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AGOSTO DE 2008 ANO XX Nº 826 SEG 4 TER 5 QUA 6 QUI 7 SEX 8 SÁB 9 DOM 10 sintufrj.org.br [email protected] ASSEMBLÉIA ÀS 10H DE QUINTA-FEIRA, DIA 7, NO AUDITÓRIO DO CT Na pauta: paralisação e estado de greve dentro da campanha Descongelamento Já PÁGINAS 2 E 3 Veja abaixo contracheque de caso representativo da realidade salarial da categoria: a soma das perdas mensais alcança mais de hum mil e quinhentos reais por ano NO CONTRACHEQUE

P 2 3 NO CONTRACHEQUE · bém pode o MPOG decidir, já que dará a palavra final, manter o con-gelamento. Situação delicada “Existe parecer em Brasília que diz que a categoria

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Page 1: P 2 3 NO CONTRACHEQUE · bém pode o MPOG decidir, já que dará a palavra final, manter o con-gelamento. Situação delicada “Existe parecer em Brasília que diz que a categoria

AGOSTO DE 2008 ANO XX Nº 826 SEG 4 TER 5 QUA 6 QUI 7 SEX 8 SÁB 9 DOM 10 sintufrj.org.br [email protected]

ASSEMBLÉIA ÀS 10H DE QUINTA-FEIRA, DIA 7, NO AUDITÓRIO DO CTNa pauta: paralisação e estado de greve dentro da campanha Descongelamento Já PÁGINAS 2 E 3

Veja abaixo contracheque de caso representativo da realidade salarialda categoria: a soma das perdas mensais alcança mais de

hum mil e quinhentos reais por ano

NO CONTRACHEQUE

Page 2: P 2 3 NO CONTRACHEQUE · bém pode o MPOG decidir, já que dará a palavra final, manter o con-gelamento. Situação delicada “Existe parecer em Brasília que diz que a categoria

2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 826 - 4 a 10 de agosto de 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

Coordenação de Comunicação Sindical: Nivaldo Holmes, Ednea Martins e Jonhson Braz / Conselho Editorial: Coordenação Geral e Coordenação de Comunicação/ Edição: L.C. M. / Reportagem: Ana de Angelis, Lili Amaral e Regina Rocha. / Estagiária: Silvana Sá / Secretária: Katia Barbieri / Projeto Gráfico: Luís FernandoCouto / Diagramação: Luís Fernando Couto e Jamil Malafaia / Ilustração: André Amaral / Fotografia: Cícero Rabello / Revisão: Roberto Azul / Tiragem:11 mil exemplares / As matérias não assinadas deste jornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência: aos cuidados daCoordenação de Comunicação. Fax: 21 2260-9343. Tels.: 2560-8615/2590-7209, ramais 214 e 215.

Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CNPJ:42126300/0001-61

Casca de banana no caminhoTrabalhadores repudiam falta de respeito do Ministério do Planejamento

Sindicatoexigeinvestigação

O SINTUFRJ manifestasua preocupação com os fa-tos ocorridos na semana pas-sada envolvendo médicos doHospital Universitário Cle-mentino Fraga Filho. Elesforam presos pela PolíciaFederal, acusados de partici-parem de um esquema quedesviava fígados para bene-ficiar pacientes que paga-vam pelo órgão. O cirurgiãoJoaquim Ribeiro Filho, ex-chefe da equipe de transplan-tes de fígado do HUCFF, eoutros quatro médicos de suaequipe foram denunciadospelo Ministério Público Fe-deral. A direção do Hospitaldo Fundão informou emnota que abrirá sindicânciapara apurar os fatos.

Sem fazer prejulgamen-to, o Sindicato acredita quevocaliza a posição do con-junto dos servidores ao exi-gir que os fatos sejam escla-recidos de forma rigorosa. Éinadmissível que uma insti-tuição que sedimentou res-peito na comunidade uni-versitária, forma milhares deprofissionais de saúde, aten-de milhares de pacientes edesenvolve procedimentos dealta complexidade e pesqui-sa de ponta na área do ensi-no médico tenha a sua ima-gem afetada pela eventualsanha de alguns que colo-cam a ambição por dinheiroà frente da ética e dos escrú-pulos. Portanto, é com preo-cupada expectativa que oSINTUFRJ acompanha os fa-tos que podem manchar oHospital Universitário Cle-mentino Fraga Filho, que épatrimônio da UFRJ e, por-tanto, do povo brasileiro.

Plano AmilSaúde

O Setor de Convênios in-forma que está aberta a ade-são sem carência para qual-quer procedimento no perío-do de 1º a 23 de setembro.Mais informações pelo tele-fone 2270-5268 (Setor deConvênios).

Depois de congelar as ações, oMinistério do Planejamento, Or-çamento e Gestão (MPOG) pôsuma casca de banana no caminhoda categoria. A “armadilha” ficaexplícita no despacho ministerialenviado à UFRJ. Essa foi a conclu-são tirada pela categoria na assem-bléia de quinta-feira, 31, no CT,depois de ouvir os informes da dire-ção do SINTUFRJ sobre a reuniãocom a Pró-Reitoria de Pessoal, ocor-rida no dia anterior.

Para cumprir o despacho doMPOG, a UFRJ tem que solicitar adesomologação dos processos, mascorrendo o risco de o MPOG nãohomologá-los mais. Ou seja: saemdo Sistema de Cadastramento deAções Judiciais (Sicarje) para atu-alização dos valores na folha depagamento do servidor e podemnão voltar mais para lá. Como tam-bém pode o MPOG decidir, já quedará a palavra final, manter o con-gelamento.

Situação delicadaSituação delicadaSituação delicadaSituação delicadaSituação delicada“Existe parecer em Brasília que

diz que a categoria não deve rece-ber os 28% no contracheque. A si-tuação é delicada, pois desconhe-cemos os procedimentos técnicos.Por isso temos que fazer mais pres-são para desatar esse nó. Temos atarefa coletiva de resolver esse pro-blema com ações políticas, en-quanto a assessoria jurídica traba-lha analisando outras saídas parao impasse”, afirmou o coordena-dor do Sindicato, Francisco de As-sis.

“Ter que desomologar para ho-mologar depois é preocupante. Estána cara que foi uma armadilhaarmada contra nós”, concordouAlberto, do CCMN. Mais uma vezprecisamos de muita mobilização,pressão sobre a Reitoria, CUT, Fa-subra em quem for necessário. Por-que o SINTUFRJ é autônomo, nãotem rabo preso com a superestrutu-ra. “As pessoas que estão na assem-bléia têm interesse em fazer algu-ma coisa”, defendeu Djalma Ca-bral. “Estamos sendo sucateados”,disse Marcílio, do Instituto de Quí-mica.

Para o coordenador do Sindi-cato Jonhson Braz da Silva, “con-gelar foi simples, por meio de umcomunica, mas para descongelar aburocracia é enorme. O governo ten-tou de todas as formas nos retiraras ações e agora estão nos amea-

Propostas aprovadas na assembléia1 - Constituição de uma Comissão de Mobilização, reunindo todos os presentes à assembléia. Acomissão fez reunião na própria quinta, quando deliberou pela confecção do Bate-Pronto que foidistribuído na sexta na porta dos bancos do CCS, CT, Letras, CCMN e HU2 - Realização de assembléia na quinta-feira, 7/8, às 10h, no auditório do CT. Pauta: discutirparalisação das atividades e estado de greve.3 - Entrar com mandado de segurança para imediato descongelamento das ações judiciais:(28,86%, 3,17%). A execução da proposta depende do parecer favorável da assessoria jurídica doSindicato.4 - Instalação de mesa permanente de negociação combinada com ações de mobilização política.5 - Moção de repúdio endereçada aos Ministérios do Planejamento, da Educação e à Reitoria.6 - Direção sindical e Comissão de Mobilização se dividirão para fazer reuniões nas unidades,procedimento previsto no estatuto do Sindicato com vistas à decretação de paralisação.7 - Comissão de Mobilização tirará representantes da base para acompanhar a direção sindicalnas negociações com vistas ao descongelamento das ações judiciais.8 - Visitas constantes ao Conselho Universitário e também realização de ações políticascontundentes.9 - Sindicato preparará programa e instalará em sua página na internet, para que o trabalhadorpreencha com seus dados e fique sabendo quais são as suas perdas.10 - Tratar o Judiciário como se trata o Executivo e o Legislativo, organizando atos e manifestaçõespolíticas em frente aos órgãos. 11- Carro de som, cartazes, bate-pronto, jornal – ferramentas que estarão à disposição daComissão de Mobilização para esquentar as bases.

çando: ‘Recebam congelados e fi-quem quietos, senão tiro tudo`. Porisso, temos que começar a cons-truir paralisação para culminarcom uma greve’.

Fábio Marinho responsabilizoua desmobilização da categoria aaproximação do Sindicato com a

Reitoria e o governo: “Quanto maisà direção sindical se aproxima dasinstituições, mas afasta os traba-lhadores do movimento”.

“Proponho imediata paralisa-ção, e que se acabe com a pouca-vergonha de se ficar agarrado à Rei-toria. A medida correta é a gente se

indignar e mobilizar com cons-ciência”, falou Orlando, da Biolo-gia. “Vamos perguntar à assessoriajurídica do Sindicato se mandadode segurança cabe nessa história. Ese até a próxima assembléia nãotivermos uma solução como res-posta, é partir para paralisação”,propôs Francisco Carlos.

Moção de repúdionistério do Planejamento, Or-çamento e Gestão pela suafalta de respeito, pelo des-cumprimento de ações judi-ciais já transitadas e julga-das, referentes às ações de3,17% e 28,86% dos traba-

lhadores da UFRJ. Exigi-mos do Ministério do Pla-nejamento, Orçamento eGestão e da UFRJ o cum-primento das decisões ju-diciais, com o imediatodescongelamento.

Os trabalhadores da Uni-versidade Federal do Riode Janeiro, reunidos em as-sembléia geral realizada nodia 31/7/2008, decidirampor unanimidade repudiara atitude tomada pelo Mi-

COMISSÃO DE MOBILIZAÇÃO se reuniu, cumprindo deliberação da assembléia

Foto: Cícero Rabello

Descongelamento Já!

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Descongelamento Já!

Parece que a “ficha ainda não caiu”Técnicos-administrativos

de várias unidades, delegadossindicais de base e militantescompareceram à reunião con-vocada pelas Coordenações Ge-ral e de Políticas Sindicais doSINTUFRJ, quarta-feira, 30,na subsede sindical do HU. Naavaliação da maioria, “a fi-cha ainda não caiu para ostrabalhadores em relação àgravidade do problema que é ocongelamento das ações judi-ciais”.

Estavam presentes à reu-nião trabalhadores dos Trans-portes, Hesfa, IPPMG, Micro-biologia, Prefeitura Universi-tária, ETU, HU, SiBi, CAp,DVST, Farmácia, CCS, FAU,Biologia, Nutes, Vigilância,Geociências e aposentados.Eles informaram sobre o nívelde mobilização à campanhaDescongelamento Já! nas suasbases, e elogiaram a volta dacirculação do Bate-Pronto: “Oboletim desperta curiosidadee todos correm para apanhá-lo”, disseram.

Em primeira mãoEm primeira mãoEm primeira mãoEm primeira mãoEm primeira mãoO congelamento das ações

judiciais foi o principal pontode discussão. Os dirigentes sin-dicais que participaram da reu-nião na PR-4, pela manhã, Jé-

ferson Salazar e Francisco de As-sis, informaram os presentes, emprimeira mão, sobre os encami-nhamentos aprovados entre o SIN-TUFRJ e a Reitoria, e as razõespelas quais optaram pelas deci-sões. De forma sincera e aberta,foi feita uma avaliação sobre oproblema, discutidas as dúvidas eanotadas as sugestões para solu-ção da questão.

Qualquer integrante da ca-tegoria pode, e deve, participardessas reuniões agendadas peloSindicato. Quanto mais traba-lhador bem informado e enten-dendo o que significa o conge-lamento das ações judiciais noscontracheques, maior será o ní-vel de adesão à luta pelo des-congelamento, avalia a direçãodo Sindicato.

Pressão do governoPressão do governoPressão do governoPressão do governoPressão do governoCom poucas exceções, a

maioria que participou da reu-nião avaliou que faltam maisinformações para que os traba-lhadores se entusiasmem com acampanha do Descongelamen-to Já! Mas também chegou àconclusão que o congelamentoé uma forma do governo pressi-onar para que os trabalhadoresparem de reivindicar o paga-mento dos atrasados dessasações, que têm direito.

“Lá, no CCS, dizem que aculpa é do Sindicato, que malessa diretoria entrou e já estácriando dificuldades para a ca-tegoria”, falou Eliezer. Segundoele, “é uma dificuldade e atécansativo ficar explicando sem-pre a mesma coisa, porque aspessoas não lêem o Jornal doSINTUFRJ e nem vão às assem-bléias”.

Dulce de Lima, da Geociên-cias, achou um jeito mais prá-tico de mobilizar sua base: “En-

viei e-mail falando do congela-mento para todo mundo da uni-dade e pedindo o empenho delesna campanha”.

Quase todos se queixaram doesvaziamento da Universidadeem função do recesso das aulas,e lembraram que nesse períodomuitos técnicos-administrati-vos também entram de férias.

Ações individuaisAções individuaisAções individuaisAções individuaisAções individuaisUma das dúvidas esclareci-

das na reunião foi em relação

às ações individuais, que tam-bém estão congeladas. Os diri-gentes sindicais explicaramque o Sindicato está tratandoapenas das ações coletivas pa-trocinadas pelo Jurídico da en-tidade. Até porque é impossívelsaber das ações de cada um. Eorientaram para que transmi-tam às bases que cabe ao servi-dor a iniciativa de procurar aPR-4 levando a sentença, masantes devem consultar seus ad-vogados.

Na quarta-feira, 30, o SINTU-FRJ reuniu-se com a Pró-Reitoriade Pessoal (PR-4) para discutir edeliberar sobre o despacho do Mi-nistério do Planejamento, Orça-mento e Gestão (MPOG) respon-dendo à UFRJ sobre o congelamen-to das ações judiciais no contra-cheque de todos os trabalhadoresda instituição.

Foi acordado que, neste mo-mento, não se mexe nos 28,86%(“para evitar qualquer cilada mi-nisterial”) , apenas nos 3,17%. Comessa decisão a PR-4 solicitará aosMinistérios do Planejamento e daEducação a desomologação (aber-tura) do processo da ação dos3,17% para lançamento dos cálcu-los atualizados na folha de paga-mento da categoria.

CautelaCautelaCautelaCautelaCautelaDe acordo com o despacho do

MPOG, a “UFRJ deveria procederao lançamento dos valores, nos li-mites objetivos das decisões judi-

Na quarta, reunião na Pró-Reitoria

ciais, incluir os servidores, procederà autorização, solicitar recursos aosetor que cuida do orçamento parahomologar; e que, depois de adota-das essas providências, a ação sejaanalisada no âmbito da Coordena-ção-Geral de Procedimentos Judi-ciais do MPOG”.

A primeira informação dadapelo pró-reitor de Pessoal, Luiz Afon-so Mariz, aos coordenadores-geraisdo SINTUFRJ, Jéferson Salazar e

Francisco de Assis, foi que os cálcu-los atualizados de todas as açõescoletivas conquistadas pela cate-goria e congeladas já estão pron-tos.

Cautela em relação ao cum-primento do despacho ministerial,principalmente em função dos 28%– somente os trabalhadores daUFRJ têm seus salários mensal-mente calculados sobre esse índice,portanto, ele vive na mira de Brasí-

lia – norteou às duas horas de reu-nião com a PR-4. Também cola-boraram na tomada de decisão osuperintendente Roberto Gambinee a coordenadora do Sistema dePessoal, Maria Tereza Ramos, aTeca.

Garantias para os 28%Garantias para os 28%Garantias para os 28%Garantias para os 28%Garantias para os 28%O acerto acordado em relação

aos 28% entre a Reitoria e o SIN-TUFRJ foi o seguinte: a PR-4 mar-

cará uma nova reunião com o di-retor do Departamento de Normas,Procedimentos Judiciais e ÓrgãosExtintos (Denop) do MPOG, Antô-nio Pádua Casella, de preferênciaaté esta quarta-feira. Quando,acompanhada pela assessoria jurí-dica do Sindicato viajará a Brasí-lia para obter garantias de que oprocesso da ação dos 28% sendodesomologado (aberto) para atua-lização dos cálculos na folha depagamento, será novamente homo-logado (fechado).

Explicações Explicações Explicações Explicações ExplicaçõesA coordenação do SINTUFRJ

protocolou na PR-4, quarta-feira,30, ofício solicitando informaçõessobre a alteração na folha de paga-mento de pessoal dos trabalhadoresdos oito hospitais universitá-rios.

PRESSÃO. Sindicato foi à Pró-Reitoria discutir a crise com representantes da UFRJ

AÇÃO INTENSA. Reunião de quarta-feira na subsede do Sindicato no Hospital Universitário

Fotos: Cícero Rabello

FGTSAssembléia dia 20/08, às14h, no Auditório do CT

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Governo quer hospitaisuniversitários fora do orçamentoe com funcionários celetistasFasubra faz seminário em agosto e programa marcha contra projeto das fundações estatais

AMEAÇA

O governo quer transformar arede de hospitais universitários emfundações estatais. Trata-se de ummodelo de gestão que comprometeo caráter público dessas institui-ções. Para se ter uma idéia, peloprojeto os HUs serão desvinculadosdas universidades, ficam fora dosrecursos do Orçamento da União(inclusive da verba necessária pararemuneração de pessoal) e seus fun-cionários passam a ser contratadospela CLT.

Tudo isso e muito mais faz partedo projeto de fundação estatal de di-reito privado – PLP 92/2007 – que seencontra no Congresso Nacional eque, se aprovado, irá desvincular osHUs das universidades e modifica-rá as relações de trabalho dos fun-cionários. O que significa a priva-tização. A defesa dos HUs é umaluta empreendida pela Fasubra des-de 2005. Agora, a Federação lideracampanha contra a implantaçãoda fundação estatal como alterna-tiva de gestão e vem buscando alia-dos nesta luta.

“Vamos levar a campanhapara ser aprovada na plenária na-cional da CUT e pedir que todos ossindicatos se envolvam. Assimcomo foram colhidas um milhãode assinaturas para aprovação dasConvenções 151 (negociação co-letiva no serviço público) e 158(garantia no emprego contra de-missão imotivada) da Organiza-ção Internacional do Trabalho(OIT) no Congresso, esperamosque seja feito o mesmo trabalhopara os HUs. Além do abaixo-assi-nado, o seminário, que deve serrealizado agora em agosto, e aconstrução da marcha com as de-mais entidades fazem parte destaluta em defesa dos HUs, que nãodeve ser só nossa”, explica a coor-denadora-geral da Fasubra, LeaOliveira. Segundo ela, os HUs sãounidades públicas de ensino, pes-quisa, extensão e assistência queprestam um serviço relevante àsociedade, conseqüentemente de-vem estar envolvidos todos os seusatores – alunos, professores, fun-cionários, usuários e entidades dasociedade civil.

A ameaça de desvinculação

dos HUs das universidades e modifi-cações profundas no regime de tra-balho dos funcionários tem provo-cado um clima de insegurança paraos trabalhadores. A cada movimen-to feito pelo governo – em abril foibaixada a Portaria 4, que cria ascondições para a implantação dasfundações – os boatos espalham-se

Fasubra organiza ofensiva

pela universidade e o Sindicato rece-be inúmeros telefonemas solicitan-do informações. Existem muitasdúvidas. O que de fato há é que aportaria vem sendo cumprida pelasDRHs da universidades – até 31 dedezembro é o prazo para o desfechotécnico das mudanças propostas – eque o projeto está em fase final de

tramitação no Congresso Nacional.Para Lea Oliveira, os trabalha-

dores dos HUs, que são trabalhado-res da educação, têm dificuldadeem se verem como parte da univer-sidade devido ao seu ritmo diferen-te de trabalho e por terem de sedividir em outros turnos. Por isso,existe um distanciamento natural

acerca das questões sobre a organi-zação dos trabalhadores, do seu Sin-dicato e de suas necessidades. “Seexiste o pensamento que a trans-formação dos HUs em fundaçõesestatais será um bom negócio paraos funcionários, digo que são falasisoladas, e esse pensamento precisaser esclarecido”, reflete a dirigente.

De parte do movimento, a Fasubra delibe-rou por um plano de lutas para os HUs, a sertrabalhado em conjunto com os sindicatos debase:

· Obter um milhão de assinaturas con-tra o projeto, com o apoio da CUT e demaisentidades do serviço público;

· Pressionar o MEC para garantir aabertura do debate sobre a Portaria 4 com

as entidades que tenham interface com aluta dos HUs nos conselhos municipais, es-taduais, conselhos universitários, AssembléiaLegislativa, Conselho Nacional de Saúde eCongresso Nacional;

· Construir uma grande marcha aBrasília;

· Pautar nos Conselhos Superiores dasUniversidades o debate sobre o PLC 92 e a

Portaria 4, com objetivo de construir re-solução contrária a qualquer possibilida-de de desmembramento dos HUs das uni-versidades;

· Fazer Campanha Nacional Públicapela abertura de concursos públicos, regidospelo RJU, para os HUs.

· Fazer campanha nacional contra oPLC 92/2007 e suspensão da Portaria 4.

Foto: Cícero Rabello

MAIO. Passeata mobilizou centenas de pessoas na crise do Hospital Universitário provocada pela falta de recursos

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O que o projeto propõeSINAL DE ALERTA

Fundação estatalO projeto está previsto desde a reforma administrativa aprovada no governo

Fernando Henrique. Mas sofreu nova roupagem no governo Lula e foi encampadopelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

ContrataçãoOs funcionários serão admitidos por seleção pública de títulos e

provas e regidos sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho(CLT) e, por conseguinte, sem estabilidade no emprego. Os novosfuncionários se aposentarão como os trabalhadores da iniciativa priva-da, com teto do INSS.

Carreiras diferenciadasPlano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) diferente para cada fundação.

Abandona-se a perspectiva da construção de uma carreira única para osprofissionais de saúde.

AvaliaçãoO corpo técnico das fundações terá de respeitar metas e será avaliado de

acordo com o desempenho coletivo ou individual. Uma parte dos salários serápaga com base nesses critérios.

Veja o que estabelece o projeto que implanta a fundação estatal de direito privado– PLP 92/2007 – e que tramita no Congresso Nacional

AtuaçãoNas áreas “não exclusivas” do Estado, como saúde (inclusive hospitais

universitários se aprovado pelos conselhos universitários), educação, assistên-cia social, cultura, desporto, ciência e tecnologia, meio ambiente, previdênciacomplementar do servidor público, comunicação social e promoção do turismonacional. Educação e pesquisa foram incluídas na última versão do projeto

AbrangênciaPoderá ser implantado em órgãos federais, estaduais e municipais.FinanciamentoSerá por meio da realização de contratos de gestão com organismos estatais

superiores e venda de outros serviços para terceiros. Não há garantia derecursos do Orçamento da União para as fundações estatais.

FiscalizaçãoCada ministério será responsável por cobrar resultados e analisar possíveis

descumprimentos das regras.AprovaçãoCaberá aos conselhos universitários a decisão final sobre a transformação

dos HUs em fundação estatal de direito privado.

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FUNDÃO

Plano Diretor: emendas até fim de agostoSindicato convoca reunião dias 7 e 11 para discussão de propostas

Está aberto o espaço para apre-sentação de propostas aos desta-ques às diretrizes do Plano Diretorda UFRJ. Suas diretrizes foram apro-vadas pelo Conselho Universitárioem sua última sessão e a comuni-dade universitária tem até o fimde agosto para apresentar suas pro-postas. O Plano Diretor, quandoconsolidado, será um novo instru-mento para regular as interven-ções espaciais na UFRJ segundo suasatividades acadêmicas e projetoinstitucional.

O SINTUFRJ e o GT-Educaçãoorganizaram duas reuniões parafazer a discussão com os funcio-nários. A primeira será dia 7 deagosto, às 13h, no auditório Mu-niz Aragão, na Praia Vermelha; asegunda no dia 11, às 9h, na sub-sede do Sindicato no HU. No queconcerne diretamente aos servi-dores técnico-administrativos emeducação (TAEs) da universida-de, está sendo proposto um espaçodestinado à sua qualificação ecapacitação.

As diretrizes interessam aosmoradores da Vila Residencial,haja vista que está programada aidentificação dos diferentes seg-mentos da população residente e adefinição de ocupação do campus.Estão previstos também a constru-ção de dois restaurantes universi-tários complementares ao princi-pal e um novo alojamento estu-dantil.

Questões importantesQuestões importantesQuestões importantesQuestões importantesQuestões importantesPara o coordenador-geral do

SINTUFRJ e integrante da banca-da dos técnicos-administrativos noConsuni, Jéferson Salazar, são ques-tões importantes ainda para seremdiscutidas e que devem ter a parti-

Plano propõe metasPretende a integração inter-

na e a integração com a cidade.Promove uma visão de conjuntodos espaços disponíveis e temcomo horizonte metas para osanos de 2012, 2016 e 2020. Adiretriz geral é o cumprimento demetas do Plano de Reestrutura-ção e Expansão da UFRJ com aelaboração de um Plano de De-senvolvimento da Cidade Univer-sitária destinando espaços paraatividades de ensino, pesquisa eextensão com ampla discussãona comunidade e respeitandodecisões das unidades acadê-micas sobre a transferência ounão para o campus do Fundão.Prevê ainda o enfrentamento dequestões difíceis, como acessoe segurança.

A lógica de ocupação preten-de combinar integrações par-ciais com a convergência acadê-mica e administrativa em áreasde conhecimento – ciências dasaúde e da vida; ciências danatureza e tecnologia; humani-dades e ciências sociais aplica-das. Pela proposta, um espaçocentral de integração ficará nocentro da ilha abrigando adminis-tração central, auditório, bibliote-ca central, centro de memória,área de convivência, restaurante,etc. Aí estarão também espaçose instalações das entidades derepresentação da comunidade,como o SINTUFRJ.

Também está em pauta cons-trução de hotel ou casas habita-cionais de uso residencial para acomunidade, que poderão con-templar moradia permanente outemporária para professores, fun-cionários e estudantes. No queconcerne ao patrimônio, aguar-da-se propostas para soluçõespendentes, como a ala desocu-pada do HU, a perna-seca.

cipação dos funcionários: “O cen-tro de capacitação e a regulariza-ção da Vila Residencial são reivin-dicações nossas, por isso temos quedetalhar a nossa proposta sob penade perdemos a oportunidade de in-terferir na elaboração final das di-retrizes do plano diretor. Como sedará a organização dos espaços docampus da Ilha do Fundão, suaexpansão, planejamento e o uso derecursos nestes espaços e nas suasinstalações interessa a toda comu-

nidade e a nós particularmente quepassamos a maior parte do tempono local de trabalho. Por isso, oplano diretor e suas diretrizes de-vem ser uma construção coletiva”.

Uma questão que envolve todaa comunidade e é polêmica refere-se à transferência das unidades aca-dêmicas, principalmente da PraiaVermelha, para a Cidade Universi-tária, na Ilha do Fundão. Nas dire-trizes aprovadas pelo Consuni rea-firma-se que estarão descartadas

transferências que não tenham sidodiscutidas e deliberadas pelas uni-dades interessadas, e que estarãoasseguradas as condições para umamplo processo de discussão a res-peito da transferência ou não paraa Cidade Universitária. Por isso,cada segmento da UFRJ, em suaunidade, centro e conselho, deveprocurar debater com tranqüilida-de e tentar chegar a uma propostapara apresentar na formulação doplano diretor.

A bola vai rolar

ATLETASCLAUDIONOR ESTEVÃO – VIGJOSÉ LÚCIO – MUSEUISRAEL GOMES DE SANTANA – DVSTRONALDO SILVA DE JESUS (ÍNDIO) – IPPMGJOÃO CARLOS DE PAULA FREIRE – IPPUR– REITORIAFLÁVIO DOS S. LAFAIETE – DIV. DIPLO-MAS – REITORIARICARDO FREITAS DE BRITO – VIGISMAR DE SOUZA GANDRA – EEFDJOSÉ HENRIQUE DA SILVA (RIQUINHO) –TRANSPORTE DA COPPERICARDO JESUS – EEFD

A Coordenação de Esporte e Lazer convoca para participar de treino, dia 5 de agosto, terça-feira,às 16h, no Campo da Prefeitura, os seguintes companheiros:

JAIRO PEREIRA DO NASCIMENTO JÚNIOR– IQANTONIO HENRIQUE N. SILVAARCEU PEDRO DOS SANTOS FILHO – IMATHOMAZ EDSON DA SILVA PINTO – ALO-JAMENTOERCI DA SILVAROBERTO SILVA DE FARIA – PUEVALDO FELIPE NASCIMENTOLUIZ ANTONIO PINTO DE SOUZADEMARCO – PUJORGE EMANOEL – EEFDJOSÉ HENRIQUE DO NASCIMENTO – HUJONAS FERREIRA DE MELO – HU

ROBSON – VIG / PSICOLOGIAADRIANO CARLOS COSTA – PSICOLOGIAPEDRO SUEVO – COPPEJOSÉ CARLOS JANUÁRIO – PU / PVJOÃO MARIA GONÇALVES (GOLEIRO) –PU / PVAGUIAR JERÔNIMO F. FILHO – HUEDMILSON DE OLIVEIRA FIRMO – HUPAULO CEZAR – HUEDNALDO LEOCÁDIO DA SILVA – PU / PVGERALDO GOMES – PU / PVCARLOS (BETO) – PU / PVBETÃO – IPPMGJOSÉ HENRIQUE – COPPE

EDMILSON GOMES – CLAJOSÉ NETO DE OLIVEIRA – PU / FUNDÃOAGNALDO (GOLEIRO) – MUSEUAILTON – REITORIAJULIO – COPPEMARCÍLIO – QUÍMICAJOÃO LUIS PEREIRA (BORÓ) – PU /FUNDÃOWASHINGTON – GIV / FUNDÃOE mais:Jorge Luis da Silva, Joel Henrique, Do-mingos Antonio, Walmir Bezerra, OzéasDiniz, Eliezer de Souza, Caetano, JorgeNegão, Orestes e Evanir.

Foto: Cícero Rabello

JÉFERSON. “O centro de capacitação e a regularização da Vila Residencial” na pauta

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Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 826 - 4 a 10 de agosto de 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected] – 7

PESSOAL

Impasse continua no IFCSEm reunião na tarde de quin-

ta-feira, dia 31 de julho, o corpode funcionários do Instituto deFilosofia e Ciências Sociais(IFCS) decidiu, por unanimida-de, que os servidores não realiza-rão o cadastro necessário à insta-lação do ponto eletrônico na uni-dade. Decidiram, ainda por una-nimidade, ratificar na íntegra acarta que o SINTUFRJ encami-nhou à diretoria. Na próximaquinta-feira, 7 de agosto, os fun-cionários se reunirão às 14h paraeleger o Conselho de Administra-ção que será responsável por en-caminhar demandas dos servido-res à direção e fazer proposiçõessobre metodologias de trabalho edesenvolvimento de pessoal.

As decisões foram tomadasapós a reunião entre a comissãoformada por funcionários doIFCS, o Sindicato e a diretoriapara debater a crise gerada pelainstalação do ponto eletrônico naunidade. A diretora Jessie Jane,afastada devido às férias, não par-ticipou da reunião. Quem a re-presentou foi a vice-diretora doIFCS, professora Gláucia VillasBoas. O professor Marco AurélioSantana, coordenador do Progra-ma de Pós-Graduação em Socio-logia e Antropologia, especialis-ta em conflitos e relações do tra-balho, foi convidado para me-diar o debate.

PerplexidadePerplexidadePerplexidadePerplexidadePerplexidadeJéferson Salazar, coordena-

dor-geral do SINTUFRJ, esclare-ceu que o Sindicato não é contrao estabelecimento de um meca-nismo de controle, mas recebeu

Servidores se negam a fazer cadastro para instalação do ponto eletrônico na unidade

com perplexidade a notícia doponto eletrônico. “Uma medidaunilateral como esta não é pró-pria da natureza desta casa. OIFCS é a casa do diálogo, da dia-lética e da troca”, afirmou. Deacordo com o dirigente, a UFRJnunca teve uma política de de-senvolvimento de recursos huma-nos para docentes e técnicos-ad-ministrativos e a medida não sa-nará os problemas enfrentadospela unidade.

Ainda de acordo com Jéfer-son, o Sindicato se reuniu com aouvidora da UFRJ, já que a ale-gação da diretora para a instala-ção do ponto eletrônico seria asreclamações de faltas de funcio-nários recebidas pela Ouvidoria.“A professora Cristina Riche nosinformou que algumas reclama-ções nesse sentido realmente fo-ram feitas, mas outras como fal-ta de professores e problemas deinfra-estrutura também são re-cebidas. Enviamos um documen-to solicitando algumas respostas,mas ainda não obtivemos os de-vidos esclarecimentos da dire-ção”, afirmou.

As declarações dos membrosda comissão foram todas pauta-das no posicionamento contrá-rio à instalação do ponto e aofato de os servidores técnicos-ad-ministrativos estarem sendo usa-dos como “bodes expiatórios”,num processo de desqualificaçãodos funcionários. “Esse debatenão passa apenas pela instalaçãode um ponto eletrônico, masprincipalmente pela discussão dopapel social que cada um desem-penha”, disse Jéferson.

Centenas de jovens de diversaspartes do mundo e do Brasil estive-ram reunidos entre os dias 26 de ju-lho e 3 de agosto no campus do Fun-dão para debater imperialismo e fas-cismo no 21º Encontro Internacio-nal da Juventude Antifascista e An-tiimperialista (EIJAA). Turquia, Di-namarca, França, Espanha, México,República Dominicana, Equador eVenezuela enviaram seus representan-tes para o encontro. No dia 29 dejulho pela manhã os jovens debate-ram “A juventude contra a UniãoEuropéia imperialista”. Participaramda mesa Jonas Örting, da Juventude

Jovens do mundo discutem imperialismoComunista da Dinamarca, MalikaOuedraogo, do Partido ComunistaJovens Operários da França, RicardoJuan e Maitê Martin, da JuventudeComunista da Espanha (Marxista-Leninista).

A francesa Malika, esforçando-separa falar em espanhol, explicou queseu partido busca lutar contra as for-mas de imperialismo que se instau-raram na França. “Saúde, educação,são bens comuns, grandes riquezasque cada vez menos temos. Os bensestão sendo privatizados. A reformauniversitária e todo o processo de pri-vatização são medidas que atendem

aos interesses apenas da elite”, disse ajovem, citando os obstáculos coloca-dos pelo Estado à população, impe-dindo que os cidadãos tenham seusdireitos assegurados.

No Brasil, o grupo que coorde-nou o encontro foi a União da Ju-ventude e Rebelião, ligada ao Parti-do Comunista Revolucionário e quepossui representação em vários esta-dos brasileiros. Realizado desde adécada de 70, esta foi a primeira vezque o EIJAA ocorreu no Brasil. Deacordo com Rafael Freire, um dosorganizadores, o Encontro é reali-zado a cada dois anos.REBELDES. Juventude internacional na reunião na UFRJ

Em carta enviada aos servi-dores e colocada na página doIFCS na internet, a diretoraJessie Jane informa sobre ainstalação do ponto eletrônicoe avisa: “Aqueles que não seadequarem podem se colocarà disposição da PR-4”. A co-missão de funcionários exigiuque a carta fosse retirada dainternet, sob alegação de quetal ato desprestigia e ofende osfuncionários do IFCS e os ex-põe publicamente. A vice-dire-tora se comprometeu a acataro pedido da comissão.

Foi lembrado também pelacomissão que todos os seto-

res do IFCS, exceto biblioteca emanutenção, são chefiados porprofessores, e que estes tam-bém devem ser cobrados. “Oque se quer é que a direçãocobre das chefias imediatas,para que estas por sua vezapontem os problemas exis-tentes e cobrem a quem for dedireito. Queremos ajudar a re-solver os problemas existen-tes”, afirmou Marcelo Rangel,secretário do Departamento deHistória e um dos membros dacomissão.

A vice-diretora informou quemanterá a atual folha de pontopara os meses de julho e agos-

to, enquanto durarem as nego-ciações. Ela frisou que é preci-so estabelecer horários e roti-nas de trabalho para melhoratender a comunidade univer-sitária. “Essa melhoria nãopode existir sem diálogo entrediferentes partes”, disse Gláu-cia, comprometendo-se aagendar uma reunião com to-das as chefias do IFCS. “Areunião de hoje foi importantepela possibilidade de diálogoentre o Sindicato, os funcioná-rios e a diretoria. Passarei to-das as observações feitas hojepara as chefias e ouviremos osdiagnósticos delas”, afirmou.

Afronta aos técnicos-administrativos

QUINTA-FEIRA, NO IFCS. Reunião voltou a discutir o problema criado com o ponto eletrônico

Fotos: Cícero Rabello

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Plenária da CUT começa terça 8PÁGINA

Sindicato enviará caravana para participar da Assembléia da Classe TrabalhadoraEm meio às comemo-

rações dos seus 25 anosde história, a Central Úni-ca dos Trabalhadores rea-liza o seu encontro maisimportante: começa nestaterça-feira, 5, a 12ª Plená-ria Nacional, em São Pau-lo. Até o dia 8, sexta-feira,centenas de delegados detodo o país discutirão umprojeto de desenvolvimen-to nacional que inclua avalorização do trabalho,a redistribuição de renda,e emprego decente.

A plenária deste ano tem comotema “Fortalecer a Democracia eValorizar o Trabalho”. O Rio deJaneiro participa com 12 delega-dos, sendo um deles a coordena-dora de Educação do SINTUFRJDulce Machado. No último diada plenária, na sexta-feira, serárealizada a Assembléia da ClasseTrabalhadora, em São Bernardodo Campo, e o Sindicato levaráuma caravana com 40 pessoas,número aprovado em assembléia.

Será a primeira vez que a CUTnacional vai aprovar um planode lutas construído e aprovadopor uma grande massa de traba-lhadores. Talvez a maior realiza-da até hoje, desde o Congresso defundação da Central, com a par-ticipação de mais de 5 mil dele-gados. A expectativa nesta assem-bléia é contar com a participaçãode cerca de 10 mil trabalhadorese trabalhadoras. Significa ummomento histórico para a CUTaprovar um plano de lutas quetem uma responsabilidade mui-to grande com este momentoconjuntural e para o próximoperíodo.

A pauta da plenária, que éestatutária, tratará da conjuntu-ra nacional e internacional; ba-lanço de atuação da CUT; progra-ma de desenvolvimento; políticasindical; estatuto e finanças; re-composição da Executiva Nacio-nal e plano de lutas. Durante a12ª Plenária, no dia 4 de agosto,acontecerá também a 2ª Plená-ria Nacional de Mulheres.

CUT: 25 anos de históriaCUT: 25 anos de históriaCUT: 25 anos de históriaCUT: 25 anos de históriaCUT: 25 anos de históriaO dia 21 de julho de 1983

ficou assinalado na históriacomo a data em que os traba-lhadores protagonizaram omaior desafio ao regime mili-tar de 1964. Logo em seguida,no dia 28 de agosto, os traba-lhadores criaram a Central Úni-ca dos Trabalhadores (CUT),nascida de um sindicalismo au-

têntico que mudaria para sem-pre as relações trabalhistas tra-vadas no Brasil até então. Co-nheça esta história:

No começo dos anos 1980ainda perdura no Brasil o regime

militar, que se enfraquece com asituação econômica caótica quetomava conta do país, com de-semprego, repressão, inflação. Acrise se agrava em 1982, quandoo governo recorre ao Fundo Mo-

netário Internacional (FMI) etorna o Brasil refém de suas de-terminações. A nova política ele-va os juros para conter a inflaçãoe determina novas regras para ossalários, com decretos de arrocho

salarial. A situação é insusten-tável e o clima de insatisfaçãopreconiza a greve geral.

Em maio de 1983, o governobaixa o Decreto-Lei nº 2.025, queprevê a extinção de benefícios dostrabalhadores das empresas esta-tais. Para conter os protestos quese desencadeiam, o governo e a“grande imprensa” iniciam umacampanha contra esses trabalha-dores com a alegação de que são“privilegiados” que ganham aci-ma da média e contam com be-nefícios que a “sociedade” nãopode bancar.

No dia 16 de junho, 35 enti-dades sindicais e associações defuncionários públicos aprovam oestado de greve, em protesto con-tra o decreto. Diversos setores dasociedade – estudantes, partidosde esquerda, Ordem dos Advoga-dos do Brasil (OAB), AssociaçãoBrasileira de Imprensa (ABI), en-tre outros – se solidarizam comos trabalhadores, manifestandopublicamente suas posições. Vá-rias bases de petroleiros aderemao estado de greve: Campinas, RioGrande do Sul, Pará, Minas Ge-rais, Cubatão e Duque de Caxias.

O governo recua, mas no dia29 de junho o presidente Figuei-redo anuncia mais um decreto dearrocho, o nº 2.036, que retirapraticamente todos os direitos dofuncionalismo, acabando com oabono de férias, as promoções, osauxílios alimentação e transpor-te, o salário adicional anual e aparticipação nos lucros.

Alguns dias depois, em 5 dejulho, os petroleiros do turno danoite da Replan entram em gre-ve, desafiando a ditadura mili-tar. São 153 trabalhadores demi-tidos – o correspondente a 10%do efetivo, além da intervençãono Sindicato e cassação de diri-gentes.

Os petroleiros de Mataripe, noEstado da Bahia, também en-tram em greve. O sindicato foiigualmente interditado e houve205 demissões. Os metalúrgicosde São Bernardo do Campo e Dia-dema param em solidariedade aospetroleiros, e o sindicato da cate-goria foi outro a sofrer interven-ção, com o exército de prontidãono ABC Paulista.

No dia 14 de julho de 1983,um novo decreto – é publicadopelo governo com o objetivo dearrochar ainda mais os salários.A medida atinge também os alu-guéis e o Sistema Financeiro daHabitação (SFH).

3 milhões de braços cruzadosDepois do Decreto nº 2.045 baixado pelo governo em julho de 1983, a greve geral é iminente.

Uma intensa mobilização de membros do governo federal é desencadeada para tentar evitara paralisação com ações para reprimir o movimento. Mesmo sob ameaças, os dirigentessindicais trabalham para dar os últimos retoques nos preparativos da greve. Milhares depanfletos são distribuídos por sindicatos e pela Comissão Pró-CUT, orientando os trabalhado-res. Um comando-geral da greve dirige os preparativos por meio de uma central de informaçõesinstalada na Câmara Municipal de São Paulo. Outra comissão de dirigentes sindicais visita aAssembléia Legislativa.

Com toda essa mobilização, o dia 21 de julho de 1983 amanhece com cerca de 3 milhõesde trabalhadores e trabalhadoras de importantes categorias em vários estados parados. Aspressões e a feroz repressão desencadeada contra a direção dos sindicatos que lideram agreve são intensas. Mas o saldo da greve geral é considerado amplamente positivo.

CUT, 25 ANOS. A história da Central Única dos Trabalhadores se confunde com a daclasse trabalhadora. A fundação da CUT foi o símbolo maior do ascenso das massas

Foto: Niko Jr.