Para Compreender a Ciencia - Cap. 22

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Para Compreender a Ciencia - Cap. 22

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  • Catalogayao 11[1FonteSindicato Naeional dos Editores de Livros

    Para cornpreender a ciencia: urna perspectiva historical Maria Amalia Pic Abib Andery".et al. - Rio de Janeiro: Garamond, 2007.436p.: 21 CI11.Bibliografia.

    ISBN: 85-86435-98-8

    I. Cicncia - Metodologia. 2. Ciencia - Filosotla. 3. Ciencia Hist6ria. J. Andery, MariaAmalia.

    CDD500.IS501509

    Prodllr;.c10 EditorialEveline BOlltcillcr KavakamaMaria Eliza Mazzilli Pereira

    Impress(joSI'U:-'IOC.lli\l:. AIr! rli "I{,\! I~'\"E Fm I'tlH,\ I:l'll/\.

    RevisiioSonia MontoncBerenicc Haddad Aguerre

    CapaGaramondSobre os qlladros. da esquerda para a direila: "Relralo de Nicolau '~ralzer" (1528),de Hans Holbein; "0 oSI,6n01110" (1668), deVermeer de Del f:; "Retralo de Erasmo deROIl:rdam" (152(,), de Hans Holbein: "0ge6grafo" (1669), ct' Vermeer de Del ft

    Editora(.'(io EletrouicaElaine Cristine Fernandes da SilvaMauricio Fernandes da Silva

    Editora Garamond Ltd IRlla da Eslrela. 79/3" andar

    20251021 Rio de Janeiro RJFonefax: (2\) 25049211

    E-mail: [email protected]

    A PRATICA, A HISTORIA E A CONSTRU

  • A segunda mclade do seculo defronlou-se com um novo momento dedesenvolvimento do capilalismo: com a expansao do sistema em nivel mun-dial, com uma segunda fase de expansao da indtistria nos paises induSlrializados e com a fonna
  • textos mais conhecidos atualmente demonstram essa rela~ao ativa e profundacom 0 movimento operario de sua epoca e com a luta polltica pela transfor-ma~ao da sociedade. Neles estao presentes quest5es que cram, entao, centraisao debate politico e a alternativa politica proposta por Marx para tais ques-toes, ao mesmo tempo que neles se entreve 0 processo de clabora~ao dopensamento de Marx. Sao amilises hist6ricas, sociais, econ6micas e politicasque, se por um lado respondem a questoes espccificas, por outro, saG parteintegrante dc seu trabalho e de seu pensamento. Exemplos desses textos,alem do ja citado Manifesto comunista, SaG: Salario, prer;o e luera, que euma conferencia feita por Marx na Organizac;ao Internacional dos Trabalha-dores (OIT), em 1864; A guerra civil na Franr;a, de 1871, que apresentauma analise da Comuna de Paris, e Cr[tiea ao programa de Gotha, de 1875,que traz uma critica as propostas social-democratas, entao em yoga na Ale-manha.

    A compreensao do pensamento de Marx se, por um lado, exige que sereconhece a intima rela~ao entre seu trabalho intelectual e sua atuac;ao poli-tica, por outro lado, exige que se reconhec;am as influencias, por assim dizer,te6ricas que l11arcaral110 desenvolvimento dc seu pensal11ento.

    Ul11marco indiscutivel foi 0 contato com 0 sistema filos6fico de HegeLNa elaborac;ao de seu pensamento, Marx estuda Hegel e recorre a categoriashegelianas na produc;ao de sua pr6pria concepc;ao; poder-se-ia sintetizar arelac;ao do pensamento de Marx com 0 de Hegel na recuperac;ao e proposic;aoda dialWca COI1;Operspectiva para se compreender 0 real e para se construirconhecimento. E 0 pr6prio Marx (1983) quem afim1a:

    POl' isso cOlljesseime aberlamwte disciplllo daqllele grallde pellsador e, 110capitlllo sobrc 0 valor, ate andci lIamoral/do aqui e acola os SCIISmodos pc-cl/liares de cxprcssclo. A mistijbu;:rio ql/e a dialClica soFe lias mrios de HegelIlriO impede, dc modo algl/m, qlle ele tCllha sido 0 primeiro a expor as s//(/s/ormas gerais de movimcllto, de lI1al/eira ampla C cOl/sciellte. Ii ncccsscirioinvcrtc-Ia, para dcscobrir 0 callc raciollal do involucro mistico. (Posfacio dasegunda edi,;ao de 0 capital, pp. 20-21)

    Feuerbach, um hegeliano de esquerda, foi 0 segundo marco. Ao for-mular a critica do sistema hegeliano, em especial da concepc;ao de religiaonele contida, Feuerbach reconslr6i 0 conceito de alienac;ao: 0 homem aliena-se ao atribuir a entidades, que saG criac;oes suas, qualidades e poderes que,na verdade, pertencem ao pr6prio homem. Com essa crilica, Feuerbach ex- (pressa uma concepc;ao materialista e naturalista de homem, em vez da con-cep

  • co-autor em varias obras, foi editor, foi companheiro de lulas politicas, foiamigo.

    Da obra de Marx destacam-se: Manuscrilos econ6mico-jilos6jicos(1844), Miseria da jilosojia (1847), A ideologia alema (1848), Manifeslocomunista (1848), 0 dezoito brumario de Lufs Bonaparte (1852), Esbor;osdos fundamentos da aftica da economia politica (1857/58), Para a afticada economia polflica (1859) e 0 capital (Livro I, publicado em 1867, LivroII e III publicados, respectivamenle, cm 1885 e 1894, com edi

  • ciedade, nao e linear, nao e esponUlnea, nao e harmonica, nao e dada de forada pr6pria sociedade, mas e consequencia das contradil(oes criadas dentrodela, e e sempre dada por sallos, e sempre revoluciomiria, 6 sempre fruto daal(ao dos pr6prios homells:

    Os 1I0mens jazem sua propria his/oria, mas 1/(70a jazem COIlIOquerem; naoa jazem sob circlIns/ancias de sua escolha e sim sob aquelas com que sedeji'oll/am dire/amen/e, legadas e /rallsmi/idas pelo passado. (0 dezoi/o brl/-mario de Luis Bonapar/e, p. I)

    Ao construir seu sistema explicativo da hist6ria e da sociedade, Marxelabora, explicita e estabelece as bases metodol6gicas bem como os principiosepistemol6gicos que dirigem sua amilise. A articulal(ao desses dois conjuntosde conhecimentos, 0 materialismo hist6rico e 0 materialismo dialctico, temsido interpretada de maneira diversa por diferentes comentadores e estudiososde Marx e do marxismo. Enquanto alguns autores, como Ianni (1982) e Le-febvre (1983), veem os dois aspectos do trabalho de Marx como indissocia-veis entre si, como desenvolvimento natural de sua proposta e como igual-mente elaborados em seu trabalho, outros autores, como, por exemplo, Pou-lantzas (1981), fazem uma clara distinl(ao entre des e afirmam que os nfveisde elaboral(ao do materialismo dialetico e do materialismo hist6rico sac muitodiferentes, estando 0 primeiro apenas esboyado, de forma que e a explical(aodo capitalismo que deve ser compreendida e discutida no trabalho de Marx.

    Em qualquer das hip6teses, seus textos estao permeados de indical(oesdas quais se pode extrair uma proposta para a produl(ao de conhecimentocientfJico. Mesmo que se discuta 0 grau de sistematizal(ao dessa proposta, einegavel que, a partir de Marx, tal proposta tem sido deb at ida, estudada,adendada. E e indiscutivcl que, desde entao, se constitui numa nova visao,numa concepl(ao alternativa para a produ

  • espiritual que ele prepara para 0 prazer e assimila
  • tambel11, num certo senlido, expJica-o: e pela prouu
  • Esla alienaryao 4 se 1lI0stra parcial mente ao produzir de Ulll lado, 0 refUliUncntodas necessidades e de seus meios, cnquiUlto que de outro produz selvilgerismobestial, simplicidade plena, brutal e abstrata das necessiclades; ou melhor, sim-plesmenle se faz renascer num sentido oposto. Inclusive il necessidade de arlivre deixa de ser, no trabalJlitdor, ullla necessidade. ( ... ) A luz, 0 ar etc., itmais simples Jimpeza animal deLta de ser lIIna I/eccssidade para 0 homcm.(...) Nao apenas 0 llOlIICIII niio tCIII l/enll/.//I/(/ neccssidlldc hllll/al/lI, lIIas inc!tl-sive liS I/eccssidlldcs animais desapllrccelll. (Mal//./scritos cconomia y jilosojia,pp. 157-158)

    Olll'i!; chcil'lll; sllborear, SCI/til; pCl/sar, obsclvar, pel'ccbcI'. descjw; atltal'.aIllW), elll rcsulllo, todos os orgiios de sua individualidade, cOIllO orgtios ql/esiio illlediatalllcnte coletivos Clll sl/a [orilla, silo, elll sell cOIII]Jortamcnto obje-tivo, elll SCII comportamento para 0 objelo, apropl'iar;:ilo dcste.( ..) Nilo a]Jcnas os cinco sentidos, lIIas tallll)(?1II os c!wmlldos sentidos espil'i-tl/ais, os sentidos pniticos (I'ontadc. alllOl' etc.), CIII I/lIIa Palavl'il, 0 sentido

    hUlllitllO, a Il1lmlil/idadc dos sel/tidos cOl/stitl/clII unicalllcl/te lIIediante a exis-tel/cia de seu objclo, mediante a natuI'cza human.izacla. A [Ol'mllr;IIO dus cincosClllidos C UIIl trabalho de toda a histol'ia IIniversal ate IIOSSOSdias. (..) Aobjetil'ar;IIU da cssencia III/III ana, tanto no sel/tido teorico COIllO I/O sel/tidopl'atico, e, pois, IlCcesselria tallto para [azer humano 0 scntido do homem COIIIOpara criar 0 sentido humano cOl'rcspondcl/te a plclla riql/cza da essel/cia hl/-lIIal/a e lIatural. (Malluscritos ecol/olllia y jilosojia, pp. 147-150)

    A noc;ao da constituic;ao do homem como ser hist6rico e social que noprocesso de sua relaC;ao com a natureza transfonna-a, satisfazendo e criandonecessidades maleriais e, assim, transformando-se e criando a si pr6prio, car-rega consigo a concepC;aode que nao h{luma essencia humana dad a e imu-tavel, ou, em oulras palavras, a concepc;ao de que a natureza humana c cons-trulda historicamente e, em conseqiiencia, que 0 mundo, as instituic;6es, asociedade, a pr6pria natureza lambem nao !em uma essencia dada, tamb6mse constituem historicamente.

    Marx define as ac;6es humanas como rela

  • Albn disso, e um desenvolvimento que se opera a partir de e por con-tradi
  • mellla elllre os operarios; e qualllo mais a massa dos prolelarias aWllellladiallle dos mOllopolizadores de IIIlIa lIa~lio, II/ais a cOllcon'ellcia se lorna de-senji-eadll enlre as II/onopoliuulores das di(erenles nll~oes. A sfntesc e tal quco II/onopolio nao podc se II/Ilntcr senilo passalldo pelos cII/bates dll cOllcorrencia. (Miserill dll jiIOSOjill, pp. 129-(30)

    As relac;;5es que carregam coni radi

  • desenvolvimento, deixa de ser uma mer.! coleta de dados empiricos abstratose deixa de ser um mero exercicio de reflcxao sem compromisso com os dadosde realidade:

    (..) Illio se parte do que os homells dizem, represelltam 01.1illlagillam, IIC1ntampot/co do homem predicado, pensado, represelltado ou imagillado, parachegw; partindo daqui, ao homem de carne e 0.1'.1'0;parte-se do hOl/wm querealmente atua e, partindo de set/ processo de vida real, se expiJe tambcm 0desellvoll'imcnto dos rejlexos ideologicos e dos ccos deste processo de vida( ..). E este modo de considerar as coisas nlio e algo incolldicional. Parte dascondiyoes reais e /1(10as perde de vista lIem pOI' !1m momcnto. Suas cOlldiyoessiio os homells, mas nlio vistas e plasmados atraves da .falltasia, mas em seuprocesso de desenvoll'imento real e empiricamente registrCwel, sob a aylio dedetermilladas condiyoes. Tiio logo se expiJe este processo ativo de vida, a'historia deixa de ser uma coleyiio de .fatos mortos, aim/a abstratos, como 0 cpara os empiristas, ou uma aylio imagilluria de sujeitos imagimiveis como 0e para os idealistas. (La ideologia alemana, pp. 26-27)

    Do ponto de vista de Marx, 0 metodo proposto leva a prodLH;aode umconhecimento que naG e especulativo porque parte do e se referc ao real, aomundo tal como elc e, c nao e um conhecimento contcmplativo cxatamentcporque, ao referir-sc ao real, pressupoe, cxige, implica a possibilidade detransformar 0 rcal. Oaf a nO

  • isto e, Imidade do diverso. Pur isso 0 cOl/creto aparece I/Opel/samellto comoa processo da sil/tese, como resllltado, nao como pOl/lo de parI ida, ail/(Ia queseja 0 pOllIo de parlida e{eti\'o e, porlalllo, 0 pOl/lo de parlida tambbn dail/tl.lir;:iioe da represelltar;:iio. No primeiro metodo, a represel/tar;:iio plena vo-latiliza-se em determinar;:iJes abstratas, I/Osegllndo, as determinar;:oes abstratasconduzem d reprodu9lio do cOl/crelo par meio do pel/samenlo. Par isso e queHegel caiu na ilusilo de concelier 0 real como resllltado do pel/samento quese sinteliza em si, se aprojilllda em si, e se mo\'e pOl' si meslllo; ellqllanto queo metodo que COl/siste em ele\'ar-se do alislralo ao concrelo nao C scnao amaneira de proccder do pcnsamellto para se apropriar do cOl/creto, para re-prodllzi-lo COIIIOconcreto pel/sado. Mas este I/{IOe de modo nenll/nn 0 processoda genese do pruprio concreto. (Introduyao de Para a crrtica da economiapolitica, p. 14)

    Esse e 0 trecho, segundo varios comentadores de Marx, em que 0 autormais c1aramente explicita 0 seu metoda de investigayao, afirmando a neces-sidadc de partir do real para se produzir conhecimento, de se buscar a lei detransformayao do fen6meno, de se buscar as relay6es e conex6es desse fe-n6meno com a lotalidade que 0 loma concrelo, reconhecendo 0 momenta deanalise como 0 momenta de abstrayao, 0 que toma a reinseryao do fenomenona realidade passo imprescindivel do metodo; e, finalmente, afirmando a ne-cessidade de se reconhecer no sujeito produtor de conhecimento a atividadepresente em cada momenta do metodo, quc loma 0 conhecimento, a UI11 s6tempo, representativo do real e produlo humano, marcado pela atividade dohomem. Em outros momcntos da sua obra, Marx referc-se a aspeclos aquicontidos de forma que e posslvel aclara-los.

    Para apreender 0 real deve-se, assim, partir dos fenomenos da realidade,dos fen6mcnos que exislem e que san externos ao homem, que san concretos,e nao daquilo que existe na cabeya dos hOl11ens,as suas ideias, os seus pen-samentos:

    Para "expor adequadamente 0 1110vimentoreal", 0 conhecimento devesempre refletir aquilo que e a lei fundamental de todo e cada fen6meno: asua transformayao; a lei de seu desenvolvimento, ou seja, a(s) lei(s) queorigina(m) a conduz(em) a transformayao dos fen6menos que deve(m) serdescoberta(s) pelo conhecimento. E exatamente por se tratar de descobrir nosfen6menos as leis que regem a sua lransformayao, nao e possivel, para Marx,buscar-se leis abstratas, imutaveis, atemporais e a-hist6ricas, que nao existem.Trata-se de descobrir as leis que sob condic;oes hisl6ricas especificas sao asdeterminantes de um fen6meno que lem exislencia em condiyoes dadas e naouma existencia que independe da hist6ria. No Posfacio a segunda ediyao deo capital, 0 pr6prio Marx cita UIl1crilico seu dizendo que a analise que fazreflete seu pensamenlo:

    Sc 0 elelllel/Io cOl/seiel/lc desempel/lla pape! tlio sllbordinado lIa !list6ria dacultura, e claro qlle a crltica que lellha a pr6pria cllllura por objelo IUIopode,mellos aillda do quc qllalqller oulra coisa, tel' por/ill/damento qualquerfol'lilaou qllalquer resullado da consciellcia. Isso qller dizer qlle 0 qlle Ihe podeservir de ponto de partida IUIOe a ideia, mas apellas 0 fel/omel/o cxlel'lw.( ..) E, sem dl/vida, necesslirio distingllir metodo de exposi9flO /imllalmellte,do lIIetodo de pesqllisa. A pesqllisa tem de cap tal' detallwdamenle a materia,analism" as suas varias fO/'llllls de evol1l9iio e rastrear slla conexi/o Illtima. S6depois de cOl/cluido esse tl'l1balho e que se pode expor arlequadamel/te 0 11I0-vin/el/to real. Caso se cOl/siga isso, e espelhada idealllleille agora a vida dalIlateria, talvez possa parecer que se esteja tratlllulo de Illna construr;:iio apriori. (Posfacio da scglUlda ediyao de 0 capital, pp. 19-20)

    Para Marx, 056 illlporta wI/a coisa: descobrir a lei dos fenomenos de cujainvestigar;:iio ele se ocupa. E para ele e imporlallte I/lio s6 a lei que os rege,d lIIedida que e/es telll forma deJinida e estiio IWlIla relar;:tio que pode serobservada elll deterlllinado periodo de tempo. Para ele, a lIIais importante ea lei de sua 1Il0diJicar;:iio,de sell desellvolvimellto, isto e, a tral/sir;:rlode IIl11aforllla para oulra, de ullla ordem de rela90es para outra. Un/a vez descoberlaessa lei, de cxalllina detallllldamente as conseql'iencias pOl' meio das qllais elase man!festa lIa vida social. ( ..) POl' isso, Mm:~ su se preocupa com Ull/acoisa: provar, mediante escrupulosa pesqllisa cientf(ica, a necessidade de de-terminados ordenamenlos das' rdar;:oes sociais e, taillo qllanto possive!, cons-tatar de modo irrepreel/sild os fatos que Illes servcm de pontos de partida ede apoio. Para isso, e inteiramel/te sl!(iciente que ele prove, COllia necessidadeda ordem atllal, ao lIlesmo tempo a lIecessidade de outra ordelll, IIll qual aprimeira inevitavellllellte tem que se trans/ormar, qller os 1I0mens acreditelllnisso, quer nflo, quer eles estejalll cOllscielltes disso, quer niio, (.) Mas, dir-se-a, as leis da vida economica siio selllpre as meSlllas, sejam elas aplicadas110preseille ou 110 passado. ( ..) E exatamente isso a qlle Jvlarx lIega. Seg/lI/doe1e, essas leis abstratas IUIOexislell1. ( ..) S'eglllldo sua opinirio, pdo contn/rio,cada periodo histGrico possui SUfISpruprius leis. Assim que a vida .iI/ esgotoudetermillado perlodo de desenvolvimento, telldo passado de delel'lllinado esla-gio a olltro, cOllier-a {l ser dirigida pOI' OIt1ras leis. (Posfacio a segunda edi

  • o resultado a que chegamos IIlio C qlle a produ('clo, a distribui('clo, 0 inter-cambio, a COIISIllIIO,SaG idcllticos; mas quc todos clcs siio elementos de limatotalidade, dijcrcll~as dcntro dc IlIna ullidade. A prodw;iio se cxpalldc tanto asi mesma, lIa determinat;iio alltitetica da produ(:ao, como se alastra aos demaismomclltos. 0 processo comcr;a scmprc de 1I0VOa partir dcla. Que a troca ea cOllsumo lliio possam scr a clcmenlo prcdomillQllle, compreellde-sc pOl' simesmo. 0 mcsmo acolliece COllia dislriblli(:iio como dislribui(:ao dos prodUlos.Porcm, como dislribuiytio dos agellies de produ(:iio, cOllslillli III/Imomellio daprodw;:ao. Uma [(orma) delermillada da prodll('iio determilla, pais; [(orma:,)dclermilladas do conSUlIIO,da dislriblli~:lio, da Iroca, assim como relayoes de-tenninadas desses difcrcntes fatorcs cutrc si. A proch'r;(io, sem (hivida, em suaforma unilateral e lambCm delcrminada por O1l1rosmOlllenlos; por exemplo,quando 0 mercado, isla e, a esfera da Iroca, se eslende, a produ(:(io ganhaem cxtellsiio e divide-se mais pro!undamenlc.Sc a dislriblli(:ao soji'e lima mod!fica~:tio, modifica-se lambem a produ(:iio; coma concenlra(:iio do capilal, OCOI7'Cuma dislriblli~clO dijcrenle da popula~iio nacidade c no campo clc. !injim, as nccessidades do consumo delcrminam aprodur;iio. Uma reciprocidadc de ar;iio ocon'e enlre os dijercnlcs momenlos.Estc c a caso para qualqller lodo orgilnico. (Introduy3.o dc Para a eriliea dacconomia polilica, pp. 13-14)

    e, com sua analise, reconstroi 0 fenomcno no pensamento, descobrindo suasdcterminac;oes e, portanto, reconstruindo-o como fenomeno abstrato; torna-se,cntao, necessario reinseri-Io el11sua realidade e em sua total idade, reprodu-zindo-o como concreto, um concreto que, agora, e um produto do trabalhodo conhecimento hWllano e, portanto, um concreto pensado.

    o conllecimento nao existe, nao e construido a despeito da realidade,ja que dela depende como ponto de partida e a ela retorna e deve, nestamcdida, ser reprcsentativo do real. Entretanto, ao mesmo tempo, para Marx,o sujeito produtor de conhecimento nao tem uma atitude contemplativa emrelac;ao ao real, 0 conhecimento nao e um simples reJlexo, no pensamento,de Wl1a realidade dada; na construc;:ao do conhecimento 0 homem nao e Ul11mero receptaculo, mas um sujeito ativo, um produtor que, em sua reIac;:aocom 0 mundo, com 0 seu objeto de estudo, reconstr6i no seu pensamentoesse mundo; 0 conhecimento envolve sel11preum fazel', um atuar do homem.

    Essa concepc;:ao de hornem como produtor de bens materiais, de rela-c;oes sociais, de conhecimento, enfim, como produtor de todos os aspectosque compoem a vida humana e, portanto, como produtor de si mesmo pareceservir de base, de elo de ligar;:ao,a todos os aspectos do pensamento de Marx:6 fundamento de sua proposta para a produc;:ao de conhecimento, de suaamilise da historia e de sua an{llise da sociedade.

    A obra de Marx, indubitavclmente, representa um marco a partir doqual nao mais e possivcl pensar ou agir em politica, hist6ria ou qualquerciencia desconhecendo sua proposta. E possivel, como afirma Hobsbawm(1980), opor-se ou alinhar-se ao marxismo, mas nao e posslvel ignor{l-lo.Talvez Marx se constitua em marco exatamente pOl'que, como arirma VilaI'(1980), para ser marxista nao basta uma relar;:ao intelectual com a obra deMarx e Engels, e necessario mais que isto:

    Com isso, Marx qucr dizer que 0 estudo de qualquer fen6meno darealidade impliea compreende-Io a partir de e na realidade concreta de quee parte, e nao compreende-Io abstraindo-se essa realidade, retirando-o delacomo se 0 fenomeno dela independesse:

    A mais simples calcgoria cconomica, slljJonllamos, par cxcmplo, a valor detroca, prcssllpoe a pop"lar;lio, 1/11/11 poplllar;(io produzindo cm dClcrminadascOlldir;i5cs c lambcm calos lipos de lamilias, de comlinidadcs all !islados. 0valor de Iroca IlUl/Capoderia existir dc oulro modo selliio como relcl(:iio lUJi-lateral, abslrata dc 11/1/ lodo vivo c cal/crelo ja dado. (lntrodllyiio de Para acdliea da cconomia palitica, p. 15)

    Jnmais algllE:m se loma marxis(a !eudo Marx; ou pclo menos, apenas 0 \cudo;mas olhando em volta de si, seguindo 0 alldamcnlo dos debales, observandoa realidade e julgando-a: criticiunente. E assim l;unbcm que alguE:m se lomahist.oriador. E foi assim que M;ux se lornoll. (p. 97)

    I~ possivelmente essa peelliiaridade que tornou 0 marxismo, no seculoXX, objeto nao apenas de discllssoes e de poiCmicas dentro do proprio pa-radigma marxiano, mas lamb6m objeto das cr[ticas mais acirradas. Polemieasque surgem pOl' problemas colocados pelo desenvolvimento posterior do ca-pitalismo ou pOI' diferentes interpreta

  • Marx que, ja em J 859, afirmava, ao enccrrar 0 Prefacio de Para a criticada ecol1oll1ia politica:,

    Esse esbo90 sobre 0 ilillerdrio dus lIIeus estudos I/O callipo da ecollolllia po-litica telll apellas 0 objetivo de pro val' que IIIillhas opillioes, seialll jll/gadasCOIIIO.!orelll e par lIIenos que coincidam COlli os precollceitos riitados pclosinteresses dllS classes domillantes, sao 0 resu/tado de wlla pesquisa cOlIScien-ciosa e delllorada. Mas II{/ entrada para {/ Ciellciil - como lIa elltrada doill.!erno - e preciso illlpor a cxigcllcia:Qui si cOllvicll lasciarc oglli sospclloOglli vilta cOllvicn chc sia lllorta.5 (1982, p. 27)

    Abbagnano, N. Histaria da jilosojia. Lisboa, Editorial Presen~a, 1978, vol.VII.

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    o conhecimento cienlifico adquire, em Marx, 0 carater de lerramentaa servi~o da compreensao do mundo para sua transformar;ao, lransformac;aoque deve ocorrer na direr;ao que interessa aqueles que sao os produtores reaisda riqueza do homem - os lrabalhadores - e que por sua pr6pria condir;aohist6rica eSlao em antagonismo com os delenlores dos meios de produr;ao _os donos do capital. Por isto, 0 conhecimenlO adquire, em Marx, nao apenaso carater de um conhecimento compromelido com a lransforma

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