Padrões linguísticos no enem

Padrões linguísticos no ENEM Manoel Neves

TEXTO ENEM-2009

GERENTE: Boa tarde. Em que eu posso ajudá-‐lo?

CLIENTE: Estou interessado em financiamento para compra de veículo.

GERENTE: Nós dispomos de várias modalidades de crédito. O senhor é nosso cliente?

CLIENTE: Sou Júlio César Fontoura, também sou funcionário do banco.

GERENTE: Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em Brasília? Pensei que você inda Nvesse na agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.

BORTONI-‐RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004. Adaptado.

QUESTÃO 01 ENEM-2009

Na representação escrita da conversa telefônica entre a gerente do banco e o cliente, observa-‐se que a maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido:

à adequação de sua fala à conversa com um amigo, caracterizada pela informalidade.

à iniciaNva do cliente em se apresentar como funcionário do banco.

ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia [Minas Gerais].

à inNmidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome completo.

ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio.

SOLUÇÃO COMENTADA ENEM-2009

Como se trata de uma conversa pelo telefone de uma gerente com um cliente candidato a financiamento, o uso do padrão formal, culto é o esperado.

No momento em que o interlocutor se idenNfica, o locutor muda o seu padrão de linguagem [como se pode notar no uso de você, cara, cê, 7vesse e pra, entre outros], devido ao fato de o conhecer. Marque-‐se, pois, a alternaNva “a”.

TEXTO ENEM-2009


Quanto às variantes linguísNcas presentes no texto, a norma padrão da língua portuguesa é rigorosamente obedecida por meio

do emprego do pronome demonstraNvo “esse” em Por que o senhor publicou esse livro?.

do emprego do pronome pessoal oblíquo em Meu filho, um escritor publica um livro para parar de escrevê-‐lo!.

do emprego do pronome possessivo “sua” em Qual foi sua maior mo7vação?.

do emprego do vocaNvo Meu filho, que confere à fala distanciamento do interlocutor.

da necessária repeNção do conecNvo no úlNmo quadrinho.


Na alternaNva “a”, o pronome a ser uNlizado seria o este, posto que o referente está próximo do locutor [repórter]. Na opção “b”, a preposição de é fator proclíNco. Desse modo, teremos, na língua culta para parar de o escrever. Em “c”, não há incorreção gramaNcal. Na alternaNva “d”, o vocaNvo meu filho provoca uma aproximação do locutor com o jornalista. Na opção “e”, a repeNção do conecNvo referido é uma opção esNlísNca inNtulada polissíndeto mais comum nos textos literários e não esperada em textos formais. Apesar de a questão ter sido anulada, poder-‐se-‐ia assinalar a alternaNva “c”.

BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim; em defesa do português brasileiro. SP: Parábola, 2009.

TEXTO ENEM-2011

A situação social em que o falante está inserido é determinante para o uso da língua. Dessa forma, cabe ao usuário adequar-‐se a cada contexto, a seus condicionantes formalidade/informalidade, inNmidade/hierarquia etc. Considerando-‐se a situação comunicaNva, há no diálogo

displicência de ambos falantes, já que desconsideram a situação em que estão inseridos e usam um registro inadequado ao contexto.

dualidade de registros entre os dois falantes, já que ambos usam regras disNntas quanto à concordância.

inobservância do personagem vesNdo de preto quanto à informalidade da situação e o consequente uso de um registro bastante formal.

inadequação, do ponto de vista da norma padrão, do registro de um e de outro falante.

consenso entre os registros dos dois falantes no tocante à norma padrão, já que ambos usam as mesmas regras de regência.


Os dois falantes usam padrões linguísNcos diferentes para realizarem a concordância verbal. Enquanto o primeiro segue as regras do padrão informal, coloquial, o segundo usa o padrão formal e culto. Assinale-‐se, pois, a letra “b”.


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As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o falante a adaptá-‐la às variadas situações de comunicação. Uma das marcas linguísGcas que configuram a linguagem oral informal usada entre avô e neto neste texto é

a opção pelo emprego da forma verbal “era” em lugar de “foi”. a ausência de arNgo antes da palavra “árvore”. o emprego da redução “tá” em lugar da forma verbal “está”. o uso da contração “desse” em lugar da expressão “de esse”.

a uNlização do pronome “que” em início de frase exclamaNva.


Além da gíria barato, tá configura um coloquialismo oriundo da forma verbal está [terceira pessoa do singular do presente do indicaNvo do verbo estar]. Marque-‐se, pois, a alternaNva “c”.


Diante do número de óbitos provocados pela gripe H1N1 – gripe suína – no Brasil, em 2009, o Ministro da Saúde fez um pronunciamento público na TV e no rádio. Seu objeNvo era esclarecer a população e as autoridades locais sobre a necessidade do adiamento do retorno às aulas, em agosto, para que se evitassem a aglomeração de pessoas e a propagação do vírus.

INSTRUÇÃO ENEM-2010

Fazendo uso da norma padrão da língua, que se pauta pela correção gramaNcal, seria correto o Ministro ler, em seu pronunciamento, o seguinte trecho:

Diante da gravidade da situação e do risco de que nos expomos, há a necessidade de se evitar aglomerações de pessoas, para que se possa conter o avanço da epidemia.

Diante da gravidade da situação e do risco a que nos expomos, há a necessidade de se evitarem aglomerações de pessoas, para que se possam conter o avanço da epidemia.

Diante da gravidade da situação e do risco a que nos expomos, há a necessidade de se evitarem aglomerações de pessoas, para que se possa conter o avanço da epidemia.

Diante da gravidade da situação e do risco os quais nos expomos, há a necessidade de se evitar aglomerações de pessoas, para que se possa conter o avanço da epidemia. Diante da gravidade da situação e do risco com que nos expomos, tem a necessidade de se evitarem aglomerações de pessoas, para que se possa conter o avanço da epidemia.


A única opção que atende totalmente aos parâmetros de correção, considerando a norma padrão, formal, culta, é a letra “c”. Nas demais opções há erros de regência verbal [a, d, e], concordância verbal [a, b, d] e coloquialismo [e].


MAURÍCIO E O LEÃO CHAMADO MILLOR

Livro de Flavia Maria ilustrado por cartunista nasce como um dos grandes Gtulos do gênero infan7l

Um livro infanNl ilustrado por Millôr há de ter alguma grandeza natural, um viço qualquer que o destaque de um gênero que invade as livrarias (2 mil utulos novos, todo ano) nem sempre com qualidade. Uma pegada que o afaste do risco de fazer sombra ao fato de ser ilustrado por Millôr: Maurício -‐ o leão de menino (CosacNaify, 24 páginas), de Flavia Maria, tem essa pegada.

Disponível em: hjp://www.revistalingua.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010 (fragmento).

TEXTO ENEM-2010

Como qualquer outra variedade linguísNca, a norma padrão tem suas especificidades. No texto, observam-‐se marcas da norma padrão que são determinadas pelo veículo em que ele circula, que é a Revista Língua Portuguesa. Entre essas marcas, evidencia-‐se

a obediência às normas gramaNcais, como a concordância em “um gênero que invade as livrarias”.

a presença de vocabulário arcaico, como em “há de ter alguma grandeza natural”. o predomínio de linguagem figurada, como em “um viço qualquer que o destaque”. o emprego de expressões regionais, como em “tem essa pegada”.

o uso de termos técnicos, como em “grandes utulos do gênero infanNl”.


O comentário perNnente está na alternaNva “a”, na medida em que, se o texto foi veiculado numa revista específica de Língua Portuguesa, o mínimo que se deveria exigir seria o uso da norma padrão, formal, culta.


A figura a seguir trata da “taxa de desocupação” no Brasil, ou seja, a proporção de pessoas desocupadas em relação à população economicamente aNva de uma determinada região em um recorte de tempo.

INSTRUÇÃO ENEM-2010

Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: abr. 2009 (adaptado).

A norma padrão da língua portuguesa está respeitada, na interpretação do gráfico, em:

Durante o ano de 2008, foi em geral decrescente a taxa de desocupação no Brasil.

Nos primeiros meses de 2009, houveram acréscimos na taxa de desocupação. Em 12/2008, por ocasião das festas, a taxa de desempregados foram reduzidos. A taxa de pessoas desempregadas em 04/08 e 02/09, é estaNsNcamente igual: 8,5.

Em março de 2009 as taxas tenderam à piorar: 9 entre 100 pessoas desempregadas.


A única alternaNva que interpreta o gráfico corretamente e que não apresenta erro gramaNcal é a letra “a”. Comentando as alternaNvas: b) o verbo haver, impessoal [no senNdo de exis7r, ocorrer] deve sempre ficar no singular; c) o predicado [foram reduzidos] deveria concordar com o núcleo do sujeito; d) não se separa sujeito de verbo por vírgula; e) não se usa crase diante de verbo.


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