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PANORAMA DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E PROPRIEDADE INDUSTRIAL: UMA PESQUISA COM INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS DA REGIÃO SUDOESTE DO PR Lindomar Subtil de Oliveira (UTFPR/FB) [email protected] Silviane Aparecida Tibola (UTFPR/FB) [email protected] Leila Cristina Huppes (FAMPER/PR) [email protected] Kazuo Hatakeyama (UTFPR/PG) [email protected] O presente artigo é decorrente de uma pesquisa de campo realizada junto a treze indústrias de alimentos da região Sudoeste do Paraná, visando investigar o nível de desenvolvimento de inovação tecnológica e propriedade industrial (PI), bem ccomo o entendimento sobre os referidos temas. Adicionalmente, o trabalho apresenta uma abordagem teórica contextual sobre o assunto. Considerando-se que o complexo econômico e industrial dessa mesorregião é sustentado principalmente pelo segmento agroalimentar, a pesquisa reveste-se de informações essenciais ao desdobramento de futuras ações que possibilitam às organizações maior competitividade quando o assunto é inovação, tecnologia e desenvolvimento. Os resultados do estudo apresentam notáveis justificativas para as mais de 62% de empresas não inovarem, tais como: baixo índice de qualificação profissional, riscos econômicos excessivos e elevados investimentos. Em relação aos dois requisitos elementares para medições de indicadores de inovação, sendo estes, registros de (PI) e setor de P&D, evidenciou-se ínfima representatividade. A demonstração deste cenário relacionado a um tema emergente remete a reflexões e uma avaliação digna de apreciação mais saliente da realidade regional. A superação dos desafios da inovação é reverenciada pelo interesse empresarial concernente ao assunto. Palavras-chaves: Inovação tecnológica; propriedade industrial; diagnóstico; indústrias alimentícias XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

PANORAMA DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E PROPRIEDADE … · e propriedade industrial (PI), bem ccomo o entendimento sobre os referidos ... apreciação mais saliente da realidade regional

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PANORAMA DE INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA E PROPRIEDADE

INDUSTRIAL: UMA PESQUISA COM

INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS DA

REGIÃO SUDOESTE DO PR

Lindomar Subtil de Oliveira (UTFPR/FB)

[email protected]

Silviane Aparecida Tibola (UTFPR/FB)

[email protected]

Leila Cristina Huppes (FAMPER/PR)

[email protected]

Kazuo Hatakeyama (UTFPR/PG)

[email protected]

O presente artigo é decorrente de uma pesquisa de campo realizada

junto a treze indústrias de alimentos da região Sudoeste do Paraná,

visando investigar o nível de desenvolvimento de inovação tecnológica

e propriedade industrial (PI), bem ccomo o entendimento sobre os

referidos temas. Adicionalmente, o trabalho apresenta uma abordagem

teórica contextual sobre o assunto. Considerando-se que o complexo

econômico e industrial dessa mesorregião é sustentado principalmente

pelo segmento agroalimentar, a pesquisa reveste-se de informações

essenciais ao desdobramento de futuras ações que possibilitam às

organizações maior competitividade quando o assunto é inovação,

tecnologia e desenvolvimento. Os resultados do estudo apresentam

notáveis justificativas para as mais de 62% de empresas não inovarem,

tais como: baixo índice de qualificação profissional, riscos econômicos

excessivos e elevados investimentos. Em relação aos dois requisitos

elementares para medições de indicadores de inovação, sendo estes,

registros de (PI) e setor de P&D, evidenciou-se ínfima

representatividade. A demonstração deste cenário relacionado a um

tema emergente remete a reflexões e uma avaliação digna de

apreciação mais saliente da realidade regional. A superação dos

desafios da inovação é reverenciada pelo interesse empresarial

concernente ao assunto.

Palavras-chaves: Inovação tecnológica; propriedade industrial;

diagnóstico; indústrias alimentícias

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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1.1

1. Introdução

O entendimento sobre os indicadores de inovação constituem elementos que propiciam

importantes avanços ao processo produtivo. A capacidade humana de inovar na sociedade,

nos governos, na academia e na indústria, compõe um requisito elementar para o fomento de

políticas de inovação e proteção do conhecimento gerado nas organizações. Sabe-se que essas

políticas num primeiro momento são desencadeadas a partir de observações, e posteriormente

da necessidade gerada no meio industrial ou na própria sociedade. Por conseguinte, elas são

resultados de uma força do processo de trabalho da indústria e da sociedade em geral. Pode-se

citar a lei do bem e da inovação, que são originadas de uma demanda empresarial cujo

objetivo é incentivar e beneficiar o processo inovador nas empresas.

Tratando-se de inovação no setor agroindustrial, este tem despertado enorme interesse, pois

segundo o relatório técnico do SENAI (2005), o setor mais importante da região Sudoeste do

Paraná é o de fabricação de alimentos e bebidas, com 60,14% da renda setorial em 2003, e um

crescimento de 9,68% em comparação a 1997. Apresenta-se como o segmento que mais tem

gerado emprego na região.

Diante desse contexto de expansão regional, torna-se proeminente estudar e compreender os

índices de inovação nesse ambiente, uma vez que contribui para oportunizar novas formas de

percepção e de estímulo ao progresso empresarial. Esse dinamismo tecnológico também pode

ser sentido analisando-se o número de patentes concedidas. O manual de Oslo (2005) define a

patente como um direito de propriedade sobre uma invenção, a qual tem como intenção o

direito da exploração comercial. Assim, a obtenção de dados a respeito das proteções geradas

por estas empresas também é sinônimo de compreensão do desenvolvimento econômico

destas.

Devido a relevância do tema e contribuição esperada do estudo desenvolveu-se essa pesquisa,

a qual teve como objetivo realizar um levantamento junto as empresas do ramo alimentício

industrial visando investigar o nível de desenvolvimento de inovação tecnológica e

propriedade industrial. A metodologia proposta contemplou a aplicação de questionário a

partir de um escopo de pesquisa que envolveu as agroindústrias regionais como unidades de

análise. Além disso, buscou-se amparo num arcabouço teórico para fundamentar os assuntos

abordados e dar consistência aos resultados do trabalho.

2. Abordagem conceitual da inovação

Diversos autores compactuam para conceituar inovação. Definiu-se pela acepção proposta

pelo renomado manual de Oslo (2005, p. 55), o qual apresenta que inovação é a

implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado,

podendo ser um processo, um método de marketing, novo método organizacional nas práticas

de negócios, na organização do local de trabalho ou nas atividades externas. Já Franco (2000,

p. 30) apresenta um viés das dimensões de desenvolvimento, seja econômico, social, cultural,

ambiental, físico-territorial, político-institucional, e científico-tecnológico, os quais mantêm

entre si uma relação de interatividade e interdependência. Para o autor, esses fatores são

igualmente promotores de crescimento e corroboram para a inovação, que deve contribuir

também de forma social e ambiental com os recursos tangíveis e intangíveis.

Vale ressaltar que a preocupação com os recursos e entendimentos que fazem parte deste

contexto, força o sistema político e regulatório brasileiro a se manifestar, cita-se o próprio

artigo II, item IV da lei nº 10973 que dispõe sobre incentivos à inovação e a pesquisa

científica e tecnológica no ambiente produtivo, definindo inovação como a “introdução de

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novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos,

processos ou serviços” (Brasil, 2004). Outro amparo conceitual é encontrado no decreto

5.798, de 7 de junho de 2006, que regulamenta a Lei 11.196 (mais conhecida como Lei do

Bem) e define inovação tecnológica como sendo “a concepção de novo produto ou processo

de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto

ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou

produtividade, resultando maior competitividade no mercado” (Brasil, 2006).

Estas definições resguardadas na lei são a representatividade do realismo industrial, e vem

sendo demonstrada por meio do relatório de Pesquisa de Inovação Tecnológica, PINTEC

(2008, p.20). Esta pesquisa aborda o processo de inovação e explica que as atividades

inovativas das empresas podem ocorrer através da Pesquisa e Desenvolvimento - P&D, seja

pesquisa básica, aplicada ou então de desenvolvimento experimental ou através de atividades

de aquisição de bens, serviços e conhecimentos externos. Estas são ações que culminam para

o atendimento do objeto inovação com diferentes abordagens e meios.

2.1 Políticas nacionais de apoio a inovação e os incentivos legais

O Brasil vislumbra de um histórico que vincula a inovação tecnológica diretamente com

políticas de ciência e tecnologia, contudo, tal prática não obteve grandes avanços ainda

(NICOLSKY, 2010, p. 29). O autor defende que esta é uma situação oportuna para um país

emergente, no sentido de buscar caminhos para alcançar um nível de produção, emprego e

renda distribuída compatível com as necessidades da sociedade. Esse argumento conduz a

reflexão sobre os programas de apoio do governo voltados para a pesquisa, desenvolvimento e

inovação. Assim sendo, a importância desse fomento público pode ser explicada em função de

um entendimento mais aprofundado por parte dos empresários em investir em inovação.

Conforme a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das empresas Inovadoras

(ANPEI) relacionado aos novos instrumentos de apoio a inovação (2009, p.7), cita que a nova

política tecnológica brasileira ampliou os incentivos fiscais estabelecendo programas de

subvenção direta às empresas para o desenvolvimento de projetos de inovação. Criou linhas

de financiamento com juros reduzidos, a partir da transferência de recursos orçamentários e

subvencionou a contratação de pesquisadores (mestres e doutores) pelas empresas. No

entanto, a utilização destes instrumentos visa atrelar a capacidade de organização e

planejamento por parte das empresas com o intuito de desenvolver inovação com potencial de

aplicação.

Adentrando no âmbito da Lei 11.196 (Brasil, 2005), constata-se a adoção de incentivos fiscais

por parte das empresas que realizam processos de desenvolvimento tecnológico industrial ou

agropecuário (PDTI ou PDTA), processos estes de P&D e inovação apoiados pelo governo

federal. Entre estes incentivos destaca-se a dedução na apuração do imposto de renda devido,

a redução do imposto sobre produtos industrializados (IPI) e depreciação acelerada dos

equipamentos comprados para P&D. Ademais, a amortização acelerada dos gastos para

aquisição de bens intangíveis para P&D e inovação, o crédito do imposto de renda retido na

fonte incidente sobre remessas ao exterior, a título de royalties, de assistência técnica ou

científica, e de serviços especializados para P&D (Brasil, 2005). Ressalta-se também a

redução a zero da alíquota do imposto de renda retido na fonte nas remessas efetuadas para o

exterior destinadas ao registro e manutenção de marcas, patentes e cultivares.

Esses incentivos propostos pela lei podem ser realizados em parceria com universidades ou

institutos de pesquisa, ou então serem realizados diretamente com as empresas. Os

financiamentos podem ser concedidos por bancos e agências oficiais, tais como: FINEP,

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BNDES e SEBRAE. Além de programas proeminentes como INOVA BRASIL, JURO

ZERO, PROGEX, PRUMO, SEBRAETEC, PAPPE entre inúmeros outros.

O aproveitamento eficaz de todos esses benefícios alavanca o progresso tecnológico do país,

pois estimula à capacitação tecnológica das empresas, seja através do cumprimento dos

requisitos da lei, possibilitando a recuperação dos custos tributários referentes às atividades de

inovação, ou por meio da participação em editais e chamadas públicas de acesso a capital que

promovem o desenvolvimento da inovação empresarial.

2.2 Panorama da inovação no Brasil e a pesquisa de inovação tecnológica (PINTEC)

A pesquisa de inovação tecnológica (PINTEC) realizada pelo IBGE e divulgada em 2008,

referente ao período de 2006 a 2008, trouxe um volume de informações enriquecedoras e

abrangentes sobre o esforço inovativo desempenhado pelas empresas brasileiras, o que

confirma a influência dos fatores econômicos conjunturais sobre a decisão de inovar.

Constatando através da literatura a importância da sua aplicação e amplitude dos resultados

para o desenvolvimento empresarial, principalmente enquanto referência em termos de

indicadores do progresso tecnológico foi que se construiu esse trabalho. A Pintec relaciona o

processo tecnológico como um aspecto essencial para o desenvolvimento econômico,

servindo de base para implementação e avaliação de políticas voltadas para a definição de

estratégias privadas.

Segundo OSLO (2010, pg 27), a mobilidade tecnológica também pode ser sentido por meio

da análise do número de patentes concedidas. Logo, denota-se a relação direta e o poder de

barganha que uma patente exerce sobre o mercado, principalmente se a organização souber

explorar essa inovação transformando-a em valor primordial para o desenvolvimento do país.

De acordo com o boletim estatístico do INPI, sobre os processos de patentes no Brasil no ano

de 2009, identificou-se que: 4.150 pedidos foram deferidos; 2.499 indeferidos; 9.363

arquivados; 2.073 eram patentes extintas e 3.153 cartas de patentes. Estes dados são

interessantes e fundamentam os dados emitidos pelo documento World Intellectual Property

Indicators 2010, os quais acenam que o conjunto de países, formados pelo Brasil, Rússia,

Índia e China juntos chegam a 30% de todos os pedidos mundiais nesse mesmo ano (2010).

2.3 A inovação na indústria de alimentos

A necessidade de produzir alimentos confere à cadeia industrial um pilar essencial para a

economia. Emaranhada por diferentes setores, desde o agrícola, serviços, insumos, aditivos,

fertilizantes, agrotóxicos, bens de capital até embalagens, esta cadeia de ampla interface com

outros setores industriais desponta como merecedora de atenção. A percepção da área é que as

principais inovações relacionadas ao mercado de alimentos estão direcionadas para insumos,

biotecnologia, bens de capital e embalagens. Neste segmento ocorre um fenômeno instigante,

uma vez que o comportamento do consumidor é fator determinante para as empresas

inovarem. Esta conduta pode ser justificada pela nova condição econômica do país a partir de

1995, que permitiu alterações no nível de renda, nos hábitos, gostos e preferências do

consumidor, afetando decisivamente o consumo e produzindo novas demandas na indústria

alimentícia.

Este mercado de referência na economia e indicador de desenvolvimento esteve atrelado a um

estudo proposto pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP, Intitulado Setores

Portadores de Futuro para o Estado do Paraná - horizonte de 2015, publicado em dezembro de

2005. O foco voltou-se para a economia e a indústria de seis mesorregiões (Região

Metropolitana de Curitiba, Norte Central, Centro Oriental, Centro Ocidental, Oeste e

Sudoeste), a fim de validar as tendências e propor o desenvolvimento industrial. O estudo foi

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desenvolvido e analisado pela Fundação OPTI - Observatório de Prospecção e Difusão de

Tecnologia, propondo-se a seleção de setores portadores de futuro para o estado. A

metodologia sugerida indicou que as tendências consideradas mais promissoras para cada uma

das mesorregiões, devem atender a três critérios essenciais:

a) As capacidades existentes em função dos setores de atividade;

b) As oportunidades que oferecem as tendências tecnológicas de futuro;

c) Os novos modelos de negócio que irão marcar o desenvolvimento industrial.

Os resultados demonstraram que em todas as mesorregiões descritas acima, o setor mais

promissor e de destaque é o Agroalimentar, em especial para a indústria alimentícia,

enfatizando-se a produção de alimentos funcionais, produtos preparados, tecnologias de

conservação e embalagem. Este diagnóstico de prospecção futura para a referida área é de

extrema importância para nortear as ações e proporcionar o incremento de inovação

tecnológica aplicada. Em sendo estas abordagens de natureza prospectiva por meio dos

setores portadores de futuro, buscam entender e promover mudanças que, quando assimiladas

e levadas à execução, são norteadoras de desenvolvimento.

3. Metodologia

Este trabalho caracterizou-se por um levantamento exploratório. Como principais referências

metodológicas utilizaram-se as obras de Lakatos e Marconi (2001) e Gil (1999). Na

fundamentação teórica buscou-se explorar um referencial condizente sobre o assunto,

enfatizando conceitos, leis e fontes originais. Com relação a coleta empírica de dados,

aplicou-se um questionário junto as 20 maiores indústrias do segmento alimentício da Região

Sudoeste do PR, as quais foram selecionadas em função da sua representatividade econômica

para a região, e pela acessibilidade dos pesquisadores nestas empresas, quando da execução

de trabalhos anteriores de assessoria tecnológica e treinamentos. Salienta-se que o

instrumento de pesquisa foi pautado no modelo PINTEC (2008) e procurou avaliar a inovação

nas empresas no período compreendido entre (2005 e 2010). O questionário (Apêndice 1) foi

estruturado com 17 questões fechadas e quantitativas, abordando sobre o tema inovação e

propriedade industrial. O desenvolvimento do estudo e aplicação da pesquisa ocorreu entre os

meses de janeiro a abril de 2011por meio de arquivo eletrônico (e-mail) aos gerentes e/ou

responsáveis administrativos das empresas selecionadas, posteriormente, manteve-se diversos

contatos telefônicos a fim de estabelecer um índice maior de respostas.

Visando garantir o sigilo das empresas, os nomes destas não foram divulgados no trabalho,

sendo que, as informações foram tratadas e analisadas de uma maneira geral para todas elas.

No Quadro 1 seguinte, apresenta-se o panorama de atuação e a quantidade de organizações

que responderam a pesquisa.

Setor/Segmento de Atuação Qut. de Empresas Participantes

Farinhas 02

Frigorífico/indústria de transformação de carnes 06

Leites e derivados 02

Conservas Doces e Salgadas 01

Panificação e confeitaria industrial 01

Entreposto de ovos férteis e de consumo 01

Total de empresas 13

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Quadro 1 – Empresas/segmentos da pesquisa

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A seguir são demonstrados e discorridos os principais resultados encontrados.

4. Apresentação e análise dos resultados

Visando estruturar a demonstração das informações, as perguntas foram organizadas por

blocos no questionário. Desta forma, para facilitar a interpretação e exposição dos resultados,

estes foram apresentados e discutidos por tópicos.

Primeiramente, o questionário foi enviado como teste preliminar a três empresas integrantes

da pesquisa, solicitando para que estas apontassem sugestões, críticas e eventuais

incompreensões nas perguntas. A partir desse retorno prévio, enviou-se para o restante das

organizações. Com base no percentual de respostas, das 20 empresas que compunham a

população total, 13 responderam integralmente o questionário, representando um índice

satisfatório de devolução de 65%.

As primeiras três questões abordaram aspectos referentes ao perfil das empresas. Conforme o

Gráfico 1 a seguir, constatou-se que a parcela mais relevante de 46% das empresas possuem

entre 10 e 100 funcionários, e em igual percentual de 23% apresentam entre 101 e 500 e

acima de 500 funcionários.

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Gráfico 1 – Número de funcionários

Do total das empresas, apenas duas responderam a questão pertinente ao crescimento do

número de empregados. Uma apontou um aumento de 11% e a outra indicou uma evolução de

166% no quadro de pessoal.

No tocante ao mercado de atuação, o maior percentual (46%) tem abrangência nacional, 31%

atendem o mercado estadual e o restante de 23% opera em nível regional.

4.1 Aspectos estruturais, dificuldades da inovação e lançamento de novos produtos

Na sequência, buscou-se extrair informações a respeito do panorama de inovação. Nesse

sentido, questionando se consideravam a empresa inovadora, 38% declararam que sim,

enquanto que 62%, perfazendo a maioria, responderam que não. Esse número serviu para

comprovar o que foi apregoado pela literatura no que tange a dificuldade de inovar, apesar de

ser um assunto urgente no meio empresarial. Nesse mesmo viés, relacionado ao horizonte das

atividades que as empresas empreendem para inovar, dentre elas possuir um departamento de

P&D, apenas 8% das respondentes afirmaram possuir um setor estruturado para essa

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finalidade, enquanto 92% não disponibilizam. A estruturação desse departamento representa

enorme desafio para estas empresas iniciarem um processo planejado para o ambiente de

inovação, em razão das inovações serem na maioria das vezes o resultado do processo de

P&D.

Diagnosticando acerca do lançamento de novos produtos, constatou-se que 31% das empresas

introduziram produtos tecnologicamente modificados no período (entre 2005 e 2010). Porém,

69% revelaram que não haviam desenvolvido novos produtos. Seguindo essa mesma

abordagem, para as empresas que inseriram inovações verificou-se que para 38% houve

lançamento de produtos novos para a empresa, mas já existente no mercado nacional. Para 8%

tratou-se de aprimoramento de produtos já existentes, e os demais 54% não responderam a

questão.

De acordo com os principais motivos ou razões que justificam o fato de não terem realizado

nenhuma atividade de inovação, arrolaram-se os quatro seguintes na ordem decrescente de

importância:

- Elevados custos da inovação;

- Riscos econômicos excessivos;

- Falta de pessoal qualificado; e

- Não necessitou, devido às inovações prévias.

Seguindo no bojo desses questionamentos, indagou-se quanto aos principais fatores que

prejudicaram as atividades inovativas da empresa, conforme visualizados no Gráfico 2.

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Gráfico 2 – Fatores que prejudicam as atividades inovativas

Conforme pode ser verificado e corroborando com os resultados anteriores, os fatores que

mais dificultaram, sendo atribuído elevado grau de importância pelas empresas foram: os

elevados custos da inovação (32%), seguido dos riscos econômicos excessivos e escassez de

fontes de financiamento, ambos com 23%. Destaca-se também que a falta de pessoal

qualificado foi considerada de média importância para 70% das empresas. Estes elementos

vêm de encontro às necessidades de se estabelecer um ambiente com cultura de inovação,

desafiando as tendências de associar inovação com elevados investimentos. Enfatiza-se que é

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possível inovar sob vários aspectos que não implicam necessariamente em investimentos

superiores, a exemplo de adequação de formulações, onde pode ser prevista a economia de

insumos. No quesito fontes de financiamentos, percebe-se o desafio em relação à submissão

de projetos, haja vista que estão disponíveis inúmeras possibilidades de obtenção de recursos

a ser aplicada a inovação, porém as empresas precisam se adequar as exigências de editais,

principalmente no que concerne em possuir um departamento de P&D. Quando o assunto é

qualificação profissional este surge como fator de risco, justificado não só regionalmente mas

também a nível de país.

É notório que o lançamento de produtos inovadores contribui para aumentar o faturamento da

empresa. Essa afirmação foi corroborada por 15% das empresas (as que realizaram inovações)

que afirmaram ter obtido um crescimento entre (10 e 20%), acompanhados de 8% que

relataram um acréscimo entre (21 e 40%) na receita e igualmente 8% atingiram mais de 41%

de crescimento. Por outro lado, 62% não constataram influência nenhuma no faturamento, e

apenas 7% não responderam a essa questão.

4.2 Projetos e cooperação

No que tange a existência atual de projetos para desenvolvimento de novos produtos, 54% das

organizações declararam possuir projetos em andamento e 46% indicaram que não. Esse é um

resultado importante, pois se ressalta que um dos meios mais acessíveis de se conseguir

financiamentos ou mesmo apoio financeiro do governo é elaborando-se de projetos, cuja

tarefa muitas vezes relutante por parte dos empresários.

Tratando-se da participação em arranjos cooperativos com outras organizações a fim de

expandir as atividades inovativas, averiguou-se que 46% estiveram envolvidas com esses

agentes e 54% não estabeleceram nenhum tipo de parceria. Pactuando com esse percentual, as

empresas que responderam afirmativamente apontaram como principais tipos de parceiros na

ordem de relevância: Clientes e consumidores; fornecedores; universidades; empresas de

consultoria e centros de capacitação. Complementando essa questão, mesmo a maior parte das

empresas não ter desenvolvido acordos ou parcerias, identificou-se um fator positivo quando

se indagou a respeito do interesse em desenvolver atividades inovativas em cooperação com a

universidade. Obteve-se que 92% esboçaram uma resposta afirmativa, e apenas 8% negaram

qualquer interesse nesse sentido.

4.3 Impactos da inovação tecnológica e registros de proteção

A capacidade de inovação de uma empresa consiste em incorporar o conhecimento em seus

processos e produtos, gerando vantagens econômicas a partir do controle deste elemento.

Logo, conhecimento é o fator essencial da inovação tecnológica. Indagando-se qual ou quais

os itens de impacto na empresa após o desenvolvimento da inovação tecnológica, os cinco

aspectos mais proeminentes foram:

- Afirmaram que não houve impacto, pois não desenvolveram ações de inovação;

- Melhoraram a qualidade dos produtos;

- Aumentaram a capacidade de produção;

- Ampliaram a participação no mercado; e

- Permitiram abrir novos mercados.

Assim como foi abordado no referencial teórico a questão das leis de propriedade industrial

(registro de patentes), levantou-se esse questionamento junto as empresas para identificar o

conhecimento delas sobre tais ferramentas. Constatou-se que 31% conhecem e exploram a

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utilização desses benefícios, por sua vez 54% apenas têm conhecimento, mas sem aplicação

efetiva, e 15% desconhecem a utilização.

Adicionalmente, indagou-se se as empresas possuíam registros de patentes de produtos.

Evidenciou-se que 31% delas detêm pelo menos um registro de patente, e o restante 69% não

apresentam nenhum tipo de registro. Dentre os métodos utilizados para proteger as inovações

desenvolvidas, marcas foi o mais reverenciado, logo após apontaram patente de invenção,

registro de desenho industrial, e direitos de autor.

Concernente ao conhecimento dos demais programas governamentais de incentivo as

atividades inovativas, tais como: incentivos fiscais a P&D, inovação tecnológica,

financiamento de equipamentos entre outros, 38% afirmaram que conhecem, porém não

aproveitam esses benefícios. Ademais, uma representatividade de 54% definitivamente não

conhecem esses incentivos e 8% se absteram em responderam.

4.4 Atividades inovativas e interesse pela inovação

Em relação a esses aspectos aplicou-se uma questão mais abrangente, a qual procurou

contemplar as diversas atividades inovativas implementadas pelas empresas. As mais

relevantes e que receberam maior destaque, são demonstradas no Gráfico 3.

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Gráfico 3 – Atividades inovativas implementadas pela empresa

Valendo-se dos resultados apresentados, enfatizam-se como principais atividades: Novas

técnicas de gestão para melhorar o trabalho (90%); aquisição de novos equipamentos (90%); e

novos métodos de organização do trabalho (80%), tais como: implantação dos requisitos em

conformidade com os padrões ISO 22000:2005 e 9001:2008.

Na conclusão da pesquisa, a última pergunta inquiriu a respeito do interesse da empresa em

trabalhar com inovação tecnológica no seu segmento. O resultado foi unânime para 100% das

organizações que fortaleceram o interesse de implementação.

5. Considerações finais

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As inovações representam um instrumento vital para o desenvolvimento das organizações e

da nação como um todo, uma vez que ela proporciona contribuições significativas para a

economia de um país.

Os resultados do estudo promoveram informações fundamentais a respeito da cadeia

agroalimentar, a qual desponta em um cenário positivo e promissor para o estado do Paraná,

em controvérsia com uma realidade discrepante em termos de inovação percebida nesta

pesquisa. O ensejo pelo aflorar da inovação no meio empresarial da região Sudoeste do

Paraná, remete a inúmeros desafios sobre determinados pontos, tais como, os relacionados ao

processo de qualificação profissional, cujo fator representa um risco elevado para mais de

70% das empresas no desenvolvimento da inovação. Para isso, extensas ações devem ser

promovidas, como a adequação de currículos para formar estudantes em conformidade com o

que a indústria necessita e fortalecer a pesquisa aplicada. Assim como é complacente o

investimento em inovação, também se fazem necessários em um segundo momento os

registros destas tecnologias, do produto e da marca, por constituir importante meio de gerar

benefícios e agregação de valor às empresas.

Esta pesquisa apontou que a maioridade das empresas não possuem nenhum tipo de registro

em termos de propriedade industrial. Assim, evidencia-se, de certa forma, que na região

supracitada as empresas representativas em termos de produção e mercado na área de

alimentos, não dispõem de cultura de inovação para produtos e processos, nem tampouco se

consideram inovadoras. Contudo, o que chama a atenção é o fato de serem expressivamente

inovadoras quando os assuntos são novas técnicas de gestão para melhorar o trabalho,

aquisição de novos equipamentos, e novos métodos de organização do trabalho. A ausência de

um setor de P&D ou estrutura para desenvolvimento da inovação representou um indicador

para os nefastos índices inovativos. Apesar disso, constatou-se o pujante interesse em

desenvolver inovação tecnológica no seu segmento, o que fortalece a concepção de que

inovação é um aspecto buscado pelas empresas, e por isso abre-se um enorme caminho para

sua aplicação, principalmente por meio da cooperação com universidades.

Concernente ao conhecimento sobre os programas governamentais de incentivo as atividades

inovativas, a maior parcela de empresas não conhecem esses incentivos. Espera-se que os

resultados delineados nesse trabalho sirvam de apoio na implementação de políticas de

inovação a nível regional. Denota-se que algumas mobilizações já estão ocorrendo nesse

sentido, destacando-se um projeto denominado SRI – Sistema Regional de Inovação, e o

projeto UTF Inova, o qual objetiva levar a qualificação de empresários nessa área, além de

diversas outras frentes de inovação conduzidas pelas entidades representativas locais.

Finalizando, evidenciou-se o total interesse das empresas em praticar inovações em suas

áreas. Portanto, todas as iniciativas são merecedoras de atenção a fim de levar a êxito o

processo inovativo nas indústrias alimentícias da região.

Referências

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de apoio à inovação: uma avaliação inicial. Brasília, DF, 2008. 101 p.

BRASIL. Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e

tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. Brasília, DF, 02 dez. 2004.

__________. Decreto nº 5.798, de 7 de junho de 2006. Regulamenta os incentivos fiscais às atividades de

pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica. Brasília, DF, 7 de maio de 2006.

__________. Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005. Institui o regime especial de tributação para a

plataforma de exportação de serviços de tecnologia da informação - Repes, o regime especial de aquisição de

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bens de capital para empresas exportadoras - Recap e o programa de inclusão digital; dispõe sobre incentivos

fiscais para a inovação tecnológica. Brasília, DF, 7 de maio de 2006.

FRANCO, A. Porquê precisamos de desenvolvimento local integrado e sustentável. Brasília: Instituto de

Política Millennium, 2000.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Boletim Estatístico. Disponível em:

<https://www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/instituto/estatisticas-new-version/>. Acesso em: 28 fev. 2011.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2001.

NICOLSKY, R. Modelo dinâmico para inovações tecnológicas. In: PAROLIN, S.R.H.; OLIVEIRA, H. C.

(org.). Inovação e propriedade intelectual na indústria. Curitiba: JURUA, 2010. 151 p. (Coleção Inova, V. 4).

OCDE. Manual de OSLO: Diretrizes para a coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. Brasília:

FINEP, 2005.

PINTEC – Pesquisa de Inovação Tecnológica: 2008. Coordenação de indústria. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

SENAI - Departamento Regional do Paraná. Rotas estratégicas para o futuro da indústria paranaense:

roadmapping da indústria agroalimentar – 2015. Curitiba: SENAI/PR, 2007.

SENAI/FIEP. Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia. Relatório Técnico: Setores Portadores de

Futuro para o Estado do Paraná - Horizonte de 2015. Curitiba: 2005.

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Acesso em: 28 fev. 2011.

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APÊNDICE 1 – Questionário de Inovação Tecnológica

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO GRAU DE INOVAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS NO

SUDOESTE DO PR. Diagnóstico de 2005 a 2010, adaptado de PINTEC (2008) – Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2008.

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Razão social da empresa: Endereço:

Área de atuação: Telefone: Email:

Nº de funcionários:

1) Em termos percentuais (%) qual foi o crescimento no número de funcionários entre 2005 e 2010? Qual o principal mercado de atuação da empresa. ( ) Regional ( )Estadual ( )Nacional ( ) Outros países 2) Considera a empresa inovadora. ( )sim ( )não 3) A empresa possui estruturado um setor de P&D – Planejamento, pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos. ( )sim ( )não

4) Entre 2005 e 2010, sua empresa estava vinculada a alguma incubadora ou parque tecnológico? ( ) Sim ( ) Não 5) A empresa introduziu no mercado um produto tecnologicamente novo entre 2005 e 2010. ( )sim, o que....................................................................................em que ano....................................... ( )não

6) Em termos percentuais, qual foi o impacto no aumento no faturamento da empresa entre 2006 e 2010, motivado pelo lançamento de produtos inovadores: ( ) Entre 10 e 20% ( ) Entre 21 e 40% ( ) Mais de 41%

7) A empresa possui atualmente algum projeto para desenvolver novos produtos: ( )sim ( )não

8) Entre 2005 e 2010, a empresa esteve envolvida em arranjos cooperativos com outra (s) organização (ões) com vistas a desenvolver atividades inovativas? ( ) SIM ( ) NÃO 9) Se a resposta acima for SIM, indique os principais tipos de parceiros, atribuindo 1 para menor importância e 5 para maior importância: ( ) Clientes ou consumidores ( ) Fornecedores ( ) Universidades ( ) Empresas de consultoria ( ) Centros de capacitação profissional e assistência técnica Para as categorias de parceiros (acima) que mantiveram cooperação, indique o objeto da cooperação estabelecida. OBS: Relate ao lado da categoria o tipo de parceiro ( ) P&D ( ) Assistência técnica ( ) Treinamento ( ) Desenho industrial ( ) Ensaios para teste de produto ( ) Outra empresa do grupo ( ) Outras atividades de cooperação 10) A empresa tem interesse em desenvolver atividades inovativas em cooperação com a Universidade? ( ) Sim ( ) Não 11) Caso a empresa tenha lançado um produto novo no mercado, Este produto é: ( ) Aprimoramento de um produto já existente; ( ) Novo para a empresa, mas já existente no mercado nacional; ( ) Completamente novo para a empresa; ( ) Novo para o mercado nacional, mas já existente no mercado mundial; ( ) Novo para o mercado mundial 12) Assinale os itens de impacto em sua empresa após o desenvolvimento de inovação tecnológica. ( ) Não houve impacto, pois não desenvolvemos ações de inovação. ( ) Melhorou a qualidade dos produtos ( ) Aumentou a capacidade de produção

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( ) Aumentou a flexibilidade da produção ( ) Reduziu os custos de produção ( ) Reduziu os custos do trabalho ( ) Reduziu o consumo de matérias-primas ( ) Reduziu o consumo de energia/água ( ) Ampliou a participação da empresa no mercado ( ) Permitiu abrir novos mercados

13) Você conhece os programas de apoio do governo para atividades inovativas (Incentivos fiscais à P&D e inovação tecnológica -Lei nº. 8.661, Lei nº. 10.332, Lei nº. 11.196, financiamento de equipamentos, contratação de bolsistas, outros). ( )sim, qual................................................ ( )não 14) Sua empresa utilizou algum método, descritos a seguir, para proteger as inovações desenvolvidas. ( )não ( )sim, assinale abaixo qual ( )Patente de invenção ( )Patente de modelo de utilidade ( )Registro de desenho industrial ( )Marcas ( )Direitos de autor ( )Segredo industrial 15) Qual das razões, listadas a seguir, justifica o fato da empresa não ter realizado nenhuma atividade de inovação. ( )Não necessitou, devido às inovações prévias ( )Não necessitou, devido às condições de mercado ( )Riscos econômicos excessivos ( )Falta de pessoal qualificado ( )Dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações ( )Escassez de fontes apropriadas de financiamento ( )Falta de informação sobre mercados ( )Escassez de serviços técnicos externos adequados ( )Elevados custos da inovação ( )Falta de informação sobre tecnologia ( )Fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos ( )Centralização da atividade inovativa em outra empresa do grupo

16) Durante o período entre 2005 e 2010, a empresa implementou alguma das atividades relacionadas a seguir? a) Novas técnicas de gestão para melhorar rotinas e práticas de trabalho, assim como o uso e a troca de informações, de conhecimento e habilidades dentro da empresa. Por exemplo: re-engenharia dos processos de negócio, gestão do conhecimento, controle da qualidade total, sistemas de formação/treinamento, SIG (sistemas de informações gerenciais), ERP. Etc. ( ) sim ( ) não b) Novas técnicas de gestão ambiental para tratamento de efluentes, redução de resíduos, de CO, etc ( ) sim ( ) não c) Novos métodos de organização do trabalho para melhor distribuir responsabilidades e poder de decisão, como por exemplo, o estabelecimento do trabalho em equipe, a descentralização ou integração de departamentos, etc. ( ) sim ( ) não d) Mudanças significativas nas relações com outras empresas ou instituições públicas e sem fins lucrativos, tais como o estabelecimento pela primeira vez de alianças, parcerias, terceirização ou sub-contratação de atividades ( ) sim ( ) não e) Mudanças significativas nos conceitos/estratégias de marketing, como por exemplo novas mídias ou técnicas para a promoção de produtos; novas formas para colocação de produtos no mercado ou canais de venda; ou novos métodos de fixação de preços para a comercialização de bens e serviços ( ) sim ( ) não f) Mudanças significativas na estética, desenho ou outras mudanças subjetivas em pelo menos um dos produtos ( ) sim ( ) não 17) Na sua opinião, assinale a importância dos fatores que prejudicaram as atividades inovativas da empresa: Riscos econômicos excessivos ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Elevados custos de inovação ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Escassez de fontes apropriadas de financiamento ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Falta de pessoal qualificado ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Falta de informação sobre tecnologia ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Escassez de serviços técnicos adequados ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Falta de informação sobre mercados ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Rigidez organizacional ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante

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AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a FUNTEF/PR pelo apoio financeiro e

incentivo à pesquisa.