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OUTUBRO 2010 JORNAL DA APAFERJ 1 · sião, valiosos brindes. Os convites já estão à disposição dos Associa- ... Margarida Pressburger, ... Ao Dr. Ricardo Franco Neto, que, de

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JORNAL DA APAFERJ 1OUTUBRO 2010

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JORNAL DA APAFERJ2 OUTUBRO 2010

Márcio AlemanyPresidente

MENSAGEM DO PRESIDENTE

Não se trata mais de recome-ços, com incertezas ou retro-cessos. Passamos já algum tem-po para uma nova fase em nossaluta de conquistas por posicio-namentos e dias melhores. Nos-sa Advocacia Pública hoje é u-ma realidade insofismável.Sentimos-nos fortes e impor-tantes e bem sabemos que nos-sos avanços foram realizadoscom árduo trabalho e reconhe-cimento. Claro que ainda falta avitória na batalha final, com aparidade de nossos subsídios.Nosso discurso prosseguirá nomesmo tom, com a cobrança dasgarantias absolutas, para que nãotenhamos nunca mais a perda dequadros. Não mais seremos, embreve, o celeiro da Magistraturaou do MP Federal. Não seriajusto e útil continuarmos a as-sistir à migração de nossos qua-dros para as demais carreirasjurídicas de Estado, em razão demaiores valores remunera-

tórios, quando também exerce-mos funções essenciais à justiça.Não temos receio nem titubea-remos em afirmar a toda hora essefato. No passado não foi diferentee hoje repetimos os concursoscom provas e títulos que nos pro-tegeram e concederam todas as a-firmativas e garantias das nossascarreiras. Se antes da Carta de1988 houve certo contingente queingressou sem esse filtro, foi coi-sa de longínquo passado e, que nosdias atuais, subsiste em soma depequena parcela de históricosdedicados e eficientes AdvogadosPúblicos, em sua maioria já apo-sentados. Nunca fomos tambémintegrantes de trens de alegria,com o espetacular número de 45mil Advogados Públicos. Quandoisto foi dito não passávamos de 6mil e com essa inverdade tentaramnos menoscabar. Nossa AdvocaciaPública foi consolidada em nossaConstituição e nossos quadrosreorganizados em 2000 com oadvento da MP nº 2048 de 29 dejunho. Foi estabelecida há maisde cinqüenta anos e representa a

construção de uma fortalezasecular, por todos seus desdobra-mentos na luta em defesa do Es-tado Brasileiro e de sua Cidadania.Hoje mais do que ontem, em fun-ção de nova estruturação e orga-nização, a defesa exclusiva dosinteresses do Estado está afeta aoque realiza a Advocacia PúblicaBrasileira. Orgulhamo-nos desermos o maior escritório de ad-vocacia em nosso País. E, semexageros ou vaidades, em sermostambém os melhores, no mínimoem arrecadação e em perfeccio-nismo, já que ser advogado públiconos obriga, por ofício, constan-temente, a uma dupla tarefa sem-pre conjugada. Defender o Estadoe a Cidadania. Que seja bem vindaa Presidente Dilma Rousseff,temos certeza de que ela irá nosprestigiar e nos fazer justiça,impedindo a constante migraçãode nossos quadros com as perdasconstantes em razão do desnívelremuneratório até hoje existente.Ela saberá nos dar a devida im-portância, permitindo a manuten-ção e o fortalecimento das nossas

carreiras. Ela já sabe do tra-balho que realizamos e o quan-to fazemos em dedicação e em-penho compromissado para quea gestão pública seja acertadaem seus contratos e em todoandamento, para o benefício denossa população. Seu discursode chegada ao poder como can-didata eleita exibiu seu desejode acerto e de respeito às ins-tituições, às opiniões divergen-tes, à imprensa, preferindo obarulho com liberdade do queo silêncio da ditadura, e, aoscontratos firmados e às con-quistas estabelecidas. Disse,ainda, que irá valorizar os qua-dros profissionais da adminis-tração pública, independente defiliação partidária. Enfim, abriuum leque de esperança com ascores vivas de um novo porvir, oque, para nós, Advogados Públicos,ecoa como não apenas comesperança, mas sim certeza. Essaalmejada certeza de vermos nossospleitos alcançados, sobretudo noque diz respeito a nossa pretendidae justa remuneração.

Dilma: Não somente esperança, mas certeza

A Advocacia-Geral da União(AGU) obteve, na Justiça Federal deBrasília, decisão que impediu a propa-ganda de equipamentos hospitalarescomercializados por uma empresa emsituação irregular junto a AgênciaNacional de Vigilância Sanitária(Anvisa).

Além de proibir as propagandas, aAnvisa havia estipulado prazo de trêsdias para a regularização dos produtos.Entretanto, a Medworld Indústria,Comércio e Exportação de Móveis e

Equipamentos Médicos HospitalaresLtda. solicitou à Justiça a anulaçãodessa ordem, alegando que o prazopara a realização do registro é maior,de quatro a oito meses.

A Procuradoria Federal (PF) juntoà Anvisa argumentou que os ficaisagiram em acordo com a competênciada autarquia de regulamentar eestabelecer normas de controle efiscalização de propagandas queenvolvam risco à saúde pública,conforme previsto na Lei nº 9.782/99.

Os procuradores sustentaram,também, que a própria fabricanteassumiu fazer propaganda de produtoshospitalares sem registro e semautorização da autarquia, razão pelaqual seria legal a determinação desuspensão da divulgação dessesprodutos.

Por fim, destacaram que o prazoconferido pela agência foi paracomprovar o cumprimento dadeterminação administrativa e não paraobtenção da regularização do registro,

o que afastaria a alegação deilegalidade ou abuso de poderapontado pela empresa.

A 3ª Vara da Seção Judiciária doDF acolheu os argumentos e manteveas as medidas tomadas pela Anvisa.De acordo com decisão, “somenteapós cumprir todos os requisitos paraobtenção do registro dos produtosjunto à ANVISA, a empresa poderiaproceder à divulgação de seusprodutos”.

Propaganda de equipamentos médicos só pode ser feitaapós registro dos produtos na Anvisa

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JORNAL DA APAFERJ 3OUTUBRO 2010

Antonio C. Calmon N. da GamaDiretor de Divulgação da APAFERJ

Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .

PENSAMENTPENSAMENTPENSAMENTPENSAMENTPENSAMENTOOOOO

MomentoLiterário

NATALA APAFERJ, como todos os anosfaz, já está preparando a festa na-talina para os seus Associados eConvidados. O evento aconteceráno restaurante Real Astória (antigoSol e Mar), na enseada de Bota-fogo, no dia 3 de Dezembro, apartir das 21 horas e contaremoscom o excelente repertório e ani-mação da orquestra Pingos &Gotas. Serão sorteados na oca-sião, valiosos brindes. Os convitesjá estão à disposição dos Associa-dos na Secretaria da APAFERJ.

ELEIÇÃOFoi eleito para exercer a Presidênciada Associação Nacional dosProcuradores Federais – ANPAF,o Procurador Federal, RogérioFilomeno Machado, o anúncio foifeito no XI Congresso Nacional dosProcuradores Federais, promovidopela Associação Nacional dos Pro-curadores Federais - ANPAF, como Apoio Institucional da Escola daAdvocacia-Geral da União, rea-lizado na cidade de Vila Velha –Espírito Santo, nos dias 18 a 22 deoutubro. A posse do novo Presi-dente, juntamente com toda suaDiretoria, ocorrerá no dia 10 deJaneiro de 2011, em Brasília.

PRESENÇA IQuem esteve presente no XICONPAF foi o Deputado FederalBonifácio de Andrade, autor daPEC 443/2010, que, juntamentecom João Carlos Souto, Presidentedo Fórum Nacional da AdvocaciaPública Federal, teceram conside-rações sobre o andamento do re-ferido Projeto de Emenda Cons-titucional e as medidas necessárias

que deverão ser tomadas pelas Asso-ciações para aprovação da emenda.

PRESENÇA IIEntre as presenças no XI CONPAFdestacamos: a do nosso Procurador-Geral Federal , Dr. Marcelo de Siquei-ra Freitas; do Professor AurélioWander Bastos, da UNIRIO; do Dr.Ivo Dantas, Professor da UFPE; daDra. Maria Santíssima Marques, Pre-sidente de Honra da ANPAF; do Dr.Homero Junger Mafra, Presidente daOAB/ES; do Dr. Ronaldo Jorge Araú-jo Vieira Jr, Consultor-Geral da Uniãoe do Presidente do Fórum Nacionalda Advocacia Pública Federal , Dr.João Carlos Souto.

MEDALHAA presidente da Comissão de DireitosHumanos da OAB/RJ, MargaridaPressburger, foi agraciada pela As-sembléia Legislativa do Rio de Janeiro,com a Medalha Tiradentes. A iniciativa foida deputada Inês Pandeló (PT), pelos40 anos de trabalho realizado por Mar-garida, em defesa dos direitos humanos.

Nossos parabéns pela justa homenagem.

NOSSA HOMENAGEMAo Dr. Ricardo Franco Neto, que, deforma heróica, se fez presente no XICONPAF, e com sabedoria ajudou demaneira inconteste no desenvolvimentodos trabalhos realizados no Congresso,participando da Assembléia-Geral daANPAF, ocasião em que houve a pro-clamação do resultado da eleição donovo Presidente, Dr. Rogério Filomeno.Ao nosso estimado Decano aqui ficanossa homenagem por tudo o que até apresente data fez pelo engrandecimentoda nossa carreira de Procurador Federale da Advocacia Pública em geral.

NÃO PODERIA ESQUECERNão poderia deixar passar in albis, apresença do Dr. Roberto Giffoni, que,com muita galhardia, se dirigiu a todosos presentes, demonstrando os avan-ços obtidos durante o período em queesteve a frente da Associação Nacionaldos Procuradores Federais, tendo sidopor diversas vezes aplaudido de pé pe-los Congressistas. Desejamos ao Dr.Giffoni sucesso na nova tarefa que cer-tamente irá empreender, continuandona luta pela consolidação definitiva danossa carreira.

LANÇAMENTO INACIONAL X GLOBAL - UniãoEuropéia e Mercosul, livro editadopela Renovar, cujas autoras: LisztVieira e Cíntia Reschke de Borba,abordam, de forma pedagógica, o es-tudo do Estado Nacional desde suaformação histórica e tratam das prin-cipais características que envolvem aestrutura e funcionamento de blocoseconômicos, como a União Européiae o Mercosul. Maiores informaçõeswww.editorarenovar.com.br.

“É bom ser importante, mas émuito importante ser bom”

Pe.Antônio Vieira

VIDA e MORTE

A Vida e a Morte andam demãos dadas,A Luz do Dia precede àEscuridão,E, pouco a pouco, pessoastão amadasNos deixam na maiscompleta Solidão.Nossas conversas calorosase animadasJazem despedaçadas pelochãoE, às vezes, nas insonesmadrugadas,Reina a Saudade queoprime o coração.Amores eu perdi e tambémperdi amigosE os revejo na Lembrança,tão antigos,Como se fora todo umséculo de ausência.Enfrentando a tristeza e osperigos,Escrevo mil poesias eartigosE reflito sobre o mistério daExistência!

R. Robinson S. Junor

Nossa homenagem ao Dr. AllamSoares, eminente Conselheiro daAPAFERJ, que, durante longo tempo,brilhou na Advocacia Pública Federale, depois, já aposentado, na áreaprivada, defendendo os direitos einteresses do Sindicato dos Médicosdo Rio de Janeiro, ornamentando,hoje, este jornal, mercê de trabalhospejados de erudição e combatividade,marcas da personalidade do nossodistinto homenageado.

LANÇAMENTO IIO livro Teoria Geral da Pena,publicado pela editora Saraiva, deautoria de Tatiana Viggiani Bicudo,oferece ao estudioso do Direito Pe-nal uma visão sobre as penas pri-vativas de liberdade, demons-trando a incapacidade do Estado emalcançar o objetivo da readaptaçãodo criminoso ao convívio social. Oestudo feito pela autora, queserviu de tese para seu doutorado,aborda as teorias de Beccaria,Ferrojoli, Bentham e Roxin. Valea pena conferir. Aos interessadoswww.saraivajur.com.br.

Flash

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JORNAL DA APAFERJ4 OUTUBRO 2010

Ao declarar que o espólio – re-presentado por filhos e esposa dotrabalhador – não detém legitimidadepara ajuizar ação de indenizaçãopor danos morais e materiais decor-rentes da morte do empregado, ex-tinguindo o processo sem resoluçãodo mérito, o Tribunal Regional doTrabalho (TRT) da 24ª Região (MS)violou o artigo 943 do Código Civil.Em razão desse entendimento, aQuarta Turma do Tribunal Superiordo Trabalho (TST) determinou oretorno dos autos ao tribunal regio-nal para análise do mérito do pedido.

Segundo a relatora do recurso derevista, ministra Maria de Assis

Calsing, os sucessores têm legitimidadepara propor qualquer ação de in-denização, por tratar-se de direitopatrimonial, conforme o artigo 943 doCódigo Civil. A relatora esclarece queisso ocorre “porque o que se transmiteé o direito de ação e não o direitomaterial em si, pelo fato de não se tratarde direito personalíssimo, o queimpediria sua transmissão a terceiros”.

O tribunal regional, ao dar pro-vimento ao recurso ordinário do Fri-gorífico Sul Ltda. (Frigosul), con-siderou que o direito à reparação dedano moral é personalíssimo, o quequer dizer que apenas o indivíduo queé vítima tem legitimidade para requerer

O presente estudo destina-se aaplaudir a respeitosa decisão doministro Sidnei Beneti, do SuperiorTribunal de Justiça, no que tange àretificação do registro civil de filho paraconstar o nome de solteira da genitora.

É notório que o número deprocessos de separação judicial edivórcio crescem a cada dia e, comoconsequência, em muitos casos, amulher detém a guarda dos filhos, alemde voltar a usar seu nome de solteira.

Não raros momentos, essasmesmas mulheres sofreram constran-gimentos quando da confecção da pri-meira via do documento de identidadedos filhos, matrícula escolar, ou mesmoem viagens internacionais, pois nacertidão de nascimento de seus filhosconta ainda seu nome de casada

Diante disso, era necessário que agenitora portasse não apenas seudocumento de identidade, mas tam-bém a certidão de casamento com adevida averbação da separação ju-dicial e do divórcio. Oras, o docu-mento oficial de identificação da pessoahumana perante a sociedade é acarteira de identidade ou a certidão denascimento, não se podendo valer anecessidade de portar a certidão decasamento para provar a filiação.

Tamanhos transtornos causam ver-

dadeiros embaraços não apenas àprática dos atos da vida civil, mastambém na vida afetiva das pessoasali envolvidas, quais sejam mães efilhos.

Pleiteando no Poder Judiciário aretificação do registro civil de seus fi-lhos, algumas genitoras encontraramdecisões não satisfatórias, onde seuspedidos eram indeferidos, pois os ma-gistrados fundamentavam suas sen-tenças no princípio da segurançaregistrária.

Analisando a Lei de Registros Pú-blicos, a retificação apenas é possívelquando constatado erro ou omissão naconfecção do registro civil, além domais, referida certidão deveria refletira realidade da ocasião do parto (art.54, 7º item, da Lei 6.015/73 combi-nados com os artigos 39,40 e 109 domesmo diploma).

Todavia, há de se levar em consi-deração a dinâmica da vida, e é nessatrilha que deve percorrer a ciênciajurídica. Não obstante os diplomaslegais, devemos primeiramente pesaro preceito trazido pela Carta Magnada dignidade da pessoa humana.

Embora o Estado deva preservare manter a incolumidade dos registrospúblicos, fazendo-se prevalecer prin-cípios como o da segurança registrariae da veracidade das informações, essemesmo Estado é, também, guardião dadignidade da pessoa humana, garantiaestampada no artigo 1º, inciso III, daConstituição Federal de 1988.

Conforme salientado pelo ministroSidnei Beneti, “na dignidade da pessoahumana reside, por sua vez, o origemdos direitos ao registro e à identificaçãopelo nome e pela filiação, direitos estesirrenunciáveis. Assim, a documentaçãopessoal, que viabiliza a identificaçãodos membros da sociedade, deverefletir, de forma fiel, a veracidade dasinformações, incluída a relativa àfiliação”.

Embora não haja fundamentaçãolegal para a referida retificação, há quese fazer uma analogia com o artigo 3º,parágrafo único da Lei 8.560, de 29de dezembro de 1992, in verbis:

Art. 3º É vedado legitimar ereconhecer filho na ata do casamento.

Parágrafo único: É ressalvado odireito de averbar alteração do patri-

mônio materno, em decorrência docasamento, no termo de nascimento dofilho.

No caso, na celebração de um ma-trimônio, pode o nubente reconhecera filiação de um filho, podendo, jun-tamente com a certidão de casamento,retificar o assento de nascimento, fa-zendo nele constar o nome de casadada genitora.

Por analogia, a genitora pode valer-se desse regramento para fazer constarseu nome de solteira na certidão denascimento do filho, pois, ao criar essanorma, o legislador visou a proteger odireito de filiação. Logo, se o registrocivil do filho pode ser modificado apóso seu nascimento para apontar o novonome da genitora adotado com ocasamento, faz jus que a mesma regraseja aplicada em situação inversa, nocaso, retificação do nome da genitoradecorrente da separação judicial.

Em suma, verificando-se não havereventuais prejuízos a terceiros, deviolação da ordem pública e ferimentoaos bons costumes, a retificação doassento de nascimento dos filhos, parafazer nele constar o nome de solteirada genitora, é medida urgente que sefaz necessária na vida em sociedade.

Beni Lara de MoraesAdvogada

Retificação de nome da genitoraApós divórcio, nome de solteira da mãe deveria

constar nos documentos do filho

a reparação. Inconformados, os su-cessores do trabalhador – sua esposae filhos – recorreram ao TST.

Com posicionamento diverso doTRT-MS, a ministra Calsing, do TST,explica que, de acordo com o artigo1.784 do Código Civil, aberta a su-cessão, a herança é transmitida aosherdeiros legítimos, e que, por sua vez,o artigo 943, também do atual CódigoCivil, dispõe que “o direito de exigirreparação e a obrigação de prestá-latransmitem-se com a herança”. Nessesentido, a relatora cita precedentes dosministros Aloysio Corrêa da Veiga,Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DoraMaria da Costa e Antônio José de

Barros Levenhagen.Em sua fundamentação, a mi-

nistra Calsing conclui pela legi-timidade dos sucessores para pro-por a ação de indenização, já quese refere a direito patrimonial. Arelatora destaca que “os filhos e aesposa são os legítimos herdeirosdo falecido e o pedido de inde-nização por danos morais e ma-teriais decorre do contrato de tra-balho havido entre a empresa e otrabalhador. O pleito não deve,pois, ser considerado direito per-sonalíssimo do empregado falecido,porquanto a natureza da ação épatrimonial”.

Sucessores podem pedir indenização por morte

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JORNAL DA APAFERJ 5OUTUBRO 2010

Allan SoaresP r o c u r a d o rFederal

“Corra atrás da verdade comtodas as suas forças: é amaior forma de liber-dade.”

(CLARENCE DARROW)

= I =A opção política, além de uma

escolha ética, é uma aposta e umadecisão. Em 1793, na RevoluçãoFrancesa, se os Girondinos recu-savam a violência do Terror, aopasso que Robespierre e Saint-Justa efetivavam, é porque tinham di-ferentes concepções de liberdade.A essas considerações, feitas porSimone de Beauvoir, em Moral daAmbiguidade, poder-se-ia acres-centar que esses insurgentes tinhamdistintas verdades revolucionárias.

Nos Anos de Chumbo, nestePaís, o desaparecimento de alguém,pelo tempo que fosse, levava àimediata denúncia e notícia aosmeios de comunicação e às per-sonalidades nacionais ou estran-geiras, o que, às vezes, podia ser asalvação dos perseguidos políticos.Então, a verdade era refém domedo, da covardia ou do silêncioexecrável.

Num quadro de Sandro Botticelli,que se acha na Galleria degli Uffizi(Florença), o Rei Midas é aconse-lhado pela Ignomínia e a Raiva, en-quanto a Verdade, nua, é posta de lado.

No Teatro Grego, os inimigos

do povo, cuja atuação não era pautadapela verdade, sofriam graves crises dearrependimento e, num processo queAristóteles chamou de catarse,sentiam-se compelidos a se auto-denunciarem, confessando o atoindigno praticado contra o sistema degoverno, a moral ou a verdade.

Em seu livro, “O Caderno”, JoséSaramago conta que um político, comresponsabilidades de Governo, haviadeclarado, em alto e bom som, que apolítica era, em primeiro lugar, a artede não dizer a verdade, comple-mentando que não havia um sópolítico, desde a esquerda até adireita, que o corrigisse e afirmasseque a verdade teria de ser o objetivoúnico e último da política. E conclui:“Pela simples razão que apenas destamaneira poderão salvar-se ambas: averdade pela política e a política pelaverdade.” (p.99)

No Oriente, perguntaram a umrabino, notável por sua acuidade esabedoria, porque costumava escla-recer a verdade contando uma história.Ele respondeu que explicava contandouma parábola sobre a própriaparábola:

“Um dia, a Verdade andava vi-sitando os homens, sem roupas ouadornos, tão nua como seu nome. To-dos os que a viam davam-lhe ascostas, de medo ou vergonha e nin-guém lhe dava as boas-vindas.Todosos confins da Terra foram visitadospela Verdade, sempre rejeitada erecebida com desprezo.

Desconsolada e triste, a Verdadeencontrou a Parábola, que passeavaalegremente, num belo traje colorido.- Verdade, por que estás tão abatida?

- Porque sou tão velha e sem graçaque os homens me evitam.- Que disparate – riu a Parábola. Nãoé por isso que os homens te evitam.- Toma, veste uma das minhas roupase vê o que te acontece.

A Verdade pôs uma das lindas vestesda Parábola e, imediatamente, por todaparte onde passava, era bem-vinda.”

O rabino, num triste sorriso, con-cluiu: eles a preferem disfarçada.

Nos tempos atuais, precisamos, comurgência, que uma maioria, com convic-ção, não permita que a Verdade sejarefém da covardia, do medo, nem que aprefiram disfarçada ou posta de lado.

= II =Alguns colegas acham que defendo

uma liberdade anárquica e que isso,mesmo num Estado Democrático deDireito, é inconcebível. Não é verdade.Anarquia é uma palavra de origemgrega (“Anarchia”) e significa a ine-xistência de autoridade. Os anarquistasconsideram que a autoridade, que érepresentada pelo Estado, é a razãoúnica da infelicidade humana. Con-sequentemente, eles repelem a lei, queveem como um repressivo instrumento.Não penso assim. Jamais preguei odesrespeito à lei, nem a considero co-mo o grande instrumento de domi-nação de classe.

Ao contrário, fundamento quasetodos meus artigos na Lei Maior, queassegura quaisquer manifestações depensamento e a livre expressão dasatividades intelectuais, artísticas,científicas e de comunicação, o queindepende de censura ou licença (art.5º, IV e IX, da CF).

Não prego, também, a irrespon-

sabilidade nessas atividades, poisaqueles que ensejarem agravos aterceiros poderão ser responsa-bilizados por dano material, moralou à imagem, além do direito deresposta (art. 5º, V, idem). São, ameu ver, numa democracia, as únicasformas de controle admissível.

- - -Em Tempo: Há uma Ação

Direta de Inconstitucionalidade no

1923/98 dirigida contra a Lei no

9637/98. Esta lei pode levar a umcerto modelo de privatização deum serviço público essencial queé o relativo à Saúde. Dezenas demunicípios brasileiros recorrem aessa legislação com a insólita uti-lização de recursos públicos, le-sionando o artigo 196, da C. Fe-deral, que preceitua que saúde édireito de todos e dever do Es-tado.

Numa conjuntura em que sequestionam reajustes efetivados porOperadoras de Planos de Saúde,sem que haja convincente justi-ficação de custos, é relevante a pro-cedência da ADIN no 1923/98, oque impediria uma certa forma deprivatizar a administração de ser-viços públicos essenciais, bemcomo a precarização do SistemaÚnico de Saúde (SUS).

O Relator dessa ADIN, o Exmo.Sr. Ministro Ayres de Brito, recebeuintegrantes da Frente Nacionalcontra as Organizações Sociais(OS), entre eles representantes doSINMED e CFESS, e destacouque os Ministros do colendo STFsão sensíveis ao auscultarem osanseios da sociedade.

A verdade

No dia 22 de outubro, o Presidentedo Forum Nacional, João CarlosSouto, a Presidente da ANPPREV,Meire Monteito Mota e o ex-Deputado Federal (PSB-MG) e Vice-Presidente da ANPPREV, CarlosMota, foram recebidos oficialmentepor Dilma Roussef, candidata à

Presidência da República. O encontroocorreu durante ato político que reuniuautoridades e políticos mineiros e deoutros estados (Prefeito de Salvador,Prefeito de Aracaju, entre outros), noIate Clube, na Pampulha, em BeloHorizonte.

O Forum Nacional registrou para

a candidata o avanço institucionalexperimentado pelo sistema AGU nosúltimos oito anos. A Dra. Meire lem-brou da importância dos advogadospúblicos para a continuidade das obrasdo PAC e o Presidente Souto dis-correu sobre o funcionamento da Ad-vocacia Pública Federal, as PECs que

tramitam no Congresso Nacional e anecessidade de a AGU continuaravançando.

A candidata agradeceu pelaspalavras e registrou que conta com osadvogados públicos para o “Brasilseguir mudando”.

Forum e ANPPREV se reúnem com a candidata Dilma Roussef

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JORNAL DA APAFERJ6 OUTUBRO 2010

Após a promulgação da EmendaConstitucional 62/09, que oficialmenteinstitucionalizou o calote no pagamentodos precatórios, a Fazenda Nacionalpassou a adotar táticas de verdadeiraguerrilha na cobrança de supostosdébitos fiscais das empresas. Umadestas táticas consiste basicamente emexigências imorais e totalmentedesnecessárias para emissão decertidões de regularidade fiscal,forçando de tal maneira uma situaçãoque a empresa prefere pagar ouparcelar o débito (muita das vezesindevido), para assim poder obter atão almejada Certidão Negativa deDébito (CND), documento que setornou um verdadeiro atestado deidoneidade moral empresarial.

Outras empresas preferem argüirjudicialmente as exigências do Fisco,por meio de ações judiciais, abar-rotando ainda mais o nosso já com-balido Poder Judiciário. Vejam que aculpa de nosso Poder Judiciário estarabarrotado de ações desnecessárias seresume muitas das vezes na intolerânciae “burocracia” do próprio ExecutivoFederal.

Ainda mais agressiva, outra táticaresume-se no fato de indicar e inseriros executivos como responsáveis so-lidários por débitos fiscais das em-presas que administram. Essa tática étotalmente contrária e desrespeitosa à

remansosa jurisprudência de nossosTribunais Superiores sobre o tema.

O desrespeito chegou a tal pontoque a Procuradoria Geral da FazendaNacional fez editar a Portaria internanº 180, de 26 de fevereiro de 2010,que servirá como guia para a atuaçãodos procuradores federais quanto àresponsabilização dos executivos dasempresas. Com certeza, tal tática seráamplamente descartada pelo PoderJudiciário em face da jurisprudênciaexistente a também com base no artigo135 do CTN, que trata da matéria.Agora, a tática é evitar a todo custoque o contribuinte vencedor de umademanda judicial transitada emjulgado recupere os depósitos judiciaisrealizados na ação para suspensão daexigibilidade do crédito tributário.

Como sabemos, o depósito ju-dicial, nos termos do artigo 151, II,do Código Tributário Nacional, é umefetivo instrumento de defesa docontribuinte enquanto a discussãojudicial estiver em curso. Da mesmaforma, é um efetivo instrumento degarantia para a Fazenda Nacional deque, se ganhar a demanda, receberáo seu crédito imediatamente.

O entendimento jurisprudencialemanado do Superior Tribunal deJustiça é no sentido de que quemganha levanta os depósitos judiciaisrealizados, devidamente corrigidos

pela Selic. Entretanto, apesar disto,diversas dificuldades estão sendoimpostas aos contribuintes quepossuem o direito de efetuar olevantamento do depósito judicial. Adificuldade se resume no pedido debloqueio realizado pela FazendaNacional, sob a esdrúxula eestapafúrdia alegação de que odepósito judicial não pode ser res-tituído enquanto existirem outrosdébitos pendentes em nome do con-tribuinte junto ao Fisco federal.

Esquece a Procuradoria da Fa-zenda Nacional, de forma (in) con-veniente, que, existindo débitos emnome do contribuinte, passíveis decobrança, possui ela os meios neces-sários para receber seus créditos pormeio de competente ação de execuçãofiscal. O Código Tributário Nacionalnão determina como condição sinequa non para levantamento dedepósitos judiciais a inexistência dedébitos junto ao Fisco.

Está também a Fazenda Nacionalferindo de morte o princípio da boa-fé, pois o contribuinte ou até mesmo aprópria Fazenda Nacional quando sesagra vencedor em uma demandajudicial não pode ser privado de seudireito que, em casos tais, é a imediatarestituição e/ou levantamento dodepósito judicial.

Felizmente, os contribuintes estão

tendo a seu favor a imparcialidade doPoder Judiciário, que vem descar-tando a maior parte dos absurdospedidos de bloqueio dos depósitosjudiciais por parte do Fisco Federal.Entendemos até que em casos taisdeveria a Fazenda Nacional ser punidapor total litigância de má-fé.

Porém, a despeito da imparcia-lidade do Poder Judiciário e do ab-surdo que se traduz a situação ino-vadora proposta pela Fazenda Na-cional, os contribuintes que possuemou venham a possuir depósitos ju-diciais devem ficar atentos, nunca seesquecendo de que o calote dos pre-catórios se iniciou da mesma forma eque uma possível ingerência do Exe-cutivo em remeter ao Congresso Na-cional uma disposição que altere asituação em vigor não está descartada,levando-se em conta o fato de que osdepósitos judiciais federais encontram-se hoje à disposição do TesouroNacional, que pode deles se utilizarcom ampla e total liberdade. Com olevantamento por parte do contri-buinte, haverá, com certeza, umaperda de arrecadação da UniãoFederal, o que poderá justificar umnovo calote em futuro próximo. Nãonos deixemos mais ser enganados.

Dalmar PimentaAdvogado nas áreas jurídicas e

de consultoria tributária

Isto é Confisco

O Plenário do Supremo TribunalFederal (STF) suspendeu os efeitosdo artigo 3º da Lei catarinense nº15.215/2010, que prevê a “gratifica-ção de retribuição pelo êxito judiciale pelo incremento efetivo da cobrançada dívida ativa do Estado”. Esta gra-tificação beneficia servidores da Pro-curadoria-Geral do Estado, da Secre-taria de Estado da Administração edo Instituto de Previdência do Estadode Santa Catarina. A liminar deferidaseguiu o voto da relatora, ministraEllen Gracie, na Ação Direta de

Inconstitucionalidade (ADI) 4433.O governador de Santa Catarina,

ao propor a ADI, sustentou a in-constitucionalidade da lei que não teriarespeitado a independência e harmo-nia dos poderes (artigo 2º da Consti-tuição Federal), bem como teriausurpado a competência privativa dochefe do Poder Executivo (artigo 61parágrafo 1°) para propor tal norma.Além disso, a ADI destacou violaçãoao artigo 63 da Constituição Federal,uma vez que “aumenta despesa emprojeto de iniciativa exclusiva do chefe

do Poder Executivo” (art. 63 da Cons-tituição Federal). Finalmente, argumen-tou que a despesa não está prevista emorçamento e que não há recursosfinanceiros para obedecer a lei.

No entendimento da ministra, que foiacompanhado pelos demais ministros, “éflagrante a inconstitucionalidade formalpor usurpação de competência do gover-nador do estado. Só ele pode proporleis que disponham sobre aumento deremuneração de cargos, funções eempregos públicos”.

A ministra ressaltou, ainda, que a

emenda aditiva acrescentou matériadiferente da que era tratada no projetode lei original. “Não é possível o ofere-cimento de emendas parlamentaresdesta forma e com esta extensão”,afirmou Ellen Gracie. Verificando operigo da demora em decidir o caso,pelo fato de se tratarem de verbassalariais que, “normalmente, nãocomportam reversão aos cofres pú-blicos”, a relatora deferiu a liminarpara suspender a vigência do artigo3º da Lei 15.215, de 2010, comefeitos ex nunc.

Plenário suspende lei catarinense sobre gratificação de servidores

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JORNAL DA APAFERJ 7OUTUBRO 2010

O Dr. Herval da Silva França recebe das mãosde sua filha Gilsele de Carvalho, a medalha do Méritoda APAFERJ.

Nas demais fotos flagrantes da animada econcorrida festa.

Noite dos Aniversariantes

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JORNAL DA APAFERJ8 OUTUBRO 2010

XI CONPAF.O grande acontecimento de Vila Velha

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JORNAL DA APAFERJ 9OUTUBRO 2010

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JORNAL DA APAFERJ10 OUTUBRO 2010

Em 19 de outubro reverenciamosa Bandeira Brasileira, e no dia 29comemoramos o Dia do Livro noBrasil, não confundir com o diauniversal do livro, que é comemoradoem março.

São duas datas significativas. Aprimeira é emblemática, pois ho-menageia o maior símbolo pátrio.

A segunda nos leva a uma reflexão.Como se lê pouco no Brasil.

Buenos Aires tem mais livrarias doque o Rio de Janeiro e São Paulojuntas. A desculpa de que o livro é caronão é verdade, existem revistas quecustam a metade do preço de um livro.

Nós não temos é o hábito de ler, eisto começa em casa, os pais tambémnão lêem. Um estudo da UNESCO nosmostra a seguir essa triste realidade.

O brasileiro lê, em média 4,7 livrospor ano, contra 10 nos EUA ou naFrança e 15 nos países nórdicos. Dos4,7 livros lidos pelos brasileiros,apenas 0,9 não são livros didáticos.

A Unesco (Organizações dasNações Unidas para a Educação, aCiência e a Cultura) recomenda quehaja uma livraria para cada 10 milpessoas. No Brasil, com 190 milhõesde habitantes, temos 2.700 livrariasuma para cada 70 mil habitantes.

Quem são os leitores no BrasilNa última pesquisa Retratos da

Leitura no Brasil, 95,6 milhões (55%da população estudada) declararamter lido pelo menos 1 livro nos últimos3 meses (outros 6 milhões leram emmeses anteriores e não foram com-putados). Dentre esses, 47,4 milhões(50%) dos leitores são estudantes queleem livros indicados pelas escolas(inclusive didáticos). Dos outros 41,1milhões que não são estudantes: - 7,3milhões (9%) têm até a 4ª série doEnsino Fundamental, - 10,6 milhões(27%) têm de 5ª a 8ª série do EnsinoFundamental, - 14,9 milhões (37%)têm Ensino Médio e - 8,5 milhões(55%) têm Ensino Superior.

- 1/3 dos leitores afirma lerfrequentemente e - 55% são mulheres.Mulheres leem mais que homens em

todos os gêneros, exceto em História,Política e Ciências Sociais.- 6,9milhões (7%) dos leitores estavamlendo a Bíblia.

Para a primeira biblioteca do Brasil,Portugal disponibilizou um acervobibliográfico muito rico, vindos da RealBiblioteca Portuguesa, com mais desessenta mil objetos. O acervo eracomposto por medalhas, moedas,livros, manuscritos, mapas, etc.

As primeiras acomodações daBiblioteca foram em salas do Hospitalda Ordem Terceira do Carmo, nacidade do Rio de Janeiro.

A escolha da data foi em razão datransferência da mesma para outrolocal, no dia 29 de outubro de 1810,fundando-se assim a Biblioteca Nacio-nal do Livro, pela coroa portuguesa.

Da data da fundação até por voltade 1914, para se fazer consultas aosmateriais da biblioteca era necessáriauma autorização prévia.

O primeiro livro publicado no Brasilfoi Marília de Dirceu, escrito porTomás Antônio Gonzaga. Na época,o imperador do país fazia uma leituraprévia dos mesmos, a fim de liberarou não o seu conteúdo, funcionandocomo censura.

Em 1925, Monteiro Lobato,escritor e editor, autor do Jeca Tatu edo Sítio do Picapau Amarelo, fundoua Companhia Editora Nacional,trazendo grandes possibilidades decrescimento editorial para o Brasil.

Depois dessa estatística, fica comoconsolo e alento os versos do imortalCastro Alves.Oh! Bendito o que semeiaLivros... livros à mão cheia...E manda o povo pensar!O livro cainda n’almaÉ germe - que faz a palma,É chuva - que faz o mar.(...)Bravo! a quem salva o futuro!Fecundando a multidão!...Num poema amortalhadaNunca morre uma nação.

Dia da BandeiraA bandeira é, entre os símbolos da

pátria, o de maior significado. Foi em19 de novembro de 1889 que se deua instituição da nossa Bandeira,conforme o Decreto nº4. A bandeirabrasileira lembra a bandeira imperial,e esta, por sua vez, teve sua origem nabandeira colonial portuguesa.

Todo o bom cidadão ama a ban-deira do seu país, pois sabe que ela éo símbolo da nossa liberdade, nossastradições e nossa própria família.

A bandeira no Brasil tem na corverde a representação de suas matase florestas, na cor amarelo, as riquezasminerais e na cor azul o céu. As estrelasno céu nos lembram que o Brasil é umarepública formada por numerososestados e pelo Distrito Federal.

A faixa com a inscrição “Ordem eProgresso” nos recorda que o desen-volvimento na Nação é fruto do traba-lho harmonioso de todos os brasileiros.

Existem normas específicas nasdimensões e proporções do desenhoda Bandeira Brasileira. Ela tem oformato retangular, com um losangoamarelo em fundo verde, sendo queno centro a esfera azul celeste, atraves-sada pela faixa branca com as palavrasOrdem e Progresso em letras maiús-culas verdes. Essa faixa é oblíqua, inclinada da esquerda para direita. Nocírculo azul estão 27 estrelas, que re-tratam o céu do Rio de Janeiro, in-cluindo várias constelações, como, porexemplo, o Cruzeiro do Sul. As es-trelas representam simbolicamente os26 Estados e o Distrito Federal. A úni-ca estrela que fica na parte superiordo círculo representa o estado do Pará.

A Bandeira Nacional é hasteada demanhã e recolhida na parte da tarde. Elanão pode ficar exposta à noite, a não serque esteja bem iluminada. É obrigatórioo seu hasteamento em órgãos públicos(escolas, ministérios, secretarias degoverno, repartições públicas) em diasde festa ou de luto nacional. Nos edifíciosdo governo, ela é hasteada todos osdias. Também é exposta em situaçõesem que o Brasil é representado diantede outros países como, por exemplo, emcongressos internacionais e encontros degovernos.

Curiosidade: - As quatro cores da Bandeira Na-cionalrepresentam simbolicamente as famíliasreais de que descende D.Pedro I,idealizador da Bandeira do Império.Com o passar do tempo esta informaçãofoi sendo substituída por uma adaptaçãofeita pelo povo brasileiro. Dentro destecontexto, o verde passou a representaras matas, o amarelo as riquezas doBrasil, o azul o seu céu e o branco a pazque deve reinar no Brasil.- A versão atual da Bandeira NacionalBrasileira com 27 estrelas entrou emvigor em 11 de maio de 1992, com ainclusão de mais quatro estrelas (anteseram 23 estrelas), representando osestados do Amapá, Tocantins, Roraimae Rondônia.

Carlos Alberto Pereira de AraujoJornalista

Duas Datas, Dois Símbolos

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JORNAL DA APAFERJ 11OUTUBRO 2010

CarmenLucia VieiraRamos LimaProcuradoraFederal

Em 2003, o Presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva, sindicalista mun-dialmente conhecido, mestre dasnegociações políticas, abre vez noseu Ministério para uma mulher eco-nomista, DILMA ROUSSEFF, cujatrajetória como Ministra de Minase Energia levou-a, inevitavelmente,à Coordenação do Governo, ao as-sumir a Chefia da Casa Civil.

De forte presença e laborativaatuação, não passaria em brancasnuvens, sem críticas por aqueles quesempre aguardam, para postoselevados governamentais, porta-dores de “curriculum vitae” onde jáconstem atividades de cunho le-gislativo em quaisquer dos 3 (três)âmbitos de atuação: União, Estadoe/ou Município.

Ocorre que a Senhora em ques-tão, sagaz no conhecimento de-monstrado à frente do seu Minis-tério, desafiou esse conceito ou pré-conceito: tornou-se a Chefe da CasaCivil do Governo Lulista. Será quequem já ocupou cargo legislativotem pré-requisito de “boa per-formance” na atividade a que sepropuser ou já tem sinal na testa deque será o melhor executivo em

qualquer área pública ou privada quequiser ocupar? Será que aquele quesonhou e visualizou a realização dosseus propósitos não tem em si, deforma mais incorporada, a força e aestratégia para realizar, para agir,passando por obstáculos os maisdistintos e traiçoeiros?

Em 2007, o Presidente Lula deixouclaro que estava acompanhando demuito perto a caminhada da sua Chefeda Casa Civil. Homem esperto,raposa de sindicatos, viu naquelacompanheira a sucessora dos seussonhos para o Brasil. Quem maisconhece o País do que aquele que co-ordena Ministérios, estatais, pro-gramas nacionais, medidas provisórias,projetos de lei que seguem para o Con-gresso Nacional, que medeia açõesenvolvendo Ministérios, enfim, porquem todas as ações passam, a fim deque seja mantida a governabilidade doPaís? Difícil erradicar esse conhe-cimento adquirido, essa experiênciavivenciada. Assim é que não se podeesperar que passasse pela cabeça doPresidente Lula a possibilidade de um“TALVEZ” quanto à competência deDILMA ROUSSEFF, e sim, a certezade estar fazendo a escolha correta parasucedê-lo. Alguém que tivesse amesma inclinação de se doar inte-gralmente ao povo brasileiro, ao mes-mo tempo, a condição de manter oBrasil entre as grandes potências mun-diais. Ou seja, teria que ser aquele quemelhor conhecesse cada recanto do

País, cada problema e cada possibi-lidade de solução; alguém destemido,que sempre sonhou com a redemo-cratização, que quase perdeu a vidapor isso e que, só por amor e muitocompromisso se decidiu por essacausa e enfrentamento.

Enfrentamento sim, quando se tratade colocar a liberdade de escolha aci-ma de qualquer coisa. Expor-se, serachincalhada, sofrer discriminação, terseus mais íntimos valores depreciados.Mas saber que, por isso, viveu e quasemorreu. E que a oportunidade passaem cavalo selado e toda a infra-es-trutura de continuidade e de aberturapara continuar criando e FAZENDOestá à sua disposição.

Pensar e agir e acreditar que, acimado Presidente Lula há Deus, que écapaz de curar doenças, levantarforças, coligar partidos políticos e fazertudo conspirar a favor de uma can-didatura QUE ACABOU CHEGAN-DO AONDE TINHA QUE CHE-GAR: AO TOPO.

Para quem sempre acreditou, nãofoi novidade. Para quem duvidou, ébom saber que é importante acom-panhar a trajetória de trabalho e deempenho de cada indivíduo que estáocupando cargo público. O resultadomatemático de 2+2 continua sendo 4.Não há mágica e nem mistério.

O momento de desenvolvimentonacional e internacional para o Brasilcontinua sendo excelente. Situando aAdvocacia Pública dentro da situação a

ser vivenciada, vale observar que a SrªDILMA ROUSSEFF, tanto em cam-panha quanto nas primeiras decla-rações, já eleita para o cargo presi-dencial, mais uma vez demonstrou quehá um fio condutor que pautou a suacampanha e que estará pautando a suaatuação: erradicar a miséria, o que,segundo o mais singelo raciocínio,passa por educação, saúde, geraçãode emprego e renda, evolução tec-nológica, desenvolvimento de políticassociais e econômicas, segurançapública, exportação e importação,extração das nossas riquezas naturais(exploração do pré-sal, por exemplo),criação de infra-estrutura para pro-piciar um crescimento mais rápido ecom menor custo para o setor públicoe, principalmente, para o privado (por-tos, aeroportos, estradas, ferrovias,hidrovias, etc.). Assim sendo só se po-de aguardar maior atuação e conse-qüente visibilidade das carreiras deEstado, dentre elas, uma AdvocaciaPública melhor estruturada e susten-tada por sua esperada Lei Orgânica.

Honestamente, quem poderiaocupar tamanho espaço, e conhecertão bem o País, suas demandas, seupovo, doar-se integralmente a essatarefa gigantesca, além de darcontinuidade ao legado do Pre-sidente Lula? O povo entrou emsintonia com o Presidente e fez a suaescolha: DILMA ROUSSEFF.

Seja bem-vinda SenhoraPresidente Eleita.

Crônica de uma vitória esperada

Não é possível a isenção de im-posto de renda a aposentados por-tadores de outras doenças graves eincuráveis, que não as elencadas noartigo 6º, índicos XIV, da lei 7.713/88. O entendimento, unânime, é da 1ªseção do Superior Tribunal de Justiça(STJ), ao julgar recurso destacadocomo representativo de controvérsia.Agora, essa decisão deve ser aplicadaa todos os demais processos quetratam da questão e que estavamsuspensos aguardando julgamento

deste recurso especial no tribunal.No caso analisado, uma aposen-

tada ajuizou ação com o objetivo dever declarada a inexistência de relaçãojurídico-tributária que a obrigue arecolher o imposto de renda sobrerendimentos a partir do ajuizamento dademanda, em virtude de ser portadorade moléstia incapacitante – distoniacervical (patologia neurológica in-curável, de causa desconhecida, quese caracteriza por dores e contraçõesmusculares involuntárias).

Apenas doenças previstas em lei têm isenção de IREm primeira instância, a ação foi

julgada procedente “para reconhecer odireito à isenção de imposto de renda,nos termos da lei 7.713/88, a partir doajuizamento da ação, condenando aUnião à restituição dos valores re-colhidos a esse título, referentes a ren-dimentos auferidos a partir de 6 de abrilde 2004, (...), observando-se aindaeventuais restituições já procedidas porforça das declarações anuais de ajuste”.

Contrária á decisão, a FazendaNacional apelou, sustentando que as

hipóteses deveriam ser interpretadasliteralmente, sendo que a isenção, combase em outra moléstia, não relaciona-da na lei 7.713/88, seria ilegal.

Em seu voto, o relator, ministro LuizFux, destacou que, no caso, tem-se aimpossibilidade de interpretação dasnormas concessivas de isenção de formaanalógica ou extensiva, ficando consoli-dado o entendimento no sentido dedescaber a extensão do benefício àsituação que não se enquadre no textoexpressão da lei.

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JORNAL DA APAFERJ12 OUTUBRO 2010

O usufruto de férias é um direitodo trabalhador que não pode serabolido, ainda que conste em normacoletiva cláusula em sentido con-trário. Obrigada pela Justiça doTrabalho a conceder férias vencidasa 39 empregados, a empresa Mó-veis Walfrido Ltda buscou que fossereconhecida, no Tribunal Superiordo Trabalho (TST), a validade dacláusula do acordo coletivo, o quefoi logo rejeitado pela PrimeiraTurma, por tratar-se de questão semrespaldo no ordenamento jurídicoe na Constituição.

O fato é que 65% dos empre-gados da Móveis Waldrido estavamhá anos sem tirar férias e isso é con-tra a legislação trabalhista. Segundoo relator do recurso na PrimeiraTurma, ministro Luiz Philippe Vieirade Mello Filho, “a ConstituiçãoFederal consagra como direitossociais a saúde e o lazer, assegu-rando, como direito dos traba-lhadores, o gozo de férias anuaisremuneradas”. Por outro lado,esclarece o ministro, o reconhe-cimento das convenções e acordoscoletivos de trabalho, previsto noartigo 7º, XXVI, da ConstituiçãoFederal, “não autoriza que, pormeio destes instrumentos, seja

promovida a simples a simplessupressão de direito e garantiaslegalmente assegurados”.

Após ação civil pública doMinistério Público do Trabalho, aempresa – que posterga há anos afruição de férias de seus funcio-nários – foi condenada, em razãoda nulidade de acordo coletivo queconcedia prazo amplo para isso, aelaborar escala de férias, tendo sidofixado percentual mensal de tra-balhadores para usufruí-las. Comalegações de caráter econômico-social, prevendo a inviabilização quea decisão acarretaria tanto ao exer-cício da empresa quanto à manu-tenção dos empregos, e de ordemjurídica, relativa à exigência cons-titucional de respeito aos acordos econvenções coletivas de trabalho,a empresa tentou modificar a sen-tença com recurso ao TribunalRegional do Trabalho (TRT) da 12ªRegião (SC)., mas também nãoobteve êxito.

Ainda inconformada, a empre-gadora recorreu ao TST. A con-clusão do relator é de que a normacoletiva subtraiu direito indisponíveldo empregado, não encontrando,assim, amparo no ordenamentojurídico.

A conciliação e a arbitragem sãocaminhos para descongestionar ostribunais e dar maior celeridade aoJudiciário. Essa é a opinião do ministrodo Supremo Tribunal Federal (STF)José Antonio Dias Toffoli, que foihomenageado no Almoço do Empre-sário, na Associação Comercial do Riode Janeiro (ACRJ). “O Judiciário temum tempo que não é exatamente o quea sociedade gostaria. Por isso, é pre-ciso buscar outros tipos de soluçãopara os conflitos”, afirmou Toffoli, queno evento recebeu o diploma Viscon-de de Mauá, das mãos do presidente

da ACRJ, José Luiz Alquéres.O ministro do STF citou exemplos

de casos que ajudou a resolver quandoera advogado-geral da União, cargoque ocupou antes de se tornar ministroda mais alta corte do País. Em 2008,quando estava à frente da Advocacia-Geral da União (AGU), ele criou a Câ-mara de Arbitragem dos ÓrgãosFederais para dirimir conflitos entre osdiferentes órgãos da União, que pro-curavam a Justiça mas nem sempretinham suas demandas atendidas emsentenças judiciais. “Quando assumi aAGU, em 2007, fiz um levantamento

no qual vi que havia mais de 100 açõesno STF entre a União e as autarquiasque fazem parte da sua administração,e mais de 400 ações no STJ. Eram153 autarquias e fundações vinculadasa um único chefe que brigavam entresi na Justiça”, contou.

A Câmara de Arbitragem ajudou aresolver casos como a briga entre oInstituto Nacional de Colonização eReforma Agrária (Incra), a União e ogoverno do Mato Grosso, que dispu-tavam um pedaço de terra no estadohá 35 anos. O terreno acabou ocupadopor três municípios onde viviam 80 mil

pessoas sem nenhuma titulariedade deseus imóveis. “Depois de meses denegociação, o Incra abriu mão da terraporque ela estava ocupada e não seriausada para reforma agrária e o governofederal enviou um projeto de lei parao Congresso Nacional cedendo a terrapara o governo do Mato Grosso, paraque os órgãos do governo estadualdessem a titulação a quem era dedireito. O Supremo nunca iria decidirdessa forma. O processo passou pelasmãos de cinco, seis ministros, atéchegar às mãos de Menezes Direito,que o encaminhou para a AGU”, disse.

Toffoli defende conciliação

Acordo coletivonão substitui férias

A Advocacia-Geral da União(AGU) assegurou a autonomia daFundação Nacional do Índio(Funai) para devolver funcionárioscedidos aos seus órgãos de origem.A medida foi tomada após algumasunidades da instituição seremextintas.

Os servidores que possuíamcargos comissionados e gratifica-ções ficaram inconformados e acio-naram a Justiça para que a medidafosse anulada. De acordo com eles,o Decreto nº 7.056/09, que au-torizou a devolução, é supostamen-te ilegal, pois age com abuso de po-der e desrespeito às origens étnicas.Na ação, os funcionários exigirama restauração dos cargos e a garan-tia que não fossem punidos pelosperíodos de ausência no trabalho.

A Procuradoria-Regional Fe-deral da 1ª Região (PRF1) eProcuradoria Federal Especializadajunto a Funai (PFE/Funai) explica-ram que o Decreto autoriza ainstituição a redistribuir os ser-

vidores das unidades extintas paramelhor suprir as necessidades dapopulação e da autarquia. A clarezae a legalidade da norma afastamqualquer acusação de abuso depoder.

Além disso, as procuradorias es-clareceram que não existe embasa-mento legal para manter funcio-nários em cargos comissionados ougratificados pelo simples fato deconhecerem línguas indígenas.

A 21ª Vara da Seção Judiciáriado Distrito Federal concordou coma AGU e indeferiu o pedido dosservidores. A decisão deixou claroque o Judiciário não pode intervirnas políticas publicas adotadas pelafundação, a não ser em caso deexcessos do Poder Administrativo,o que não foi encontrado.

A PRF1 e a PFE/Funai sãounidades da Procuradoria-GeralFederal, órgão da AGU.

Ref.: Mandado de Segurança nº20399-21.2010.4.01.3400 -Seção Judiciária do Distrito Federal

Procuradorias defendem autonomiaadministrativa da Funai para devolver

servidores cedidos aos órgãos de origem

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JORNAL DA APAFERJ 13OUTUBRO 2010

Não se pode esquecer que a CorteConstitucional como espaço aberto atodos os interessados, que na buscada verdadeira e legítima Justiça,mediante a hermenêutica constitu-cional, acreditam que o direito deveestar fundamentado no justo.

Registre-se, entretanto, que de-cisões que contrariem determinadosprincípios básicos, tais como a mo-ralidade a ética e o interesse social,vulneram sem qualquer dúvida ouhesitação, a segurança jurídica, pilardo Estado de Direito.

Neste sentido, infere-se que taisdecisões acabam gerando uma crisede descrédito.

Com o devido respeito e com asdevidas vênias, entendemos que asegurança jurídica só se concretizaquando as decisões encontram-seatreladas aos princípios e normasconstitucionais harmonicamentedispostos e articulados.

Dessa forma, entende-se que asegurança jurídica só é concretizadaquando o sistema de princípiosconsagrados na Lei Maior tornam-se conquistas inatacáveis, casocontrário vulneram a vontade e aesperança popular (parágrafo único,Art. 1º CF/88), como foi a questão

do “ficha limpa”.Enfatize-se, que a formação da

democracia encontra-se ancoradaindiscutivelmente na vontade popular,caso contrário origina-se o descréditona Instituição, e põe em risco a própriaRepública.

Assim, considerando o papel daCorte Constitucional, Habermasafirmou que seu desiderato é o de vigiaro respeito e a observância aos pro-cedimentos democráticos necessáriose indispensáveis para a formação daopinião e da vontade popular, atuandode forma a proteger o processo delegislação democrática do direito.

Isso significa que o fundamento doTribunal Constitucional é tutelar oprocesso democrático e a forma de-liberativa da opinião da vontade dopovo, pois sem justiça não existeDireito, este atrelado no justo, norazoável.

É nesse sentido que o atual or-denamento jurídico reformula a idéiatradicional de que o Direito pátriosomente adotou o positivismo jurídico.Entretanto, ressalte-se que os prin-cípios constitucionais elencados na vozpopular estão hoje surgindo no novoconstitucionalismo, pois adotam umavisão ampla como objetivo real eprecípuo na solução das questões ondeexistam interesses em discussão talcomo a questão do ficha limpa.

Paulo Bonavides ao receber noIAB a Medalha Teixeira de Freitas,enaltece:

“A inteligência dos princípiosnorteadores da Constituiçãoalicerçados na vontade populardeve predispor o aplicador dodireito a ter uma visão interpretativade normalidade distinta daquela dohermeneuta clássico, cujas po-sições teóricas e metodológicas jáde certo ponto ultrapassadas pelainsuficiência da base silogística ededutiva com certeza inferior e denenhum préstimo em matériaprincipal que é a matéria prima dasconstituições, centro de irradiaçãode sua judicialidade, pois emcontrário embargam ou dificultama solução dos mais incandescentesproblemas constitucionais daatualidade”.Registre-se, por oportuno, com a

máxima vênia, a impropriedadedaqueles que ao julgarem a validadeda Lei da Ficha Limpa alertavam paraa irretroatividade da aludida lei, o atojurídico perfeito e o direito adquirido,esquecendo que ao julgarem a con-tribuição previdenciária de milhares deservidores e pensionistas, não obser-varam, também, a irretroatividade dalei, o ato jurídico perfeito e o direitoadquirido.

Entretanto, a Corte Constitucional

alertada por seu Decano Celso deMello, ao apresentar certos requisi-tos, resolveu pela manutenção dadecisão do Tribunal Superior Elei-toral, isto é, a validade da lei da fichalimpa para o caso em discussão.

Esse cenário, sem dúvida alguma,traz a lição de que o Direito é Poder,segundo Miguel Reale, pois sãotemas inseparáveis, é a voluntasagendi popular e seu expressivosentimento tem que ser observadoe consequentemente respeitado.

Por sua vez Biscarett chama aatenção para a importância dosprincípios, notadamente os relativosa vontade social, para a inter-pretação das regras constitucionaisque os sistematizam e aplicam, poiso intérprete não pode descuidarnunca da evolução das situaçõesmormente quando estão em jogoprincípios que ancoram o próprioEstado Democrático de Direito.

Por derradeiro, cabe enfatizarque com a promulgação da Cons-tituição do povo, voltando-se elapara o povo como propósito de vi-da, embora sua linguagem seja denatureza técnica, deve prevalecersobre seu sentido técnico a menosque se apresentem razões e argu-mentos extrema e excepcionalmentevoltados para a segurança jurídicaindispensável no Estado de Direito.

Ney MachadoP r o c u r a d o rFederal, Prof. daUFF e Membrodo IAB.

A corte constitucionale o exercício da vontade popular.

O ministro Ricardo Lewandowski, doSupremo Tribunal Federal (STF),decidiu analisar pedido de liminarproposta pela Associação dos Servi-dores do Poder Judiciário do Estado deSão Paulo (Assojuris) na Reclamação(RCL) 10243. A ação questiona decisãodo Tribunal de Justiça paulista quedeclarou liminarmente a ilegalidade domovimento grevista dos servidores.

Ao propor a reclamação, a asso-ciação afirmava que houve desrespeitoà decisão da Corte, uma vez que o

Plenário do Supremo, no Mandado deInjunção (MI) 712, já garantiu oexercício do direito de greve a todosos servidores públicos. Em análise aum recurso (agravo regimental) inter-posto pela Assojuris, Lewandowskireconsiderou sua decisão de arquivara reclamação, conheceu da ação, masnegou a liminar solicitada.

De acordo com ele, apesar de adecisão proferida na Reclamação 6568ter efeito somente entre as partes – o quenão permitiria o ajuizamento da presente

reclamação –, o Supremo, por outrolado, no julgamento do MI 712, conferiuexcepcionalmente caráter erga omnes[para todos] a essa decisão. “Assim, oconhecimento desta reclamação, quantoao descumprimento do MI 712/PA, éem tese possível, o que leva-me areconsiderar a decisão agravada”,ressaltou, ao decidir o pedido de liminar.

“Este Tribunal, ao deferir a injunçãono MI 712/PA, assinalou que as pe-culiaridades do caso concreto, ao exi-girem regime mais severo em relação

ao direito de greve, deveriam seranalisadas pelo juízo competente, incasu, o Tribunal de Justiça do estadode São Paulo”, destacou o relator,ministro Ricardo Lewandowski.

Para ele, não compete ao Supremoverificar “o acerto da decisão profe-rida pelo juízo competente via recla-mação, mas tão somente remover oobstáculo em razão da ausência de leique discipline o exercício do direito degreve no serviço público”. Por essemotivo, indeferiu a liminar.

Ministro reconsidera decisão e nega liminarem processo sobre greve dos servidores do Judiciário de São Paulo

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JORNAL DA APAFERJ14 OUTUBRO 2010

OBITUÁRIO

É com grande consternação que a Diretoria e funcionários daAPAFERJ comunicam o falecimento dos associados a seguir:

Dr. JORGE AUGUSTO DE VASCONCELLOS, lotado no Ministériodos Transportes, nasceu em 10.05.1919 e faleceu em 27.10.2010.

Dr. DILTON BARRETO DE OLIVEIRA, lotado na Fiocruz, nasceuna Bahia em 26.08.1928 e faleceu em setembro de 2010.

Dr. ROBERTO CÂNDIDO A. DE CARVALHO TOSTES, lotadona AGU, natural do Rio de Janeiro, nasceu em 08.06.1939 e faleceu em19.07.2010.

Dr. RICARDO DE GODOY JAGUARIBE, lotado na Embratur,nasceu no dia 04.10.1932 em Matipó, Minas Gerais e faleceu emsetembro de 2010.

O falecimento dos ilustres colegas é uma perda para nós da APAFERJe para a advocacia pública, à qual eles prestaram inestimável colaboração.

Às famílias enlutadas as nossas condolências.

CHUVA FINA

Uma noite fria é um bom diapara distribuir alegria.

Caindo chuva finavejo numa esquinauma linda meninacom o olhar vagona imensidão da escuridão.

Meu coraçãome fez pensarnum jeito de alimentar a menina,que, sorrindo, olhou para mim.

Brasília, 29 de outubro de 2010.

Ofício Circular n° 139/2010

Senhor (a) Presidente,

Em 28 de outubro de 2010 foirealizada a Assembléia Geral Ordinária– AGO do Instituto MOSAP –Movimento Nacional dos ServidoresPúblicos Aposentados e Pensionistas,em cumprimento ao Art. 18, Inciso I,alínea “c” do Estatuto vigente doInstituto MOSAP, que é: Eleger a novaDiretoria Executiva, Conselho Fiscale Conselho Consultivo, observado odisposto no Art. 3° e 4° doRegulamento das Eleições.

A referida Assembléia GeralOrdinária elegeu a Chapa 1 porunanimidade dos presentes, ficandoassim constituída:EDISON GUILHERME HAUBERT - PRESIDENTE

- SINDILEGIS

CLOTILDE GUIMARÃES - 1ª VICE - PRESIDENTE

- SINDIFISCO NACIONAL

JOSÉ AVELINO DA SILVA NETO - 2º VICE -PRESIDENTE - ANFIP

TITULAR

JOÃO BOSCO SIQUEIRA DA SILVA - DIRETOR DE

ADMINISTRAÇÃO, PATRIMÔNIO E CADASTRO -ANFFA / ASFAGRO

ANTONIO MENDES PATRIOTA - DIRETOR DE

FINANÇAS - FENAFISCO

MARCO AURÉLIO GONSALVES - DIRETOR

JURIDICO - SINAIT

HELIO BERNADES - DIRETOR DE ASSUNTOS

PARLAMENTAR - SINDIRECEITA

MARGARIDA LOPES DE ARAÚJO - DIRETORA DE

COMUNICAÇÃO - APAFISP

ADJUNTO

NEUSA VIEIRA LOPES DE CASTRO - DIRETORA

DE ADMINISTRAÇÃO, PATRIMÔNIO E

CADASTRO ADJUNTA - ANASPS

ADEMUR ANTONIO JUNIOR - DIRETOR DE

FINANÇAS ADJUNTO - UPRB

JOSÉ MACHADO CARDOSO - DIRETOR JURIDICO

ADJUNTO - ANPAF

PEDRO ALVES DE FREITAS - DIRETOR DE

ASSUNTOS PARLAMENTAR ADJUNTO - ASA-CD

NALDA XAVIER DE OLIVEIRA - DIRETORA DE

COMUNICAÇÃO ADJUNTA - UNAFISCO

ASSOCIAÇÃO NACIONAL

Nesta oportunidade informamosque foram eleitos para o ConselhoFiscal e Conselho Consultivo osseguintes representantes das entidadefiliadas:

CONSELHO FISCAL

TITULARES

JESUS JOSÉ BALES - SINPAIT

ADHERBAL SILVA POMPEO - AFPESP/FESPESP

GILBERTO DO NASCIMENTO - SINDIPOL-DF

SUPLENTES

IBERÊ GUIMARÃES AGUIAR - ADAUFC

ROBERTO KUPSKI - FEBRAFITE

NILZA ÁVILA RIBEIRO - ASDNER

CONSELHO CONSULTIVO

TITULAR

DOMINGOS FERDINANDO TRAVESSO -VITALICIO

AFRÂNIO CAVALCANTI MELO JÚNIOR -SINDILEGIS

ILDEBRANDO ZOLDAN - VITALÍCIO

LÚCIO HAGEMANNAD - UFGRS

BOLIVAR STEINMETZ - ADPF

CLODOMIL ANTONIO ORSI - ASJCOESP

DARCI DANTAS - ASAP - TCU

MISMA ROSA SUHETT - ANFIP

SÁLVIO MEDEIROS COSTA - SINDIFISCO

NACIONAL

SUPLENTE

ANTONIO CARLOS BRANCO DA SILVA -UNACON SINDICAL

OSMAR DE OLIVEIRA MARCHESESTU –UNICAMP

WALDSON SILVA - SINDJUF-PA/AP

Em decorrência do expostosolicitamos sua especial deferência nosentido de divulgar este expediente.

Atenciosamente,

Mauro DantasPresidente da Comissão Eleitoral

Nova Administração do MOSAPDIA DA CRIANÇA12 de outubro

Em comemoração ao dia dacriança a APAFERJ tem a satisfaçãode publicar, a seguir, a poesia deautoria da jovem Nicole AraujoMeggiolaro, de 8 anos de idade e alunado 2º ano E-Fundamental do ColégioSanto Agostinho, Leblon/RJ. Apequena e talentosa poetisa ésobrinha-neta da nossa colega eassociada, Dra. Hilda AfonsoEcheverria Pinto.

E eu a agasalhei,a alimentei e o calor da emoçãotomou conta do meu coração.

E a menina, na chuva fina,se aqueceue me agradeceu.

Voltei para casa feliz porque o meucoração fez o que quis.

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JORNAL DA APAFERJ 15OUTUBRO 2010

ANIVERSARIANTES novembro

D I R E T O R I APRESIDENTE - José MarcioAraujo de AlemanyVICE-PRESIDENTE - RosemiroRobinson Silva JuniorDIRETOR ADMINISTRATIVO -Miguel Carlos Melgaço PaschoalDIRETOR ADMINISTRATIVOADJUNTO - Maria AuxiliadoraCalixtoDIRETOR FINANCEIRO -Fernando Ferreira de MelloDIRETOR FINANCEIRO ADJUNTO- Dudley de Barros Barreto FilhoDIRETOR JURÍDICO - Hélio ArrudaDIRETOR CULTURAL - CarlosAlberto MambriniDIRETOR DE COMUNICAÇÃO -Antonio Carlos Calmon N. da GamaDIRETOR DE PATRIMÔNIO -Celina de Souza LiraDIRETOR SOCIAL - GracemilAntonio dos Santos

CONSELHO DELIBERATIVONATOS:1. WAGNER CALVALCANTI DEALBUQUERQUE2. ROSEMIRO ROBINSON SILVAJUNIOR3. HUGO FERNANDES

TITULARES:1. FRANCISCO PEDALINOCOSTA2. LUIZ CARLOS DE ARAUJO

A P A F E R JRua Álvaro Alvim, 21/2º andar CEP: 20031-010

Centro - Rio de Janeiro - Sede Própriae-mail: [email protected]

portal: www.apaferj.org.brTel/Fax: (21)2532-0747 / 2240-2420 / 2524-6729

Jornal da APAFERJEditor Responsável: Carlos Alberto Pereira de AraújoReg. Prof.: 16.783Corpo Editorial: Antonio Calmon da Gama, Carlos Alberto Mambrini,Fernando Ferreira de Mello, Miguel Carlos Paschoal, RosemiroRobinson Silva Junior.Supervisão Geral: José Márcio Araújo de AlemanyEditoração e Arte: Jane Fonseca - [email protected]ão: Monitor MercantilTiragem: 2.000 exemplares

Distribuição mensal gratuita.Os artigos assinados

são de exclusiva responsabilidade dos autores

3. ALLAM CHERÉM SOARES4. FERNANDO CARNEIRO5. EMYGDIO LOPES BEZERRANETTO6. EDSON DE PAULA E SILVA7.SYLVIO MAURICIOFERNANDES8. TOMAZ JOSÉ DE SOUZA9. SYLVIO TAVARES FERREIRA10. PEDRO PAULO PEREIRADOS ANJOS11.MARIA DE LOURDESCALDEIRA12. MARILIA RUAS13. IVONE SÁ CHAVES14. NEWTON JANOTE FILHO15. JOSÉ PIRES DE SÁ

SUPLENTES:1. ROSA MARIA RODRIGUESMOTTA2. MARIA LUCIA DOS SANTOS DESOUZA3. PETRÓNIO LIMA CORDEIRO

CONSELHO FISCALTITULARES:1. JOSÉ CARLOS DAMAS2. JOSÉ SALVADOR IÓRIO3. WALDYR TAVARES FERREIRA

SUPLENTES:1. JOSÉ RUBENS RAYOL LOPES2. EUNICE RUBIM DE MOURA3. MARIA CONCEIÇÃO FERREIRADE MEDEIROS

As matérias contidas neste jornal poderão ser publicadas,desde que citadas as fontes.

Com a sua presença haverámais alegria e confraternização.

COMPAREÇA.

No próximo dia 30 de novembro vamos fazeruma festa para comemorar o seu aniversário

01 JOB EDUARDO DAPAIXÃO - INSS01 VALDSON RANGELALECRIM - AGU02 DAVID POLMON - INSS02 MARIA DE LACERDAVARGAS - M. SAÚDE04 CLETO DELGADO DESOUZA FILHO - AGU04 NEY VIANNAFERNANDES MACHADO -INSS05 VANDERLEI CORREAPEREIRA - MPAS06 EUNICE DOS SANTOSVIEIRA - INPI06 LAIR MARTINS DA SILVA-INSS06 MARIA DA CONCEIÇÃOMOURA SILVA - AGU06 MARIA DO SOCORROLEMOS - C.P.II06 WALDYR TAVARESFERREIRA - MPAS08 FRANCISCA ALVES DESOUZA GOMES - AGU09 ELIANE DA SILVAROUVIER - AGU10 MARIA DE FÁTIMA DEARAÚJO DIAS - FRP12 ELIANA CORDEIROMARIA - INMETRO12 ORLANDO DE OLIVEIRA- UFF12 SOLANGE DE CAMPOSF. DA CUNHA - FIOCRUZ13 ARMENTINO QUEIROZ -M. JUSTIÇA14 MARTA APARECIDAROCHA - INMETRO14 SÉRGIO MAURICIO DA

BOAMORTE - INSS14 SONIA Mª. DA SILVEIRA T.DE MELLO - INSS15 AYRTON SÁ PINTO DEPAIVA - CNEN15 JUSSARA FERREIRA DASILVA LOPES - IPHAN16 HELENA Mª. ANGELO M.SAMPAIO - M. SAÚDE17 LÊDA MARTINSCARDOSO - INSS18 MARISA DE CARVALHOMENEZES - INCRA19 MARILEA DE SOUZAMENDONÇA - INSS20 HELNOR VALDETARO P.COUTINHO - UFF20 LYGIA CÂMARA DE A. ESILVA - INSS20 VERA LUCIA GOMES DEALMEIDA - AGU22 CELIAS RODRIGUES DEANDRADE - INSS23 LUIZ CARLOSGUIMARÃES - INSS24 ALBERTO SERGIO O.DE MENEZES - INSS25 ALBERTINO GREGÓRIO- INSS27 DJALMO LUIZCARDOSO TINOCO - AGU27 MARIA LYGIA ABRAHÃODE CARVALHO - INSS28 AIMAR PORTUGALGARCIA - INSS28 IZA LIA LEMOS MUNHOZ- AGU28 VILMA CARVALHOSODRÉ - INCRA29 UILTON JOSÉ DEALVARENGA - INCRA

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JORNAL DA APAFERJ16 OUTUBRO 2010

PEÇO A PALAVRA

RosemiroRobinson S.JuniorVice-Presidente

Meus caros e fiéis leitores: ao longoda Vida experimentamos as maisdiversas emoções e guardamos nosescaninhos da memória momentosmarcantes que podem ser traduzidospor um livro, um filme, uma música,um amor, uma poesia, um passeio etantas outras coisas que enriquecem eiluminam a extensa e árdua jornadavital, estimulando-nos a prosseguir atéque surja a Parca Ceifadora.

Como é notório, estive em VilaVelha, na companhia de fraternosamigos apaferjianos, a terceira cidademais antiga do Brasil e, inobstante ainexorável passagem do tempo, nãoconsigo olvidar a magnífica paisagemproporcionada pelas águas esmeral-dinas do mar, a poucos passos dajanela do hotel, onde, tantas vezes,permaneci deslumbrado e silente, emfugazes instantes de intensa felicidade.

Aliás, o mar é uma constante naminha existência, porque em Natal,a Cidade do Sol, onde vivi a me-ninice e a adolescência, está a bu-cólica praia de Pirangi, em queusufrui, ao lado dos meus pais e dosmeus queridos irmãos, momentos deimensa alegria, que marcaram, inde-levelmente, a aurora da minha vida.

Vila Velha, mutandis mutandis,me fez relembrar Pirangi e, assim,retornar àqueles “tempos fagueiros”,na feliz expressão do grande Casimiro

de Abreu, poeta de versos simples,melodiosos e encantadores, queaprendia admirar desde cedo, mercêdas declamações dos meus amadospais, ambos cultores da literatura e dapoesia.

Quando regressei da terra dos“canelas verdes”, recebi o jornal VOZATIVA, órgão da Associaçãodos Servidores Aposentadose Pensionistas da Câmarados Deputados, gentil-mente remetido pormeu dileto amigo Ro-berto de MedeirosGuimarães, Presi-dente da ASA-CD e, paraminha ine-narrávelsurpresa,

na seção “Os mais belos sonetosbrasileiros do século XIX”, em seleçãofeita pelo poeta V.S. Andersen, li atranscrição de CONTRASTE, sonetoda lavra de ANTÔNIO TOMÁS e que,em priscas eras, ouvi meu idolatrado pairecitá-lo.

Consoante informa V.S. Andersen,ANTÔNIO TOMÁS, que foi padree poeta, nasceu em 14 de setembrode 1868, em Acaraú-CE e morreuem 16 de julho de 1941, tendosido sepultado,

conformepediu, sem cai-

xão, sem lápide,sem inscrição e, cu-

riosamente, proibiua divulgação desua obra literáriaem livros.

Homenage-ando Vila Velha,que me fez voltarem pensamento à

praia de Pirangi e, ainda, o meu amadoe saudoso pai que, juntamente, com aminha querida e também saudosa mãe,me ensinou a gostar de poesia, peçovênia para transcrever o sonetoCONTRASTE, de ANTÔNIOTOMÁS:

CONTRASTE“Quando partimos no verdor dosanos,

Da vida pela estradaflorescente,As esperanças vãoconosco à frenteE vão ficando atrás osdesenganos.

Rindo e cantando, céleres eufanos,

Vamos marchandodescuidadamente...Eis que chega a velhice,

e de repente,Desfazendo ilusões,

matando enganos!

E é só então que vemosclaramenteQuanto a existência érápida e falaz!E vemos que sucedeexatamente

O contrário dos tempos de rapaz:Os desenganos vão conosco à frenteE as esperanças vão ficando atrás.

Contudo, apesar de louvar a beleza ea sabedoria dos versos do PadreANTÔNIO TOMÁS, entendo que nãopode e não deve a APAFERJ curvar-sefrente aos desenganos e perder aEsperança, porquanto, como Advogados,o nosso caráter foi forjado nas duras edesgastantes lides forenses, o que nosimpele a insistir, sem medo e sem cansaço,na obtenção dos nossos relevantes elegítimos objetivos, a fim de que sejamosdignos da honrosa profissão queabraçamos e correspondamos à confiançaem nós depositada pelos nossos diletosassociados, que alimentam o corpo e aalma desta gloriosa Associação, àsvésperas de comemorar três décadas deprofícua existência. Si vis, potes!

O triunfo da vontade

Fortibus est fortuna

viris data –

(Macróbio, Saturnais,

6, 1, 62)

“A fortuna é dada aos

varões fortes”.