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Paisagens culturais do leste paulista

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O livro apresenta o trabalho sobre as pesquisas realizadas no Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural do Rodoanel Mario Covas Trecho Leste. O programa é desenvolvido desde 2011 pela DOCUMENTO, em parceria com a SP MAR. Todas as ações têm como base principal a Arqueologia Pública, conceito que propõe a integração dos conhecimentos científicos com os saberes tradicionais das comunidades, além de seu compartilhamento com os diversos públicos envolvidos e interessados. Dentre os trabalhos, se destacam a Exposição Cultural Itinerante e as Oficinas Culturais. (para saber mais, visite http://documentoculturalrodoanelleste.ning.com/).

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Este livro é um componente do Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural - Rodoanel Leste, apoiado pela empresa CONCESSIONÁRIA SP MAR – RODOANEL SUL E LESTE, contando com a colaboração do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Núcleo de Pesquisas e Estudos Ambientais (NEPAM/UNICAMP) e desenvolvimento pela Empresa DOCUMENTO.

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Índice

Pefácio.......................................................................................5

Apresentação...........................................................................11

Ambiente e Arqueologia..........................................................14

Trechos principais do Rodoanel Leste.....................................24

Paisagens culturais..................................................................32

Patrimônios imateriais.............................................................42

Patrimônio material edificado..................................................54

Agradecimentos......................................................................65

Referências Bibliográficas.......................................................67

Ficha Técnica..........................................................................79

Patrimônio Edificado: Igreja em Itaquaquecetuba.

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Plantio de hortaliçãs em Arujá.Plantio de hortaliçãs em Arujá.

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Este livro tem o objetivo de apresentar os conteúdos de pesquisa realizados durante o Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural do Rodoanel Mário Covas em seu trecho Leste. Este trabalho abrange os municípios de Arujá, Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Suzano, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, no estado de São Paulo.

O Programa, que começou em abril de 2011, tem como principal diretriz o método de ciência aplicada, que segue os parâmetros definidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). No Brasil, todo e qualquer Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural é fiscalizado, protegido, restaurado e preservado pelo órgão, vinculado ao Ministério da Cultura. Ele é responsável por cuidar da diversidade das contribuições dos diferentes elementos que compõem a sociedade brasileira e seus ecossistemas, divulgando e fiscalizando os bens culturais brasileiros, bem como assegurando a permanência e usufruto desses bens para a atual e as futuras gerações.Em seus primeiros quatro meses de desenvolvimento, as atividades estiveram concentradas na legalização da pesquisa (com a obtenção da Portaria IPHAN), na elaboração de quadros regionais de contextualização (por meio de levantamentos documentais) e nas prospecções arqueológicas de campo, com a conclusão dos três trechos prioritários deste Programa: “Papa João XXIII”, “Túnel Santa Luzia” e “Encontro Leve Estruturado”.

Prefácio

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No segundo trimestre de 2011, foram realizadas as ações de prospecção referentes à área que vai do trecho denominado “Papa João XXIII” ao “Túnel Santa Luzia". Na continuidade das pesquisas foram feitas prospecções no último percurso para complementar todo o trajeto do Rodoanel, no trecho Leste da rodovia Presidente Dutra, entre os municípios de Guarulhos, Arujá e Itaquaquecetuba, que se estende da rodovia Ayrton Senna até a Presidente Dutra.

Entretanto, é importante enfatizar o constante trabalho de integração entre as sociedades presentes atualmente na área onde a obra está sendo construída, com as investigações arqueológicas promovidas pela equipe de cientistas do Programa. A perspectiva teórica básica das pesquisas conduzidas pelos profissionais foi a de considerar a Arqueologia enquanto uma Ciência Social, direcionada para o estudo de sociedades humanas. Esses estudos deram origem às atividades destinadas ao reconhecimento de identidades regionais, com a realização de entrevistas, descrições de práticas tradicionais e compartilhamento de informações científicas e culturais.

Para isso, o Programa foi metodologicamente baseado no cruzamento de duas linhas teóricas e conceituais: a Arqueologia Pública e Colaborativa, no que se refere ao envolvimento da comunidade, e a Arqueologia das Paisagens Culturais (Environmental Archaeology), em relação à prática da pesquisa e do conhecimento científico.

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Auxiliar iniciando o processo de escavação na área onde foram encontradas estruturas históricas.Auxiliar iniciando o processo de escavação na área onde foram encontradas estruturas históricas.

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Patrimônio Edificado registrado durante as pesquisas de Patrimônio Histórico e Cultural.

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Atualmente, não há como refletir sobre a pesquisa arqueológica sem uma perspectiva transdisciplinar no tratamento do patrimônio cultural. Na prática, este posicionamento requer estudiosos voltados a integrar o relacionamento entre a pesquisa, a gestão de bens culturais e os grupos sociais envolvidos, contribuindo para o o fortalecimento de vínculos existentes entre a sociedade e as épocas passadas, e criando, paralelamente, a sustentação necessária às atividades de preservação.

Foi exatamente com este enfoque que a DOCUMENTO Ecologia e Cultura, empresa brasileira especializada no Planejamento e Gestão de Patrimônio Cultural, conduziu o Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural do Rodoanel Mário Covas, realizado em seu trecho Leste.

Com início em 2011, este trabalho contemplou os municípios de Arujá, Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Suzano, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, no estado de São Paulo.

Apresentação

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Em seus primeiros quatro meses de desenvolvimento, as atividades estiveram concentradas na legalização da pesquisa (com a obtenção da Portaria IPHAN), na elaboração de quadros regionais de contextualização (por meio de levantamentos documentais) e nas prospecções arqueológicas de campo, com a conclusão dos três trechos prioritários deste Programa: “Papa João XXIII”, “Túnel Santa Luzia” e “Encontro Leve Estruturado”.

Assim como os trabalhos presenciais, as plataformas multimídia exclusivas como blogs, sites, redes sociais, twitter e ferramentas criadas especialmente para o Programa, como o Museu Virtual (que expõe todo o acervo arqueológico resgatado) e o Arqueo@Parque, ambiente que fornece acesso aos estudos, pesquisas e equipes, foram utilizados nesta unificação dos processos científicos e tecnológicos aos sociais.

Nos capítulos seguintes, apresentaremos o processo de ocupação histórica da área abrangida pelo Programa, desde o período pré-colonial até os dias atuais; os trabalhos de campo realizados com as respectivas ações de resgate no sítio arqueológico da Casa Grande e Velha, em Itaquaquecetuba, além do levantamento do patrimônio imaterial presente neste Programa, realizado através de ações que incluíram entrevistas e pesquisas de relatos históricos com moradores das regiões.

Ao falar sobre o município de Ribeirão Pires, por exemplo, o leitor irá conhecer a história da pedreira de Santa Clara, patrimônio imaterial da região e que, ao logo dos séculos, desempenhou diversas mudanças na política, na sociedade e na economia do município. Hoje, os alicerces que sustentaram toda a estrutura da pedreira de Santa Clara são ruínas. Mas além dos registros históricos sobre as significativas transformações promovidas pela pedreira, ainda estão vivas as memórias daqueles que ali trabalharam por muito tempo.

Boa leitura.

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Abertura de poços-teste e registro durante os trabalhos de prospecção.Abertura de poços-teste e registro durante os trabalhos de prospecção.

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Ambiente e Arqueologia

Vista geral da área prospectada.

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Ambiente e Arqueologia

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Área de pesquisa e Estudos desenvolvidos, Infovias Arqueológicas

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Área de pesquisa e Estudos desenvolvidos, Infovias Arqueológicas

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Processo de indentificação das estruturas históricas da Casa Grande e Velha.

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A compreensão do atual cenário ambiental contemplado por este Programa necessita de subsídios de estudos regionais das paisagens naturais existentes. Para isso, a análise integrada entre a Arqueologia e o ambiente se desdobra nos chamados “Modelos Preditivos de Arqueologia”, que têm o objetivo de analisar regiões com maior potencial para a identificação de vestígios arqueológicos.

Esta união fortalece, cientificamente, a pesquisa de campo pois apresenta hipóteses de avaliações. Neste contexto, para este Programa, foi elaborado um zoneamento arqueológico preditivo para a área onde se insere o empreendimento Rodoanel Leste. Na realização deste procedimento, a equipe envolvida no projeto levou em consideração elementos tidos como variáveis dependentes e independentes.

Os compartimentos geológicos, geomorfológicos e hidrográficos, por exemplo, não indicam diretamente a presença de vestígios de interesse arqueológico, mas a classificação de seus diversos atributos pode fornecer dados relevantes acerca de ambientes potencialmente selecionados, como resultado da apropriação do espaço pelo homem pré-colonial. Sendo assim, são considerados variáveis independentes.

Ambiente e Arqueologia

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Já as variáveis dependentes relacionam-se diretamente à existência já documentada de sítios arqueológicos, bens tombados (de caráter material ou imaterial), presença de estruturas arquitetônicas ou depoimentos que remetam às ocupações humanas.

Para o Programa Rodoanel Leste, foram identificados três compartimentos geomorfológicos no eixo das áreas prioritárias do empreendimento:

Planície aluvial: são terrenos planos, com declividades inferiores a 2%, que se desenvolveram ao longo das principais drenagens, em altitudes variáveis entre 730 e 780 metros. As planícies são constituídas por argila e silte rico em matéria orgânica, areia fina a grossa, associada em diversas proporções com argila, silte ou cascalho.

Colinas Pequenas: têm amplitudes entre 30 a 55 metros, topos convexos, vertentes retilíneas que formam rampas com comprimento de 200 a 600 metros e inclinação de 8% a 15%. Os vales, em geral, são abertos e com planícies fluviais, continuas e amplas. Esse relevo ocorre localmente em altitudes de 775 a 850 metros, e é sustentado por xistos, anfibolitos, migmatitos, granitos e alguns sedimentos.

Já as variáveis dependentes relacionam-se diretamente à existência já documentada de sítios arqueológicos, bens tombados (de caráter material ou imaterial), presença de estruturas arquitetônicas ou depoimentos que remetam às ocupações humanas.

Abertura de sondagem durante a Etapa de Resgate.

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Morrotes: possuem amplitudes que variam entre 25 a 85 metros; topos convexos, estreitos e subnivelados, vertentes descontínuas, com rampas de extensão entre 150 e 400 metros e inclinações de 15% a 40%, que podem apresentar matacões nas áreas sustentadas por granitos. Esse relevo apresenta vales erosivos encaixados em rocha e canais erosivos aluviais que ocorrem em planícies fluviais estreitas e descontínuas. Os morrotes são sustentados por xistos, anfibolitos, migmatitos, granitos e sedimentos.

A seguir, falaremos sobre as cacarcterísticas do zoneamento arqueológico nas áreas prioritárias estabelecidas pelo empreendimento: o trecho Papa João XXIII; Túnel Santa Luzia (Emboques Sul e Norte) e, por fim, o “Encontro Leve Estruturado”, estrutura adjacente ao limite municipal entre Poá e Itaquaquecetuba.

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Preparações para o início das escavações.

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Abertura de poço-teste durante a etapa de prospecção.

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Trechos principais do Rodoanel Leste

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Trechos principais do Rodoanel Leste

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Registro de croqui durante escavação de trincheira.

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Os principais cursos contemplados pelo Rodoanel Mário Covas envolveram os trechos: “Papa João XXIII”, “Túnel Santa Luzia” e “Encontro Leve Estruturado”, todos localizados ao lado leste do empreendimento.

O trecho Papa João XXIII é um segmento do Rodoanel Mário Covas que fará a intersecção do trecho Sul com a Avenida Papa João XXIII, no município de Mauá. O trecho que será modificado no atual projeto configura-se como um vale semiaberto, em formato de “U”. Neste vale está localizado um canal possivelmente intermitente e sua respectiva cabeceira de drenagem compõe os afluentes do reservatório “Billings”. Em termos de compartimentação geomorfológica, o trecho insere-se na transição entre “Morrotes” e “Planícies Fluviais”.

Pastagens e exemplares arbustivos-arbóreos esparsos ocupam os patamares mais altos das vertentes, enquanto que a densidade desses exemplares aumenta nos setores mais baixos e próximos ao canal intermitente. Conforme estas características da paisagem e as pesquisas realizadas, foi constatado um baixo potencial arqueológico nos setores com maior influência antrópica e que está mais próximo ao segmento atual do Rodoanel Sul, já em operação.

Trechos principais do Rodoanel Leste

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No que se refere ao uso atual da área, foram observadas inúmeras transformações na paisagem. De modo geral, as cidades que se situam no entorno de São Paulo, as quais compõem a paisagem por onde percorrerá o Rodoanel trecho leste, apresentam áreas intensamente urbanizadas. Por outro lado, ainda há áreas não ocupadas.

No caso do primeiro trecho pesquisado, que corresponde à área de intersecção entre o trecho sul do Rodoanel e a Avenida Papa João XXIII, na cidade de Ribeirão Pires, as áreas prospectadas compreendem terrenos não urbanizados. Uma porção central da localidade pesquisada ainda está preservada, exibindo espécies nativas da Mata Atlântica.

Em relação ao trecho do Túnel Santa Luzia, emboque Sul, a região intercepta frontalmente a cava da Pedreira Anhanguera S.A. (antiga Pedreira Santa Luzia, fundada no início do século XX). Essas áreas foram destinadas para a extração mineral, atividade que promoveu a retirada de camadas de solo mais superficiais. O tráfego constante de veículos e maquinários pesados para o funcionamento da pedreira podem ter destruído possíveis vestígios arqueológicos. Ainda assim, a localização de casas antigas pertencentes a uma vila operária no interior da pedreira, provavelmente construídas no período de instalação do empreendimento, no início do século XX, potencializam a localização de vestígios arqueológicos históricos.

A oeste do empreendimento e fora da faixa de domínio do Rodoanel há um curso fluvial. E, conforme as entrevistas realizadas com os moradores do entorno, a área também foi alvo de exploração mineral, mas sem a utilização de maquinário industrial. Essa exploração teria sido manual, encerrada em torno de dezoito anos atrás.

Vista geral da área onde foi realizado o poço-teste 1.071.

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O atual arrendatário do terreno pesquisado utiliza a área como pesqueiro. Neste sentido, realizou algumas benfeitorias no local, como a construção de lagos artificiais para criadouro de peixes. Para isso, foram aproveitadas “grotas naturais” para encher os reservatórios através de um sistema de encanamento e desvio parcial da água oriunda de um canal próximo dali. Outras intervenções foram realizadas no terreno, como cortes de barrancos e aplainamentos feitos com a utilização de tratores, vias de acesso e outras interferências em superfície e subsuperficie.

Com isso, é possível constatar que ao menos duas camadas de solo podem ter encoberto eventuais vestígios arqueológicos. Além disso, as intervenções promovidas já representam alto efeito degradador no que tange à conservação de sítios arqueológicos.

Já a região do trecho João XXII até início do emboque Sul do Túnel Santa Luzia, entre os municípios de Mauá e Ribeirão Pires, é sustentada por rochas como xistos, anfibolitos, magmáticos, granitos e sedimentos. O trecho apresenta partes de vales semiabertos e estrutura urbana intensa, caracterizada por centros urbanos com amplas parcelas de uso residencial, comercial e industrial.

Sendo assim, é importante enfatizar que este cenário favorece a descontextualização e degradação de possíveis sítios arqueológicos existentes.

No que chamamos de “Encontro Leve Estruturado”, estrutura adjacente ao limite municipal entre Poá e Itaquaquecetuba, seu início se localiza em altitude média de 742 metros, na planície fluvial do rio Guaió, que desagua no rio Tietê. Em relação às suas características morfológicas, este segmento do vale é aberto, com fundo chato e largura média de 50 a 150 metros.

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Quanto à sensibilidade arqueológica, as áreas mais próximos aos cursos fluviais possuem alta possibilidade de reunirem vestígios arqueológicos. Trechos onde há ocupação por atividades agrícolas garantem maior conservação das camadas superficiais, ainda que revolvidas por aragem, pisoteio humano e instalação de mecanismos de irrigação.

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Vista geral da Área do Emboque Sul do Empreendimento.

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Paisagens Culturais

Vista geral da área onde fora realizado o poço-teste 1.120.

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Paisagens Culturais

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Várias áreas de vegetação densa foram prospectadas durante as pesquisas.

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Assim como foi apresentado anteriormente, uma das áreas prioritárias para o zoneamento arqueológico do empreendimento Rodoanel Mário Covas (trecho Leste) é o emboque Sul, que intercepta frontalmente a cava da Pedreira Anhanguera S.A.

Muito provavelmente, diante das pesquisas realizadas, a atividade de extração mineral realizada nesta região foi a responsável pela retirada das camadas de solo mais superficiais, implicando, assim, na inviabilidade de eventuais vestígios arqueológicos em superfície e subsuperfície da área.

No entanto, ruínas de estruturas que se assemelham a alicerces, localizadas no entorno de uma pedreira (no passado, chamada Santa Clara) foram identificadas como remanescentes daquilo que fora uma vila operária do início do século XX. Há indícios de que a vila teria sido construída com o intuito de abrigar cerca de 600 funcionários das antigas olarias que, por sua vez, fornceceram o material para a estruturação das casas.

Paisagens culturais

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De acordo com Arnaldo Boaventura, historiador do Instituto do Patrimônio Histórico do ABC, a vila operária também foi sede da segunda greve ocorrida no Brasil em 1907, mesmo ano em que foi fundada a União dos Canteiros do Estado de São Paulo, com unidade em Ribeirão Pires. Conforme o estudioso, a greve por aumento salarial teria durado seis meses.

A região de Ribeirão Pires corresponde a 12,74% da área total do Grande ABC. O município começou a ser ocupado durante o período colonial, no século XVII, após a abertura da estrada que ligava o núcleo de Piratininga (a atual São Paulo) até Mogi das Cruzes.

Junto do “caminho velho de Mogi” foi construída a Igreja Nossa Senhora do Pilar, em 1719, fato que promoveu a instalação de um pequeno núcleo de moradores no local. Durante o século XIX, também foi instalada a ferrovia que liga Santos até a cidade de Jundiaí.

Enquanto os núcleos de São Caetano e Santo André estavam direcionados ao desenvolvimento do processo industrial, os núcleos da Bacia do Rio Grande, composta pelos municípios de Ribeirão Pires, Mauá e Rio Grande da Serra, obtiveram uma ocupação mais lenta e gradual. A produção em Ribeirão Pires ficou por conta de olarias, unidades de beneficiamento de madeira, pedreira, moinho de sal e envasamento de água. Durante boa parte do século XIX, a área serviu como ponto de lazer devido à abundância hídrica e vegetação preservada.

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O município está inserido no domínio morfoclimático dos “mares de morros” – áreas mamelonares tropicais-atlânticas florestadas – e nos domínios morfoestruturais dos Cinturões Móveis Neoproterozóicos, isto é, a Serra do Mar. Florestas tropicais recobrem os níveis de morros costeiros e setores serranos mamelonizados dos planaltos acidentados são as características que compõe essa área do Sudeste. A remodelação de novos quadros de paisagem nessa região é ocasionada, principalmente, pela introdução de massas d´água no meio dos morros, através de reservatórios de empresas hidrelétricas, sendo esse o caso da Represa Billings.

Cerca de 50% do território de Ribeirão Pires é coberto por vegetação nativa, com iniciativas de reflorestamento de eucaliptos que remete ao período posterior à construção da ferrovia. O compartimento de relevo, com serra e depressões, abriga Florestas Ombrófilas Densa Montada, com vegetação arbustiva, composta por samambaias, arborescentes, palmeiras, trepadeiras, epífitas (bromélias e orquídeas), entre outras espécies. Esse tipo de floresta está relacionado com um clima permanentemente úmido, sem limitações por falta de água. É constante também a presença de massas de ar que, muitas vezes, comprometem a visibilidade.

Dessa forma, Ribeirão Pires caracteriza-se como uma estância turística com fortes exigências de preservação ambiental, limitando a proliferação de empreendimentos industriais em geral. No caso das mineradoras, por exemplo, estas devem apresentar condições operacionais compatíveis com a realidade ambiental da região.

O município de Ribeirão Pires é composto por três bacias hidrográficas: Taiaçupeba, Billings e Guaió.

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A Bacia do Rio Taiaçupeba abrange os bairros de Ouro Fino, Itapoá, Casa Vermelha, Pouso Alegre e Soma. Esta bacia é cortada pela Rodovia Índio Tibiriçá, com núcleos habitacionais consolidados e grande número de propriedades rurais.

Já a bacia hidrográfica do Guaió abrange os bairros de Tecelão e Tanque Caio, com assentamentos estruturados principalmente na estrada do Sapopemba, ligação com Mauá. Por fim, a bacia hidrográfica Billings está dividida em onze sub-regiões e abrange boa parte do território de Ribeirão Pires.

O planejamento do Rodoanel Trecho Sul passa pelas três bacias hidrográficas de Ribeirão Pires e atravessa as seguintes zonas do Plano Diretor Municipal: Zona de Restrição à Ocupação; Zona de Ocupação Dirigida; Zona da Represa; Zona de Requalificação Urbana e Zona de Adensamento Controlado II. Contudo, está previsto que não haverá alça de acesso pelo município.

Um dos enfoques trabalhados para constituição deste Programa está baseado na chamada Arqueologia das Paisagens Culturais: estratégia de trabalho que pode ser utilizada como ferramenta de gestão e estudo do registro arqueológico.

O conceito de “paisagem” como produto sociocultural tem tanto o caráter material como também imaginário. Neste sentido, o estudo dos processos sociais e históricos, em sua dimensão espacial, permite reconstruir e interpretar as paisagens arqueológicas a partir dos objetos que os co-constituem. Pensar o registro arqueológico e a cultura material desde uma matriz espacial é, simultaneamente, converter o espaço em objeto de investigação arqueológica.

Vista do Rio TaiaçupebaFonte: http://s803.photobucket.com/user/cacobianchi7/media/t2.jpg.html

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O estudo das paisagens arqueológicas pressupõe, portanto, que as atividades estão organizadas de forma coerente com os ideais de representação realizados pelos grupos sociais.

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Patrimônios Imateriais

Igreja no município de Ribeirão Pires.

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Patrimônios Imateriais

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Detalhe - Interior da Igreja em Ribeirão Pires.

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A pedreira de Santa Clara

Ao falar sobre as histórias do município de Ribeirão Pires, mais precisamente da região da colônia de Pilar, é possível compreender que a partir do final do século XIX a pedreira, hoje conhecida por Santa Clara, desempenhou importante papel sociocultutal. Com a exploração de seus recursos, mudanças significativas não apenas na paisagem, mas também em setores da economia e da política, foram promovidas com o início das atividades da pedreira de Santa Clara.

O município de Ribeirão Pires está situado na zona Leste da região Metropolitana de São Paulo, no Grande ABC. A área tem como característica um vale no qual se estabeleceu, no final do século XIX, a estação “Ribeirão Pires”, integrante da linha ferroviária São Paulo Railway. A estação estava ligada a três colônias de imigrantes: Sede, Colônia e Pilar que, posteriormente, viria se tornar parte do município.A parte do território que compreendia a colônia do Pilar esteve, desde os primeiros anos da colonização portuguesa, integrada a um sistema econômico baseado em sistemas de exploração. Afinal, procedia à criação de condições que visavam, principalmente, suprir demandas contribuintes para o crescimento da metrópole paulista.

Patrimônios imateriais

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A partir da segunda metade do século XIX, muitos daqueles que trabalharam na pedreira de Santa Clara eram imigrantes, dentre eles, italianos e espanhóis. Sendo assim, a formação do pequeno núcleo urbano de Ribeirão Pires está diretamente articulada com experiências do Governo Imperial Português de introduzir políticas públicas que incentivavam a substituição da mão de obra escrava pelo trabalho do imigrante, além do projeto de implantação de estrada de ferro em todo país.

Neste contexto, a vinda de imigrantes italianos à colônia do Pilar integra-se como parte dos projetos urbanos vinculados a uma política de colonização. A primeira etapa dessa política é inaugurada com a implantação da estação de Ribeirão Pires, em 1885. Três anos depois, o presidente da Província, Dr. Rodrigues Alvez proclamou o relatório “Novo Núcleo”, que anunciava a implantação do primeiro núcleo rural localizado no atual bairro da Colônia.

Portanto, o início do processo de povoamento de Ribeirão Pires associava-se com a implantação da Ferrovia São Paulo Railway, que interligava Santos a Jundiaí. Mas é importante enfatizar que a pedreira de Santa Clara passou a ser explorada nesse mesmo período.

Em 1894, a área da pedreira, localizada no pequeno núcleo urbano Pilar foi penhorada para a empresa J. Jacques Kasselring e Cia. Após diversas negociações, já no ano de 1899, a pedreira estava ligada diretamente com o centro de Ribeirão Pires através de um ramal ferroviário, que passava pelos caminhos posteriormente chamados de Santa Clara, Francisco Monteiro e Bom Sucesso.

Vista da área da pedreira em Ribeirão Pires.

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Portanto, a partir disto é possível perceber que a paisagem da colônia do Pilar, no final do século XIX, foi sofrendo alterações. Suas atividades deixaram de estar conectadas somente com a produção agrícola, adaptando-se gradualmente como um espaço de produção de matéria-prima para as crescentes demandas do mercado paulista.

As toneladas de pedras produzidas eram enviadas para São Paulo, inclusive, para a construção da Catedral da Sé. Em Ribeirão Pires havia muitas delas, quase todas situadas em Pilar Velho, dentre as quais se destacam a Martinho Chaves & Cia, a Companhia Industrial e a Duarte & Aranha.

Nos primeiros anos do século XX, o núcleo urbano de Ribeirão Pires foi palco de mudanças sociais e econômicas interligadas com o estabelecimento de pedreiras, olarias, comércios, indústrias, entre outros. As pedreiras, ao longo desses anos, passaram a exercer papel fundamental no que tange à utilização de mão de obra especializada, geração de impostos, movimentação financeira e organização social e sindical de uma classe trabalhadora que, insatisfeita com suas condições de trabalho, propaga o nome de Ribeirão Pires para fora da região, com a realização de greves.

A Primeira República, no Brasil, foi apoiada no liberalismo francês e norte-americano. Os ideais dos republicanos se fundamentavam na defesa dos direitos dos cidadãos de liberdade, igualdade, democracia, participação política entre outros. Entretanto, tais direitos civis, encobriam as desigualdades sociais entre os que vendiam e os que compravam a força de trabalho e as bandeiras republicanas acabaram por se verem fracassadas.

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Em estados como São Paulo, por exemplo, começaram a circular novas ideias de transformação social, coexistindo com a formação e aparecimento de uma classe trabalhadora. A precária situação dos colonos nas fazendas foi, por inúmeras vezes, motivo de denúncia em diversas publicações operárias.

No ano de 1907 foi fundada a União dos Canteiros do Estado de São Paulo e, no ano de 1908, é criada a seção de Ribeirão Pires desta instituição. Neste mesmo ano foi realizada a primeira greve em Ribeirão Pires. E em 1913, os trabalhadores das pedreiras do município estiveram em diversas manifestações. “Até hoje os operários ainda não voltaram ao trabalho, e ao que parece não voltarão enquanto os bons patrões estabelecerem os antigos preços, pois os grevistas estão trabalhando por conta própria e por isso não morrem de fome. A união dos canteiros daquela unidade apela para os canteiros de toda parte para que não sigam para ali em substituição dos que estão em greve, para assegurarlhes a vitória. E este justo apelo nós reforçamos por um dever de solidariedade”, anunciava o jornal A Voz do Trabalhador, publicação que circulava nesta época.

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Memórias de Santa Clara

Hoje os alicerces que sustentaram a estrutura da pedreira de Santa Clara são ruínas. Mas além dos registros históricos sobre as mudanças significativas promovidas pela pedreira, durante o século XIX, ainda estão vivas as memórias daqueles que ali trabalharam por muito tempo. Diversos relatos orais, obtidos tanto no acervo do Museu de Ribeirão Pires quanto pela equipe de pesquisa, nos estudos de campo, revelam depoimentos sobre o cotidiano dessas pessoas.

O depoimento abaixo, do Sr. Domingues Bressan, do canteiro da Cia Industrial (posteriormente chamado de Santa Clara, em 1960) foi obtido no Acervo do Museu de Ribeirão Pires. Ele fala dos valores que eram pagos pelo serviço e também de elementos indicativos do cotidiano destes trabalhadores.

“Os canteiros ganhavam bem: 400, 500 mil réis. Pedreiras como a Industrial mantinham raia para a corrida de cavalo, lago, cancha de bocha, rinhas. Antonio Cuenca Felix tinha pedreira na Estrada Rio Claro. Mais para a frente ainda, na Quarta Divisão, Luiz Rangoni, tocava a pedreira de uma viúva, depois adquirida por José Moreno. E até Vicente Matheus, futuro presidente do Corinthians, comprou uma pedreira de Luiz Tolezano, na Estrada do Baruel.”

No depoimento de Domingues Bressan sobre o funcionamento das pedreiras nos anos 30, há a afirmativa de que, naquele momento, a empresa Cia Industrial pagava a seus funcionários um bom salário. Além disto, Bressan aponta que a pedreira mantinha, para seus funcionários, elementos vinculados à “diversão”: “raia para a corrida de cavalo, lago, cancha de bocha, rinhas”.

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Como complemento, o irmão de Rodolfo Bressan aponta outros elementos importantes à história. Em seu relato, há o indicativo de que outras indústrias mantinham conexões com a pedreira, como as olarias e estábulos:“A economia da cidade tinha estábulos e vacarias, tijolos e pedras. E lenha, muito corte de lenha. Fazia-se a mucuta, estes feixes de paus mais finos. (...) Quando saí da escola, com 12 anos de idade, comecei a trabalhar em olaria com o meu irmão Domingos Bressan. Depois o meu irmão foi trabalhar na pedreira. Precisavam de um ajudante pro ferreiro, pra levar água pra turma e eu fui convidado a trabalhar. Não parei mais. Trabalhei 30 anos em pedreira”.

Desses depoimentos é importante ter em vista que a maior parte da economia da cidade de Ribeirão Pires estava voltada para a realização de trabalhos que correspondiam às demandas necessárias para a construção de cidades, como o paralelepípedo usado nas ruas e os alicerces das casas.

De acordo com Rodolfo Bressan, o transporte de grandes pedras ocorria por meio de linhas de trem que serviam às pedreiras. Depois, as pedras eram colocadas dentro de vagões e puxadas por bois. Se a construção da Catedral da Sé teve seu início na metade da década de 1910 e foi se prolongando até a metade da década de 1950, é possível que Bressan tenha presenciado, nos trabalhos da pedreira para a construção da Catedral, as mudanças ocorridas na utilização de maquinários e de transportes.

De acordo com o sociólogo Maurice Halbwachs em seu livro “A Memória Coletiva”, ao refletir sobre o caráter espontâneo e livre da “memória, a lembrança não se constitui em reviver um momento do passado, mas na maior parte das vezes, lembrar refaz, reconstrói, repensa com imagens e ideias o presente e as experiências vivenciadas pelo indivíduo no passado”.

Foto histórica - Casa em 1946.

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É o que ocorreu com a sra. Tereza Arruda, por exemplo, em depoimento colhido pela equipe de pesquisa sobre o cotidiano da regição com o funcionamento da pedreira de Santa Clara. Em seu relato, ela conta que quando se mudou para Ribeirão Pires com seu pai, no final dos anos 70, o barulho da pedreira e das explosões eclodia por toda Ribeirão Pires.

“Eu morava próximo da pedreira, com meus pais. Então o barulho da pedreira que acordava a gente para ir para a escola, para trabalhar, era um relógio que a gente sabia mais ou menos que horas eram”.A quantidade de explosivos inseridos dentro de uma pedra variava de acordo com o seu tamanho. Com isso, era individualizado um grande bloco principal. O Sr. João Francisco de Paulo, ex-trabalhador da pedreira, afirma que esta era uma das partes mais arriscadas do trabalho, devido ao curto espaço de tempo depois que o estopim já estivesse acesso. Este procedimento, de tirada de blocos de pedra da rocha, era chamado de “bancada”.

“Tinha a bancada, depois fogacha, pra deixar as pedra mais menor (sic), pra vir pra máquina, senão não cabia na máquina, se a pedra não coubesse na máquina, não quebrava. A pedra tinha que entrar direto na máquina, aí ela entrava e saía tudo pequenininha, aí dali pra estera, tinha estera pedra dois, pedra um, pedra três, ai repartia né, cada um saia de um lado, mais ou menos assim”.

Trabalhar com a memória das pessoas sobre determinado momento histórico exige do historiador uma preocupação, em também, problematizar esta memória, não procurar somente uma verdade de determinado fator histórico-social, mas ver, nas lembranças, as verdades existentes para determinados grupos sociais frente às alterações históricas.

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Depoimentos do Sr. Osvaldo Antonio, durante as pesquisas de Patrimônio Histórico e Cultural do Programa

Depoimentos do Sr. Benedito Silva, durante as pesquisas de Patrimônio Histórico e Cultural do Programa

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53Paisagens Culturais do Leste Pauslita

Depoimentos do Sr. Bruno Mozelli, durante as pesquisas de Patrimônio Histórico e Cultural do Programa

Depoimentos do Sr. BAlfredo Gonçalvez e Sr. João Francisco, durante as pesquisas de Patrimônio Histórico e Cultural do Programa

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Patrimônio material edificado

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Patrimônio material edificado

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Patrimônio Edificado - Residência da Família Duarte em Itaquaquecetuba.

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Atualmente, o município de Ribeirão Pires, no Grande ABC, região Metropolitana de São Paulo, é significantemente urbanizado. Mas foi somente a partir do final do século XIX que a região, antes predominantemente rural, passou por modificações. Com a inauguração da ferrovia São Paulo Railway, que transportava o café do interior paulista até Santos, em 1887, ocorreu a formação do Núcleo Colonial de Ribeirão Pires, após a estação local ser inaugurada, em 1885.

Ribeirão Pires teve maior impulso de crescimento no final do século XIX. Seus bairros foram surgindo a partir de pequenos núcleos de moradores que trabalhavam em olarias, pedreiras, etc. Exemplo disso são os bairros Santa Luzia e Santa Clara, que surgiram para abrigar principalmente os trabalhadores da pedreira Santa Clara, que não moravam nas vilas operárias locais.

Proveniente do período colonial, anterior à urbanização, pode-se dizer que a edificação mais importante desta época é a Igreja Nossa Senhora do Pilar. Construída em taipa, foi erguida em 1715 a mando do capitão-mor Sr. Antonio Correa de Lemos, em cumprimento a uma promessa feita a Nossa Senhora do Pilar.

Patrimônio material edificado

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A igreja ocupa o topo aplainado de uma colina, a 781 metros de altitude, contornada pelo manancial Ribeirão do Pilar. Inaugurada em 1915, foi construída basicamente em barro, pelo sistema colonial da taipa de pilão. A espessura de suas paredes varia entre 40 e 50 centímetros. A caixilharia, toda em madeira, enquadra as aberturas na estrutura em taipa de pilão, tendo no lugar das dobradiças o encaixe de madeira, entre folhas e espelho das janelas e portas.

A Igreja Nossa Senhora do Pilar foi restaurada em 1985 devido ao seu estado precário. O madeiramento, em parte, tinha sido tomado pelo cupim. Hoje, da estrutura do telhado, são originais as duas vigas principais que cortam a abertura da nave da capela. O acabamento das paredes e divisórias internas foi reforçado e reconstruído com solo-cimento, material que traz características parecidas à técnica da taipa de pilão. Por fim, a cúpula da torre, originalmente feita de zinco, hoje, após restauro, é constituída por fibra de vidro.

Igreja Santa Luzia

Quem chega ao endereço da antiga capela Santa Luzia encontra, somente, o que restou da edificação religiosa após as fortes chuvas ocorridas na região, em 2010. Sobraram apenas as vigas baldrames, tijolos e outros materiais utilizados em sua construção.

A igreja, com datação de 1925, foi construída pelos funcionários da Pedreira Santa Clara em homenagem à Santa Luzia, que, sugundo a crença, protegia os olhos dos operários de eventuais lascas das pedras.

Foto Histórica da Família Duarte em Itaquaquecetuba.

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Fazenda Casa Grande Velha

A partir do século XVI, em torno da Vila de São Paulo, foram os aldeamentos que contribuíram para o povoamento do planalto. O território que atualmente é o município de Itaquaquecetuba fazia parte de uma fazenda jesuítica, que pertencia ao padre Machado de Oliveira. Dentro de um contexto de catequização dos povos indígenas, a sede da Fazenda Casa Grande Velha, localizada próxima do Rio Tietê, funcionava como estrutura de apoio e local físico e estratégico para a evangelização de indígenas. O aldeamento de Itaquaquecetuba possuía população heterogênea, formada, em sua maioria, por índios Carijós vindos do Sul.

Em pesquisas a documentos históricos pertencentes à Fazenda Casa Grande Velha, no arquivo do Estado de São Paulo, há informações de que o bandeirante Antônio da Cunha Gago foi um dos primeiros moradores da casa após a saída dos jesuítas, no ano de 1765.

Sedes de grandes fazendas construídas ao redor da vila de Piratininga, no decorrer dos séculos XVII e XVIII, as casas bandeiristas constituem, atualmente, importantes recursos de pesquisas para a compreensão da sociedade colonial paulista. Esse período compreendia, entre outras coisas, um projeto mercantil colonial, no qual ocorreu a apropriação, por colonos e jesuítas de mão de obra indígena para a manutenção e para o desenvolvimento de produções agrícolas que abasteciam tanto a Vila de Piratininga e seus aldeamentos quanto as outras regiões da Colônia Portuguesa. As edificações decorrentes deste período foram construídas de maneira que o conhecimento e técnica europeia de construção se adaptassem à matéria-prima local.

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Patrimônio Edificado registrado nas pesquisas: Igreja em Itaquaquecetuba.

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Estas residências, as casas bandeiristas, construídas pela técnica da taipa de pilão e cobertas com telhas cerâmicas capa canal, eram geralmente implantadas em terrenos planos ou mesmo aplainados nas proximidadesde de um riacho, como é o caso da Casa Grande Velha em Itaquaquecetuba, localizada próxima do Rio Tietê. A edificação continha uma planta de três laços que traduzia, em si, as características da casa bandeirista de separar a parte social do espaço ao do acesso à parte íntima da família.

Na região paulistana foram encontradas, predominantemente, duas tipologias de edificações: em taipa de pilão, como as casas bandeiristas, e as feitas de pedra e cal.

A taipa de pilão é uma técnica construtiva manual. Sua matéria-prima é o barro, retirado diretamente da natureza, sendo os solos argilosos, como a terra vermelha, roxa ou a parda, os mais utilizados.

Por muito tempo, a Casa Grande Velha foi esquecida, até a chegada, em 1919, de Charles Townsend, entomologista norte-americano que veio ao Brasil realizar pesquisas científicas junto à Secretaria de Agricultura. Conforme descrito no Boletim do Sphan (Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a casa estava em ruínas, e Charles a restaurou.

A família morou ali durante décadas, conforme fontes bibliográficas e orais. Algumas modificações foram feitas junto à área da antiga fazenda, como uma varanda e uma nova edificação de alvenaria de tijolos construída ao lado da casa. Porém, as características de construção original foram mantidas.

Fotos históricas da Família de Cahrles Townsend.

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Foto Histórica da Família Duarte em Itaquaquecetuba.

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Expressamos nossos agradecimentos às comunidades tratadas por este Programa. Sem elas, sua memória, sua acolhida e seu apoio constante às equipes, este trabalho certamente não alcançaria seus resultados.

Nossos agradecimentos se estendem à empresa CONCESSIONÁRIA SP MAR – RODOANEL SUL E LESTE que, com seu constante apoio e estímulo, fizeram com que o Programa abrangesse a totalidade de ações científicas e sociais para pleno atendimento ao Patrimônio Cultural local e às atividades de Educação Patrimonial desenvolvidas.

Espera-se que a geração presente e futura aprecie o trabalho e seus resultados, e os incorpore à Memória Nacional e de seus povos.

Agradecimentos

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Patrimônio Edificado - Olaria em Itaquaquecetuba.

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Eapa de prospecção, abertura de poços-teste.

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Ficha Técnica da Publicação:

Coordenação GeralL.D. Dra. Erika M. Robrahn González – Arqueóloga, Antropóloga social eHistoriadoraGerson Levi Lazzaris – Antropólogo, Arqueólogo e HistoriadorCCO - Culture Chief Officer

Textos e RevisãoJuliana Welling – Jornalista.Marian Helen Rodrigues - Literata, Psicopedagoga e Mestre em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre.Cléber Santos de Mendonça – Consultor do Núcleo de Conteúdo, Formado em Letras, com Especialização em Revisão Ortográfica, Sintática e Conteudista.

Ficha TécnicaDiagramação, Editoração e Arte FinalEduardo Staudt de Oliveira – Especialista em Mídias Sociais e GestorLeonardo Scauri – Analista de MarketingBruno César Rodrigues – Técnico em Multimídia

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Prospecções realizadas em áreas de mata fechada.

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