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Trabalho presa mas, com a demissão (por causa da rotatividade), a doença surge quando ele está em outra empresa”, afirma Cortez. Entre as mudanças propostas estão a de que os dados de acidentalidade ou adoe- cimento do trabalhador serão de cada uni- dade da empresa, e não mais de um grupo. A medida pode influenciar no valor da alí- quota de contribuição para financiamento do benefício de aposentadoria especial ou devido à incapacidade laboral em razão dos riscos do trabalho. Outras alterações são a exclusão dos acidentes de trabalho com até 15 dias de afastamento do cálculo do FAP. Das CATs (Comunicações de Aci- dentes de Trabalho), usadas no cálculo do FAP, cerca de 70% envolvem afastamentos de até 15 dias e os acidentes de trajeto, que correspondem a 18% do total registrado. Cortez lembra que, “ao excluir o afasta- mento por acidente ou doenças do traba- lho das estatísticas para não interferir no FAP, corre-se o risco de um afastamento que seria de 25 a 30 dias se concedido em prazo abaixo de 15 dias para não interferir na estatística”. As Centrais Sindicais têm o desafio de evitar retrocesso nas conquistas dos trabalhadores caso sejam aprovadas as mudanças previstas nas propostas de alteração da Resolução nº 1.316, de 2009, apresentada em 30 de outubro ao Conse- lho Nacional de Previdência Social (CNPS) por empresários e governo sobre o méto- do de contabilizar o FAP (Fator Acidentário de Prevenção). “O FAP surgiu em 2010, e foi criado para que a empresa cuide do trabalhador com o mesmo zelo com o qual fabrica seus pro- dutos, oferecendo um ambiente de traba- lho sadio. É bom para o trabalhador e para quem investe em ações preventivas”, afir- ma Antonio Cortez Morais, representante da Força no CNPS. O FAP incide sobre a folha de salários das empresas para custear aposentadorias especiais e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho, com alíquota que varia de 0,5% a 2%, a serem aplicados às alíquotas de 1% até 6% sobre a folha. “As empresas pagam o FAP de 0,5% do valor da folha de pagamento. Este fator pode di- minuir, em empresas com grau de risco re- duzido, ou aumentar, caso um trabalhador vá a posto do INSS requer auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou acidente de trabalho. Representantes de empresá- rios e governo querem aprovar as medidas logo, mas o tema exige um amplo debate. Queremos aperfeiçoar o FAT e vamos apresentar sugestões”, diz Cortez. Merecem debates as mudanças que se referem ao acidente de trajeto e à exclu- são dos acidentes de trabalho com afas- tamento de até 15 dias, bloqueio de boni- ficação em caso de morte ou invalidez e elevada rotatividade. “Neste último caso, o trabalhador é contaminado em uma em- Publieditorial youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br Centrais têm o desafio de evitar retrocesso nas conquistas dos trabalhadores Indicadores do mercado preveem um novo aumento da taxa bási- ca de juros nas próximas reuni- ões do Copom (Comitê de Política Monetária), que acontecerão nos dias 2 e 3 de dezembro. Simulta- neamente a este fato – altamente nocivo à classe trabalhadora –, as previsões também apontam para uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2014/2015. O levantamento foi elaborado pelo Banco Central, por meio de pesqui- sa com mais de cem instituições financeiras no início deste mês, e dá origem ao relatório de mercado conhecido como Focus, divulgado no último dia 10. No final de agos- to o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) já havia in- formado que a economia brasileira havia sofrido uma retração de 0,6% no segundo trimestre deste ano, e que estaria, portanto, em “reces- são técnica”, termo que caracteri- za dois trimestres seguidos de PIB negativo. A Força Sindical sempre ques- tionou a postura do governo de persistir em sua política econô- mica equivocada, mantendo os juros em patamares estratosfé- ricos, estrangulando a produção, inibindo o consumo, brecando a geração de postos de trabalho e deteriorando nossa já combalida economia. Nada em excesso faz bem, e o excesso de conservado- rismo do governo só vai continuar trazendo malefícios e nos apro- fundando, cada vez mais, em uma crise severa. Miguel Torres Presidente da Força Sindical Previsão de alta dos juros breca crescimento OPINIÃO Cortez (3º da esq. p/dir.): “Queremos aperfeiçoar o FAT e vamos apresentar sugestões” Foto: Arquivo Fequimfar PREVIDÊNCIA Trabalhadores de estaleiros e linhas férreas preparam-se para a prevenção de acidentes Foto: Arquivo Força Sindical Os trabalhadores de estaleiros e linhas fér- reas (fabricação de barcos e rebocadores, por exemplo) da Baixada Santista fizeram o primeiro curso da Cipa (Comissão Inter- na de Prevenção de Acidentes). “Nosso objetivo é preparar cipeiros para trabalhar efetivamente na prevenção de acidentes nas empresas”, declara Everaldo Ferreira do Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Mon- tagens, Manutenção, Estruturas e Conser- SINDIMONT vação de Linhas Férreas, Ferrovias, Portos e Estaleiros da Baixada Santista. Arnaldo Gonçalves, secretário nacional de Saúde e Segurança do Trabalho da Força Sindical, fez a abertura do evento. Rogério de Jesus Santos, assessor da Secretaria, abordou o tema “O papel do Sindicato e da Cipa na Segurança e Saúde do Trabalhador”. Além dele, técnicos da Fundacentro e do Diesat falaram sobre a saúde do trabalhador. Mudanças no FAP poderão prejudicar trabalhador Trabalhadores de montagem fazem primeiro curso da Cipa no Guarujá

Página Sindical do Diário de São Paulo

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Destaques - Previdência: 'Mudanças no FAP poderão prejudicar trabalhador'; Miguel Torres: 'Previsão de alta dos juros breca crescimento'; Sindimont: 'Trabalhadores de montagem fazem primeiro curso da Cipa no Guarujá'

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Trabalho

presa mas, com a demissão (por causa da rotatividade), a doença surge quando ele está em outra empresa”, afirma Cortez.Entre as mudanças propostas estão a de que os dados de acidentalidade ou adoe-cimento do trabalhador serão de cada uni-dade da empresa, e não mais de um grupo. A medida pode influenciar no valor da alí-quota de contribuição para financiamento do benefício de aposentadoria especial ou devido à incapacidade laboral em razão dos riscos do trabalho. Outras alterações são a exclusão dos acidentes de trabalho com até 15 dias de afastamento do cálculo do FAP. Das CATs (Comunicações de Aci-dentes de Trabalho), usadas no cálculo do FAP, cerca de 70% envolvem afastamentos de até 15 dias e os acidentes de trajeto, que correspondem a 18% do total registrado.Cortez lembra que, “ao excluir o afasta-mento por acidente ou doenças do traba-lho das estatísticas para não interferir no FAP, corre-se o risco de um afastamento que seria de 25 a 30 dias se concedido em prazo abaixo de 15 dias para não interferir na estatística”.

As Centrais Sindicais têm o desafio de evitar retrocesso nas conquistas

dos trabalhadores caso sejam aprovadas as mudanças previstas nas propostas de alteração da Resolução nº 1.316, de 2009, apresentada em 30 de outubro ao Conse-lho Nacional de Previdência Social (CNPS) por empresários e governo sobre o méto-do de contabilizar o FAP (Fator Acidentário de Prevenção).“O FAP surgiu em 2010, e foi criado para que a empresa cuide do trabalhador com o mesmo zelo com o qual fabrica seus pro-dutos, oferecendo um ambiente de traba-lho sadio. É bom para o trabalhador e para quem investe em ações preventivas”, afir-ma Antonio Cortez Morais, representante da Força no CNPS. O FAP incide sobre a folha de salários das empresas para custear aposentadorias especiais e benefícios decorrentes de

acidentes de trabalho, com alíquota que varia de 0,5% a 2%, a serem aplicados às alíquotas de 1% até 6% sobre a folha. “As empresas pagam o FAP de 0,5% do valor da folha de pagamento. Este fator pode di-minuir, em empresas com grau de risco re-duzido, ou aumentar, caso um trabalhador vá a posto do INSS requer auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou acidente de trabalho. Representantes de empresá-rios e governo querem aprovar as medidas logo, mas o tema exige um amplo debate. Queremos aperfeiçoar o FAT e vamos apresentar sugestões”, diz Cortez. Merecem debates as mudanças que se referem ao acidente de trajeto e à exclu-são dos acidentes de trabalho com afas-tamento de até 15 dias, bloqueio de boni-ficação em caso de morte ou invalidez e elevada rotatividade. “Neste último caso, o trabalhador é contaminado em uma em-

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Centrais têm o desafio de evitar retrocesso nas conquistas dos trabalhadores

Indicadores do mercado preveem um novo aumento da taxa bási-ca de juros nas próximas reuni-ões do Copom (Comitê de Política Monetária), que acontecerão nos dias 2 e 3 de dezembro. Simulta-neamente a este fato – altamente nocivo à classe trabalhadora –, as previsões também apontam para uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2014/2015.O levantamento foi elaborado pelo Banco Central, por meio de pesqui-sa com mais de cem instituições financeiras no início deste mês, e dá origem ao relatório de mercado conhecido como Focus, divulgado no último dia 10. No final de agos-to o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) já havia in-formado que a economia brasileira havia sofrido uma retração de 0,6% no segundo trimestre deste ano, e que estaria, portanto, em “reces-são técnica”, termo que caracteri-za dois trimestres seguidos de PIB negativo.A Força Sindical sempre ques-tionou a postura do governo de persistir em sua política econô-mica equivocada, mantendo os juros em patamares estratosfé-ricos, estrangulando a produção, inibindo o consumo, brecando a geração de postos de trabalho e deteriorando nossa já combalida economia. Nada em excesso faz bem, e o excesso de conservado-rismo do governo só vai continuar trazendo malefícios e nos apro-fundando, cada vez mais, em uma crise severa.

Miguel TorresPresidente

da Força Sindical

Previsão de alta dos juros breca crescimento

OPINIÃO

Cortez (3º da esq. p/dir.) : “Queremos aperfeiçoar o FAT e vamos apresentar sugestões”

Foto: Arquivo FequimfarPREVIDÊNCIA

Trabalhadores de estaleiros e linhas férreas preparam-se para a prevenção de acidentes

Foto: Arquivo Força SindicalOs trabalhadores de estaleiros e linhas fér-reas (fabricação de barcos e rebocadores, por exemplo) da Baixada Santista fizeram o primeiro curso da Cipa (Comissão Inter-na de Prevenção de Acidentes). “Nosso objetivo é preparar cipeiros para trabalhar efetivamente na prevenção de acidentes nas empresas”, declara Everaldo Ferreira do Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Mon-tagens, Manutenção, Estruturas e Conser-

SINDIMONT

vação de Linhas Férreas, Ferrovias, Portos e Estaleiros da Baixada Santista. Arnaldo Gonçalves, secretário nacional de Saúde e Segurança do Trabalho da Força Sindical, fez a abertura do evento. Rogério de Jesus Santos, assessor da Secretaria, abordou o tema “O papel do Sindicato e da Cipa na Segurança e Saúde do Trabalhador”. Além dele, técnicos da Fundacentro e do Diesat falaram sobre a saúde do trabalhador.

Mudanças no FAP poderão prejudicar trabalhador

Trabalhadores de montagem fazem primeiro curso da Cipa no Guarujá