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PACKAGE DE FORMAÇÃO BRENDAIT 2016
Módulo 1
TAI – Turismo Acessível e Inclusivo
OPORTUNIDADES E DESAFIOS
6 horas
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
2
Package de Formação BRENDAIT 2016
FICHA TÉCNICA
TÍTULO
Módulo 1: Turismo Acessível e Inclusivo – OPORTUNIDADES E DESAFIOS
PROJETO
BRENDAIT – “Building a Regional Network for the Development of Accessible and Inclusive
Tourism” (2015-2017)
CONSÓRCIO CONSTITUÍDO POR:
AHP – Associação da Hotelaria de Portugal
ENAT – European Network for Accessible Tourism
ESHTE – Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
PERFIL – Psicologia e Trabalho, Lda.
TCP – Turismo do Centro de Portugal
COM O APOIO FINANCEIRO:
do Programa COSME da União Europeia, do Turismo de Portugal IP, do Turismo do Centro de
Portugal e da Associação da Hotelaria de Portugal.
MISSÃO
Conceber e aplicar uma metodologia de desenvolvimento de uma Rede de Turismo Acessível e
Inclusivo numa região, que pudesse ficar disponível para poder ser replicada noutras regiões.
TERRITÓRIO-TESTE
Portugal, Litoral Oeste; território constituído por 8 municípios: Alcobaça, Batalha, Caldas da
Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche e Torres Vedras.
EQUIPA TÉCNICA
Coordenação: Acácio Duarte (PERFIL)
Ana Garcia (PERFIL)
Dinis Duarte (PERFIL)
Sara Duarte (PERFIL)
Cláudia Nunes (TCP)
Viriato Dias (TCP)
Jorge Umbelino (ESHTE)
Maria João Martins (AHP)
DATA
Nov. 2016
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO / APRESENTAÇÃO ...................................................................................... 4
2. DESTINATÁRIOS .................................................................................................................. 6
3. PRÉ-REQUISITOS ................................................................................................................ 6
4. OBJETIVO ............................................................................................................................. 6
5. COMPOSIÇÃO DO MÓDULO ............................................................................................... 7
6. DURAÇÃO ESTIMADA ......................................................................................................... 7
7. METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS DE FORMAÇÃO ........................................................... 7
8. AVALIAÇÃO .......................................................................................................................... 8
9. CONTEÚDOS ........................................................................................................................ 8
9.1. CONCEITO DE TURISTA COM NECESSIDADES ESPECIAIS ...................................................... 8
9.2. DIMENSÃO DO UNIVERSO-ALVO DO TURISMO ACESSÍVEL E INCLUSIVO ................................. 9
9.3. NECESSIDADES ESPECIAIS EM CONTEXTO DE FRUIÇÃO TURÍSTICA ..................................... 11
9.3.1. PESSOAS COM LIMITAÇÕES MOTORAS ..................................................................... 11
9.3.2. PESSOAS COM LIMITAÇÕES VISUAIS ........................................................................ 13
9.3.3. PESSOAS COM LIMITAÇÕES AUDITIVAS .................................................................... 14
9.3.4. PESSOAS COM LIMITAÇÕES INTELECTUAIS ............................................................... 15
9.3.5. PESSOAS COM LIMITAÇÕES DECORRENTES DE SITUAÇÕES DIFERENCIADAS DA
SITUAÇÃO DE DEFICIÊNCIA ...................................................................................................... 18
9.4. “OFERTA TURÍSTICA” ACESSÍVEL E INCLUSIVA – REQUISITOS ............................................. 19
10. REFERÊNCIAS E RECURSOS ...................................................................................... 20
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
1. INTRODUÇÃO / APRESENTAÇÃO
O presente módulo integra o PACKAGE DE FORMAÇÃO BRENDAIT 2016,
concebido para desenvolver as competências pessoais e profissionais
necessárias para o processo de transformação de um determinado território
num destino turístico acessível e inclusivo.
O Package de Formação integra um conjunto de módulos concebidos como
instrumentos de apoio ao desenvolvimento das diversas vertentes/etapas do
processo de transformação do território, visando os correspondentes estratos
profissionais e sociais intervenientes.
COMPOSIÇÃO DO PACKAGE DE FORMAÇÃO BRENDAIT 2016
VERTENTE DESCRIÇÃO MÓDULO PÚBLICO-ALVO
A
Constituição de uma Parceria Regional para desenvolvimento do projeto de transformação de um território num destino turístico acessível e inclusivo.
1. Turismo Acessível e Inclusivo – OPORTUNIDADES E
DESAFIOS (6 h)
Dirigentes de entidades que possam vir a estar interessadas em participar no projeto de transformação do território num destino turístico acessível e inclusivo e integrar a Parceria Regional a criar para esse efeito.
B
Capacitação das entidades prestadoras de serviços turísticos para atenderem “clientes com necessidades especiais” e para virem a integrar a rede regional de turismo acessível e inclusivo.
2. Turismo Acessível e Inclusivo – CONCEITO. COMPETÊNCIAS
TRANSVERSAIS (25 h)
Multiprofissional (dirigentes, quadros, técnicos) e multissetorial (hotelaria, restauração, transportes, turismo cultural, turismo ativo, informação turística, promoção, etc.).
3. Empresa turística acessível e inclusiva - AUTODIAGNÓSTICO E
PLANO DE AJUSTAMENTOS (25 h)
“Task-force”/ 2 ou 3 profissionais de cada empresa/ entidade que possam constituir uma referência interna para os assuntos da acessibilidade e de serviço inclusivo.
4. Empresa turística acessível e inclusiva – COMPETÊNCIAS DE
SERVIÇO – ALOJAMENTO E
RESTAURAÇÃO (25 h)
Profissionais de cada empresa/entidade de Hotelaria e Restauração que intervêm na prestação dos serviços em contacto direto com os clientes.
5. Empresa turística acessível e inclusiva – COMPETÊNCIAS DE
SERVIÇO – ANIMAÇÃO
TURÍSTICA (25 h)
Profissionais de cada empresa/entidade de Animação Turística que intervêm na prestação dos serviços em contacto direto com os clientes.
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
VERTENTE DESCRIÇÃO MÓDULO PÚBLICO-ALVO
6. Empresa turística acessível e inclusiva – ORGANIZAÇÃO, QUALIDADE E
CERTIFICAÇÃO (25 h)
Profissionais de cada empresa / entidade com funções relacionadas com a conceção e organização dos serviços, com a gestão de recursos humanos e com a gestão da qualidade.
7. Empresa turística acessível e inclusiva – GESTÃO, MARKETING E
COMERCIALIZAÇÃO (25 h)
Dirigentes e profissionais da área comercial.
C
Desenvolvimento de contextos locais acessíveis e inclusivos, em termos de serviços de utilização comum, e de cidadania inclusiva.
8. ATENDIMENTO INCLUSIVO
EM SERVIÇOS LOCAIS (comuns a residentes, visitantes e turistas) (25 h)
Profissionais dos serviços abertos ao público, comuns a residentes, visitantes e turistas, com funções de acolhimento/atendimento dos clientes ou utentes.
9. Cidadania inclusiva – RELACIONAMENTO
INTERPESSOAL (25 h)
Cidadãos interessados em adquirir as competências pertinentes para se relacionarem adequadamente com pessoas com” necessidades especiais”.
D Formação de formadores em turismo acessível e inclusivo.
10. Turismo Acessível e Inclusivo - FORMAÇÃO
DE FORMADORES (25 h)
Professores e Formadores do sistema de qualificação profissional existente na região, com oferta de qualificação dirigida ao setor do turismo.
Neste contexto, o módulo 1 – Workshop: Turismo Acessível e Inclusivo –
OPORTUNIDADES E DESAFIOS, insere-se no processo de esclarecimento e
motivação de entidades locais, potencialmente interessadas em participarem
na transformação do território em que estão inseridas num destino turístico
acessível e inclusivo, e a aderirem à constituição de uma Parceria Regional
com essa finalidade.
O Workshop é normalmente antecedido por um conjunto de sessões individuais
de esclarecimento e motivação, realizadas numa dinâmica de contactos “porta
a porta”, previamente agendados com recurso a uma rede de
contactos/conhecimentos pessoais de entidades locais (empresas, municípios,
instituições sociais).
Na sequência do Workshop, os participantes são convidados a integrarem o
grupo inicial que irá criar a Parceria Regional ou a ela aderirem se já tiver sido
constituída.
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
2. DESTINATÁRIOS
O Workshop destina-se, portanto, a dirigentes de empresas do setor do turismo
e a outras entidades locais dos setores privado, público e social, que possam
vir a estar interessadas em participar no projeto de transformação do território
num destino turístico acessível e inclusivo e integrar a Parceria Regional a criar
para esse efeito.
3. PRÉ-REQUISITOS
De um modo geral, considera-se desejável que o participante tenha tido já,
previamente, oportunidade de contacto com a temática do turismo acessível e
inclusivo, nomeadamente através de uma das sessões de esclarecimento e
motivação realizadas na sua empresa/ entidade.
Não obstante, tratando-se de uma situação de sensibilização, pode haver
participantes cujo contacto com o turismo acessível tenha ocorrido de outras
formas ou que dele tenham pouco ou muito pouco conhecimento prévio.
4. OBJETIVO
No final do Workshop, os participantes deverão estar em condições de
demonstrar que têm um conhecimento geral sobre três tópicos essenciais da
temática do turismo acessível e inclusivo, nomeadamente:
Quem são as “pessoas com necessidades especiais”, quando fazem
turismo; Que essas pessoas devem ser tratadas de forma inclusiva, ou
seja, devem ser tratadas como qualquer outro cliente/turista, respeitando
as respetivas diferenças individuais;
O que são requisitos de acessibilidade e requisitos de serviço inclusivo
que a oferta turística deve ter;
Qual a dimensão do potencial de negócio que o mercado do turismo
acessível /turismo para todos pode proporcionar.
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
5. COMPOSIÇÃO DO MÓDULO
O Workshop é composto por duas unidades temáticas:
Uma, centrada nas questões da “procura” – interesses, necessidades,
obstáculos encontrados pelas “pessoas com necessidades especiais”
quando fazem turismo; dimensão quantitativa dos grupos de “pessoas
com necessidades especiais”;
Outra, centrada nas questões da “oferta” – requisitos de acessibilidade e
requisitos de serviço necessários; potencial de negócio do mercado do
turismo acessível e inclusivo.
Ambas serão mediadas pelo testemunho presencial de pessoas com limitações
/ “necessidades especiais”.
6. DURAÇÃO ESTIMADA
Estima-se uma duração global de 6 horas (duas sessões de 3 horas).
7. METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS DE FORMAÇÃO
O processo de facilitação da aquisição de conhecimentos e de ajustamento de
atitudes visadas pelo Workshop organiza-se em torno de testemunhos
presenciais de pessoas com necessidades especiais / limitações motoras,
visuais, auditivas e intelectuais, relativamente às suas experiências de vida em
situação de viagem e turismo e da sua interação com os participantes. As
pessoas convidadas a dar testemunho deverão corresponder a um perfil de
potencial cliente que estimule a “oferta” a qualificar-se.
O contributo do animador do Workshop poderá concretizar-se em diversas
atividades, tais como: pequenas exposições introdutórias (estruturantes
anteriores); pequenas intervenções de síntese e orientação; mostra e/ou
demonstração de produtos de apoio; trabalhos de grupo; síntese final e
orientação para atividades subsequentes (p. ex. adesão à Parceria Regional e
participação nas suas atividades).
O animador poderá utilizar diversos meios de apoio (PPT, vídeos,
nomeadamente), construídos por referência aos principais temas indicados no
ponto 9 – CONTEÚDOS, no sentido de ilustrar e/ou estruturar os dados
proporcionados pelos testemunhos, pela interação com os participantes e pela
reflexão conjunta.
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
Tratando-se de uma ação de sensibilização, de curta duração, não é expetável
que os participantes possam alcançar um conhecimento muito extenso e
estruturado sobre o turismo acessível e inclusivo.
A principal mais-valia visada é provocar uma maior curiosidade sobre o tema,
uma maior naturalidade no relacionamento com as pessoas com necessidades
especiais e uma maior disponibilidade / motivação para aderir à Parceria
Regional e participar no processo de transformação do território num destino
turístico acessível e inclusivo.
8. AVALIAÇÃO
A avaliação deverá ser efetuada no final do Workshop com a aplicação de um
pequeno questionário.
9. CONTEÚDOS
9.1. CONCEITO DE TURISTA COM NECESSIDADES ESPECIAIS
As questões da acessibilidade e da inclusão têm sido abordadas
habitualmente, no contexto do turismo, em relação muito estreita com a
problemática das “pessoas com deficiência” (deficiência motora, deficiência
visual, deficiência auditiva e deficiência intelectual) e muito focada nas
“pessoas com mobilidade reduzida”.
Contudo, nos últimos anos têm vindo a ganhar visibilidade outros grupos de
pessoas que, não se sentindo nem sendo consideradas “pessoas com
deficiência”, apresentam necessidades semelhantes, quando viajam, quando
fazem turismo.
Pessoas com “necessidades especiais” que decorrem de diversos tipos de
limitações (motoras, visuais, auditivas, intelectuais, alérgicas e outras),
relacionadas com as suas condições gerais de saúde e que requerem dos
serviços turísticos “cuidados especiais”, em matéria de condições de
acessibilidade e em matéria de condições de atendimento/serviço, diferentes
das da pessoa/turista comum e que, de um modo geral, muitas das
empresas/entidades prestadoras dos serviços não estão ainda em condições
de proporcionar.
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
9.2. DIMENSÃO DO UNIVERSO-ALVO DO TURISMO ACESSÍVEL E INCLUSIVO
O universo-alvo do turismo acessível e inclusivo integra um conjunto de (novos)
grupos da população que se encontram às portas do turismo e para os quais,
de um modo geral, a oferta turística não tem ainda condições de acessibilidade
e de prestação dos serviços adequadas para os receber.
O primeiro grande grupo é o das pessoas com deficiência. Trata-se de um
grupo que sempre existiu na sociedade humana, mas que foi sendo quase
sempre bastante marginalizado ao longo dos séculos e que nas últimas
décadas tem vindo a conquistar progressivamente o acesso aos direitos
comuns a qualquer cidadão (saúde, educação, qualificação, emprego, família,
convívio social, etc.), incluindo também o acesso ao lazer, à viagem, ao
turismo. De acordo com as estatísticas, a dimensão deste grupo na população
situa-se na ordem dos 10 a 15%.
Admitindo que nem todas estas pessoas, quando fazem turismo, precisam de
“cuidados especiais” diferenciados dos prestados ao turista comum, pode-se
considerar como estimativa pertinente para as preocupações do turismo
acessível e inclusivo uma percentagem de 10% da população.
O segundo grande grupo é o das pessoas seniores em processo de
envelhecimento. Trata-se de um grupo que, em razão da evolução das
condições gerais de saúde da população, da evolução demográfica e da
extensão do período de vida após o termo da “vida ativa” nas sociedades
modernas, tem vindo a aumentar progressiva e aceleradamente nas últimas
décadas. As estatísticas apontam para uma percentagem de cidadãos com
mais de 65 anos na ordem dos 20% da população.
Sabe-se que o processo de envelhecimento conduz à diminuição progressiva
das capacidades das pessoas, perturbando / diminuindo não apenas as suas
capacidades físicas (mobilidade, força, resistência, equilíbrio, …), mas também
as suas capacidades sensoriais (visão, audição, …) e as suas capacidades
intelectuais/cognitivas (compreensão, memória, atenção, raciocínio, orientação
no espaço, orientação no tempo,…). Limitações que também elas, em contexto
de viagem e de turismo, conduzem a “necessidades especiais”, requerendo da
oferta turística “cuidados especiais” em matéria de acessibilidade e de serviço.
Se estimarmos que em metade das pessoas seniores o processo de
envelhecimento terá começado já a fazer surgir limitações do tipo das acima
referidas, podemos considerar que este grupo vem acrescentar à dimensão do
universo-alvo do turismo acessível e inclusivo mais 10% da população.
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
Num terceiro grande grupo podemos incluir três subgrupos de situações,
também elas requerendo da oferta turística “cuidados especiais” em termos de
acessibilidade e/ou de prestação dos serviços, semelhantes aos dos dois
grupos anteriores:
i. Pessoas com sequelas de diversas patologias (cardíacas,
respiratórias, neurológicas, oncológicas, etc.), patologias que a medicina
já consegue controlar, mas que podem deixar limitações nas capacidades
das pessoas, nomeadamente nos âmbitos motor, visual, auditivo,
intelectual /psicológico;
ii. Pessoas com características físicas excecionais, nomeadamente em
termos de baixa estatura (nanismo), em termos de altura (gigantismo) ou
em termos de obesidade (grandes obesos), que podem beneficiar
também da cultura de ajustamento dos requisitos da oferta turística às
características físicas dos clientes;
iii. Pessoas com redução pontual na sua mobilidade devida a acidentes
(de viação, de trabalho, nos desportos, domésticos, etc.), a circunstâncias
de gravidez ou de deslocação com crianças de colo ou com carrinhos de
bebé, também elas podendo beneficiar do ajustamento das condições de
acessibilidade da oferta turística às necessidades das pessoas com
mobilidade reduzida.
Não conhecemos estimativas estatísticas sobre as percentagens destes
subgrupos na população, mas certamente que este terceiro grupo terá uma
dimensão também muito significativa.
Um quarto grupo é o das pessoas com alergias e intolerâncias alimentares
e respiratórias. Trata-se de pessoas com “necessidades especiais”, quando
em contexto de fruição turística, com implicações relevantes sobretudo para os
serviços de Alojamento e para os serviços de Restauração. Estima-se que a
sua percentagem na população seja superior a 30%.
Presumindo que pelo menos um terço das pessoas deste grupo apresentem
necessidades que requerem da “oferta” turística cuidados especiais/
específicos, acresce à dimensão do universo do turismo acessível e inclusivo
mais 10% da população.
A estimativa da dimensão global do universo-alvo do turismo acessível e
inclusivo não corresponde à soma aritmética dos quatro grupos acima
referidos, já que há elementos que são comuns aos diversos grupos. No
entanto, é óbvio que representa uma grande parte da população que julgamos
razoável situar na ordem dos 30 a 40% da população.
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
Não se está, portanto, apenas perante um “nicho” de mercado e um problema
de “responsabilidade social”.
Estamos basicamente perante uma questão típica da evolução da oferta
turística: estar atenta às alterações nas características da população e ajustar a
conceção dos seus produtos e as condições de prestação dos serviços para
poder responder com qualidade a essas alterações / novas necessidades.
COMPOSIÇÃO E DIMENSÃO DO UNIVERSO-ALVO DO TURISMO ACESSÍVEL E INCLUSIVO
9.3. NECESSIDADES ESPECIAIS EM CONTEXTO DE FRUIÇÃO TURÍSTICA
9.3.1. PESSOAS COM LIMITAÇÕES MOTORAS
A limitação das capacidades motoras de uma pessoa manifesta-se em diversos
aspetos, tais como: redução ou perturbação da sua mobilidade (membros
inferiores), redução ou perturbação da sua motricidade manual (membros
superiores), na dificuldade ou impossibilidade de controlo de determinados
movimentos, em dificuldades de equilíbrio, em diminuição do vigor/energia
física.
As suas consequências concretizam-se em vários tipos de situações,
nomeadamente: mobilidade condicionada, ou seja, deslocação em cadeira de
rodas ou com uso de auxiliares de marcha (bengalas, canadianas, andarilho);
dificuldades na coordenação dos movimentos; dificuldades de equilíbrio;
tremuras; redução da agilidade, vitalidade e vigor; fadiga; dificuldades de
expressão oral (não confundir com comprometimento das capacidades
intelectuais).
LIMITAÇÕES PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA SENIORES/
ENVELHECIMENTO
SEQUELAS
DE PATOLOGIAS
C. FÍSICAS NANISMO
GIGANTISMO OBESIDADE
ACIDENTES GRAVIDEZ PAIS COM
BEBÉS
ALERGIAS
RESPIRATÓRIAS E
ALIMENTARES
MOTORAS X X X X X
VISUAIS X X X
AUDITIVAS X X X
INTELECTUAIS X X X
ALÉRGICAS X
OUTRAS X X X
% DA
POPULAÇÃO
ESTIMATIVAS
10% 10% 10% 10%
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
Quando em contexto de utilização de serviços turísticos, estas necessidades
têm a ver sobretudo com as condições de acessibilidade das infraestruturas
físicas (locais, edifícios, mobiliário, equipamentos), mas também com algumas
condições materiais e procedimentos específicos de prestação dos serviços.
Nomeadamente, quando se desloca em cadeira de rodas, a pessoa com
limitações motoras precisa que:
A sua mobilidade horizontal se possa fazer sem obstáculos, em piso
contínuo, uniforme e não derrapante, com portas de dimensão e
funcionalidade adequadas;
A sua mobilidade vertical seja possível mediante rampas e elevadores
com as condições requeridas;
O acesso a materiais, utensílios e comandos esteja à altura de quem se
encontra na posição de sentado;
Existam certas condições materiais e certos procedimentos específicos
de prestação dos serviços (alojamento, alimentação e bebidas, casas de
banho, piscinas, salas de reuniões, transportes, espaços públicos,
turismo cultural, turismo ativo, etc.) que lhe permitam utilizá-los, apesar
das suas limitações;
As informações que lhe sejam fornecidas sobre as condições de
acessibilidade dos serviços turísticos e de outros serviços comuns que
irá ter necessidade de utilizar nas suas viagens e estadias turísticas
sejam verdadeiras, precisas e atualizadas.
No que se refere a atitudes de relacionamento interpessoal, a pessoa com
limitações motoras quer ser tratada como pessoa e como cliente que merece o
mesmo respeito e consideração que qualquer outro.
Neste aspeto, as suas “necessidades especiais” podem resumir-se do seguinte
modo:
Necessidade de que a sua situação seja compreendida e aceite com
naturalidade;
Necessidade de que o profissional compreenda que a cadeira de rodas
é um seguimento do corpo da pessoa com deficiência;
Necessidade de não ser discriminado em razão das suas limitações;
Necessidade de ser tratado e respeitado como qualquer outra pessoa;
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
Necessidade de ser tratado e respeitado como qualquer outro cliente;
Necessidade de que o profissional adote uma atitude simpática,
tranquila, disponível, mas sem se tornar intrometido;
Necessidade de ser atendido com paciência e afabilidade/calor humano,
mas sem amabilidade excessiva, sem paternalismo, sem demonstrações
de "pena", ou sem negligenciar a autonomia e autoconfiança que o leva
a recusar ajuda de que não precise;
Necessidade de que o profissional lhe preste apoio, mas sem impor a
sua ajuda.
9.3.2. PESSOAS COM LIMITAÇÕES VISUAIS
No conceito de deficiência visual, consideram-se duas situações: a cegueira,
que corresponde a ausência total da visão e a baixa-visão (antes designada
por ambliopia), que corresponde a uma redução da capacidade visual que não
se consegue melhorar através de correção ótica.
As limitações visuais manifestam-se sobretudo em dificuldades na mobilidade e
orientação, na comunicação e acesso à informação e na manipulação de
objetos e equipamentos.
Em contexto de utilização de serviços turísticos, as suas necessidades
especiais concretizam-se sobretudo nos seguintes aspetos:
Precisam que a sua mobilidade se possa fazer sem obstáculos e sem
risco de acidentes (piso contínuo, uniforme, não derrapante; escadas e
rampas com corrimão; portas fáceis de abrir; pontos de orientação; boas
condições de iluminação);
Precisam de ter acesso à informação em condições adequadas (sites
acessíveis, escrita ampliada, Braille, suporte digital, suporte áudio,
áudio-descrição);
Precisam de certas condições materiais e certos procedimentos
específicos de prestação dos serviços (alojamento, alimentação e
bebidas, casas de banho, piscinas, salas de reuniões, transportes,
espaços públicos, turismo cultural, turismo ativo, etc.) que lhe permitam
utilizá-los, apesar das suas limitações;
Precisam que as informações que lhe sejam fornecidas sobre as
condições dos serviços que irá ter necessidade de utilizar nas suas
viagens e estadias turísticas sejam verdadeiras, precisas e atualizadas.
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
No que se refere a atitudes de relacionamento interpessoal, a pessoa com
limitações visuais quer ser tratada como pessoa e como cliente que merece o
mesmo respeito e consideração que qualquer outro.
Neste aspeto, as suas “necessidades especiais” podem resumir-se do seguinte
modo:
Necessidade de que a sua situação seja compreendida e aceite com
naturalidade;
Necessidade de não ser discriminado em razão das suas limitações;
Necessidade de ser tratado e respeitado como qualquer outro cliente;
Necessidade de que o profissional adote uma atitude simpática,
tranquila, disponível, mas sem se tornar intrometido;
Necessidade de que o profissional lhe preste apoio, mas sem impor a
sua ajuda.
9.3.3. PESSOAS COM LIMITAÇÕES AUDITIVAS
A deficiência auditiva consiste na perda parcial ou total da capacidade de ouvir.
A surdez é uma condição que se manifesta com diferentes graus, desde perdas
auditivas mais leves até à surdez profunda.
Quando em contexto de fruição turística, as pessoas com limitações auditivas
não apresentam necessidades especiais em matéria de condições de
acessibilidade das infraestruturas.
O foco das suas necessidades especiais tem a ver com a comunicação
interpessoal, com o acesso a informações comummente veiculadas em suporte
vocal, sonoro, áudio, e com o acesso a informações em suporte escrito,
utilizando linguagem complexa (dado o escasso domínio que frequentemente
têm das línguas, incluindo da do seu próprio grupo cultural / país).
Donde que, o esforço de ajustamento da oferta de serviços passa pela
mobilização de meios que ajudem a ultrapassar as dificuldades de
comunicação:
Ter disponíveis produtos de apoio adequados, tais como:
○ Informação escrita em linguagem simples e com recurso a imagens;
○ Informação em suporte vídeo com interpretação em Língua Gestual;
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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○ Aparelhos de telefone adaptados;
○ Telemóveis com possibilidade de enviar/receber SMS;
○ Indicadores visuais (lâmpada) que convertam sinais sonoros em
sinais luminosos (adaptados a campainhas de telefones e toques /
alarmes de emergência);
Ter modo de recorrer a interpretação de Língua Gestual, presencial e/ou
a distância (videochamada), quando necessário;
Ter profissionais com capacidade de comunicação com este tipo de
clientes.
No que se refere a atitudes de relacionamento interpessoal, a pessoa com
limitações auditivas quer ser tratada como pessoa e como cliente que merece o
mesmo respeito e consideração que qualquer outro.
Neste aspeto, as suas “necessidades especiais” podem resumir-se do seguinte
modo:
Necessidade de que a sua situação seja compreendida e aceite com
naturalidade;
Necessidade de não ser discriminado em razão das suas limitações;
Necessidade de ser tratado e respeitado como qualquer outro cliente;
Necessidade de que o profissional adote uma atitude simpática,
tranquila, disponível, mas sem se tornar intrometido;
Necessidade de que o profissional lhe preste apoio, mas sem impor a
sua ajuda.
9.3.4. PESSOAS COM LIMITAÇÕES INTELECTUAIS
A situação de uma pessoa com deficiência intelectual caracteriza-se por dois
aspetos principais:
Limitações no seu funcionamento intelectual, que se organiza num
patamar bastante abaixo da média, em termos de diversos tipos de
capacidades, tais como: raciocínio, pensamento abstrato, memória,
atenção, compreensão de situações complexas, aprendizagem,
planeamento, resolução de problemas, etc.
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
Limitações no seu comportamento adaptativo às condições de
funcionamento da sociedade em que vive, que se organiza também num
patamar bastante abaixo da média, nomeadamente:
○ Na capacidade de cuidar de si própria em termos de
autonomia/independência pessoal;
○ Na capacidade de adquirir e dominar os instrumentos culturais
básicos da sociedade, como sejam a leitura, escrita e cálculo, acesso
a informação e comunicação;
○ Na capacidade de compreender e assumir responsabilidades sociais
complexas;
○ Na capacidade de organizar e gerir com autonomia e sucesso as
diversas vertentes da sua vida pessoal, familiar, profissional, social,
lazer/tempos livres, participação cívica, política, religiosa, etc..
Dentro do conjunto das pessoas com deficiência intelectual, a diversidade de
níveis de deficiência é muito grande; são comummente classificados em quatro
graus: deficiência ligeira, moderada, severa e profunda.
Quando em contexto de fruição turística, podemos considerar o conjunto das
pessoas/turistas com limitações intelectuais, composto por 2 subconjuntos
principais:
Subconjunto A: Pessoas/turistas, cujas limitações decorrem de
deficiência intelectual ligeira ou moderada e que apresentam níveis
importantes de autonomia.
Em matéria de requisitos de acessibilidade das infraestruturas, não
apresentam relevantes necessidades especiais.
Em termos de atendimento / prestação dos serviços, manifestam
necessidade de alguns cuidados especiais, em razão do impacto que as
suas limitações intelectuais têm sobre os seguintes aspetos:
○ A compreensão da informação sobre os serviços, disponibilizada em
suporte escrito, áudio ou visual, utilizando normalmente uma
linguagem relativamente complexa;
○ A compreensão de explicações, instruções, recomendações,
formuladas em linguagem comum, utilizando com frequência
conceitos abstratos e vocabulário bastante elaborado;
Módulo 1 – Turismo Acessível e Inclusivo OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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Package de Formação BRENDAIT 2016
○ A comunicação interpessoal, com dificuldades na expressão e na
compreensão da linguagem, mas também na compreensão de
situações de interação social mais complexas;
○ A utilização da leitura, da escrita e do cálculo, de que detêm um
domínio muito limitado ou mesmo nulo;
○ Interpretação de símbolos/sinalética com desenhos de difícil
descodificação;
○ A capacidade de orientação no espaço (percursos, direções,
distâncias) e no tempo (antes, depois, quanto tempo, etc.);
○ A capacidade de lidar adequadamente com situações novas, não
previstas, de resolver problemas que surjam;
○ A tomada de decisões (o que podem ou não podem comer ou beber,
que serviços podem ou não podem utilizar, que atividades podem ou
não podem fazer, o que podem ou não podem comprar, …).
De um modo geral, estas pessoas não viajam sozinhas. Viajam na
companhia de familiares, amigos ou técnicos, mas utilizam
frequentemente diversos serviços com autonomia.
Subconjunto B: Pessoas/turistas, cujas limitações decorrem de
deficiência intelectual severa ou profunda e que apresentam níveis
elevados de dependência.
Nestas situações é frequente estarem associadas à deficiência
intelectual outras deficiências de natureza física (a nível motor, sensorial,
equilíbrio, fala/comunicação, etc.), correspondendo, nestes casos, a
situações comummente referidas como multideficiência.
Este subconjunto de pessoas/turistas corresponde a uma percentagem
muito diminuta do conjunto das pessoas com deficiência intelectual.
São pessoas que viajam necessariamente com acompanhamento da
família ou de técnicos especializados, que requerem dos serviços
turísticos cuidados específicos, mediados pelos seus acompanhantes, e
prestados, as mais das vezes, com recurso à subcontratação de
técnicos ou de serviços especializados.
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9.3.5. PESSOAS COM LIMITAÇÕES DECORRENTES DE SITUAÇÕES DIFERENCIADAS DA SITUAÇÃO DE DEFICIÊNCIA
A caracterização das necessidades especiais referenciadas nos itens
anteriores decorre de estudos realizados com o foco em situações relacionadas
com o conceito de “deficiência”.
Os outros grupos visados no universo-alvo do turismo acessível e inclusivo
precisam de mais estudos especificamente dirigidos à análise das suas
“necessidades especiais” em contexto de fruição turística (génese e evolução;
formas como se manifestam - aceitação, negação, gestão, solução; cuidados
especiais/específicos da oferta de serviços).
Entretanto, vai-se presumindo a sua semelhança com os vários tipos de
limitações já anteriormente referidas, nos termos seguintes:
i. No caso do grupo de pessoas com limitações decorrentes do processo
de envelhecimento, presumem-se impactos que podem atingir,
simultânea ou progressivamente, com maior ou menor intensidade, uma
ou mais áreas de perturbação/diminuição de capacidades: físicas
(mobilidade, força, resistência, equilíbrio, …), sensoriais (visão, audição,
…) e intelectuais/cognitivas (compreensão, memória, atenção,
raciocínio, orientação no espaço, orientação no tempo,…).
ii. No caso do subgrupo de pessoas com sequelas de diversas patologias
(cardíacas, respiratórias, neurológicas, oncológicas, etc.), presume-se
que possam apresentar também limitações em uma ou mais áreas
funcionais: física, motora, visual, auditiva, intelectual / psicológica.
iii. No caso dos subgrupos de pessoas com redução pontual na sua
mobilidade devida a acidentes (de viação, de trabalho, nos desportos,
domésticos, etc.), a circunstâncias de gravidez ou de deslocação com
crianças de colo ou com carrinhos de bebé, considera-se que podem
beneficiar muito com o ajustamento das condições de acessibilidade da
oferta turística às necessidades das pessoas com mobilidade reduzida.
De igual modo, o subgrupo de pessoas com características físicas
excecionais (nanismo, gigantismo, obesidade), pode beneficiar da
cultura de ajustamento dos requisitos da oferta turística às
características físicas dos clientes.
iv. No caso do grupo de pessoas com alergias e intolerâncias alimentares e
respiratórias, as “necessidades especiais” têm também a ver com as
suas condições gerais de saúde, mas referem-se a aspetos específicos
relacionados com os serviços de Alojamento (cuidados requeridos pelas
alergias respiratórias: localização e envolvimento externo do
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estabelecimento, decoração, colchões, roupas, produtos de higiene,
matérias de limpeza, etc.), ou relacionados com os serviços de
Alimentos e Bebidas (cuidados requeridos pelas intolerâncias e alergias
alimentares nas áreas aprovisionamento, de cozinha, de restaurante, de
bar).
9.4. “OFERTA TURÍSTICA” ACESSÍVEL E INCLUSIVA – REQUISITOS
Para que a oferta turística possa satisfazer adequadamente as necessidades
especiais acima referidas precisa de assegurar, de forma cumulativa e
integrada, três subconjuntos de requisitos:
Acessibilidade das infraestruturas dos prestadores de serviços turísticos,
ou seja, acessibilidade dos edifícios, do mobiliário, dos equipamentos,
dos espaços e dos percursos inerentes à fruição dos serviços turísticos
– viagem, alojamento, alimentação, informação turística, animação –
incluindo os meios de transporte, os meios utilizados para comunicação
“online”, assim como a acessibilidade das atividades turísticas de
exterior / ar livre / natureza.
Competências de atendimento / prestação dos serviços, ou seja,
processos, procedimentos e utensílios de trabalho (produtos de apoio /
ajudas técnicas) adequados à prestação dos serviços a este tipo de
clientes e competências dos profissionais intervenientes
(conhecimentos-saberes, capacidades-saber fazer e atitudes-saber-ser)
específicas para o efeito.
Abordagem holística da prestação dos serviços, ou seja:
○ Dispor de uma cadeia articulada de serviços turísticos acessíveis e
qualificados com competências de atendimento, cobrindo os elos
essenciais da cadeia (viagem, alojamento, alimentação, informação,
animação);
○ Dotar os contextos em que decorrem as estadias turísticas (espaço
público, serviços comuns e interação social) com condições físicas e
competências pessoais de cidadania inclusiva;
○ Desenvolver uma cultura de trabalho em rede entre os agentes
envolvidos para poderem potenciar experiências/estadias turísticas
de qualidade a este tipo de clientes.
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10. REFERÊNCIAS E RECURSOS
Diplomas legais de caracter transversal (Diploma da não Discriminação - Lei n.º
46/2006; Diploma da Acessibilidade - Decreto-Lei 163/2006)
Diplomas legais específicos reguladores das atividades turísticas (alojamento,
restauração, monumentos e museus, informação turística, animação turística)
Norma portuguesa de acessibilidade nos estabelecimentos hoteleiros – NP
4523/2014
Package de Autodiagnóstico “Referencial de Acessibilidade e de Serviço
Inclusivo”, BRENDAIT, 2016
“Package de Formação” BRENDAIT, 2016
“Turismo Acessível e Inclusivo - Quadro Conceptual e Metodológico”, Anexo
FAQ’s – Perguntas frequentes relativas ao turismo acessível e inclusivo,
Projeto BRENDAIT, 2016
Projeto BRENDAIT, Nov. 2016