cartografia histórica Os usos da cartografia histórica Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos nos livros didáticos nos livros didáticos nos livros didáticos nos livros didáticos André Figueiredo Rodrigues André Figueiredo Rodrigues André Figueiredo Rodrigues André Figueiredo Rodrigues André Figueiredo Rodrigues Mestre e doutorando em História pela Universidade de São Paulo. Professor de Metodologia do curso de Letras das Faculdades Integradas de Ciências Humanas, Saúde e Educação de Guarulhos, bolsista FAPESP e autor dos livros Como elaborar referência bibliográfica, Como elaborar citações e notas de rodapé e Como elaborar e apresentar monografias, publicados pela Associação Editorial Humanitas / FFLCH-USP. RESUMO Os debates acerca da Cartografia Histórica permitem aos pesquisadores conhecer, no tempo, a constituição do espaço geográfico e histórico de uma determinada sociedade. As formas de ocupação territorial e seu manejo ao longo do tempo chamam a atenção de historiadores e geógrafos. No meio universitário, temas sobre cartografia náutica, urbana e territorial permeiam discussões disciplinares, tanto nas áreas de História quanto nas de Geografia. Ao passar para os ensinos fundamental e médio, as discussões cartográficas basicamente desaparecem do cotidiano escolar. Isto se deve à ausência desse tipo de material nos manuais didáticos, às dificuldades do professor em se apropriar das discussões correntes sobre tal temática e à falta de formação e instrução do docente na lide histórico- cartográfica. Assim, abordaremos os usos atribuídos à cartografia territorial nos livros didáticos de História, no que concerne à constituição do espaço geográfico brasileiro colonial. Para que isto se torne possível, analisaremos as imagens e as maneiras como os autores Alfredo Boulos Júnior (História: sociedade & cidadania), Claudino Vicentino e Gianpaolo Dorigo (História para o Ensino Médio) e Francisco M. P. Teixeira (Brasil: história e sociedade) trabalharam os documentos cartográficos como instrumentos didático-pedagógicos. PALAVRAS-CHAVE: LIVRO DIDÁTICO; CARTOGRAFIA HISTÓRICA; CARTOGRAFIA TERRITORIAL ABSTRACT The aim of this article is to analyze the main uses of Historical Cartography in schoolbooks. In the University, themes of nautical, urban and territorial cartography permeate the discussions in the areas of History and Geography. But in the subsequent educational levels cartographic discussions almost disappear from the classrooms. This is due to the absence of such material in the textbooks, to the teacher’s difficulties concerning the discussions on the theme and the lack of cartographic knowledge. So, it will be here analyzed the uses of territorial cartography in the schoolbooks of History, focusing upon the constitution of the Brazilian colonial geographical space as presented by the following sources: Alfredo Boulos Júnior’s History: society & citizenship, Claudino Vicentino and Gianpaolo Dorigo’s History for the High School, and Francisco M. P. Teixeira’s Brazil: history and society. KEYWORDS: SCHOOLBOOK; HISTORICAL CARTO- GRAPHY; TERRITORIAL CARTOGRAPHY

Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

  • Upload
    lyngoc

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

Navigator 44444 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticos

7Navigator, – N.4

Os usos da cartografia históricaOs usos da cartografia históricaOs usos da cartografia históricaOs usos da cartografia históricaOs usos da cartografia históricanos livros didáticosnos livros didáticosnos livros didáticosnos livros didáticosnos livros didáticos

André Figueiredo RodriguesAndré Figueiredo RodriguesAndré Figueiredo RodriguesAndré Figueiredo RodriguesAndré Figueiredo Rodrigues

Mestre e doutorando em História pela Universidade de São Paulo. Professor de Metodologia do

curso de Letras das Faculdades Integradas de Ciências Humanas, Saúde e Educação de Guarulhos,

bolsista FAPESP e autor dos livros Como elaborar referência bibliográfica, Como elaborar citações e

notas de rodapé e Como elaborar e apresentar monografias, publicados pela Associação Editorial

Humanitas / FFLCH-USP.

RESUMO

Os debates acerca da Cartografia Histórica

permitem aos pesquisadores conhecer, no tempo, a

constituição do espaço geográfico e histórico de uma

determinada sociedade. As formas de ocupação

territorial e seu manejo ao longo do tempo chamam a

atenção de historiadores e geógrafos. No meio

universitário, temas sobre cartografia náutica, urbana

e territorial permeiam discussões disciplinares, tanto

nas áreas de História quanto nas de Geografia. Ao

passar para os ensinos fundamental e médio, as

discussões cartográficas basicamente desaparecem

do cotidiano escolar. Isto se deve à ausência desse

tipo de material nos manuais didáticos, às

dificuldades do professor em se apropriar das

discussões correntes sobre tal temática e à falta de

formação e instrução do docente na lide histórico-

cartográfica. Assim, abordaremos os usos atribuídos

à cartografia territorial nos livros didáticos de História,

no que concerne à constituição do espaço geográfico

brasileiro colonial. Para que isto se torne possível,

analisaremos as imagens e as maneiras como os

autores Alfredo Boulos Júnior (História: sociedade &

cidadania), Claudino Vicentino e Gianpaolo Dorigo

(História para o Ensino Médio) e Francisco M. P.

Teixeira (Brasil: história e sociedade) trabalharam os

documentos cartográficos como instrumentos

didático-pedagógicos.

PALAVRAS-CHAVE: LIVRO DIDÁTICO; CARTOGRAFIAHISTÓRICA; CARTOGRAFIA TERRITORIAL

ABSTRACT

The aim of this article is to analyze the main

uses of Historical Cartography in schoolbooks. In

the University, themes of nautical, urban and

territorial cartography permeate the discussions

in the areas of History and Geography. But in the

subsequent educational levels cartographic

discussions almost disappear from the

classrooms. This is due to the absence of such

material in the textbooks, to the teacher ’s

difficulties concerning the discussions on the

theme and the lack of cartographic knowledge.

So, it will be here analyzed the uses of territorial

cartography in the schoolbooks of History,

focusing upon the constitution of the Brazilian

colonial geographical space as presented by the

following sources: Alfredo Boulos Júnior ’s

History: society & citizenship, Claudino Vicentino

and Gianpaolo Dorigo’s History for the High

School, and Francisco M. P. Teixeira’s Brazil: history

and society.

KEYWORDS: SCHOOLBOOK; HISTORICAL CARTO-GRAPHY; TERRITORIAL CARTOGRAPHY

Page 2: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

André Figueiredo Rodrigues

Navigator, – N.48

1. APRESENTAÇÃO

Iniciemos o artigo com uma provocação:certa vez, Kurt Tucholsky afirmou que “Umaimagem vale mais do que mil palavras”. Seráque está colocação é verdadeira? Até queponto vivemos numa “civilização da ima-gem”? Numa época em que querem nos fa-zer acreditar que ver é sinônimo de conhe-cer e a televisão dita a “verdade” sobre osacontecimentos, como a escola recebe eincorpora as múltiplas abordagens visuais?

A escola sofreu e continua sofrendo,cada vez mais, a concorrência da mídia, comgerações de alunos formados por uma gamade informações obtidas por intermédio desistemas de comunicação audiovisuais, porum repertório de dados obtidos por imagense sons, com formas de transmissão diferen-tes das que têm sido realizadas pelo profes-sor que se comunica pela oralidade, lousa,giz, cadernos e livros, nas salas de aula1.

Neste contexto, a leitura de imagens e autilização de material visual, entre eles o usoda cartografia histórica, emerge como umaestratégia privilegiada no processo de ensi-no-aprendizagem. Ainda mais se levarmosem conta que as imagens de um determina-do momento histórico e/ou a representaçãode um determinado mapa ou desenho deuma vila ou cidade do Brasil colonial podemnos revelar os modos de perceber e sentiros gostos de uma época, da mesma manei-ra que nos ajudam a compreender, no casode mapas e desenhos, aspectos da organi-zação dos centros urbanos e do processo deocupação do interior do País.

O conhecimento que temos sobre o Bra-sil colonial e a prática que exercemos noensino da História é quase que exclusiva-mente baseado em documentos escritos eem bibliografias. As fontes históricas geral-mente estão ausentes da sala de aula. Por

vezes, as fontes documentais escritas sãoesporadicamente utilizadas, propiciando aoaluno “um contato direto entre diferentestemporalidades: o tempo atual do aluno como tempo no qual foi elaborada tal fonte”2.

Mas, de acordo com Marc Bloch, na obraclássica em que nos ensina o “oficio de histori-ador”, devemos trabalhar com outros tipos defontes – a material, a iconográfica e a oral3.

A partir das evidências materiais ofereci-das pela arquitetura e pelo urbanismo, por meiode plantas e desenhos de vistas das cidades,sobretudo onde nos faltam documentos escri-tos, podemos conhecer melhor o Egito, a Gré-cia e Roma pelo resto de sua arquitetura e seuurbanismo. Nas palavras de Nestor GoulartReis, “sabemos mais sobre a Idade Média euro-péia através de suas catedrais e cidades comruas estreitas do que a partir dos documentosescritos, que não estão ao alcance do grandepúblico”. E nos alerta: “para conhecer a histó-ria do Brasil, voltamo-nos para os livros basea-dos em poucos documentos e esquecemos deolhar ao redor”4.

Raras vezes, fontes cartográficas e ma-teriais estão presentes no trabalho da salade aula. Quando aparecem nos livros didáti-cos, parecem concorrer, em busca de espa-ço, com os textos escritos. Gravuras, fotos,mapas e ilustrações têm sido utilizados, háalgum tempo, como recurso pedagógico noensino da História e da Geografia. Os livrosdidáticos, desde meados do século XIX, pos-suem litogravuras de cenas e mapas históri-cos intercalados aos textos escritos.

Embora a utilização de mapas no ensinoda História demonstre a importância desserecurso na cultura histórica escolar, a refle-xão sobre o papel que efetivamente desempe-nha a cartografia no processo de ensino eaprendizagem é escassa. Por vezes, ou me-lhor, por várias vezes, quando se utilizam fon-

1 BITTENCOURT, Circe. Capitalismo e cidadania nas atuais propostas curriculares de História, p. 14.2 SAVIETO, Monica C. Trabalhando com a fonte material em sala de aula, p. 482.3 Conferir: BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador.4 REIS, Nestor Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial, p. 11.

Page 3: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

Navigator 44444 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticos

9Navigator, – N.4

tes que não são as escritas, muitos professo-res o fazem de maneira ilustrativa. Os mapasaparecem nos textos didáticos de Históriacomo reforço ao que foi apresentado pelo do-cumento e pelo texto escrito. Quando istoacontece, e a freqüência é enorme, observa-mos o quanto a História carece de subsídiosteóricos para se relacionar com outros tiposde linguagens. Como indica Mônica Savieto,“decifrar códigos, que não os escritos, é umatarefa ainda em processo de realização”5.

As linguagens próprias de vários tipos defontes, além das escritas, ainda estão em pro-cesso de discussão por parte da historiogra-

fia. Trabalhos publicados sobre a utilização deimagens fixas (charges, desenhos, esculturas,pinturas, reproduções artísticas de épocaetc.), de imagens em movimento (filmes), demúsica, de jornal e da internet na sala de aulasó agora ganham espaço na biblioteca do pro-fessor dos ensinos fundamental e médio. Mas,enfim, cadê a cartografia histórica? Por ondeandam as explicações de como se utilizarmapas nas interpretações didáticas da Histó-ria? Infelizmente, na área da História, não exis-tem textos que versam sobre a utilização e asmaneiras de se trabalhar a cartografia dentroda sala de aula.

2. A CARTOGRAFIA NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIROCOLONIAL – ESTUDOS DE CASOS

Como nosso objetivo não é lançar luz sobre o que é o livro didático no Brasil e qual o seu papelno trabalho do professor de História dos ensinos fundamental e médio, propomos, e é essa anossa pretensão, empreender discussão sobre a relação entre a cartografia histórica utilizadanos livros didáticos e as possibilidades que tal material propicia à dinamização da produção doconhecimento histórico pelo aluno como agente da construção do saber. Para tanto, optamos porapresentar como aparece a cartografia na construção do espaço geográfico no período colonialbrasileiro. Para que isto se torne possível, escolhemos três obras didáticas que serão analisadasem seu conjunto:

1 – Alfredo Boulos Júnior – História: sociedade

& cidadania (Editora FTD, 2003), na qual parti-cipamos da escolha, montagem e confecçãodos mapas históricos;

2 – Claudino Vicentino e Gianpaolo Dorigo –História para o ensino médio (Editora Scipio-ne, 2001);

Figura 1 - Capa do livro didático deAlfredo Boulos Júnior

Figura 2 - Capa do livro didático deClaudino Vicentino e Gianpaolo Dorigo

5 SAVIETO, op. cit., p. 483.

Page 4: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

André Figueiredo Rodrigues

Navigator, – N.410

3 – Francisco M. P Teixeira – Brasil: História

e sociedade (Editora Ática, 2001).

Figura 3 - Capa do livro didático deFrancisco M. P Teixeira

Embora não se encontrem pesquisas es-pecialmente dedicadas à produção carto-gráfica como recurso pedagógico da áreade História, é preocupação de editores e au-tores de livros didáticos de História que asimagens e os mapas encartados nas obrasescolares permitam aos alunos (e aqui a pre-ocupação também se estende aos profes-sores) visualizar os campos de batalha e as“cenas históricas para [se] compreender ahistória”6.

É pressuposto pedagógico de aprendi-zagem que os livros didáticos apresentemgravuras e mapas. As obras do ensino fun-damental possuem mais mapas do que asdestinadas ao ensino médio. Em contrapar-tida, nos livros do ensino médio a presençade imagens históricas (iconográficas) estámais presente.

Quanto à questão da construção do espa-ço geográfico colonial brasileiro, seleciona-mos os seguintes temas / mapas para análise:

2.1. Capitanias Hereditárias

Na obra de Claudino Vicentino e Gianpa-olo Dorigo, o mapa que versa sobre a divi-são territorial brasileira em capitanias he-reditárias aparece como ilustração e nãohá referência explícita, no texto, sobre o queo conteúdo do mapa representa no contex-to do Brasil colonial. Da mesma maneiraque no livro-texto do aluno, no manual doprofessor também não se encontra qual-quer referência ao mapa e/ou ao seu con-teúdo, de como o professor poderia traba-lhá-lo em sala de aula ou de onde as infor-mações foram extraídas (fonte de pesqui-sa). Lê-se, no texto, que “ao todo foram cri-adas 15 capitanias, doadas a particularesentre 1534 e 1536, e posteriormente maisduas insulares, nas ilhas de Trindade e deItaparica. As capitanias que mais prospe-raram foram as de São Vicente e, sobretu-do, a de Pernambuco.”7

Figura 4 - Capitanias hereditárias. In: VICENTINO,Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino

médio, p. 189.

6 BITTENCOURT, Circe. Livros didáticos entre textos e imagens, p. 75.7 VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio, p. 189.

Page 5: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

Navigator 44444 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticos

11Navigator, – N.4

O capítulo 13, “A montagem da colônia portuguesa na América” (p. 180-194), apresentanove imagens, entre litogravuras e pinturas históricas (exemplos: Benedito Calixto – “Afundação de São Vicente”, Frans Post – “Engenho de Pernambuco”, Antônio Parreiras –“Zumbi”), dois gráficos (“Exportação de açúcar – 1570-1760” e “Engenhos instalados noBrasil – 1570”), um esquema-resumo e dois mapas: o das capitanias hereditárias e o “co-nhecido por mapa de Cantino”.

Figuras 5-6 - Capitaniashereditárias. In:VICENTINO, Cláudio;DORIGO, Gianpaolo.História para o ensino

médio, p. 191.

Page 6: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

André Figueiredo Rodrigues

Navigator, – N.412

O item “O domínio espanhol no Brasil(1580-1640)” é ilustrado pelo mapa anôni-mo atribuído a Cantino. Mais uma vez, o usodo recurso cartográfico é meramente ilus-trativo. Em nenhum instante ocorre o diálo-go entre o texto e o mapa. A primeira difi-culdade do aluno, como do professor, dá-sepela proporção e tamanho da reprodução.Em instante algum o texto nos remete aomapa e ao seu conteúdo. Assim, o aluno e/ou professor lerá o conteúdo do item do ca-pítulo e pronto ... – o item está concluído! Omapa ficou para trás!

Sabemos, entretanto, que o Mapa deCantino, datado de 1502, é a mais antiga car-ta conhecida onde aparecem o Brasil e alinha de Tordesilhas. Era a primeira vez quese incluíam estas informações, porque osreis portugueses proibiam sua divulgação.Para conseguir um mapa completo, AlbertCantino, espião italiano, teve de subornar umcartógrafo de Lisboa.

O artista anônimo, que quase certamen-te pertenceria às oficinas reais, reprodu-ziu todas as terras conhecidas por Portu-gal, chegando ao requinte de assinalar acosta oriental da América do Norte, que sóseria oficialmente descoberta dez anosmais tarde.

Será que o professor teria informaçõescomo estas para transmitir aos alunos?Informações cartográficas e históricascomo estas não mereceriam destaque notexto?

Atitude semelhante ocorre quando nar-ra a Conjuração Baiana. Veja-se o exemplodo mapa da cidade de Salvador.

Figuras 7-8 - Cidadede Salvador. In:VICENTINO, Cláudio;DORIGO, Gianpaolo.História para o ensino

médio, p. 314.

Page 7: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

Navigator 44444 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticos

13Navigator, – N.4

Na obra de Francisco Teixeira, o mapa so-bre as capitanias hereditárias aparece integra-do ao texto e contextualizado territorialmenteao que hoje é o Brasil. Para o aluno do ensinomédio, este recurso mostrou-se didaticamentecorreto, uma vez que o discente consegue com-preender o porquê da divisão territorial brasi-leira em capitanias hereditárias e o que ela re-presentou para a constituição de nossos limi-tes territoriais.

No terceiro capítulo, “As bases da colonização”, Teixeira apresenta-nos outro mapa (odas principais rotas do tráfico negreiro) e três imagens cartográficas do século XVII. Paraexplica onde e como era o local utilizado para se implantar o governo-geral no Brasil,quando o rei de Portugal indicou a baía de Todos os Santos como sede do governo, o autorFrancisco Teixeira apresentou a gravura de Froger, de seu livro Relation d’um Voyage Fait,publicado na França em 1698, como suporte didático.

Na obra, os mapas aparecem integrados ao texto; já as imagens aparecem sem qualquerexplicação de sua autoria e do porquê foi confeccionado. Falta-nos a contextualização históricada cartografia. Vejamos alguns exemplos:

Figura 9 - Capitaniashereditárias. In: TEIXEIRA,

Francisco M. P. Brasil:

História e sociedade, p. 44.

Figura 10 - Cidade de Salvador. In: TEIXEIRA,Francisco M. P. Brasil: História e sociedade, p. 47.

Page 8: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

André Figueiredo Rodrigues

Navigator, – N.414

Na obra, os mapas aparecem integrados aotexto; já as imagens aparecem sem qualquerexplicação de sua autoria e do porquê foi con-feccionado. Falta-nos a contextualização histó-rica da cartografia. Vejamos alguns exemplos:

Retomando a discussão sobre a confec-ção dos mapas das capitanias hereditárias,tanto em Francisco Teixeira quanto em Cláu-dio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, os mapasseguiram os ditames estipulados por Manu-el Maurício de Albuquerque e seus colabo-radores no Atlas histórico escolar do Ministé-rio da Educação e Cultura (MEC). Obra ela-borada na década de 1970.

Em Alfredo Boulos Júnior, o tema dascapitanias hereditárias aparece explicita-do numa linguagem clara e direcionada aalunos do ensino fundamental. O mapa, di-ferentemente do apresentado nos demaislivros didáticos, foi elaborado a partir deuma reelaboração dos conhecimentosproduzido por historiadores e especialis-tas e o que os manuais didáticos vinhamtrazendo à tona.

Figura 13 - Prancha do Atlas do Império doBrasil. 1868. In: TEIXEIRA, Francisco M. P. Brasil:

História e sociedade, p. 180.

Figura 11 - Mapa-mundi de Bartolomeu Velho.In: TEIXEIRA, Francisco M. P. Brasil: História e

sociedade, p. 66.

Figura 12 - Mapa da Colônia do Sacramento.1762. In: TEIXEIRA, Francisco M. P. Brasil:

História e Sociedade, p. 67.

Page 9: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

Navigator 44444 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticos

15Navigator, – N.4

A tarefa de integrar, selecionar e se apro-priar de parte dos resultados acadêmicos,articulando-os aos ditames pedagógicos, naconfecção dos mapas, couberam a mim.Assim, buscamos através dos mapas de-monstrar o que de mais recente se produziunos centros de pesquisa universitários, unin-do conteúdo e apresentação gráfica compa-tível com o que os alunos poderiam assimi-lar na idade que tinham, no tempo de estudoque possuíam e no conhecimento que o pro-fessor detinha.

Em projetos de capacitação, como o reali-zado no Estado de São Paulo pela Secretariada Educação, na chamada Teia do Saber, osprofessores constantemente reclamam que asimagens e os mapas reproduzidos nos livrosdidáticos não estão claros e que não trazem

suplementos explicativos sobre o seu conteú-do. A pergunta que sempre nos fazem: comoutilizar mapas na sala de aula? Para que servea cartografia? O que fazer com as imagenshistóricas quando aparecem nos livros didáti-cos e não há qualquer material explicativo so-bre ela? Deve-se tratar a cartografia como ele-mentos ilustrativos? Perguntas como estas po-voam os cursos de capacitação. Afinal, o quefazer com a cartografia? Como proceder naleitura de um mapa?

Para diminuir a distância entre professo-res e alunos, na leitura de mapas, solicitamosaos alunos, no mesmo capítulo em que se en-contra o mapa das capitanias hereditárias (ca-pítulo 3: Administração no Brasil colônia, p.41-57), uma atividade interpretativa de “Leitu-ra de imagem”. Vejamos o exemplo:

Figura 14- Capitanias hereditárias. In: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade

& cidadania – 7ª série, p. 42.

Page 10: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

André Figueiredo Rodrigues

Navigator, – N.416

Figura 15 - Reprodução da página de atividades – Leitura de Imagem. In: BOULOS JÚNIOR,Alfredo. História: sociedade & cidadania – 7ª série, p. 54.

Page 11: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

Navigator 44444 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticos

17Navigator, – N.4

Figura 16 - Reprodução do Apêndice – Elementos de pesquisa para a ativida de Leitura de Imagem.In: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade & cidadania – 7ª série, p. 413.

A estratégia utilizada para que o aluno se veja presente na discussão da cartografiahistórica e na prática da leitura de imagem, levou-nos (o autor Alfredo Boulos e eu), arefletir sobre alguns passos analíticos que julgamos poderem ser úteis ao trabalho dosprofessores com os alunos na sua prática didática8.

8 Adaptado de BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade & cidadania – 7ª série, p. 6-7 [Manual doprofessor].

Page 12: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

André Figueiredo Rodrigues

Navigator, – N.418

Passo I: apresentar ao aluno um mapa sem qualquer legenda ou crédito. A seguir,pedir a ele que observe a imagem e, antes de mais nada, descreva livremente o que estávendo. A intenção é permitir que o aluno associe o que está vendo às informações que jápossui, levando em conta, portanto, seu conhecimento prévio. Nessa leitura inicial, o alunoé estimulado a identificar o tema, os personagens, suas ações, posturas, vestimentas, cal-çados e adornos, o caráter geográfico, os objetos presentes na cena e suas característi-cas, o que esta em primeiro plano e ao fundo, se é uma cena cotidiana ou rara. Pede-se,também, que o aluno exponha se a imagem expressa características da vida urbana ourural, se apresenta semelhanças urbanísticas entre onde ele mora e o descrito na cena.Enfim, procura-se, nesse primeiro momento, estimular no aluno o senso de observação e acapacidade de levantar hipóteses e traçar comparações.

Passo II: buscar juntamente com os alunos o máximo de informações internas e exter-nas ao mapa. Para obter as informações internas, fazer perguntas do tipo: O que é isto? Oque retrata? Para que serve aquela representação? Com relação às informações externas,perguntar: Quem fez? Para que fez? Em que contexto o mapa foi elaborado?

Passo III: de posse das informações obtidas na pesquisa, pedir aos alunos que produ-zam uma legenda para o mapa em foco. Comentar com eles que, além de fornecer informa-ções sobre o mapa, a legenda deverá dialogar com ele.

Vale a pena lembrar que esta proposta de atividade é apenas uma entre várias possibi-lidades de trabalho que o mapa proporciona. O que não se tem são materiais didáticos queincentivem e ajudem o docente no desenvolvimento de maneiras e formas de se trabalharo mapa na sala de aula, que não seja apenas como ilustração. Daí os livros utilizar os mapascomo tal. Vejamos mais uma atividade:

Figura 17 - Américaespanhola– Administração.In: BOULOS JÚNIOR,Alfredo. História:

sociedade & cidadania

– 6ª série, p. 327.

Page 13: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

Navigator 44444 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticos

19Navigator, – N.4

Figura 18 - Atividades – capítulo 18: Colonização espanhola na América. In: BOULOS JÚNIOR,Alfredo. História: sociedade & cidadania – 6ª série, p. 330.

No volume II, da sexta série, no capítulo 18 que explica “A colonização espanhola na Amé-rica” (p. 317-335), elaboramos um mapa sobre a administração espanhola e a idéia de se dividirpara governar. Para que o mapa não figure apenas como mera ilustração do capítulo, já que elenão foi discutido no corpo do texto, apenas apareceu para mostrar as divisões da Américaespanhola em vice-reinos, solicitamos aos alunos que na atividade (no 10) ele fosse capaz decruzar o que assimilou do conteúdo textual com o que observou no mapa.

Outra estratégia importante observada nas capacitações ministradas aos professoresde História, é que eles, muitas vezes, não sabiam localizar geograficamente o espaçoestudado e sua relação escalar, diagramática ou de superfície com o local onde moravam– no caso o Brasil. Onde fica tal lugar? Da mesma maneira que muitos professores nãosabem localizar-se num mapa, os alunos também poderiam enfrentar tal dificuldade. Pen-sando nisso, estipulamos a criação de minimapas nos cantos dos mapas maiores para queo leitor se localize geograficamente.

Page 14: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

André Figueiredo Rodrigues

Navigator, – N.420

Figura 19 - Contrabando no Rio da Prata. In: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade

& cidadania – 6ª série, p. 328.

Figura 20 - O Egitoantigo. In: BOULOSJÚNIOR, Alfredo.História: sociedade &

cidadania – 5ª série,p. 126.

Page 15: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

Navigator 44444 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticos

21Navigator, – N.4

2.2. A CORRIDA DO OURO– SÉCULO XVIII

Sem ficarmos na discussão da importân-cia que a corrida do ouro no século XVIII pro-porciou para a interiorização do Brasil, obser-vemos como os autores trabalharam cartogra-ficamente o tema.

Como lembramos, os mapas servem, ge-ralmente, para ilustrar os conteúdos apre-sentados. É assim que o mapa “As rotas doouro: o ‘Caminho Novo’”, da obra de Francis-co Teixeira, pode ser analisado. Vejamos oque disse: “a mineração apresentava outrarealidade, menos brilhante e mais opressi-va. Esta se fazia sentir no aumento contínuodos preços das mercadorias importadas ven-didas às populações mineiras e geralmentepagas em ouro; nas pressões e ameaças doscobradores de impostos – oficiais dos váriosórgãos da intendência e particulares, con-tratadores e arrematadores – espalhadospelas dezenas de registros e passagens; nocontrabando generalizado, inclusive por par-te do clero, como reação da população àcobrança de impostos; e na violência de la-drões e salteadores que infestavam os cami-nhos mineiros”. 9

É interessante observar queo mapa reproduzido por Francis-co Teixeira retrata as roças e la-vouras existentes nos primeirosanos do século XVIII, quando daabertura do Caminho Novo porGarcia Rodrigues Pais, em 1703.Este mapa em nada contribuiupara a compreensão do caminhodo ouro para o Rio de Janeiro.Serve-nos para ilustrar o quãodispare é seu conteúdo do expos-to pelo texto. No texto não se en-contram referências ao Cami-nho Novo. Mais uma vez faltou-nos a contextualização.

Figura 21 - As rotas do ouro: o CaminhoNovo. In: TEIXEIRA, Francisco M. P. Brasil:

História e sociedade, p. 97.

Figura 22- O comércio com a região das minas – século XVIII. In: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História:

sociedade & cidadania – 7ª série, p. 141.

9 TEIXEIRA, Francisco M. P. Brasil: História e sociedade, p. 96-97.

Page 16: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

André Figueiredo Rodrigues

Navigator, – N.422

O mapa elaborado para a obra de Alfre-do Boulos sobre as rotas que chegavam àsMinas Gerais e as práticas comerciais ad-vindas da riqueza das explorações do dia-mante e do ouro foram mostradas no mapa“O comércio com a região das minas – sé-culo XVIII”. A maior preocupação na confec-ção dessa peça didática foi mostrar, comexatidão, os limites territoriais de MinasGerais no século XVIII (vide Figura 22). Ten-tamos mostrar o mais próximo possívelcomo era Minas espacialmente naquela cen-túria e não o que é hoje, como fazem os li-vros didáticos. Passado esta etapa, preocu-pamo-nos em demonstrar as rotas e os pro-dutos advindos desse comércio, que integra-va Minas aos mercados internos e externos.Pouco a pouco, com o desenrolar do texto,o aluno ia se familiarizando com o que eraapresentado no mapa e discutido no texto.

À GUISA DE CONCLUSÃO

Fechemos com uma provocação, como fizemos na abertura e à qual retomamos agora:Lewis Hine afirmou que “As fotografias não mentem, mas mentirosos podem fotografar”.Afinal: A cartografia mente? Ou a mentira faz parte do ato humano de reproduzir cartografi-camente o que se vê? Se num mapa pode-se mentir ou não... não sei... só sei que, antes dejulgar se o que está reproduzido é mentira ou não, precisamos aprender a analisá-los críticae didaticamente, pois o que adianta o conhecimento estar circunscrito aos meios universitá-rios e não expandi-lo aos reais consumidores de nossa produção – os alunos dos ensinosfundamental e médio? Os mesmos que no futuro estarão difundindo conhecimentos (se fo-rem agradados por nós!) e, o mais importante, ocupando nossas cadeiras na academia.

Figura 23 - Limites de Minas Gerais ao longo doséculo XVIII. In: MOURA, Antonio de Paiva. Ametamorfose das Minas. TRATOS CULTURAIS.Home-page: <http://www.asminasgerais.com.br/diamantina/metamorfose/área.htm>.Acesso em: 9 jan. 2002.

Page 17: Os usos da cartografia histórica nos livros didáticos · Navigator 4 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticos Navigator, – N.4 9 tes que não são as escritas,

Navigator 44444 – Os usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticosOs usos de cartografia histórica nos livros didáticos

23Navigator, – N.4

BIBLIOGRAFIA

BITTENCOURT, Circe. Capitalismo e cidadania nas atuais propostas curriculares de História. In:BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1998, p.11-27. (Repensando o Ensino).

_____ . Livros didáticos entre textos e imagens. In: BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico

na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1998, p. 69-90. (Repensando o Ensino).

BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício de historiador. Edição anotada por Étienne Bloch.Trad. André Telles. Rio de Janeiro: J. Zahar Ed., 2001.

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade & cidadania – 7ª série. São Paulo: FTD, 2003.

_____ . História: sociedade & cidadania – 6ª série. São Paulo: FTD, 2003.

_____ . História: sociedade & cidadania – 5ª série. São Paulo: FTD, 2003.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâme-

tros curriculares nacionais: história, geografia. Brasília, 1997.

REIS, Nestor Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial. São Paulo: Edusp; ImprensaOficial do Estado, 2000. (Uspiana – Brasil 500 anos).

SAVIETO, Monica C. Trabalhando com a fonte material em sala de aula. In: ENCONTRO PERS-PECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIA, 2., 1996, São Paulo. Anais... São Paulo: FEUSP, 1996, p.482-486.

TEIXEIRA, Francisco M. P. Brasil: História e sociedade. São Paulo: Ática, 2001.

VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio. São Paulo: Scipione,2001.