209
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Instituto de Ciências Biomédicas Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas PCM Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas de mama em culturas tridimensionais multicelulares que mimetizam o nicho subendosteal ANA PAULA DANTAS NUNES DE BARROS Tese apresentada como requisito para obtenção do título de Doutor em Ciências Morfológicas Orientador: Maria Isabel Doria Rossi Roger Chammas LABCAM – Laboratório de Biologia Celular Aplicada a Medicina Rio de Janeiro Julho 2011

Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde

Instituto de Ciências Biomédicas Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas

PCM

Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas de mama em culturas

tridimensionais multicelulares que mimetizam o nicho subendosteal

ANA PAULA DANTAS NUNES DE BARROS

Tese apresentada como requisito para obtenção do título de Doutor em Ciências Morfológicas

Orientador: Maria Isabel Doria Rossi Roger Chammas LABCAM – Laboratório de Biologia Celular Aplicada a Medicina

Rio de Janeiro

Julho 2011

Page 2: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas de mama em culturas

tridimensionais multicelulares que mimetizam o nicho subendosteal

ANA PAULA DANTAS NUNES DE BARROS

Tese apresentada como requisito para obtenção do título de Doutor em Ciências Morfológicas

Revisada por:

Profa. Christina Takiya, ICB, UFRJ

Avaliada por: Prof. Mauricio Augusto Silva Magalhães Costa, Faculdade de Medicina, UFRJ

Prof. Robson de Queiroz Monteiro, IBqM, UFRJ Profa. Tatiana Lobo Coelho de Sampaio, ICB, UFRJ

Suplentes:

Profa. Christina Takiya, ICB, UFRJ

Profa. Vivian Rumanjnek, IBqM, UFRJ

Page 3: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

iii

Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas de mama em culturas tridimensionais multicelulares que mimetizam o nicho subendosteal / Ana Paula Dantas Nunes de Barros. Rio de Janeiro: UFRJ / Instituto de Ciências Biomédicas, 2011. xii, 184 p. il. Tese de Doutorado - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Ciências Biomédicas, 2011. 1.Cultura Tridimensional 2.Medula Óssea 3.Interações Celulares 4. Nicho subendosteal 5.Câncer de Mama 6.Galectina-3 7.Wnt 8.Tese (Doutorado-UFRJ/ICB)

Page 4: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

iv

Aos meus pais que me deram a vida, os sonhos e o amor que existe em mim.

E sempre, a cada dia novo e imprevisível

por vir.

Page 5: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

v

“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de

impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.”

Fernando Pessoa

Page 6: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

vi

Agradecimentos Ø Aos meus pais pelo amor, incentivo, paciência e fé inesgotável em mim. Ø À minha irmã por todo o companheirismo, estímulo e risadas na divulgação

do meu trabalho para os amigos, como se ele fosse salvar o mundo!

Ø Ao Hugo, meu sobrinho, por ser o menino mais doce que existe, sempre me

perguntando sobre a tese enquanto era redigida, sendo sempre meu

primeiro e mais curioso ouvinte. Ø Aos meus amados amigos Leandro, Gabriel, Gabriela, Carla, Milla e

Juliana que me apoiaram ao longo desses anos e sempre me ajudaram a

relaxar de todo o estresse em indispensáveis “dias do duvido”. Ø À Araci e Anneliese que foram muito mais que colegas e orientandas

minhas: foram verdadeiras amigas trabalhando ao meu lado, sem

restrições, e sem as quais esse trabalho não teria sido possível. Ø À Renata, uma amiga sem igual que, independente do tempo e da

distância, sempre se faz presente. Ø Um agradecimento especial à Daniela que esteve ao meu lado durante esse

difícil processo do fechamento da tese e me ajudou muito com as

referências bibliográficas! Ø À Isabel por toda a fé que tem em mim, por toda a paciência, compreensão,

incentivo, apoio, consultoria profissional, puxões de orelha, carinho, lições

de vida e companheirismo, que tanto me ensinou o que é ser uma

profissional e a torna muito mais do que uma orientadora para todos os

seus alunos. Ø Ao Prof. Roger Chammas por todo o apoio ao projeto e a mim. Ø Ao Prof. Radovan que foi fundamental desde os primeiros passos deste

projeto e é uma inspiração para todos nós. Ø Ao Dr. Martin Bonamino por ter aberto prontamente o seu laboratório e me

guiado no mundo da Biologia Molecular. Ø À Prof.Christina Takiya por ter me orientado nos processamentos de

histologia, por ter me recebido com tanta boa vontade em seu laboratório e

pela excelente revisão. Ø A todas as companheiras de bancada: Daiana, Dani, Mariana, Rhayra e a

todo o pessoal do transplante de medula óssea que sempre nos apoiou.

Page 7: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

vii

Ø SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................... 01

1.1. O câncer de mama......................................................... 01

1.2. Mecanismos de carcinogênese e progressão Tumoral.. 02

1.3. O microambiente e o câncer de mama.......................... 14

1.4.Galectina-3 no Câncer .................................................... 18

1.5. Via de Sinalização de WNT e seu papel no câncer de

mama.............................................................................................. 27

1.6.Interrelações entre as vias de Galectina-3 e WNT.......... 34

1.7.Células tumorais disseminadas e micrometástase medular

no tumor de mama.......................................................................... 35

1.8. Galectina-3 no microambiente hematopoiético e na

metástase medular......................................................................... 40 1.9. Influência da via de sinalização de WNT no

microambiente hematopoético........................................................ 44

1.10. Microambiente Medular e Células-Tronco.................... 48

1.10.1. Interação entre o microambiente medular e

células tumorais..................................................................... 48

1.10.2. Nicho subendosteal e Células Mesenquimais do

Estroma da Medula Óssea.................................................... 51

1.10.3. Migração na MO............................................... 59

1.11. Modelos in vitro tridimensionais................................... 64

1.12. Esferóides (Multicellular Tumor Spheroids, MCTS)….. 71

Page 8: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

viii

2. OBJETIVOS............................................................................... 75

3. METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL.......... 76

4. RESULTADOS .......................................................................... 98

5. DISCUSSÃO ........................................................................... 143

6. CONCLUSÕES ....................................................................... 156

7. BIBLIOGRAFIA....................................................................... 157

8. ANEXOS I................................................................................ 182

9. ANEXOS II............................................................................... 184

Page 9: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

ix

RESUMO

Há muitos anos, o câncer de mama é predominante e a principal causa de morte entre as mulheres ocidentais. No Brasil, responde por 22% dos tumores e 49.240 novos casos foram diagnosticados em 2010, com 11.735 mortes. No entanto, mesmo em países desenvolvidos, apesar do diagnóstico precoce, 20-30% das pacientes evoluirão com recidivas e metástases seguidas de morte. A disseminação precoce do tumor de mama, em especial para a medula óssea (MO), tem surgido como um fator prognóstico independente, mesmo após cinco anos da retirada do tumor primário. Desta forma, os mecanismos responsáveis pelo estabelecimento da micrometástase na MO devem ser esclarecidos. A galectina-3 (Gal-3) é uma proteína de 30 KDa, bastante citada em câncer, que possui ação intracelular bloqueando apoptose, estimulando proliferação, podendo se localizar no núcleo com potencial cruzamento com a via de WNT. No meio extracelular, pode formar ligações cruzadas entre elementos da MEC, glicoproteínas e glicolipídeos, presentes na membrana de células, devido a sua propriedade de ligar galactosídeos presentes em epítopos de carboidratos; propriedade esta correlacionada ao fenômeno de metástase. Na MO a Gal-3 é encontrada em grande quantidade e bastante difundida na matriz extracelular, porém, predomina nos ossos e região subendosteal sendo assim um alvo interessante de estudo. Utilizamos nosso modelo in vitro 3D representativo do nicho subendosteal humano de HSC, formado a partir de células-tronco mesenquimais (MSC) de MO humana, induzidas ou não para a linhagem osteogênica. As células induzidas foram cultivadas como agregados esféricos (esferóides) sobre os quais as MSC não induzidas foram distribuídas, formando esferóides mistos com populações segregadas. O padrão de matriz extracelular foi semelhante ao observado in vivo, com colágeno I exclusivamente na região central de pré-osteoblastos. Esse modelo foi testado funcionalmente e reproduziu as propriedades do nicho subendosteal, como migração de células CD34+ com padrão de circulação contínua, localização destas na interface das duas populações estromais e um maior percentual de HSC em quiescência. Estes dados validam o modelo para o estudo do padrão de interação das células tumorais de mama. As linhagens tumorais de mama, com fenótipo descrito para células-tronco de câncer (CD44+CD24-) efetivamente invadiam o modelo de esferóide misto, de forma mais eficiente do que esferóides constituídos por fibroblastos que, por sua vez, apresentavam menor expressão de galectina-3. Ensaios neutralizadores de Gal-3 e modelos nocautes para essa molécula demonstraram que de fato a invasão dependia da presença de galectina-3 no microambiente medular. Quanto às vias de sinalização envolvidas no processo de invasão dos esferóides, não houve correlação entre a expressão intracelular de gal-3 e a ocorrência ou grau de invasão, porém, a ativação da via canônica de Wnt se correlacionou diretamente com a proliferação celular e inversamente com a invasão. Portanto, levantamos a hipótese de que o microambiente medular subendosteal rico em gal-3, junto com o “desligamento” da via de Wnt na célula tumoral de mama, seja fundamental para indução de um estado menos proliferativo e mais invasivo durante o estabelecimento da micrometástase de mama na MO.

Page 10: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

x

ABSTRACT Breast cancer is still the most prevalent and the leading cause of death in Western women. In Brazil, it accounts for 22% of tumors and 49,240 new cases were diagnosed in 2010 with 11,735 deaths. However, even in developed countries, despite early diagnosis, 20-30% of patients will develop recurrences and metastasis followed by death. The early dissemination of breast cancer, especially for the bone marrow (BM), has emerged as an independent prognostic factor even after five years of removal from the primary tumor. Thus, the mechanisms responsible for the establishment of micrometastases in BM must be clarified. Galectin-3 is a protein of 30 kDa, closely related to cancer that possess dual action, intracellularly it blocks apoptosis, stimulates proliferation and may be located in the nucleus with potential cross with the WNT pathway, extracellularly it forms cross-links between elements of the ECM, glycoproteins and glycolipids on the membrane of cells, due to its ability to bind galactosides present in carbohydrate epitopes so it’s believed to modulate the phenomenon of metastasis. In the bone marrow is highly present and widespread on the extracellular matrix, but predominates in the subendosteal region and bones so it is an interesting target of study. We used our 3D in vitro model representative of human subendosteal HSC niche, formed from mesenchymal stem cells (MSC) from human BM induced or not toward the osteogenic lineage. The induced cells were cultured as spherical aggregates (spheroids) on which the non-induced-MSC were distributed to form spheroids with segregated mixed populations. The pattern of extracellular matrix was similar to that observed in vivo, with collagen I only in central pre-osteoblasts. This model was tested and reproduced the functional properties of the subendosteal niche, such as migration of CD34 + cells with continuous movement in and out of the spheroids, location at the interface of the two stromal populations and a high percentage of HSC in quiescence was observed. Showing itself to be a valid model for studying the interaction pattern of breast tumor cells in BM. The breast tumor cell lines, with the phenotype described for cancer stem cells (CD44 + CD24-) effectively invaded spheroid mixed model more efficiently than control fibroblasts spheroids, which in turn had a lower expression of galectin- 3. Neutralizing tests for Gal-3 and knockouts models showed that in fact the invasion was dependent on the presence of galectin-3 in the BM microenvironment. As for the signaling pathways involved in the invasion of spheroids, there was no correlation between the expression of intracellular galectin-3 and the occurrence or degree of invasion, but the activation of the canonical Wnt pathway is directly correlated with cell proliferation and inversely correlated with invasion. Therefore, we hypothesized that the BM subendosteal microenvironment rich in galectin-3, along with the "shutdown" of the Wnt pathway in breast tumor cells, is essential to induce a less proliferative and more invasive state during the establishment of breast micrometastases in BM.

Page 11: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

xi

Lista de Abreviaturas 2D Bidimensional

3D Tridimensional

5-FU Fluorouracil

AGM/PAE Aorta-Gonada-Mesonefrons/Para-Aorta-Esplancnopleura

Ang-1 Angiopoietina-1

BMP-4 Bone Morphogenetic Protein-4

BSA Éster albumina sérica bovina

BSS Balanced Saline Solution

BSS.CMF Balanced Saline Solution. Calcium and Magnesium Free

CFSE 5-(e 6-)-carboxifluoresceína diacetato succinil

CFU-e Colony Forming Unit-Erithrocyte

CFU-F Colony Forming Unit-Fibroblast

CFU-GM Colony Forming Unit-Granulocyte Macrophage

CFU-S Colony Forming Unit-Spleen

CM-DiI Cell TrackerTM Chloromethylbenzamido

CRD Domínio de reconhecimento de carboidrato

CRD* Domínio rico em cisteína

CSC Célula-tronco do câncer

DKK Dickkopf

EMT Transição Epitélio-Mesenquimal

ER Receptor de Estrogênio

FACs Fluorescence Activated Cell Sorter

FAKs Focal Adhesion Kinasis

FGF-4 Fibroblast Growth Factor-4

FITC Fluorescein Isothiocyanate

Fzd Frizzled

GAGs Glicosaminoglicanos

Gal-3 Galectina-3

HA/TCP Hidroxiapatita / tricálcio fosfato

HER-2 Epidermal Growth Factor receptor type 2

HSC Célula Tronco Hematopoética

Page 12: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

xii

Ig Imunoglobulina

LEF Lymphocyte enhancer factor

LRP Lipoproteína de baixa densidade

LT-HSC Long Term-Hematopoietic Stem Cell

MCTS Multicellular Tumor Spheroids

MEC Matriz Extracelular MMPs Metaloproteinases

MO Medula Óssea

MSC Célula Tronco Mesenquimal

NCI National Cancer Institute

NOD/SCID Non-Obese Diabetes Severe Combined Immunodeficient mice

OMS/WHO Organização Mundial de Saúde/World Health Organization

OP Osteopontina

PBS Phosphate Buffered Solution

PE Phyco-Eritryn

PR Receptor de Progesterona

PTx Toxina Pertussis

RSV Rous Sarcoma Virus

Sca-1 Stem Cell Antigen-1

SCF Stem Cell Factor

SDF-1 Stromal Derived Factor-1

SFB Soro Fetal Bovino

Shh Sonic Hedgehog

SLAM Signaling Lymphocyte Activation Molecule

ST-HSC Short Term-Hematopoietic Stem Cell

TCF T cell factor

Tdlu Unidade ducto-lobular terminal

Tis Carcinoma in situ

UICC União Internacional Contra o Câncer

VCAM Vascular Cell Adhesion Molecule

VCAM-1 Vascular Cell Adhesion Molecule-1

VLA Very Late Antigen

Page 13: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Câncer de Mama

O câncer de mama é predominante e a principal causa de morte entre as

mulheres ocidentais há muitos anos. No Brasil, responde por 22% dos tumores

e 49.240 novos casos foram diagnosticados em 2010, com 11.735 mortes

(INCA, 2010). O número elevado de óbitos no Brasil deve-se provavelmente ao

diagnóstico tardio. No entanto, mesmo em países desenvolvidos, apesar do

diagnóstico precoce, 20-30% das pacientes evoluirão com recidivas e

metástases seguidas de morte (Engel et al., 2003).

O estadiamento do câncer de mama é baseado na classificação clínica

TNM proposta pela União Internacional Contra o Câncer (UICC) e pela

Organização Mundial de Saúde (OMS). A classificação TNM reúne informações

sobre o tumor primário como tamanho do tumor, presença de microinvasões,

ulcerações e infiltrado inflamatório (T), presença de metástase em linfonodos

regionais (N) e à distância (M) (cancer, 2003) (Tab.1). No caso dos tumores de

mama, é importante a classificação histopatológica com avaliação de

receptores de estrogênio (ER), de progesterona (PR) e do receptor 2 de fator

de crescimento epidérmico (HER-2, epidermal growth factor receptor type 2)

(Scarff, Bloon, Richardson modificado por Elston-Ellis, 1998 em (cancer, 2003).

Esta classificação direciona a estratégia terapêutica loco-regional (cirurgia e

radioterapia) ou sistêmicas (hormonioterapia e quimioterapia), associadas a

terapias adjuvantes, como homonioterapia para pacientes com tumores que

expressam ER e/ou PR. Digno de nota, as pacientes que apresentam tumores

denominados triplo negativos (ER- PR- e HER-2-) tem sido descritas como

apresentando pior prognóstico com menos opções de tratamento (Gluz et al.,

Page 14: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

2

2009). No entanto, como ressaltado acima, independentemente do estágio e da

estratégica terapêutica, em torno de 20% das pacientes evoluirão com

recidivas e metástases (Engel et al., 2003).

Tabela 1. Estadiamento clínico no câncer de mama. *Tis=Carcinoma in situ:

Estadiamento

Estágio 0 Tis* N0 M0

Estágio I T1 N0 M0

Estágio IIA T0 N1 M0

T1 N1 M0

T2 N0 M0

Estágio IIB T2 N1 M0

T3 N0 M0

Estágio IIIA T0 N2 M0

T1 N2 M0

T2 N2 M0

T3 N1,N2 M0

Estágio IIIB T4 N0,N1,N2 M0

Estágio IIIC Qlqr** T N3 M0

Estágio IV Qlqr**T Qlq N M1

**Qlqr = qualquer. Adaptado de (cancer, 2003)

1.2. Mecanismos de Carcinogênese e Progressão Tumoral

Em geral, o câncer de mama se origina das células epiteliais da unidade

ducto-lobular terminal da mama (TDLU), mas não existe nenhuma alteração

genética ou funcional comum a todos os cânceres de mama. A maioria das

alterações ocorre em subconjuntos de carcinomas e em geral em combinações

variáveis com outras alterações (cancer, 2003). Essas alterações genéticas são

originadas aos poucos em um processo ―passo a passo‖, no qual a primeira

mutação proporciona um ganho de função, por exemplo, resistência a apoptose

e, conseqüentemente, o fenômeno de instabilidade genética; que, por sua vez,

Page 15: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

3

gera o acúmulo de mutações e a evolução do câncer (Nowell, 1976). O modelo

clássico de carcinogênese diz que para uma célula se tornar cancerosa deve

adquirir seis propriedades: auto-suficiência de sinais de crescimento, evasão

de sinais inibitórios de crescimento, resistência a apoptose, potencial replicativo

ilimitado, estimulo a angiogênese e transição epitélio mesenquimal (EMT,

Epithelial-Mesenchymal Transition) (Hanahan & Weinberg, 2000) (Fig.1).

Recentemente esse modelo foi atualizado com acréscimo de duas novas

propriedades: metabolismo energético e evasão do sistema imune (Hanahan &

Weinberg).

Figura 1. Via carcinogênica clássica. A partir de uma mutação inicial e o processo

de instabilidade genética, as seis propriedades do câncer se originam: auto-suficiência de sinais de crescimento, evasão de sinais inibitórios de crescimento, resistência a apoptose, potencial replicativo ilimitado, estímulo a angiogênese e transição epitélio mesenquimal (EMT). Modificado de (Hanahan & Weinberg, 2000).

Page 16: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

4

Além de mudanças no código genético da célula, alterações

epigenéticas também têm sido responsabilizadas pelo processo de

carcinogênese e evolução da doença, uma vez que modificações do padrão de

metilação do DNA, de distribuição das histonas e remodelamento nucleossomal

podem ser transmitidos para as gerações celulares seguintes (Jones & Baylin,

2007; Jovanovic et al., 2010). Por exemplo, a maioria dos cânceres de mama é

inicialmente positivo para ER, sendo o seu crescimento estimulado por

estrógenos e inibido por anti-estrógenos. A perda de expressão do ER tem sido

correlacionada com pior prognóstico, pois as células se tornam auto-

suficientes, não precisando mais de sinalização. Esta perda do ER se dá via

hipermetilação do DNA das células tumorais, particularmente das regiões

promotoras, ESR1 e PGR (Ramos et al., 2010). Estudos com células primárias

ER- cujas vias de metilação foram bloqueadas levaram a reaquisição da

expressão de ER (Ferguson et al., 1995). Outro exemplo da importância de

alterações epigenéticas no câncer de mama foi demonstrado em linhagem

celular MCF7, onde a hipometilação de genes correlacionados com resistência

a drogas como ABCB1, GSTP1, Upa e MGMT levou à resistência a

Doxorubicina (Chekhun et al., 2006). Alterações similares foram observadas

em sublinhagens de MCF7 resistentes a Tamoxifen e Fulvestran (Fan et al.,

2006). Análise de amostras de pacientes comparando o estado de metilação do

DNA em promotores GSTP1, FOXC1 e ABCB1 e a sobrevivência destes,

mostrou que a metilação dos promotores correspondia a uma maior sobrevida

dos pacientes, e esse tipo de análise tem sido considerada como fator

prognóstico independente (Dejeux et al., 2010).

Page 17: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

5

A idéia de que a progressão tumoral é fruto da instabilidade genética foi

recentemente desafiada por um novo modelo. Esse modelo propõe que a

progressão do câncer e seu crescimento são dependentes de uma população

tumoral minoritária, a célula-tronco do câncer (Bonnet & Dick, 1997; Reya et al.,

2001). O modelo não implica que a célula-tronco do câncer deve ser derivada

da célula-tronco tecidual, mas sugere que tumores são organizados

hierarquicamente como tecidos normais com as células-tronco tumorais

sofrendo mudanças epigenéticas que originariam células tumorais mais

diferenciadas com capacidade limitada de proliferação (Dick, 2008; Reya et al.,

2001; Shackleton et al., 2009) (Fig.2).

Figura 2. Modelo esquemático da formação de tumores pela teoria da célula-tronco do câncer (CSC). A massa tumoral é heterogênea e apenas a célula-tronco

do câncer seria capaz de proliferar vastamente e gerar novos tumores (Reya et al., 2001).

Page 18: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

6

Dados com células leucêmicas mostram bem claramente em ensaios in

vivo uma população pós-mitótica derivada das células tumorais (Lapidot et al.,

1994) e revelam que apenas uma minoria das células do tumor são capazes de

gerar um novo tumor, apoiando assim o modelo da célula-tronco do câncer

(Reya et al., 2001). A esperança de encontrar um alvo tão específico levou

diversos grupos a buscarem a célula-tronco em diversos tipos de cânceres

(Abdul Khalek, Gallicano & Mishra, 2010; Singh et al., 2003; Wang & Shen,

2010; Zhang et al., 2011a). A hipótese da CSC proveu um mecanismo celular

muito atraente, pois explicava fenômenos de baixa resposta a tratamento e

comportamento de dormência exibido por diversos tipos tumorais quando

tratados (Fig.3). Por exemplo, em câncer de mama foi demonstrada a

resistência dessas células a radioterapia (Phillips, McBride & Pajonk, 2006).

Figura 3. Modelo esquemático da resposta de tumor à quimioterapia se baseando no modelo da célula-tronco do câncer. Fármacos que teriam como alvo

a massa tumoral pareceriam ter efeito positivo inicialmente com a diminuição desta, porém a CSC permaneceria e originaria um novo tumor. Por outro lado, drogas ou terapias que tivessem como alvo a CSC dariam conta da base do tumor e este seria naturalmente desfeito devido a perda da capacidade de se manter (Reya et al., 2001).

Page 19: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

7

A célula-tronco do câncer de mama foi descrita como a subpopulação

CD44HiCD24-/Lo que era capaz de dar origem a novos tumores em

camundongos imunodeficientes NOD/SCID, tumores esses heterogêneos que

continham a população CD44-/LoCD24Hi não tumorigênica (Al-Hajj et al., 2003).

As populações CD24+/CD44- e CD44+/CD24- apresentam assinaturas

genéticas distintas sugerindo que representam populações celulares definidas,

sendo a população CD24+ mais diferenciada, enquanto a população CD44+

apresenta um fenótipo progenitor (Shipitsin et al., 2007). A expressão

heterogênea de CD24 e CD44 entre e dentro de tumores tem sido descrita

como uma conseqüência dos processos de auto-renovação, proliferação,

diferenciação e morte (Honeth et al., 2008).

A identificação das células-tronco tumorais se baseia no surgimento de

tumor após injeção de subpopulação específica de células tumorais em animal

imunodeficiente. Porém, dados recentes vêm demonstrando que o

desenvolvimento tumoral é dependente do modelo de animal imunodeficiente,

o quão imunocomprometido ele é, e do meio utilizado na injeção das células-

tronco tumorais, levantando assim a questão da influência do microambiente e

de mecanismos epigenéticos na determinação do comportamento tumoral

(Bissell & Inman, 2008; Bissell et al., 2002; Jaenisch & Bird, 2003; Jones &

Baylin, 2007; Quintana et al., 2008). Recentemente, foi demonstrado que a

indução de EMT em linhagem de célula tumoral de câncer de mama resultou

na aquisição do fenótipo de célula-tronco, CD44+CD24-. A EMT é um processo

no qual uma célula epitelial perde sua polaridade, ganha expressão de

proteínas de fenótipo mesenquimal, perde expressão de caderinas desaderindo

da matriz e remodela seu citoesqueleto, migrando e sendo responsável, desta

Page 20: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

8

forma, pela invasão local e metástases em sítios distantes (Fig.4) (Blick et al.,

2010; Mani et al., 2008; Micalizzi, Farabaugh & Ford, 2010).

Page 21: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

9

Fig

ura

4.

Tra

ns

içã

o e

pit

éli

o m

es

en

qu

ima

l (E

MT

) e

p

las

tic

ida

de e

pit

elia

l. D

ura

nte

a E

MT

a

s cé

lula

s e

pite

liais

pe

rde

m sua

po

larida

de

áp

ico

-ba

sa

l de

vid

o a

pe

rdas d

e jun

ções o

clu

de

nte

s,

pe

rmitin

do

a m

istu

ra d

as p

rote

ína

s d

e m

em

bra

na

da

s r

eg

iõe

s a

pic

al

e b

aso

-late

ral.

Jun

çõe

s m

ed

iad

as p

or

E-c

ade

rina

e i

nte

grin

as e

pite

liais

(e

m v

erd

e)

são

pe

rdid

as e

são

sub

stitu

ída

s p

or

jun

çõ

es

me

se

nq

uim

ais

co

mo

N

-cade

rin

a e

in

teg

rina

s e

sp

ecífic

as (e

m a

zu

l).

O cito

esq

ue

leto

de

a

ctina

se

re

mod

ela

fo

rman

do

fib

ras de

estr

esse

e p

rotr

usõe

s c

on

trá

teis

. O

s f

ilam

en

tos inte

rme

diá

rio

s e

pite

liais

co

mo c

itoq

ue

ratin

as p

assam

a s

er

men

os e

xp

resso

s e

dão

lug

ar

a e

xp

ressão

de

vim

en

tin

a.

Esse

p

rocesso

é

a

co

mpa

nh

ad

o pe

la se

cre

çã

o de

m

eta

lop

rote

ase

s (M

MP

s)

qu

e d

eg

rad

am

a

me

mb

rana

ba

sa

l (f

ibra

s e

m v

erm

elh

o)

pe

rmitin

do

a in

va

são

do

estr

om

a a

dja

cen

te (

Mic

aliz

zi e

t a

l., 20

10

).

Page 22: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

10

Linhagens celulares tumorais não representam os tumores clínicos, pois

são, de forma geral, derivadas de células que sobreviveram as pressões

seletivas geradas in vitro e foram extensamente expandidas. No entanto, a

associação entre as assinaturas transcricionais dos diferentes subtipos de

tumor de mama e as diversas linhagens celulares que poderiam ser

representativas destes subtipos têm chamado atenção (Blick et al., 2010; Blick

et al., 2008; Neve et al., 2006) . Em torno de 70 diferentes linhagens de tumor

de mama foram estudadas e identificadas como subtipo Luminal, Basal A ou

Basal B, este também denominado de mesenquimal devido a sua morfologia e

padrão de expressão gênica semelhante a de células-tronco. A classificação

considera o fenótipo (expressão de moléculas de superfície e/ou de diferentes

queratinas), a expressão gênica e características funcionais (como potencial

invasivo), demonstrando que há correlação entre as linhagens e os tumores

primários, e que o padrão de aberrações genômicas é similar as das linhagens

estudadas; que, por sua vez, se agrupam por análises de transcriptoma,

expressão protéica e comportamento biológico (Neve et al., 2006; Perou et al.,

2000). Esta classificação pode ser bastante aplicada futuramente na escolha

terapêutica, uma vez que diferentes subtipos tem diferentes respostas a

drogas. Por exemplo, Basal B responde melhor a agentes de dano ao DNA do

que tumores luminais, podendo ter esse efeito potencializado especificamente

pelo tratamento com outras drogas como dasatinib (inibidor de Src)

(Kurebayashi et al., 2010) .

Utilizando linhagens de câncer de mama, observou-se que a indução de

EMT resultou na aquisição de propriedades descritas para as CSC de mama,

como capacidade de produzir mamosferas e tumores de forma eficiente, além

Page 23: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

11

do fenótipo CD24-/LoCD44+, concordando assim com os resultados obtidos do

subtipo basal B (Mani et al., 2008; Morel et al., 2008). Portanto, é possível que

as CSC descritas no tumor de mama sejam na verdade resultado do fenômeno

de EMT, que também envolve além do escape do tumor primário, resistência a

quimioterapia, subtipo basal, fuga do sistema imune e resistência à

senescência (Fig. 5) (Micalizzi et al., 2010).

Figura 5. Consequências funcionais da EMT. Além do seu papel como responsável pela invasão local das células tumorais e metástases, atualmente tem se correlacionado o fenômeno de EMT também a fenótipo iniciador de tumor, resistência a quimioterapia, subtipo basal, fuga do sistema imune e resistencia a senescencia (Micalizzi et al., 2010).

Page 24: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

12

A interconvenção entre os fenótipos CD24-/LoCD44+ e CD24+CD44-/Lo

tem sido demonstrada in vitro e in vivo (Creighton, Chang & Rosen, 2010;

Croker & Allan, 2008; Kaipparettu et al., 2008; Meyer et al., 2009), levantando

questionamentos sobre o processo biológico envolvido e a importânica deste

fenótipo na classificação dos tipos de tumor, já que a expressão de CD24 é

associada aos tipos luminais mais diferenciados, e a de CD44 aos tipos basais

mais agressivos (Balic et al., 2006; Blick et al., 2010; Hwang-Verslues et al.,

2009).

Naturalmente buscou-se uma correlação entre a expressão de CD44 e

pior prognóstico, mas curiosamente mesmo correlações inversas já foram

encontradas sendo a expressão de CD44 relacionada à sobrevivência dos

pacientes (Gotte & Yip, 2006). De fato, sabe-se da complexidade da molécula

de CD44, pois ela sofre splicing alternativo originando uma série de isoformas

que podem ter efeitos diferentes. Por exemplo, CD44v6 tem sido relacionada

com mal prognóstico enquanto CD44v7-8 tem sido correlacionada com bom

prognóstico, mas não há informação sobre quais papeis as demais isoformas

desempenham na progressão do câncer (Kaufmann et al., 1995; Sleeman &

Cremers, 2007; Watanabe et al., 2005).

Outra possivel explicação para as divergências de resultados é uma

certa flexibilidade do fenótipo das CSC, uma vez que, como esclarecido acima,

a conversão de fenótipos já foi demonstrada (Meyer et al., 2009) e estudos

com células progenitoras não transformadas mostraram que estas podem se

reverter para células-tronco pela modulação de vias de sinalização, um

processo chamado de desdiferenciação (Brawley & Matunis, 2004; Sheng &

Matunis, 2009). Esse tipo de observação abre espaço para diversas hipóteses,

Page 25: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

13

inclusive da modulação do fenótipo da célula tumoral dependendo do

microambiente. Ou seja, é possível que a população denominada de CSC não

seja necessariamente responsável pela disseminação dos tumores, mas que

populações não-CSC possam originar metástases e ganhar propriedades de

CSC no sítio secundário (Sleeman & Cremers, 2007).

De fato, há heterogeneidade em todos os tipos tumorais, sejam eles

experimentais ou espontâneos, causados por fatores químicos, físicos ou

agentes virais (Heppner, 1984). Populações celulares com diferentes graus de

mutação ocorridas em diferentes ―momentos evolutivos‖ coexistem (Hanahan &

Weinberg, 2000) e análises de ploidia de DNA de amostras obtidas de

pacientes de câncer de mama mostraram que dois terços dos tumores

primários apresentam múltiplas aneuploidias (Cornelisse et al., 1987). E

exatamente essa heterogeneidade faz do câncer uma doença complexa.

Neste sentido, estudo com biopsias de pacientes com câncer de mama

comparando a presença de CD44 e CD24 com o estado chamado de triplo-

negativo (ER- PR- e HERB2-), um forte indicativo de pior prognóstico, mostrou

que células CD44+ estavam mais presentes nestes tumores (Giatromanolaki et

al., 2010). Por outro lado, estudos de tumores primários com análise de

prevalência de células CD44+/CD24- não encontraram correlação com

prognóstico da doença, mas sim com metástase em sítios distantes,

principalmente metástase óssea (Abraham et al., 2005). Além disso, um grupo

canadense ao comparar subpopulações selecionadas, através de Cell Sorter,

levando em conta a expressão de aldeído desidrogenase (ALDH), enzima

relacionada com proteção de células-tronco, mostrou uma correlação entre a

expressão desta enzima e de CD44 com o fenótipo maligno. Os pesquisadores

Page 26: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

14

mostraram que as células com fenótipo ALDHhiCD44+CD24- ou

ALDHhiCD44+CD133+ apresentavam, em relação a população ALDHlowCD44-,

maior taxa de proliferação, invasão, migração, adesão, formação de colônia e,

quando injetadas em camundongos imunodeficientes, se mostraram mais

tumorigênicas e metastáticas (Croker et al., 2009; Ginestier et al., 2007). Logo,

existe uma importância inegável desta população que continua sendo alvo de

novos estudos e pode se tornar futuramente um alvo terapêutico, independente

do seu modelo de origem (Bauerschmitz et al., 2008).

1.3. O microambiente e o câncer de mama

Apesar de tantos avanços no entendimento de mecanismos de

progressão tumoral, é claro que teorias de gene único ou de aquisição de

mutações seriais subestimam a natureza das mudanças genéticas e

epigenéticas nos tumores, não explicando diversos fenômenos como, por

exemplo, o fato de que muitos genes de suscetibilidade a câncer apresentam

um enorme grau de especificidade tecidual, como BRCA1 e APC, entre outros

(Bissell et al., 2002). Exemplos como o de ferimentos cutâneos criando um

microambiente condutivo para a tumorigenese induzida pelo vírus do sarcoma

de Rous (RSV, Rous Sarcoma Virus) (Sieweke & Bissell, 1994) e a correlação,

em humanos, entre inflamação crônica e risco de desenvolvimento de câncer

(Lu, Ouyang & Huang, 2006), reforçam a idéia de que o contexto celular e

tecidual confere informação fundamental para o desenvolvimento do câncer

(Bissell et al., 2002; Orimo & Weinberg, 2006; Pukrop et al., 2006).

A glândula mamária normal apresenta células epiteliais luminais e basais

organizadas em ácinos, com um lúmen central, sobre uma membrana basal

Page 27: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

15

definida. Ao redor desses ácinos encontram-se células mioepiteliais e uma

vasta rede de matriz extracelular (MEC) própria na qual estão presentes

macrófagos não ativados (teciduais), adipócitos e fibroblastos (Fig. 6a).

Acompanhando a transformação neoplásica, há uma mudança na composição

da MEC, a membrana basal se desfaz, assim como a organização ácinar,

perde-se a polaridade, há surgimento de miofibroblastos e aumento do número

de macrófagos ativados (Fig. 6b-d). Um grande exemplo de alterações na MEC

é a perda de laminina 1, tendo sido descrito que no câncer de mama as células

mioepiteliais, mesmo quando presentes, deixam de secretar esse elemento de

matriz, que é responsável por estabelecer a polaridade das células epiteliais e

organizar os ácinos, assim como a tridimensionalidade (Gudjonsson et al.,

2002). Estudo com linhagem celular antes (células S1) e depois da sua

transformação (células T4-2) detectou que parte da transformação incluía a

superexpressão de 1-integrina. Curiosamente, quando esse receptor era

bloqueado as células tumorais readquiriram fenótipo normal em cultura 3D e in

vivo. É importante ressaltar que as células não mais se organizavam ou se

comportavam como células tumorais em detrimento do seu genoma, que era e

permaneceu mutado (Weaver et al., 1997). Outras linhagens foram testadas,

muitas agressivas, metastáticas, apresentando uma grande variedade de

mutações e deleções com o objetivo de verificar se o fenômeno de reversão de

malignidade também ocorreria. De fato, a reversão ou apoptose ocorreu,

mostrando que o fenômeno não é específico de uma linhagem (Wang et al.,

2002).

Nesse contexto, diversas populações do estroma tumoral parecem

contribuir para a progressão, como macrófagos (Chen et al., 2011) e adipócitos

Page 28: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

16

(Dirat et al., 2011). Dentre estas populações celulares, notou-se que

miofibroblastos estão presentes no microambiente de carcinomas invasivos

(Ronnov-Jessen, Petersen & Bissell, 1996). Acreditava-se que esses

miofibroblastos se originavam dos fibroblastos intersticiais e perivasculares.

Porém, recentemente, observou-se que células do estroma da MO contribuem

para esse estroma reativo, também chamado de fibroblastos associados ao

câncer (CAF, cancer associated fibroblasts) (Karnoub et al., 2007; Mori et al.,

2005). O papel das CAFs no câncer de mama parece ser o de indução da

progressão da doença por diversas vias, como estímulo a invasão,

angiogênese e proliferação (Dimanche-Boitrel et al., 1994; Fabris et al., 2010;

Fukumura et al., 1998; Mi et al., 2011; Tyan et al., 2011; Zhang et al., 2011b).

Mecanismos diversos têm sido descritos pelos quais as CAFs modulam as

células tumorais, como a secreção de HGF e RANTES (CCL5), esta

relacionada com metástase, invasividade e proliferação, e aquela com

tumorigênese (Karnoub et al., 2007; Tyan et al., 2011; Zhang et al., 2009).

Deve ser acrescentado que a sensibilidade a quimioterápicos também é

modificada pelo microambiente, o que será discutido adiante, destacando-se a

organização tridimensional da célula e de suas interações célula-célula e

célula-MEC (Weaver, 2002; Weigelt et al., 2010).

Tendo em vista o grau de complexidade que o microambiente insere no

modelo de câncer e sua importância na integridade funcional do tecido,

postula-se que exatamente esta perda da integridade da estrutura tecidual e da

polaridade celular é que seria permissiva a manifestação do fenótipo maligno

(Bissell et al., 2002; Ronnov-Jessen & Bissell, 2009). Conseqüentemente, tem-

Page 29: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

17

se considerado o microambiente como grande alvo para terapias no câncer

(Micke & Ostman, 2005; Ronnov-Jessen & Bissell, 2009).

Figura 6. Desenvolvimento do câncer de mama levando em conta os elementos do microambiente. (Ronnov-Jessen & Bissell, 2009)

Page 30: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

18

1.4. Galectina-3 no câncer

A Galectina-3 (Gal-3) ou, como previamente conhecida, Mac-2, L-29,

CBP35, CBP-30 ou eBP, pertence a uma família de lectinas que é vastamente

expressa no reino animal (Toscano et al., 2007) e que está envolvida em

processos de diferenciação, morfogênese, apoptose, adesão, invasão,

angiogênese, metástase e regulação da proliferação celular (Le Marer, 2000;

Liu & Rabinovich, 2005).

Dentre os mamíferos, 15 diferentes galectinas já foram identificadas e há

indícios de que várias isoformas existam, o que aumenta a variedade de

galectinas expressas. A Gal-3 é uma proteina de 30KDa composta de três

domínios estruturais definidos: (a) curta região N terminal de 12 aminoácidos,

que determina a formação de dímeros ou oligômeros maiores e o alvo celular;

(b) uma sequência repetitiva similar a colágeno, rica em glicina, tirosina e

prolina, que é substrato para Metaloproteinases (MMP); e (c) região C terminal

de estrutura globular que apresenta domínio conservado de aproximadamente

130 aminoácidos de reconhecimento de carboidratos (CRD) (Balan et al., 2010;

Barondes et al., 1994; John et al., 2003). A Gal-3 é vastamente expressa por

células mielóides e epiteliais, e liga-se a β-galactosídeos, reconhecendo,

portanto, laminina e fibronectina, inibindo in vitro a adesão celular (Sato,

Burdett & Hughes, 1993; Sato & Hughes, 1992).

O papel biológico de Gal-3 é definido pela sua localização em

compartimentos intracelulares ou como parte do microambiente. Portanto, ora

tem função como mediador intracelular, ora como sinal extracelular (Dumic,

Dabelic & Flogel, 2006).

Page 31: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

19

No microambiente, galectinas formam ligações cruzadas entre

elementos da MEC, glicoproteínas e glicolipídeos existentes na membrana de

células vizinhas, devido a sua propriedade de ligar galactosídeos presentes em

epítopos de carboidratos (Fig.7). Elas levam, assim, a formação de redes entre

diferentes células e a MEC (Ozeki et al., 1995). No entanto, a secreção de

galectina ocorre por via não-clássica, uma vez que sua cadeia peptídica não

possui sequência de inserção no retículo endoplasmático. O mecanismo exato

não está elucidado, porém existem evidências que sugerem que a galectina é

secretada por diferentes vias, dependendo da sua estrutura, do tipo e da

polaridade celular (Hughes, 1999).

Em vertebrados, galectinas podem ser encontradas também no

citoplasma e no núcleo, com múltiplas funções em processos fisiológicos e

patológicos (Fig.8) (Dumic et al., 2006; Satelli et al., 2008). O seu transporte

para o núcleo pode se dar por difusão passiva ou transporte ativo,

apresentando dois domínios independentes responsáveis por este transporte

(Nakahara et al., 2006). No núcleo, Gal-3 pode se associar a complexos

ribonucleoproteicos, que funcionam como fatores de splicing do pré-mRNA

(Dagher, Wang & Patterson, 1995). No entanto, ainda existem conflitos quanto

ao domínio de ligação de Gal-3. Trabalhos mais antigos afirmam que a ligação

à fita única de DNA e RNA era independente de lactose (Wang et al., 1995),

indicando que não era via CRD. Dados mais recentes sugerem uma interação

indireta, via Gemin4, entre Gal-3 e pré-mRNA (Park et al., 2001). Foi

demonstrada também a ligação, no núcleo, de Gal-3 a β-catenina, uma

proteína mediadora da via canônica de WNT (Shimura et al., 2004), que será

abordada à frente. Curiosamente, a maior parte das interações intracelulares

Page 32: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

20

realizadas por Gal-3 são relações proteína-proteína, enquanto que no meio

extracelular as interações são com carboidratos, via seu domínio CRD (Liu &

Rabinovich, 2005).

Figura 7. Funções extracelulares de galectina-3. Setas vermelhas indicam ativação.

AGE— Produto avançado de glicosilação, C4.4A—glicoproteína ancorada a GPI, CEA—Antígeno Carcino-embrionário, CRD—Domínio de reconhecimento de carboidrato, EGFR—Receptor de EGF, FcεR—Rceptor de Fcε, Gal-3—galectina-3, L1—molécula de adesão neural L1, Lamp 1/2—Proteína lisossomal associada a membrana 1/2, LPS—Lipopolisacarídeo, Mac-2BP—proteína ligadora de Mac-2, MAG—Glicoproteína associada a mielina, N-CAM—Molécula de adesão celular neural, NCA-160—Antígeno de reação cruzada não-específican 160, ND—Domínio N terminal, NG2—Proteoglicano transmembrana condroitin sulfato NG2, TβR—Receptor de TGF β, TCR—rceceptor de célula T (Dumic et al., 2006).

Page 33: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

21

Figura 8. Funções intracelulares da galectina-3. Setas vermelhas indicam ativação. Linhas azuis indicam bloqueio. AKT- Serina/Treonina cinase. ASK-1 – Cinase reguladora de apoptose 1, CBP70-Proteína ligadora de carboidrato 70, Chrp-Proteína rica em cisteína e histidina, CREB – Proteína ligadora de elemento responsivo a cAMP, ERK-Cinase regulada por sinais extracelular, Gal-3-galectina-3, GTP- guanosina trifosfato, JNK-cinase N-terminal c-Jun, MEK- cinase ERK ativada por mitógenos, P-fosfato, PI3K-Fosfatidil inositol 3 cinase, Raf-1- Serina/Treonina cinase, TCF4- Fator de célula T 4, TF- fator de transcrição (Dumic et al., 2006).

O papel da Gal-3 no câncer, quer como mediador interno, quer como

integrante do microambiente, tem sido estudado em diversos modelos onde

parece envolvida no potencial tumorigênico, na metástase, na proliferação e na

resistência a morte celular.

Como mediador interno, foram traçadas correlações entre o potencial

metastático de diversas linhagens tumorais e o aumento na expressão de Gal-

3, possivelmente devido ao seu envolvimento com motilidade celular (Raz et

al., 1990). Foi demonstrado, por exemplo, que a superexpressão de Gal-3 nas

linhagens tumorais de mama, Evsa-T e BT549, gera aumento da adesão à

Page 34: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

22

laminina, fibronectina e vitronectina, com remodelamento do citoesqueleto e

consequente migração, além do aumento de sobrevivência frente a estímulos

apoptóticos, como radiação, ou morte celular induzida por perda de adesão

(anoikis) (Cheong, Shin & Chun, 2009; Kim et al., 1999; Matarrese et al.,

2000a). Outro exemplo que pode ser citado ocorre em câncer pancreático. O

silenciamento de Gal-3 em diversas linhagens provocou redução de migração

em ensaio transwell e invasão em matrigel, via redução na expressão de β-

catenina e MMP2 (Kobayashi et al., 2011). Quanto à modulação de

sobrevivência celular, do mesmo modo acredita-se que há contribuição da

translocação, seja do citosol ou do núcleo, para as mitocôndrias quando ocorre

o estímulo apoptótico. Nas mitocôndrias, Gal-3 agiria bloqueando mudanças do

potencial de membrana, evitando, desta forma, a apoptose (Matarrese et al.,

2000b). A saída do núcleo envolve fosforilação de Gal-3, que se insere na

membrana mitocondrial e regula MAPK, uma enzima reguladora de apoptose

(Liu & Rabinovich, 2005; Takenaka et al., 2004). Já em proliferação celular, foi

demonstrado em células epiteliais de mama o seu controle pela translocação

de Gal-3 para o núcleo, via interação direta desta com o promotor de ciclina D1

(Lin et al., 2002).

A fosforilação de Gal-3 também foi correlacionada com malignidade.

Utilizando linhagem nocaute para Gal-3, demonstrou-se que a inserção do

gene selvagem de Gal-3 tornava as células capazes de originar tumores em

camundongos NUDE, porém, a inserção de Gal-3 mutante, sem o sítio de

fosforilação, era ineficaz. Os genes modulados pela Gal-3 selvagem, e não

pela mutante, incluíam os envolvidos no estresse oxidativo, na via de apoptose

independente de caspase, no ciclo celular, no remodelamento do citoesqueleto,

Page 35: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

23

na adesão e na invasão tumoral (Mazurek et al., 2005). Recentemente, foi

demonstrado que Gal-3 pode ser fosforilada em resíduos tirosina, indicando

que ela pode ser enquadrada como um novo membro de proteínas

sinalizadoras do tipo tirosina cinase, e, portanto, pode ter papel nos

mecanismos de sobrevivência celular (Balan et al., 2010).

Desta forma, Gal-3 intracelular parece ter papel importante na

manutenção do fenótipo maligno. A supressão da expressão de Gal-3 na

linhagem tumoral MDA435 levou a reversão do fenótipo transformado, com

aquisição de inibição de crescimento por contato, perda da capacidade de

crescimento independente de adesão, além de diminuição da tumorigenicidade

em camundongos imunodeficientes NUDE (Honjo et al., 2001). As vias

envolvidas neste fenômeno de reversão da malignidade ainda não estão claras,

mas uma das grandes suspeitas é a via de KRAS, proteína oncogênica

conhecida por atribuir diversos aspectos do fenótipo maligno (Dumic et al.,

2006; Liu & Rabinovich, 2005).

No microambiente, Gal-3 pode estimular ou inibir o processo

metastático, dependendo, por exemplo, da expressão de seu receptor pelas

células e de sua concentração no meio extracelular. Além disto, diferentes tipos

tumorais podem ter sua invasividade estimulada ou inibida na presença de Gal-

3, independente da sua concentração. De modo geral, acredita-se que em

baixas concentrações (0.1–0.25 M) suas interações com integrinas

(corretamente glicosiladas) e elementos da matriz formam redes que auxiliam a

manutenção da adesão celular. Em contrapartida, altas concentrações (acima

de 5 M) de Gal-3 favorecem a metástase, pois parecem perturbar as

interações célula-célula ou célula-matriz, sequestrando sítios de moléculas de

Page 36: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

24

adesão e induzindo endocitose de grupos de integrina, com consequente perda

de adesão (Ochieng, Furtak & Lukyanov, 2004).

Um bom exemplo da influência de Gal-3 na metástase, como membro do

microambiente, foi demonstrado em leucemia mielóide. Foi descrito que

neutrófilos normais produziam uma MMP9 com alta afinidade por Gal-3,

enquanto células leucêmicas produziam uma MMP9 com modificações nas

cadeias glicídicas levando a uma baixa afinidade por Gal-3. Acredita-se que a

MMP9 de menor afinidade se mantenha livre no espaço intersticial para se

deslocar e clivar a matriz extracelular provocando o aumento na motilidade

celular e promoção de metástase. O mesmo fenômeno foi visto em linhagem

tumoral de mama, MCF7 (Fry et al., 2006).

A participação da Gal-3 na membrana de células tumorais não está

completamente esclarecida, porém, dados de análise proteômica por MALDI-

ToF da membrana de clone superinvasivo derivado de MDA435 indicaram que

dentre as proteínas superexpressas em relação a linhagem parental

encontrava-se Galectina-3, sugerindo um possível papel desta no

favorecimento da invasividade tumoral (Dowling et al., 2007). Acredita-se que a

Gal-3 é capaz de ativar vias de sinalização intracelulares através ligação

cruzada entre glicoconjugados da superfície celular, integrinas e elementos de

matriz extracelular que seriam capazes, então, de induzir as modificações

conformacionais necessárias para o disparo de vias de sinalização (Fukushi,

Makagiansar & Stallcup, 2004; John et al., 2003).

Em experimentos in vivo, camundongos NUDEs transplantados

ortopicamente com tumores derivados da linhagem MDA435 eram tratados

sistemicamente com Gal-3 modificada (retirada porção N terminal, responsável

Page 37: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

25

pela formação de dímeros e oligômeros de Gal-3 e ligações cruzadas com

proteínas) e o seu efeito foi analisado: a Galectina-3 apresentou vasta

biodistribuição, incluindo fígado, rins e baço, porém, não atingiu os pulmões ou

coração. Quanto aos tumores, observou-se uma significativa diminuição do

tamanho e peso, além do menor número de animais apresentando células

tumorais nos linfonodos. Curiosamente, não houve alteração na incidência de

metástases pulmonares, sendo possível correlacionar a isso a ausência da

molécula estudada nesse órgão. Quanto ao mecanismo por trás da inibição

tumoral, acredita-se que a Gal-3 modificada compete com a Gal-3 endógena e,

como não promove ligações cruzadas, não ativaria vias de sinalização

intracelulares, interagindo com matriz e receptores celulares (agindo

extracelularmente). A Gal-3 preveniria ainda, caso internalizada, interações

protéicas intracelularmente, servindo assim como um regulador negativo da via

independente de localização. O bloqueio de ligações cruzadas já foi

demonstrado por diversos grupos, assim como a internalização de Gal-3, o que

fortalece a hipótese. A proposta final do grupo é o uso de Gal-3 modificada

como adjuvante no tratamento de tumores estabelecidos. (John et al., 2003;

Massa et al., 1993; Ochieng et al., 1998; Prochiantz, 2000).

Em outro modelo de câncer de mama, linhagem MDA-MB-435Lung2

com metástase preferencial para pulmão, foi demonstrado que o bloqueio de

Galectina-3 por inibidor sintético, baseado em carboidrato, diminui o número de

metástases mas não a incidência. Porém, o simultâneo bloqueio de Gal-3 com

administração de paclitaxel diminuiu ambos, levando de 14 para 70% o número

de animais livres de doença, mostrando como a combinação de estratégias

pode ser proveitosa para terapia (Glinsky et al., 2009).

Page 38: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

26

Outro mecanismo de ação de Galectina-3 já descrito é como quimiocina.

A demostração foi realizada em monócitos e macrófagos, em concentrações

mais elevadas, acima de 1µM, e a molécula se mostrou sensível a toxina

pertussis, explicitando a participação de proteína Gi na via de sinalização

downstream (Sano et al., 2000). A Galectina-3 pode estimular ou inibir

metástase, dependendo da sua concentração e do receptor da superfície

celular. Diferentes tipos tumorais submetidos a tratamento com galectina-3 em

mesma concentração podem ter invasividade estimulada ou inibida. De modo

geral, acredita-se que em baixas concentrações (0.1–0.25 μM) as suas

interações com integrinas (corretamente glicosiladas) e elementos da matriz

formem redes que ajudem a manter a adesão celular, inibindo a migração. Em

contra partida, altas concentrações (acima de 5μM) são correlacionadas com

indução de metástase. Acredita-se que sua administração exógena

(mimetizando secreção pela célula tumoral) perturba interações célula-célula

ou célula-matriz, via glicoproteínas e integrinas, sequestrando sítios de

moléculas de adesão e induzindo endocitose de grupos de integrina, levando a

perda de adesão e metástase (Ochieng et al., 2004).

Em pacientes, comparados com indivíduos saudáveis, o nível sérico de

Galectina-3 mostrou-se significativamente elevado, sendo essa relação válida

para câncer de mama, pulmão, ovário, melanoma e linfoma não-Hodkins. Além

disso, a concentração de Galectina-3 revelou-se maior no soro de pacientes

metastáticos em comparação a pacientes com tumores localizados (Iurisci et

al., 2000). Em camundongos, já foi demonstrado que a galectina-3 circulante

aumenta a adesão celular das células tumorais às células endoteliais, devido à

polarização de MUC1, que expõe moléculas de adesão menores, como CD44,

Page 39: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

27

acarretando a migração transendotelial. Testes em cultura mostraram que este

fenômeno independia das condições físicas: se estáticas ou de fluxo contínuo

(Zhao et al., 2009). Já análises de tumores primários por imunohistoquímica

demonstraram correlação da marcação do estroma tumoral, Galectina-3

positivo, com maior grau de malignidade tumoral e mau prognóstico (Moisa et

al., 2007). Já análises de tumores não metastáticos, ou por PCR de fases

variadas de tumores de mama, não trazem relação de Gal-3 com prognóstico

(Logullo et al., 2007; O'Driscoll et al., 2003). Uma importante correlação foi a da

presença de Galectina-3 no núcleo das células tumorais com um pior

prognóstico (Jones et al., 2004).

Em resumo, Gal-3 extracelular apresenta diversos efeitos autócrinos e

parácrinos, mediando adesão e ativação celular, além de migração quando

parece ter efeito quimiotático para certos tipos celulares. Logo, a Gal-3

influencia vários processos biológicos, incluindo invasão tumoral e metástase

(Nangia-Makker, Balan & Raz, 2008; Ochieng et al., 2004).

1.5. Via de Sinalização de WNT e seu papel no cancer de mama.

As proteínas WNT são parte de uma grande família de moléculas de

sinalização extracelular altamente conservada e encontrada ao longo de todo

reino animal. WNT é uma glicoproteína secretada, rica em cisteína, com 38 a

43 KDa, e está envolvida tanto no desenvolvimento embrionário, quanto em

processos fisiológicos e patológicos na vida adulta, regulando destino celular,

sobrevivência, proliferação, e migração de diversos tipos celulares (Clark et al.,

1993; Gordon & Nusse, 2006).

Page 40: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

28

A via de WNT possui duas vertentes: a canônica, que é mediada por -

catenina, e a não-canônica, que envolve outros mensageiros, como Ca2+ ou

JNK (c-jun NH2 ter21254minal cinase) (Gordon & Nusse, 2006; Serra et al.,

2011). A via de WNT é complexa, pois 19 membros da família foram descritos

até o momento, e estes, por sua vez, ligam-se a uma família de receptores

trasmembranares do tipo serpentina chamada Frizzled (Fzd). Além disso, a

sinalização da via pode envolver mais de 50 mediadores intracelulares (Gordon

& Nusse, 2006). Os receptores Frizzled possuem na porção amino-terminal um

domínio rico em cisteína (CRD*), que é fundamental na promoção da interação

deste com as proteínas WNT. Contudo, para que haja ativação da via, além da

ligação ao receptor Frizzled também deve haver ligação ao co-receptor de

lipoproteína de baixa densidade (LRP) (Tamai et al., 2000; Wehrli et al., 2000).

O principal mediador intracelular da via canônica de WNT é a proteína -

catenina. Na ausência de sinalização, a -catenina citoplasmática forma um

complexo com as proteínas APC (Adenomatous polyposis coli) e Axina, que,

por sua vez, são substratos de GSK-3, uma proteína cinase. A -catenina

fosforilada pela GSK-3 é ubiquitinada e destruída pelo complexo proteasoma

(Gordon & Nusse, 2006). A ativação da via de WNT inibe a atividade do

complexo APC/Axina/CK1/GSK3β pela ligação da proteína Dsh (Dishevelled), o

que permite a translocação nuclear de -catenina (Gordon & Nusse, 2006;

MacDonald, Tamai & He, 2009; Wu et al., 2008). Uma vez no núcleo, ela

interage com os membros da família de fatores de transcrição TCF (T cell

factor) / LEF (Lymphocyte enhancer factor), deslocando os repressores

transcricionais Groucho, as histonas deacetilases e ativando os genes-alvo,

como c-myc e ciclina D1 (Fig.9). Por essa razão, é descrito como um

Page 41: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

29

importante fator no controle da proliferação celular de células-tronco de

diversos tecidos e também em processo neoplásico (Daniels & Weis, 2005;

MacDonald et al., 2009). No entanto, como dito anteriormente, diversos

mediadores adicionais podem se envolver nesta via, inclusive moléculas que

agem diretamente nos mecanismos de ativação transcricional, como Legless

(Lgs) e Pygopus (Pygo); o que pode influenciar a resposta celular à sinalização

de WNT (Gordon & Nusse, 2006; Nusse et al., 2008).

Existem também inibidores solúveis da via de WNT, antagonistas, como

Dickkopf (DKK) – uma família de proteínas capazes de se ligarem ao co-

receptor de Fzd, LRP, e bloquear a sua ligação com o complexo Fzd/WNT –,

responsável pela ativação da via (ten Dijke et al., 2008). Outra classe de

moduladores são os receptores solúveis de Frizzled (SFRPs), que também

possuem o domínio CRD e, por isso, competem com os receptores ancorados

à membrana pela ligação às proteínas WNT, servindo como importantes

moduladores negativos da via (Pannone et al., 2010).

Como citado inicialmente, a via não-canônica de WNT não está bem

descrita. O seu princípio básico é a independência de β-catenina. Em

vertebrados, a ativação da via ocorre por ligação de proteínas WNT ao receptor

Frizzled e a um co-receptor, um proteoglicano chamado Knypek. A proteína

Dsh também está envolvida, porém, deve estar localizada na membrana. A

partir desse ponto as possibilidades se abrem, podendo haver ativação da

superfamília de pequenas GTPases, como Rac e cdc42, que ativariam JNK ou

influxo da Ca2+ de forma dependente de Dsh, com ativação de PKC e CamKII;

que, teoricamente, bloqueariam a sinalização por β-catenina e a ativação do

Page 42: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

30

fator de transcrição sensível a cálcio, NFAT (nuclear factor of activated T cells)

.(Kuhl et al., 2000; Veeman, Axelrod & Moon, 2003).

Figura 9. Modelo resumido da via canônica de WNT. (A) Na ausência de sinal ativador, β-catenina fica solta no citoplasma e é capturada pelo complexo APC/Axina/CK1/GSK3β. Ela é osforilada na porção N-terminal e, em seguida, ubiquitinada e degradada; permanecendo TCF bloqueado por Groucho. (B) No momento em que WNT se liga ao complexo receptor, leva a adesão de DSH, que interage com o complexo APC/Axina/CK1/GSK3β, inibindo-o. Sem a ocorrência de fosforilação, a β- catenina se acumula no citoplasma e é translocada para o núcleo, culminando no deslocamento do inibidor Groucho e ativação de TCF/LEF em cooperação com múltiplos fatores de transcrição para ativar a transcrição gênica. Ao longo de todo esse processo, diversas moléculas podem interferir na ativação da via, algumas demonstradas em vermelho (Wend et al., 2010).

Ao longo dos anos, mutações relacionadas à via de WNT têm sido

correlacionadas com o aparecimento de diversos tipos de câncer, como a

mutação em APC, presente na síndrome hereditária da polipose adenomatosa

familiar; e o alto risco de câncer colorretal (Morin et al., 1997) ou em -

catenina, com produção de uma proteína constitutivamente ativa, que não é

Page 43: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

31

fosforilada e degradada, presente em cânceres gástricos, de cólon e

endométrio (Gordon & Nusse, 2006).

A importância da via de WNT no câncer de mama tem sido abordada

desde a identificação de aquisição da expressão de WNT-1 como

consequência da integração do vírus de tumor mamário murino (MMTV) (Nusse

& Varmus, 1982).

Na mama, a via de WNT parece ter papel importante, pois sua inibição

em modelo transgênico murino bloqueou seu desenvolvimento e a proliferação

induzida por gravidez. Em contrapartida, a hiperativação da via levou a um

aumento da proliferação e formação de tumores de fenótipos distintos,

dependendo do tipo de mutação (Teissedre et al., 2009). Mutações em ligantes

de WNT, como os receptores Frizzled, SFRP, membros da famímia de WIF

(fatores inibidores de WNT) e APC foram descritas em diversos tumores,

incluindo tumor de mama. Apesar disto, a associação entre a localização

subcelular de -catenina no citoplasma e núcleo, que caracterizaria a ativação

da via canônica de WNT, e pior prognóstico, ainda é inconclusiva, pois embora

alguns grupos tenham encontrado uma correlação positiva, outros relataram o

oposto (Geyer et al., 2011; Khramtsov et al., 2010; Lin et al., 2000; Wong et al.,

2002; Zardawi et al., 2009). Além de mutações na via, aumento de expressão

de receptores FZD1 e FZD2, a amplificação dos genes da via canônica de

WNT também têm sido observada em cânceres de mama, o que leva à

hiperatividade da via e levanta a possibilidade de estratégias terapêuticas que

visem inibir essa via (Barker & Clevers, 2006; Benhaj, Akcali & Ozturk, 2006;

Huguet et al., 1994; Klarmann, Decker & Farrar, 2008; Wend et al., 2010;

Zardawi et al., 2009).

Page 44: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

32

Deve ser considerado que -catenina também faz parte dos complexos

de adesão celular mediados por caderina. Recentemente, tem se observado

que a clivagem sequencial de caderinas por MMP e, em seguida, pelo

complexo enzimático de -secretase, leva a um aumento do pool citoplasmático

de -catenina não fosforilada que pode ser translocada para o núcleo,

potencializando a sinalização canônica de WNT (Jeanes, Gottardi & Yap, 2008;

Shoval, Ludwig & Kalcheim, 2007). A associação entre caderinas e invasão

tumoral é reconhecida há muito tempo. Em modelo experimental de melanoma

foi demonstrado que a superexpressão de caderina leva a uma dimiuição do

potencial tumorigênico e de invasão (Jacobs et al., 2011; Tamura et al., 2003).

Esses resultados sugerem que a interação de -catenina, mediador da via de

WNT, com caderinas, tem papel importante no fenômeno de EMT.

Clássicamente, a EMT requer a cooperação de oncogenes Ras e

receptores tirosina cinase. A sinalização por TGF-β é conhecida por agir

inibindo a proliferação de células normais, porém, essa resposta é contexto-

dependente e TGF-β pode contribuir para a progressão tumoral se as células

adquirirem resistência aos seus efeitos inibitórios. Essa resistência origina-se

exatamente da expressão de oncogenes Ras e receptores tirosina cinase.

Ambos induzem ativação da via de MAPK/PI3K, com diferentes membros de

MAPK atuando em diferentes tipos celulares, mas todos levando fatalmente ao

estimulo de proliferação. TGF-β induz diversos fatores de transcrição que

regulam migração e adesão celular, como Sip1, Snail, Smad3 e RhoA. Os

primeiros três agem como repressores transcricionais de E-caderina, enquanto

RhoA age sobre o citoesqueleto aumentando a motilidade celular, logo,

contribuindo no fenômeno de EMT (Lehmann et al., 2000; Oft et al., 1996;

Page 45: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

33

Thiery, 2002; Zavadil et al., 2004). Esse fenômeno pode ainda ser amplificado,

pois TGF-β induz sua própria secreção formando um looping autócrino que

acredita-se ser essencial para a manutenção da EMT e a ocorrência de

metástase, como demonstrado em modelos murinos (Lehmann et al., 2000; Oft

et al., 1996; Thiery, 2002; Zavadil et al., 2004).

A relação entre a via canônica de WNT e EMT parece complexa e,

possivelmente, dependente do tipo celular envolvido. Em alguns tipos tumorais,

como no câncer colo-retal, a presença de β-catenina nuclear foi correlacionada

com EMT (Baldus et al., 2004; Thiery, 2002). Porém, em fibroblastos, linhagens

de carcinoma de cólon (SW48, HCT116, SW480 e DLD1), de melanoma

(M619) e na linhagem HeLa, o aumento da expressão de β-catenina e sua

presença nuclear não levou a EMT, mas sim a apoptose de forma

independente de LEF (Kim et al., 2000).

O envolvimento da via canônica de WNT com EMT é dependente de

modulação da expressão membranar de E-caderina, diminuição por clivagem,

(Huber, Kraut & Beug, 2005) e possivelmente da atividade transcricional no

núcleo. A atividade está aparentemente mediada por outros elementos do

complexo de adesão, como o fragmento CTF2 de E-caderina (que é

translocada para o núcleo) ou p120, ou ainda Kaiso, que podem, todos, atuar

na expressão gênica inibindo a atividade transcricional de β-catenina (Daniel,

2007; Ferber et al., 2008; Park et al., 2005b).

Desta forma, a grande questão definida em termos de EMT é o controle

de caderinas. Aparentemente, fatores de crescimento como FGF1, EGF, IGF2

e HGF induzem sua internalização, sendo a caderina degradada, enquanto a β-

catenina seria translocada para o núcleo, onde ativaria a transcrição de c-myc

Page 46: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

34

e snail. Este, por sua vez, leva a perda de adesão celular por diminuição da

expressão de E-caderina membranar, de desmossomas, de conexinas e,

simultaneamente, induz secreção de proteases (Micalizzi et al., 2010; Thiery,

2002). Em linhagem de câncer de mama, já foi demonstrado que -catenina

induz a atividade de snail com consequente aumento da expressão de

vimentina, indicando sua participação na EMT (Gilles et al., 2003; Yook et al.,

2006).

1.6. Interrelações entre as vias de Galectina-3 e WNT

A hipótese de interação entre as vias de Gal-3 e WNT advém de

análises da sequência de Gal-3 que mostram similaridades com -catenina,

como a sequência S92XXXS96, responsável pelo reconhecimento de GSK-3.

De fato, ensaio bioquímico mostrou que Gal-3 pode servir como substrato de

GSK-3o que modifica a interação com seus ligantes e promove a

translocação nuclear, influenciando funções como malignidade e sobrevivência

celular (Balan et al., 2010; Mazurek et al., 2000; Mazurek et al., 2005;

Takenaka et al., 2004). Adicionalmente, a proteína axina também reconhece

Gal-3, pelo mesmo domínio que reconhece a -catenina, sugerindo que Gal-3

funcione como regulador da via de WNT (Shimura et al., 2005). Além dessas

similaridades estruturais, tem sido cada vez mais estudada a interação física

entre β-catenina e Gal-3, pois ambas podem se localizar no núcleo. Foi

demonstrado que, de fato, elas ligam-se por suas porções N- e C-terminais,

respectivamente. Essa interação forma um complexo com TCF4 e transcrição

de c-myc e ciclina D1, entre outros. Funcionalmente, isso pode ser traduzido da

seguinte forma: (i) linhagens que não expressam Gal-3 (BT549), quando

Page 47: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

35

transfectadas com Gal-3 apresentam um aumento de 5 vezes na atividade da

via de WNT e (ii) linhagens que já apresentavam Gal-3 (HT29), quando

transfectadas, ou seja, com superexpressão de Gal-3, ainda assim

apresentavam aumento de 3,8 vezes da atividade de WNT (Shimura et al.,

2004). Em tumores tireoidianos e carcinoma cístico de adenóide, tem-se

verificado a correlação entre presença nucelar de Gal-3 e β-catenina com

expressão de ciclina D1 (Ferrazzo et al., 2009; Weinberger et al., 2007). Já em

carcinoma de cólon, estudos com as linhagens LS174T e LiM6 mostraram que

o silenciamento de Gal-3 leva a diminuição dos níveis de β-catenina nuclear e,

consequentemente, da atividade de TCF4, com indução de apoptose. Por outro

lado, a tranfecção de Gal-3 levou a um aumento de β-catenina nuclear e da

atividade transcricional de TCF4. Na verdade, o efeito de Gal-3 foi dependente

de AKT, PI3K e GSK-3β. Seu silenciamento provocou desfosforilação de GSK-

3β, tornando-a mais ativa e, consequentemente, levando a um aumento da

degradação de β-catenina (Shi et al., 2007; Song et al., 2009).

1.7. Células tumorais disseminadas e micrometástase medular no tumor de mama. Como falado anteriormente, a avaliação de metástase em linfonodo é utilizada

rotineiramente no estadiamento dos tumores de mama.No entanto,

recentemente, tem-se investido na avaliação de prognóstico pela presença de

micrometástases ou células tumorais disseminadas, pois este fenômeno

parece ser um evento inicial nos tumores de mama (Allan & Keeney, 2010;

Pantel & Alix-Panabieres, 2010). Deve ser ressaltado que células tumorais

isoladas, células tumorais disseminadas, metástases ocultas, doença residual

mínima e células micrometastáticas são termos usados na literatura para

Page 48: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

36

descrever micrometástases. Porém, células tumorais isoladas devem ser

mencionadas de forma distinta das micrometástases propriamente ditas, uma

vez que estas se distinguem por contato de células metastáticas com vasos

sanguíneos ou linfáticos, reação estromal extravascular e proliferação tumoral

formando grupos de células, menores que 2mm, distantes da lesão primária.

Em contrapartida, as células isoladas (doença residual mínima) seriam, na

realidade, uma etapa anterior das micrometástases (Ozbas et al., 2003).

A disseminação precoce do tumor de mama, em especial para a MO,

tem surgido como um fator prognóstico independente (Braun, Auer & Marth,

2009; Braun et al., 2001; Braun et al., 2000; Braun et al., 2005; Engel et al.,

2003; Ozbas, Dafydd & Purushotham, 2003; Pantel & Otte, 2001; Vincent-

Salomon, Bidard & Pierga, 2008), mesmo após 5 anos da retirada do tumor

primário (Riethdorf & Pantel, 2008; Slade et al., 2005; Vincent-Salomon et al.,

2008). Entre 24-43% das pacientes com câncer de mama apresentam

micrometástase na MO (Pantel & Otte, 2001). Embora a maioria das pacientes

com micrometástase medular possua tumores em estádios mais avançados,

negativos para ER, a presença de micrometástse medular foi observada em

pacientes com tumores menores do que 2 cm e que não apresentavam

metástase em linfonodo (Braun et al., 2005). O índice de mortalidade dessas

pacientes era maior, 14% contra 1% das que não apresentavam

micrometástase (Fig. 10), tornando este achado um fator prognóstico

independente (Braun et al., 2000; Tjensvoll et al., 2010). Mais importante:

recentemente foi descrita a identificação de células tumorais na MO de

pacientes com carcinoma dutal in situ (DCIS), sendo detectadas em 57% das

pacientes que apresentavam microinvasões e em 21% das que não

Page 49: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

37

apresentavam microinvasão. Após 30 meses de acompanhamento, 25%

dessas pacientes desenvolveram carcinoma contralateral ou DCIS contralateral

(Sanger et al., 2011), indicando que o fenômeno é precoce e importante no

prognóstico das pacientes. Apesar disto, em função do desconforto causado

para obter-se aspirados de medula, o monitoramento de micrometástase

medular não tem sido utilizado na rotina clínica e, por isso, tem-se investido na

análise de células tumorais no sangue periférico (Criscitiello, Sotiriou &

Ignatiadis, 2010; Muller et al., 2005; Zhao et al., 2011) e na caracterização, no

tumor primário, de células com potencial de disseminação precoce (Falck et al.,

2010; Taranger-Charpin et al., 2009; Woelfle et al., 2003).

Page 50: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

38

Figura 10. Curva de sobrevida de pacientes com de câncer de mama pós-

cirurgia comparando diferentes prognósticos em pacientes que apresentavam ou não células tumorais em linfonodos ou medula óssea (Braun et al., 2000).

As análises de células tumorais circulantes e a presença de

micrometástase medular mostraram um fato curioso. O tempo de latência das

células na MO pode variar, chegando a anos para formação ou não de micro

ou macrometástases detectáveis. Um grupo norueguês analisou 110 pacientes,

correlacionando a presença de micrometástases na MO com o intervalo livre de

doença e mostrou que as pacientes com células na MO apresentavam maior

intervalo livre de doença do que aquelas onde não foram observadas células

na MO (Bidard et al., 2008). Esses achados fortalecem a idéia de que o

microambiente da MO favorece a manutenção de células tumorais dormentes

e resistentes a quimioterapia (Bidard et al., 2008; Nicola et al., 2003; Ozbas et

al., 2003). Seguindo a hipótese da existência de CSC, que seriam quiescentes

e responsáveis pelas metástases, Balic e colaboradores observaram que na

Page 51: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

39

MO em torno de 72% das células positivas para citoqueratina são CD44+CD24-,

enquanto apenas 10% das do tumor primário apresentam este fenótipo (Al-Hajj

et al., 2003; Balic et al., 2006). No entanto, células com fenótipo distinto das

CSC de mama também foram observadas, o que levou a proposta,

anteriormente citada, de que as variações no percentual de células

CD44+CD24-, CD44+CD24+, CD44-CD24+ e dupla negativas se devessem a

processos de auto-renovação, proliferação, diferenciação e apoptose (Honeth

et al., 2008; Meyer et al., 2009). Contudo, é possível que o fenótipo seja

influenciado pelo microambiente, como já mencionado antes (Kaipparettu et al.,

2008; Meyer et al., 2009).

Acredita-se que as metástases não sejam aleatórias, uma vez que sítios

preferenciais, dependendo do tipo de câncer, são observados. Os alvos

preferenciais do tumor de mama são ossos, pulmões e fígado. Esta idéia de

que uma interrelação entre a célula tumoral (semente=seed) e o microambiente

do órgão em questão (solo=soil) é fundamental (Fidler & Nicolson, 1976;

Heppner, 1984) tem sido apoiada por observações que descrevem

mecanismos como a expressão de moléculas de adesão (VCAM1),

metaloproteinases (MMP-1) e quimiocinas (CXCL1), que direcionam

especificamente a metástase (Minn et al., 2005). Mais: modificações no

microambiente do tecido alvo, que antecedem a chegada das células tumorais,

formariam um nicho pré-metastático, favorecendo a metástase (Kaplan, Rafii &

Lyden, 2006; Kaplan et al., 2005; Peinado, Lavotshkin & Lyden, 2011; Psaila et

al., 2006; Psaila & Lyden, 2009). No entanto, os mecanismos podem ser

múltiplos e variados, o que requer ainda investigações.

Page 52: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

40

As células tumorais que semeiam a MO devem usar a via hematogênica,

pois não se observou correlação entre metástase em linfonodo e

micrometástase medular, embora esta tenha se correlacionado com a área de

microvasos no tumor primário (Benoy et al., 2005). Importante citar que a

vascularização do tumor primário se correlaciona com um maior índice de

mortalidade (Hansen et al., 2000). Na MO, as células tumorais deixam os

sinusóides e localizam-se em grupos nos espaços intertrabeculares (Ozbas et

al., 2003; Pantel & Otte, 2001). Porém, a localização da doença residual

mínima não é bem descrita ainda, pois este ponto da progressão requer

enorme sensibilidade técnica para identificação e localização de células

isoladas (Pantel & Otte, 2001).

1.8. Galectina-3 no microambiente hematopoiético e na metástase medular

Como mencionado anteriormente, Gal-3 foi observada no microambiente

medular. Análises por citometria de fluxo, imunocitoquímica e imunoblotting

demonstraram a presença de Gal-3 como parte da MEC, solúvel no meio

intersticial e aderida à superfície celular na medula óssea de ratos (Glinsky et

al., 2001; Krugluger et al., 1997). Em camundongos, Gal-3 pôde ser observada

nos ossos, sendo expressa em condrócitos da placa de crescimento e nos

osteoblastos, osteócitos trabeculares e osso cortical da diáfise, assim como em

osteoclastos dessa região. Também foi vista nas células mononucleares da

MO, principalmente células mielóides e no estroma que as circunda.

Curiosamente, não foi observada em nichos de eritropoiese ou linfopoiese. Sua

localização era predominantemente intracelular, no citoplasma ou no núcleo,

em zona de calcificação e em osteoblastos novos, raramente apresentando-se

Page 53: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

41

em meio extracelular (Colnot et al., 1999; Krugluger et al., 1997). Sua presença

em osteoblastos levantou a questão do seu envolvimento na diferenciação

destas células. Verificou-se que a expressão de Gal-3 é controlada por RUNX2,

um fator de transcrição responsável pelo desenvolvimento ósseo. A

superexpressão de RUNX2 levou a expressão de Gal-3 em linhagem de

células mesenquimais murinas, verificando-se que Gal-3 estava ausente no

esqueleto de camundongos nocautes para RUNX2. De fato, foi demonstrado

que a indução osteogênica em calvária de rato leva ao aumento concomitante

da expressão de genes característicos de osteoblastos (fosfatase alcalina,

BMP e osteocalcina) e de Gal-3. Além disso, foi mostrada a presença de sítios

de ligação para RUNX2 no promotor de Gal-3 de camundongos e também de

humanos (Aubin et al., 1996; Stock et al., 2003). Portanto, a Gal-3 faz-se

presente na medula óssea murina e é secretada em regiões de diferenciação

de osteoblastos, ou seja, nicho subendosteal, que temos como modelo nesse

estudo, havendo indícios de que isso seja também verdade para humanos.

Em células hematopoiéticas, verificou-se que a adição de Gal-3 exógena

inibe a proliferação induzida pelo fator etimulador de colônias de granulócitos e

macrófagos (GM-CSF, Granulocyte Macrophage-Colony Stimulating Factor),

mostrando seu possível papel regulador da mielopoese (Krugluger et al., 1997).

Além disto, observou-se que Gal-3 influencia a produção de eosinófilos,

linfócitos e plasmócitos, uma vez que camundongos nocautes para Gal-3

apresentam aumento dessas populações (Oliveira et al., 2007).

Recentemente, tem-se atribuído a expressão de Gal-3 o papel imunorregulador

que as MSC de MO apresentam, uma vez que MSC silenciadas para Gal-3, via

Page 54: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

42

siRNA, perdiam sua capacidade de inibir a proliferação de linfócitos T (Sioud et

al., 2010). Logo, essa Gal-3 medular apresenta diversos papéis fisiológicos.

O papel de Gal-3 na metástase tumoral e sua presença no

microambiente medular levantam questões sobre sua possível função no

desenvolvimento de micrometástases medulares. Observou-se, por exemplo,

que células de tumor de próstata aderiam preferencialmente a células

endoteliais derivadas da MO, de forma dependente de Gal-3 (Lehr & Pienta,

1998), o que foi posteriormente comprovado também para células de tumor de

mama. O bloqueio de Gal-3 na interação com HUVEC levava à inibição de

adesão de 50% das células tumorais, em média, enquanto com endotélio

medular a inibição chegou a 82%. Diversos ensaios foram realizados, inclusive

de microscopia confocal, permitindo observar que a galectina-3 da superfície

das células endoteliais de MO interagiam com o antígeno T nas células

tumorais, sendo este o primeiro passo sugerido para o desencadeiamento da

migração transendotelial e para que a galectina-3 faça parte do mecanismo de

tropismo do câncer de mama e próstata para o osso quando metastizado

(Glinsky et al., 2001; Glinsky et al., 2000). Mais recentemente, foi demonstrado

em modelo de neuroblastoma - um tumor que frequentemente produz

metástase para osso, fígado e medula óssea -, que as células tumorais

secretam uma proteína que se liga a Gal-3 das células estromais da MO,

induzindo estas a secretarem IL-6, provavelmente pela ativação da via de Erk-1

/ 2 (Fukaya et al., 2008). Deve ser ressaltado que IL-6 produzida por células do

estroma da MO tem um papel importante no estabelecimento de metástases

ósseas.

Page 55: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

43

Para o estabelecimento de metástase óssea, após a migração

transendotelial, uma série de outros eventos que modificam o metabolismo

ósseo de forma a favorecer a sobrevivência e a proliferação celular devem

ocorrer. Essas mudanças incluem um novo equilíbrio no remodelamento ósseo,

angiogênese e escape do sistema imune, e parecem ser mediadas por contato

célula-célula e por produção de fatores solúveis parácrinos ou autócrinos (Ara

& Declerck, 2010; De et al., 2003). A IL-6 é um dos fatores solúveis com papel

crucial nestes eventos. Ela age como fator de crescimento, via fosforilação de

pRB, ativação de Ras e STAT-3, e regula sobrevivência celular, por aumento

da expressão de diversas proteínas como Bcl-2, Bcl-XL, Mcl-1 e survivina (Ara

& Declerck, 2010; Meads, Hazlehurst & Dalton, 2008). Além disso, a IL-6

reprime a expressão de e-caderinas, via STAT-3, favorecendo um fenótipo

mesenquimal invasivo (Leslie et al.). Quanto ao microambiente circundante, a

IL-6 contribui para lise óssea por indução de RANKL em osteoblastos e células

tumorais, além de outros fatores relacionados com a reabsorção óssea, PTHrP,

IL-8, IL-11 e Cox-2 (Ara & Declerck, 2010; Chauhan et al., 1997; Guillen, de

Gortazar & Esbrit, 2004; Gunn et al., 2006; Urashima et al., 1997).

Adicionalmente, IL-6 promove a secreção de DKK-1, que age sobre

osteoblastos bloqueando a via de WNT, fundamental, como já falado, para a

osteogênese (Kim et al., 2007). Assim, a IL-6 tem um papel fisiológico, porém,

o seu desbalanço durante o câncer leva a manutenção da célula tumoral e lise

óssea, característica das metástases que afetam esse órgão.

Page 56: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

44

1.9. Influência da via de sinalização de WNT no microambiente

hematopoético

A ativação da via de WNT tem papel importante no microambiente

hematopoético agindo sobre as HSC. Em experimentos com camundongos

nocautes condicionais para c-myc, gene alvo de TCF-LEF, foi verificado

acúmulo de HSC no nicho subendosteal com concomitante aumento da

expressão de N-caderina e integrinas. Além disso, também foi verificado que

após a divisão das HSC, a célula filha, que mantém alta expressão de c-myc e

baixa expressão de moléculas de adesão, entra em proliferação e

diferenciação, sugerindo que c-myc seja fundamental na regulação da saída do

nicho subendosteal e expansão do pool para diferenciação, o que foi

confirmado por outros trabalhos (Duncan et al., 2005; Wilson et al., 2004).

A N-caderina, como dito, é um dos mediadores da interação entre HSC e

osteoblastos, via interação homotípica; estabelece junções aderentes, onde -

catenina se liga à porção citoplasmática da molécula de caderina e se associa

também com -catenina e -actina, formando um complexo estável com o

citoesqueleto. Nesta conformação, a -catenina fica aprisionada,

impossibilitada de se translocar para o núcleo e, consequentemente, ativar a

via canônica de WNT (Shoval et al., 2007). Logo, pode-se levantar a hipótese

de que a presença de N-caderina esteja diretamente relacionada com o

bloqueio da via de WNT, e que isto seja importante na quiescencia da célula, já

que a via de WNT parece ser importante no processo de expansão das HSC

(Reya et al., 2003). Uma vez que isto já está descrito para a HSC, imagina-se

que a suposta CSC também possa utilizar-se dos mesmos sinais para se

Page 57: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

45

manter, sendo o câncer notoriamente uma doença oportunista e a medula

óssea considerada santuário para células tumorais.

Análises da expressão de diferentes membros da via de WNT em

tecidos hematopoéticos, durante o período fetal murino, permitiu a observação

de WNT5a (que utiliza principalmente a via não canônica) e WNT10b (via

canônica) no saco vitelino, no dia 11, e no fígado fetal, no dia 14, condizente,

assim, com o momento de expansão das HSC. Além disso, os autores

estudaram o efeito de meio condicionado enriquecido em WNT-1, 5a ou 10b,

no comportamento de HSC isoladas de fígado fetal, e observaram uma

significativa expansão no número de células e unidades formadoras de

colônias, 7, 8 e 11 vezes respectivamente em relação ao controle (Austin et al.,

1997).

Trabalhos com progenitores hematopoéticos humanos chegaram a

resultados semelhantes. Em ensaios de co-cultura de células CD34 com

células estromais de primatas transfectadas com WNT-5a, 2b ou 10b,

observou-se expansão do número de células CD34+ e de colônias mielóides de

granulócito e macrófago e de eritrócitos (CFU-GM, granulocyte macrophage-

colony forming unit e BFU-e, erithrocyte-burst forming unit) em todos os casos

(Van Den Berg et al., 1998).

Em 2003, o grupo de Weissman, em um belo trabalho demonstrando a

contribuição da via canônica de WNT na auto-renovação de HSC, observou

que a transfecção de HSC com gene de -catenina constitutivamente ativa

levava a expansão celular, mantendo sua propriedade de HSC, já que o

transplante destas células em camundongos irradiados letalmente levou a

reconstituição da hematopoese de longa duração (Reya et al., 2003). Essa é

Page 58: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

46

uma área de estudo ainda em desenvolvimento e a literatura apresenta

incongruências no que diz respeito ao papel de WNT sobre as HSC. Em 2004,

por exemplo, um grupo do Japão publicou um trabalho contradizendo o

trabalho de Weissman, relatando terem transfectado células estromais de MO

humana com WNT5a (via não canônica) ou WNT3a (via canônica), e analisado

o co-cultivo destas células com células CD34+ de sangue de cordão umbilical.

Eles observaram que os co-cultivos com WNT5a foram responsáveis por um

aumento do número de cooblestone (áreas de interação das HSC com o

estroma de MO), de células CD34 e de unidades formadoras de colônias (CFC)

após 2 semanas, que se mantinha por até 35 dias. Já células transfectadas

com WNT3a induziram efeito parecido com o controle e, após 35 dias, o

número de colônias foi menor em relação ao controle, levando-os a sugerir que

WNT3a não seria responsável pela expansão das HSC (Chiba et al., 2004).

Neste mesmo ano, Cobas e colaboradores publicaram um trabalho com

nocautes condicionais para -catenina na MO mostrando que a ausência desta

não impossibilita a auto-renovação ou a capacidade de formação das linhagens

hematopoéticas diferenciadas (Cobas et al., 2004). No entanto, a importância

de WNT-5a na expansão do pool de HSC é uma concordância entre os

diferentes grupos. Em 2003, foi publicado um trabalho demonstrando in vivo a

importância desta molécula. Camundongos imunodeficientes irradiados que

recebiam injeção intraperitoneal de meio condicionado com WNT5a em dias

alternados, por 2 semanas, antes do transplante com células humanas

CD34+CD38-Lin- apresentaram, após 14 dias, enxerto de células

hematopoéticas humanas, inclusive de células CD34+CD38-, quatro vezes

maior que os controles que não receberam WNT5a. Ensaios funcionais in vitro

Page 59: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

47

mostraram que as células da MO de animais tratados com WNT-5a possuíam

um maior número de unidades formadoras de colônia em comparação com o

controle, mostrando o papel desta molécula na expansão do pool de

progenitores hematopoéticos humanos. Curiosamente, em ensaios com

transplantes de HSC murinas, nenhum efeito de WNT5a foi observado,

sugerindo que a regulação de hematopoese por WNT é espécie-específica

(Murdoch et al., 2003).

Neste mesmo trabalho, usando camundongos transgênicos com duplo

reporter para Notch (CBF-1 associado a GFP) e para WNT (TCF/LEF

associado a -galactosidase), os autores observaram que na MO destes

animais o número de células duplo positivas na região trabecular era grande

(85% das células -galactosidade+ também eram GFP+). Quando realizaram

transplantes com HSC onde a via de Notch havia sido bloqueada através de

transfecção de HSC com dominantes negativos, ou seja, com a porção

intracelular inativa, observaram uma diminuição de 70% na pega dos

transplantes. No entanto, estas células eram capazes de responder ao estímulo

com WNT3a, pois quando cultivadas com este fator aumentavam a taxa de

proliferação, mostrando que o efeito de WNT3a é independente de Notch.

Porém, estas células diferenciaram com maior rapidez, indicando que a

manutenção do estado indiferenciado é papel de Notch. Logo, na realidade,

Notch e WNT agiriam sinergicamente no controle da auto-renovação,

controlando processos distintos de forma não acoplada, sendo de WNT a

função de controlar a proliferação (Duncan et al., 2005).

Page 60: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

48

1.10. Microambiente Medular e Células-Tronco. 1.10.1. Interação entre o microambiente medular e células tumorais.

A idéia de que a MO poderia ser um ―santuário‖, onde as células

tumorais entrariam em quiescência e adquiririam resistência aos

quimioterápicos advém das pesquisas com as células-tronco hematopoiéticas

(HSC, Hematopoietic Stem Cells). Acredita-se, como discutiremos adiante, que

a auto-renovação, uma característica de células-tronco, e a quiescência das

HSC na MO sejam controladas tanto por mecanismos autônomos como pelo

microambiente, em especial o nicho subendosteal (Calvi et al., 2003; de Barros

et al., 2010; Zhang et al., 2003). Portanto, é possível que as células tumorais

utilizem os mecanismos fisiológicos de manutenção das HSC, estabelecendo

assim a doença residual mínima intramedular (Meads et al., 2008; Rao et al.,

2004), o que foi demonstrado em modelo experimental de leucemia mielóide

aguda (Ishikawa et al., 2007).

A relação de células tumorais de mama com o nicho subendosteal da

MO pode ser inferida por ensaios de microarray comparando células isoladas

de tumores primários de mama de pacientes com e sem micrometástase

medular. Em acordo com as evidências de que um dos fatores que favorece a

manutenção das HSC no nicho subendosteal é a hipoxia (Kubota, Takubo &

Suda, 2008; Parmar et al., 2007), observou-se um aumento de 2,7 vezes na

expressão do fator 1 induzido por hipoxia (HIF-1α, Hypoxia-Inducible Factor-1)

nas pacientes com micrometástase medular em relação às que não

apresentavam micrometástase (Woelfle et al., 2003). Em 2006, Phadke e

colaboradores fizeram um elegante trabalho para acompanhar a dinâmica da

invasão da MO por células da linhagem tumoral MDA435, desde o momento de

Page 61: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

49

células isoladas até o surgimento de grupos celulares. Após uma semana da

injeção sistêmica dessas células, foram observados pequenos focos de 2-10

células associadas a osteoblastos na região endosteal das metáfises. Com o

tempo, os focos se fusionaram, tornando-se menos numerosos, porém

maiores. Após 4 semanas, estes focos culminaram com a formação de uma

grande massa única, com redução no número de osteoblastos, mas quase

nenhuma influência no número de osteoclastos. Duas observações importantes

devem ser ressaltadas: em primeiro lugar, a localização inicial das células

tumorais na região subendosteal, corroborando a hipótese formulada; e em

segundo, uma possível explicação para o quadro de osteólise por diminuição

da população de osteoblastos que se associa à ativação de osteoclastos e

indução de osteoclastogênese pelas células tumorais, via RANK/RANKL, que,

por sua vez libera fatores de crescimento da matriz óssea e gera um feedback

positivo de lesão óssea e proliferação tumoral (Canon et al., 2008).

Além da quiescência, o fenômeno de indução de resistência a múltiplas

drogas, chamado de EM-MDR (Environment Mediated-Multiple Drug

Resistance), pela MO tem sido observado em neoplasias hematológicas. A MO

parece contribuir para este fenômeno através de múltiplos fatores, incluindo

fatores solúveis, como IL-6, contato direto com as células estromais, via

Notch/Jagged e VLA-4/VCAM1, e elementos de matriz, como fibronectina e

osteopontina, que, agindo em conjunto, inibiriam as vias de apoptose e

induziriam resistência a drogas (Fig.11) (Meads et al., 2008). Após pressão

seletiva, clones alterados genética e epigenéticamente que sobreviveram

originariam um fenótipo mais complexo de resistência a drogas de forma

independente do microambiente (Hazlehurst et al., 2006). Existem indícios de

Page 62: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

50

mecanismo de EM-MDR em células tumorais de mama e próstata. A adesão a

MEC via β1-integrina inibiu a apoptose induzida por Paclitaxel e Vincristina

(Aoudjit & Vuori, 2001) e a expressão de integrina αvβ3, normalmente expressa

por leucócitos ativados, e que reconhece fibronectina e osteopontina (Cooper,

Chay & Pienta, 2002), em células tumorais é fundamental para o

estabelecimento de metástases ósseas no caso de tumor de próstata (McCabe

et al., 2007) e de mama (Takayama et al., 2005). A superexpressão de αvβ3 na

linhagem de tumor de mama MCF-7 induziu resistência ao efeito de éster de

forbol, que era abolida quando a adesão a osteopontina, uma molécula que, na

medula óssea, é caracteristicamente expressa no nicho subendosteal (Nilsson

et al., 2005; Stier et al., 2005), era inibida por anticorpo anti-αvβ3 (Noti, 2000).

Esses fatores colocam a interação tumor-microambiente e, em especial, o

microambiente da MO, como fundamental alvo terapêutico para que se

alcancem melhores prognósticos.

Page 63: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

51

Figura 11. Modelo de Resistência a múltiplas drogas induzida pelo microambiente (EM-MDR). Fatores presentes no microambiente da MO induzem o

fenômeno de EM-MDR em tumores hematopoiéticos, protegendo essas células de agentes quimioterápicos. CXCL12/SDF-1 induz o homing das células tumorais para a

MO via receptor CXCR4. Em seguida, interações com células estromais, via Notch e integrina (VLA-4), e com a MEC, principalmente fibronectina, e fatores solúveis, como IL-6, secretados pelas células estromais estimuladas pelas tumorais, via FGF e VEGF. Na célula tumoral há aumento da expressão de p27/Kip1, c-FLIPL e Bcl-XL e dimunuição da expressão de Bim, todos contribuindo para o fenômeno EM-MDR (Meads et al., 2008).

1.10.2. Nicho subendosteal e Células Mesenquimais do Estroma da Medula Óssea. A hematopoese, processo de formação de todas as células sanguíneas,

depende de uma única célula, a HSC, caracterizada por sua capacidade de

auto-renovação e de diferenciação para as várias linhagens hematopoiéticas

(Kondo et al., 2003), cuja manutenção depende de interação com nichos

Page 64: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

52

específicos (Adams et al., 2006; Calvi et al., 2003). Na vida adulta, a

hematopoiese ocorre na medula óssea, mas durante a vida fetal ela ocorre em

diferentes sítios, de forma sequencial (Godin & Cumano, 2002). A colonização

de um sítio pelas HSC parece ser precedida por modificações no

microambiente, como co-localização do par VCAM-1/fibronectina que não é

mais observada, uma vez que o órgão deixa de ser hematopoiético (Tada,

Widayati & Fukuta, 2006). Esse processo é curiosamente similar à formação do

nicho pré-metastático.

Na MO, as HSC localizam-se majoritariamente na região subendosteal

(Nilsson, Johnston & Coverdale, 2001) e, ao longo do processo de proliferação

e diferenciação para as diversas linhagens do sangue, os progenitores

hematopoiéticos migram em direção aos seios venosos centrais, entrando em

contato com diferentes nichos (Schofield, 1978), para, finalmente, atingir a

corrente sanguínea (Fig. 9) (Taichman, 2005). Os diversos nichos são

reconhecidos pela localização das células hematopoiéticas e pouco se sabe

sobre sua composição. Admite-se que sejam formados pela interação dos

progenitores hematopoiéticos com as células do estroma medular, a matriz

extracelular, aliada a fatores de crescimento e quimiocinas, que geram

sinalização intracelular e estabelecem um determinado

comportamento/fenótipo (Kim et al., 2009; Lazar-Karsten et al., 2010; Mansour

et al., 2011; Nilsson et al., 1997; Reya et al., 2001; Taichman, 2005). Essas

observações levantaram grande interesse na caracterização dos nichos e dos

fatores envolvidos no controle do destino das HSC, ou seja, quiescência,

proliferação, auto-renovação ou diferenciação e migração. No entanto, o

estroma da MO é heterogêneo e inclui células reticulares e adventícias,

Page 65: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

53

osteoblastos, células acumuladoras de gordura, endotélio e células de origem

hematopoiética, como macrófagos (Weiss, 1976). A MEC da MO é rica

principalmente em fibronectina, amplamente distribuída, proteoglicanos (ex:

heparan sulfato) e glicosaminoglicanos (ex: ácido hialurônico). Outros

componentes apresentam localização mais restrita, como colágenos do tipo I,

no osso trabecular, e do tipo IV, formando, com laminina, a membrana basal

dos vasos (Nilsson et al., 1998; Zuckerman, 1984), e osteopontina, que, como

informado anteriormente, é predominantemente observada na região

subendosteal (Nilsson et al., 2005; Stier et al., 2005). Além destas, galectina-3,

uma lectina que pode se associar a moléculas da MEC ou localizar-se em

compartimentos celulares, e cujo papel na biologia de cálulas tumorais será

abordado adiante, foi observada em diversos sítios, incluindo ossos e estroma,

que circunda as células da linhagem mielóide (Glinsky et al., 2001; Krugluger et

al., 1997).

A região subendosteal é formada por osteoblastos, uma camada de

células reticulares subendosteais, e osteoclastos esparsamente dispostos ao

longo do endósteo, em sítios de reabsorção óssea (Balduino et al., 2005;

Purton & Scadden, 2006; Rossi et al., 2005). Na verdade, essa região é

complexa e dinâmica, sendo possível imaginar que isto afete a formação dos

nichos de HSC e modifique sua migração e auto-renovação. Células da

linhagem osteogênica (bone lining cells), que se encontram em diferentes

graus de ativação, recobrem a superfície interna dos ossos compacto e

trabecular. O pólo basal está aderido firmemente à superfície óssea, enquanto

o lado apical interage com as células do sistema hematopioético,

especialmente com as HSC (Calvi et al., 2003; Purton & Scadden, 2008; Zhang

Page 66: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

54

et al., 2003). As características e a função das células reticulares

subendosteais são pouco conhecidas, pois, em geral, não há uma distinção

muito clara entre estas e as demais células reticulares que constituem o

estroma medular. Recentemente, trabalhos experimentais sugerem que uma

população celular denominada de célula-tronco mesenquimal ou célula

mesenquimal do estroma (MSC, Mesenchymal Stromal Cells) localizam-se

nesta região, em íntimo contato com as HSC (Fig. 12) (Muguruma et al., 2006).

Figura 12. Nicho subendosteal e cascata de diferenciação restritiva hematopoética.

Esquema mostra a organização espacial das células em diferenciação, com as populações mais diferenciadas mais próximas da região central da medula. Em detalhe, imagem por microscopia confocal das células-tronco hematopoéticas humanas transplantadas, em amarelo, localizadas no nicho subendosteal de camundongos NOD/SCID irradiados, entre o osso e células mesenquimais derivadas de MO humana previamente implantadas na cavidade medular, em verde. Núcleos em azul. (Montagem a partir de (Muguruma et al., 2006; Taichman, 2005).

Desde o trabalho pioneiro de Friedenstein (1976), demonstrando a

presença de uma população de células aderentes fibroblastóides clonogênicas,

as unidades formadoras de colônias de fibroblasto (CFU-F, Fibroblast-colony

Page 67: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

55

forming unit), e o trabalho de Pittenger e colaboradores (1999), mostrando o

potencial de diferenciação desta população, admite-se que o estroma não-

hematopoiético da MO também seja dependente de uma população de células-

tronco quiescentes e multipotentes, as MSC, que representam 0,0001 a 0,01%

das células nucleadas na MO (Bianco, Robey & Simmons, 2008). Deve ser dito

que células com características de MSC foram observadas em associação com

microvasos, portanto, relacionadas com os chamados pericitos, em diversos

órgãos (Crisan et al., 2008; da Silva Meirelles, Chagastelles & Nardi, 2006; da

Silva Meirelles et al., 2009; Sacchetti et al., 2007), não estando clara a relação

entre estas diferentes populações.

Embora tenha-se atribuído a osteoblastos a propriedade de manutenção

do pool de HSC no nicho subendosteal (Calvi et al., 2003; Zhang et al., 2003),

é interessante notar que as MSC de MO expandidas in vitro, ao contrário de

outras células estromais, como os próprios osteoblastos ou MSC

osteoinduzidas in vitro por 2 semanas, são caracteristicamente capazes de

organizar o microambiente hematopoiético. A injeção destas células em

associação com hidroxiapatita e fosfato de cálcio (HA/TCP) no subcutâneo

induz a formação de um ossículo ectópico com MO organizada e funcional

(Miura et al., 2006; Sacchetti et al., 2007). Dignas de nota são a sequência de

eventos e a contribuição das MSC e de outras populações celulares na

organização do microambiente hematopoiético. Há, inicialmente, formação de

trabéculas ósseas e estroma, ambos formados pelas MSC. Em seguida,

observa-se vascularização, sendo o endotélio de origem do hospedeiro, e,

finalmente, este microambiente é colonizado por células hematopoiéticas,

também do hospedeiro. Esses achados estenderam resultados obtidos

Page 68: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

56

anteriormente e confirmaram a propriedade exclusiva das MSC da MO de

organizar um microambiente hematopoiético, que não é compartilhada por

MSC isoladas de ligamento dentário (Shi et al., 2005). Portanto, é possível

imaginar que estas células tenham papel fundamental na preparação do nicho

de HSC, o que parece ser corroborado pela observação de que a migração de

MSC precede a migração das HSC nos sítios hematopoiéticos durante o

desenvolvimento embrionário (Mendes, Robin & Dzierzak, 2005).

A caracterização incompleta do nicho subendosteal tem como

consequência incertezas quanto aos fatores responsáveis pela regulação das

propriedades de quiescência, auto-renovação ou diferenciação e migração das

HSC. Acredita-se que a acoragem das HSC no nicho subendosteal seja

fundamental para indução de quiescência. Interações do tipo osteopontina/1

integrinas (Nilsson et al., 2005), a forma transmembranar do fator de células-

tronco (tm-SCF, Stem Cell Factor) e seu receptor, c-kit, expresso pelas HSC

(Driessen, Johnston & Nilsson, 2003), Angiopoietina-1(Ang-1)/Tie-2 (Arai et al.,

2004) e N-caderina (Hosokawa et al., 2010; Zhang et al., 2003), além de

fatores secretados, como TGF-β (Li, 2011) têm sido estudados.

A adesão de HSC a osteopontina (OP), uma glicoproteína fosforilada

que, na MO, localiza-se preferencialmente na superfície endosteal, via 1-

integrinas, reduz sua proliferação (Haylock & Nilsson, 2006; Nilsson et al.,

2005) e apoptose (Haylock & Nilsson, 2006; Stier et al., 2005). Embora ainda

não completamente esclarecido, o mecanismo parece envolver a diminuição da

expressão de Notch-1 (Haylock & Nilsson, 2006; Iwata et al., 2004), cuja via

está relacionada com a auto-renovação das HSC (Duncan et al., 2005; Karanu

et al., 2000; Stier et al., 2005), como veremos.

Page 69: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

57

Arai e colaboradores mostraram, em 2004, não somente a localização

específica de Ang-1 no nicho subendosteal, como também a presença de HSC

quiescentes que expressavam Tie-2+, receptor de Ang-1, e N-caderina,

sugerindo que a interação Ang-1/Tie2 seria importante para a ancoragem das

HSC no seu nicho e indução de quiescência. As vias de sinalização por trás do

processo de quiescência ainda não estão totalmente elucidadas, porém dois

mecanismos foram descritos. O primeiro é direto e baseado na propriedade de

Tie-2 como um receptor tirosina cinase, que, uma vez ativado através da

ligação com Ang-1, ativaria a via de Pi3-k (fosfatidil inositol-3 cinase)/Akt. Akt;

que, por sua vez, tem como um de seus alvos p21, proteína fundamental no

controle de ciclo celular, levando à estabilização desta e possivelmente inibindo

o ciclo celular. A outra possibilidade é uma ação indireta de Tie-2 devido à sua

ação estimuladora dos níveis de expressão de 1-integrina e N-caderina,

também via Akt (Gomei et al., 2010), consequentemente, aumentando a

adesão celular (Suda, Arai & Shimmura, 2005). Apesar da controvérsia (Kiel et

al., 2009), foi recentemente demonstrado que a adesão mediada por N-

caderina é necessária para a manutenção de hematopoiese de longa duração

após infusão sistêmica (Hosokawa et al., 2010).

A auto-renovação, uma característica de células-tronco, é um fenômeno

que pode ser dividido em 2 processos: indução de proliferação e manutenção

da célula progenitora indiferenciada. O controle de auto-renovação das HSC,

como a maior parte dos fenômenos biológicos, possui na realidade diversos

moduladores que conjuntamente produzem o efeito final. A decisão entre auto-

renovação e diferenciação é um processo refinado e complexo, e algumas

moléculas envolvidas neste controle incluem Notch-1 – e sua ligação com seu

Page 70: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

58

receptor –, Jagged-1 (Duncan et al., 2005; Karanu et al., 2000; Stier et al.,

2002), BMP-4 (Bone Morphogenic Protein-4), Sonic Hedgehog (Bhardwaj et al.,

2001) e ativação da via canônica de Wnt que será melhor explorada à frente

(Chiba et al., 2004; Murdoch et al., 2003; Reya et al., 2003).

Recentemente, um aspecto metabólico tem sido investigado. A região

subendosteal é um nicho hipóxico, enquanto as regiões mais centrais da

medula, nicho vascular, são ricas em oxigênio (Suda et al., 2005), levantando a

hipótese de que a sobrevivência das HSC em condições de hipoxia seria

necessária, pois a prevenção de senescência depende da inibição de estresse

oxidativo ocasionado por espécies reativas de oxigênio (ROS, Reactive Oxygen

Species). As células-tronco em geral apresentam baixa taxa de fosforilação

oxidativa e altos níveis de glicólise anaeróbica para síntese de ATP (Suda et

al., 2005). Níveis baixos de ROS foram observados nas HSC com maior

potencial de auto-renovação, que, em adição, apresentavam maior expressão

de N-caderina, Notch-1 e p21 (Jang & Sharkis, 2007). Além disso, as HSC

apresentam altos níveis de expressão de ATM, uma proteína responsiva à

estresse oxidativo que está envolvida na resposta a dano de DNA.

Camundongos nocautes para ATM apresentam HSC proliferativas, o que

levava a esgotamento da população, independente da atividade telomerase. O

efeito pôde ser revertido com o tratamento dos camundongos com anti-

oxidantes (Ito et al., 2004).

Resumindo: o nicho subendosteal possuiria três propriedades básicas:

ancoragem, indução de quiescência e auto-renovação. Por definição,

quiescência e auto-renovação seriam propriedades temporalmente

excludentes. Assim, as HSC passariam por ciclos de auto-renovação

Page 71: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

59

intercalados por períodos de quiescência e, desta forma, o nicho subendosteal

seria dinâmico e possuiria diferentes facetas temporais e espaciais. ―Todo o

progresso observado nos últimos anos no campo do nicho das HSC claramente

indica que a expansão clonal substancial das HSC in vitro inquestionavelmente

requer mais do que coquetéis de citocinas, ao invés disso requer uma

reconstrução tridimensional do nicho, incluindo as células apropriadas e matriz

extracelular para permitir a geração da sinapse no nicho da HSC‖ (Wilson &

Trumpp, 2006).

1.10.3. Migração na MO

A MO é um órgão dinâmico, pois as células hematopoiéticas migram

intensamente. Além da migração durante o processo de diferenciação, as HSC

circulam em condições fisiológicas, retornando a seus nichos na região

subendosteal (Wright et al., 2001).

A migração para o microambiente medular envolveria quatro etapas

básicas: rolamento sobre o endotélio, migração transendotelial, migração

transmedular e fixação em seu nicho (Fig.13) revisado por (Nilsson, Simmons &

Bertoncello, 2006). No entanto, os mecanismos envolvidos neste processo

ainda não foram completamente esclarecidos, tendo sido observada a

ocorrência de vias compensatórias, ou seja, o bloqueio de uma das vias é

ineficiente, pois outra mantém a migração, o que indica a complexidade do

processo de migração das HSC (Bonig, Priestley & Papayannopoulou, 2006).

Moléculas de adesão do tipo selectinas- P e E e VLA-4 estão envolvidas (Alon

et al., 1995; Hidalgo & Frenette, 2005).

Page 72: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

60

Figura 13. Homing da HSC para a MO, seguindo suas quatro etapas básicas:

rolamento sobre o endotélio (1), migração transendotelial, (2) migração transmedular (3) e fixação em seu nicho (4) (Nilsson et al., 2006).

O papel de pequenas proteínas GTPases, como Rho, Rac e cdc42, na

migração das HSC na MO também tem sido investigado em modelos

tridimensionais in vitro (Bug et al., 2002), assim como in vivo, onde observou-se

que as HSC derivadas de camundongos nocautes para Rac1 são incapazes de

reconstituir a hematopoiese medular de camundongos irradiados (Cancelas et

al., 2005).

A manutenção das HSC no nicho parece ser dependente do par

CXCL12/CXCR4, pois o tratamento com toxina pertussis (Ptx), que bloqueia a

proteína Gi associada a CXCR4, ou a clivagem de CXCL12 por elastases, gera

mobilização das HSC para o sangue periférico (Papayannopoulou et al., 2003;

Petit et al., 2002). A migração é orientada por um gradiente quimiotático

formado principalmente pela quimiocina CXCL12/SDF-1 secretada pelas

células estromais da MO de forma dependente de contato célula-célula via

conexinas 43 e 45 (Hidalgo et al., 2001; Nilsson et al., 2001; Schajnovitz et al.,

2011; Teixido et al., 1992). A interação de CXCL12 com seu receptor, CXCR-4,

expresso pelos progenitores hematopoiéticos, gera um aumento, nestes, da

Page 73: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

61

afinidade dos pares LFA-1/ICAM1, VLA-5/fibronectina e da expressão e

afinidade da integrina VLA-4 para VCAM1 e fibronectina, estimulando, assim, a

adesão celular e a migração transendotelial e ecotaxia (homing) (Hidalgo et al.,

2001; Peled et al., 2000).

A mobilização das HSCs de seu nicho na MO para a circulação,

classicamente induzida por tratamento com fator estimulador de colônias de

granulócitos (G-CSF, granulocyte-colony stimulating factor), parece depender

da modificação do gradiente de SDF-1α, tanto por diminuição de expressão,

quanto pela clivagem por proteases (elastase, catepsina G, catepsina K e

CD26) (Christopherson, Cooper & Broxmeyer, 2003; Lapidot, Dar & Kollet,

2005; Petit et al., 2002) revisado por Lapidot (Lapidot et al., 2005). Nestes

trabalhos, a capacidade de clivar SDF-1 das células propriamente ditas ou seus

sobrenadantes foi testada, em ensaios de cultivo com substrato cromogênico

ou até isolamento de fragmentos protéicos por HPLC, e análise por

espectrometria de massa, verificando-se a presença e caracterizando-se os

fragmentos. Desta forma, constatou-se que SDF-1 é clivado no seu domínio N-

terminal, perdendo sua atividade. No entanto, elastase e catepsina G também

são capazes de clivar CXCR4 (Lapidot et al., 2005). Posteriormente, ensaios

de migração ou homing demonstraram o efeito funcional sobre a célula. Foi

observado, por exemplo, que a inibição de CD26 aumenta em 30% o homing

de HSC murinas para a medula do receptor. Ensaios com CD34 humana em

condições de inibição de CD26 mostraram aumento da migração destas em

gradiente de SDF-1 (Christopherson et al., 2003; Lapidot et al., 2005). Porém,

outros mecanismos, como a já mencionada atividade de metaloproteinases,

também parecem ter papel relevante na modulação da migração das HSCs,

Page 74: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

62

embora ainda não completamente esclarecidos em humanos (Lapidot & Petit,

2002; Papayannopoulou, 2004; Rossi et al., 2005). Em 2006, Katayama e

colaboradores demonstraram a importância do Sistema Nervoso Simpático

(SNS) na mobilização das HSC. Sua ação parece ser mediada por neurônios

noradrenérgicos através da produção de β-antagonistas e β2-agonistas, cujo

balanço afeta os osteoblastos que são, então, modulados, retendo ou liberando

as HSC (mobilização). G-CSF induz, entre outros fenômenos, a liberação de

β2-agonistas pelos neurônios, que, por sua vez, suprimem a atividade dos

osteoblastos, diminuindo a expressão de diversos genes como Runx2,

colágeno-I e CXCL-12, esta última sendo responsável pela mobilização das

HSC. Desde 2002 já havia sido descrita a presença de receptores de diversos

neuropeptídeos em osteoblastos (Togari, 2002).

Este conceito parece inovador, porém, já em 1968 Calvo descreveu a

presença de fibras nervosas na MO e, em 1990, Yamazaki e Allen

descreveram os chamados complexos neuro-reticulares através de estudos

ultraestruturais que seriam junções comunicantes entre neurônios e células do

estroma da medula. Porém, naquela ocasião, nenhuma função foi atribuída a

esta interação. Até que ponto o SNS estaria modulando o comportamento dos

osteoblastos e células estromais, que participam da manutenção das HSC,

permanece um mistério. No entanto, como N-caderina, uma molécula de

adesão expressa em neurônios, é também expressa na subpopulação de

células que reveste internamente as trabéculas ósseas – as bone-lining cells

(Zhang et al., 2003), que são células estromais comprometidas com a linhagem

osteoblástica (Balduino et al., 2005), capazes de interagir com as HSC –,

suspeita-se que esta subpopulação seja selecionada e ativada por neurônios

Page 75: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

63

dentre os demais osteoblastos (Katayama et al., 2006). Este, portanto, é um

campo bastante interessante que deve se desenvolver nos próximos anos.

Ainda no ano de 2006, Kollet e colaboradores demonstraram a influência

de osteoclastos na mobilização de HSC. A administração de RANKL gerou um

quadro de osteoclastogênese, com aumento de expressão de proteases como

MMP-9 e catepsina K, levando a mobilização das HSC. Em camundongos

transgênicos para a proteína tirosina fosfatase,epsilon (PTPe), que apresentam

osteoclastos e macrófagos não funcionais, observou-se que a administração de

RANKL não era mais capaz de induzir mobilização, demonstrando assim a

importância direta dos osteoclastos no processo. Como a produção de RANKL

está relacionada com inflamação e reparo tecidual, foi sugerido que este pode

ser um mecanismo de mobilização para situações de emergência (Purton &

Scadden, 2006).

A capacidade de migração para a MO de diferentes fontes de HSC varia.

Assim, enquanto as células progenitoras de sangue periférico mobilizado e

sangue de cordão umbilical migram rapidamente para a MO, as células

derivadas de MO parecem apresentar menor capacidade de migração. No caso

das células progenitoras de sangue periférico, esta capacidade se reflete na

prática clínica, onde se observa rápido enxerto e recuperação precoce da

hematopoese (Bonig et al., 2006). Entre as hipóteses propostas para explicar

estas diferenças funcionais, recentemente verificou-se que CXCR4, o receptor

da quimiocina SDF-1a, que faz parte dos receptores do tipo serpentina

associados à proteína G, pode ser incorporado em microdomínios de

membrana enriquecidos em gangliosídios (GEMs) ou rafts lipídicos; o que, em

HSC, potencializa a migração para a MO. Esta associação de CXCR4 em

Page 76: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

64

microdomínios de membrana pode ser estimulada por microvesículas ou

produtos de plaqueta, presentes na leucaférese (Wysoczynski et al., 2005).

1.11. Modelos in vitro tridimensionais

Em 1887, Julius Richard Petri descreveu o crescimento de colônias de

bactérias em uma base gelatinosa em placas de vidro. Esta técnica, a primeira

de cultura de células, originou as técnicas modernas e tornou Petri

imortalizado, pois permitiu o desenvolvimento de várias áreas como

bacteriologia, microbiologia, biologia celular e molecular. A primeira descrição

de cultura de células animais foi feita por Harrison, em 1907. Estudando a

regeneração de tecidos em sapos (Xenopus), o autor estabeleceu uma cultura

em monocamada a partir de explante tecidual com o objetivo de diminuir as

variáveis e, assim, entender melhor as bases do comportamento celular

(Freshney, 2000). A partir destes estudos, as culturas de células animais se

tornaram amplamente difundidas. No entanto, são modelos de cultivo

bidimensional e, embora tenham contribuído grandemente para ampliar os

conhecimentos de biologia celular – e sejam o melhor modelo de estudo para

determinados protocolos experimentais –, eles estão longe de mimetizar o que

ocorre in vivo, onde as células estabelecem comunicações complexas num

microambiente tridimensional.

Atualmente, os pesquisadores, liderados pelos que trabalham na área de

neoplasias, estão defendendo a utilização de culturas tridimensionais, pois uma

série de publicações apresentou resultados distintos em ensaios em 2D versus

3D (Frankel, Buckman & Kerbel, 1997; Klunder & Hulser, 1993; Weaver et al.,

Page 77: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

65

1997). Posteriormente, foi detectado que culturas 3D estavam mais próximas

dos fenômenos que ocorriam in vivo (Weaver et al., 1997; Wolf et al., 2003a).

As células de mamíferos no seu ambiente natural não se conectam

apenas entre si, mas também a uma intrincada rede tridimensional de matriz

extracelular (MEC), que contém proteoglicanos, glicosaminoglicanos (GAGs) e

proteínas, como colágeno, elastina e laminina dando ao tecido suas

características físicas e arquitetura particular (Alberts B. & Walter, 2002).

A interação entre células e matriz é feita por receptores na membrana

plasmática chamados integrinas, que ancoram o citoesqueleto dessas

células à matriz extracelular (MEC) e desencadeiam vias de sinalização

devido a agrupamentos (clustering) e mudanças conformacionais na porção

intracelular da integrina, gerando sinal e modulação do comportamento da

célula em questão (Fig.14) (Boudreau & Jones, 1999; Schwartz, Schaller &

Ginsberg, 1995). Além disso, mudanças no formato celular, logo no

citoesqueleto, também acionam vias de sinalização intracelular (Lambert et

al., 2001). Um exemplo de comportamento influenciado pela sinalização por

integrinas e pelo formato celular é o controle da entrada no ciclo celular,

como demonstrado por Huang e Ingber, em 1999. Em um elegante

experimento, eles demonstraram que células endoteliais em contato com

fibronectina, sob forma de uma ou várias ilhotas com área de contato

constante de 30m2, apresentam comportamentos distintos. Quando pouco

espraiadas as células permaneciam em G1, enquanto que quando

plenamente espraiadas, como nas várias pequenas ilhotas, as células

entravam na fase S do ciclo celular. Como a área final era constante

(30m2), os autores propuseram que o formato celular por si só influenciaria

Page 78: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

66

o comportamento celular independentemente da ação de integrinas, que

estão igualmente ativadas em ambos os casos.

Eric Schaefer, PhD

Figura 14. Esquema de interação entre célula e matriz extracelular via integrinas,

mostrando algumas vias de sinalização influenciadas por este contato que alteram transcrição gênica. (Fonte:http://www.biocarta.com/pathfiles/m_integrinPathway.asp )

Estas duas variantes, contato com a matriz e formato celular, estão

profundamente ligadas ao surgimento das culturas 3D, pois uma das principais

vantagens desta forma de cultura é o restabelecimento destes dois fatores

como o encontrado in vivo. Em culturas 2D, as células estabelecem uma falsa

polarização, entre a porção aderida ao plástico e a porção superior em contato

com o meio de cultura. Esta polarização gera um formato celular espraiado e

completamente diferente do encontrado in vivo, ao contrário do que ocorre nas

Page 79: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

67

culturas em 3D, que permitem um formato assimétrico, próximo do real (Fig.15)

(Kunz-Schughart, 1999).

Figura 15. Esquema de cultura bidimensional e tridimensional. A cultura bidimensional

apresenta uma polarização artificial, enquanto a cultura tridimensional apresenta formato assimétrico sem polarização induzida (Barros, APDN).

Tradicionalmente, a adesão celular em monocamada induz a formação

de adesão focal, caracterizada pela fosforilação de cinases de adesão focal

(FAKs, focal adhesion kinasis). No entanto, este evento foi questionado, pois

em fibroblastos cultivados em 3D não se observou a formação de adesões

focais, nem fosforilação de FAKs, de forma semelhante ao observado in vivo

(Cukierman et al., 2001).

Outro exemplo de modulação da via de sinalização de integrinas

dependendo da complexidade do sistema foi mostrado pelo grupo de Bissel

(Weaver et al., 1997). Os autores foram capazes de reverter o fenótipo maligno

de células de carcinoma mamário em culturas 3D pela incubação destas com

X

2D 3D

Page 80: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

68

anticorpo anti-1 integrina. Este fenômeno foi confirmado in vivo, onde o

implante das células tratadas previamente com anticorpo mostrou uma redução

da tumorigenicidade caracterizada pela diminuição do tamanho dos tumores e

do número de camundongos com tumores. No entanto, o mesmo efeito não foi

observado em culturas bidimensionais (monocamadas).

A utilização de culturas 3D tem gerado modificações nos conceitos

estabelecidos de metástase e migração celular. Classicamente, a metástase

tumoral dependeria da secreção de enzimas que digerem moléculas de matriz

(metaloproteinases - MMPs), permitindo assim a sua migração para locais

secundários, através de protrusões membranares com formação de lamelipódia

(Palecek et al., 1997; Stetler-Stevenson, Aznavoorian & Liotta, 1993). Porém,

em muitos testes clínicos com administração de inibidores dessas enzimas não

se via resultados favoráveis, e as metástases continuavam se formando

(Overall & Lopez-Otin, 2002). Então, o grupo de Friedl (Wolf et al., 2003a) fez

culturas 3D – em gel de colágeno de linhagens incubadas com esses inibidores

– e observou que as células continuavam migrando através de movimento

amebóide, por entre as fibras de colágeno. A injeção dessas células em

camundongo e a análise por microscopia multifóton permitiram a observação

desses movimentos exatamente como nas culturas 3D, explicando assim os

resultados dos testes clínicos. O mesmo grupo descreveu recentemente a

importância do formato e rigidez nuclear durante processo de migração. Tal

efeito só pode ser visto por estudos conduzidos em matriz extracelular 3D

(Friedl, Wolf & Lammerding, 2010).

O grupo de Christopher Marshall (Sahai & Marshall, 2003) conseguiu

determinar que a via de sinalização envolvida nessa forma de migração era

Page 81: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

69

Rho / Rock, e não Rac, que está ligada à migração dependente de MMPs, com

formação de prolongamentos de membrana. A incubação com inibidores de

proteases, associados à inibidores de Rho e de Rock, bloqueou totalmente a

migração. Porém, quando só uma das vias foi inibida, a outra era ativada e a

migração continuava. Esta mesma forma de migração independente de MMPs

foi descrita em células não malignas como linfócitos T e células dendríticas

(Wolf et al., 2003b).

As culturas 3D estão sendo aplicadas em diversas áreas, como

bioengenharia tecidual e terapia gênica (Thompson et al., 2011). Foi descrita

uma técnica de cultura 3D em nanofibras protéicas que permite a diferenciação

de uma linhagem de célula-tronco hepática (Lig-8) para hepatócito maduro,

capaz de expressar enzimas características. Este fato não era obtido com a

manutenção desta linhagem em monocamada, onde as células se mantinham

indiferenciadas e apresentavam alta taxa proliferativa (Semino et al., 2003). Os

autores propuseram que o próximo passo seria a reconstrução de um

microambiente representando o nicho da célula-tronco no organismo, para

promover a auto-renovação de células-tronco extraídas do tecido. Nessas

mesmas nanofibras, células-tronco cardíacas foram cultivadas, apresentaram

um número maior de células incorporadas em relação a cultivos tradicionais e

maior resistência a forças compressivas também, sendo, assim, um modelo

promissor (Hosseinkhani et al., 2010).

Outra aplicação muito interessante desse tipo de nanofibras é a

possibilidade de controle da liberação de citocinas de forma gradual

adicionando mais uma grau de complexidade, do timing do sinal (Gelain,

Unsworth & Zhang, 2010). Anders e colaboradores, em 2003, estudando

Page 82: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

70

receptores de superfície celular para adenovírus em monocamada e culturas

3D de epitélio de mama normal e maligno, observaram que em monocamada a

expressão deste receptor é alta tanto nas células mamárias malignas quanto

nas células de mama normais, porém, nas culturas 3D, apenas as células de

carcinoma mamário apresentavam grande expressão deste receptor. Portanto,

o adenovírus é um possível vetor para a realização de terapia gênica em

células transformadas.

Não é surpreendente que há anos sutilezas biológicas têm sido perdidas

levando em conta que grande parte do conhecimento construído teve como

base o uso de monocamadas. E é através de culturas 3D que se pode observar

e estudar tais sutilezas. Sendo assim, o Instituto Nacional do Câncer dos EUA

(National Cancer Institute, NCI) previu o lançamento, em 2003, de um

programa em microambiente celular focado em estudos 3D, com um orçamento

anual de 40 milhões de dólares. Alguns acreditam que em 10 anos quem

estiver utilizando estudos 2D para responder suas perguntas terá sérias

dificuldades para conseguir financiamento (Abbott, 2003). Este investimento já

deu frutos, como, entre outros, o desenvolvimento de biorreatores que

permitem a organização tridimensional das células, favorecendo sua

diferenciação e formação de um microtecido com as características morfo-

funcionais do tecido original. Já foram desenvolvidos reatores de cartilagem,

osso, tendão, enxertos vasculares, entre outros (Abilez et al., 2006; Feng et al.,

2006; Huang et al., 2004; Mauney et al., 2004) ;(Boccafoschi et al., 2011; El Haj

& Cartmell, 2011).

Page 83: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

71

1.12. Esferóides (Multicellular Tumor Spheroids, MCTS)

Esta forma de cultura foi criada na década de 40 por J. Holtfreter e A.

Moscona, sendo em 1971 adaptada por Sutherland e colaboradores para

possibilitar um modelo in vitro de crescimento tumoral que permitisse testes

com drogas antitumorais (observando a penetração, ligação com o alvo e sua

ação), radioterapia e novas combinações de drogas e terapias (Kunz-

Schughart, 1999). Utilizando esta técnica, observou-se uma resistência a

terapias com radiação ionizante e drogas alquilantes, mediada pela

―conformação multicelular‖. A resistência do tumor murino EMT6 a estas drogas

pôde ser completamente revertida quando as células foram isoladas e

cultivadas em monocamada. Porém, se as células fossem mantidas em cultura

como a de esferóide, a resistência às drogas se reestabelecia (Graham et al.,

1994; Kobayashi et al., 1993).

Esta técnica é baseada no princípio de adesão celular. Assim, através

da formação de uma película inerte (não aderente) na superfície de cultivo, a

adesão ao plástico fica impossibilitada e as células aderentes passam a aderir

entre si, formando uma estrutura multicelular arredondada, os esferóides

(Kunz-Schughart, 1999; Kunz-Schughart, Kreutz & Knuechel, 1998; Mueller-

Klieser, 1997). Esta estrutura tridimensional reproduz com maior fidelidade as

características encontradas in vivo, pois contém uma extensiva matriz

extracelular que é diferente tanto na quantidade quanto na disposição dos seus

componentes em comparação com a matriz produzida pelas células em

monocamada (Kunz-Schughart, 1999). Em 2002, Layer e colaboradores,

estudando o comportamento de células da retina de embriões de galinha

cultivadas na conformação de esferóides, observaram uma reorganização

Page 84: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

72

histotípica absolutamente condizente com a organização de uma retina in vivo,

com a presença de todas as camadas organizadas. Apresentou, inclusive,

fotoreceptores organizados em rosetas após nove dias de cultura. Esta

reorganização não foi apenas devido ao posicionamento das células aplicadas

inicialmente, mas também devido a proliferação e diferenciação celular

ocorridas durante o cultivo ex-vivo (Layer et al., 2002).

Uma grande vantagem deste tipo de cultura é a possibilidade de criar um

ambiente tridimensional com diferentes tipos celulares e, portanto, estudar os

mecanismos de crescimento, proliferação e diferenciação celulares em um

modelo reprodutível com um ambiente interno ditado pelo metabolismo e pelas

respostas adaptativas das próprias células. Os MCTS possuem uma geometria

morfológica e fisiológica que modula características celulares como formato,

tamanho, distribuição de organelas, atividade enzimática (Kunz-Schughart et

al., 1998) e expressão gênica (Klunder & Hulser, 1993). Estes autores

compararam a expressão do gene de b-actina em células mantidas em

monocamada e em cultura tridimensional (esferóides) e observaram expressão

de b-actina na monocamada, enquanto que nos esferóides a maioria das

células era negativa. Este efeito era reversível, pois a dissociação dos

esferóides e o cultivo em monocamada induzia a expressão do gene de b -

actina.

Atualmente, este modelo vem sendo aplicado para avaliar o papel de

fatores do microambiente e outras variáveis epigenéticas nas células em

cultura, pois, como visto, o cultivo de agregados celulares esféricos restaura

características bioquímicas, morfológicas e funcionais do tecido original (Kunz-

Schughart, 1999; Kunz-Schughart et al., 2001; Kunz-Schughart et al., 1998).

Page 85: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

73

Além disso, este modelo permite a adição de diferentes tipos celulares para

analisar a interação deles (Korff et al., 2001; Kunz-Schughart et al., 2001;

Kunz-Schughart et al., 1998) e migração de um tipo celular para o interior do

esferóide de outro tipo celular (Bug et al., 2002; Kelm et al., 2005; Silzle et al.,

2003). Tudo isso pode ser realizado através de técnicas simples como

distribuição celular por etapas, distribuição simultânea ou fusão de esferóides

celularmente distintos (Kunz-Schughart et al., 1998). Os diferentes tipos

celulares podem então ser facilmente diferenciados por técnicas específicas.

De acordo com a literatura, modelo de esferóides permite a formação de

agregados multicelulares complexos com expressão de matriz extracelular e de

moléculas de adesão semelhantemente ao observado no tecido original (Kunz-

Schughart, 1999; Mueller-Klieser, 1997).

Considerando-se a importância das interações celulares na biologia

celular e como essas dependem de um microambiente complexo e

tridimensional, torna-se primordial desenvolver métodos de estudo que incluam

modelos tridimensionais. Além disso, modelos animais são fundamentais,

porém, apresentam limitações quanto ao estudo de passos isolados de

processos complexos e principalmente pelas diferenças entre espécies.

Recentemente, Muguruma e colaboradores demonstraram, nas quimeras com

camundongos NOD/SCID onde MSC humanas haviam sido previamente

injetadas em uma das tíbias, que as HSC de sangue de cordão umbilical

humano migravam preferencialmente para a tíbia, que possuía células

mesenquimais humanas, comprovando as limitações de xenoenxertos e

evidenciando a necessidade de modelos de cultura baseados em células

Page 86: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

INTRODUÇÃO

74

humanas que permitam estudos mais complexos da fisiologia destas células

(Muguruma et al., 2006).

Em 2010, descrevemos o primeiro modelo in vitro tridimensional que

permitia, de fato, a reorganização celular para estudo de microambiente

hematopoético constituído exclusivamente com células humanas. Para tal,

utilizamos o modelo base de reagregados celulares esferóides (esferóides).

Construímos esses esferóides com células de estroma de medula óssea

humana e foi possível estabelecer um modelo que mimetiza o nicho

subendosteal, com centro de pré-osteoblastos recoberto por células de

estroma; que se mostrou funcional, possibilitando estudos de migração e

quiescência de progenitores hematopoéticos, uma propriedade fundamental do

nicho subendosteal. Este modelo foi importante pela sua descrição, na

comprovação da importância dos osteoblastos na indução de quiescência das

HSC, e na demonstração do papel das células estromais de medula no

regimento da migração das mesmas na medula óssea (de Barros et al., 2010).

Uma vez com este modelo em mãos, partimos para estudar linhagens tumorais

de mama sobre ele e para tentar entender o processo de surgimento das

micrometástases na medula óssea.

Page 87: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

OBJETIVOS

75

2. OBJETIVO PRINCIPAL

Investigar o papel de galectina-3 e da via de WNT na migração de células

neoplásicas de mama em culturas tridimensionais multicelulares que

mimetizam o nicho subendosteal.

2.1. OBJETIVOS SECUNDÁRIOS

Estabelecer modelo esferóide misto que reproduza propriedades do nicho

subendosteal.

Comparar capacidades de invasão de células mesenquimais de medula

óssea por células tumorais em relação a fibroblastos ou outras fontes de

célula mesenquimal.

Verificar correlação entre invasividade e perfil imonofenotípico, analisando

expressão de CD44 e CD24.

Isolar populações estáveis CD44 e CD24 para avaliar capacidades

invasivas, tumorigênicas e avaliar funcionalidade como célula-tronco do

câncer.

Verificar a importância de galectina-3 seja no microambiente ou

intracelular com o grau de invasividade das células tumorais.

Verificar a importância da via canônica de Wnt na invasividade tumoral e

capacidade de proliferativa das linhagens tumorais.

Page 88: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

76

3. METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

3.1. Células e Amostras

Osteoblastos (HOB), fibroblastos de pele humanos (FPH), NG97ht

(linhagem de glioma humano), M3/38 (hibridoma – ATCC#TIB-166), TIB105

(hibridoma– ATCC#TIB-105), as linhagens de tumor de mama humano MCF-7

(ATCC#HTB-22™), MDA435 (ATCC#HTB-129™) e MDA468 (ATCC#HTB-

132™) foram obtidas no Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ, RJ,

Brasil). As linhagens de tumor de mama humano MDA231 (ATCC#HTB-26™) e

T47D (ATCC#HTB-133™) foram gentilmente cedidas pelo Prof. Roger

Chammas, da Faculdade de Medicina da USP. A MCF-7 é uma linhagem de

tumor não invasiva, a T47D é considerada pouco invasiva, enquanto as

linhagens MDA231, MDA468 e MDA435 são invasivas (Croker et al., 2009;

Imanishi et al., 2007; Lacroix & Leclercq, 2004; Phadke et al., 2006). As

linhagens de célula L controle (ATCC#CRL-2648™), célula L WNT 3A (clone

estável secretor de WNT3A - ATCC#CRL-2647™) e célula L WNT 5A (clone

estável secretor de WNT5A - ATCC#CRL-2814™) foram obtidas do American

Tissue Cell Culture Bank (ATCC). Amostras de sangue de cordão umbilical

humano (SC) foram obtidas de fetos nascidos a termo na maternidade Pró-

Matre do Rio de Janeiro. Amostras de medula óssea (MO) foram obtidas a

partir de aspirados da crista ilíaca de doadores voluntários da Unidade de

Transplante de Medula Óssea do Serviço de Hematologia Hospital Universitário

Clementino Fraga Filho (HUCFF), da UFRJ. Amostras de tecido adiposo ou

lipoaspirados, ambos de parede abdominal, foram obtidas de pacientes adulto-

jovens hígidos submetidos a cirurgia plástica estética no HUCFF. Os

procedimentos foram aprovados pelo comitê de ética em pesquisa do HUCFF,

Page 89: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

77

processo nº 022/02. As células CD34+ foram purificadas por bilhas magnéticas

(CD34 Progenitor Cell Selection System, Dynal Biotech, Lake Success, NY,

USA), da fração mononuclear, obtidas por gradiente de Ficoll-PaqueTM Plus

(Amersham Biosciences, Uppsala, Sweden), de sangue de cordão ou medula

óssea adulta. As células mesenquimais de medula óssea (MSC) foram obtidas

após hemossedimentação em Hespan® (hidroxietil de amido, McGaiy, Irvine,

CA, USA), seguindo-se o protocolo descrito anteriormente de Unidade

Formadora de Colônia de Fibroblasto (CFU-F) (Friedenstein, Gorskaja &

Kulagina, 1976). Resumidamente, as células de medula óssea foram

distribuídas em frascos de cultura com meio Dulbecco’s (Low-glucose, LGC

biotecnologia, São Paulo, Brasil) suplementado com 10% de soro fetal bovino

(SFB, Cultilab, Campinas, SP, Brasil) e antibióticos (100U/mL de Penicilina G

sódica e 100μg/mL de Estreptomiocina, ambos da Sigma, St. Louis, MO, USA).

As células foram incubadas a 37ºC com 5% de CO2 e, após 3-4 dias em

cultura, o sobrenadante foi retirado e as células aderentes mantidas até pré-

confluência, quando foram expandidas, após retirada enzimática, com 0,125%

de tripsina e 0,2g/L de EDTA (Sigma, St. Louis, MO, USA). As células

mesenquimais do estroma do tecido adiposo (TA) foram obtidas como descrito

(Zuk et al., 2001). Resumidamente, os fragmentos de tecido ou os

lipoaspirados foram incubados com colagenase tipo IA (Sigma,) a 1mg/mL

overnight a 4oC, em seguida colocados a 37oC em banho-maria, sob agitação

por 30 minutos e, após lavagem com salina tamponada, as células foram

ressuspensas em meio de cultura (Dulbecco’s Modified Eagle Medium-Low

Glucose, DMEM-LG; LGC ou Gibco) suplementado com 10% de soro fetal

bovino (FCS, fetal calf serum) e antibióticos (100 UI/ml de penicilina G sódica e

Page 90: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

78

100 mg/ml de estreptomicina). Distribuídas em garrafas de cultura de 25cm2

(2,5x106 células) e mantidas a 37ºC com 5% de CO2 até o dia seguinte, as

células não aderentes foram retiradas por meio de lavagem com salina

tamponada e as células aderentes mantidas em cultura até semi-confluência e

expandidas, por até quinta passagens, para uso experimental.

3.2. Modelos Animais.

Foram utilizados nesse trabalho dois modelos animais, o C57BL/6

selvagem e nocaute (KO) para Galectina-3, e camundongos Balb/c NUDEs

para transplantes com células e teste de tumorigenicidade. Cada grupo constou

de animais com 8 semanas, sendo 6 camundongos selvagens para o gene da

galectina-3 e 6 animais nocautes de mesmo background genético, porém,

nocautes para o gene da galectina-3 (foram gentilmente cedidos pelo Dr. Fu-

Tong Liu-University of Califórnia, Davis). Os animais Specific Pathogen Free

(SPF) foram provenientes do Biotério central da Faculdade de Medicina da

USP. Agrupados em grupo de 3 animais por unidades micro-isoladoras,

mantidas em ―racks‖ com temperatura controlada entre 20oC a 25oC, e com

ciclo de fotoperíodo de 12/12 horas, dentro do Biotério de Experimentação da

disciplina de Oncologia, os animais receberam água e ração estéreis ad libitum

trocadas três vezes por semana para manutenção da qualidade SPF. Os

C57BL/6 que foram sacrificados tiveram os fêmurs e tíbias retiradas, com

posterior realização de lavagem da cavidade medular com meio DMEM. As

células foram dissociadas mecanicamente e distribuídas (1,5x107 células em

10mL) em garrafa de 25cm2 de cultura com meio Dulbecco’s (Low-glucose,

LGC biotecnologia, Rio de Janeiro, Brasil) suplementado com 15% de soro fetal

Page 91: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

79

bovino (SFB, Cultilab, Campinas, SP, Brasil) e antibióticos (100U/mL de

Penicilina G sódica e 100μg/mL de Estreptomiocina, ambos da Sigma, St.

Louis, MO, USA). As células foram incubadas a 37ºC, com 5% de CO2, e

tiveram metade do meio trocado a cada 7 dias até o aparecimento das colônias

(CFU-F), quando o meio passa a ser completamente trocado a cada 3 dias e as

células aderentes mantidas até pré-confluência; quando foram expandidas,

após retirada enzimática, com 0,125% de tripsina e 0,2g/L de EDTA (Sigma, St.

Louis, MO, USA), para utilização experimental. Os animais Balb/c NUDEs

foram mantidos da mesma forma e utilizados após 8 semanas de idade para

transplantes de subpopulações celulares CD44+ e CD24+ derivadas da

linhagem T47D. Foram inoculadas de 1x105 até 1x106 células na mama dos

animais, que foram acompanhados, dia a dia. Após aparecimento do tumor, o

volume será determinado através da aproximação do formato tumoral à figura

de uma elipse e medida por paquímetro. Os animais foram sacrificados após 6

semanas do inóculo das células e os tumores fixados em paraformaldeído

tamponado 4%, para posteriores análises histológicas. Todos os

procedimentos foram executados de acordo com as normas éticas

estabelecidas pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e

aprovados pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da Faculdade de

Medicina-USP. Número do Comitê de Ética em Pesquisa da FMUSP: 0995/09.

3.3. Indução de diferenciação para a linhagem osteogênica e

desenvolvimento de reagregados esferóides multicelulares.

Page 92: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

80

As células foram induzidas para a linhagem osteogênica com meio

indutor, ou seja, Dulbecco’s suplementado com 10% de SFB e antibióticos

contendo 10mM de -glicerofosfato (Sigma, St. Louis, MO, USA), 50M de

ácido ascórbico (Sigma, St. Louis, MO, USA) e 10-7M de Dexametazona

(Decadron, Prodome Química e Farmacêutica Ltda). As culturas foram

mantidas por 7 dias com trocas de meio em dias alternados. Para a formação

dos esferóides, poços, com fundo em “U”, de uma placa de 96 poços, foram

previamente recobertos com uma película de agarose (Sigma, St. Louis, MO,

USA) a 1% e as células foram distribuídas nas placas após polimerização da

agarose. Para formação de esferóides simples, 2,5 x 104 células mesenquimais

de MO, induzidas ou não, células mesenquimais de TA, fibroblastos de pele

humana (FPH) ou linhagens de osteoblastos (HOB), foram distribuídas em

cada poço, em meio Iscove's suplementado com 10% de SFB e antibióticos. As

células foram incubadas a 37oC com 5% de CO2 por um período mínimo de 4

dias. Para formação de esferóides multicelulares mistos, foram distribuídas

1,25 x 104 células mesenquimais de MO induzidas e, após a formação do

esferóide, 1,25 x 104 células mesenquimais de MO não induzidas foram

distribuídas sobre estes. A cultura foi mantida a 37ºC com 5% de CO2 por, no

mínimo, 24 horas. Para identificação dos diferentes tipos celulares, as células

induzidas para pré-osteoblasto foram previamente marcadas com CM-DiI como

descrito abaixo.

3.4. Detecção de células apoptóticas nos esferóides

Núcleos apoptóticos serão detectados por TdT-mediated dUTP terminal

nick-end labeling kit (TUNEL, ApopTag® Plus Fluorescein In Situ Detection Kit,

Page 93: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

81

Chemicon, USA), sendo que os núcleos serão contracorados com DAPI

(1g/mL) e observados em microscópio de fluorescência Axiovert (Zeiss).

3.5. Rastreamento celular

Para identificação das diferentes populações celulares, estas foram

marcadas com CFSE (5-(e 6-)-carboxifluoresceína diacetato succinil éster), que

é excitado em 488nm e emite em 517nm, ou com CM-DiI, um derivativo do 1,1-

didodecil-3,3,3,3-tetrametilindocarbocianina perclorato (DiI-C18), excitado em

546nm e que emite em 570nm, ambos da Molecular Probes, Invitrogen

Eugene, OR, USA. As células CD34+, isoladas de SC ou MO, e as linhagens

de tumor de mama foram marcadas com CSFE, na proporção de 2-5 x 106

células em suspenção para cada 1mL de solução com 5-10M de CFSE em

PBS 0,1% BSA. Após 10 minutos em agitação no banho-maria a 37°C, as

células foram lavadas duas vezes com PBS 10% SFB e ressuspensas em meio

apropriado para cultivo. A monocamada de células mesenquimais do estroma

da MO osteo-induzidas foram, como já dito, marcadas com CM-DiI,

adicionando-se solução de 2g/mL de CM-DiI diluído em meio com soro (3mL

em garrafa de 25cm2 ou 5mL em garrafa 75cm2). A monocamada foi mantida a

37oC por 5 minutos e, em seguida, colocada no gelo por 15 min, sob proteção

da luz ambiente. Finalmente, as células foram lavadas quatro vezes com PBS

morno, tripsinizadas e ressuspensas em meio de cultura.

3.6. Co-cultivo das linhagens de células de tumor de mama e esferóides

de células mesenquimais do estroma da MO ou de FPH - Fusão, co-cultivo

simultâneo e co-cultivo sucessivo

Page 94: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

82

No método de fusão, dois esferóides pré-formados (de linhagens

tumorais e de células estromais) foram colocados em poços em U previamente

revestidos com agarose para interagir, sendo acompanhados ao longo do

tempo. Esta metodologia tem sido utilizada para estudos de invasão celular

(Kunz-Schughart, 1999). O método de co-cultivo simultâneo foi desenvolvido

distribuindo-se duas populações celulares, seguindo certa proporção, linhagens

tumorais e células estromais (mesenquimais do estroma de MO ou FPH) nos

poços de fundo em U previamente recobertos com agarose. Este método pode

ser chamado de teste de afinidade, já que populações afins geram esferóides

coesos com mistura das células, enquanto populações não afins geram

esferóides com segregação das células (Layer et al., 2002; Wirz et al., 2008). O

método de co-cultivo sucessivo foi estabelecido desenvolvendo-se um

esferóide “suporte” ou “originador de microambiente”, formado pelas células

estromais, sobre o qual a célula-alvo (células CD34+ de SC e MO ou linhagens

tumorais) foi distribuída. Este modelo favorece o estudo do potencial de

migração ou invasão de populações celulares que não são capazes de

desenvolver esferóides (Kunz-Schughart, 1999).

3.7. Migração de células CD34+ e ensaio de invasão de linhagens

tumorais de mama em esferóides.

Após a formação dos esferóides, estes foram co-cultivados com 2-3 x

104 células CD34+ de SC, ou MO, ou com 3 x 103 células das linhagens de

tumor de mama, previamente marcadas com 5m (CD34+) ou 10m

(linhagens tumorais) de CFSE, por até 72h. Após 4, 16, 24 e 48h de co-cultura,

as células no sobrenadante de duplicatas de pool de três esferóides por ponto

Page 95: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

83

foram retiradas e os esferóides foram lavados com PBS e dissociados por

digestão enzimática com tripsina-EDTA para análise por citometria de fluxo. As

células foram quantificadas em hemocitômetro e a mortalidade foi determinada

pelo método de exclusão com azul de tripan. Alguns esferóides foram mantidos

íntegros para análise morfológica (microscopia óptica, confocal e eletrônica).

Para verificar se havia circulação das células CD34+, células não marcadas

foram distribuídas sobre os esferóides mistos. Após 24h de cultura, as células

do sobrenadante foram retiradas e os esferóides foram lavados como descrito.

Em seguida, células CD34+ marcadas com CFSE foram distribuídas sobre os

esferóides, que foram mantidos em cultura por mais 48h. O sobrenadante e os

esferóides dissociados foram analisados após 24h e 48h por citometria de fluxo

e o percentual das populações CD34+ marcadas e não marcadas foi

determinado.

3.8. Citometria de fluxo e análises de migração e proliferação celular

Suspensões celulares dos co-cultivos com esferóide, obtidas por

dissociação enzimática, e dos sobrenandantes destes, foram lavadas com PBS

contendo 3% de SFB e 0,01% de azida sódica (tampão de FACS). Para análise

da migração de células CD34+ de SC ou MO, as suspensões foram incubadas

com anticorpo anti-CD34 conjugado a PE (clone 8G12, BD Bioscences) por 30

minutos, a 4ºC e, após este período, lavadas com tampão de FACS. No caso

das linhagens de tumor de mama, as células eram previamente marcadas,

como já explicado, co-cultivadas com os esferóides, dissociados

enzimaticamente, lavados com tampão de FACS. Todas as células foram

Page 96: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

84

ressuspensas rigorosamente em 400 μl de tampão de FACS para aquisição em

citômetro de fluxo, estabelecendo-se o tempo como parâmetro da aquisição.

Para imunofenotipagem das linhagens tumorais, as suspensões

celulares obtidas pela digestão enzimática das monocamadas foram lavadas

em tampão de FACS e linhagens incubadas com anticorpo anti-CD24 e CD44

conjugado à PE (clone ML5, Caltag) ou APC (clone IM7, E Bioscences),

respectivamente, a 4ºC, por 30 minutos, e lavadas com tampão de FACS.

Além disso, células CD44-CD24+ ou CD44+CD24- marcadas foram

ressuspensas em PBS com 10% SFB, filtradas em malha de nylon com poros

de 70µm e, em seguida, com auxílio do aparelho MoFlo High-Performance Cell

Sorter, as células foram selecionadas. As populações separadas foram

cultivadas para expansão e acompanhamento de imunofenótipo, ou cultivadas

em matrigel sobre os esferóides, ou ainda transplantadas em animais Balb/C

NUDEs, como já explicado.

Para análise da proliferação das MSC de MO nos esferóides, a

expressão do antígeno nuclear Ki67 foi investigada por citometria de fluxo,

como descrito (Zupo et al., 1994). Resumidamente, a suspensão celular obtida

por dissociação enzimática dos esferóides foi fixada com paraformol

tamponado a 1%, por 40 minutos a temperatura ambiente (TA). Após a fixação,

as células foram permeabilizadas com etanol 70% a –20ºC por 1 hora, lavadas

com tampão de FACS, incubadas com anticorpo anti-Ki-67 conjugado a FITC

(clone mib1, BD Bioscences) a 4ºC, por 1 h, e lavadas com tampão de FACS.

A proliferação das células CD34+ de SC ao longo da cultura foi avaliada pela

técnica de incorporação de bromo-deoxiuridina (BrdU, Sigma Chemical Co.).

No momento da adição de células CD34+ sobre os esferóides, 10μM de BrDU

Page 97: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

85

foi acrescentado na cultura e o meio foi trocado de 2 em 2 dias. Após 48h e 7

dias de co-cultura, o sobrenadante foi coletado e os esferóides dissociados,

como descrito. Após marcação de superfície, as células foram fixadas com

paraformaldeído 1% e permeabilizadas com etanol 70% gelado, como descrito

anteriormente. Em seguida, as células foram lavadas e incubadas por 30

minutos, a 25ºC, em solução de 0,15M de NaCl com 100 U/mL de DNAse

(Worthington Biochemical Corporation®), 4,2 mM de MgCl2 e 10 μ M de HCl.

Após lavagem, as células foram incubadas com anticorpo anti-BrdU FITC

(clone B44, BD) por 20 minutos a TA e lavadas com tampão de FACS. A

aquisição foi feita em FACSCalibur com software CellQuest 3.1 e as análises

foram feitas utilizando o programa livre WinMDI 2.8

(http://facs.scripps.edu/software.html).

3.9. Cultivo em Matrigel

Após a seleção das subpopulações a serem testadas pelo MoFlo High-

Performance Cell Sorter, poços de placas de 48 poços foram recobertos com

100 µl de Matrigel (BD MatrigelTM Basement Membrane Matrix, BD

Biosciences, Bedford, MA,EUA). A placa foi mantida a 37ºC com 5% de CO2,

por 30 minutos, para a polimerização do Matrigel. As células tumorais foram

ressuspensas em meio Iscove’s suplementado com 20% SFB e 2% de

Matrigel e 2,5 x 104 células em um volume de 200 µl, e aplicadas sobre a

camada de Matrigel polimerizada. A cultura foi mantida a 37ºC com 5% de

CO2 durante 10 dias. As trocas de meio foram realizadas a cada dois dias.

Após 10 dias a cultura foi fixada em paraformaldeído tamponado a 4% (Vetec

Química Fina, Duque de Caxias, RJ, Brasil), por 30 minutos. Os poços foram

Page 98: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

86

lavados com PBS e, em seguida, as células foram coradas com TO-PRO®-3

(Invitrogen – Molecular Probes).

3.10. Análise histológica e ultraestrutural

Os esferóides íntegros e tumores retirados dos animais foram fixados

em paraformaldeído tamponado a 4% e processados rotineiramente para

inclusão em parafina. O material foi desidratado em concentrações crescentes

de álcool (70%, 100% por duas vezes) por 20 minutos (para esferóides) e 40

minutos (para tumores) cada. Após a desidratação, o material foi imerso em

Xileno, em dois banhos de 20 minutos (para esferóides) e 40 minutos (para

tumores cada. Em seguida, o material foi imerso em Parafina purificada em

dois banhos de 20 minutos (para esferóides) e 40 minutos (para tumores) cada,

a 58ºC. Os blocos de parafina foram cortados com 5μm de espessura em

micrótomo (Lupe ―820‖ Spencer Microtome). Os cortes foram desparafinados,

reidratados e corados rotineiramente com Hematoxilina e Eosina-Floxina (H-E).

Para os esferóides também foi realizada coloração picrossírius modificado para

observação além de luz não polarizada e polarizada, observação por confocal

(Dolber & Spach, 1993). Para microscopia eletrônica de transmissão (MET), os

esferóides foram fixados em Glutaraldeído 2,5%, em tampão cacodilato 0,1M

3,5% sacarose, por 1 hora no gelo. Em seguida, foram pósfixados com uma

solução de ósmio-ferrocianeto, em tampão cacodilato 0,1M 3,5% sacarose,

desidratados com séries crescentes de acetona, incluídos em resina Epon 812

(MET) e cortados em ultramicrótomo (Ultracut, Leica SUCT). Os cortes

semifinos foram colocados sobre lâmina de vidro e corados com azul de

toluidina, e os cortes ultrafinos foram colocados sobre grades de cobre com

Page 99: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

87

300-mesh, contrastados com citrato de chumbo e acetato de uranila, e

examinados em um microscópio eletrônico de transmissão Zeiss EM 10C.

3.11. Imunohistoquímica para Galectina-3, CD24, CD34+ ou Pan-

citoqueratina (Pan-CK)

Os cortes de parafina foram desparafinizados com banhos sucessivos de xilol,

depois hidratados em concentrações decrescentes de etanol e finalmente em

água destilada. Após lavagem em PBS foi realizada recuperação antigênica em

tampão citrato pH6 a 90oC, por 15 minutos, seguida de inibição de peroxidase

endógena com banho em solução 50% de H2O2 em metanol, por 10 minutos.

Os cortes foram lavados com PBS e os sítios inespecíficos de ligação de

imunoglobulina foram bloqueados com PBS BSA 5%, Triton X100 0,5%, por 30

minutos. Em seguida, os cortes foram incubados com os seguintes anticorpos

primários: anti-Galectina-3 humana (meio condicionado derivado de linhagem

M3/38), anti-CD24 (Santa Cruz, CA, USA), anti-pan-CK mouse anti-human

(Sigma, St. Louis, MO, USA), que reconhece as citoqueratinas 1, 4, 5, 6, 8, 10,

13, 18 e 19, ou camundongo anti-CD34 humano (clone QBEND10, Biogenex,

San Ramon, CA), diluídos em PBS-BSA1% overnight na geladeira em câmara

úmida. Após 3 lavagens de 5 minutos com PBS Tween 0,25% pH7,4, os cortes

foram incubados com EnVision™+ System, Peroxidase (DAKO EnVision™+

System, HRP) ou Novolink™ Polymer Detection System (Novocastra

Laboratories) por 1h a TA em câmara úmida. Após duas lavagens com PBS

Tween 0,25% pH7,4, foi realizada incubação com DAB (Liquid DAB da DAKO)

até a revelação em, no máximo, 10 minutos. Após uma lavagem com PBS

Tween 0,25% pH7,4 e outras duas com água destilada, de 5 minutos cada, os

Page 100: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

88

cortes foram contracorados com Hematoxilina diluída (1:3), por 5 minutos. Os

cortes foram lavados em água corrente por 10 minutos e diferenciados

rapidamente em solução de HCl 0,5%. Em seguida, foram desidratados em

concentrações crescentes de etanol, lavados em Xilol e as lâminas montadas

em entellan (MERCK).

3.12. Imunofluorescência e Microscopia Confocal

Os esferóides foram fixados com paraformaldeído 4% tamponado por 6h

e, em seguida, incubados com sacarose 15% (overnight), sacarose 30% (6h),

incluídos em OCT (tissue teck), congelados e cortados em criostato (Leica CM

1850). Após lavagem com PBS, para análise de moléculas de matriz

extracelular, os cortes foram previamente incubados com PBS-Triton X 0,01%

durante 15 minutos. Já para localização das células tumorais, os cortes foram

incubados PBS-Triton X 0,2% por 15 minutos. Seguindo lavagem com PBS e

bloqueio dos sítios inespecíficos com solução de BSA 5% em PBS por 1h. As

lâminas foram incubadas por 16h, a 4ºC, em câmara úmida, com os seguintes

anticorpos primários: (i) coelho anti-fibronectina (Sigma Chemical Co.) dilluído

1:400, (ii) camundongo anti-colágeno I (Sigma) dilluído 1:1000, (iii) coelho anti-

laminina (Sigma Chemical Co.) dilluído 1:50, (iv) cabra anti-osteopontina (Santa

Cruz) dilluído 1:1000, (v) camundongo anti-colágeno IV dilluído 1:50 (Sigma

Chemical Co.) e (vi) anti-pan-CK dilluído 1:100 (Sigma) em PBS 0,1% BSA. As

lâminas foram lavadas com PBS e incubadas, por 60 minutos a TA, com os

anticorpos secundários específicos conjugados a Alexa 488 ou 546 (Molecular

Probes). As lâminas foram lavadas e, em seguida, incubadas com 4’,6-

diamidino-2-fenilindole (DAPI, Sigma Chemical Co.) ou TOPRO-3 (Molecular

Page 101: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

89

Probes), 1:5000 (NACl 0.9%) por 5 minutos TA ou 1:1000 (PBS) por 1h a TA,

respectivamente. As lâminas foram montadas em vectashield ou N-propil-

galato (meios anti-fading) e observadas em microscópio de fluorescência

(Nikon, Eclipse E400) ou em microscópio Confocal LSM 510 Meta (Carl Zeiss).

3.13. Efeito de Galectina-3 na migração das linhagens tumorais

Galectina-3 foi neutralizada nos esferóides pela incubação destes, por

48h, com meio suplementado com 20% de meio condicionado obtido de

hibridomas secretores de anti-Gal3 humano/murino (M3/38) ou anti-CD8

humano (ATCC#TIB105) como controle não-relacionado. O anticorpo anti-Gal3

produzido por M3/38 não reconhece o sítio de ligação da Gal-3 com substratos

glicoconjugados, e sim uma série de repetições no sítio N-terminal; sítio este

fundamental para o processo de cooperação positiva ou ―positive cooperativity‖,

processo bioquímico no qual a interação de um ligante em um sítio aumenta a

afinidade da molécula por um segundo ligante, neste caso, os glicoconjugados,

que logo bloqueiam as ligações cruzadas (Massa et al., 1993; Sackett & Saroff,

1996; Schaffert, Pour & Chaney, 1998). O meio condicionado foi obtido pelo

plaqueamento dos hibridomas em garrafas de 25cm2 com 10mL de meio RPMI

20% SFB, na concentração de 105 células/mL. As culturas foram mantidas por

4 dias e, após esse período, o sobrenadante foi coletado, centrifugado a

3000rpm por 30 minutos, filtrado, aliquotado e congelado a -20°C.. Após a

incubação dos esferóides com 20% de meio condicionado dos hibridomas por

24h, o meio foi então trocado por novo meio com 20% de meio condicionado

para mais 24h, completando um total de 48h de bloqueio do microambiente.

Células tumorais foram distribuídas sobre estes esferóides em meio

Page 102: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

90

convencional e, após 16h de co-cultura, a invasão foi avaliada por citometria de

fluxo, como descrito.

Outra estratégia foi utilizar esferóides de células de estroma de medula

óssea derivadas de camundongos C57BL/6 selvagens e nocautes para

Galectina-3 (gal3-/-), cujo protocolo de estabelecimento já foi descrito. Após a

formação dos esferóides, as linhagens tumorais foram co-cultivadas com os

mesmos por 16h e o percentual de células capazes de invadir os esferóides foi

determinado por citometria de fluxo, como descrito.

3.14. Eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) e Western

Blotting

3.14.1. Extratos fracionados de proteínas solúveis e insolúveis em

Triton X-100

Para preparação de extratos enriquecidos em citoesqueleto e

membranas (fração insolúvel), ou em citoplasma e núcleo (fração solúvel),

utilizou-se o protocolo descrito (Goichberg et al., 2001). As células foram

distribuídas em placas de 60 mm2, 106 células por placa, e mantidas em cultura

por 48h. A monocamada foi incubada com 500 µL de tampão MES (MES a 50

mM pH 6,0), contendo Triton X-100 a 0,5%, EGTA a 2,5 mM, MgCl2 a 5 mM de

inibidores de proteases (aprotinina a 1mg/ml; leupeptina a 1 mg/ml; pepstatina

a 1mg/ml; PMSF a 1mM; fluoreto de sódio a 1mM e ortovanadato de sódio a

1mM, todos da Sigma-Aldrich), por 2 minutos, à temperatura ambiente e sob

agitação. Em seguida, o sobrenadante (fração solúvel) foi recolhido e diluído na

proporção de 1:1 em tampão de amostra para SDS-PAGE (Tris-HCl 125Mm,

pH 6,8; SDS a 4%; glicerol a 20%; β-mercaptoetanol a 10% de azul de

Page 103: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

91

bromofenol a 0,002%), como descrito (Laemmli, 1970). Na mesma placa,

adicionou-se mais 500 µL de tampão MES e a monocamada foi raspada. Este

extrato (fração insolúvel) foi diluído em tampão de amostras para SDS-PAGE,

conforme citado anteriormente. Posteriormente, ambas as frações foram

incubadas a 100ºC, por 3 minutos, e mantidas a -20ºC até o uso.

3.14.2. Extratos fracionados de citoplasma e núcleo.

As frações de núcleo e citoplasma foram obtidas utilizando-se o kit de

fracionamento celular NE-PER® Nuclear and Cytoplasmic Extraction Reagents

(Pierce, Rockford, IL). Todo o protocolo foi realizado seguindo as instruções do

fabricante. Resumidamente, as células foram distribuídas em placas de 60

mm2, 106 células por placa, e mantidas em cultura por 48h. Após este período,

as células foram removidas com solução de tripsina e contadas. Ao sedimento

foram acrescentados 100 µL do reagente de extração citoplasmático I (CER I)

contendo inibidores de proteases (ver item 4.12.1). As amostras foram

vortexadas por 15 segundos, em velocidade máxima, e incubadas no gelo por

10 minutos. Terminada esta etapa, adicionou-se 5,5 µl do reagente de extração

citoplasmático II (CER II), vortexando novamente, por mais 5 segundos, e

incubando no gelo por mais 1 minuto. Em sequência, as amostras foram

vortexadas por 5 segundos e centrifugadas a 16.000 x g, por 5 minutos, a 4ºC.

O sobrenadante foi coletado (extrato citoplasmático) e diluído na proporção de

1:1 em tampão de amostra para SDS-PAGE como descrito anteriormente. O

sedimento nuclear obtido foi ressuspenso em 50 µl do reagente de extração

nuclear (NER), contendo inibidores de proteases, e vortexado por 15 segundos

em velocidade máxima. Em seguida, as amostras foram incubadas no gelo por

Page 104: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

92

40 minutos, sendo vortexadas a cada 10 minutos. Após esta etapa, as

amostras foram centrifugadas a 16.000 x g por 10 minutos, a 4ºC. O

sobrenadante (fração nuclear) foi coletado e diluído como descrito acima. Por

fim, as amostras foram incubadas a 100ºC por 3 minutos e mantidas a -20ºC

até o uso.

A dosagem de proteínas das amostras foi realizada pelo método de

Bradford (ver item 4.13), utilizando-se uma alíquota dos extratos sem tampão

de amostra. Para eletroforese, utilizou-se 15g por amostra.

3.14.3. Quantificação de proteínas pelo Método de Bradford

Para este procedimento utilizou-se o reagente de Bradford (Sigma-

Aldrich) e o protocolo foi realizado segundo especificado pelo fabricante. As

amostras, em duplicata, foram diluídas na proporção de 1:30 em reagente de

Bradford e incubadas por 5 minutos. Em seguida, realizou-se a medição

fotométrica das soluções em comprimento de onda de 595 nm. Para a

determinação das concentrações proteicas, realizou-se uma curva-padrão com

soluções de albumina bovina em concentrações conhecidas. A partir da reta

obtida, as concentrações das amostras teste foram determinadas em função

dos valores de absorbância obtidos nas respectivas leituras.

3.14.4. Eletroforese em gel de poliacrilamida e Western Blotting

Quantidades iguais de cada amostra foram aplicadas em gel de

poliacrilamida a 12% em condição desnaturante (SDS-PAGE) como descrito

(Laemmli, 1970). As eletroforeses foram realizadas sob corrente constante.

Após eletroforese, as proteínas foram transferidas para folhas de PVDF

Page 105: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

93

(Milipore, São Paulo, Brasil), de acordo com o descrito por Towbin e

colaboradores (1979), com modificações (Towbin, Staehelin & Gordon, 1979).

O gel foi colocado no tampão de transferência (Tris a 25 mM, glicina a 191 mM

e metanol a 20%), por 20 minutos. A folha de PVDF foi lavada por 10 segundos

em metanol a 100%, colocada em água destilada por 5 minutos (sob agitação)

e depois por 10 minutos em tampão de transferência. Em seguida, as proteínas

foram transferidas eletroforeticamente para a folha de PVDF, overnight, a 40 V

e a 4°C. As proteínas imobilizadas na PVDF foram imediatamente bloqueadas

por 1h, à temperatura ambiente, com uma solução de leite em pó desnatado a

5% (Molico) em tampão TBS-Tween (Tween a 0,001%). Em seguida, a

membrana foi incubada com anticorpo primário específico, anti-Gal3 (M3/38 -

diluído 1:20) ou anti -catenina (coelho anti-humano, AbCam#16051,

Cambridge, MA, USA), diluído neste mesmo tampão, overnight, a 4°C. Após a

incubação, a PVDF foi lavada quatro vezes, por 10 minutos cada, com TBS-

Tween. Em sequência, incubou-se com o anticorpo secundário anti-IgG

específico conjugado à peroxidase diluído 1:5000 (Sigma ou Amersham

Biosciences), diluído em tampão TBS-Tween, por 1 hora, a temperatura

ambiente e sob agitação. Após quatro lavagens de 10 minutos cada, a PVDF

foi submetida à revelação por DAB 0,006% em água contendo peróxido de

hidrogênio (Sigma - 5 L para cada 7 mL) ou Super Signal West Pico ECL

Pierce Kit (Pierce) e todo o procedimento foi feito segundo o protocolo do

fabricante.

3.15. Papel da via de Wnt canônica e não-canônica na migração e

proliferação das linhagens tumorais

Page 106: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

94

Para investigar o papel da via de WNT na biologia das linhagens de

tumor de mama humano foram desenvolvidas duas estratégias: (1) As células

foram tratadas com meio de cultura suplementado com 10% de meio

condicionado enriquecido em Wnt3a, ou Wnt5a e controle. O meio

condicionado foi obtido distribuindo-se células L controle, L WNT 3A ou L WNT

5A, previamente selecionadas com neomicina, em garrafas de 75cm2 com 14

mL de meio DMEM 10% SFB, na concentração de 1,34 x 106 células. As

culturas foram mantidas por 4 dias e, após esse período, o sobrenadante foi

coletado, centrifugado a 3000rpm, por 30 minutos, filtrado, aliquotado e

congelado a -20°C. Para os ensaios de invasão, as células tumorais foram

incubadas com 10% dos referidos meios condicionados por 48h. Após este

período as células foram co-cultivadas com os esferóides de células de

estroma por 16h na presença dos respectivos meios condicionados e a análise

foi feita por citometria de fluxo, como descrito. (2) As células foram

transfectadas com plasmídeos moduladores da via de Wnt, -catenina

selvagem (Plasmid 16828: human beta-catenin pcDNA3), -catenina mutada

(S33Y –Plasmid 19286: pcDNA3-S33Y beta-catenin) e TCF-4 mutado (-TCF4

–Plasmid 16513: pcDNA/Myc DeltaN TCF4), todos da Addgene (Cambridge,

MA, USA; www.addgene.org). (3) Para bloqueio farmacológico da via, as

células tumorais foram pré-incubadas por 24h com 100M de Quercetina e

plaqueadas sobre os esferóides em contato com a droga.

3.15.1. Caracterização e Linearização dos plasmídeos e transfecção

A identidade dos plasmídeos foi confirmada por digestão com enzimas

de restrição que liberassem o gene do vetor (backbone) e permitissem assim a

Page 107: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

95

análise do tamanho da banda liberada. Seguindo-se os mapas, os plasmídeos

de β-catenina selvagem (20µg) e β-catenina mutada S33Y (20µg) foram

digeridos com BamHI por 2h e XhoI por 10 minutos, em tampão NEB 3 (New

England Biolabs inc.), na presença de BSA (0.10 mg/ml), em volume final de

20µL. O plasmídeo Δ-TCF4 (20µg) foi digerido apenas com BamHI por 2h em

tampão NEB 3 (New England Biolabs inc.), na presença de BSA (0.10 mg/ml),

em volume final de 20µL. Posteriormente, os produtos da digestão foram

aplicados em gel de agarose 1% com SYBR® Safe DNA gel stain 10,000X

(Invitrogen). Os plasmídeos foram linearizados com digestão por enzima Pvu1

nas mesmas condições descritas anteriormente, cortando os plasmídeos em

um único ponto não codificante. Esta estratégia foi utilizada porque foi

recentemente demonstrado que plasmídeos linearizados aumentam a

possibilidade de integração estável no genoma (Stuchbury & Munch).

A transfecção foi realizada cultivando-se as células com 90 a 95% de

confluência (6x 104 células/poço) em poços de placa de 24 cm2, em meio sem

soro e sem antibióticos. O protocolo de transfecção com lipofectamina 2000 foi

realizado preparando-se uma mistura desta (0,8µL por poço) com solução de

DNA (plasmídeo -0,8µg por poço) em meio sem soro, na proporção de 1:1.

Esta mistura foi gentilmente homogenizada e incubada por 20 minutos, a

temperatura ambiente, perrmitindo assim a formação dos lipoplexos. Estes

possuem 6h de estabilidade e, sendo assim, foram imediatamente colocados

em contato com as células, que foram então mantidas na estufa de CO2 a

37ºC, pelo perído acima citado. Em seguida, o meio de cultura foi trocado para

meio com 10% de SFB e antibiótico. As células foram mantidas na estufa para

sua recuperação, overnight. Porém, para análise de expressão do transgene foi

Page 108: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

96

necessário aguardar de 24 a 48 horas antes de dar inicio a seleção por

Neomicina (Sigma, St. Louis, MO, USA), 1mg/mL por 7 dias. Após esse

período a maior parte das células havia morrido porém todas as restantes, que

se mostraram resistentes ao antibiótico foram expandidas para uso nos

protocolos experimentais. Não foi realizada subclonagem. Apenas de tempos

em tempos pulsos de neomicina eram realizados para garantir alta

concentração da população resistente. As células transfectadas foram co-

cultivadas com os esferóides de células de estroma por 16h e a análise de

invasão foi feita por citometria de fluxo ou imunohistoquímica.

3.16. Isolamento de m-RNA e reação de polimerase em cadeia com

transcrição reversa (RT-PCR)

A expressão de genes envolvidos no processo de migração e

manutenção de quiescência de progenitores hematopoéticos, e possivelmente

células tumorais que ocupem esse nicho, foi avaliada comparando as

populações de MSC de medula, linhagem de osteoblasto (HOB) e fibroblasto

de pele humana (FPH). Para tanto, as células foram lisadas com Trizol (Gibco

BRL) para extração de RNA total, seguindo-se o protocolo recomendado pelo

fabricante. Para a síntese de cDNA foram utilizadas 2 g de RNA total. Foi

adicionada 0,5µg de oligo-dT primer (oligo-dT primer 500 g/mL, Gibco BRL) e

a mistura foi incubada a 68°C por 4 minutos. Após este período, adicionou-se

0,01 M de DTT (DTT, 0,1M, Invitrogen), 0,5 mM de uma mistura de

nucleotídeos (dNTPs 25mM, Invitrogen) e 200U da enzima de Transcrição

Reversa (M-MLV RT 200 U/mL; Invitrogen). A mistura foi incubada a 39°C por

2h. Em seguida, foi colocada a 90º C por 10 minutos e armazenada a – 20 °C.

Page 109: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

METODOLOGIA E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

97

Para as reações de RT-PCR, 2 L de cDNA foram adicionados numa solução

contendo 0,4 pMoles/µL de primers (Tab. 1), 1,5U de Taq Polimerase (Cenbiot

Enzimas) e tampão da enzima contendo 2mM de MgCl2 e 0,1 mM de uma

mistura de nucleotídeos (dNTPs 25mM, Invitrogen). Após 60 segundos a 96ºC,

foram realizados 34 ciclos de 96°C por 30 segundos, seguidos de 45 segundos

a temperatura média de anelamento para cada primer (Tab. 1) e 72°C por 1

minuto para alongamento. Ao final, um ciclo a 75ºC por 5 minutos. O produto

amplificado foi submetido à eletroforese em gel de agarose a 1,2% e posterior

coloração com brometo de etídeo (0,17 μg / mL) em TAE (Tris49 Acetato-

EDTA). A visualização foi realizada com o auxilio de um transiluminador.

Tabela 1. Primers utilizados.

Fator Seqüência TM Produto

amplificadoo

GAPDH 5’ATCACCATCTTCCAGGAGCG3’

3’CCTGCTTCACCACCTTCTTG5’ 57,5ºC 573pb

DKK-1 5’TGGTCCAAGATCTGTAAACCTGTCC3’

3’CTGGCTTGATGGTGATCTTTCTGTA5’ 67,5ºC 149pb

SCF 5’GACAGCTTGACTGATCTTCTGGAC3’

3’ACTGCTGTCATTCCTAAGGGAGCT5’ 58ºC 359pb

SDF-15’CCGCGCTCTGCCTCAGCGACGGGAAG3’

3’CTTGTTTAAAGCTTTCTCCAGGTACT5’ 64°C 226pb

Wnt 5a 5’TTTTTCTCCTTCGCCCAGGTTGT3’

3’GGCTCATGGCGTTCACCAC5’ 57,5ºC 358pb

TM = Temperatura média de anelamento

Page 110: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

98

4. RESULTADOS

4.1. Desenvolvimento de esferóides simples e mistos com MSC de MO

induzidas para a linhagem osteogênica

O modelo de cultura tridimensional multicelular do tipo esferóide com

células de estroma de MO, associadas (esferóide misto) ou não (esferóide

simples) às células de estroma de MO osteo-induzidas foi desenvolvido e

caracterizado. Foi possível desenvolver um modelo de esferóide misto com

segregação das duas populações, de tal forma que se criasse uma interface

entre estas, mimetizando a região subendosteal da MO (Fig. 16A-B). A

distribuição de matriz extracelular nestes esferóides mistos foi muito

semelhante ao descrito in vivo, ressaltando-se a ampla rede tridimensional de

fibronectina tanto nas regiões centrais osteo-induzidas quanto nas periféricas

não induzidas (Fig. 16I-J) e a deposição de fibras colágenas, particularmente

colágeno I, exclusivamente na região central de células diferenciadas para a

linhagem osteogênica (Fig. 16D-F) e ausente em esferóides simples não

induzidos (Fig.16C). Porém, outros elementos foram também observados,

como pequenas quantidades de laminina (Fig.16G) e colágeno IV (Fig.16H).

Uma vez que osteopontina é observada exclusivamente na interface entre osso

e cavidade medular (Nilsson et al., 2005), e tem papel fundamental no nicho

subendosteal (Nilsson et al., 2005; Stier et al., 2005), sua expressão em

esferóides mistos foi também investigada. Osteopontina é expressa em baixos

níveis principalmente na interface entre células mesenquimais osteo-induzidas

e não osteo-induzidas (Fig.16K), sugerindo que esferóides mistos reproduzem

o padrão de expressão de matriz extracelular e elementos do microambiente no

nicho subendosteal. Quanto ao perfil fenotípico dessas células, é sabido que

Page 111: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

99

células estromais de MO expressam constitutivamente α-actina de músculo liso

(α–SMA) tanto in vitro 2D quanto in vivo. Porém, já foi demonstrada em

fibroblastos, que são α–SMA positivos em cultivos 2D, a perda de expressão

desta molécula quando cultivados em 3D (modelo esferóide), reproduzindo um

padrão similar ao que se tem in vivo – uma vez que não há expressão de α –

SMA em fibroblastos –, mostrando que a expressão em 2D, nesse caso, se

trata de artefato de cultura (Bianco et al., 2001; Kunz-Schughart et al., 2001;

Remy-Martin et al., 1999). Fomos observar, então, a presença de α–SMA em

esferóides mistos de células estromais de MO osteo-induzidas ou não.

Observamos que elas eram positivas para esse marcador, mostrando se tratar

de uma real marcação. Porém, as células osteo-induzidas apresentavam uma

marcação fraca para a mesma molécula, tendo uma maioria de células

negativas (Fig.16L). Esse dado é bastante relevante, uma vez que se tem

correlacionado na literatura osteoblastos mais avançados na cascata de

diferenciação com menor expressão de α–SMA, sugerindo assim que uma

semana de indução osteogênica foi suficiente pra induzir um fenótipo de

osteoblastos α–SMA negativos secretores de colágeno I (Kalajzic et al., 2008).

4.2. As MSC de MO não proliferam em cultura do tipo esferóide

Os esferóides apresentam células em estado quiescente,

homogeneamente negativas para o marcador Ki-67, antígeno nuclear expresso

por células em ciclo (Fig. 17A-B). A análise, por técnica de TUNEL, mostrou

que a maioria das células nos esferóides está viável, apresentando em torno de

10% de células apoptóticas (Fig. 17C). Validando o modelo de esferóide como

Page 112: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

100

um modelo de cultivo válido e apresentando padrão de comportamento similar

ao observado in vivo.

Figura 16. Caracterização morfológica dos esferóides mistos. (A) Microscopia

óptica de esferóides mistos mostrando a segregação das populações celulares

segregadas (cabeça de seta). H-E. Barra correspondendo a 100m. (B) Microsopia Confocal dos esferóides mistos com população osteoinduzida marcada com CM-DiI (vermelho) confirmando a segregação. Núcleo marcado com DAPI (azul). Barra

correspondendo a 50m. Coloração por Picrossírius de esferóides simples (C) e mistos (D) destacando fibras colágenas na camada celular interna. Barra

correspondendo a 100m. (E-K) Microscopia confocal de coloração por picrossírius mostrando a deposição de fibras colágenas na região de células osteoinduzida (E), Colageno I, em verde, (F) na região central de células osteo-induzidas, marcadas com CM-DiI, em vermelho, Laminina, em verde, (G), Colageno IV, em verde, (H), fibronectina, em verde, na região periférica (I) e central (J), Osteopontina, em verde,

(K) e α –SMA em esferóides mistos (L). (G-J) Barras correspondendo a 20m. (F)

Barra correspondendo a 10m. (K) Barra correspondendo a 50m.

Page 113: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

101

Figura 16.

Page 114: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

102

Figura 17. Análise de viabilidade e proliferação dos esferóides. (A) Histograma

mostrando a expressão de Ki-67 em células de estroma de MO (MSC) e osteoblastos humanos (HOB) cultivados 2D ou 3D. Linha pontilhada o controle de isotipo, linha cheia preta cultura 3D e linha cheia cinza cultura 2D. (B) Gráfico representativo do percentual de MSC, HOB e fibroblastos de pele humana (SFB) positivas para Ki67 nas diferentes formas de cultivos. (C) Análise por TUNEL de células apoptóticas nos

esferóides. Barra correspondendo a 20m. Sc - semiconfluente. C - Confluente. * - cultivo com colchicina.

Page 115: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

103

4. 3. Células CD34+ de SC ou MO são capazes de migrar em esferóides

Simples e Mistos

A migração de progenitores hematopoéticos de sangue de cordão e

medula óssea foi testada tanto em esferóides simples compostos unicamente

de células mesenquimais de medula óssea não osteo-induzidas quanto no

modelo de esferóide misto, previamente descrito. As análises histológicas e

ultraestruturais permitiram observar que as células progenitoras foram capazes

de migrar por entre as células de estroma que compõem os esferóides. Após

48h, células hematopoéticas foram observadas na região central dos

esferóides simples de células mesenquimais de medula óssea (Fig. 18A). Foi

possível observar célula hematopoética polarizada, com protrusões

membranares junto às junções intercelulares de células de estroma da

superfície dos esferóides (Fig 18B). Verificou-se por MET que inúmeras células

hematopoéticas apresentavam as características ultraestruturais de células

CD34+ (Servida et al., 1996), ou seja, núcleo arredondando com cromatina

frouxa, citoplasma escasso e pobre em organelas e apresentando alguns

vacúolos (Fig. 18C). Estas estabeleceram interações com as células estromais,

originando áreas em que as membranas plasmáticas de ambas as células

encontravam-se próximas (Fig. 18D). As análises histológicas dos esferóides

mistos co-cultivados com células CD34+ de SC permitiram observar que neste

modelo de cultura as células hematopoéticas encontram-se, inicialmente,

distribuídas na camada de MSC não induzida (Fig 18E). Curiosamente, após

48 à 72h de co-cultura, algumas células hematopoéticas foram observadas no

limite entre o esferóide central, formado por células osteo-induzidas, que

chegaram a organizar matriz osteóide, e as MSC não induzidas, que o

Page 116: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

104

recobriam, mas nunca no centro deste (Fig. 18F-G). Esta localização próxima à

região formada por MSC induzidas para a linhagem osteogênica foi confirmada

por imunohistoquímica e microscopia confocal.(Fig. 18H-I).

A cinética de migração das células CD34+ de SC nos esferóides mistos

foi testada e comparada com a cinética de migração nos esferóides simples de

MSC não induzidas, e com a cinética em esferóides simples de MSC induzidas

(Fig. 19A). Observou-se que as células CD34+ de SC migraram de forma

semelhante, tanto nos esferóides mistos, quanto nos simples de células não

induzidas, atingindo um platô em torno de 15% em 24h. Curiosamente,

observou-se que as células hematopoéticas não só eram capazes de migrar

nos esferóides simples osteo-induzidos, como o faziam com grande eficiência e

continuamente, sem atingir um platô. Ao contrário do observado nos modelos

anteriores de esferóides, as células continuaram a migrar mesmo após 24h de

co-cultivo. Esse resultado demonstra que a localização preferencial na interface

do esferóide misto não se deveu a uma barreira física pela grande presença de

colágeno I, mas sim a uma reconstrução de um microambiente informativo que

possivelmente envolve gradientes de quimiocinas e moléculas de adesão

diferencialmente expressas. Para diferenciar o fenômeno de proliferação da

migração dentro dos esferóides, células hematopoéticas foram removidas após

24h de co-cultivo e os esferóides foram mantidos em cultura por até 48h. E não

houve diferença no número de células no interior dos esferóides durante o platô

de 24 para 48h, mostrando, assim, que não há proliferação (Fig.19B).

A capacidade de migração in vivo de células CD34+ derivadas de

diferentes fontes difere, sendo que as células de SC parecem migrar mais

eficientemente para a MO do que as de MO (Bonig et al., 2006). Com o objetivo

Page 117: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

105

de verificar se estas diferenças, observadas in vivo, seriam reproduzidas num

modelo in vitro 3D, células CD34+ foram isoladas de SC e MO e co-cultivadas

com esferóides mistos para avaliar a cinética de migração. Ao contrário do SC,

a seleção magnética de células CD34+ de MO chegou a 90% de pureza. As

análises por citometria de fluxo mostraram que, como descrito na literatura, as

células progenitoras de SC parecem migrar com maior eficiência em relação às

de MO (Fig. 19C). Enquanto a população de SC atingiu, em média, 16,28% (±

4,14) de migração em 24h, em três experimentos independentes, a população

de MO atingiu somente 7,4% (± 4,34). Estes resultados sugerem que este

modelo 3D permite identificar diferenças na capacidade de migração em

estroma medular de progenitores hematopoéticos. Além disto, mesmo na

presença de pré-osteoblastos, que induzem migração eficiente das células

CD34+ de SC, a cinética de migração dos progenitores hematopoéticos parece

ser determinada pelas MSC não induzidas.

Page 118: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

106

Figura 18. Co-cultura de esferóides simples e mistos com células CD34+ de SC e MO. (A-B) Cortes semi-finos de esferóides simples de MSC após 48h de co-cultivo

com células CD34+ de SC. Células hematopoéticas distribuidas homogeneamente (A) e emitindo projeção citoplasmática na superfície do esferóide (B). Azul de metileno.

Barras = 30m e 10m, respectivamente. (C-D) Ultraestrutura mostrando célula CD34+

interagindo com células estromais. Detalhe em (D). Barras = 2,25m e 1,4m, respectivamente. Histologia das co-culturas em 24h (E) com células hematopoéticas (setas) na periferia dos esferóides e após 48h (F-G), onde algumas células se encontram na interface das duas populações estromais (cabeça de seta), sendo que o esferóide central chegou a organizar matriz osteóide (cabeça de seta, G). Barras =

30m. (H) Imunohistoquímica para CD34 confirmando o fenótipo e localização destas. (I) Microscopia confocal mostrando células hematopoéticas CFSE+ (verde) na interface das duas populações celulares após 72h de co-cultivo. Células osteo-induzidas

marcadas com CMDiI (vermelho) e núcleo em azul (DAPI). Barra = 10m.

Page 119: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

107

Figura 19. Cinética de migração de células CD34+ em esferóides. (A) Células

CD34+ de SC foram co-cultivadas com esferóides simples não induzidos (linha cheia), mistos (linha pontilhada) ou simples osteo-induzidos (linha tracejada) e a migração foi analisada ao longo do tempo. (p=1.00). (B) Para diferenciar o fenômeno de proliferação de migração dentro dos esferóides, células hematopoéticas foram removidas após 24h de co-cultivo e os esferóides foram mantidos em cultura por até 48h. O número de eventos CD34+ dentro dos esferóides lavados (círculos fechados) foi comparado com o número de eventos CD34+ dentro dos esferóides não-lavados (círculos abertos). (C) Cinética de migração de células CD34+ de SC (linha cheia) e de MO (linha pontilhada) em esferóides mistos ao longo do tempo (n=3; p=0,046 em 16h e p=0,011 em 24h). A média do percentual de migração é apresentada. Barras representam erro padrão.

4. 4. Recirculação das células CD34+ nos esferóides mistos

A cinética de migração das células CD34+ nos esferóides mistos e nos

simples formados por MSC não induzidas ou induzidas para a linhagem

osteogênica mostrou, como já descrito, que a presença de MSC não induzidas

estabelecia um platô em 24h, enquanto nos esferóides formados

exclusivamente por células induzidas isto não era observado (Fig.19A). A

ocorrência desse platô levantou duas possibilidades: a primeira de que as

células teriam atingido um ponto de saturação da migração, e a segunda de

que existisse contínua recirculação das células. Para investigar essas

hipóteses, as células hematopoéticas foram co-cultivadas com os esferóides e,

após 24h, as que não haviam migrado foram retiradas e os esferóides foram

mantidos em cultura. Observou-se, 24h e 48h após, a presença de células

hematopoéticas no sobrenadante, principalmente dos esferóides mistos (Fig.

20A) ou de MSC não induzidas (dado não mostrado). Após 48h, o número de

Page 120: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

108

células hematopoéticas no sobrenadante era ainda maior (Fig.20B), mostrando

assim que a saída de células é um processo contínuo. O percentual de saída

em relação ao total de células CD34+ presentes nos esferóides, quantificadas

por citometria de fluxo, foi calculado no ponto de 48h, comparando-se a saída

de células CD34+ de SC ou MO em esferóides mistos ou simples de MSC

induzidas. Tanto as células CD34+ de SC, quanto às de MO, migraram para o

sobrenadante dos esferóides mistos, porém, o percentual de saída dos

esferóides simples induzidos foi menor (Fig.20C). Estes resultados sugerem

que o platô de migração, observado nos esferóides mistos, poderia se dever a

uma recirculação das células CD34+. Ou seja, se estabeleceria um equilíbrio

dinâmico com entrada e saída contínua de células hematopoéticas na mesma

proporção. Para verificar esta hipótese, células CD34+ não marcadas foram

distribuídas sobre esferóides mistos e, após 24h, as células do sobrenadante

foram retiradas. Em seguida, células CD34+ marcadas com CFSE foram

distribuídas sobre os esferóides. O sobrenadante e os esferóides dissociados

foram analisados após 24h e 48h por citometria de fluxo, e o percentual das

populações marcadas ou não nos esferóides e no sobrenadante foi

determinado. Como previsto, verificou-se que 24h após a lavagem dos

esferóides as células não marcadas estavam presentes em pequenas

quantidades no sobrenadante, havendo um aumento neste percentual após

48h. Paralelamente, observou-se que o percentual de células CFSE+ diminui

progressivamente no sobrenadante. No interior dos esferóides verificou-se

exatamente o contrário. Após 24h, já foi possível observar um pequeno

percentual de células CFSE+ e este valor aumentou após 48h, ao mesmo

tempo que houve redução do percentual de células não marcadas (Fig. 20D).

Page 121: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

109

Estes resultados preliminares confirmaram a hipótese de que nos esferóides

mistos estabelece-se uma dinâmica de migração das células hematopoéticas,

com entrada e saída simultânea de células por até 72h de cultura, o que leva a

formação do platô.

4. 5. Os esferóides mistos têm maior capacidade de manter células CD34+

de SC quiescentes em relação aos simples

Verificamos que os esferóides mistos mantêm uma organização celular

própria e que os progenitores hematopoéticos que migram neste modelo

localizam-se preferencialmente na vizinhança das MSC induzidas, embora

sejam capazes de migrar para o interior de esferóides formados somente por

células induzidas. Estes resultados sugerem que haja a formação, nos

esferóides mistos, de microambientes específicos capazes de controlar a

localização dos progenitores hematopoéticos de forma semelhante ao nicho

subendosteal da MO. Uma vez que esta região parece controlar não só a

localização, mas também a quiescência das CTH in vivo, a proliferação das

células CD34+ de SC foi investigada no modelo de co-cultura com esferóides

mistos e simples. Para tanto, esferóides mistos e simples foram co-cultivados

por até 7 dias com progenitores CD34+ de SC, na presença de BrdU, que foi

adicionado ao meio de cultura. Posteriormente, os esferóides foram

dissociados e o percentual de células CD34+BrdU- foi verificado por citometria

de fluxo. Nossos resultados mostraram que os esferóides mistos mantiveram,

em média, o dobro das células CD34+ em estado quiescente em relação aos

esferóides simples, 14% e 7,9% em 48h, respectivamente. E após 7 dias esta

proporção se manteve, porém, com valores inferiores, 2,4% e 1,2%. Esse

Page 122: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

110

experimento teve número amostral igual a 4 e p=0.037, sendo assim a

diferença estatisticamente significante. (Fig.20E-G). Logo, os esferóides mistos

mimetizam o nicho subendosteal de CTH, determinando sua localização

preferencial na vizinhança de pré-osteoblastos e induzindo quiescência.

Pode-se concluir deste conjunto de resultados que o modelo de

esferóide misto mimetiza o nicho subendosteal da MO e, portanto, pode ser

utilizado para análise das vias envolvidas no mecanismo de migração

transmedular e indução de quiescência; não só de HSC, mas também de

células-tronco de neoplasias hematológicas ou que produzem micrometástases

na MO, como o câncer de mama.

Page 123: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

111

Figura 20. Dinâmica de migração e quiescência de progenitores hematopoéticos nos esferóides. (A-B) Contraste de fase de esferóides mistos após 24h (A) e 48h (B) da remoção do sobrenadante de co-cultura com células CD34+ de SC. Barras = 100µm. (C) Percentual de células que emigraram dos esferóides após 48h. Barras representam erro padrão. (D) Esferóides mistos foram cultivados por 24h com células CD34+ não marcadas, lavados e em seguida incubados com células CD34+ marcadas com CFSE por 24h (barras cheias) e 48h (barras axuradas). O percentual de células CD34+ marcadas com CFSE (barras verdes) ou não (barras vermelhas) no sobrenadante ou no interior dos esferóides foi determinado por FACS. (E-G) Análise, por FACS, de proliferação de células CD34+ de SC nos esferóides simples e mistos. (F) Histograma mostrando a incorporação de BrdU nas células CD34+ (R2, em E) de SC cultivadas em esferóides mistos (linha preta) ou esferóides simples não-induzidos (linha pontilhada). Controle de isotipo (linha cinza). (G) Gráficos mostrando a média do percentual de células CD34+BrdU- (população quiescente) em esferóides simples (barra branca) e mistos (barra preta), após 48h e 7 dias de cultivo. Barras mostram desvio padrão. (n=4, p=0,037).

Page 124: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

112

4. 6. Estratégias de co-cultivo de células tumorais de câncer de mama e

células mesenquimais de medula óssea em modelo 3D do tipo esferóide

Com o objetivo de investigar se o modelo de esferóide seria adequado

como modelo de invasão tumoral, linhagens de tumor de mama foram

selecionadas e estratégias de co-cultura desenvolvidas. Linhagens invasivas

MDA435, MDA231, T47D e MDA468 (Phadke et al., 2006) e não invasiva,

como MCF-7 (Imanishi et al., 2007), foram utilizadas. Inicialmente, diferentes

formas de co-cultivo dos esferóides de células estromais de MO e tumorais,

bem como diferentes concentrações de células por esferóide foram realizadas,

pois, como as células tumorais proliferam, os esferóides cresceriam com o

tempo, levando ao surgimento de centro necrótico (Kunz-Schughart et al.,

1998). Assim, as linhagens tumorais foram distribuídas sobre esferóide pré-

formado de células estromais de MO (cultura sucessiva), ou promoveu-se

fusão de dois esferóides distintos (de linhagem tumoral e de células estromais

de MO), ou, ainda, foi feito o co-cultivo simultâneo das duas populações

envolvidas (Fig. 21). A cultura sucessiva nos pareceu ideal para análise de

invasão, apesar da fusão ter dado bons resultados para MCF7. No entanto,

neste caso, a área de contato é bem menor e o tempo para uma fusão

completa seria demasiado longo (Fig 21D-F). Além disso, MDA435 e MDA231

não são capazes de formar esferóides isoladamente, logo, a fusão se torna

impossível (dados não mostrados). Na cultura sucessiva, uma grande área de

contato com o esferóide de células estromais de MO, que é totalmente

envolvido pela MCF7, com apenas 24h de co-cultivo (Fig. 21B), se

estabeleceu.

Page 125: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

113

Figura 21. Morfologia das co-culturas de células tumorais de mama e células estromais de medula óssea. (A-C) A linhagem de tumor de mama, MCF-7, foi distribuída sobre esferóide pré-formado de estroma de MO, início da cultura (A), 24h (B) e 4 dias (C). (D-F) Fusão dos esferóides de MCF7 (maior e com menor contraste) e de estroma de MO (menor e com maior contraste) no início da cultura (D), após 24h (E) e 48h (F). (G-I) Cultura simultânea da linhagem tumoral MCF-7 com células de estroma de MO após 4 dias (G) e 5 dias (H-I). (A, B, D, E, G, H) Contraste de fase; aumento original de 5X. (C, F e I) Secções histológicas coradas por H-E; aumento original de 10X.

4. 7. As linhagens de câncer de mama invasivas são capazes de migrar

nos esferóides mistos

Todas as linhagens foram, então, cultivadas com a metodologia de

cultura sucessiva sobre esferóides mistos ou esferóides de fibroblasto de pele

humana (FPH), como um controle que nos permitiria diferenciar fenômenos

relacionados especificamente ao microambiente subendosteal daqueles mais

gerais de invasão de tecido conjuntivo, mimetizado pelos esferóides de FPH

(Fig. 22). Observou-se, inicialmente, diferenças no padrão de interação das

Page 126: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

114

linhagens com os esferóides. As linhagens não invasivas formaram uma densa

camada em torno do esferóide e um limite nítido entre as células tumorais e o

esferóide pôde ser observado (Fig. 22A e C). Já no caso das linhagens

invasivas, como a MDA231, não foi possível observar limites entre as duas

populações (Fig.22B), notando-se clara invasão dos esferóides por células

fusiformes mas positivas para citoqueratina (Fig. 22E). O mesmo padrão de

interação foi observado nas linhagens MDA435 (Fig. 22D) e MDA468 (Fig.22G-

H). Curiosamente, a linhagem T47D considerada invasiva apresentou padrão

de interação com o esferóide similar a MCF7. Sua avaliação demonstrou que,

de fato, se trata de uma linhagem invasiva, porém, ao contrário das demais

linhagens, apresenta um foco de invasão bem delimitado e as demais células

compõem uma capsula em torno do esferóide (Fig.22F) similar a de MCF7 (Fig.

22C). Isso nos foi sugestivo de heterogeneidade. Nos perguntamos quais

subpopulações seriam responsáveis por quais comportamentos.

Page 127: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

115

Figura 22. Co-cultura de linhagens de câncer de mama com esferóides mistos.

Co-cultura das linhagens tumorais com esferóides mistos após 48h. MCF7 (A,C), MDA435 (D), MDA231 (B,E), T47D (F), MDA468 (G-H). (A-B) Constraste de fase. (C-

H) IHQ para pan-citoqueratina (pan-CK). Barras: (A-B) 100 m (C-G) 60m.

Page 128: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

116

4.7. Imunofenotipagem das linhagens tumorais quanto à expressão de

CD44 e CD24

Tendo em vista as atuais descrições de subpopulações tumorais

responsáveis pela manutenção e avanço tumoral (Al-Hajj et al., 2003), foi

realizada uma análise das linhagens em questão quanto à expressão dos

antígenos de superfície CD24 e CD44. A linhagem MCF7 se apresentou

homogeneamente CD44loCD24lo (Fig.23D;H), enquanto as linhagens invasivas

(MDA231 e MDA435) se mostraram CD44HiCD24- (Fig.23A;E;B;F), perfil

compatível com o de célula-tronco do câncer. Já a linhagem T47D mostrou-se

heterogênea, confirmando sugestões iniciais (Fig.23C;G).

Figura 23. Análise imunofenotípica das sub-populações nas linhagens tumorais quanto a expressão de CD44 e CD24. (A-D) Perfil SSC VS FSC das linhagens. (E-H)

Distribuição das populações pela expressão de CD24 vs CD44. (A,E) MDA435, (B,F) MDA231, (C,G)T47D, (D,H) MCF7. Tem uma imagem melhor da T47D, sem autofluorescência.

Page 129: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

117

4.8. As subpopulações CD24+ e CD44+ são funcionalmente distintas e

não dão origem uma a outra

Uma vez que a linhagem T47D mostrou-se heterogênea, levantou-se a

questão se a subpopulação CD44HiCD24-, doravante denominada CD44+, seria

capaz de originar a subpopulação CD44-CD24+, denominada CD24+. Essas

subpopulações foram selecionadas por citometria de fluxo e a análise pós-

seleção mostrou pureza maior que 95% (Fig. 24A-C). Curiosamente, verificou-

se, após expansão in vitro da subpopulação CD24+, a presença de células

CD44+ que predominavam na cultura ao longo do tempo (Fig. 24E). No entanto,

não observou-se o aparecimento de células CD24+ nas culturas iniciadas com

a subpopulação CD44+ (Fig. 24F). Estes dados levantaram duas hipóteses: (1)

Ao contrário do descrito (Al-Hajj et al., 2003), as células CD24+ seriam capazes

de gerar a subpopulação CD44+, ou (2) o perqueno contaminante (cerca de

2%) de células CD44+ na cultura inicial expandiria preferencialmente. Para

testar estas hipóteses, foi realizado duplo sorting da população CD24+, para

alcançar pureza de 99,8% (Fig. 24D).

Nas culturas iniciadas com populações purificadas, verificou-se que a

subpopulação CD44+ apresentava morfologia mesenquimal, ou seja, as células

eram fusiformes e ricas em projeções celulares (Fig.25A). Já a população

CD24+ apresentou uma morfologia epitelial clássica com formação de ilhotas

com células intimamente aderidas e de formato cuboidal (Fig.25B).

Page 130: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

118

Figura 24. Seleção e expansão das subpopulações da linhagem T47D. (A) T47D

original mostrando as regiões (R2 e R3) de seleção das subpopulações. (B) Análise pós-sorting da população CD44+. (C) Análise pós-sorting da população CD24+. (D) Análise pós sorting da população CD24+. Os percentuais de pureza estão indicados. (E) Cultura da população CD24+ selecionada pós-sorting (99,8% pureza) acompanhada até 34 dias em meio RPMI. (F) Cultura da população CD44+ pós-sorting (99,9% pureza) acompanhada até 20 dias em meio ISCOVE’S.

Culturas tridimensionais em matrigel favorecem a organização

ramificada e morfogênese, reproduzindo eventos da glândula mamária (Stahl,

Weitzman & Jones, 1997). Logo, as células foram cultivadas desta forma.

Observamos que as CD44+ formaram cordões ramificados semelhantes a

dutos (Fig.25C) similares às estruturas descritas por Stahl e colaboradores em

1997, também trabalhando com linhagem de tumor mamário que

demonstraram cobertura por laminina 5 e lúmen. Já a população CD24+

formou estruturas arredondadas muito semelhantes a ácinos de glândula

mamária (Fig.25D). Para confirmar se, de fato, se tratava de formação de

ácinos, a cultura foi mantida por 10 dias, verificando-se a formação lúmen (Fig.

Page 131: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

119

25F), de acordo com o descrito por Debnath e colaboradores (Debnath et al.,

2002). Curiosamente, em cultivos menos puros das populações sortadas foi

possível ver a interrelação das duas estruturas (Fig.25E).

O ensaio de invasão em esferóides mistos de MO mostrou que as

células CD44+ se apresentavam em cachos (Fig.25G) como as linhagens

invasivas (Fig.22E) e, de fato, invadiam os esferóides (Fig.25I), enquanto a

população CD24+ se organizava em torno do esferóide (Fig.25H), como

observado nas co-culturas com MCF7 (Fig.22C) e não os invadia (Fig.25J). O

fenótipo dessas duas populações em cultura se mostrou estável, ou seja, uma

população não originou a outra, mesmo após meses em cultura (dados não

mostrados). O ensaio de tumorigênese em camundongos fêmeas NUDE

mostrou que as células CD24+ não originam tumor, enquanto as células

CD44+ são tumorigênicas (Fig. 26A). Porém, não foram observadas células

CD24+ nestes tumores (Fig. 26B), questionando a teoria de células-tronco

tumorais para câncer de mama.

Page 132: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

120

Figura 25. Análise funcional das subpopulações CD24+ e CD44+ que coexistiam na linhagem tumoral T47D. Células sortadas cultivadas em monocamada, CD44+ (A)

CD24+(B). Cultura em Matrigel das populações sortadas, CD44+ (C), CD24+ (D) e mista (E). Ensaio de invasão de esferóides mistos com as células selecionadas, CD44+ (G,I) e CD24+ (H,J); contraste de fase (G-H), imunohistoquímica para pan-CK (I-J).

Page 133: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

121

Figura 26. Potencial tumorigênico em camundongos NUDE. (A) Apenas as células

CD44+ foram capazes de originar tumores. Imagem representativa de 3 experimentos realizados. (B) IHQ para CD24 nos tumores. Inserto é o controle positivo, epitélio murino.

Page 134: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

122

4. 9. As linhagens tumorais apresentam maior afinidade pelas células de

estroma de medula óssea em comparação a fibroblastos

Partindo do princípio embriológico da segregação e agregação de

populações celulares a partir de suas afinidades, ditadas pelo padrão de

moléculas de adesão expressas (Layer et al., 2002; Wirz et al., 2008), foi

realizado um ensaio simples de afinidade entre duas das linhagens tumorais,

MCF7 e MDA435, e as células derivadas de diferentes estromas, MO e FPH,

em co-culturas simultâneas. Verificou-se que independentemente da célula

estromal, de MO ou FPH, havia sempre segregação da linhagem MCF7, que se

organizava formando uma camada externa (Fig. 27A-B; E-F). No entanto, a

MDA435 apresentou comportamento distinto, dependendo da linhagem

estromal. Notou-se segregação nas co-culturas com FPH (Fig. 27C;G), mas

não nas co-culturas com células de estroma de MO, nas quais as células

tumorais permearam as células estromais (Fig. 27D; H). Estes resultados

sugerem que as linhagens não invasivas, como a MCF7, tendem a se associar

entre si, segregando-se das células estromais. Por outro lado, as linhagens

invasivas, como a MDA435, de fato apresentam maior afinidade pelas células

estromais da MO. Já a interação com esferóides de fibroblasto em todas as

linhagens invasivas apresentaram aparentemente uma menor eficiência na

invasão, exemplificado pela MDA231 e T47D (Fig. 27I e J, respectivamente),

concordando, assim, com a sugerida menor afinidade.

.

Page 135: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

123

Figura 27. Ensaio de afinidade das células tumorais com fibroblasto de pele e estroma de medula óssea por co-cultura simultânea das células. (A-I) Cultivo simultâneo de células tumorais. MCF7 (A-B, E-F) ou MDA435 (C-D, G-H) com FPH (A, C, E e G) ou células estromais de MO (B, D, F e H). (A-D) Contraste de fase. Aumento original de 50X. (E-F) Secções histológicas de esferóides de cultivo simultâneo de MCF7, mostrando segregação com nítida delimitação entre as duas populações (setas). H-E. (G) Secções histológicas de esferóides de cultivo simultâneo de MDA435 com FPH, evidenciando segregação (cabeça de seta). (H) Secções histológicas de esferóides de cultivo simultâneo de MDA435 com estroma de MO, evidenciando as células tumorais de permeio às células estromais (setas) (H). (E-H) Aumento original de 400X. (I-J) Co-cultivo de MDA231 (I) e T47D (J) sobre esferóides de FPH. IHQ para

pan-CK e Barras correspondentes a 60m (I) 50m (J).

Page 136: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

124

Page 137: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

125

4. 10. As linhagens de tumor de mama apresentam maior eficiência de

invasão em esferóides mistos de medula óssea comparativamente a

esferóides de fibroblasto de pele

Para confirmar a possível maior afinidade das linhagens tumorais

invasivas por esferóides de MO em relação aos de fibroblasto, cinéticas de

invasão das linhagens foram estudadas em esferóides mistos, de FPH ou

mesenquimal de tecido adiposo (TA), pelo modelo de cultura sucessiva. O

acréscimo de esferóides de TA no planejamento experimental se deu como

mais um controle, verificando se a maior afinidade à MO se dá apenas contra

fibroblastos de pele ou se células fibroblastóides derivadas de outros tecidos

também teriam menor capacidade de suportar migração. Para o cálculo do

percentual, os esferóides foram lavados e dissociados e as células tumorais

CFSE+ que foram capazes de migrar no esferóide, quantificadas por citometria

de fluxo (Fig.28A-C). As linhagens invasivas MDA231, MDA435, MDA468 e

T47D CD44+ foram testadas. A interação destas linhagens na superfície dos

esferóides de células estromais se dá de forma diferenciada (sem formação de

camadas de células tumorais em torno do esferóide), organizando cachos

pouco aderidos, permitindo a fácil a separação entre a população que migrou e

a que não migrou. Verificou-se que todas as linhagens mostraram maior

afinidade pelos esferóides mistos de medula óssea. A invasão da linhagem

MDA231, após 24h, era significativamente maior nos esferóides mistos em

relação aos esferóides de fibroblastos. Nos esferóides mistos a invasão era tão

efetiva que após 48h atingia quase 100% (Fig. 28D), não apresentando o platô

observado nas co-culturas com células CD34+ (Fig.19A). Isto sugere que a

formação de um platô pelas células CD34+, em 24h, por recirculação continua

Page 138: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

126

(Fig. 20D), é específico desta população celular e não um artefato do modelo,

possivelmente relacionado a saturação do esferóide. No caso da linhagem

MDA435, uma diferença significativa só foi observada a partir de 48h e,

novamente, não houve formação de platô (Fig.28E). A linhagem MDA468

também apresentou um padrão de invasão similar, com aparente maior

afinidade por esferóide misto do que de FPH ou de TA, porém, não houve

significância estatística (Fig.28F). A população T47D CD44+ também foi

testada quanto a sua invasão e obtivemos resultados similares aos de

MDA231, com a migração significativamente mais efetiva em esferóides mistos

do que em esferóides de fibroblastos já a partir de 24h (Fig.28G).

Page 139: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

127

Figura 28. Cinética de migração das diferentes linhagens de tumor de mama em esferóides mistos, de fibroblasto ou mesenquimal de tecido adiposo. (A-C)

Análise por citometria de fluxo de esferóide dissociado após co-cultura com células de tumor de mama previamente marcadas com CFSE. As células selecionadas em R1 (A) foram selecionadas em R2 pela expressão de CFSE (B) e tempo de aquisição (C). (D-G) Gráfico representando o percentual de migração da MDA231 (D), MDA435 (E), MDA468 (F) e T47D CD44+ (G) em esferóides mistos (quadrado, linha preta), de fibroblasto (circulo, linha pontilhada) e de MSC derivada de TA (triangulo; linha tracejada). A média e erro padrão estão representados. O número de experimentos e significância estatísitca são: (D) n=2; p=0.03 em 24h; p=0.0035 em 48h; p= 0.0078 em 72h; (E) n=3; p=0.03 em 48h; p=0.0198 em 72h; (F) (n=2) e (G) (MO vs FPH n=5; p=0.0009 em 24h; MO vs TA n=5; p=0.003 em 24h; MO vs FPH n=3; p=0.002 em 48h; MO vs TA n=3; p=0.07 em 48h).

Page 140: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

128

4. 11. Análise comparativa da expressão de mRNA para fatores descritos

no nicho subendosteal por RT-PCR em células MSC e FPH

Em busca de entendimento dessa migração mais efetiva em esferóides

de MO, realizamos uma análise comparativa da expressão de alguns genes

relacionados ao controle de migração e ciclo celular por células mesenquimais

de medula, fibroblastos de pele e linhagem de osteoblastos por RT-PCR.

Surpreendentemente, verificou-se que FPH expressam quantidades

significativas de SDF-1 (Fig.29). Todas as linhagens expressam SCF, Wnt5a

e DKK-1 (Fig.29).

Figura 29. Análise por RT-PCR da expressão de genes nas células de estroma de medula óssea, fibroblastos de pele e osteoblastos em culturas 2D. Gel de agarose mostrando a expressão de gene constitutivo, GAPDH, e de SDF-1α, SCF, Wnt5a e DKK-1 em células de estroma de MO (MSC), FPH e osteoblastos (HOB).

Page 141: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

129

4.12. A Galectina-3 é fortemente expressa em esferóides mistos em

detrimento de fibroblastos

A presença de Galectina-3 nos esferóides mistos de MO e de

fibroblastos foi investigada, notando-se forte marcação para Gal-3 tanto nos

esferóides simples de progenitores mesenquimais osteo-induzidos (Fig.30A),

quanto nos não osteo-induzidos (Fig.30B). Em esferóides de FPH a presença

de Gal-3 era bastante reduzida (Fig.30C). Verificou-se ainda que nos

esferóides mistos de MO a marcação para Gal-3 era mais intensa no centro

osteo-induzido (Fig.30D-E).

Page 142: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

130

Figura 30. Presença de Galectina-3 em esferóides mistos e de fibroblastos. A presença de Galectina-3 (Gal-3) foi observada por

imunohistoquímica em cortes histologicos de esferóides osteo-induzidos (A), de células mesenquimais de MO não oste-induzidas (B), de FPH (C) e esferóides mistos (D-E). Insertos em cada imagem correspondem aos controles da IHQ (A-D). (A-D) Magnificação 200X, (E) 400X.

Page 143: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

131

4.13. A migração das linhagens tumorais depende de Galectina-3 no

microambiente

Uma vez que se observou expressão diferencial de Gal-3 nos esferóides

mistos de MO em relação aos de FPH, investigou-se a hipótese de Gal-3,

expressa no microambiente, estar modulando a invasão das linhagens de

tumor de mama. Para tanto, os esferóides foram previamente incubados por

48h, com 20% de meio condicionado de hibridoma secretor de anticorpo anti-

Gal3 e, como controle, meio condicionado do hibridoma secretor de anti-CD8.

Observou-se que o bloqueio com anti-Gal3 levou a diminuição do

percentual de migração em relação ao controle de todas as linhagens

estudadas, que variou de 10,6 a 58,2% (Fig.31).

CNTR

Anti-

Gal

3

CNTR

Anti-

Gal

3

CNTR

Anti-

Gal

3

CNTR

Anti-

Gal

3

0

20

40

60

80 CD44 MDA468 MDA435MDA231

% M

igra

çã

o

Figura 31. Ensaio neutralizador de Galectina-3 no microambiente com meio condicionado de linhagem M3/38. Meio suplementado com 20% de meio

condicionado da linhagem M3/38 (AntiGal-3, barras pretas) ou TIB105 (CNTR, barras brancas) foi utilizado para pré-incubar, por 48h, os esferóides mistos que seriam utilizados na realização do ensaio de migração. Após 16h de migração os esferóides e seus respectivos sobrenadantes foram coletados e analisados por citometria de fluxo de forma a permitir a construção de gráfico demonstrando o percentual de migração de cada linhagem em cada situação (n=2 para todas as linhagens).

Page 144: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

132

Para confirmar esses resultados outra estratégia foi utilizada. Foram

desenvolvidos esferóides de células de estroma derivadas da medula óssea de

camundongos selvagens e nocautes para Gal-3 que foram co-cultivados tanto

com as linhagens humanas quanto com linhagens de tumor mamário murino

(M3 e 4T1). Observou-se que, a exceção da linhagem MDA-MB-231, o

percentual de células que invadiu os esferóides foi significativamente menor

nas co-culturas com esferóides de estroma derivado de animais nocautes em

relação aos selvagens (Fig.32). Os percentuais de inibição variaram entre

70.1% (± 23.7%) para M3, 69.9% (± 9.3%) para 4T1, 82% (± 15.6%) para T47D

CD44+ e 82.4% (± 9.2%) para MDA468. Esses resultados sugerem que a

presença de Gal-3 no microambiente favorece a migração de células tumorais

de mama e, possivelmente, é um dos motivos da menor migração nos

esferóides de FPH, que apresentam baixa expressão de Gal-3 (Fig.30C).

WT

KO

WT

KO

WT

KO

WT

KO

WT

KO

0

20

40

60

80 M3 4T1 T47D CD44

+ MDA468 MDA231

* *

*p=0.01

p=0.027 p=0.004% M

igra

çã

o

Figura 32. Ensaio de migração em esferóides de estroma de medula murinos selvagens ou nocautes para Galectina-3. Linhagens de tumor de mama murino (M3

e 4T1) ou humano (T47D CD44+, MDA468 e MDA231) foram postas para migrar sobre esferóides de estroma de medula murino selvagem (WT, barras brancas) ou nocaute (KO, barras pretas). Após 16h de migração, os esferóides e seus respectivos sobrenadantes foram coletados e analisados por citometria de fluxo de forma a permitir a construção de gráfico demonstrando o percentual de migração de cada linhagem em cada situação. (n=3, para M3, 4T1 e T47D CD44+). (n=1,para MDA468 e MDA231).

Page 145: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

133

4.14. Nas linhagens tumorais a Galectina-3 se localiza predominantemente

no citoplasma

Uma vez que galectina-3 é descrita como moduladora funcional por 2

mecanismos bastante diferentes, ora como agente do microambiente, ora como

mediador intracelular (Dumic et al., 2006), e tendo avaliado sua importância

como fator do microambiente para a invasão dos esferóides mistos, partimos

para a avaliação de sua localização nas linhagens celulares e se há correlação

com grau de invasividade.

A expressão de Gal-3 nas linhagens estudadas foi investigada por IHQ e

Western Blotting das frações nucleares e citoplasmáticas. Todas as linhagens

estudadas, MCF7, T47D, MDA231 e MDA435, se mostraram positivas para

galectina-3, sendo que MDA231 (Fig.33C) e MDA435 (Fig.33B) apresentavam

marcação intensa, possivelmente nuclear (Fig.33B-C , setas), enquanto MCF7

(Fig.33A) e T47D (Fig.33D) apresentavam uma marcação moderada no

citoplasma.

Page 146: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

134

Figura 33. Caracterização da presença de Galectina-3 nas linhagens de câncer de mama por IHQ. A presença de Galectina-3 (Gal-3) foi observada por

imunohistoquímica em cortes histologicos de co-cultivo das linhagens sobre esferóides mistos (A-C) ou de FPH (D). Co-cultivo de esferóide com MCF7 (A), MDA435 (B), MDA231 (C) e T47D parental (D). (B-C) Setas apontam aparente galectina-3 nuclear. Insertos em cada imagem correspondem aos controles da IHQ.

Para confirmar esses resultados foi realizado fracionamento celular por

duas metodologias, uma que originava uma fração insolúvel (membranar, I) e

uma fração solúvel (Citoplasma+núcleo, S), e a outra que originava uma fração

de citoplasma (FC) e uma fração nuclear (FN). A análise por western blot

destas frações (Fig.34) mostrou que Gal3, nas linhagens, se apresenta

principalmente no citoplasma, não estando presente na membrana e em pouca

quantidade no núcleo. Uma análise semiquantitativa é apresentada na tabela 2.

Page 147: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

135

Figura 34. Localização de Galectina-3 em diferentes linhagens de câncer de mama. As populações celulares foram lisadas e processadas por protocolos distintos, dando origem a 4 frações: fração insolúvel (membranar, I), fração solúvel (Citoplsama+núcleo, S), fração de citoplasma (FC) e fração nuclear (FN). Foram avaliadas nessas frações a presença de Gal-3 e

-actina. (controle positivo de galectina-3,NG97ht, +).

Page 148: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

136

Tabela 2. Tabela resumida dos resultados obtidos nos Western Blots para Galectina-3.

MDA231 MDA435 T47D CD44 T47D CD24

Insolúvel NA NA NA NA

Solúvel ++++ ++++ + +

Fração Citoplasmática ++++ ++++ ++ ++

Fração Nuclear ++ ++ + +

4.17. Avaliação da importância da via WNT na migração das linhagens

tumorais

Considerando o papel de Gal-3 na invasão de células de tumor de mama

no modelo de esferóide e sua propriedade de translocar -catenina para o

núcleo (Shi et al., 2007; Song et al., 2009; Weinberger et al., 2007), associado

ao fato de que o papel da sinalização canônica de Wnt no câncer de mama

ainda não está claro (Geyer et al., 2011; Khramtsov et al., 2010), a importância

desta via no processo de invasão no modelo de esferóide foi investigada.

Inicialmente, as células da linhagem MDA435 foram tratadas com meios

condicionados obtidos de célula L parental ou de clones selecionados

secretores de WNT3A (ativador da via canônica de WNT), ou WNT5A (ativador

da via não canônica de WNT), e co-cultivadas com esferóides mistos de MO e

de fibroblasto. Nenhuma diferença significativa foi encontrada quanto ao

percentual de migração nas diferentes condições experimentais (Fig.35).

Page 149: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

137

MCL

WNT5A

WNT3A

MCL

WNT5A

WNT3A

0

2

4

6

8

10

MO FPH

% M

igra

çã

o

Figura 35. Ensaio de invasão na presença de WNT3A e WNT5A. A linhagem

MDA435 foi posta para migrar na presença de meio condicionado controle (MCL), suplementado com WNT5A ou WNT3A. Após 16h de migração os esferóides, mistos ou de FPH, e seus respectivos sobrenadantes foram coletados e analisados por citometria de fluxo de forma a permitir a construção de gráfico demonstrando o percentual de migração de cada linhagem em cada situação. (n=2)

Com o objetivo de investigar de forma mais direta o papel da ativação da

via canônica de Wnt na invasão das linhagens tumorais em modelo de

esferóide, 3 plasmídeos moduladores da via de WNT, -catenina selvagem, -

catenina mutada (S33Y) e TCF-4 mutado (-TCF4), foram selecionados. A

mutação de -catenina, do tipo missense no códon 33, resulta na troca de uma

serina por uma tirosina que se localiza na região N-terminal da proteína, região

reconhecida e fosforilada por GSK-3. Portanto, a mutação S33Y origina uma

proteína resistente a degradação, logo, constitutivamente ativa (Kolligs et al.,

1999; Korinek et al., 1997; Morin et al., 1997). A mutação de TCF-4 também se

dá na porção N-terminal, porém, é uma deleção de 30 aminoácidos no domínio

responsável pela interação com -catenina e transcrição dos genes. Desta

forma, este mutante perde a capacidade de interação com -catenina, sendo

Page 150: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

138

considerado um dominante negativo da via (Korinek et al., 1997). Na literatura,

tem-se descrito que a transfecção da β-catenina selvagem, em linhagem de

células renais de rato (RK3E), leva a um aumento na transcrição por TCF/LEF

de 3 vezes, enquanto a mutante S33Y aumenta em 12 vezes a transcrição, nos

dando, assim, uma idéia da efetividade dos genes em questão (Kolligs et al.,

1999). A identidade dos plasmídeos foi confirmada por análise do tamanho da

banda gerada após digestão enzimática (Fig.36A-C). Em seguida, os

plasmídeos foram digeridos com enzima de restrição selecionada a partir dos

respectivos mapas, de forma a linearizar-los, cortando em um ponto único não

codificante (Fig.36D).

Figura 36. Confirmação da identidade dos plasmídeos e preparação para transfecção. Plasmídeos contendo os genes foram digeridos com a combinação

apropriada de enzimas de restrição. (A) -catenina selvagem. (B)-catenina S33Y

(constitutivamente ativa). (C) -TCF4 (dominante negativo). O tamanho de banda esperado está explicitado ao lado do nome de cada plasmídeo. (D) Linearização dos plasmídeos através de digestão com Sca1, Lanes não digeridas, N, e Lanes digeridas,

D. Seta indicativa dos plasmídeos linearizados.

Page 151: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

139

Após tranfecção com os plasmídeos contendo -catenina selvagem ou

mutada (S33Y) e seleção com neomicina, observou-se que a grande maioria

das células morreu (dados não mostrados), e as células resistentes foram

expandidas. Não foi possível expandir as células transfectadas com o

plasmídeo contendo TCF4, pois o bloqueio da via de Wnt para essas células

se mostrou fatal (dados não mostrados).

4.18. Avaliação da importância da via WNT canônica na proliferação das

linhagens tumorais

O efeito da ativação da via de Wnt na proliferação das linhagens

estudadas também foi investigado. Inicialmente, o efeito de meios

condicionados (MC) ricos em Wnt3A (ativador da via canônica) e Wnt5A

(ativador da via não canônica) sobre a proliferação das linhagens tumorais foi

analisado. Foi observado um aumento significativo na proliferação de MDA435

quando cultivada em contato com MC de Wnt3A, porém, em MCF7 nenhum

efeito foi observado. WNT5A não alterou a proliferação de nenhuma das duas

linhagens (Fig.37A). Foi analisada ainda a proliferação das células

transfectadas com -catenina WT ou -catenina S33Y, não sendo observada

modulação na taxa de proliferação pela transfecção (dados não mostrados).

Essas mesmas células foram comparadas na presença ou ausência de

Quercetina e, num primeiro momento, nenhuma modificação morfológica foi

observada (dados não mostrados). Porém, quando calculado o percentual de

proliferação foi observada inibição em todas as linhagens tratadas com

quercetina, com uma variação, principalmente dependendo da linhagem,

MDA231 (26,8%), MDA231 WT (44,9%±8.4), MDA231 S33Y (34,5%±0.8), 44

Page 152: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

140

(22,3%±9.8), 44 WT (14,8%±7.1), 44 S33Y (23,3%±13.8), 435 (35%±4.7), 435

WT (41,7%±16.9) e 435 S33Y (43%±6.8), porém, embora as diferenças ainda

não tenham sido estatisticamente significativas, todas tiveram suas taxas

proliferativas reduzidas por quercetina independentemente do grau de ativação

da via de WNT (Fig.37B).

Figura 37. Efeito da via de Wnt na proliferação de células tumorais. (A) As células

MCF7 e MDA435 foram cultivadas na presença de MC rico em Wnt3A ou Wnt5A e, após 48h, as células foram quantificadas. *Diferença significativa (p=0,02) em relação ao controle (n=3). (B) As Análise do efeito de quercetina na proliferação das linhagens

parentais e suas subpopulações isoladas estáveis com expressão de -catenina selvagem (WT) ou constitutivamente ativa (S33Y). As linhagens comparadas na presença ou ausência de quercetina foram MDA231 (barras pretas), T47D CD44+ (barras brancas) e MDA435 (barras listradas) (n=2).

4.18. Avaliação da capacidade de invasão das linhagens transfectadas

A partir das populações resistentes estabelecidas, ensaios de invasão

foram realizados em esferóides mistos de MO e de FPH. Verificou-se que para

MDA231, tanto em esferóides mistos quanto em esferóides de FPH, a

população estável WT apresentou uma tendência de redução na capacidade

invasiva das células tumorais, sendo este fenômeno mais acentuado e

estatisticamente significativo, no caso dos esferóides mistos, na população

originada do plasmídeo constitutivamente ativo (S33Y); mostrando-se, assim,

Page 153: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

141

dose-dependente (Fig. 38A). As demais linhagens não apresentaram o mesmo

efeito, mantendo sua capacidade invasiva independente da ativação da via

canônica de WNT (Fig.38B-C).

Figura 38. Efeito da ativação da via canônica de Wnt na invasão de células tumorais em esferóides mistos ou de FPH. Linhagens tumorais MDA231 (A), T47D

CD44+ (B) e MDA435 (C) foram transfectadas com plasmídeos contendo -catenina selvagem (WT) ou constitutivamente ativa (S33Y), selecionadas e co-cultivadas com esferóides mistos ou de FPH. Após 16h de migração os esferóides, mistos (barras brancas) ou de FPH (barras pretas), e seus respectivos sobrenadantes, foram coletados e analisados por citometria de fluxo e o percentual de invasão determinado. MDA231 (MO,n=3, FPH,n=2), T47D CD44+ (MO,n=2, FPH,n=1), MDA435 (n=1).

Outra abordagem utilizada foi a inibição farmacológica da via de WNT

pela droga Quercetina (Park et al., 2005a). As linhagens foram pré-incubadas

por 24h em meio contendo 100M de Quercetina e, em seguida, co-cultivadas

com os esferóides na presença de Quercetina. Obtivemos neste experimento

uma tendência geral da quercetina a estimular a migração nas diversas

linhagens estudadas. Isso pôde ser visto tanto em esferóides mistos (Fig.39B-

C), quanto em esferóides de FPH (Fig.39E). Tanto nas linhagens parentais,

quanto nas estáveis -catenina selvagem, bem como nas estáveis S33Y

(Fig.39B;C e E). Porém, ficou bem claro que existe uma variabilidade

dependendo da linhagem estudada, por exemplo, em esferóides mistos.

Enquanto a MDA435 mostrou efeito em todas as subpopulações estudadas, a

T47D CD44+ mostrou efeito apenas na população S33Y, e MDA231 não

Page 154: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

RESULTADOS

142

apresentou efeito em nenhuma das subpopulações (Fig.39A-C).

Curiosamente, observamos que a subpopulação S33Y da linhagem MDA231,

em esferóides de FPH, teve sua migração inibida por Quercetina (Fig.39D).

Figura 39. Análise do bloqueio farmacológico da via canônica de Wnt na invasão de células tumorais em esferóides mistos ou de FPH. Linhagens tumorais MDA231

(A;D), T47D CD44+ (B;E) e MDA435 (C) parentais, com cópia adicional de -catenina

selvagem (WT) ou -catenina constitutivamente ativa (S33Y) foram postas para migrar em esferóides mistos ou de FPH na presença ou ausência de Quercetina. Após 16h de migração, os esferóides, mistos ou de FPH e seus respectivos sobrenadantes foram coletados e analisados por citometria de fluxo de forma a permitir a construção de gráfico demonstrando o percentual de migração de cada linhagem em cada situação. (n=1).

Page 155: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

143

5. DISCUSSÃO

A metástase para a medula óssea é um fator de pior prognóstico no

câncer de mama e tem sido atribuída a disseminação precoce de células com

características de células-tronco do câncer de mama. Nossos resultados

indicam que as células mesenquimais do estroma da medula óssea favorecem

o comportamento invasivo de células de tumor de mama em modelo 3D que

mimetiza o nicho subendosteal, por mecanismo dependente de galectina-3 e

independente da via canônica de Wnt. As células tumorais invasivas, embora

apresentassem fenótipo de células-tronco do câncer de mama, não foram

capazes de gerar, nem in vitro nem in vivo, a progênie de células diferenciadas

luminais.

No câncer de mama, um pior prognóstico tem sido atribuído a

disseminação precoce do tumor, em especial para a medula óssea (MO), que

tem surgido como um fator prognóstico independente (Braun et al., 2009; Braun

et al., 2001; Braun et al., 2000; Braun et al., 2005; Engel et al., 2003; Ozbas et

al., 2003; Pantel & Otte, 2001; Vincent-Salomon et al., 2008). Porém, como

esse processo ocorre e quais os sinais que sustentam as células tumorais na

medula ainda não são conhecidos. A medula óssea possui diversos nichos,

mas, particularmente, o nicho subendosteal, para onde as HSC migram e onde

se mantêm quiescentes e auto-renovam, surge como um nicho ideal capaz de

proteger células tumorais da ação de quimioterápicos (Ishikawa et al., 2007).

Ensaios utilizando camundongos imunodeficientes ou geneticamente

modificados, bem como modelos in vitro, têm contribuído enormemente para a

caracterização do nicho de HSC, incluindo a importância dos osteoblastos na

indução de quiescencia das HSC e, portanto, da quimioresistência das

Page 156: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

144

leucemias (Adams et al., 2006; Calvi et al., 2003; Ishikawa et al., 2007; Nilsson

et al., 2006; Suda et al., 2005; Taichman, 2005; Wilson & Trumpp, 2006; Zhang

et al., 2003). No entanto, modelos in vivo são extremamente complexos, além

de poderem ocultar detalhes espécie-específicos. Por outro lado, modelos in

vitro bidimensionais não reproduzem as sutilezas da organização tridimensional

que as células estabelecem in vivo (Abbott, 2003; Frankel et al., 1997; Klunder

& Hulser, 1993; Weaver et al., 1997; Wolf et al., 2003a).

Para investigar a interação de células humanas num microambiente

tridimensional que mimetizasse o nicho subendosteal, formado por células

estromais de MO humanas, foram desenvolvidas culturas 3D do tipo esferóide

de MSC isoladas de MO humana osteoinduzidas ou não. O tempo de indução

osteogênica de apenas uma semana foi determinado, uma vez que existem

evidências de que osteoblastos imaturos, mas não os terminalmente

diferenciados, são capazes de sustentar a osteoclastogênese in vitro (Atkins et

al., 2003) e in vivo (Corral et al., 1998). Além disto, foi demonstrado que MSC

de MO humana, cultivadas por mais de duas semanas na presença de meio

osteoindutor, perdem sua capacidade de sustentar a hematopoese in vitro e,

embora sejam capazes de formar um ossículo ectópico quando injetadas com

molde de HA/TCP no subcutâneo, não formam cavidade medular (Miura et al.,

2006). No esferóide misto, as duas populações celulares estabeleceram

microambientes específicos com uma clara delimitação entre elas. As células

mostraram ser quiescentes, aspecto esse que deve ser ressaltado, pois está de

acordo com o observado fisiologicamente (Krebsbach et al., 1999). Em nosso

modelo, a morte celular não parece ter sido um evento importante, uma vez

que raras células em apoptose foram observadas nas preparações

Page 157: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

145

histológicas. Além disso, a viabilidade celular pelo método de exclusão com

azul de tripan, após dissociação dos esferóides, foi sempre acima de 95%

(dados não mostrados) e análises por técnica de TUNEL nos mostraram que

apenas 10% das células se encontravam em apoptose.

Na MO, a distribuição de moléculas da matriz extracelular é bastante

peculiar (Nilsson et al., 1998). Observou-se nos esferóides mistos um padrão

semelhante, com deposição de colágeno I restrita a região de MSC

osteoinduzidas, confirmando sua diferenciação para a linhagem osteogênica e

ampla distribuição de fibronectina, formando uma rede tridimensional em

ambas as regiões, porém, mais abundante na camada de MSC não induzidas;

enquanto a deposição de colágeno IV e laminina era escassa e descontínua. A

presença de laminina em ambas as regiões diferiu do observado in vivo, mas

pode ser atribuída a origem perivascular das MSC de MO (Sacchetti et al.,

2007) e ao estabelecimento de fenótipo de célula de parede de vaso in vitro

(Dennis & Charbord, 2002), estando de acordo com a observação de que nos

esferóides as MSC mantêm a expressão de α-actina de músculo liso. A

presença de osteopontina foi investigada nos esferóides mistos, uma vez que

sua produção é atribuída aos osteoblastos subendosteais e seu papel na

localização no nicho subendosteal e indução de quiescência das HSC foi

demonstrado (Nilsson et al., 2005; Stier et al., 2005). Observou-se a presença

desta proteína em ambas as regiões de MSC, induzidas e não induzidas, não

tendo sido possível determinar se havia diferenças quantitativas na expressão

e síntese desta molécula. No entanto, notou-se, por vezes, a presença de focos

de osteopontina depositados na interface das duas populações de MSC.

Portanto, o modelo de esferóide misto mostrou semelhanças com o observado

Page 158: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

146

in vivo, porém análises funcionais quanto a sua capacidade de induzir a

migração das HSC e sua localização foram necessárias para avaliar seu

potencial como modelo de nicho subendosteal.

O enxerto de longo-prazo das HSC depende de homing, migração

transmedular e ancoragem em nicho específico. A cinética de migração das

células CD34+ de SC nos esferóides mistos e simples não-induzidos foi

inicialmente similar. Porém, após 24h, observou-se um platô, determinado por

um equilíbrio dinâmico entre a entrada e saída das células. Por outro lado, a

migração contínua de células CD34+ humanas de SC ou MO nos esferóides

osteo-induzidos parece dever-se a retenção destas, indicando que há uma

adesão mais forte que mobilidade celular. Esses fenômenos são

aparentemente específicos da origem celular, uma vez que células CD34+ de

SC migram mais eficientemente que as de MO em camundongos

imunodeprimidos (Bonig et al., 2006) e espécie-específicos, uma vez que

células progenitoras hematopoéticas humanas migram continuamente em

esferóides de MO murinos (Bug et al., 2002). A entrada e saída dos

progenitores hematopoiéticos nos esferóides mistos reproduz a migração

durante a regeneração da MO após administração intravenosa de progenitores

hematopoéticos (Askenasy et al., 2003).

A localização especifíca das células CD34+, na interface entre as duas

populações estromais dos esferóides mistos – o que não foi observado nos

esferóides simples, osteo-induzidos ou não –, sugere que ambas as

populações estromais de medula, ou seja, células mesenquimais do estroma e

osteoblastos secretores de colágeno I, são necessárias e suficientes para

estabelecer um microambiente informativo, que permite o posicionamento e o

Page 159: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

147

controle da proliferação dos progenitores hematopoéticos. Essa ancoragem da

HSC na região subendosteal é provavelmente determinada por gradientes

opostos de fatores associados com osteoblastos e MSC, tais como íons de

cálcio (Adams et al., 2006; Adams & Scadden, 2006) e SDF-1. A deleção de

osteoblastos sob o controle do promotor de colágeno I, mas não osteocalcina,

é seguida de diminuição no número de HSC, sugerindo que osteoblastos não

terminalmente diferenciados são importantes organizadores do nicho

subendosteal, e nossos resultados apóiam essa hipótese. Apenas uma semana

de osteo-indução foi suficiente para levar à perda de α-actina de músculo liso e

induzir secreção de colágeno I, tendo sido estas células capazes de reduzir a

proliferação de células progenitoras hematopoéticas que interagiram com o

esferóide. O conjunto de dados permite concluir que o modelo de esferóide

misto mimetiza propriedades do nicho subendosteal e, portanto, é apropriado

para investigar mecanismos de invasão medular por células de câncer de

mama. O modelo de CSC de mama levantou a hipótese de que estas seriam

responsáveis pela disseminação precoce e micrometástase medular, tendo

sido observado que a maioria das células tumorais detectadas na medula

óssea mostra o fenótipo de CSC de mama descrito por Al-Hajj e colaboradores

em 2003 (Balic et al., 2006; Reuben et al., 2011). No entanto, recentemente

demonstrou-se que linhagens de tumor de mama podem adquirir o fenótipo de

CSC a partir da EMT (Blick et al., 2010; Mani et al., 2008). Embora linhagens

celulares tumorais sejam derivadas de crescimento clonal de subpopulações

que sobreviveram às pressões seletivas in vitro, e por isso não representem

plenamente tumores clínicos in vivo, descrições recentes têm mostrado a

associação entre seus perfis transcricionais e subtipos específicos de câncer

Page 160: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

148

de mama. Cerca de setenta linhagens foram estudadas e classificadas como

mesenquimais (Basal B), basais (Basal A) e luminais (Blick et al., 2010; Blick et

al., 2008; Neve et al., 2006). Notou-se que a expressão de CD24 e CD44,

marcadores utilizados para caracterizar as CSC de mama (Al-Hajj et al., 2003),

era diferencialmente modulada, ou seja, a expressão aumentada de CD44 foi

observada no subtipo mesenquimal/Basal B, enquanto o subtipo luminal se

caracterizava pela expressão aumentada de CD24 (Blick et al., 2010; Neve et

al., 2006). A análise da expressão de CD24 e CD44 nas linhagens MCF-7,

MDA231 e MDA468 mostrou-se de acordo com o descrito (Neve et al., 2006).

Porém, ao contrário desses estudos, que concordam que a linhagem T47D

pertence ao subgrupo luminal, demonstramos que esta linhagem é

heterogênea, apresentando duas subpopulações distintas, uma CD24+CD44-/Lo

luminal e outra CD24-/LoCD44Hi mesenquimal (basal B), cujo fenótipo se

mostrou estável após seleção e expansão in vitro. O potencial tumorigênico das

sublinhagens de T47D foi testado e observou-se que a subpopulação

CD24+/CD44- não é tumorigênica, ao contrário da população CD44-/LoCD24Hi

que mostrou-se tumorigênica e invasiva in vivo e in vitro, classificados,

respectivamente, em subtipo luminal e basal B/mesenquimal (Blick et al., 2010;

Honeth et al., 2008; Neve et al., 2006). Porém, nos tumores formados pela

subpopulação CD44+ não houve aparecimento da população CD24+/CD44-,

questionando, assim, a hipótese das células CD24-CD44+ representarem, de

fato, células-tronco do câncer mama. Esse resultado concorda com uma nova

linha de estudos que vem questionando a teoria de células-tronco tumorais. Ao

demonstrar que o desenvolvimento tumoral é dependente do modelo de animal

imunodeficiente, ou seja, do quão imunocomprometido ele é, e do meio

Page 161: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

149

utilizado na injeção das células-tronco tumorais, esses estudos levantaram a

questão da influência do microambiente e de mecanismos epigenéticos na

determinação do comportamento tumoral (Bissell & Inman, 2008; Bissell et al.,

2002; Jaenisch & Bird, 2003; Quintana et al., 2008). Portanto, não é possível

descartar a hipótese de que a ausência de reconstituição da população tumoral

luminal a partir da população tumorigênica CD44+, seja consequência de uma

limitação do modelo utilizado, injeção em meio de cultura em glândula mamária

de camundongo NUDE.

O co-cultivo das diferentes linhagens de tumor de mama com esferóides

mistos ou simples de fibroblastos, utilizados como um controle de invasão de

sítio primário, mostrou que o modelo permite avaliar o potencial invasivo, pois a

invasão dos esferóides somente ocorreu pelas linhagens descritas como

invasivas. Curiosamente, observou-se que o percentual de invasão dessas

linhagens nos esferóides de MO foi significativamente maior do que nos

esferóides de FPH. Deve ser ressaltado que a invasão de esferóides

desenvolvidos com MSC derivadas de tecido adiposo humano foi semelhante

ao observado com os esferóides de FPH. Neste sentido, ensaios de co-cultivo

simultâneo de células estromais de medula ou FPH e linhagem tumoral

mostraram uma maior afinidade das linhagens pelas células de MO, uma vez

que ambas se mantiveram homogeneamente distribuídas; enquanto que com

fibroblastos, duas camadas celulares se formaram. Esse fenômeno de

exclusão baseado em afinidade ocorre com bastante frequência durante a

embriogênese e envolve afinidade de moléculas de adesão (Foty & Steinberg,

2004; Taneyhill, 2008).

Page 162: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

150

Outros mecanismos para explicar a maior invasão de esferóides de MO

incluiriam a expressão diferenciada de: quimiocinas como CXCL12/SDF-1α

(fundamental em processos de migração na MO); SCF, (organiza

microdomínios de membrana contendo CXCR4 e aumenta motilidade de HSC);

e Wnt5a (antagonista da via canônica de Wnt que está relacionada com

migração celular) (Bonig et al., 2006; Hart et al., 2004; Li et al., 2011; Medrek et

al., 2009; Serra et al., 2011) . Porém, análises por RT-PCR demonstraram que

a expressão de SDF-1, SCF e WNT5a não era diferente em MSC de MO

comparado com FPH.

Outra hipótese seria que diferenças no microambiente, em especial na

composição da matriz ou na sua estrutura física (rigidez), poderiam influenciar

a invasão tumoral. Elementos de matriz como Gal-3 têm sido correlacionados

com modulação de migração/invasão, enquanto o aumento na rigidez da matriz

tem sido correlacionado com aquisição de fenótipo invasivo por células

tumorais de mama (Alcaraz et al., 2008; Miroshnikova et al., 2011; Ochieng et

al., 2004; Paszek et al., 2005).

A galectina-3 tem ação ambivalente na migração, pois sua concentração

determina se a migração será estimulada ou inibida. Acredita-se que em baixas

concentrações (0.1–0.25 μM) suas interações com integrinas (corretamente

glicosiladas) e elementos da matriz ajudem a formar redes que favoreçam a

adesão celular. Porém, em altas concentrações (acima de 5μM) sua ação,

sequestrando sítios de moléculas de adesão e induzindo endocitose de grupos

de integrina, perturba as interações célula-célula ou célula-matriz dependentes

de glicoproteínas e integrinas, levando à perda de adesão e metástase

(Ochieng et al., 2004).

Page 163: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

151

Verificou-se que Gal-3 era mais expressa em esferóides de MO do que

nos de FPH, sugerindo seu envolvimento na maior invasão dos esferóides de

MO. Verificou-se que o tratamento dos esferóides com anticorpo contra Gal-3

induziu uma redução na invasão dos esferóides de MO pelas linhagens

tumorais de mama. Mais: sua ausência no microambiente acarretou uma

diminuição significativa do percentual de invasão dos esferóides de MO.

Importante ressaltar que foram reportadas correlações, em pacientes, entre a

presença de Gal-3 no soro e/ou nas células estromais do tumor de mama com

maior malignidade e pior prognóstico, indo de acordo com os nossos resultados

(Iurisci et al., 2000; Moisa et al., 2007).

Além da sua ação no microambiente, Gal-3 tem também ação

intracelular. Em câncer de mama, foi demonstrado que sua superexpressão na

célula tumoral leva a aumento de motilidade e sobrevivência frente a estímulo

apoptótico, enquanto sua supressão leva à reversão do fenótipo transformado

(Cheong et al., 2009; Honjo et al., 2001). Análise da sua presença e localização

nas linhagens tumorais mostrou que não houve correlação entre o potencial

invasivo das linhagens e a expressão e localização intracelular de Gal-3, que

estava presente tanto no núcleo, quanto no citoplasma, em todas as linhagens

estudadas. Curiosamente, ela não foi detectada na fração insolúvel,

enriquecida em membranas celulares, de nenhuma das linhagens estudadas,

sugerindo que não há contribuição default microambiental de galectina-3 pelas

linhagens. Porém, pode-se observar que dentre as linhagens humanas, a

subpopulação T47D CD44+ foi a que apresentou maior diminuição da invasão

frente ao bloqueio ou ao nocauteamento de Gal-3, e que, junto com a

população CD24+, mostrou menor quantidade de Gal-3 intracelular. Portanto,

Page 164: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

152

pode-se sugerir a hipótese de que as linhagens tumorais sejam capazes de

secretar, de forma compensatória, Gal-3 no microambiente quando esta está

ausente. Essa hipótese será investigada posteriormente.

O papel de Gal-3 na invasão levantou a hipótese de envolvimento da via

de Wnt, uma via de sinalização bastante relacionada com invasão em cânceres

em geral e que, recentemente, tem sido associada à via de Gal-3 em câncer

colo-retal, de glândulas salivares e de tireóide (Ferrazzo et al., 2009; Shi et al.,

2007; Weinberger et al., 2007). Essa conexão, como já dito, se dá tanto por

mediadores intracelulares comuns às duas vias (Shimura et al., 2005), quanto

por uma parceria direta, na qual Gal-3, no núcleo, interage diretamente com β-

catenina no complexo TCF, induzindo atividade transcricional (Shi et al., 2007;

Shimura et al., 2004). Em câncer de mama essa correlação não foi estudada e

o papel da via de Wnt é ainda bastante controverso (Lin et al., 2000; Wong et

al., 2002; Zardawi et al., 2009). Verificou-se, nos ensaios de invasão em

esferóide, que, a expressão aumentada de β-catenina selvagem ou expressão

de β -catenina mutada não modificou o potencial invasivo da maioria das

linhagens tumorais, à exceção da linhagem MDA231, onde uma inibição foi

observada. A hipótese de saturação da atividade da via foi levantada e, para

verificar se confirmava, foi realizado bloqueio da via pela adição de quercetina.

Resultados preliminares indicam que há, de fato, uma tendência de aumento

na taxa de invasão de todas as linhagens estudadas, tanto em MO quanto em

FPH. No entanto, o número amostral deste experimento é limitante, o que

trouxe certa variação experimental. Embora o papel da ativação da via

canônica de Wnt na invasão de células de tumor de mama ainda deva ser

esclarecido, a proliferação das linhagens foi efetivamente modulada pela via de

Page 165: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

153

Wnt. A adição de meio condicionado rico em Wnt3a (via canônica) levou ao

aumento de proliferação da linhagem MDA435, e o bloqueio da via, por

quercetina, inibiu a proliferação de todas as linhagens invasivas. Curiosamente,

meio condicionado rico em Wnt3a não foi capaz de estimular a proliferação da

linhagem não invasiva MCF7, mostrando que existe variação dependendo da

linhagem utilizada. Em conjunto, esses resultados sugerem que as funções de

migração e proliferação são controladas dissociadamente.

O estímulo de proliferação pela via de Wnt e sua inibição por quercetina

condiz com o esperado, uma vez que a via canônica de Wnt leva à expressão

de c-myc e ciclina D1 (Daniels & Weis, 2005; MacDonald et al., 2009). Já o

fenômeno de inibição da invasão devido a estimulo da via foi inicialmente

surpreendente, porém, como dito anteriormente, o papel da via de Wnt no

câncer de mama não é conclusivo. Há divergências entre os diferentes grupos,

com relatos mostrando que a ocorrência de β-catenina nuclear em populações

de carcinoma invasivo dutal é rara, sendo mais comum a marcação

citoplasmática que se correlaciona com expressão de ciclina D1 (Lin et al.,

2000). Outros grupos correlacionaram o envolvimento de linfonodos (pior

prognóstico) com a diminuição da marcação de β- catenina (Wong et al., 2002;

Zardawi et al., 2009) . Foram demonstradas em fibroblastos algumas linhagens

de carcinoma de cólon (SW48, HCT116, SW480 e DLD1), de melanoma

(M619) e, na linhagem HeLa, demonstrado que o aumento da expressão de β-

catenina não leva a EMT, mas sim a apoptose (Kim et al., 2000). O grupo do

Dr. Weinberg mostrou, em 2008, que o aumento da expressão de β-catenina

em linhagem imortalizada de epitélio mamário não era suficiente para induzir

EMT (Onder et al., 2008). No entanto, a interação entre moléculas de caderina

Page 166: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

154

e β-catenina pode ser um fator relevante neste processo. De fato, a ocorrência

de EMT está relacionada à perda de E-caderina, que pode ocorrer por

clivagem, seguida do deslocamento de β-catenina não fosforilada da junção

aderente e seu acúmulo no citoplasma, permitindo sua fosforilação, caso a via

de Wnt esteja ativa; deslocamento para o núcleo e associação com TCF/LEF

(Gottardi & Gumbiner, 2004; Huber et al., 2005; Hugo et al., 2011); e ainda

ação do fragmento CTF2 de E-caderina como fator de transcrição, reforçando a

progressão EMT (Daniel, 2007; Huber et al., 2005). Outro meio de indução de

EMT é por ação direta ou indireta na expressão de E-caderina, reduzindo-a e

levando aos mesmos fenômenos posteriores (Hugo et al., 2011). É importante

ressaltar que a estabilidade das caderinas nas junções aderentes dependem

da sua associação a p120 e β-catenina. Quando a E-caderina não está ligada a

p120 e β-catenina ela expõe um domínio dileucina que leva a sua

desestabilização e endocitose, desmembrando a junção (Davis & Reynolds,

2006; Green et al., 2010; Paterson et al., 2003). Levantou-se a hipótese de que

o acúmulo de β-catenina nas células transfectadas se associaria às moléculas

de E-caderinas estabilizando as junções e, assim, inibindo a invasão em um

fenômeno oposto a EMT. Para avaliar essa hipótese, serão investigadas a

expressão e localização intracelular de E-caderina e β-catenina nas células

transfectadas e tratadas ou não com quercetina.

Concluindo: somente as linhagens tumorais de mama, com fenótipo

descrito para células-tronco, invadem efetivamente o modelo de esferóide

misto que mimetiza propriedades do nicho subendosteal, de forma mais

eficiente do que os esferóides de FPH. A invasão parece ser dependente da

presença de galectina-3 no microambiente. Quanto às vias de sinalização

Page 167: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

DISCUSSÃO

155

envolvidas no processo de invasão dos esferóides, não houve correlação entre

a expressão intracelular de galectina-3 e a ocorrência ou grau de invasão,

porém, a ativação da via canônica de Wnt se correlacionou diretamente com a

proliferação celular e inversamente com a invasão. Portanto, os dados

permitem levantar a hipótese de que o microambiente medular subendosteal

rico em galectina-3, junto com o ―desligamento‖ da via de Wnt na célula tumoral

de mama, seja fundamental para indução de um estado menos proliferativo e

mais invasivo durante o estabelecimento da micrometástase de mama na

medula óssea.

Page 168: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

CONCLUSÕES

156

6. CONCLUSÕES

O modelo esferóide misto reproduz propriedades do nicho

subendosteal e serve como modelo de migração de células

CD34+ e de invasão para células tumorais de mama.

As células estromais de MO apresentam maior afinidade e são

mais eficientes na indução de invasão do que fibroblastos, sejam

de pele ou derivados de tecido adiposo.

Houve correlação entre invasividade e alta expressão de CD44.

Foi possível isolar populações estáveis CD44 e CD24 a partir de

linhagem T47D, com capacidades invasivas e tumorigênicas

distintas, porém, uma não deu origem a outra in vitro ou in vivo.

A galectina-3 presente no microambiente se mostrou fundamental

na indução de invasão tumoral. Não há correlação entre

galectina-3 citoplasmática ou nuclear com o grau de invasividade

das células tumorais.

A via canônica de Wnt se correlacionou inversamente com a

capacidade de invasividade tumoral e diretamente com a

capacidade de proliferação dessas células.

Page 169: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

157

7. BIBLIOGRAFIA

ABBOTT, A. (2003). Cell culture: biology's new dimension. Nature 424, 870-2.

ABDUL KHALEK, F. J., GALLICANO, G. I. & MISHRA, L. (2010). Colon cancer stem cells.

Gastrointest Cancer Res, S16-23.

ABILEZ, O., BENHARASH, P., MEHROTRA, M., MIYAMOTO, E., GALE, A., PICQUET, J.,

XU, C. & ZARINS, C. (2006). A novel culture system shows that stem cells can

be grown in 3D and under physiologic pulsatile conditions for tissue engineering

of vascular grafts. J Surg Res 132, 170-8.

ABRAHAM, B. K., FRITZ, P., MCCLELLAN, M., HAUPTVOGEL, P., ATHELOGOU, M. &

BRAUCH, H. (2005). Prevalence of CD44+/CD24-/low cells in breast cancer may

not be associated with clinical outcome but may favor distant metastasis. Clin

Cancer Res 11, 1154-9.

ADAMS, G. B., CHABNER, K. T., ALLEY, I. R., OLSON, D. P., SZCZEPIORKOWSKI, Z. M.,

POZNANSKY, M. C., KOS, C. H., POLLAK, M. R., BROWN, E. M. & SCADDEN, D.

T. (2006). Stem cell engraftment at the endosteal niche is specified by the

calcium-sensing receptor. Nature 439, 599-603.

ADAMS, G. B. & SCADDEN, D. T. (2006). The hematopoietic stem cell in its place. Nat

Immunol 7, 333-7.

AL-HAJJ, M., WICHA, M. S., BENITO-HERNANDEZ, A., MORRISON, S. J. & CLARKE, M. F.

(2003). Prospective identification of tumorigenic breast cancer cells. Proc Natl

Acad Sci U S A 100, 3983-8.

ALBERTS B., J., A., LEWIS, J., RAFF, M., ROBERTS, K., & WALTER, P. (2002). Molecular

Biology of the cell, Fourth edition edition. Garland Science.

ALCARAZ, J., XU, R., MORI, H., NELSON, C. M., MROUE, R., SPENCER, V. A.,

BROWNFIELD, D., RADISKY, D. C., BUSTAMANTE, C. & BISSELL, M. J. (2008).

Laminin and biomimetic extracellular elasticity enhance functional

differentiation in mammary epithelia. EMBO J 27, 2829-38.

ALLAN, A. L. & KEENEY, M. (2010). Circulating tumor cell analysis: technical and

statistical considerations for application to the clinic. J Oncol 2010, 426218.

ALON, R., FEIZI, T., YUEN, C. T., FUHLBRIGGE, R. C. & SPRINGER, T. A. (1995).

Glycolipid ligands for selectins support leukocyte tethering and rolling under

physiologic flow conditions. J Immunol 154, 5356-66.

AOUDJIT, F. & VUORI, K. (2001). Integrin signaling inhibits paclitaxel-induced

apoptosis in breast cancer cells. Oncogene 20, 4995-5004.

ARA, T. & DECLERCK, Y. A. (2010). Interleukin-6 in bone metastasis and cancer

progression. Eur J Cancer 46, 1223-31.

ARAI, F., HIRAO, A., OHMURA, M., SATO, H., MATSUOKA, S., TAKUBO, K., ITO, K.,

KOH, G. Y. & SUDA, T. (2004). Tie2/angiopoietin-1 signaling regulates

hematopoietic stem cell quiescence in the bone marrow niche. Cell 118, 149-61.

ASKENASY, N., STEIN, J., YANIV, I. & FARKAS, D. L. (2003). The topologic and

chronologic patterns of hematopoietic cell seeding in host femoral bone marrow

after transplantation. Biol Blood Marrow Transplant 9, 496-504.

ATKINS, G. J., KOSTAKIS, P., PAN, B., FARRUGIA, A., GRONTHOS, S., EVDOKIOU, A.,

HARRISON, K., FINDLAY, D. M. & ZANNETTINO, A. C. (2003). RANKL

expression is related to the differentiation state of human osteoblasts. J Bone

Miner Res 18, 1088-98.

AUBIN, J. E., GUPTA, A. K., BHARGAVA, U. & TURKSEN, K. (1996). Expression and

regulation of galectin 3 in rat osteoblastic cells. J Cell Physiol 169, 468-80.

Page 170: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

158

AUSTIN, T. W., SOLAR, G. P., ZIEGLER, F. C., LIEM, L. & MATTHEWS, W. (1997). A role

for the Wnt gene family in hematopoiesis: expansion of multilineage progenitor

cells. Blood 89, 3624-35.

BALAN, V., NANGIA-MAKKER, P., JUNG, Y. S., WANG, Y. & RAZ, A. (2010). Galectin-3:

A novel substrate for c-Abl kinase. Biochim Biophys Acta 1803, 1198-205.

BALDUINO, A., HURTADO, S. P., FRAZAO, P., TAKIYA, C. M., ALVES, L. M., NASCIUTTI,

L. E., EL-CHEIKH, M. C. & BOROJEVIC, R. (2005). Bone marrow subendosteal

microenvironment harbours functionally distinct haemosupportive stromal cell

populations. Cell Tissue Res 319, 255-66.

BALDUS, S. E., MONIG, S. P., HUXEL, S., LANDSBERG, S., HANISCH, F. G., ENGELMANN,

K., SCHNEIDER, P. M., THIELE, J., HOLSCHER, A. H. & DIENES, H. P. (2004).

MUC1 and nuclear beta-catenin are coexpressed at the invasion front of

colorectal carcinomas and are both correlated with tumor prognosis. Clin Cancer

Res 10, 2790-6.

BALIC, M., LIN, H., YOUNG, L., HAWES, D., GIULIANO, A., MCNAMARA, G., DATAR, R.

H. & COTE, R. J. (2006). Most early disseminated cancer cells detected in bone

marrow of breast cancer patients have a putative breast cancer stem cell

phenotype. Clin Cancer Res 12, 5615-21.

BARKER, N. & CLEVERS, H. (2006). Mining the Wnt pathway for cancer therapeutics.

Nat Rev Drug Discov 5, 997-1014.

BARONDES, S. H., CASTRONOVO, V., COOPER, D. N., CUMMINGS, R. D., DRICKAMER, K.,

FEIZI, T., GITT, M. A., HIRABAYASHI, J., HUGHES, C., KASAI, K. & ET AL. (1994).

Galectins: a family of animal beta-galactoside-binding lectins. Cell 76, 597-8.

BAUERSCHMITZ, G. J., RANKI, T., KANGASNIEMI, L., RIBACKA, C., ERIKSSON, M.,

PORTEN, M., HERRMANN, I., RISTIMAKI, A., VIRKKUNEN, P., TARKKANEN, M.,

HAKKARAINEN, T., KANERVA, A., REIN, D., PESONEN, S. & HEMMINKI, A.

(2008). Tissue-specific promoters active in CD44+CD24-/low breast cancer

cells. Cancer Res 68, 5533-9.

BENHAJ, K., AKCALI, K. C. & OZTURK, M. (2006). Redundant expression of canonical

Wnt ligands in human breast cancer cell lines. Oncol Rep 15, 701-7.

BHARDWAJ, G., MURDOCH, B., WU, D., BAKER, D. P., WILLIAMS, K. P., CHADWICK, K.,

LING, L. E., KARANU, F. N. & BHATIA, M. (2001). Sonic hedgehog induces the

proliferation of primitive human hematopoietic cells via BMP regulation. Nat

Immunol 2, 172-80.

BIANCO, P., RIMINUCCI, M., GRONTHOS, S. & ROBEY, P. G. (2001). Bone marrow

stromal stem cells: nature, biology, and potential applications. Stem Cells 19,

180-92.

BIANCO, P., ROBEY, P. G. & SIMMONS, P. J. (2008). Mesenchymal stem cells: revisiting

history, concepts, and assays. Cell Stem Cell 2, 313-9.

BIDARD, F. C., VINCENT-SALOMON, A., SIGAL-ZAFRANI, B., RODRIGUES, M., DIERAS,

V., MIGNOT, L., SASTRE-GARAU, X., POUPON, M. F. & PIERGA, J. Y. (2008).

Time to metastatic relapse and breast cancer cells dissemination in bone marrow

at metastatic relapse. Clin Exp Metastasis 25, 871-5.

BISSELL, M. J. & INMAN, J. (2008). Reprogramming stem cells is a microenvironmental

task. Proc Natl Acad Sci U S A 105, 15637-8.

BISSELL, M. J., RADISKY, D. C., RIZKI, A., WEAVER, V. M. & PETERSEN, O. W. (2002).

The organizing principle: microenvironmental influences in the normal and

malignant breast. Differentiation 70, 537-46.

BLICK, T., HUGO, H., WIDODO, E., WALTHAM, M., PINTO, C., MANI, S. A., WEINBERG,

R. A., NEVE, R. M., LENBURG, M. E. & THOMPSON, E. W. (2010). Epithelial

Page 171: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

159

mesenchymal transition traits in human breast cancer cell lines parallel the

CD44(hi/)CD24 (lo/-) stem cell phenotype in human breast cancer. J Mammary

Gland Biol Neoplasia 15, 235-52.

BLICK, T., WIDODO, E., HUGO, H., WALTHAM, M., LENBURG, M. E., NEVE, R. M. &

THOMPSON, E. W. (2008). Epithelial mesenchymal transition traits in human

breast cancer cell lines. Clin Exp Metastasis 25, 629-42.

BOCCAFOSCHI, F., BOSETTI, M., MOSCA, C., MANTOVANI, D. & CANNAS, M. (2011).

The role of shear stress on mechanically stimulated engineered vascular

substitutes: influence on mechanical and biological properties. J Tissue Eng

Regen Med.

BONIG, H., PRIESTLEY, G. V. & PAPAYANNOPOULOU, T. (2006). Hierarchy of molecular-

pathway usage in bone marrow homing and its shift by cytokines. Blood 107,

79-86.

BONNET, D. & DICK, J. E. (1997). Human acute myeloid leukemia is organized as a

hierarchy that originates from a primitive hematopoietic cell. Nat Med 3, 730-7.

BOUDREAU, N. J. & JONES, P. L. (1999). Extracellular matrix and integrin signalling: the

shape of things to come. Biochem J 339 ( Pt 3), 481-8.

BRAUN, S., AUER, D. & MARTH, C. (2009). The prognostic impact of bone marrow

micrometastases in women with breast cancer. Cancer Invest 27, 598-603.

BRAUN, S., CEVATLI, B. S., ASSEMI, C., JANNI, W., KENTENICH, C. R., SCHINDLBECK, C.,

RJOSK, D. & HEPP, F. (2001). Comparative analysis of micrometastasis to the

bone marrow and lymph nodes of node-negative breast cancer patients receiving

no adjuvant therapy. J Clin Oncol 19, 1468-75.

BRAUN, S., PANTEL, K., MULLER, P., JANNI, W., HEPP, F., KENTENICH, C. R.,

GASTROPH, S., WISCHNIK, A., DIMPFL, T., KINDERMANN, G., RIETHMULLER, G.

& SCHLIMOK, G. (2000). Cytokeratin-positive cells in the bone marrow and

survival of patients with stage I, II, or III breast cancer. N Engl J Med 342, 525-

33.

BRAUN, S., VOGL, F. D., NAUME, B., JANNI, W., OSBORNE, M. P., COOMBES, R. C.,

SCHLIMOK, G., DIEL, I. J., GERBER, B., GEBAUER, G., PIERGA, J. Y., MARTH, C.,

ORUZIO, D., WIEDSWANG, G., SOLOMAYER, E. F., KUNDT, G., STROBL, B., FEHM,

T., WONG, G. Y., BLISS, J., VINCENT-SALOMON, A. & PANTEL, K. (2005). A

pooled analysis of bone marrow micrometastasis in breast cancer. N Engl J Med

353, 793-802.

BRAWLEY, C. & MATUNIS, E. (2004). Regeneration of male germline stem cells by

spermatogonial dedifferentiation in vivo. Science 304, 1331-4.

BUG, G., ROSSMANITH, T., HENSCHLER, R., KUNZ-SCHUGHART, L. A., SCHRODER, B.,

KAMPFMANN, M., KREUTZ, M., HOELZER, D. & OTTMANN, O. G. (2002). Rho

family small GTPases control migration of hematopoietic progenitor cells into

multicellular spheroids of bone marrow stroma cells. J Leukoc Biol 72, 837-45.

CALVI, L. M., ADAMS, G. B., WEIBRECHT, K. W., WEBER, J. M., OLSON, D. P., KNIGHT,

M. C., MARTIN, R. P., SCHIPANI, E., DIVIETI, P., BRINGHURST, F. R., MILNER, L.

A., KRONENBERG, H. M. & SCADDEN, D. T. (2003). Osteoblastic cells regulate

the haematopoietic stem cell niche. Nature 425, 841-6.

CANCELAS, J. A., LEE, A. W., PRABHAKAR, R., STRINGER, K. F., ZHENG, Y. &

WILLIAMS, D. A. (2005). Rac GTPases differentially integrate signals regulating

hematopoietic stem cell localization. Nat Med 11, 886-91.

CANCER, T. I. A. F. R. O. (2003). World Health Organization: Tumours of the Breast and

Female Genital Organs IARC WHO.

Page 172: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

160

CANON, J. R., ROUDIER, M., BRYANT, R., MORONY, S., STOLINA, M., KOSTENUIK, P. J.

& DOUGALL, W. C. (2008). Inhibition of RANKL blocks skeletal tumor

progression and improves survival in a mouse model of breast cancer bone

metastasis. Clin Exp Metastasis 25, 119-29.

CHAUHAN, D., KHARBANDA, S., OGATA, A., URASHIMA, M., TEOH, G., ROBERTSON, M.,

KUFE, D. W. & ANDERSON, K. C. (1997). Interleukin-6 inhibits Fas-induced

apoptosis and stress-activated protein kinase activation in multiple myeloma

cells. Blood 89, 227-34.

CHEKHUN, V. F., KULIK, G. I., YURCHENKO, O. V., TRYNDYAK, V. P., TODOR, I. N.,

LUNIV, L. S., TREGUBOVA, N. A., PRYZIMIRSKA, T. V., MONTGOMERY, B.,

RUSETSKAYA, N. V. & POGRIBNY, I. P. (2006). Role of DNA hypomethylation in

the development of the resistance to doxorubicin in human MCF-7 breast

adenocarcinoma cells. Cancer Lett 231, 87-93.

CHEN, J., YAO, Y., GONG, C., YU, F., SU, S., LIU, B., DENG, H., WANG, F., LIN, L., YAO,

H., SU, F., ANDERSON, K. S., LIU, Q., EWEN, M. E., YAO, X. & SONG, E. (2011).

CCL18 from Tumor-Associated Macrophages Promotes Breast Cancer

Metastasis via PITPNM3. Cancer Cell 19, 541-55.

CHEONG, T. C., SHIN, J. Y. & CHUN, K. H. (2009). Silencing of galectin-3 changes the

gene expression and augments the sensitivity of gastric cancer cells to

chemotherapeutic agents. Cancer Sci 101, 94-102.

CHIBA, H., KOBUNE, M., KATO, J., KAWANO, Y., ITO, Y., NAKAMURA, K., ASAKURA, S.,

HAMADA, H. & NIITSU, Y. (2004). Wnt3 modulates the characteristics and

cobblestone area-supporting activity of human stromal cells. Exp Hematol 32,

1194-203.

CHRISTOPHERSON, K. W., 2ND, COOPER, S. & BROXMEYER, H. E. (2003). Cell surface

peptidase CD26/DPPIV mediates G-CSF mobilization of mouse progenitor

cells. Blood 101, 4680-6.

CLARK, C. C., COHEN, I., EICHSTETTER, I., CANNIZZARO, L. A., MCPHERSON, J. D.,

WASMUTH, J. J. & IOZZO, R. V. (1993). Molecular cloning of the human proto-

oncogene Wnt-5A and mapping of the gene (WNT5A) to chromosome 3p14-

p21. Genomics 18, 249-60.

COBAS, M., WILSON, A., ERNST, B., MANCINI, S. J., MACDONALD, H. R., KEMLER, R. &

RADTKE, F. (2004). Beta-catenin is dispensable for hematopoiesis and

lymphopoiesis. J Exp Med 199, 221-9.

COLNOT, C., SIDHU, S. S., POIRIER, F. & BALMAIN, N. (1999). Cellular and subcellular

distribution of galectin-3 in the epiphyseal cartilage and bone of fetal and

neonatal mice. Cell Mol Biol (Noisy-le-grand) 45, 1191-202.

COOPER, C. R., CHAY, C. H. & PIENTA, K. J. (2002). The role of alpha(v)beta(3) in

prostate cancer progression. Neoplasia 4, 191-4.

CORNELISSE, C. J., VAN DE VELDE, C. J., CASPERS, R. J., MOOLENAAR, A. J. &

HERMANS, J. (1987). DNA ploidy and survival in breast cancer patients.

Cytometry 8, 225-34.

CORRAL, D. A., AMLING, M., PRIEMEL, M., LOYER, E., FUCHS, S., DUCY, P., BARON, R.

& KARSENTY, G. (1998). Dissociation between bone resorption and bone

formation in osteopenic transgenic mice. Proc Natl Acad Sci U S A 95, 13835-

40.

CREIGHTON, C. J., CHANG, J. C. & ROSEN, J. M. (2010). Epithelial-mesenchymal

transition (EMT) in tumor-initiating cells and its clinical implications in breast

cancer. J Mammary Gland Biol Neoplasia 15, 253-60.

Page 173: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

161

CRISAN, M., YAP, S., CASTEILLA, L., CHEN, C. W., CORSELLI, M., PARK, T. S.,

ANDRIOLO, G., SUN, B., ZHENG, B., ZHANG, L., NOROTTE, C., TENG, P. N.,

TRAAS, J., SCHUGAR, R., DEASY, B. M., BADYLAK, S., BUHRING, H. J.,

GIACOBINO, J. P., LAZZARI, L., HUARD, J. & PEAULT, B. (2008). A perivascular

origin for mesenchymal stem cells in multiple human organs. Cell Stem Cell 3,

301-13.

CRISCITIELLO, C., SOTIRIOU, C. & IGNATIADIS, M. (2010). Circulating tumor cells and

emerging blood biomarkers in breast cancer. Curr Opin Oncol 22, 552-8.

CROKER, A. K. & ALLAN, A. L. (2008). Cancer stem cells: implications for the

progression and treatment of metastatic disease. J Cell Mol Med 12, 374-90.

CROKER, A. K., GOODALE, D., CHU, J., POSTENKA, C., HEDLEY, B. D., HESS, D. A. &

ALLAN, A. L. (2009). High aldehyde dehydrogenase and expression of cancer

stem cell markers selects for breast cancer cells with enhanced malignant and

metastatic ability. J Cell Mol Med 13, 2236-52.

CUKIERMAN, E., PANKOV, R., STEVENS, D. R. & YAMADA, K. M. (2001). Taking cell-

matrix adhesions to the third dimension. Science 294, 1708-12.

DA SILVA MEIRELLES, L., CHAGASTELLES, P. C. & NARDI, N. B. (2006). Mesenchymal

stem cells reside in virtually all post-natal organs and tissues. J Cell Sci 119,

2204-13.

DA SILVA MEIRELLES, L., SAND, T. T., HARMAN, R. J., LENNON, D. P. & CAPLAN, A. I.

(2009). MSC frequency correlates with blood vessel density in equine adipose

tissue. Tissue Eng Part A 15, 221-9.

DAGHER, S. F., WANG, J. L. & PATTERSON, R. J. (1995). Identification of galectin-3 as a

factor in pre-mRNA splicing. Proc Natl Acad Sci U S A 92, 1213-7.

DANIEL, J. M. (2007). Dancing in and out of the nucleus: p120(ctn) and the transcription

factor Kaiso. Biochim Biophys Acta 1773, 59-68.

DANIELS, D. L. & WEIS, W. I. (2005). Beta-catenin directly displaces Groucho/TLE

repressors from Tcf/Lef in Wnt-mediated transcription activation. Nat Struct

Mol Biol 12, 364-71.

DAVIS, M. A. & REYNOLDS, A. B. (2006). Blocked acinar development, E-cadherin

reduction, and intraepithelial neoplasia upon ablation of p120-catenin in the

mouse salivary gland. Dev Cell 10, 21-31.

DE BARROS, A. P., TAKIYA, C. M., GARZONI, L. R., LEAL-FERREIRA, M. L., DUTRA, H.

S., CHIARINI, L. B., MEIRELLES, M. N., BOROJEVIC, R. & ROSSI, M. I. (2010).

Osteoblasts and bone marrow mesenchymal stromal cells control hematopoietic

stem cell migration and proliferation in 3D in vitro model. PLoS One 5, e9093.

DE, S., CHEN, J., NARIZHNEVA, N. V., HESTON, W., BRAINARD, J., SAGE, E. H. &

BYZOVA, T. V. (2003). Molecular pathway for cancer metastasis to bone. J Biol

Chem 278, 39044-50.

DEBNATH, J., MILLS, K. R., COLLINS, N. L., REGINATO, M. J., MUTHUSWAMY, S. K. &

BRUGGE, J. S. (2002). The role of apoptosis in creating and maintaining luminal

space within normal and oncogene-expressing mammary acini. Cell 111, 29-40.

DEJEUX, E., RONNEBERG, J. A., SOLVANG, H., BUKHOLM, I., GEISLER, S., AAS, T., GUT,

I. G., BORRESEN-DALE, A. L., LONNING, P. E., KRISTENSEN, V. N. & TOST, J.

(2010). DNA methylation profiling in doxorubicin treated primary locally

advanced breast tumours identifies novel genes associated with survival and

treatment response. Mol Cancer 9, 68.

DENNIS, J. E. & CHARBORD, P. (2002). Origin and differentiation of human and murine

stroma. Stem Cells 20, 205-14.

DICK, J. E. (2008). Stem cell concepts renew cancer research. Blood 112, 4793-807.

Page 174: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

162

DIMANCHE-BOITREL, M. T., VAKAET, L., JR., PUJUGUET, P., CHAUFFERT, B., MARTIN,

M. S., HAMMANN, A., VAN ROY, F., MAREEL, M. & MARTIN, F. (1994). In vivo

and in vitro invasiveness of a rat colon-cancer cell line maintaining E-cadherin

expression: an enhancing role of tumor-associated myofibroblasts. Int J Cancer

56, 512-21.

DIRAT, B., BOCHET, L., DABEK, M., DAVIAUD, D., DAUVILLIER, S., MAJED, B., WANG,

Y. Y., MEULLE, A., SALLES, B., LE GONIDEC, S., GARRIDO, I., ESCOURROU, G.,

VALET, P. & MULLER, C. (2011). Cancer-associated adipocytes exhibit an

activated phenotype and contribute to breast cancer invasion. Cancer Res 71,

2455-65.

DOLBER, P. C. & SPACH, M. S. (1993). Conventional and confocal fluorescence

microscopy of collagen fibers in the heart. J Histochem Cytochem 41, 465-9.

DOWLING, P., MELEADY, P., DOWD, A., HENRY, M., GLYNN, S. & CLYNES, M. (2007).

Proteomic analysis of isolated membrane fractions from superinvasive cancer

cells. Biochim Biophys Acta 1774, 93-101.

DRIESSEN, R. L., JOHNSTON, H. M. & NILSSON, S. K. (2003). Membrane-bound stem cell

factor is a key regulator in the initial lodgment of stem cells within the endosteal

marrow region. Exp Hematol 31, 1284-91.

DUMIC, J., DABELIC, S. & FLOGEL, M. (2006). Galectin-3: an open-ended story. Biochim

Biophys Acta 1760, 616-35.

DUNCAN, A. W., RATTIS, F. M., DIMASCIO, L. N., CONGDON, K. L., PAZIANOS, G.,

ZHAO, C., YOON, K., COOK, J. M., WILLERT, K., GAIANO, N. & REYA, T. (2005).

Integration of Notch and Wnt signaling in hematopoietic stem cell maintenance.

Nat Immunol 6, 314-22.

EL HAJ, A. J. & CARTMELL, S. H. (2011). Bioreactors for bone tissue engineering. Proc

Inst Mech Eng H 224, 1523-32.

ENGEL, J., ECKEL, R., KERR, J., SCHMIDT, M., FURSTENBERGER, G., RICHTER, R.,

SAUER, H., SENN, H. J. & HOLZEL, D. (2003). The process of metastasisation for

breast cancer. Eur J Cancer 39, 1794-806.

FABRIS, V. T., SAHORES, A., VANZULLI, S. I., COLOMBO, L., MOLINOLO, A. A., LANARI,

C. & LAMB, C. A. (2010). Inoculated mammary carcinoma-associated

fibroblasts: contribution to hormone independent tumor growth. BMC Cancer

10, 293.

FALCK, A. K., FERNO, M., BENDAHL, P. O. & RYDEN, L. (2010). Does analysis of

biomarkers in tumor cells in lymph node metastases give additional prognostic

information in primary breast cancer? World J Surg 34, 1434-41.

FAN, M., YAN, P. S., HARTMAN-FREY, C., CHEN, L., PAIK, H., OYER, S. L., SALISBURY,

J. D., CHENG, A. S., LI, L., ABBOSH, P. H., HUANG, T. H. & NEPHEW, K. P.

(2006). Diverse gene expression and DNA methylation profiles correlate with

differential adaptation of breast cancer cells to the antiestrogens tamoxifen and

fulvestrant. Cancer Res 66, 11954-66.

FENG, Z., TATEISHI, Y., NOMURA, Y., KITAJIMA, T. & NAKAMURA, T. (2006).

Construction of fibroblast-collagen gels with orientated fibrils induced by static

or dynamic stress: toward the fabrication of small tendon grafts. J Artif Organs

9, 220-5.

FERBER, E. C., KAJITA, M., WADLOW, A., TOBIANSKY, L., NIESSEN, C., ARIGA, H.,

DANIEL, J. & FUJITA, Y. (2008). A role for the cleaved cytoplasmic domain of E-

cadherin in the nucleus. J Biol Chem 283, 12691-700.

FERGUSON, A. T., LAPIDUS, R. G., BAYLIN, S. B. & DAVIDSON, N. E. (1995).

Demethylation of the estrogen receptor gene in estrogen receptor-negative breast

Page 175: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

163

cancer cells can reactivate estrogen receptor gene expression. Cancer Res 55,

2279-83.

FERRAZZO, K. L., NETO, M. M., DOS SANTOS, E., DOS SANTOS PINTO, D. & DE SOUSA, S.

O. (2009). Differential expression of galectin-3, beta-catenin, and cyclin D1 in

adenoid cystic carcinoma and polymorphous low-grade adenocarcinoma of

salivary glands. J Oral Pathol Med 38, 701-7.

FIDLER, I. J. & NICOLSON, G. L. (1976). Organ selectivity for implantation survival and

growth of B16 melanoma variant tumor lines. J Natl Cancer Inst 57, 1199-202.

FOTY, R. A. & STEINBERG, M. S. (2004). Cadherin-mediated cell-cell adhesion and

tissue segregation in relation to malignancy. Int J Dev Biol 48, 397-409.

FRANKEL, A., BUCKMAN, R. & KERBEL, R. S. (1997). Abrogation of taxol-induced G2-

M arrest and apoptosis in human ovarian cancer cells grown as multicellular

tumor spheroids. Cancer Res 57, 2388-93.

FRESHNEY, R. I. (2000). Culture of animal cells, a manual of basic technique, fourth

edition edition. Wiley-Liss.

FRIEDENSTEIN, A. J., GORSKAJA, J. F. & KULAGINA, N. N. (1976). Fibroblast precursors

in normal and irradiated mouse hematopoietic organs. Exp Hematol 4, 267-74.

FRIEDL, P., WOLF, K. & LAMMERDING, J. (2010). Nuclear mechanics during cell

migration. Curr Opin Cell Biol 23, 55-64.

FRY, S. A., VAN DEN STEEN, P. E., ROYLE, L., WORMALD, M. R., LEATHEM, A. J.,

OPDENAKKER, G., MCDONNELL, J. M., DWEK, R. A. & RUDD, P. M. (2006).

Cancer-associated glycoforms of gelatinase B exhibit a decreased level of

binding to galectin-3. Biochemistry 45, 15249-58.

FUKAYA, Y., SHIMADA, H., WANG, L. C., ZANDI, E. & DECLERCK, Y. A. (2008).

Identification of galectin-3-binding protein as a factor secreted by tumor cells

that stimulates interleukin-6 expression in the bone marrow stroma. J Biol Chem

283, 18573-81.

FUKUMURA, D., XAVIER, R., SUGIURA, T., CHEN, Y., PARK, E. C., LU, N., SELIG, M.,

NIELSEN, G., TAKSIR, T., JAIN, R. K. & SEED, B. (1998). Tumor induction of

VEGF promoter activity in stromal cells. Cell 94, 715-25.

FUKUSHI, J., MAKAGIANSAR, I. T. & STALLCUP, W. B. (2004). NG2 proteoglycan

promotes endothelial cell motility and angiogenesis via engagement of galectin-

3 and alpha3beta1 integrin. Mol Biol Cell 15, 3580-90.

GELAIN, F., UNSWORTH, L. D. & ZHANG, S. (2010). Slow and sustained release of active

cytokines from self-assembling peptide scaffolds. J Control Release 145, 231-9.

GEYER, F. C., LACROIX-TRIKI, M., SAVAGE, K., ARNEDOS, M., LAMBROS, M. B.,

MACKAY, A., NATRAJAN, R. & REIS-FILHO, J. S. (2011). beta-Catenin pathway

activation in breast cancer is associated with triple-negative phenotype but not

with CTNNB1 mutation. Mod Pathol 24, 209-31.

GIATROMANOLAKI, A., SIVRIDIS, E., FISKA, A. & KOUKOURAKIS, M. I. (2010). The

CD44+/CD24- phenotype relates to 'triple-negative' state and unfavorable

prognosis in breast cancer patients. Med Oncol.

GILLES, C., POLETTE, M., MESTDAGT, M., NAWROCKI-RABY, B., RUGGERI, P.,

BIREMBAUT, P. & FOIDART, J. M. (2003). Transactivation of vimentin by beta-

catenin in human breast cancer cells. Cancer Res 63, 2658-64.

GINESTIER, C., HUR, M. H., CHARAFE-JAUFFRET, E., MONVILLE, F., DUTCHER, J.,

BROWN, M., JACQUEMIER, J., VIENS, P., KLEER, C. G., LIU, S., SCHOTT, A.,

HAYES, D., BIRNBAUM, D., WICHA, M. S. & DONTU, G. (2007). ALDH1 is a

marker of normal and malignant human mammary stem cells and a predictor of

poor clinical outcome. Cell Stem Cell 1, 555-67.

Page 176: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

164

GLINSKY, V. V., GLINSKY, G. V., RITTENHOUSE-OLSON, K., HUFLEJT, M. E., GLINSKII,

O. V., DEUTSCHER, S. L. & QUINN, T. P. (2001). The role of Thomsen-

Friedenreich antigen in adhesion of human breast and prostate cancer cells to the

endothelium. Cancer Res 61, 4851-7.

GLINSKY, V. V., HUFLEJT, M. E., GLINSKY, G. V., DEUTSCHER, S. L. & QUINN, T. P.

(2000). Effects of Thomsen-Friedenreich antigen-specific peptide P-30 on beta-

galactoside-mediated homotypic aggregation and adhesion to the endothelium of

MDA-MB-435 human breast carcinoma cells. Cancer Res 60, 2584-8.

GLINSKY, V. V., KIRIAKOVA, G., GLINSKII, O. V., MOSSINE, V. V., MAWHINNEY, T. P.,

TURK, J. R., GLINSKII, A. B., HUXLEY, V. H., PRICE, J. E. & GLINSKY, G. V.

(2009). Synthetic galectin-3 inhibitor increases metastatic cancer cell sensitivity

to taxol-induced apoptosis in vitro and in vivo. Neoplasia 11, 901-9.

GLUZ, O., LIEDTKE, C., GOTTSCHALK, N., PUSZTAI, L., NITZ, U. & HARBECK, N. (2009).

Triple-negative breast cancer--current status and future directions. Ann Oncol

20, 1913-27.

GODIN, I. & CUMANO, A. (2002). The hare and the tortoise: an embryonic

haematopoietic race. Nat Rev Immunol 2, 593-604.

GOICHBERG, P., SHTUTMAN, M., BEN-ZE'EV, A. & GEIGER, B. (2001). Recruitment of

beta-catenin to cadherin-mediated intercellular adhesions is involved in

myogenic induction. J Cell Sci 114, 1309-19.

GOMEI, Y., NAKAMURA, Y., YOSHIHARA, H., HOSOKAWA, K., IWASAKI, H., SUDA, T. &

ARAI, F. (2010). Functional differences between two Tie2 ligands, angiopoietin-

1 and -2, in regulation of adult bone marrow hematopoietic stem cells. Exp

Hematol 38, 82-9.

GORDON, M. D. & NUSSE, R. (2006). Wnt signaling: multiple pathways, multiple

receptors, and multiple transcription factors. J Biol Chem 281, 22429-33.

GOTTARDI, C. J. & GUMBINER, B. M. (2004). Distinct molecular forms of beta-catenin

are targeted to adhesive or transcriptional complexes. J Cell Biol 167, 339-49.

GOTTE, M. & YIP, G. W. (2006). Heparanase, hyaluronan, and CD44 in cancers: a breast

carcinoma perspective. Cancer Res 66, 10233-7.

GRAHAM, C. H., KOBAYASHI, H., STANKIEWICZ, K. S., MAN, S., KAPITAIN, S. J. &

KERBEL, R. S. (1994). Rapid acquisition of multicellular drug resistance after a

single exposure of mammary tumor cells to antitumor alkylating agents. J Natl

Cancer Inst 86, 975-82.

GREEN, K. J., GETSIOS, S., TROYANOVSKY, S. & GODSEL, L. M. (2010). Intercellular

junction assembly, dynamics, and homeostasis. Cold Spring Harb Perspect Biol

2, a000125.

GUDJONSSON, T., RONNOV-JESSEN, L., VILLADSEN, R., RANK, F., BISSELL, M. J. &

PETERSEN, O. W. (2002). Normal and tumor-derived myoepithelial cells differ in

their ability to interact with luminal breast epithelial cells for polarity and

basement membrane deposition. J Cell Sci 115, 39-50.

GUILLEN, C., DE GORTAZAR, A. R. & ESBRIT, P. (2004). The interleukin-6/soluble

interleukin-6 receptor system induces parathyroid hormone-related protein in

human osteoblastic cells. Calcif Tissue Int 75, 153-9.

GUNN, W. G., CONLEY, A., DEININGER, L., OLSON, S. D., PROCKOP, D. J. & GREGORY,

C. A. (2006). A crosstalk between myeloma cells and marrow stromal cells

stimulates production of DKK1 and interleukin-6: a potential role in the

development of lytic bone disease and tumor progression in multiple myeloma.

Stem Cells 24, 986-91.

Page 177: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

165

HANAHAN, D. & WEINBERG, R. A. (2011) Hallmarks of cancer: the next generation. Cell

144, 646-74.

HANAHAN, D. & WEINBERG, R. A. (2000). The hallmarks of cancer. Cell 100, 57-70.

HART, C., DREWEL, D., MUELLER, G., GRASSINGER, J., ZAISS, M., KUNZ-SCHUGHART,

L. A., ANDREESEN, R., REICHLE, A., HOLLER, E. & HENNEMANN, B. (2004).

Expression and function of homing-essential molecules and enhanced in vivo

homing ability of human peripheral blood-derived hematopoietic progenitor

cells after stimulation with stem cell factor. Stem Cells 22, 580-9.

HAYLOCK, D. N. & NILSSON, S. K. (2006). Osteopontin: a bridge between bone and

blood. Br J Haematol 134, 467-74.

HAZLEHURST, L. A., ARGILAGOS, R. F., EMMONS, M., BOULWARE, D., BEAM, C. A.,

SULLIVAN, D. M. & DALTON, W. S. (2006). Cell adhesion to fibronectin (CAM-

DR) influences acquired mitoxantrone resistance in U937 cells. Cancer Res 66,

2338-45.

HEPPNER, G. H. (1984). Tumor heterogeneity. Cancer Res 44, 2259-65.

HIDALGO, A. & FRENETTE, P. S. (2005). Enforced fucosylation of neonatal CD34+ cells

generates selectin ligands that enhance the initial interactions with microvessels

but not homing to bone marrow. Blood 105, 567-75.

HIDALGO, A., SANZ-RODRIGUEZ, F., RODRIGUEZ-FERNANDEZ, J. L., ALBELLA, B.,

BLAYA, C., WRIGHT, N., CABANAS, C., PROSPER, F., GUTIERREZ-RAMOS, J. C. &

TEIXIDO, J. (2001). Chemokine stromal cell-derived factor-1alpha modulates

VLA-4 integrin-dependent adhesion to fibronectin and VCAM-1 on bone

marrow hematopoietic progenitor cells. Exp Hematol 29, 345-55.

HONETH, G., BENDAHL, P. O., RINGNER, M., SAAL, L. H., GRUVBERGER-SAAL, S. K.,

LOVGREN, K., GRABAU, D., FERNO, M., BORG, A. & HEGARDT, C. (2008). The

CD44+/CD24- phenotype is enriched in basal-like breast tumors. Breast Cancer

Res 10, R53.

HONJO, Y., NANGIA-MAKKER, P., INOHARA, H. & RAZ, A. (2001). Down-regulation of

galectin-3 suppresses tumorigenicity of human breast carcinoma cells. Clin

Cancer Res 7, 661-8.

HOSOKAWA, K., ARAI, F., YOSHIHARA, H., IWASAKI, H., NAKAMURA, Y., GOMEI, Y. &

SUDA, T. (2010). Knockdown of N-cadherin suppresses the long-term

engraftment of hematopoietic stem cells. Blood 116, 554-63.

HOSSEINKHANI, H., HOSSEINKHANI, M., HATTORI, S., MATSUOKA, R. & KAWAGUCHI, N.

(2010). Micro and nano-scale in vitro 3D culture system for cardiac stem cells. J

Biomed Mater Res A 94, 1-8.

HUANG, C. Y., HAGAR, K. L., FROST, L. E., SUN, Y. & CHEUNG, H. S. (2004). Effects of

cyclic compressive loading on chondrogenesis of rabbit bone-marrow derived

mesenchymal stem cells. Stem Cells 22, 313-23.

HUBER, M. A., KRAUT, N. & BEUG, H. (2005). Molecular requirements for epithelial-

mesenchymal transition during tumor progression. Curr Opin Cell Biol 17, 548-

58.

HUGHES, R. C. (1999). Secretion of the galectin family of mammalian carbohydrate-

binding proteins. Biochim Biophys Acta 1473, 172-85.

HUGO, H. J., KOKKINOS, M. I., BLICK, T., ACKLAND, M. L., THOMPSON, E. W. &

NEWGREEN, D. F. (2011). Defining the E-cadherin repressor interactome in

epithelial-mesenchymal transition: the PMC42 model as a case study. Cells

Tissues Organs 193, 23-40.

HUGUET, E. L., MCMAHON, J. A., MCMAHON, A. P., BICKNELL, R. & HARRIS, A. L.

(1994). Differential expression of human Wnt genes 2, 3, 4, and 7B in human

Page 178: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

166

breast cell lines and normal and disease states of human breast tissue. Cancer

Res 54, 2615-21.

HWANG-VERSLUES, W. W., KUO, W. H., CHANG, P. H., PAN, C. C., WANG, H. H., TSAI,

S. T., JENG, Y. M., SHEW, J. Y., KUNG, J. T., CHEN, C. H., LEE, E. Y., CHANG, K.

J. & LEE, W. H. (2009). Multiple lineages of human breast cancer

stem/progenitor cells identified by profiling with stem cell markers. PLoS One 4,

e8377.

IMANISHI, Y., HU, B., JARZYNKA, M. J., GUO, P., ELISHAEV, E., BAR-JOSEPH, I. &

CHENG, S. Y. (2007). Angiopoietin-2 stimulates breast cancer metastasis through

the alpha(5)beta(1) integrin-mediated pathway. Cancer Res 67, 4254-63.

INCA. (2010). Estimativa 2010 - Incidência de câncer no Brasil (ed. L. A. S. R. d.

Silva).

ISHIKAWA, F., YOSHIDA, S., SAITO, Y., HIJIKATA, A., KITAMURA, H., TANAKA, S.,

NAKAMURA, R., TANAKA, T., TOMIYAMA, H., SAITO, N., FUKATA, M.,

MIYAMOTO, T., LYONS, B., OHSHIMA, K., UCHIDA, N., TANIGUCHI, S., OHARA,

O., AKASHI, K., HARADA, M. & SHULTZ, L. D. (2007). Chemotherapy-resistant

human AML stem cells home to and engraft within the bone-marrow endosteal

region. Nat Biotechnol 25, 1315-21.

ITO, K., HIRAO, A., ARAI, F., MATSUOKA, S., TAKUBO, K., HAMAGUCHI, I., NOMIYAMA,

K., HOSOKAWA, K., SAKURADA, K., NAKAGATA, N., IKEDA, Y., MAK, T. W. &

SUDA, T. (2004). Regulation of oxidative stress by ATM is required for self-

renewal of haematopoietic stem cells. Nature 431, 997-1002.

IURISCI, I., TINARI, N., NATOLI, C., ANGELUCCI, D., CIANCHETTI, E. & IACOBELLI, S.

(2000). Concentrations of galectin-3 in the sera of normal controls and cancer

patients. Clin Cancer Res 6, 1389-93.

IWATA, M., AWAYA, N., GRAF, L., KAHL, C. & TOROK-STORB, B. (2004). Human

marrow stromal cells activate monocytes to secrete osteopontin, which down-

regulates Notch1 gene expression in CD34+ cells. Blood 103, 4496-502.

JACOBS, K., FEYS, L., VANHOECKE, B., VAN MARCK, V. & BRACKE, M. (2011). P-

cadherin expression reduces melanoma growth, invasion, and responsiveness to

growth factors in nude mice. Eur J Cancer Prev 20, 207-16.

JAENISCH, R. & BIRD, A. (2003). Epigenetic regulation of gene expression: how the

genome integrates intrinsic and environmental signals. Nat Genet 33 Suppl,

245-54.

JANG, Y. Y. & SHARKIS, S. J. (2007). A low level of reactive oxygen species selects for

primitive hematopoietic stem cells that may reside in the low-oxygenic niche.

Blood 110, 3056-63.

JEANES, A., GOTTARDI, C. J. & YAP, A. S. (2008). Cadherins and cancer: how does

cadherin dysfunction promote tumor progression? Oncogene 27, 6920-9.

JOHN, C. M., LEFFLER, H., KAHL-KNUTSSON, B., SVENSSON, I. & JARVIS, G. A. (2003).

Truncated galectin-3 inhibits tumor growth and metastasis in orthotopic nude

mouse model of human breast cancer. Clin Cancer Res 9, 2374-83.

JONES, C., MACKAY, A., GRIGORIADIS, A., COSSU, A., REIS-FILHO, J. S., FULFORD, L.,

DEXTER, T., DAVIES, S., BULMER, K., FORD, E., PARRY, S., BUDRONI, M.,

PALMIERI, G., NEVILLE, A. M., O'HARE, M. J. & LAKHANI, S. R. (2004).

Expression profiling of purified normal human luminal and myoepithelial breast

cells: identification of novel prognostic markers for breast cancer. Cancer Res

64, 3037-45.

JONES, P. A. & BAYLIN, S. B. (2007). The epigenomics of cancer. Cell 128, 683-92.

Page 179: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

167

JOVANOVIC, J., RONNEBERG, J. A., TOST, J. & KRISTENSEN, V. (2010). The epigenetics

of breast cancer. Mol Oncol 4, 242-54.

KAIPPARETTU, B. A., MALIK, S., KONDURI, S. D., LIU, W., ROKAVEC, M., VAN DER

KUIP, H., HOPPE, R., HAMMERICH-HILLE, S., FRITZ, P., SCHROTH, W., ABELE, I.,

DAS, G. M., OESTERREICH, S. & BRAUCH, H. (2008). Estrogen-mediated

downregulation of CD24 in breast cancer cells. Int J Cancer 123, 66-72.

KALAJZIC, Z., LI, H., WANG, L. P., JIANG, X., LAMOTHE, K., ADAMS, D. J., AGUILA, H.

L., ROWE, D. W. & KALAJZIC, I. (2008). Use of an alpha-smooth muscle actin

GFP reporter to identify an osteoprogenitor population. Bone 43, 501-10.

KAPLAN, R. N., RAFII, S. & LYDEN, D. (2006). Preparing the "soil": the premetastatic

niche. Cancer Res 66, 11089-93.

KAPLAN, R. N., RIBA, R. D., ZACHAROULIS, S., BRAMLEY, A. H., VINCENT, L., COSTA,

C., MACDONALD, D. D., JIN, D. K., SHIDO, K., KERNS, S. A., ZHU, Z., HICKLIN,

D., WU, Y., PORT, J. L., ALTORKI, N., PORT, E. R., RUGGERO, D., SHMELKOV, S.

V., JENSEN, K. K., RAFII, S. & LYDEN, D. (2005). VEGFR1-positive

haematopoietic bone marrow progenitors initiate the pre-metastatic niche.

Nature 438, 820-7.

KARANU, F. N., MURDOCH, B., GALLACHER, L., WU, D. M., KOREMOTO, M., SAKANO,

S. & BHATIA, M. (2000). The notch ligand jagged-1 represents a novel growth

factor of human hematopoietic stem cells. J Exp Med 192, 1365-72.

KARNOUB, A. E., DASH, A. B., VO, A. P., SULLIVAN, A., BROOKS, M. W., BELL, G. W.,

RICHARDSON, A. L., POLYAK, K., TUBO, R. & WEINBERG, R. A. (2007).

Mesenchymal stem cells within tumour stroma promote breast cancer

metastasis. Nature 449, 557-63.

KATAYAMA, Y., BATTISTA, M., KAO, W. M., HIDALGO, A., PEIRED, A. J., THOMAS, S. A.

& FRENETTE, P. S. (2006). Signals from the sympathetic nervous system regulate

hematopoietic stem cell egress from bone marrow. Cell 124, 407-21.

KAUFMANN, M., HEIDER, K. H., SINN, H. P., VON MINCKWITZ, G., PONTA, H. &

HERRLICH, P. (1995). CD44 variant exon epitopes in primary breast cancer and

length of survival. Lancet 345, 615-9.

KELM, J. M., DIAZ SANCHEZ-BUSTAMANTE, C., EHLER, E., HOERSTRUP, S. P., DJONOV,

V., ITTNER, L. & FUSSENEGGER, M. (2005). VEGF profiling and angiogenesis in

human microtissues. J Biotechnol 118, 213-29.

KHRAMTSOV, A. I., KHRAMTSOVA, G. F., TRETIAKOVA, M., HUO, D., OLOPADE, O. I. &

GOSS, K. H. (2010). Wnt/beta-catenin pathway activation is enriched in basal-

like breast cancers and predicts poor outcome. Am J Pathol 176, 2911-20.

KIEL, M. J., ACAR, M., RADICE, G. L. & MORRISON, S. J. (2009). Hematopoietic stem

cells do not depend on N-cadherin to regulate their maintenance. Cell Stem Cell

4, 170-9.

KIM, H. R., LIN, H. M., BILIRAN, H. & RAZ, A. (1999). Cell cycle arrest and inhibition

of anoikis by galectin-3 in human breast epithelial cells. Cancer Res 59, 4148-

54.

KIM, J. A., KANG, Y. J., PARK, G., KIM, M., PARK, Y. O., KIM, H., LEEM, S. H., CHU, I.

S., LEE, J. S., JHO, E. H. & OH, I. H. (2009). Identification of a stroma-mediated

Wnt/beta-catenin signal promoting self-renewal of hematopoietic stem cells in

the stem cell niche. Stem Cells 27, 1318-29.

KIM, K., LEE, J., KIM, J. H., JIN, H. M., ZHOU, B., LEE, S. Y. & KIM, N. (2007). Protein

inhibitor of activated STAT 3 modulates osteoclastogenesis by down-regulation

of NFATc1 and osteoclast-associated receptor. J Immunol 178, 5588-94.

Page 180: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

168

KIM, K., PANG, K. M., EVANS, M. & HAY, E. D. (2000). Overexpression of beta-catenin

induces apoptosis independent of its transactivation function with LEF-1 or the

involvement of major G1 cell cycle regulators. Mol Biol Cell 11, 3509-23.

KLARMANN, G. J., DECKER, A. & FARRAR, W. L. (2008). Epigenetic gene silencing in

the Wnt pathway in breast cancer. Epigenetics 3, 59-63.

KLUNDER, I. & HULSER, D. F. (1993). Beta-galactosidase activity in transfected Ltk-

cells is differentially regulated in monolayer and in spheroid cultures. Exp Cell

Res 207, 155-62.

KOBAYASHI, H., MAN, S., GRAHAM, C. H., KAPITAIN, S. J., TEICHER, B. A. & KERBEL,

R. S. (1993). Acquired multicellular-mediated resistance to alkylating agents in

cancer. Proc Natl Acad Sci U S A 90, 3294-8.

KOBAYASHI, T., SHIMURA, T., YAJIMA, T., KUBO, N., ARAKI, K., TSUTSUMI, S., SUZUKI,

H., KUWANO, H. & RAZ, A. (2011). Transient gene silencing of galectin-3

suppresses pancreatic cancer cell migration and invasion through degradation of

beta-catenin. Int J Cancer.

KOLLIGS, F. T., HU, G., DANG, C. V. & FEARON, E. R. (1999). Neoplastic transformation

of RK3E by mutant beta-catenin requires deregulation of Tcf/Lef transcription

but not activation of c-myc expression. Mol Cell Biol 19, 5696-706.

KONDO, M., WAGERS, A. J., MANZ, M. G., PROHASKA, S. S., SCHERER, D. C., BEILHACK,

G. F., SHIZURU, J. A. & WEISSMAN, I. L. (2003). Biology of hematopoietic stem

cells and progenitors: implications for clinical application. Annu Rev Immunol

21, 759-806.

KORFF, T., KIMMINA, S., MARTINY-BARON, G. & AUGUSTIN, H. G. (2001). Blood vessel

maturation in a 3-dimensional spheroidal coculture model: direct contact with

smooth muscle cells regulates endothelial cell quiescence and abrogates VEGF

responsiveness. FASEB J 15, 447-57.

KORINEK, V., BARKER, N., MORIN, P. J., VAN WICHEN, D., DE WEGER, R., KINZLER, K.

W., VOGELSTEIN, B. & CLEVERS, H. (1997). Constitutive transcriptional

activation by a beta-catenin-Tcf complex in APC-/- colon carcinoma. Science

275, 1784-7.

KREBSBACH, P. H., KUZNETSOV, S. A., BIANCO, P. & ROBEY, P. G. (1999). Bone

marrow stromal cells: characterization and clinical application. Crit Rev Oral

Biol Med 10, 165-81.

KRUGLUGER, W., FRIGERI, L. G., LUCAS, T., SCHMER, M., FORSTER, O., LIU, F. T. &

BOLTZ-NITULESCU, G. (1997). Galectin-3 inhibits granulocyte-macrophage

colony-stimulating factor (GM-CSF)-driven rat bone marrow cell proliferation

and GM-CSF-induced gene transcription. Immunobiology 197, 97-109.

KUBOTA, Y., TAKUBO, K. & SUDA, T. (2008). Bone marrow long label-retaining cells

reside in the sinusoidal hypoxic niche. Biochem Biophys Res Commun 366, 335-

9.

KUHL, M., SHELDAHL, L. C., PARK, M., MILLER, J. R. & MOON, R. T. (2000). The

Wnt/Ca2+ pathway: a new vertebrate Wnt signaling pathway takes shape.

Trends Genet 16, 279-83.

KUNZ-SCHUGHART, L. A. (1999). Multicellular tumor spheroids: intermediates between

monolayer culture and in vivo tumor. Cell Biol Int 23, 157-61.

KUNZ-SCHUGHART, L. A., HEYDER, P., SCHROEDER, J. & KNUECHEL, R. (2001). A

heterologous 3-D coculture model of breast tumor cells and fibroblasts to study

tumor-associated fibroblast differentiation. Exp Cell Res 266, 74-86.

Page 181: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

169

KUNZ-SCHUGHART, L. A., KREUTZ, M. & KNUECHEL, R. (1998). Multicellular

spheroids: a three-dimensional in vitro culture system to study tumour biology.

Int J Exp Pathol 79, 1-23.

KUREBAYASHI, J., KANOMATA, N., MORIYA, T., KOZUKA, Y., WATANABE, M. & SONOO,

H. (2010). Preferential antitumor effect of the Src inhibitor dasatinib associated

with a decreased proportion of aldehyde dehydrogenase 1-positive cells in breast

cancer cells of the basal B subtype. BMC Cancer 10, 568.

LACROIX, M. & LECLERCQ, G. (2004). Relevance of breast cancer cell lines as models

for breast tumours: an update. Breast Cancer Res Treat 83, 249-89.

LAEMMLI, U. K. (1970). Cleavage of structural proteins during the assembly of the head

of bacteriophage T4. Nature 227, 680-5.

LAMBERT, C. A., COLIGE, A. C., MUNAUT, C., LAPIERE, C. M. & NUSGENS, B. V. (2001).

Distinct pathways in the over-expression of matrix metalloproteinases in human

fibroblasts by relaxation of mechanical tension. Matrix Biol 20, 397-408.

LAPIDOT, T., DAR, A. & KOLLET, O. (2005). How do stem cells find their way home?

Blood 106, 1901-10.

LAPIDOT, T. & PETIT, I. (2002). Current understanding of stem cell mobilization: the

roles of chemokines, proteolytic enzymes, adhesion molecules, cytokines, and

stromal cells. Exp Hematol 30, 973-81.

LAPIDOT, T., SIRARD, C., VORMOOR, J., MURDOCH, B., HOANG, T., CACERES-CORTES,

J., MINDEN, M., PATERSON, B., CALIGIURI, M. A. & DICK, J. E. (1994). A cell

initiating human acute myeloid leukaemia after transplantation into SCID mice.

Nature 367, 645-8.

LAYER, P. G., ROBITZKI, A., ROTHERMEL, A. & WILLBOLD, E. (2002). Of layers and

spheres: the reaggregate approach in tissue engineering. Trends Neurosci 25,

131-4.

LAZAR-KARSTEN, P., DORN, I., MEYER, G., LINDNER, U., DRILLER, B. & SCHLENKE, P.

(2010). The influence of extracellular matrix proteins and mesenchymal stem

cells on erythropoietic cell maturation. Vox Sang.

LE MARER, N. (2000). GALECTIN-3 expression in differentiating human myeloid cells.

Cell Biol Int 24, 245-51.

LEHMANN, K., JANDA, E., PIERREUX, C. E., RYTOMAA, M., SCHULZE, A., MCMAHON,

M., HILL, C. S., BEUG, H. & DOWNWARD, J. (2000). Raf induces TGFbeta

production while blocking its apoptotic but not invasive responses: a mechanism

leading to increased malignancy in epithelial cells. Genes Dev 14, 2610-22.

LEHR, J. E. & PIENTA, K. J. (1998). Preferential adhesion of prostate cancer cells to a

human bone marrow endothelial cell line. J Natl Cancer Inst 90, 118-23.

LESLIE, K., GAO, S. P., BERISHAJ, M., PODSYPANINA, K., HO, H., IVASHKIV, L. &

BROMBERG, J. Differential interleukin-6/Stat3 signaling as a function of cellular

context mediates Ras-induced transformation. Breast Cancer Res 12, R80.

LI, J. (2011). Quiescence regulators for hematopoietic stem cell. Exp Hematol.

LI, J., YING, J., FAN, Y., WU, L., YING, Y., CHAN, A. T., SRIVASTAVA, G. & TAO, Q.

(2011). WNT5A antagonizes WNT/beta-catenin signaling and is frequently

silenced by promoter CpG methylation in esophageal squamous cell carcinoma.

Cancer Biol Ther 10, 617-24.

LIN, H. M., PESTELL, R. G., RAZ, A. & KIM, H. R. (2002). Galectin-3 enhances cyclin

D(1) promoter activity through SP1 and a cAMP-responsive element in human

breast epithelial cells. Oncogene 21, 8001-10.

LIN, S. Y., XIA, W., WANG, J. C., KWONG, K. Y., SPOHN, B., WEN, Y., PESTELL, R. G. &

HUNG, M. C. (2000). Beta-catenin, a novel prognostic marker for breast cancer:

Page 182: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

170

its roles in cyclin D1 expression and cancer progression. Proc Natl Acad Sci U S

A 97, 4262-6.

LIU, F. T. & RABINOVICH, G. A. (2005). Galectins as modulators of tumour progression.

Nat Rev Cancer 5, 29-41.

LOGULLO, A. F., LOPES, A. B., NONOGAKI, S., SOARES, F. A., NETTO, M. M.,

NISHIMOTO, I. N. & BRENTANI, M. M. (2007). C-erbB-2 expression is a better

predictor for survival than galectin-3 or p53 in early-stage breast cancer. Oncol

Rep 18, 121-6.

LU, H., OUYANG, W. & HUANG, C. (2006). Inflammation, a key event in cancer

development. Mol Cancer Res 4, 221-33.

MACDONALD, B. T., TAMAI, K. & HE, X. (2009). Wnt/beta-catenin signaling:

components, mechanisms, and diseases. Dev Cell 17, 9-26.

MANI, S. A., GUO, W., LIAO, M. J., EATON, E. N., AYYANAN, A., ZHOU, A. Y., BROOKS,

M., REINHARD, F., ZHANG, C. C., SHIPITSIN, M., CAMPBELL, L. L., POLYAK, K.,

BRISKEN, C., YANG, J. & WEINBERG, R. A. (2008). The epithelial-mesenchymal

transition generates cells with properties of stem cells. Cell 133, 704-15.

MANSOUR, A., ANGINOT, A., MANCINI, S. J., SCHIFF, C., CARLE, G. F., WAKKACH, A. &

BLIN-WAKKACH, C. (2011). Osteoclast activity modulates B-cell development in

the bone marrow. Cell Res.

MASSA, S. M., COOPER, D. N., LEFFLER, H. & BARONDES, S. H. (1993). L-29, an

endogenous lectin, binds to glycoconjugate ligands with positive cooperativity.

Biochemistry 32, 260-7.

MATARRESE, P., FUSCO, O., TINARI, N., NATOLI, C., LIU, F. T., SEMERARO, M. L.,

MALORNI, W. & IACOBELLI, S. (2000a). Galectin-3 overexpression protects from

apoptosis by improving cell adhesion properties. Int J Cancer 85, 545-54.

MATARRESE, P., TINARI, N., SEMERARO, M. L., NATOLI, C., IACOBELLI, S. & MALORNI,

W. (2000b). Galectin-3 overexpression protects from cell damage and death by

influencing mitochondrial homeostasis. FEBS Lett 473, 311-5.

MAUNEY, J. R., SJOSTORM, S., BLUMBERG, J., HORAN, R., O'LEARY, J. P., VUNJAK-

NOVAKOVIC, G., VOLLOCH, V. & KAPLAN, D. L. (2004). Mechanical stimulation

promotes osteogenic differentiation of human bone marrow stromal cells on 3-D

partially demineralized bone scaffolds in vitro. Calcif Tissue Int 74, 458-68.

MAZUREK, N., CONKLIN, J., BYRD, J. C., RAZ, A. & BRESALIER, R. S. (2000).

Phosphorylation of the beta-galactoside-binding protein galectin-3 modulates

binding to its ligands. J Biol Chem 275, 36311-5.

MAZUREK, N., SUN, Y. J., PRICE, J. E., RAMDAS, L., SCHOBER, W., NANGIA-MAKKER,

P., BYRD, J. C., RAZ, A. & BRESALIER, R. S. (2005). Phosphorylation of galectin-

3 contributes to malignant transformation of human epithelial cells via

modulation of unique sets of genes. Cancer Res 65, 10767-75.

MCCABE, N. P., DE, S., VASANJI, A., BRAINARD, J. & BYZOVA, T. V. (2007). Prostate

cancer specific integrin alphavbeta3 modulates bone metastatic growth and

tissue remodeling. Oncogene 26, 6238-43.

MEADS, M. B., HAZLEHURST, L. A. & DALTON, W. S. (2008). The bone marrow

microenvironment as a tumor sanctuary and contributor to drug resistance. Clin

Cancer Res 14, 2519-26.

MEDREK, C., LANDBERG, G., ANDERSSON, T. & LEANDERSSON, K. (2009). Wnt-5a-

CKI{alpha} signaling promotes {beta}-catenin/E-cadherin complex formation

and intercellular adhesion in human breast epithelial cells. J Biol Chem 284,

10968-79.

Page 183: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

171

MENDES, S. C., ROBIN, C. & DZIERZAK, E. (2005). Mesenchymal progenitor cells

localize within hematopoietic sites throughout ontogeny. Development 132,

1127-36.

MEYER, M. J., FLEMING, J. M., ALI, M. A., PESESKY, M. W., GINSBURG, E. &

VONDERHAAR, B. K. (2009). Dynamic regulation of CD24 and the invasive,

CD44posCD24neg phenotype in breast cancer cell lines. Breast Cancer Res 11,

R82.

MI, Z., BHATTACHARYA, S. D., KIM, V. M., GUO, H., TALBOT, L. J. & KUO, P. C. (2011).

Osteopontin promotes CCL5-mesenchymal stromal cell-mediated breast cancer

metastasis. Carcinogenesis 32, 477-87.

MICALIZZI, D. S., FARABAUGH, S. M. & FORD, H. L. (2010). Epithelial-mesenchymal

transition in cancer: parallels between normal development and tumor

progression. J Mammary Gland Biol Neoplasia 15, 117-34.

MICKE, P. & OSTMAN, A. (2005). Exploring the tumour environment: cancer-associated

fibroblasts as targets in cancer therapy. Expert Opin Ther Targets 9, 1217-33.

MINN, A. J., GUPTA, G. P., SIEGEL, P. M., BOS, P. D., SHU, W., GIRI, D. D., VIALE, A.,

OLSHEN, A. B., GERALD, W. L. & MASSAGUE, J. (2005). Genes that mediate

breast cancer metastasis to lung. Nature 436, 518-24.

MIROSHNIKOVA, Y. A., JORGENS, D. M., SPIRIO, L., AUER, M., SARANG-SIEMINSKI, A. L.

& WEAVER, V. M. (2011). Engineering strategies to recapitulate epithelial

morphogenesis within synthetic three-dimensional extracellular matrix with

tunable mechanical properties. Phys Biol 8, 026013.

MIURA, Y., GAO, Z., MIURA, M., SEO, B. M., SONOYAMA, W., CHEN, W., GRONTHOS, S.,

ZHANG, L. & SHI, S. (2006). Mesenchymal stem cell-organized bone marrow

elements: an alternative hematopoietic progenitor resource. Stem Cells 24, 2428-

36.

MOISA, A., FRITZ, P., ECK, A., WEHNER, H. D., MURDTER, T., SIMON, W. & GABIUS, H.

J. (2007). Growth/adhesion-regulatory tissue lectin galectin-3: stromal presence

but not cytoplasmic/nuclear expression in tumor cells as a negative prognostic

factor in breast cancer. Anticancer Res 27, 2131-9.

MOREL, A. P., LIEVRE, M., THOMAS, C., HINKAL, G., ANSIEAU, S. & PUISIEUX, A.

(2008). Generation of breast cancer stem cells through epithelial-mesenchymal

transition. PLoS One 3, e2888.

MORI, L., BELLINI, A., STACEY, M. A., SCHMIDT, M. & MATTOLI, S. (2005). Fibrocytes

contribute to the myofibroblast population in wounded skin and originate from

the bone marrow. Exp Cell Res 304, 81-90.

MORIN, P. J., SPARKS, A. B., KORINEK, V., BARKER, N., CLEVERS, H., VOGELSTEIN, B.

& KINZLER, K. W. (1997). Activation of beta-catenin-Tcf signaling in colon

cancer by mutations in beta-catenin or APC. Science 275, 1787-90.

MUELLER-KLIESER, W. (1997). Three-dimensional cell cultures: from molecular

mechanisms to clinical applications. Am J Physiol 273, C1109-23.

MUGURUMA, Y., YAHATA, T., MIYATAKE, H., SATO, T., UNO, T., ITOH, J., KATO, S.,

ITO, M., HOTTA, T. & ANDO, K. (2006). Reconstitution of the functional human

hematopoietic microenvironment derived from human mesenchymal stem cells

in the murine bone marrow compartment. Blood 107, 1878-87.

MULLER, V., STAHMANN, N., RIETHDORF, S., RAU, T., ZABEL, T., GOETZ, A., JANICKE,

F. & PANTEL, K. (2005). Circulating tumor cells in breast cancer: correlation to

bone marrow micrometastases, heterogeneous response to systemic therapy and

low proliferative activity. Clin Cancer Res 11, 3678-85.

Page 184: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

172

MURDOCH, B., CHADWICK, K., MARTIN, M., SHOJAEI, F., SHAH, K. V., GALLACHER, L.,

MOON, R. T. & BHATIA, M. (2003). Wnt-5A augments repopulating capacity and

primitive hematopoietic development of human blood stem cells in vivo. Proc

Natl Acad Sci U S A 100, 3422-7.

NAKAHARA, S., OKA, N., WANG, Y., HOGAN, V., INOHARA, H. & RAZ, A. (2006).

Characterization of the nuclear import pathways of galectin-3. Cancer Res 66,

9995-10006.

NANGIA-MAKKER, P., BALAN, V. & RAZ, A. (2008). Regulation of tumor progression by

extracellular galectin-3. Cancer Microenviron 1, 43-51.

NEVE, R. M., CHIN, K., FRIDLYAND, J., YEH, J., BAEHNER, F. L., FEVR, T., CLARK, L.,

BAYANI, N., COPPE, J. P., TONG, F., SPEED, T., SPELLMAN, P. T., DEVRIES, S.,

LAPUK, A., WANG, N. J., KUO, W. L., STILWELL, J. L., PINKEL, D., ALBERTSON,

D. G., WALDMAN, F. M., MCCORMICK, F., DICKSON, R. B., JOHNSON, M. D.,

LIPPMAN, M., ETHIER, S., GAZDAR, A. & GRAY, J. W. (2006). A collection of

breast cancer cell lines for the study of functionally distinct cancer subtypes.

Cancer Cell 10, 515-27.

NICOLA, M. H., BIZON, R., MACHADO, J. J., SOLLERO, T., RODARTE, R. S., NOBRE, J. S.,

MAGALHAES, M. M., TAKIYA, C. M. & BOROJEVIC, R. (2003). Breast cancer

micrometastases: different interactions of carcinoma cells with normal and

cancer patients' bone marrow stromata. Clin Exp Metastasis 20, 471-9.

NILSSON, S. K., DEBATIS, M. E., DOONER, M. S., MADRI, J. A., QUESENBERRY, P. J. &

BECKER, P. S. (1998). Immunofluorescence characterization of key extracellular

matrix proteins in murine bone marrow in situ. J Histochem Cytochem 46, 371-

7.

NILSSON, S. K., DOONER, M. S., TIARKS, C. Y., WEIER, H. U. & QUESENBERRY, P. J.

(1997). Potential and distribution of transplanted hematopoietic stem cells in a

nonablated mouse model. Blood 89, 4013-20.

NILSSON, S. K., JOHNSTON, H. M. & COVERDALE, J. A. (2001). Spatial localization of

transplanted hemopoietic stem cells: inferences for the localization of stem cell

niches. Blood 97, 2293-9.

NILSSON, S. K., JOHNSTON, H. M., WHITTY, G. A., WILLIAMS, B., WEBB, R. J.,

DENHARDT, D. T., BERTONCELLO, I., BENDALL, L. J., SIMMONS, P. J. &

HAYLOCK, D. N. (2005). Osteopontin, a key component of the hematopoietic

stem cell niche and regulator of primitive hematopoietic progenitor cells. Blood

106, 1232-9.

NILSSON, S. K., SIMMONS, P. J. & BERTONCELLO, I. (2006). Hemopoietic stem cell

engraftment. Exp Hematol 34, 123-9.

NOTI, J. D. (2000). Adherence to osteopontin via alphavbeta3 suppresses phorbol ester-

mediated apoptosis in MCF-7 breast cancer cells that overexpress protein kinase

C-alpha. Int J Oncol 17, 1237-43.

NOWELL, P. C. (1976). The clonal evolution of tumor cell populations. Science 194, 23-

8.

NUSSE, R., FUERER, C., CHING, W., HARNISH, K., LOGAN, C., ZENG, A., TEN BERGE, D.

& KALANI, Y. (2008). Wnt signaling and stem cell control. Cold Spring Harb

Symp Quant Biol 73, 59-66.

NUSSE, R. & VARMUS, H. E. (1982). Many tumors induced by the mouse mammary

tumor virus contain a provirus integrated in the same region of the host genome.

Cell 31, 99-109.

O'DRISCOLL, L., LINEHAN, R., S, M. K., CRONIN, D., PURCELL, R., GLYNN, S., E, W. M.,

A, D. H., N, J. O. H., PARKINSON, M. & CLYNES, M. (2003). Lack of prognostic

Page 185: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

173

significance of survivin, survivin-deltaEx3, survivin-2B, galectin-3, bag-1, bax-

alpha and MRP-1 mRNAs in breast cancer. Cancer Lett 201, 225-36.

OCHIENG, J., FURTAK, V. & LUKYANOV, P. (2004). Extracellular functions of galectin-3.

Glycoconj J 19, 527-35.

OCHIENG, J., GREEN, B., EVANS, S., JAMES, O. & WARFIELD, P. (1998). Modulation of

the biological functions of galectin-3 by matrix metalloproteinases. Biochim

Biophys Acta 1379, 97-106.

OFT, M., PELI, J., RUDAZ, C., SCHWARZ, H., BEUG, H. & REICHMANN, E. (1996). TGF-

beta1 and Ha-Ras collaborate in modulating the phenotypic plasticity and

invasiveness of epithelial tumor cells. Genes Dev 10, 2462-77.

OLIVEIRA, F. L., FRAZAO, P., CHAMMAS, R., HSU, D. K., LIU, F. T., BOROJEVIC, R.,

TAKIYA, C. M. & EL-CHEIKH, M. C. (2007). Kinetics of mobilization and

differentiation of lymphohematopoietic cells during experimental murine

schistosomiasis in galectin-3 -/- mice. J Leukoc Biol 82, 300-10.

ONDER, T. T., GUPTA, P. B., MANI, S. A., YANG, J., LANDER, E. S. & WEINBERG, R. A.

(2008). Loss of E-cadherin promotes metastasis via multiple downstream

transcriptional pathways. Cancer Res 68, 3645-54.

ORIMO, A. & WEINBERG, R. A. (2006). Stromal fibroblasts in cancer: a novel tumor-

promoting cell type. Cell Cycle 5, 1597-601.

OVERALL, C. M. & LOPEZ-OTIN, C. (2002). Strategies for MMP inhibition in cancer:

innovations for the post-trial era. Nat Rev Cancer 2, 657-72.

OZBAS, S., DAFYDD, H. & PURUSHOTHAM, A. D. (2003). Bone marrow micrometastasis

in breast cancer. Br J Surg 90, 290-301.

OZEKI, Y., MATSUI, T., YAMAMOTO, Y., FUNAHASHI, M., HAMAKO, J. & TITANI, K.

(1995). Tissue fibronectin is an endogenous ligand for galectin-1. Glycobiology

5, 255-61.

PALECEK, S. P., LOFTUS, J. C., GINSBERG, M. H., LAUFFENBURGER, D. A. & HORWITZ,

A. F. (1997). Integrin-ligand binding properties govern cell migration speed

through cell-substratum adhesiveness. Nature 385, 537-40.

PANNONE, G., BUFO, P., SANTORO, A., FRANCO, R., AQUINO, G., LONGO, F., BOTTI, G.,

SERPICO, R., CAFARELLI, B., ABBRUZZESE, A., CARAGLIA, M., PAPAGERAKIS, S.

& LO MUZIO, L. (2010). WNT pathway in oral cancer: epigenetic inactivation of

WNT-inhibitors. Oncol Rep 24, 1035-41.

PANTEL, K. & ALIX-PANABIERES, C. (2010

). Circulating tumour cells in cancer patients: challenges and perspectives. Trends Mol

Med 16, 398-406.

PANTEL, K. & OTTE, M. (2001). Occult micrometastasis: enrichment, identification and

characterization of single disseminated tumour cells. Semin Cancer Biol 11,

327-37.

PAPAYANNOPOULOU, T. (2004). Current mechanistic scenarios in hematopoietic

stem/progenitor cell mobilization. Blood 103, 1580-5.

PAPAYANNOPOULOU, T., PRIESTLEY, G. V., BONIG, H. & NAKAMOTO, B. (2003). The

role of G-protein signaling in hematopoietic stem/progenitor cell mobilization.

Blood 101, 4739-47.

PARK, C. H., CHANG, J. Y., HAHM, E. R., PARK, S., KIM, H. K. & YANG, C. H. (2005a).

Quercetin, a potent inhibitor against beta-catenin/Tcf signaling in SW480 colon

cancer cells. Biochem Biophys Res Commun 328, 227-34.

PARK, J. I., KIM, S. W., LYONS, J. P., JI, H., NGUYEN, T. T., CHO, K., BARTON, M. C.,

DEROO, T., VLEMINCKX, K., MOON, R. T. & MCCREA, P. D. (2005b).

Page 186: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

174

Kaiso/p120-catenin and TCF/beta-catenin complexes coordinately regulate

canonical Wnt gene targets. Dev Cell 8, 843-54.

PARK, J. W., VOSS, P. G., GRABSKI, S., WANG, J. L. & PATTERSON, R. J. (2001).

Association of galectin-1 and galectin-3 with Gemin4 in complexes containing

the SMN protein. Nucleic Acids Res 29, 3595-602.

PARMAR, K., MAUCH, P., VERGILIO, J. A., SACKSTEIN, R. & DOWN, J. D. (2007).

Distribution of hematopoietic stem cells in the bone marrow according to

regional hypoxia. Proc Natl Acad Sci U S A 104, 5431-6.

PASZEK, M. J., ZAHIR, N., JOHNSON, K. R., LAKINS, J. N., ROZENBERG, G. I., GEFEN, A.,

REINHART-KING, C. A., MARGULIES, S. S., DEMBO, M., BOETTIGER, D.,

HAMMER, D. A. & WEAVER, V. M. (2005). Tensional homeostasis and the

malignant phenotype. Cancer Cell 8, 241-54.

PATERSON, A. D., PARTON, R. G., FERGUSON, C., STOW, J. L. & YAP, A. S. (2003).

Characterization of E-cadherin endocytosis in isolated MCF-7 and chinese

hamster ovary cells: the initial fate of unbound E-cadherin. J Biol Chem 278,

21050-7.

PEINADO, H., LAVOTSHKIN, S. & LYDEN, D. (2011). The secreted factors responsible for

pre-metastatic niche formation: old sayings and new thoughts. Semin Cancer

Biol 21, 139-46.

PELED, A., KOLLET, O., PONOMARYOV, T., PETIT, I., FRANITZA, S., GRABOVSKY, V.,

SLAV, M. M., NAGLER, A., LIDER, O., ALON, R., ZIPORI, D. & LAPIDOT, T.

(2000). The chemokine SDF-1 activates the integrins LFA-1, VLA-4, and VLA-

5 on immature human CD34(+) cells: role in transendothelial/stromal migration

and engraftment of NOD/SCID mice. Blood 95, 3289-96.

PEROU, C. M., SORLIE, T., EISEN, M. B., VAN DE RIJN, M., JEFFREY, S. S., REES, C. A.,

POLLACK, J. R., ROSS, D. T., JOHNSEN, H., AKSLEN, L. A., FLUGE, O.,

PERGAMENSCHIKOV, A., WILLIAMS, C., ZHU, S. X., LONNING, P. E., BORRESEN-

DALE, A. L., BROWN, P. O. & BOTSTEIN, D. (2000). Molecular portraits of

human breast tumours. Nature 406, 747-52.

PETIT, I., SZYPER-KRAVITZ, M., NAGLER, A., LAHAV, M., PELED, A., HABLER, L.,

PONOMARYOV, T., TAICHMAN, R. S., ARENZANA-SEISDEDOS, F., FUJII, N.,

SANDBANK, J., ZIPORI, D. & LAPIDOT, T. (2002). G-CSF induces stem cell

mobilization by decreasing bone marrow SDF-1 and up-regulating CXCR4. Nat

Immunol 3, 687-94.

PHADKE, P. A., MERCER, R. R., HARMS, J. F., JIA, Y., FROST, A. R., JEWELL, J. L.,

BUSSARD, K. M., NELSON, S., MOORE, C., KAPPES, J. C., GAY, C. V., MASTRO,

A. M. & WELCH, D. R. (2006). Kinetics of metastatic breast cancer cell

trafficking in bone. Clin Cancer Res 12, 1431-40.

PHILLIPS, T. M., MCBRIDE, W. H. & PAJONK, F. (2006). The response of CD24(-

/low)/CD44+ breast cancer-initiating cells to radiation. J Natl Cancer Inst 98,

1777-85.

PROCHIANTZ, A. (2000). Messenger proteins: homeoproteins, TAT and others. Curr

Opin Cell Biol 12, 400-6.

PSAILA, B., KAPLAN, R. N., PORT, E. R. & LYDEN, D. (2006). Priming the 'soil' for

breast cancer metastasis: the pre-metastatic niche. Breast Dis 26, 65-74.

PSAILA, B. & LYDEN, D. (2009). The metastatic niche: adapting the foreign soil. Nat Rev

Cancer 9, 285-93.

PUKROP, T., KLEMM, F., HAGEMANN, T., GRADL, D., SCHULZ, M., SIEMES, S., TRUMPER,

L. & BINDER, C. (2006). Wnt 5a signaling is critical for macrophage-induced

invasion of breast cancer cell lines. Proc Natl Acad Sci U S A 103, 5454-9.

Page 187: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

175

PURTON, L. E. & SCADDEN, D. T. (2006). Osteoclasts eat stem cells out of house and

home. Nat Med 12, 610-1.

PURTON, L. E. & SCADDEN, D. T. (2008). The hematopoietic stem cell niche.

QUINTANA, E., SHACKLETON, M., SABEL, M. S., FULLEN, D. R., JOHNSON, T. M. &

MORRISON, S. J. (2008). Efficient tumour formation by single human melanoma

cells. Nature 456, 593-8.

RAMOS, E. A., CAMARGO, A. A., BRAUN, K., SLOWIK, R., CAVALLI, I. J., RIBEIRO, E. M.,

PEDROSA FDE, O., DE SOUZA, E. M., COSTA, F. F. & KLASSEN, G. (2010).

Simultaneous CXCL12 and ESR1 CpG island hypermethylation correlates with

poor prognosis in sporadic breast cancer. BMC Cancer 10, 23.

RAO, G., PATEL, P. S., IDLER, S. P., MALOOF, P., GASCON, P., POTIAN, J. A. &

RAMESHWAR, P. (2004). Facilitating role of preprotachykinin-I gene in the

integration of breast cancer cells within the stromal compartment of the bone

marrow: a model of early cancer progression. Cancer Res 64, 2874-81.

RAZ, A., ZHU, D. G., HOGAN, V., SHAH, N., RAZ, T., KARKASH, R., PAZERINI, G. &

CARMI, P. (1990). Evidence for the role of 34-kDa galactoside-binding lectin in

transformation and metastasis. Int J Cancer 46, 871-7.

REMY-MARTIN, J. P., MARANDIN, A., CHALLIER, B., BERNARD, G., DESCHASEAUX, M.,

HERVE, P., WEI, Y., TSUJI, T., AUERBACH, R., DENNIS, J. E., MOORE, K. A.,

GREENBERGER, J. S. & CHARBORD, P. (1999). Vascular smooth muscle

differentiation of murine stroma: a sequential model. Exp Hematol 27, 1782-95.

REUBEN, J. M., LEE, B. N., GAO, H., COHEN, E. N., MEGO, M., GIORDANO, A., WANG,

X., LODHI, A., KRISHNAMURTHY, S., HORTOBAGYI, G. N., CRISTOFANILLI, M.,

LUCCI, A. & WOODWARD, W. A. (2011). Primary breast cancer patients with

high risk clinicopathologic features have high percentages of bone marrow

epithelial cells with ALDH activity and CD44(+)CD24(lo) cancer stem cell

phenotype. Eur J Cancer.

REYA, T., DUNCAN, A. W., AILLES, L., DOMEN, J., SCHERER, D. C., WILLERT, K., HINTZ,

L., NUSSE, R. & WEISSMAN, I. L. (2003). A role for Wnt signalling in self-

renewal of haematopoietic stem cells. Nature 423, 409-14.

REYA, T., MORRISON, S. J., CLARKE, M. F. & WEISSMAN, I. L. (2001). Stem cells,

cancer, and cancer stem cells. Nature 414, 105-11.

RIETHDORF, S. & PANTEL, K. (2008). Disseminated tumor cells in bone marrow and

circulating tumor cells in blood of breast cancer patients: current state of

detection and characterization. Pathobiology 75, 140-8.

RONNOV-JESSEN, L. & BISSELL, M. J. (2009). Breast cancer by proxy: can the

microenvironment be both the cause and consequence? Trends Mol Med 15, 5-

13.

RONNOV-JESSEN, L., PETERSEN, O. W. & BISSELL, M. J. (1996). Cellular changes

involved in conversion of normal to malignant breast: importance of the stromal

reaction. Physiol Rev 76, 69-125.

ROSSI, M. I., BARROS, A. P., BAPTISTA, L. S., GARZONI, L. R., MEIRELLES, M. N.,

TAKIYA, C. M., PASCARELLI, B. M., DUTRA, H. S. & BOROJEVIC, R. (2005).

Multicellular spheroids of bone marrow stromal cells: a three-dimensional in

vitro culture system for the study of hematopoietic cell migration. Braz J Med

Biol Res 38, 1455-62.

SACCHETTI, B., FUNARI, A., MICHIENZI, S., DI CESARE, S., PIERSANTI, S., SAGGIO, I.,

TAGLIAFICO, E., FERRARI, S., ROBEY, P. G., RIMINUCCI, M. & BIANCO, P.

(2007). Self-renewing osteoprogenitors in bone marrow sinusoids can organize a

hematopoietic microenvironment. Cell 131, 324-36.

Page 188: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

176

SACKETT, D. L. & SAROFF, H. A. (1996). The multiple origins of cooperativity in

binding to multi-site lattices. FEBS Lett 397, 1-6.

SAHAI, E. & MARSHALL, C. J. (2003). Differing modes of tumour cell invasion have

distinct requirements for Rho/ROCK signalling and extracellular proteolysis.

Nat Cell Biol 5, 711-9.

SANGER, N., EFFENBERGER, K. E., RIETHDORF, S., VAN HAASTEREN, V., GAUWERKY, J.,

WIEGRATZ, I., STREBHARDT, K., KAUFMANN, M. & PANTEL, K. (2011).

Disseminated tumor cells in the bone marrow of patients with ductal carcinoma

in situ. Int J Cancer.

SANO, H., HSU, D. K., YU, L., APGAR, J. R., KUWABARA, I., YAMANAKA, T.,

HIRASHIMA, M. & LIU, F. T. (2000). Human galectin-3 is a novel

chemoattractant for monocytes and macrophages. J Immunol 165, 2156-64.

SATELLI, A., RAO, P. S., GUPTA, P. K., LOCKMAN, P. R., SRIVENUGOPAL, K. S. & RAO,

U. S. (2008). Varied expression and localization of multiple galectins in

different cancer cell lines. Oncol Rep 19, 587-94.

SATO, S., BURDETT, I. & HUGHES, R. C. (1993). Secretion of the baby hamster kidney

30-kDa galactose-binding lectin from polarized and nonpolarized cells: a

pathway independent of the endoplasmic reticulum-Golgi complex. Exp Cell

Res 207, 8-18.

SATO, S. & HUGHES, R. C. (1992). Binding specificity of a baby hamster kidney lectin

for H type I and II chains, polylactosamine glycans, and appropriately

glycosylated forms of laminin and fibronectin. J Biol Chem 267, 6983-90.

SCHAFFERT, C., POUR, P. M. & CHANEY, W. G. (1998). Localization of galectin-3 in

normal and diseased pancreatic tissue. Int J Pancreatol 23, 1-9.

SCHAJNOVITZ, A., ITKIN, T., D'UVA, G., KALINKOVICH, A., GOLAN, K., LUDIN, A.,

COHEN, D., SHULMAN, Z., AVIGDOR, A., NAGLER, A., KOLLET, O., SEGER, R. &

LAPIDOT, T. (2011). CXCL12 secretion by bone marrow stromal cells is

dependent on cell contact and mediated by connexin-43 and connexin-45 gap

junctions. Nat Immunol.

SCHOFIELD, R. (1978). The relationship between the spleen colony-forming cell and the

haemopoietic stem cell. Blood Cells 4, 7-25.

SCHWARTZ, M. A., SCHALLER, M. D. & GINSBERG, M. H. (1995). Integrins: emerging

paradigms of signal transduction. Annu Rev Cell Dev Biol 11, 549-99.

SEMINO, C. E., MEROK, J. R., CRANE, G. G., PANAGIOTAKOS, G. & ZHANG, S. (2003).

Functional differentiation of hepatocyte-like spheroid structures from putative

liver progenitor cells in three-dimensional peptide scaffolds. Differentiation 71,

262-70.

SERRA, R., EASTER, S. L., JIANG, W. & BAXLEY, S. E. (2011). Wnt5a as an Effector of

TGFbeta in Mammary Development and Cancer. J Mammary Gland Biol

Neoplasia.

SERVIDA, F., SOLIGO, D., CANEVA, L., BERTOLINI, F., DE HARVEN, E., CAMPIGLIO, S.,

CORSINI, C. & DELILIERS, G. L. (1996). Functional and morphological

characterization of immunomagnetically selected CD34+ hematopoietic

progenitor cells. Stem Cells 14, 430-8.

SHACKLETON, M., QUINTANA, E., FEARON, E. R. & MORRISON, S. J. (2009).

Heterogeneity in cancer: cancer stem cells versus clonal evolution. Cell 138,

822-9.

SHENG, X. R. & MATUNIS, E. L. (2009). Make room for dedifferentiation. Fly (Austin) 3,

283-5.

Page 189: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

177

SHI, S., BARTOLD, P. M., MIURA, M., SEO, B. M., ROBEY, P. G. & GRONTHOS, S. (2005).

The efficacy of mesenchymal stem cells to regenerate and repair dental

structures. Orthod Craniofac Res 8, 191-9.

SHI, Y., HE, B., KUCHENBECKER, K. M., YOU, L., XU, Z., MIKAMI, I., YAGUI-BELTRAN,

A., CLEMENT, G., LIN, Y. C., OKAMOTO, J., BRAVO, D. T. & JABLONS, D. M.

(2007). Inhibition of Wnt-2 and galectin-3 synergistically destabilizes beta-

catenin and induces apoptosis in human colorectal cancer cells. Int J Cancer

121, 1175-81.

SHIMURA, T., TAKENAKA, Y., FUKUMORI, T., TSUTSUMI, S., OKADA, K., HOGAN, V.,

KIKUCHI, A., KUWANO, H. & RAZ, A. (2005). Implication of galectin-3 in Wnt

signaling. Cancer Res 65, 3535-7.

SHIMURA, T., TAKENAKA, Y., TSUTSUMI, S., HOGAN, V., KIKUCHI, A. & RAZ, A. (2004).

Galectin-3, a novel binding partner of beta-catenin. Cancer Res 64, 6363-7.

SHIPITSIN, M., CAMPBELL, L. L., ARGANI, P., WEREMOWICZ, S., BLOUSHTAIN-QIMRON,

N., YAO, J., NIKOLSKAYA, T., SEREBRYISKAYA, T., BEROUKHIM, R., HU, M.,

HALUSHKA, M. K., SUKUMAR, S., PARKER, L. M., ANDERSON, K. S., HARRIS, L.

N., GARBER, J. E., RICHARDSON, A. L., SCHNITT, S. J., NIKOLSKY, Y., GELMAN,

R. S. & POLYAK, K. (2007). Molecular definition of breast tumor heterogeneity.

Cancer Cell 11, 259-73.

SHOVAL, I., LUDWIG, A. & KALCHEIM, C. (2007). Antagonistic roles of full-length N-

cadherin and its soluble BMP cleavage product in neural crest delamination.

Development 134, 491-501.

SIEWEKE, M. H. & BISSELL, M. J. (1994). The tumor-promoting effect of wounding: a

possible role for TGF-beta-induced stromal alterations. Crit Rev Oncog 5, 297-

311.

SILZLE, T., KREUTZ, M., DOBLER, M. A., BROCKHOFF, G., KNUECHEL, R. & KUNZ-

SCHUGHART, L. A. (2003). Tumor-associated fibroblasts recruit blood

monocytes into tumor tissue. Eur J Immunol 33, 1311-20.

SINGH, S. K., CLARKE, I. D., TERASAKI, M., BONN, V. E., HAWKINS, C., SQUIRE, J. &

DIRKS, P. B. (2003). Identification of a cancer stem cell in human brain tumors.

Cancer Res 63, 5821-8.

SIOUD, M., MOBERGSLIEN, A., BOUDABOUS, A. & FLOISAND, Y. (2010). Evidence for

the involvement of galectin-3 in mesenchymal stem cell suppression of

allogeneic T-cell proliferation. Scand J Immunol 71, 267-74.

SLADE, M. J., SINGH, A., SMITH, B. M., TRIPURANENI, G., HALL, E., PECKITT, C., FOX,

S., GRAHAM, H., LUCHTENBORG, M., SINNETT, H. D., CROSS, N. C. & COOMBES,

R. C. (2005). Persistence of bone marrow micrometastases in patients receiving

adjuvant therapy for breast cancer: results at 4 years. Int J Cancer 114, 94-100.

SLEEMAN, J. P. & CREMERS, N. (2007). New concepts in breast cancer metastasis: tumor

initiating cells and the microenvironment. Clin Exp Metastasis 24, 707-15.

SONG, S., MAZUREK, N., LIU, C., SUN, Y., DING, Q. Q., LIU, K., HUNG, M. C. &

BRESALIER, R. S. (2009). Galectin-3 mediates nuclear beta-catenin accumulation

and Wnt signaling in human colon cancer cells by regulation of glycogen

synthase kinase-3beta activity. Cancer Res 69, 1343-9.

STAHL, S., WEITZMAN, S. & JONES, J. C. (1997). The role of laminin-5 and its receptors

in mammary epithelial cell branching morphogenesis. J Cell Sci 110 ( Pt 1), 55-

63.

STETLER-STEVENSON, W. G., AZNAVOORIAN, S. & LIOTTA, L. A. (1993). Tumor cell

interactions with the extracellular matrix during invasion and metastasis. Annu

Rev Cell Biol 9, 541-73.

Page 190: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

178

STIER, S., CHENG, T., DOMBKOWSKI, D., CARLESSO, N. & SCADDEN, D. T. (2002).

Notch1 activation increases hematopoietic stem cell self-renewal in vivo and

favors lymphoid over myeloid lineage outcome. Blood 99, 2369-78.

STIER, S., KO, Y., FORKERT, R., LUTZ, C., NEUHAUS, T., GRUNEWALD, E., CHENG, T.,

DOMBKOWSKI, D., CALVI, L. M., RITTLING, S. R. & SCADDEN, D. T. (2005).

Osteopontin is a hematopoietic stem cell niche component that negatively

regulates stem cell pool size. J Exp Med 201, 1781-91.

STOCK, M., SCHAFER, H., STRICKER, S., GROSS, G., MUNDLOS, S. & OTTO, F. (2003).

Expression of galectin-3 in skeletal tissues is controlled by Runx2. J Biol Chem

278, 17360-7.

STUCHBURY, G. & MUNCH, G. (2010

). Optimizing the generation of stable neuronal cell lines via pre-transfection restriction

enzyme digestion of plasmid DNA. Cytotechnology 62, 189-94.

SUDA, T., ARAI, F. & SHIMMURA, S. (2005). Regulation of stem cells in the niche.

Cornea 24, S12-S17.

TADA, T., WIDAYATI, D. T. & FUKUTA, K. (2006). Morphological study of the transition

of haematopoietic sites in the developing mouse during the peri-natal period.

Anat Histol Embryol 35, 235-40.

TAICHMAN, R. S. (2005). Blood and bone: two tissues whose fates are intertwined to

create the hematopoietic stem-cell niche. Blood 105, 2631-9.

TAKAYAMA, S., ISHII, S., IKEDA, T., MASAMURA, S., DOI, M. & KITAJIMA, M. (2005).

The relationship between bone metastasis from human breast cancer and integrin

alpha(v)beta3 expression. Anticancer Res 25, 79-83.

TAKENAKA, Y., FUKUMORI, T., YOSHII, T., OKA, N., INOHARA, H., KIM, H. R.,

BRESALIER, R. S. & RAZ, A. (2004). Nuclear export of phosphorylated galectin-3

regulates its antiapoptotic activity in response to chemotherapeutic drugs. Mol

Cell Biol 24, 4395-406.

TAMAI, K., SEMENOV, M., KATO, Y., SPOKONY, R., LIU, C., KATSUYAMA, Y., HESS, F.,

SAINT-JEANNET, J. P. & HE, X. (2000). LDL-receptor-related proteins in Wnt

signal transduction. Nature 407, 530-5.

TAMURA, I., SAKAKI, T., CHAQOUR, B., HOWARD, P. S., IKEO, T. & MACARAK, E. J.

(2003). Correlation of P-cadherin and beta-catenin expression and

phosphorylation with carcinogenesis in rat tongue cancer induced with 4-

nitroquinoline 1-oxide. Oral Oncol 39, 506-14.

TANEYHILL, L. A. (2008). To adhere or not to adhere: the role of Cadherins in neural

crest development. Cell Adh Migr 2, 223-30.

TARANGER-CHARPIN, C., GIUSIANO, S., SECQ, V., DJEMLI, A., ANDRAC, L., LAVAUT, M.

N., ALLASIA, C. & GARCIA, S. (2009). [Early breast carcinoma profiling based

on quantitative immunocytochemistry can help predict the risk of early distant

metastasis]. Bull Acad Natl Med 193, 2045-60; discussion 2060-1.

TEISSEDRE, B., PINDERHUGHES, A., INCASSATI, A., HATSELL, S. J., HIREMATH, M. &

COWIN, P. (2009). MMTV-Wnt1 and -DeltaN89beta-catenin induce canonical

signaling in distinct progenitors and differentially activate Hedgehog signaling

within mammary tumors. PLoS One 4, e4537.

TEIXIDO, J., HEMLER, M. E., GREENBERGER, J. S. & ANKLESARIA, P. (1992). Role of

beta 1 and beta 2 integrins in the adhesion of human CD34hi stem cells to bone

marrow stroma. J Clin Invest 90, 358-67.

TEN DIJKE, P., KRAUSE, C., DE GORTER, D. J., LOWIK, C. W. & VAN BEZOOIJEN, R. L.

(2008). Osteocyte-derived sclerostin inhibits bone formation: its role in bone

Page 191: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

179

morphogenetic protein and Wnt signaling. J Bone Joint Surg Am 90 Suppl 1,

31-5.

THIERY, J. P. (2002). Epithelial-mesenchymal transitions in tumour progression. Nat

Rev Cancer 2, 442-54.

THOMPSON, M. S., EPARI, D. R., BIELER, F. & DUDA, G. N. (2011). In vitro models for

bone mechanobiology: applications in bone regeneration and tissue engineering.

Proc Inst Mech Eng H 224, 1533-41.

TJENSVOLL, K., OLTEDAL, S., FARMEN, R. K., SHAMMAS, F. V., HEIKKILA, R., KVALOY,

J. T., GILJE, B., SMAALAND, R. & NORDGARD, O. (2010). Disseminated tumor

cells in bone marrow assessed by TWIST1, cytokeratin 19, and mammaglobin A

mRNA predict clinical outcome in operable breast cancer patients. Clin Breast

Cancer 10, 378-84.

TOGARI, A. (2002). Adrenergic regulation of bone metabolism: possible involvement of

sympathetic innervation of osteoblastic and osteoclastic cells. Microsc Res Tech

58, 77-84.

TOSCANO, M. A., ILARREGUI, J. M., BIANCO, G. A., CAMPAGNA, L., CROCI, D. O.,

SALATINO, M. & RABINOVICH, G. A. (2007). Dissecting the pathophysiologic

role of endogenous lectins: glycan-binding proteins with cytokine-like activity?

Cytokine Growth Factor Rev 18, 57-71.

TOWBIN, H., STAEHELIN, T. & GORDON, J. (1979). Electrophoretic transfer of proteins

from polyacrylamide gels to nitrocellulose sheets: procedure and some

applications. Proc Natl Acad Sci U S A 76, 4350-4.

TYAN, S. W., KUO, W. H., HUANG, C. K., PAN, C. C., SHEW, J. Y., CHANG, K. J., LEE, E.

Y. & LEE, W. H. (2011). Breast cancer cells induce cancer-associated fibroblasts

to secrete hepatocyte growth factor to enhance breast tumorigenesis. PLoS One

6, e15313.

URASHIMA, M., TEOH, G., CHAUHAN, D., HOSHI, Y., OGATA, A., TREON, S. P.,

SCHLOSSMAN, R. L. & ANDERSON, K. C. (1997). Interleukin-6 overcomes

p21WAF1 upregulation and G1 growth arrest induced by dexamethasone and

interferon-gamma in multiple myeloma cells. Blood 90, 279-89.

VAN DEN BERG, D. J., SHARMA, A. K., BRUNO, E. & HOFFMAN, R. (1998). Role of

members of the Wnt gene family in human hematopoiesis. Blood 92, 3189-202.

VEEMAN, M. T., AXELROD, J. D. & MOON, R. T. (2003). A second canon. Functions and

mechanisms of beta-catenin-independent Wnt signaling. Dev Cell 5, 367-77.

VINCENT-SALOMON, A., BIDARD, F. C. & PIERGA, J. Y. (2008). Bone marrow

micrometastasis in breast cancer: review of detection methods, prognostic

impact and biological issues. J Clin Pathol 61, 570-6.

WANG, F., HANSEN, R. K., RADISKY, D., YONEDA, T., BARCELLOS-HOFF, M. H.,

PETERSEN, O. W., TURLEY, E. A. & BISSELL, M. J. (2002). Phenotypic reversion

or death of cancer cells by altering signaling pathways in three-dimensional

contexts. J Natl Cancer Inst 94, 1494-503.

WANG, L., INOHARA, H., PIENTA, K. J. & RAZ, A. (1995). Galectin-3 is a nuclear matrix

protein which binds RNA. Biochem Biophys Res Commun 217, 292-303.

WANG, Z. A. & SHEN, M. M. (2010). Revisiting the concept of cancer stem cells in

prostate cancer. Oncogene 30, 1261-71.

WATANABE, O., KINOSHITA, J., SHIMIZU, T., IMAMURA, H., HIRANO, A., OKABE, T.,

AIBA, M. & OGAWA, K. (2005). Expression of a CD44 variant and VEGF-C and

the implications for lymphatic metastasis and long-term prognosis of human

breast cancer. J Exp Clin Cancer Res 24, 75-82.

WEAVER, C. (2002). Breast cancer breakthroughs. Nurs Manage 33, 27-33.

Page 192: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

180

WEAVER, V. M., PETERSEN, O. W., WANG, F., LARABELL, C. A., BRIAND, P., DAMSKY,

C. & BISSELL, M. J. (1997). Reversion of the malignant phenotype of human

breast cells in three-dimensional culture and in vivo by integrin blocking

antibodies. J Cell Biol 137, 231-45.

WEHRLI, M., DOUGAN, S. T., CALDWELL, K., O'KEEFE, L., SCHWARTZ, S., VAIZEL-

OHAYON, D., SCHEJTER, E., TOMLINSON, A. & DINARDO, S. (2000). arrow

encodes an LDL-receptor-related protein essential for Wingless signalling.

Nature 407, 527-30.

WEIGELT, B., LO, A. T., PARK, C. C., GRAY, J. W. & BISSELL, M. J. (2010). HER2

signaling pathway activation and response of breast cancer cells to HER2-

targeting agents is dependent strongly on the 3D microenvironment. Breast

Cancer Res Treat 122, 35-43.

WEINBERGER, P. M., ADAM, B. L., GOURIN, C. G., MORETZ, W. H., 3RD, BOLLAG, R. J.,

WANG, B. Y., LIU, Z., LEE, J. R. & TERRIS, D. J. (2007). Association of nuclear,

cytoplasmic expression of galectin-3 with beta-catenin/Wnt-pathway activation

in thyroid carcinoma. Arch Otolaryngol Head Neck Surg 133, 503-10.

WEISS, L. (1976). The hematopoietic microenvironment of the bone marrow: an

ultrastructural study of the stroma in rats. Anat Rec 186, 161-84.

WEND, P., HOLLAND, J. D., ZIEBOLD, U. & BIRCHMEIER, W. (2010). Wnt signaling in

stem and cancer stem cells. Semin Cell Dev Biol 21, 855-63.

WILSON, A., MURPHY, M. J., OSKARSSON, T., KALOULIS, K., BETTESS, M. D., OSER, G.

M., PASCHE, A. C., KNABENHANS, C., MACDONALD, H. R. & TRUMPP, A. (2004).

c-Myc controls the balance between hematopoietic stem cell self-renewal and

differentiation. Genes Dev 18, 2747-63.

WILSON, A. & TRUMPP, A. (2006). Bone-marrow haematopoietic-stem-cell niches. Nat

Rev Immunol 6, 93-106.

WIRZ, W., ANTOINE, M., TAG, C. G., GRESSNER, A. M., KORFF, T., HELLERBRAND, C. &

KIEFER, P. (2008). Hepatic stellate cells display a functional vascular smooth

muscle cell phenotype in a three-dimensional co-culture model with endothelial

cells. Differentiation 76, 784-94.

WOELFLE, U., CLOOS, J., SAUTER, G., RIETHDORF, L., JANICKE, F., VAN DIEST, P.,

BRAKENHOFF, R. & PANTEL, K. (2003). Molecular signature associated with

bone marrow micrometastasis in human breast cancer. Cancer Res 63, 5679-84.

WOLF, K., MAZO, I., LEUNG, H., ENGELKE, K., VON ANDRIAN, U. H., DERYUGINA, E. I.,

STRONGIN, A. Y., BROCKER, E. B. & FRIEDL, P. (2003a). Compensation

mechanism in tumor cell migration: mesenchymal-amoeboid transition after

blocking of pericellular proteolysis. J Cell Biol 160, 267-77.

WOLF, K., MULLER, R., BORGMANN, S., BROCKER, E. B. & FRIEDL, P. (2003b).

Amoeboid shape change and contact guidance: T-lymphocyte crawling through

fibrillar collagen is independent of matrix remodeling by MMPs and other

proteases. Blood 102, 3262-9.

WONG, S. C., LO, S. F., LEE, K. C., YAM, J. W., CHAN, J. K. & WENDY HSIAO, W. L.

(2002). Expression of frizzled-related protein and Wnt-signalling molecules in

invasive human breast tumours. J Pathol 196, 145-53.

WRIGHT, D. E., WAGERS, A. J., GULATI, A. P., JOHNSON, F. L. & WEISSMAN, I. L.

(2001). Physiological migration of hematopoietic stem and progenitor cells.

Science 294, 1933-6.

WU, X., TU, X., JOENG, K. S., HILTON, M. J., WILLIAMS, D. A. & LONG, F. (2008). Rac1

activation controls nuclear localization of beta-catenin during canonical Wnt

signaling. Cell 133, 340-53.

Page 193: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

BIBLIOGRAFIA

181

WYSOCZYNSKI, M., RECA, R., RATAJCZAK, J., KUCIA, M., SHIRVAIKAR, N.,

HONCZARENKO, M., MILLS, M., WANZECK, J., JANOWSKA-WIECZOREK, A. &

RATAJCZAK, M. Z. (2005). Incorporation of CXCR4 into membrane lipid rafts

primes homing-related responses of hematopoietic stem/progenitor cells to an

SDF-1 gradient. Blood 105, 40-8.

YOOK, J. I., LI, X. Y., OTA, I., HU, C., KIM, H. S., KIM, N. H., CHA, S. Y., RYU, J. K.,

CHOI, Y. J., KIM, J., FEARON, E. R. & WEISS, S. J. (2006). A Wnt-Axin2-

GSK3beta cascade regulates Snail1 activity in breast cancer cells. Nat Cell Biol

8, 1398-406.

ZARDAWI, S. J., O'TOOLE, S. A., SUTHERLAND, R. L. & MUSGROVE, E. A. (2009).

Dysregulation of Hedgehog, Wnt and Notch signalling pathways in breast

cancer. Histol Histopathol 24, 385-98.

ZAVADIL, J., CERMAK, L., SOTO-NIEVES, N. & BOTTINGER, E. P. (2004). Integration of

TGF-beta/Smad and Jagged1/Notch signalling in epithelial-to-mesenchymal

transition. EMBO J 23, 1155-65.

ZHANG, C., FU, L., FU, J., HU, L., YANG, H., RONG, T. H., LI, Y., LIU, H., FU, S. B.,

ZENG, Y. X. & GUAN, X. Y. (2009). Fibroblast growth factor receptor 2-positive

fibroblasts provide a suitable microenvironment for tumor development and

progression in esophageal carcinoma. Clin Cancer Res 15, 4017-27.

ZHANG, J., NIU, C., YE, L., HUANG, H., HE, X., TONG, W. G., ROSS, J., HAUG, J.,

JOHNSON, T., FENG, J. Q., HARRIS, S., WIEDEMANN, L. M., MISHINA, Y. & LI, L.

(2003). Identification of the haematopoietic stem cell niche and control of the

niche size. Nature 425, 836-41.

ZHANG, S. N., HUANG, F. T., HUANG, Y. J., ZHONG, W. & YU, Z. (2011a).

Characterization of a cancer stem cell-like side population derived from human

pancreatic adenocarcinoma cells. Tumori 96, 985-92.

ZHANG, Y., TANG, H., CAI, J., ZHANG, T., GUO, J., FENG, D. & WANG, Z. (2011b).

Ovarian cancer-associated fibroblasts contribute to epithelial ovarian carcinoma

metastasis by promoting angiogenesis, lymphangiogenesis and tumor cell

invasion. Cancer Lett 303, 47-55.

ZHAO, Q., GUO, X., NASH, G. B., STONE, P. C., HILKENS, J., RHODES, J. M. & YU, L. G.

(2009). Circulating galectin-3 promotes metastasis by modifying MUC1

localization on cancer cell surface. Cancer Res 69, 6799-806.

ZHAO, S., LIU, Y., ZHANG, Q., LI, H., ZHANG, M., MA, W., ZHAO, W., WANG, J. &

YANG, M. (2011). The prognostic role of circulating tumor cells (CTCs) detected

by RT-PCR in breast cancer: a meta-analysis of published literature. Breast

Cancer Res Treat.

ZUCKERMAN, K. S. (1984). Composition and function of the extracellular matrix in the

stroma of long-term bone marrow cell cultures. Kroc Found Ser 18, 157-70.

ZUK, P. A., ZHU, M., MIZUNO, H., HUANG, J., FUTRELL, J. W., KATZ, A. J., BENHAIM, P.,

LORENZ, H. P. & HEDRICK, M. H. (2001). Multilineage cells from human

adipose tissue: implications for cell-based therapies. Tissue Eng 7, 211-28.

ZUPO, S., DONO, M., MASSARA, R., TABORELLI, G., CHIORAZZI, N. & FERRARINI, M.

(1994). Expression of CD5 and CD38 by human CD5- B cells: requirement for

special stimuli. Eur J Immunol 24, 1426-33.

Page 194: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

ANEXO I

182

8. ANEXO I

Soluções Utilizadas

Phosphate Buffered Saline – PBS

NaCl 8,0g KCl 0,2g Na2HPO4 1,2g KH2PO4 0,2g H2O tridestilada q.s.p. 1000mL PH 7,4 Autoclavar para esterilizar. Meio de Congelamento Dimethyl Sulfoxide (DMSO) 10% Soro fetal Bovino (SFB) 40% Meio Iscove’s 50% Tripsina-EDTA

Tripsina 0,125g EDTA 0,02g BSS.CMF q.s.p. 100mL PH 7,8 Solução de Azul de tripan

Azul de Tripan 400mg PBS q.s.p. 100mL PH 7,2 Solução de TURK

Ácido Acético 2% Cristal Violeta 0,01% Fixador de Eletrônica Glutaraldeído 2,5% Em tampão Cacodilato 0.1 M com 3,5% sacarose pH 7,4

Page 195: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

ANEXO I

183

Tampão Cacodilato 0,1M Cacodilato Sódico 4,28g Cloreto de Cálcio 25g Ácido Hidroclórico 0,2N 2,5mL H2O destilada q.s.p. 200mL PH 7,4 Tampão TAE (Tris-Acetato-EDTA) Tris 4,84g Ácido Acético Glacial (Merck) 2 mL EDTA 0,5 M 2 mL H2O destilida q.s.p 1000 mL Ajustar o pH para 8,0

Page 196: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

ANEXO II

184

9. ANEXO II

Page 197: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

Osteoblasts and Bone Marrow Mesenchymal StromalCells Control Hematopoietic Stem Cell Migration andProliferation in 3D In Vitro ModelAna Paula D. N. de Barros1, Christina M. Takiya1, Luciana R. Garzoni2, Mona Lisa Leal-Ferreira3, Helio S.

Dutra1, Luciana B. Chiarini3, Maria Nazareth Meirelles2, Radovan Borojevic1, Maria Isabel D. Rossi1*

1 Hospital Universitario Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil, 2 Departamento de Ultrastructura e Biologia Celular,

Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brazil, 3 Instituto de Biofısica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil

Abstract

Background: Migration, proliferation, and differentiation of hematopoietic stem cells (HSCs) are dependent upon a complexthree-dimensional (3D) bone marrow microenvironment. Although osteoblasts control the HSC pool, the subendostealniche is complex and its cellular composition and the role of each cell population in HSC fate have not been established. Invivo models are complex and involve subtle species-specific differences, while bidimensional cultures do not reflect the 3Dtissue organization. The aim of this study was to investigate in vitro the role of human bone marrow–derived mesenchymalstromal cells (BMSC) and active osteoblasts in control of migration, lodgment, and proliferation of HSCs.

Methodology/Principal Findings: A complex mixed multicellular spheroid in vitro model was developed with human BMSC,undifferentiated or induced for one week into osteoblasts. A clear limit between the two stromal cells was established, anddeposition of extracellular matrix proteins fibronectin, collagens I and IV, laminin, and osteopontin was similar to theobserved in vivo. Noninduced BMSC cultured as spheroid expressed higher levels of mRNA for the chemokine CXCL12, andthe growth factors Wnt5a and Kit ligand. Cord blood and bone marrow CD34+ cells moved in and out the spheroids, andsome lodged at the interface of the two stromal cells. Myeloid colony-forming cells were maintained after seven days ofcoculture with mixed spheroids, and the frequency of cycling CD34+ cells was decreased.

Conclusions/Significance: Undifferentiated and one-week osteo-induced BMSC self-assembled in a 3D spheroid andformed a microenvironment that is informative for hematopoietic progenitor cells, allowing their lodgment and controllingtheir proliferation.

Citation: de Barros APDN, Takiya CM, Garzoni LR, Leal-Ferreira ML, Dutra HS, et al. (2010) Osteoblasts and Bone Marrow Mesenchymal Stromal Cells ControlHematopoietic Stem Cell Migration and Proliferation in 3D In Vitro Model. PLoS ONE 5(2): e9093. doi:10.1371/journal.pone.0009093

Editor: Raquel Goncalves, Universidade do Porto, Portugal

Received July 27, 2009; Accepted January 12, 2010; Published February 8, 2010

Copyright: � 2010 de Barros et al. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permitsunrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.

Funding: This work was supported by grants of the Brazilian agencies Fundacao de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, Conselho Nacional dePesquisa, Coordenacao de Aperfeicoamento de Pessoal de Nıvel Superior, and Associacao e Programa de Biologia Celular Aplicada a Medicina. The funders had norole in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.

Competing Interests: The authors have declared that no competing interests exist.

* E-mail: [email protected]

Introduction

Self-renewal and multilineage differentiation capacities that are

dependent upon complex cell-autonomous and cell non-autono-

mous regulatory mechanisms are hallmarks of hematopoietic stem

cells (HSC). In vivo studies have extensively documented the

concept of a HSC niche, described as a three-dimensional

microenvironment within the subendosteal region of bone marrow

(BM) [1–3]. In this niche, HSC are protected from differentiation

and loss of stem cell function possibly by induction of quiescence

[4]. When they leave it, they enter into the transitional amplifying

pool of committed progenitors, followed by terminal differentia-

tion. However, HSC can exit the niche, circulate in blood, and

eventually return to the BM niche. HSC homing to bone marrow

is thus a physiological process [5,6]. The role of several molecules

such as the chemokine CXCL12 (SDF1-a), b1-integrins, and

metalloproteinases in homing has been identified [7-9], but the

complex interplays of cells and extracellular matrix (ECM) that

allow some HSC to lodge at the subendosteal niche while others

are actively mobile in the marrow cavity after intravenous

injection [10,11] are still puzzling. Furthermore, changes in the

cellular composition of the niche modify the rate of HSC

mobilization and homing [12]. Since the HSC niche was largely

defined by their localization in marrow cavity, characterization of

the stromal cell population within this niche and their role in the

niche are still to be determined.

In the subendosteal niche, osteoblasts have been proposed to be

a crucial component, controlling HSC fate, the size of HSC pool

[13,14], and HSC quiescence [15], by production of factors, such

as angiopoietin-1 [16], CXCL12 [17,18], and osteopontin [19,20].

Cells of the sympathetic nerves [21] and osteoclasts [22] were

recently described as important components of the niche.

Furthermore, the subendosteal region is complex, harboring all

cells that line at the interface between the bone surface and the

marrow cavity, including stromal cells with differences in their

osteogenic and myelopoietic supportive potential [23]. The

PLoS ONE | www.plosone.org 1 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 198: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

endosteal surface of bones is covered not only by a heterogeneous

cell population called bone lining cells [11,24], but also by actively

bone-producing osteoblasts [24].

Besides the subendosteal niche, HSC were also observed close

to sinusoids, and the existence of a vascular niche was claimed

[25], raising the question about the contribution of each niche to

HSC regulation [26]. Trabecular bones are aligned with blood

vessels [27] that are part of the bone remodeling compartment

[28]. Recent data showed that the subendosteal region is also rich

in blood vessels [11,29,30], suggesting that endothelial cells that

were shown to contribute to hematopoiesis [31] might be part of

the subendosteal niche. Blood vessel walls harbor a reserve of

progenitor cells, known as mesenchymal stem cells or mesenchy-

mal stromal cells [32–35]. Bone marrow-derived mesenchymal

stromal cells (BMSC) exhibit the phenotype and anatomy of

adventitial reticular cells [34] and organize marrow microenvi-

ronments when injected in vivo [34,36], but their role in the

subendosteal niche has not been fully studied. They were proposed

to control HSC homing during ontogeny [37] and their renewal

during adult life, phenomena that are dependent upon species-

specific factors [38]. Despite the increasing knowledge on the HSC

niche, central questions on the relative importance of each cell

type, how they cooperate, as well as how HSC localize within the

subendosteal niche which regulates their anchorage to osteoblasts

require further analyses.

In vivo studies are restricted to animal models that might not

reproduce species-specific subtleties. Although the contribution of

conventional hematopoietic culture systems to the knowledge of

human HSC biology is unquestionable, they are reductionist and

do not reproduce the complex three-dimensional hematopoietic

microenvironment. Striking differences in gene expression using

bidimensional (2D) cultures as opposed to those obtained in vivo

and in three-dimensional (3D) cultures have been reported [39].

The idea that mechanical and structural cues influence cell

behavior and cell fate decisions is increasingly clear [40].

Our goal was to address the question of the relative

participation of active osteoblasts and BMSC in the control of

migration, anchorage, and proliferation of HSC. We have

developed a 3D culture model with human BMSC that mimic

the subendosteal region. We report that BMSC and osteo-induced

BMSC assembled to form a well-organized multicellular spheroid

where a clear boundary between these two cell populations were

observed. Furthermore, human hematopoietic progenitor cells

migrated dynamically in and out of these complex spheroids,

where they lodged within discrete regions.

Results

Morphological Characterization of Simple and MixedBMSC Spheroids

Considering that the three-dimensional structure of bone

marrow may be important for the organization of specialized

niches, undifferentiated (non-induced) BMSC were cultured on a

non-adherent surface that favors cell aggregation. After 4 days,

BMSC formed spheroid structures (simple non-induced spheroids)

of approximately 400 mm diameters (420 mm 6 23.7) (Fig. 1A–B).

Scanning electronic microscopy showed that cells with numerous

filopodia-like projections contacted neighboring cells (Fig. 1C) and

delicate filaments indicative of extracellular matrix (ECM) (Fig. 1D,

arrow) formed a smooth external layer (Fig. 1B). Histological and

ultrastructural sections of simple non-induced spheroids confirmed

the fusiform aspect of cells at the periphery (Fig. 1E, H). Inner cells

were polyedric (Fig. 1H) and had irregular nuclei, vacuolized

cytoplasms, well-developed rough endoplasmic reticulum and

many mitochondria (Fig. 1F–G). Cytoplasmic projections contact-

ing neighboring cells (Fig. 1F) formed a complex three-dimen-

sional network (Fig. 2A) similar to reticular cells in vivo [41]. The

intercellular space was filled with a granular material suggestive of

ECM deposition (Fig.1F). Osteo-induced BMSC formed similar

spheroids, called simple osteo-induced spheroids (data not shown).

Thus, human BMSC, were able to reassemble in a complex 3D

network similar to reticular cells in the marrow cavity [41].

We were then able to develop mixed spheroids formed by osteo-

induced and non-induced BMSC. The aim was to create

specialized regions, and by surrounding osteo-induced spheroids

with BMSC we sought to mimic the trabecular bone that is also

surrounded by reticular cells. Furthermore, homing of HSC

involves migration throughout a three-dimensional meshwork of

cytoplasmic projections of stromal cells, followed by lodgment at

the subendosteal niche [1,8]. Since cells of the osteoblast lineage

within the endosteal niche are heterogeneous [23,24] and differ in

their capacity to support hematopoiesis [23,36], BMSC were

osteo-induced in vitro for just one week. Osteo-induced cells were

thus plated to form an inner spheroid that was covered with layers

of non-induced BMSC. In fact, non-induced BMSC were found

around the spheroids formed by osteo-induced BMSC. Clear

boundaries were observed between the two cell populations

(Fig. 1I–J).

In tumor spheroids, cell proliferation is seen at the periphery,

and a central necrotic area is observed in spheroids larger than

400–500 mm [42] due to critical O2 concentration in the central

region [42,43]. Cell death may lead to a decrease in the diameter

of spheroids along time [44]. However, the size of simple non-

induced (Fig. 1L) and of mixed spheroids correlated with numbers

of plated cells and did not change with time in culture. We then

investigated the frequency of cell proliferation and death in the

spheroids. In simple non-induced spheroids, cell death reached

11.1% (6 6.43) (Fig. 1K) after 5 days in culture while in mixed

spheroids 18.1% (6 7.1) were observed. Cell proliferation in

simple non-induced and mixed spheroids was evaluated by Ki-67

staining. In agreement with in vivo descriptions [45], almost all the

BMSC cells were quiescent (Fig.1M–N). Distribution of ECM

proteins in bone marrow is well known, so we investigated the

pattern of ECM in mixed spheroids. Similarly to what has been

described in vivo [46], collagen I fibers, the major ECM protein of

bone, were observed exclusively in the central region formed by

osteo-induced BMSC (Fig. 2C–E). No collagen fibers were present

in simple non-induced spheroids (Fig. 2B). Low amounts of

laminin (Fig. 2F), and collagen IV (Fig. 2G), but high levels of

fibronectin (Fig. 2I–J) were present in central and peripheral

regions, as well as in simple non-induced spheroids (Fig. 2K). Since

osteopontin is observed exclusively in the interface between bone

and marrow cavity [20], and it has a fundamental role in the

subendosteal niche [19,20], its expression in mixed spheroids was

also investigated. Osteopontin was expressed at low levels, mostly

at the interface between osteo-induced and non-induced BMSC

(Fig. 2H), suggesting that mixed spheroids reproduced the

subendosteal ECM protein pattern.

Human BMSC constitutively express a-smooth muscle actin (a-

SMA) both in vitro [47] and in vivo [45]. However, it was shown

that a-SMA+ fibroblasts in 2D cultures lose this marker when

cultured in 3D systems such as multicellular spheroids [48].

Comparison between our 2D and 3D cultures, showed that non-

induced BMSC are a-SMA+ in both culture systems (Fig. 2L, N)

although differences in orientation of the filaments were observed.

While stress fibers were present in cells cultured in 2D (Fig. 2L–

M), they were absent in cells that formed 3D spheroids as in vivo

(Fig. 2N–O). Pre-osteoblastic differentiation into more mature

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 2 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 199: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

stages was shown to be associated with a decrease in a-SMA [49].

We observed that in mixed spheroids most osteo-induced BMSC

were negative for a-SMA (Fig. 2P–R), suggesting that one-week of

induction in vitro lead to differentiation of BMSC into a-SMA2

collagen I-secreting osteoblast. We concluded that fresh and osteo-

induced BMSC can be induced to form 3D structures in culture,

with many features previously described for normal marrow

stromal cells in situ.

Differential Gene Expression in BMSC Cultured in 2D or3D

Gene expression pattern differ depending on whether the cells

are grown in a 2D or in a 3D substrates [39]. We sought to

investigate the expression of the transcription factor RUNX2

(CBFA1), which is involved in osteoblast differentiation [24], and

of genes that control HSC properties in the niche [2,3]. Non-

induced as well as osteo-induced BMSC expressed RUNX2,

Notch ligands, DELTA1 and JAG1 (Jagged1), ANGPT1 (Angio-

poietin1), SPP1 (Osteopontin), and the Wnt inhibitor DKK1

(Fig. 3A). No differences were observed regarding the culture

condition. However, non-induced BMSC expressed higher levels

of CXCL12 (Fig. 3B–C), WNT5a (Fig. 3B, D), and KITLG (Kit-

ligand, SCF) (Fig. 3B, E), and the difference was even more

evident in simple non-induced spheroids compared to simple

osteo-induced ones. These findings suggested that in BMSC

normal patterns of gene expression are unlikely to be achieved in

conventional adherent cell cultures and that geometry influences

stromal cell differentiation.

Hematopoietic Progenitor Cells Migrate into Simple andMixed Spheroids

Homing of transplanted HSC to the host marrow is a multi-step

process that involves trans-endothelial migration, followed by

adhesion to the marrow stroma and migration towards the specific

anatomical sites [7,8]. Therefore, we asked whether hematopoietic

cells could invade and physically interact with our in vitro model.

In order to investigate the role of each BM stromal cell population

and their interaction in the control of migration and location of

hematopoietic stem and progenitor cells, magnetically selected

cord blood (CB) or bone marrow (BM) CD34+ cells were co-

Figure 1. Characterization of simple and mixed spheroids. Simple non-induced spheroids are round cell aggregates (A–B) with elongatedcells at the periphery (C, E) that show numerous cytoplasmic projections contacting neighbor cells (C), and delicate filaments (arrow) at the cellsurface, indicative of ECM deposition (D). Inner cells have cytoplasmic vacuoles (F), irregular nucleus, well-developed rough endoplasmic reticulum(arrow), and many viable mitochondria (arrow heads) (G). Phase contrast (A), SEM (B–D), and TEM (E–G). Simple non-induced (H), and mixed (I)spheroids with osteo-induced BMSC at the center. Note the limit between the two cell populations (arrowhead). H–E. (J) Confocal microscopy ofmixed spheroids confirming that CM-Dil labeled osteo-induced BMSC (in red) were confined to the central region. Nuclei were stained with DAPI(blue). (K) Detection of apoptotic cells (in green) in simple non-induced spheroids by TUNEL method after 5 days in culture. Nuclei were stained withDAPI (blue). (L) Correlation between the diameter of simple non-induced spheroids and the number of plated cells after 4 and 11 days of culture. Datarepresent mean of 3 spheroids per cell number per day. Error bars are standard error of the mean (6 SEM). (M–N) Ki-67 expression in simple non-induced (M, full black line) and mixed (N, full black line) spheroids. Dotted lines are isotype control, and grey line (N) represents a cell line (porcineaortic endothelial cell) used as a positive control. Numbers above scale bars represent the value (in micrometers) of each scale bar.doi:10.1371/journal.pone.0009093.g001

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 3 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 200: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

Figure 2. Extracellular matrix distribution and cytoskeleton organization in simple non-induced and mixed spheroids. (A) Confocalmicroscopy of paraffin sections stained with H&E showing complex cellular interactions in the center of simple non-induced spheroids. (B–D)Picrosirius staining of simple non-induced (B) and mixed (C–D) spheroids showing, by optical (B–C) and confocal (D) microscopy, collagen fiberdeposition restricted to the inner region of mixed spheroids. (E–J) Expression of ECM protein in mixed spheroids. Immunofluorescence staining (ingreen) for collagen I (E), laminin (F), collagen IV (G), osteopontin (H), and fibronectin (I–J). Osteo-induced BMSC were labeled with CM-DiI (red). Anegative control is shown as an insert in (E). (K) Fibronectin expression in simple non-induced spheroids is shown for comparison. (L–O) Expression ofa-SMA (L, N) and actin polymerization (M, O, phalloidin staining) in non-induced BMSC. Note the formation of stress fibers in monolayers (L–M) thatare absent in 3D cultures (N–O). Nuclei were stained with DAPI (blue). (P–R) a-SMA expression (green) in mixed spheroids. Osteo-induced BMSC werelabeled with CM-DiI (red in P, R). Numbers above scale bars represent the value (in micrometers) of each scale bar.doi:10.1371/journal.pone.0009093.g002

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 4 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 201: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

cultured with simple non-induced, simple osteo-induced, and with

mixed spheroids. CD34+ cells were seen in enzymatically digested

spheroids by FACS analysis (Fig. 4A). No CD34+ events were

found in control spheroids that were not co-cultured with

hematopoietic cells (Fig. 4B). To distinguish migration from

proliferation inside the spheroids, hematopoietic cells were

removed after 24 hours of co-culture, the spheroids were

vigorously washed, and maintained for up to 48 hours. The

content of CD34+ events in washed (1239 6 297.8) and no-washed

(1412.3 6 202.7) spheroids was quite similar (p = 0.309) after

48 hours of culture (Fig. 4C). This suggests that no significant

proliferation of CD34+ cells occurs within 48 hours of co-culture

with mixed spheroids. Migration of CD34+ cells was seen as early

as 4 hours after initiation of co-cultures with simple non-induced

and mixed spheroids and increased thereafter, reaching a plateau

around 24 hours (Fig. 4D). Conversely, in simple osteo-induced

spheroids the cells migrated continuously (Fig. 4D).

Various sources of CD34+ cells are known to differ in their

capacity to engraft immunocompromised mice. For example, CB

CD34+ cells engraft in vivo more rapidly and efficiently than BM

CD34+ cells [50]. We investigated whether our 3D in vitro model

would reproduce these differences, and indeed, BM CD34+ cells

migrated less efficiently than CB CB34+ cells at 16 (p = 0,046) and

24 hours (p = 0,011) (Fig. 4E). Thus, migration into BMSC

spheroids was not random, but depended upon the properties of

CD34+ and stromal cells.

Migration of Hematopoietic Progenitor Cells intoSpheroids Is Dynamic

After BM transplantation, HSC migrate in and out the marrow

within hours [10]. As shown above, in our 3D model, migration of

CD34+ reached a plateau after 24 hours of culture with mixed and

simple non-induced spheroids, but not with simple osteo-induced

spheroids (Fig. 4D). We questioned whether differences in

adhesion to non-induced versus osteo-induce BMSC were leading

to the migration of CD34+ cells in and out of the spheroids.

CD34+ cells were co-cultured for 24 hours with spheroids that

were subsequently washed and maintained in culture. After 24

(Fig. 5A) and 48 hours (Fig. 5B), CD34+ cells migrated out the

mixed spheroids, with no differences between CB and BM CD34+

cells (Fig. 5E). However, CB CD34+ cells migrated out from simple

osteo-induced spheroids to a lesser extent (Fig. 5E), explaining the

absence of a plateau during 48 hours of culture. Virtually no BM

CD34+ cells migrated out of simple osteo-induced spheroids (data

not shown).

We then investigated whether CD34+ cells were actively moving

in and out of mixed spheroids. Unlabeled CB CD34+ cells were

cultured with mixed spheroids for 24 hours and washed out. Since

no non-adherent cells were observed in the supernatant, CFSE

labeled CB CD34+ cells were added, and the cultures were

maintained for up to 48 hours. The percentage of CD34+ cells that

were positive or negative for CFSE in the supernatant and

spheroids was determined by FACS (Fig. 5C–D). Although no

Figure 3. Gene expression profile of BMSC in 2D or 3D cultures. (A) A representative RT-PCR analysis is shown for osteo-induced BMSCcultured for 4 days as monolayers (2D ind) or as simple osteo-induced spheroids (3D ind), and non-induced BMSC cultured as monolayers (2D) orsimple non-induced spheroids (3D). Blots correspond to the transcriptional factor RUNX2, the Notch ligands DELTA1 and JAG1 (Jagged-1), ANGPT1(Angiopoietin-1), the inhibitor of Wnt pathway, DKK1, and SPP (Osteopontin). (B–E) Semiquantitative analysis is shown for GAPDH, CXCL12 (C),WNT5a (D), and KITLG (E). (n = 3, 6 SEM).doi:10.1371/journal.pone.0009093.g003

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 5 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 202: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

changes in the total number of CD34+ events were observed (data

not shown), an inverted relationship between labeled and

unlabeled cells in spheroids and supernatants was seen along the

culture period (Fig. 5F). At 24 hours, the proportion of unlabeled

cells in relation to CFSE+ cells in the supernatant was 1:8 and the

inverse (8:1) was observed inside the spheroids. At 48 hours, the

proportion changed to 1:2 (unlabeled CD34+ cells: CFSE+ cells) in

the supernatant, whilst the exact opposite in the spheroids (2:1)

was seen. Such a tight correlation is not explained by cell death or

proliferation. Moreover, CFSE labeling showed that the mean

fluorescence intensity of the dye did not change within 48 hours

(data not shown) and no increase in CD34+ events inside spheroids

that were washed was observed after 48 hours of co-culture

(Fig. 4C). Taken together, the data suggest that CD34+ cells

moved in and out the mixed spheroids in a very dynamic way.

Furthermore, since a higher retention was observed in simple

osteo-induced spheroids that lack an outer layer of undifferentiated

BMSC, these data suggest that the quality of hematopoietic

progenitor cells adhesion to the stromal cells or ECM components

control their migration.

Mixed Spheroids Mimic Subendosteal Niches in BMIn BM, HSC home to and lodge within the subendosteal niches

[1]. Since a very clear zone limiting the central region of

osteoblasts and the peripheral area of non-induced BMSC was

established in mixed spheroids, we investigated whether CB

CD34+ cells would recognize and localize specifically in this area.

CB CD34+ cells cultured for 48 hours with simple non-induced

spheroids were homogenously distributed among the stromal cells,

even in the central regions (Fig. 6A–B). The same was observed in

cultures with simple osteo-induced spheroids (data not shown).

However, in mixed spheroids, hematopoietic cells were initially

observed at the periphery, but within 48 hours they were close to

the central region (Fig. 6C–F). Non-mineralized osteoid tissue was

occasionally formed in this type of cultures and hematopoietic cells

surrounded it (Fig. 6D). It is striking that although CB CD34+ cells

were able to migrate throughout the simple osteo-induced

spheroids, no CD34+ were found in the central region of mixed

spheroids. This localization of CB CD34+ cells was confirmed by

immunohistochemistry and confocal microscopy (Fig. 6E–J). CB

CD34+ cells were found in clusters at the vicinity of the central

area formed by osteo-induced BMSC, as it has been described in

vivo [1,11,30], suggesting that mixed spheroids formed a

microenvironment that is representative of the subendosteal niche,

identified as such by human hematopoietic progenitor and stem

cells.

Proliferation and differentiation potentials of cultured CB

CD34+ cells were evaluated by colony assays. To avoid

contamination with stromal cells, CD34+ cells were sorted after

2 and 7 days of co-culture with simple non-induced or mixed

spheroids (Fig. 7A–C) and plated into methylcellulose. We found

that the frequency of CFU-c was quite similar to the freshly

isolated CB CD34+ cells, although a significant (p = 0.0015)

reduction in colony forming cells was observed after 7 days. This

Figure 4. Time-dependent migration of CD34+ cells into spheroids. At defined intervals, cells in the supernatant were collected andspheroids were harvested and trypsinized. (A) The proportion of CD34+ cells (R2) was determined by flow cytometry, and calculated as percentages ofCD34+ cells inside the spheroids in relation to the total plated. (B) Dot plot of control spheroids without hematopoietic cells. (C) To distinguishmigration from proliferation of cells inside the spheroids, hematopoietic cells were removed after 24 hours of co-culture, and the spheroids weremaintained in culture for up to 48 hours. The number of CD34+ events inside the washed spheroids (closed symbols) was compared to the number ofCD34+ events inside no washed spheroids (open symbols). (D) Time-dependent migration of CB CD34+ cells into simple non-induced (full line, dots),simple osteo-induced (dotted line, triangles), and mixed (dotted line, circles) spheroids. (E) The migratory profile of BM (closed squares) and CB (opensquares) CD34+ cells in mixed spheroids is shown. Data are mean 6 SEM.doi:10.1371/journal.pone.0009093.g004

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 6 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 203: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

was mainly due to the loss of BFU-e inside simple non-induced

and mixed spheroids but not in the supernatants (Fig. 7D–F).

Some CFU-GEMM were recovered from spheroids even after a

week of culture.

HSC residing in bone marrow divide regularly but infrequently

[51], so we investigated this parameter in our culture model. CB

CD34+ cells were cultured with mixed or simple spheroids in the

presence of BrdU and incorporation of this label was determined

by FACS (Fig. 7G). The percentages of CD34+ cells that did not

incorporate BrdU after 2 and 7 days of culture were significantly

higher (p = 0.037) in mixed spheroids (Fig. 7H), implying that

BMSC osteo-induced for just one week are able to restrain

hematopoietic progenitor cell proliferation in this 3D microenvi-

ronment. Taken together, the data suggest that association of

BMSC and active osteoblasts in a 3D structure form an

informative microenvironment that control migration, lodgment,

and proliferation of hematopoietic progenitor and stem cells.

Discussion

HSC niche have been defined based on HSC localization within

the subendosteal region with poor description of the neighboring

Figure 5. Migration of CD34+ cells in mixed spheroids is dynamic. CB and BM CD34+ cells were co-cultured with simple or mixed spheroidsfor 24 hours. The supernatant was removed and the spheroids were washed and maintained in culture for more 48 hours. Phase contrast microscopyof CB CD34+ cells emigrating from mixed spheroids at 24 hours (A) and 48 hours (B). Number above scale bar represents the value (in micrometers) ofboth scale bars. Percentage of CB and BM CD34+ cells that migrated out from mixed and simple osteo-induced spheroids was determined by flowcytometry (E). Unlabeled cells were co-cultured with mixed spheroids for 24 hours and then the supernatants were removed and the spheroids werewashed. CFSE labeled CD34+ cells were added to these spheroids and the co-cultures were maintained for an additional 48 hours. RepresentativeFACS analysis showing CD34+ cells that were CFSE2 or CFSE+ in supernatants (C) and spheroids (D) after 48 hours of co-culture. (F) Histogramshowing the percentage of CD34+ cells that were positive or negative for CFSE in the supernatant or spheroids after 24 (open bar) and 48 hours (greybar). Data represent average percentages (6 SEM) of CFSE+ and CFSE2 among CD34+ cells in one experiment with duplicates. Similar results wereobtained in a second independent experiment.doi:10.1371/journal.pone.0009093.g005

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 7 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 204: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

cells and their role in the control of HSC niche function.

Osteoblasts and more recently blood vessel endothelial cells have

been proposed to be key elements in the HSC niche. Here, we

show that non-induced and one-week osteo-induced human bone

marrow stromal cells self-reassembled in vitro in 3D spheroids,

and they are required and sufficient to control migration,

lodgment and proliferation of human hematopoietic progenitor

cells. These two cell populations developed a microenvironment in

vitro that reproduced some properties of the subendosteal niche.

Bone marrow stromal cells became quiescent, organized them-

selves forming a meshwork, deposited extracellular matrix, and

formed specialized microenvironments that were recognized by

hematopoietic CD34+ cells.

Perivascular BMSC are a-SMA+ quiescent cells [45] with

cytoplasmic projections that form a 3D meshwork and closely

envelop hematopoietic cells [41]. Conventional culture systems

disrupt these features and induce cytoskeleton reorganization and

stress fibers [48] that could modulate cell differentiation [52]. Here

we show that in 3D spheroid cultures, without any scaffold, BMSC

rearranged their cytoskeleton, lost stress fibers, became quiescent,

and emitted numerous membrane projections. Furthermore, the

distribution of ECM proteins, fibronectin, laminin, collagen I and

IV reproduced the in vivo situation [46], with collagen I at the

central region formed by osteo-induced BMSC, very little laminin

and collagen IV, and a wide distribution of fibronectin.

Osteopontin was observed mostly at the interface between the

two cell populations. Since its expression was shown to be

restricted to the subendosteal niche [19,20], we propose that

mixed spheroids mimic the ECM distribution of the subendosteal

niche.

Long-term engraftment of HSC depends upon homing,

transmarrow migration and lodgment of HSC within a specific

niche. Mixed and simple non-induced spheroids initially elicited

CD34+ cell migration with similar kinetics. However, the outwards

migration was rapidly established, reaching already after 24 hours

the steady state equilibrium of cells retained in the spheroid with

the free cell pool, indicating equal input and output. On the other

hand, human CB and BM CD34+ cells migrated continuously into

the osteo-induced BMSC spheroids and were not released,

indicating that adhesion was stronger than cell motility, retaining

the cells within the spheroid. These phenomena are apparently

specific of the cell origin, since CB CD34+ cells homed more

efficiently than BM CD34+ cells in immunocompromised mice

[50], and species-specific, since human hematopoietic progenitor

cells were reported to migrate continuously into murine bone

marrow stroma spheroids [53]. The entrance and exit of

progenitors in mixed spheroids is similar to the natural

maintenance of blood cell homeostasis and during regeneration

of hematopoietic bone marrow after intravenous injection of blood

cell progenitors [10].

Figure 6. CD34+ cells localize at the vicinity of osteo-induced BMSC in mixed spheroids. (A) Semithin section of simple non-inducedspheroids after 48 hours of co-culture with CB CD34+ cells, showing numerous hematopoietic cells homogeneously distributed throughout thespheroids, even at the center. Methylene Blue. (B) Ultrastructure of the co-cultures, showing a CD34+ cell in contact with stromal cell projections. (C–D) Mixed spheroids co-cultured for 72 hours with CB CD34+ cells. Hematopoietic cells (arrows) were aligned at the interface of the two stromal celllayers (C, arrowhead) or at the vicinity of osteoid tissue (* in D). H–E. (E–F) Clusters of CD34+ cells (inserts) are seen at the vicinity of the osteo-inducedBMSC after 48 hours. Immunohistochemistry. (H–J) Confocal microscopy of mixed spheroids co-cultured for 72 hours with CFSE labeled CB CD34+

cells (green, H, J). Osteo-induced BMSC were labeled with CM-DiI (red, I–J) and nuclei, that was not confocalized, were stained with DAPI, (blue, G, J).Note that hematopoietic cells are located in close proximity to osteo-induced CM-Dil+ BMSC but actually at the transitional region between the twocell populations. Numbers above scale bars represent the value (in micrometers) of each scale bar. (Bars in inserts = 30 mm).doi:10.1371/journal.pone.0009093.g006

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 8 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 205: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

Figure 7. Colony formation in Methylcellulose and BrdU incorporation. The sorted CD34+ cells from the supernatant or from inside simplenon-induced and mixed spheroids after 2 and 7 days of culture were subjected to methylcellulose assay to determine their potential clonal growth asCFU-GEMM, BFU-e and CFU-GM. (A–C) Representative profile of single-cell suspension isolated from co-cultures before (A–B) and after sorting of CBCD34+ cells (C). (D–E) Morphology of day-10 colonies (inverted microscope, x 5); inserts shows cellular morphology of individual colonies (MGGstaining, x 40 in D, x 60 in E). (F) Clonogenic myeloid potential in methylcellulose of CD34+ freshly isolated from CB or co-cultured for 2 and 7 dayswith mixed or simple non-induced spheroids (* p = 0.0015). Data is representative of two independent experiments with triplicates. Mean 6 SEM. (G)FACS analysis of BrdU expression in CB CD34+ cells co-cultured for 48 hours with simple non-induced (dotted line) or mixed spheroids (black line).The grey line represents isotype control. (H) The percentage of CD34+ cells that were negative for BrdU after co-culture for 2 or 7 days with simplenon-induced (grey bars) and mixed (white bars) spheroids is shown. (** p = 0.037; n = 4 6 SEM).doi:10.1371/journal.pone.0009093.g007

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 9 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 206: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

HSC lodgment within the subendosteal niche [1–3,18] is

dependent upon intrinsic features and microenvironment cues,

such as angipoietin-1 and CXCL12, provided by osteoblasts

[11,13–18,22]. However, osteoblast lineage cells that are found

within the subendosteal niche include osteoprogenitor cells,

quiescent bone lining cells, and active osteoblasts [11,24]. Besides,

recent data showed that the subendosteal niche is perivascular and

a role for endothelial cells in HSC fate decisions was proposed

[11,21,22]. However, mesenchymal stromal cells are located in the

perivascular niche [32–35] and they secrete an array of cytokines

and chemokines, including angiopoietin-1 [34]. In mice with the

GFP reporter gene knocked into the CXCL12 locus, expression of

this chemokine was observed in perivascular reticular cells that

were also a-SMA+ [54]. We observed that BMSC were a-SMA+ in

spheroids and had more CXCL12 transcripts as compared to

osteo-induced cells, especially in a 3D microenvironment. This is

in agreement with the idea that gene expression is modulated in

response to geometric and mechanical cues [39]. Moreover, since

CXCL12 gene expression is regulated by hypoxia-inducible fator-

1 (HIF) [55,56], the hypoxic milieu of spheroid cultures [42,43]

might mimic the low perfusion regions of BM [29,57] and increase

CXCL12 production by BMSC, which is currently under

investigation. This difference in CXCL12 expression raises the

hypothesis that BMSC have essential role in establishing a

chemokine gradient that controls HSC engraftment and location

inside the marrow cavity. Since accumulation of human CD34+

cells in a specific region was only observed in mixed spheroids, we

propose that both BMSC and active osteoblasts are needed to

establish an informative microenvironment that allows positioning

of human CB CD34+ cells. This specific location of HSC was not

observed in simple non-induced or simple osteo-induced spheroids

where human CD34+ cells were randomly distributed among

stromal cells. Cross-talk between the two phenotypes of cells

composing the niche is apparently required, and in our model it

was sufficient to control the positioning and proliferation of

hematopoietic progenitors. The lodgment of HSC within the

subendosteal region is probably determined by opposing gradients

of factors associated with osteoblasts, such as calcium ions [3,58],

and those produced by BMSC, such as CXCL12. Although

calcium deposits were only rarely observed in these mixed

spheroids (data not shown), it is possible that higher concentrations

of this ion exist in the central region. HSC adhere to collagen I

[58], which is secreted by osteo-induced BMSC in mixed

spheroids. Adhesion of CD34+ cells to collagen I could contribute

to the localization of these cells at the vicinity of osteo-induced cells

and to their retention inside simple osteo-induced spheroids.

Furthermore, OPN, that attracts and retains HSC to the endosteal

surface [20], was also predominantly deposited at the interface

between the two stromal cell populations in mixed spheroids.

Although the BMSC were osteo-induced for just one week, they

were able to display some properties of the subendosteal

environment in agreement with other findings in the literature

[36,59]. The fact that deletion of osteoblasts under the control of

collagen a1 type I promoter, but not osteocalcin promoter, is

followed by a decrease in the numbers of HSC [59] suggests that

osteoblasts that have not reached terminal differentiation are

important organizers of the subendosteal niche. Our findings

support this hypothesis. In mixed spheroids, one-week osteo-

induced BMSC lost the expression of a-SMA2, were actively

secreting collagen-I, and were sufficient to reduced proliferation of

hematopoietic cells that interact with them.

Another aspect that deserves comments is the role of hypoxia in

regulating HSC function [29,55]. Although the low oxygen tension

in the inner regions of spheroids [42,43] might mimic the low

perfusion regions of BM [29,57] and regulate CXCL12 gene

expression [55,56] as already pointed out, it also might result in

the observed decrease in BFU-e content after 7 days. In the

absence of erythropoietin, hypoxia suppresses erythroid progen-

itor/precursor cell proliferation and differentiation [60,61]. The

absence of those progenitors compromised the read-out of the

colony assay since numbers of early progenitors are based on the

presence of CFU-GEMM. In order to clarify this point SCID

repopulating or Long-Term Culture - Initiating Cell (LTC-IC)

assays should be done.

In conclusion, non-induced and one-week osteo-induced BMSC

self-assembled as a 3D spheroid formed an informative microen-

vironment that allows migration and lodgment of hematopoietic

progenitor and stem cells. Osteo-induced BMSC restrain migra-

tion and proliferation of hematopoietic CD34+ cells. It will be

important to learn if requirements for self-renewal are satisfied,

and if that is the case we can construct even more complex

environments by including endothelial and other cell types to

investigate their role in HSC fate.

Materials and Methods

Cells and SampleHuman skin fibroblasts (HSF) and porcine aortic endothelial

cell (PAEC) were obtained from the Rio de Janeiro Cell Bank

(BCRJ, Rio de Janeiro, Brazil). Human cord blood (CB) samples

were obtained from healthy full-term newborns at the Pro-Matre

Hospital (Rio de Janeiro, RJ, Brazil). Bone marrow samples were

obtained from voluntary donors at the Bone Marrow Transplant

Unit, Hematology Service, Hospital Universitario Clementino

Fraga Filho (HUCFF) at UFRJ by washing with phosphate

buffered saline (PBS) the bone marrow collection kits after bone

marrow aspirates were transferred to infusion bags. Informed

consent exemption was approved by the Investigational Review

Board at HUCFF since data were analyzed anonymously and

derived from discarded samples.

AntibodiesFluorescein (FITC) or R-phycoerythrin (PE) conjugated mono-

clonal mouse anti-human antibodies, CD45 (HI-30), 5-bromo-29-

deoxyuridine (BrdU; B44), Ki-67 (mib-1, B56), anti-CD34

(HPCA-2, 8G12) were purchased from BD-Pharmingen (San

Jose, CA). Unlabeled mouse anti-a-smooth muscle actin (Dako,

Glostrup, Denmark), anti-CD34 (QBEND10, Biogenex, San

Ramon, CA), and anti-collagen I and IV, rabbit anti-fibronectin

and anti-laminin (all from Sigma-Aldrich, St. Louis, MO), and

goat anti-osteopontin (Santa Cruz Biotech. Inc., Santa Cruz, CA)

were used for immunofluorescence or immunohistochemistry.

Primary antibodies were revealed by secondary reagents, tetra-

methylrhodamine (TRITC) conjugated goat anti-mouse IgG

(Sigma-Aldrich), Alexa 488 conjugated rabbit anti-mouse IgG

and donkey anti-goat IgG (Invitrogen-Molecular Probes, Carls-

bad, CA), and FITC anti-rabbit IgG, F(ab)2 fragment (Boehringer

Mannheim, Mannheim, Germany).

Isolation of CD34+ Cells and Stromal CellsMononuclear cells were collected from CB or adult BM by

Ficoll-Hypaque PlusTM (GE Healthcare Life Sciences, Sao Paulo,

SP, Brazil) centrifugation. Enrichment for CD34+ cells was

performed using immunomagnetic beads (CD34 Progenitor Cell

Selection System, Dynal Biotech, Lake Success, NY), following

manufacturer’s instructions. The purity of CD34+ cells obtained

from CB and BM was respectively 60–90% (median = 78.7) and

around 90%, as described by the manufacturers. Bone marrow-

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 10 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 207: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

derived stromal cells (BMSC) were obtained and maintained as

previously described [62]. Briefly, hemo-sedimentation was

performed by diluting (6:1) BM aspirates with HespanH (hydro-

xyethyl starchhaline, American Hospital Supply Corp., McGaw

Park, IL). After 30 minutes at room temperature (RT), the

supernatant was collected, washed with PBS and 16106 cells/mL

were plated in 25 cm2 flasks with Dulbecco’s low-glucose medium

(DMEM Low-glucose, LGC, Sao Paulo, SP, Brazil) supplemented

with 10% fetal bovine serum (FBS, Cultilab, Campinas, SP, Brazil)

and antibiotics (100 U/ml of penicillin and 100 mg/ml of

streptomycin, both from Sigma-Aldrich). After 3 days, non-

adherent cells were removed, and the adherent cells were washed

twice with PBS. Fresh complete medium was added and cells were

cultured for up to 21 days. Adherent cells were harvested with

0.125% trypsin and 0.78 mM EDTA (Sigma-Aldrich).

In Vitro Differentiation of BMSC Toward the OsteoblasticLineage

BMSC were grown in osteoinductive medium [62], that is,

DMEM Low-glucose containing 10% FBS, 50 mM ascorbic acid,

10 mM b-glycerophosphate, 1028 M dexamethasone (all from

Sigma-Aldrich) and antibiotics. Cells were maintained in osteoin-

ductive medium for one week with alternate day media exchange.

Development of Simple and Mixed Spheroid Cell CultureSystems

Spheroids were developed as previously reported [53]. Briefly,

200 mL of 1% agarose (Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA)

were added per well of a 96 well round bottom plates and

immediately removed. The plates were allowed to dry at RT, and

6.25–506103 BMSC were distributed per well. After 4 and 11

days in culture, spheroids were examined under an inverted

microscope equipped with a digital camera. Their diameter in X

and Y axis was measured with the help of a millimeter scale ruler.

To avoid differences in spheroid diameter, simple spheroids were

done with 2.56104 non-induced BMSC (simple non-induced

spheroids) or one week-osteo-induced BMSC (simple osteo-

induced spheroids) per each well while mixed spheroids were

developed as following. Initially, 1.256104 of osteo-induced

BMSC were plated per each well, and after 3–4 days, the same

amount of non-induced BMSC was plated onto pre-formed osteo-

induced spheroids.

Cell TracingOsteo-induced BMSC were stained with the fluorescent tracker

CM-DiI (indocarbocyanines) and CD34+ cells were labeled with

CFSE (5-(and 6-)-carboxifluorescein diacetate succinyl ester) both

from Invitrogen. Staining was done according to manufacture’s

instructions.

Coculture of CD34+ Cells with BMSC SpheroidsAfter the development of simple and mixed spheroids, 2–36104

CB or BM magnetically selected CD34+ cells were plated onto

each spheroid and co-cultured in Iscove’s Dulbecco’s modified

medium with 10% FBS for up to 7days. Cells in the supernatant

were collected at intervals. Spheroids were vigorously washed

three times to remove non-adherent cells and cells attached to

their surface, and enzymatically dissociated with 0.125% trypsin

(0.78 mM EDTA) associated with mechanic dissociation (pipett-

ing). The content of CD34+ cells in the supernatant and spheroids

was evaluated by flow cytometry and the proportion of cells that

migrated into the spheroids was calculated as percentage of the

total. To distinguish cell migration from proliferation, the

supernatant was removed after 24 hours of co-culture and the

spheroids were vigorously washed, maintained for up to 48 hours,

and analyzed as described. For each time-point, pools of three

spheroids in duplicate were analyzed. Cell proliferation was

investigated by BrdU incorporation assay. Immediately after

plating CB CD34+ cells onto spheroids, 100 ng/mL BrdU (Sigma-

Aldrich) were added in the culture medium, and the medium was

renewed every two days.

Cell Sorting and Methylcellulose CultureColony assays were done after 2 and 7 days of co-culture with

simple or mixed spheroids. Briefly, CD34+ cells from the

supernatants and from enzymatically digested spheroids were

sorted using a MoFloTM (Dako Inc., Fort Collins, Co, USA). The

sorted cells (300 cells / 25 mm dish) were then cultured in

methylcellulose using MethoCult GF H4535 medium (Stem Cell

Technologies, Vancouver, BC, Canada), and 4 U/mL rhEPO

(EritromaxH, Blausiegel) were added. All cultures were maintained

at 37uC in a humidified incubator with 5% CO2 in air. Differential

colony counts were scored after 10 to 12 days by morphologic

characteristics using an inverted microscope and confirmed by

staining individual colonies with May-Grunwald-Giemsa (MGG).

Ultrastructural AnalysisFor Transmission and Scanning Electronic Microscopy (TEM

and SEM) spheroids were fixed in 2.5% glutaraldehyde (Ted Pella

Inc., Redding, CA) in 0.1 M Na-cacodylate (EMS, Electron

Microscopy Sciences, Hatfield, PA) buffer (pH 7.2) for 1 hour on

ice. After post-fixation for 30 min with 1% OsO4 (EMS), 3.8%

potassium ferricyanide (Vetec Quımica Fina, Rio de Janeiro, RJ,

Brazil) and 2.5 mM CaCl2 (Sigma Aldrich) in the same buffer,

samples were dehydrated in a series of acetone (30%–100%), and

finally embedded in Epon 812 (EMS) for TEM. Ultrathin sections

were cut (Ultracut, Leica SUCT), collected in copper grids, stained

with uranyl acetate and lead citrate (Vetec), and examined under a

Zeiss EM 10C transmission electron microscope. For SEM,

spheroids were dried at the critical point with CO2 (Critical Point

Dryer, CPD 030, Balzers Union), mounted on aluminum stubs,

and coated with 20 nm-thick layer of gold (MED 010, Balzers

Union). The samples were examined with a Zeiss 940 DSM

scanning electron microscope.

Morphological AnalysisSpheroids were fixed in 4% paraformaldehyde (Vetec) and

processed routinely for paraffin inclusion. Paraffin slices were

rehydrated and stained with Hematoxilin-Eosin (HE), Von

Kossa, and picrosirius modified for confocal microscopy [63].

Since eosin is a fluorescent green dye [64], H-E stained slices

were also prepared for confocal microscopy. Immunohistochem-

istry was performed using NovolinkTM Polymer Detection System

(Novocastra Laboratories, New Castle, UK). After block of

endogenous peroxidase, and recovery of antigen epitope with

heated water bath, sections were incubated with the primary

antibody overnight at 4uC. Sections were then washed and

incubated with the NovolinkTM, according to manufacture’s

instructions. The reaction was developed using a solution of 3-3-

diaminobenzidine (DAB) with hydrogen peroxide. Nuclei were

counterstained with hematoxylin. For immunofluorescence, fixed

spheroids were embedded in Tissue-Tek O.C.T. (Sakura Finetek

USA inc., Torrance, CA) and snap frozen. Cryostat sections of 5-

20 mm were treated with 0.01% (or 0.2% for cytoskeleton

staining) Triton X (Sigma-Aldrich) for 15 minutes. Non-specific

sites were blocked with PBS 5% bovine serum albumin (BSA,

Sigma-Aldrich) for 1 hour. Sections were incubated for 16 hours

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 11 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 208: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

at 4uC with primary unlabeled antibodies diluted in PBS 1%

BSA, washed three times with PBS and incubated for 1 hour at

RT with conjugated secondary antibodies. Finally, sections were

incubated with 1 mg/mL of 49,69-diamidino-2-phenylindole

(DAPI, Invitrogen-Molecular Probes). Slides were examined

and images were captured using a LSM510META (Carl Zeiss,

Jena, Germany).

Detection of Apoptotic CellsApoptotic nuclei were detected by TdT-mediated dUTP

terminal nick-end labeling kit (TUNEL, ApopTagH Plus Fluores-

cein in Situ Detection Kit, Chemicon Int., Inc., Temecula, CA).

Nuclei were counterstained with 1 mg/mL DAPI. Slides were

examined in a fluorescence microscope (Axiophot, Zeiss) and

images were acquired with AxioCam Hrc digital camera. To

determine the percentage of apoptotic cells, cell nuclei were

counted within regions measuring 800 mm2 in the peripheral and

central area of each spheroid slice.

FACS Analysis and Cell Proliferation AssayCell suspensions were washed with PBS with 3% FBS and 0.1%

sodium azide (staining buffer) and incubated for 30 min at 4uCwith antibodies. Cells were washed with the staining buffer and

carefully suspended in exactly 400 mL. Acquisition was performed

on a FACSCalibur using the CellQuest 3.1 software (BD

Bioscience), determining time as the parameter to limit acquisition

[53]. Intracellular staining was performed after cell surface

staining as previously described [65]. Analysis was done using

the WinMDI 2.8 software (http://facs.scripps.edu.in/pub/pc).

RT-PCR AnalysisTotal RNA was extracted using TRIZOL reagent (Invitrogen)

following the manufacturer’s instructions. First-strand cDNA was

prepared using oligo-dT primer (500 mg/mL, Invitrogen) and

Moloney murine leukemia virus reverse transcriptase (M-MLV

RT,200 U/mL, Invitrogen) following standard protocols. Briefly, to

2 mg of total RNA, 0.5 mg of oligo-dT was added, and the mixture was

kept at 68uC for 4 min before the addition of 0.01 M of DTT (DTT

0.1 M, Invitrogen), nucleotides (dNTPs 25 mM, Invitrogen), and

200 U of M-MLV RT. The mix was sequentially incubated at 39uCand 90uC for 2 hour and 10 min, respectively, and stored at 220uC.

The cDNA was used for PCR amplification with specific primers

ANGPT1: 59ACTGTGCAGATGTATATCAAGC39, 39GTGGA-

ATCTGTCATACTGTGAA59; CXCL12: 59CCGCGCTCTGC-

CTCAGCGACGGGAAG39, 39CTTGTTTAAAGCTTTCTCCA-

GGTACT59; DELTA1: 59CCACGCAGATCACGAACACC39, 39-

TTGCTATGACGCACCATCC59; DKK1: 59TGGTCCAAGAT-

CTGTAAACCTGTCC39, 39CTGGCTTGATGGTGATCTTTC-

TGTA59; GAPDH: 59ATCACCATCTTCCAGGAGCG39, 39C-

CTGCTTCACCACCTTCTTG59; JAG1: 59GACTCATCAGCC-

GTGTCTCA39, 39TGGGGAACACTCACACTCAA59; KITLG:

59GACAGCTTGACTGATCTTCTGGAC39, 39ACTGCTGTCA-

TTCCTAAGGGAGCT59; RUNX2: 59CTCACTACCACACCTA-

CCTG39, 39TCAATATGGTCGCCAAACAGATTC59; SPP1: 59-

CCCTTCCAAGTAAGTCCAACGAAAGC39, 39CTGGATGTC-

AGGTCTGCGAAACTTC59 and WNT5a: 59TTTTTCTCCTT-

CGCCCAGGTTGT39, 39GGCTCATGGCGTTCACCAC59. The

PCR was performed on a TGradient thermal gradient cycler

(Biometra, Gottingen) in 30 mL containing 2 mL cDNA, 1.5 U Taq

polymerase (Cenbiot Enzimas, Porto Alegre, RGS, Brazil), 2 mM

MgCl2, 0.1 mM of dNTPs, and 0.4 pmol/mL of each primer.

Samples were cycled for 1 min at 96uC, 45 seconds annealing at

specific temperatures for each primer, and 1 min extension at 72uCwith a final extension of 5 min at 72uC. Aliquots (5 mL) were collected

after 34 cycles and loaded on a 1.2% agarose gel. Gels were stained

with ethidium bromide (Sigma-Aldrich) and visualized under a UV

transilluminator. Changes in gene expression were verified by

semiquantitative analysis. Densitometry analysis of the agarose gel

was normalized against GAPDH, as an internal standard. Negative

control was done as described with a PCR-mix lacking cDNA.

Statistical AnalysisData were presented as mean 6 standard error of the mean (6

SEM). Gaussian distribution of samples was tested and the

statistical significance of the data was evaluated using the two-

tailed t-test. The P value is shown in figures and statistical

significance was considered when p,0.05.

Acknowledgments

We are grateful to Dr. Paul W. Kincade for insightful comments and

revision of the manuscript. We thank Dr. Andrea P. Rodrigues and Fonte

Medicina Diagnostica Laboratory for the immunochemistry, Dr. Ivone B.

Otazu and Leandro Thiago for RT-PCR assistance, Prof. Marcelo

Santiago for Confocal training and assistance, Maithe Arruda-Carvalho

for help with the TUNEL assay, and Alessandra Granato for sorting

assistance. We are also thankful to Prof. Leonardo de Andrade that kindly

provided us with the anti-osteopontin antibody.

Author Contributions

Conceived and designed the experiments: APDNdB MIDR. Performed the

experiments: APDNdB LRG MLLF. Analyzed the data: APDNdB CMT

HdSD LBC MNM RB MIDR. Contributed reagents/materials/analysis

tools: CMT LRG MLLF HdSD LBC MNM RB MIDR. Wrote the paper:

APDNdB RB MIDR. Technical assistance and orientation: CMT.

Technical assistance: MLLF LBC.

References

1. Nilsson SK, Johnston HM, Coverdale JA (2001) Spatial localization of

transplanted hemopoietic stem cells: inferences for the localization of stem cell

niches. Blood 97: 2293–2299.

2. Li L, Xie T (2005) Stem cell niche: structure and function. Annu Rev Cell Dev

Biol 21: 605–631.

3. Adams GB, Scadden DT (2006) The hematopoietic stem cells in its place. Nat

Immunol 7: 333–337.

4. Orford KW, Scadden DT (2008) Deconstructing stem cell self-renewal: genetic

insights into cell-cycle regulation. Nat Rev Genetics 9: 115–128.

5. Wright DE, Wagers AJ, Gulati AP, Johnson FL, Weissman IL (2001)

Physiological migration of hematopoietic stem and progenitor cells. Science

294: 1933–1936.

6. Massberg S, Schaerti P, Knezevic-Maramica I, Kollnberger M, Tubo N, et al.

(2007) Immunosurveillance by hematopoietic progenitor cells trafficking through

blood, lymph, and peripheral tissues. Cell 131: 994–1008.

7. Lapidot T, Dar A, Kollet O (2005) How do stem cells find their way home?

Blood 106: 1901–1910.

8. Nilsson SK, Simmons PJ, Bertoncello I (2006) Hemopoietic stem cell

engraftment. Exp Hematol 34: 123–129.

9. Papayannopoulou T, Scadden D (2008) Stem-cell ecology and stem cells in

motion. Blood 111: 3923–3930.

10. Askenasy N, Farkas DL (2003) In vivo imaging studies of the effect of recipient

conditioning, donor cell phenotype and antigen disparity on homing of

haematopoietic cells to he bone marrow. British Journal of Haematology 120:

505–515.

11. Xie Y, Yin T, Wiegraebe W, He XC, Miller D, et al. (2009) Detection of

functional haematopoietic stem cell niche using real-time imaging. Nature 457:

97–102.

12. Larsson J, Ohishi M, Garrison B, Aspling M, Janzen V, et al. (2008) Nf2/Merlin

regulates hematopoietic stem cell behavior by altering microenvironmental

architecture. Cell Stem Cell 3: 221–227.

13. Calvi LM, Adams GB, Weibrecht KW, Weber JM, Olson DP, et al. (2003)

Osteoblastic cells regulate the haematopoietic stem cell niche. Nature 425:

841–846.

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 12 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093

Page 209: Papel de galectina-3 e WNT na migração de células neoplásicas …objdig.ufrj.br/50/teses/d/CCS_D... · 2013. 3. 7. · iii Barros, Ana Paula Dantas Nunes de. Papel de galectina-3

14. Zhang J, Niu C, Ye L, Huang H, Xi H, et al. (2003) Identification of the

haematopoietic stem cell niche and control of the niche size. Nature 425:836–841.

15. Taichman R, Reilly MJ, Emerson SG (1996) Human osteoblasts support human

hematopoietic progenitor cells in vitro bone marrow cultures. Blood 87:518–524.

16. Arai F, Hirao A, Ohmura M, Sato H, Matsuoka S, et al. (2004) Tie2/angiopoietin-1 signaling regulates hematopoietic stem cell quiescence in the

bone marrow niche. Cell 118: 149–161.

17. Peled A, Grabovsky V, Habler L, Sandbank J, Arenzana-Seisdedos F, et al.(1999) The chemokine SDF-1 stimulates integrin-mediated arrest of CD34+ cells

on vascular endothelium under shear flow. J Clin Invest 104: 1199–1211.18. Taichman RS (2005) Blood and bone: two tissues whose fates are intertwined to

create the hematopoietic stem-cell niche. Blood 105: 2631–2639.19. Stier S, Ko H, Forkert R, Lutz C, Neuhaus T, et al. (2005) Osteopontin is a

hematopoietic stem cell niche component that negatively regulates pool size.

J Exp Med 201: 1781–1791.20. Nilsson SK, Johnston HM, Whitty GA, Williams B, Webb RJ, et al. (2005)

Osteopontin, a key component of the hematopoietic stem cell niche andregulator of primitive hematopoietic progenitor cells. Blood 106: 1232–1239.

21. Katayama Y, Battista M, Kao WM, Hidalgo A, Peired AJ, et al. (2006) Signals

from the sympathetic nervous system regulate hematopoietic stem cell egressfrom bone marrow. Cell 124: 407–421.

22. Kollet O, Dar A, Shivtiel S, Kalinkovich A, Lapid K, et al. (2006) Osteoclastsdegrade endosteal components and promote mobilization of hematopoietic

progenitor cells. Nat Med 12: 657–664.23. Balduıno A, Hurtado SP, Frazao P, Takiya CM, Alves LM, et al. (2005) Bone

marrow subendosteal microenvironment harbours functionally distinct haemo-

supportive stromal cell populations. Cell Tissue Res 319: 255–266.24. Askmyr M, Sims NA, Martin TJ, Purton LE (2009) What is the true nature of

the osteoblastic hematopoietic stem cell niche? Trends Endocrinol Metabol 26:303–309.

25. Kiel MJ, Yilmaz OH, Iwashita T, Yilmaz OH, Terhorst C, et al. (2005) SLAM

family receptors distinguish resource hematopoietic stem and progenitor cellsand reveal endothelial niches for stem cells. Cell 121: 1109–1121.

26. Kiel MJ, Morrison SJ (2008) Uncertainty in the niches that maintainhaematopoietic stem cells. Nat Rev Immunol 8: 290–301.

27. Skawina A, Litwin JA, Gorczyca J, Miodonski J (1994) The vascular system ofhuman fetal long bones: a scanning electron microscope study of corrosion casts.

J Anat 185: 369–376.

28. Andersen TL, Sondergaard TE, Skorzynska KE, Dagnaes-Hansen F,Plesner TL, et al. (2009) A physical mechanism for coupling bone resorption

and formation in adult human bone. Am J Pathol 174: 239–247.29. Kubota Y, Takubo K, Suda T (2008) Bone marrow long label-retaining cells

reside in the sinusoidal hypoxic niche. Biochem Biophys Res Commun 366:

335–339.30. Lo Celso C, Fleming HE, Wu JW, Zhao CX, Miake-Lye S, et al. (2009) Live-

animal tracking of individual haematopoietic stem/progenitor cells in theirniche. Nature 457: 92–96.

31. Yao L, Yokota T, Xia L, Kincade PW, McEver RP (2005) Bone marrowdysfunction in mice lacking the cytokine receptor gp130 in endothelial cells.

Blood 106: 4093–4101.

32. Shi S, Gronthos S (2003) Perivascular niche of postnatal mesenchymal stem cellsin human bone marrow and dental pulp. J Bone Miner Res 18: 696–704.

33. da Silva Meirelles L, Chagastelles PC, Nardi NB (2006) Mesenchymal stem cellsreside in virtually all post-natal organs and tissues. J Cell Sci 119: 2204–2213.

34. Sacchetti B, Funari A, Michienzi S, Di Cesare S, Piersanti S, et al. (2007) Self-

renewing osteoprogenitors in bone marrow sinusoids can organize a hemato-poietic microenvironment. Cell 131: 324–336.

35. Crisan M, Yap S, Casteilla L, Chen CW, Corselli M, et al. (2008) A perivascularorigin for mesenchymal stem cells in multiple human organs. Cell Stem Cell 3:

301–313.

36. Miura Y, Gao Z, Miura M, Seo BM, Sonoyama W, et al. (2006) Mesenchymalstem cell-organized bone marrow elements: an alternative hematopoietic

progenitor resource. Stem Cells 24: 2428–2436.37. Mendes SC, Robin C, Dzierzak E (2005) Mesenchymal progenitor cells localize

within hematopoietic sites throughout ontogeny. Development 132: 1127–1136.38. Muguruma Y, Yahata T, Miyatake H, Sato T, Uno T, et al. (2006)

Reconstitution of the functional human hematopoietic microenvironment

derived from human mesenchymal stem cells in the murine bone marrowcompartment. Blood 107: 1878–1887.

39. Birgersdotter A, Sandberg R, Ernberg I (2005) Gene expression perturbation invitro–a growing case for three-dimensional (3D) culture systems. Semin Cancer

Biol 15: 405–412.

40. Discher DE, Mooney DJ, Zandstra PW (2009) Growth factors, matrices, and

forces combine and control stem cells. Science 324: 1673–1677.

41. Weiss L (1976) The hematopoietic microenvironment of the bone marrow: anultrastructural study of the stroma in rats. Anat Rec 186: 161–84.

42. Kunz-Schughart LA, Freyer JP, Hofstaedter F, Ebner R (2004) The Use of 3-D

cultures for high-throughput screening: The multicellular spheroid model.

J Biomol Screening 9: 273–285.

43. Timmins NE, Dietmair S, Nielsen LK (2004) Hanging-drop multicellularspheroids as a model of tumour angiogenesis. Angiogenesis 7: 97–103.

44. Garzoni LR, Rossi MID, Barros APDN, Guarani V, Keramidas M, et al. (2009)

Dissecting coronary angiogenesis: 3D co-culture of cardiomyocytes withendothelial or mesenchymal cells. Exp Cell Res 315: 3406–3418.

45. Bianco P, Riminucci M, Gronthos S, Robey PG (2001) Bone marrow stromalstem cells: nature, biology, and potential applications. Stem Cells 19: 180–192.

46. Nilsson SK, Debatis ME, Dooner MS, Madri JA, Quesenberry PJ, et al. (1998)

Immunofluorescence characterization of key extracellular matrix proteins inmurine bone marrow in situ. J Histochem Cytochem 46: 371–377.

47. Remy-Martin JP, Marandin A, Challier B, Bernard G, Deschaseaux M, et al.(1999) Vascular smooth muscle differentiation of murine stroma: A sequential

model. Exp Hematol 27: 1782–1795.

48. Kunz-Schughart LA, Heyder P, Schroeder J, Knuechel R (2001) A heterologous3-D co-culture model of breast tumor cells and fibroblasts to study tumor-

associated fibroblast differentiation. Exp Cell Res 266: 74–86.

49. Kalajzic Z, Li H, Wang LP, Jiang X, Lamothe K, et al. (2008) Use of alpha-

smooth muscle actin GFP reporter to identify an osteoprogenitor population.Bone 43: 501–510.

50. Wang JC, Doedens M, Dick JE (1997) Primitive human hematopoietic cells are

enriched in cord blood compared with adult bone marrow or mobilizedperipheral blood as measured by the quantitative in vivo SCID-repopulating cell

assay. Blood 89: 3919–3924.

51. Cheshier SH, Morrison SJ, Lia X, Weissman IL (1999) In vivo proliferation and

cell cycle kinetics of long-term self-renewing hematopoietic stem cells. Proc NatlAcad Sci USA 96: 3120–3125.

52. McBeath R, Pirone DM, Nelson CM, Bhadriraju K, Chen CS (2004) Cell shape,

cytoskeletal tension, and RhoA regulate stem cell lineage commitment. Dev Cell

6: 483–495.

53. Bug G, Rossmanith T, Henschler R, Kunz-Schughart LA, Schrooder B, et al.(2002) Rho family small GTPases control migration of hematopoieticprogenitor

cells into multicellular spheroids of bone marrow stroma cells. J Leukoc Biol 72:837–845.

54. Sugiyama T, Kohara H, Noda M, Nagasawa T (2006) Maintenance of thehematopoietic stem cell pool by CXCL12-CXCR4 chemokine signaling in bone

marrow stromal cell niches. Immunity 25: 977–988.

55. Ceradini DJ, Kulkarni AR, Callaghan MJ, Tepper OM, Bastidas N, et al. (2004)Progenitor cell trafficking is regulated by hypoxic gradients through HIF-1

induction of SDF-1. Nat Med 10: 858–864.

56. Hitchon C, Wong K, Ma G, Reed J, Lyttle D, et al. (2002) Hypoxia-induced

production of stromal cell–derived factor 1 (CXCL12) and vascular endothelialgrowth factor by synovial fibroblasts. Arthritis Rheum 46: 2587–2597.

57. Parmar K, Mauch P, Vergilio JO, Sackstein R, Down JD (2007) Distribution of

hematopoietic stem cells in the bone marrow according to regional hypoxia.

Proc Natl Acad Sci USA 104: 5431–5436.

58. Adams BG, Chabner KT, Alley IR, Olson DP, Szczepiorkowski ZM, et al.(2006) Stem cell engraftment at the endosteal niche is specified by the calcium-

sensing receptor. Nature 439: 599–603.

59. Visnjic D, Kalajzic Z, Rowe DW, Katavic V, Lorenzo J, et al. (2004)Hematopoiesis is severly altered in mice with an induced osteoblast deficiency.

Blood 103: 3258–3264.

60. Cipolleschi MG, Sbarba PD, Olivotto M (1993) The role of hypoxia in the

maintenance of hematopoietic stem cells. Blood 82: 2031–2037.

61. Rogers HM, Yu X, Wen J, Smith R, Fibach E, et al. (2008) Hypoxia altersprogression of the erythroid program. Exp Hematol 36: 17–27.

62. Pittenger MF, Mackay AM, Beck SC, Jaiswal RK, Douglas R (1999)

Multilineage potential of adult human mesenchymal stem cells. Science 284:

143–147.

63. Dolber PC, Spach MS (1993) Conventional and confocal fluorescencemicroscopy of collagen fibers in the heart. J Histochem Cytochem 41: 465–469.

64. Carvalho H, Taboga SR (1996) Fluorescence and confocal laser scanning

microscopy imaging of elastic fibers in hematoxylin-eosin stained sections.

Histochem Cell Biol 106: 587–592.

65. Rossi MI, Medina KL, Garrett K, Kolar G, Comp PC, et al. (2001) Relativelynormal human lymphopoiesis but rapid turnover of newly formed B cells in

transplanted nonobese diabetic/SCID mice. J Immunol 167: 3033–3042.

HSC Niche-Like Spheroids

PLoS ONE | www.plosone.org 13 February 2010 | Volume 5 | Issue 2 | e9093