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Mobilização pelos direitos das mulheres
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Prevenção ao femicídio
Parte 1
•A violência em números
•Percepções da sociedade
Parte 2
•A Lei Maria da Penha
•Femicídio no Código penal?
homicídio “maus tratos”: exclusivamente praticado pela mulher contra o marido/esposo/amante; normalmente, precedido de diversas tentativas de ruptura (saída de casa, pedido de divórcio e até suicídio tentado)
homicídio “violência-conflito”: o homem é o autor e a mulher a vítima. Normalmente não é antecedido de denúncia, pois a vítima não reagiu às reiteradas agressões. O quadro de valores da vítima encontra-se tão arraigado à cultura patriarcal que a mulher assimila pacificamente a agressão e a tem como uma fatalidade, aceitando-a como se fosse um fardo indescartável
homicídio “posse-paixão”: pode ser cometido por ambos os sexos. Envolve sempre três personagens: vítima-agressor-outro, podendo ser formado por dois tipos de triângulo: (a) agressor é homem ou mulher; vítima é o que impede a ruptura da conjugalidade; (b) agressor é homem que mata outro homem, numa situação de disputa da mulher que ambos desejam
homicídio “abandono-paixão”: predominantemente masculino. Nele, a vítima é o objeto amado (mulher, ex-mulher ou amante) que desinvestiu na relação e a quer abandonar ou já a abandonou afetivamente.
Brasil – 7º país em número de homicídios de mulheres
em uma lista de 84 países
Mapa da Violência 2012
Paraná é o 3º estado em número de homicídios femininos
6,4 por 100 mil
4,6: a média nacional
De cada 10 mulheres vítima de homicídio, 7 são assassinadas por aqueles com quem elas mantêm uma relação de afeto
41% das mortes de mulheres ocorreram dentro de casa
Mapa da Violência 2012
52% das violências praticadas pelos maridos e companheiros são de de morte (2012)
Guarapuava
Taxa: 8,2 (96º nac)
4,6: a média nacional
Ipea - 2013Violência contra a mulher: femicídios no Brasil
Conclusão: “Constatou-se que não houve impacto, ou seja, não houve redução das taxas anuais de mortalidade, comparando-se os períodos
antes e depois da vigência da Lei.”http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/130925_sum_est
udo_feminicidio_leilagarcia.pdf
Números alarmantes - Brasil
Sociedade e LMP
Em mulher não se bate nem com uma flor91%
2010 Fundação Perseu Abramo/SESC
Entre os pesquisados do sexo masculino:
8% admitem já ter batido em uma mulher
14% acreditam que agiram bem;
15% declaram que bateriam de novo
2% declaram que “tem mulher que só aprende
apanhando bastante”
Existem situações em que o homem pode agredir sua mulher?
A mulher deve aguentar a violência para manter a família unida?
16% simhomens 19%mulheres 13%
11% sim
“Ele bate, mas ruim com ele, pior sem ele”
20% de acordo
Cerca de 24% homens
Cerca de 17% mulheres
Mais velhos: 32%
Deve-se intervir em briga de marido e mulher
63% dos entrevistados 72% das mulheres,51% dos homens
advogados, advogadasjuízes, juízas
promotores, promotoras de justiçadefensores, defensoras públicos
delegados, delegadas
Atores jurídicos
Cultura machista - subliminar
TJRO – RT 728/632
“Não pode a mulher ficar à mercê do maridoque, injustificadamente, a agridereiteradamente. A absolvição, se decretada,resultará, na mente do infrator, a implícitaautorização de novos ataques.”
Cultura machista - subliminar
TJ/DF – proc. 2006.0919.173.057
Agressões como “atitudes covardes de homensque resolvem abandonar seu perfil natural deguardiões do lar para se transformarem emalgozes e carrascos cruéis de sua própriacompanheira.” Des. Sérgio Bittencourt
Estereótipos de gênero
Pesquisa do Canadá aponta empate técnico
Quem fala mais: o homem ou a mulher?
Quem gasta mais no cartão de crédito?
Homens. 26% mais – Fonte: Instituto Ibope Inteligência (2007)
Quem é mais fofoqueiro?
Homens. 76 min por dia Fonte: OnePoll (2009)
Quem mente mais?
Homens. Instituto Gfk – Alemanha
Quem fala mais de sexo?
Mulheres (5º lugar) Homens (8º lugar)
prepotência do masculino+
subalternidade do feminino=
ingredientes essenciais de ordem simbólica que define as relações de poder
origem da violência de gênero
Violações reiteradas
Mulher é proibida de dirigirhttp://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2011/10/03/chibatadas-por-dirigir-e-agressoes-a-mulher/
Mulher não tem acesso à educaçãohttp://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2012/10/14/ativista-mirim-e-baleada-por-defender-a-igualdade-de-genero/
Adotar o sobrenome da mulher já é opção de 25% dos homens ao casarFSP, 6 out 13, p. C5
Transplante de rosto – ácido sulfúrico
Mulheres expõem cicatrizes para denunciar violência doméstica em ensaio de fotos
http://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2014/03
/08/precisamos-de-um-dia-internacional-da-mulher/
O Código de honra: como ocorrem as revoluções morais
Kwame Anthony Appiah
Sentimento que
muda a história
“morte de uma mulher em um contexto de gênero, por pertencer ao feminino (por ser mulher)”
JORGE EDUARDO BUOMPADRE
PLS 292/2013 CPMI Violência contra a mulher
Projeto tipifica o femicídio, com pena dereclusão de 12 a 30 anos para assassinatos demulheres com circunstâncias de violênciadoméstica ou familiar, violência sexual,mutilação ou desfiguração da vítima;
Estima-se que cerca de 70% dos assassinatos demulheres foram cometidos pela associação com a suacondição de ser mulher.
Geralmente, aconteceram na intimidade de seusrelacionamentos e a sua residência é o local ondeocorrem esses crimes com maior frequência.
Lourdes Bandeira - Secretaria de Políticas paraMulheres – SPMhttp://www.spm.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2013/05/31-05-na-camara-federal-spm-destaca-que-femicidio-transpoe-fronteiras-e-avalia-incidencia-no-brasil-como-nos-casos-eloa-e-estupro-coletivo-na-paraiba
Forma qualificada
§1º Se o crime é cometido:I – mediante paga, mando, promessa de recompensa;por preconceito de raça, cor, etnia, orientação sexual eidentidade de gênero, deficiência, condição devulnerabilidade social, religião, procedência regional ounacional, ou por outro motivo torpe; ou em contextode violência doméstica ou familiar, em situação deespecial reprovabilidade ou perversidade do agente;
Reflexões
- previsão de penas severas como forma de simbolizar o repúdio institucional à conduta criminalizada x garantia:
desvalor da ação/desvalor do resultado = proporcionalidade das penas
- simbologia de reprovação social x direito penal não pode ser usado para criar uma simbologia
- Dp não dispõe de meios para modificar a verdadeira fonte do preconceito e da discriminação que legitimam, naturalizam e toleram tais atos de agressão x prevenção
geral negativa
Reflexões
- O que não se dá nome não existe
Visibilidade definitiva da problemática de
gênero
- Femicídio serve como categoria social de análise, mas que, infelizmente, precisa passar pelo mundo jurídico para que sejam criadas condições de visibilidade entre
os atores jurídicos e entre a sociedade (pgn).
Reflexões
A erradicação do preconceito e dos atos de brutalidade por ele legitimados ocorrerá pela educação, pelo debate e
pelo convite a repensar crenças, pois nada mais equivocado do que a afirmação de que
determinados “comportamentos, por serem cultura, não mudam”.
Culturas não são estanques, e é por sua natureza dinâmica que se constroem e se reconhecem novos direitos, que
visam substancialmente a paz e a redução do sofrimento e da violência, seja a praticada pelos indivíduos, seja a
praticada pelo Estado.
A erradicação do preconceito
e dos atos de brutalidade por
ele legitimados ocorrerá pela
educação, pelo debate e pelo
convite a repensar crenças,
pois nada mais equivocado do
que a afirmação de que
determinados
“comportamentos, por
serem cultura, não mudam”.
Reflexões
A erradicação do preconceito e dos atos de brutalidade por ele legitimados ocorrerá pela educação, pelo debate e
pelo convite a repensar crenças, pois nada mais equivocado do que a afirmação de que
determinados “comportamentos, por serem cultura, não mudam”.
Culturas não são estanques, e é por sua natureza dinâmica que se constroem e se reconhecem novos direitos, que
visam substancialmente a paz e a redução do sofrimento e da violência, seja a praticada pelos indivíduos, seja a
praticada pelo Estado.
Culturas não são estanques, e
é por sua natureza dinâmica
que se constroem, se
reconhecem e se dá eficácia a
novos direitos.
“não existe o ser humano natural; o
comportamento é moldado pela cultura.” Regina Navarro Lins. O livro do amor.
Rio de Janeiro: BestSeller. 2012.
O Código de honra: como ocorrem as revoluções morais
Kwame Anthony Appiah
v e r g o n h a