FOLHA TRANSPARÊNCIA

ROMPENDO O SIGILO DO ESTADO

O QUE É

• A Folha de S. Paulo lançou em 2011 o projeto "Folha Transparência", uma iniciativa pioneira no país que permitiu a divulgação e o irrestrito acesso a milhares de documentos até então mantidos sob a guarda do Estado brasileiro e longe do alcance dos cidadãos.

• O projeto reflete não só o trabalho de reportagem da Folha como também ações nas esferas administrativa e judicial para levar o poder público a revelar dados mantidos em sigilo.

• EDITORES RESPONSÁVEIS:• Sérgio Dávila e Melchiades Filho, da Folha de S.

Paulo

O projeto se desenvolve em duas frentes:

• Publicação de reportagens que somam dezenas de páginas na versão impressa do jornal, como resultado de uma série de procedimentos administrativos e judiciais que se arrastaram por meses a fio, com o objetivo de fazer o Estado reconhecer o direito à informação.

• Criação de um site na internet (www.transparencia.folha.com.br), aberto a todos os internautas e sem qualquer custo, que concentra a divulgação irrestrita de milhares de páginas de documentos oficiais, material de pesquisa permanente para historiadores, jornalistas e pesquisadores.

• O projeto segue em andamento, é dinâmico e construído ao longo dos meses e anos, pois pode ser atualizado a qualquer momento a partir de acessos a outros documentos do Executivo, do Judiciário e do Legislativo.

BASE PÚBLICA DE PESQUISAS

• Jornalistas, historiadores e pesquisadores de quaisquer órgãos e empresas têm atualmente à disposição sem quaisquer custos, para consulta imediata, cópia ou leitura,  documentos obtidos como resultado de quatro frentes de investigação jornalística concluídas até o momento:

1.Arquivos da Ditadura

• Uma série de reportagens da Folha obrigou o governo federal a entregar ao Arquivo Nacional, para consulta pública, 410 caixas de documentos inéditos sobre a ditadura militar (1964-1985). Os papéis foram localizados pelos jornalistas em vários órgãos da Esplanada dos Ministérios, como resultado de uma investigação jornalística de quatro meses.

• AUTORES:• Rubens Valente e Matheus Leitão

2.Segredos do Itamaraty

• A série de reportagens recebeu o Prêmio de Excelência Jornalística da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) no ano de 2012, na categoria Relações Interamericanas, e o prêmio principal do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul de 2011. Foi a maior divulgação massiva já realizada na história do país em termos de telegramas da diplomacia brasileira.

• AUTORES:• Rubens Valente, Fernanda Odilla e João Carlos

Magalhães

3.A Engrenagem da Impunidade

• A série de reportagens revelou atrasos e erros que explicam a impunidade judicial das maiores autoridades no Brasil. A investigação jornalística teve acesso a mais de 258 acusações criminais sendo processadas no STF (Supremo Tribunal Federal) para estabelecer ocorrência de crimes que vão de corrupção a abusos de autoridade. No Brasil, ministros, deputados e senadores só podem ser processados perante o Supremo. A série recebeu em 2013 o Prêmio de Excelência Jornalística da SIP na categoria Jornalismo de Profundidade.

• AUTORES:• Rubens Valente, Fernando Mello e Felipe Seligman

A série de reportagens deu origem a um caderno de 8 páginas

• De todos os casos analisados pela Folha, apenas um resultou em uma condenação no Supremo. A pesquisa, que abordou 166 casos contra altos funcionários da República, revelou como funciona a máquina de impunidade, lembrando casos em que processos se arrastam por anos à espera de uma decisão.

• Através de um site, a Folha disponibilizou aos leitores acesso à íntegra dos processos (http://transparencia.folha.com.br/a-engrenagem-da-impunidade).

• A série de reportagens revelou:

• O Supremo Tribunal Federal levou 6 anos só para decidir se um senador brasileiro poderia ser processado.

• Processos caíam num limbo jurídico na Procuradoria Geral da República e passavam até cinco anos sem decisão.

• Um ministro do Supremo Tribunal utilizou 14 meses apenas para se manifestar em um processo que já havia estado em seu gabinete por outros quatro anos.

• Vários erros atrasaram o processo a que responde ao ex-senador Jader Barbalho. Isto lhe permitiu não ser julgado e, ao mesmo tempo, deu-lhe a oportunidade de ser eleito deputado federal no Congresso.

• O presidente nacional de um dos principais partidos políticos do Brasil, o PMDB, é investigado no Supremo sob acusação de ter pago à mídia de Rondônia por notícias favoráveis ao governo do Estado do qual foi governador.

• Um processo revelou que o ministro das Comunicações do Brasil foi advertido sobre apropriações indevidas de recursos públicos no governo do Estado em que era secretário, mas não tomou nenhuma ação para evitar irregularidades.

• Vários órgãos públicos nos Estados colaboram para as dificuldades de trâmite dos processos judiciais, ao levar meses para responder às solicitações feitas pelo Supremo Tribunal Federal no curso de investigações contra políticos.

• Tempo de tramitação do Caso Jader: 14 anos e 2 meses• • Tempo de tramitação desde a abertura a ação penal: 9 anos• • Atrasos acumulados desde a ação penal: 6,4 anos (71% do tempo

total)

• Atraso assim dividido:

• Discussão sobre o foro: 2,6 anos

• Erro do STF na emissão das cartas de ordem: 1 ano

• Tentativa frustrada de localizar uma testemunha: 2,8 anos

Obrigado,

twitter: @rubensvalentee-mail: rubens.valente@grupofolha.com.br