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Paraná Poético Revista Virtual de Poesia do Paraná Ano I – n. 1 – Nov/dez 2012 Pesquisa, seleção e formatação. Editoria: José Feldman Maringá / PR

Paraná Poético

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Paraná Poético número 1

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Page 1: Paraná Poético

Paraná

Poético

Revista Virtual de Poesia do Paraná

Ano I – n. 1 – Nov/dez 2012

Pesquisa, seleção e formatação. Editoria: José Feldman

Maringá / PR

Page 2: Paraná Poético

NOTA

A Revista Virtual de Poesia do Paraná tem por objetivo propagar os poetas e seus versos do

Paraná, nascidos ou radicados no Estado.

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A utilização de seu conteúdo é livre, desde que mencionada a fonte.

As imagens utilizadas que não possuírem autoria, será em virtude de não ter podido obter o autor. Caso seja você, ou conheça quem é o autor, por favor, comunique-me para que seja

dado os devidos créditos.

Organização, Pesquisa, Formatação e editoria: José Feldman Contatos:

e-mail: [email protected] Fone: (44) 3259 8484

Rua Vereador Arlindo Planas, 901 casa A Cep. 87080-330 – Zona 6 - Maringá PR

Neste Número

Euclides Bandeira (Curitiba) Biografia .................................................................................................... 2 Ausência .................................................................................................... 3 O Sapo ...................................................................................................... 4 Predileto .................................................................................................... 5

Nei Garcez (Curitiba) Homenagem ao Centenário do Centro de Letras do Paraná .................... 5

A. A. de Assis (Maringá) Poêmica 3 ................................................................................................. 6

José Feldman (Maringá) Simplesmente Sentindo ............................................................................ 7

Lairton Trovão de Andrade (Pinhalão) Lágrima de Uma Mulher ............................................................................ 8

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Euclides Bandeira (1876 – 1947)

Euclides da Motta Bandeira e Silva, nasceu em Curitiba, em 22 de

novembro de 1876, filho de Carlos da Motta Bandeira e Silva e de Dona Thereza Maria da Silva. Seus antepassados foram fundadores da Cidade, trazendo sua linhagem de Baltazar Carrasco dos Reis.

Fez os estudos preparatórios em Curitiba, nos quais foi aprovado com distinção na "Escola dos Bons Meninos" do Dr. José Cleto da Silva, obtendo a medalha de ouro, no dia 24 de dezembro de 1890.

Matriculado na Escola Militar do Rio de Janeiro, teve seus estudos interrompidos em 1895 em decorrência da extinção pelo governo da Escola Militar. Durante sua permanência nas linhas executou tarefas militares tanto nas trincheiras de terra como a bordo do vaso Itaipu. Na sua fé de ofício consta elogio por suas atividades contra o Aquidaban. Regressando a Curitiba, foi-lhe oferecido emprego nos Correios, que ele não aceitou, preferindo dedicar-se ao jornalismo, trabalhando ativamente como repórter, articulista, redator e diretor. Iniciou sua carreira no periódico "A Luz", cujo primeiro número saiu a 15 de janeiro de 1890, publicação quinzenal do Centro Espírita; "o Artista", 1892; "Azul", em 4 de março de 1900, de tendência simbolista, juntamente com Santa Rita Júnior, Nicolau dos Santos, Evaristo Perneta, Adolfo Werneck, e Thiago Peixoto.

O "Azul" foi muito importante no Simbolismo do Paraná, apesar de sua pouca duração. Colaborou também em todas as revistas e jornais da fase Simbolista, como Pallium, Turris Eburnea, O Sapo, o Olho da Rua, este último mais para o lado humorístico. Sua atuação mais duradoura foi no "Diário da Tarde", o que ensejou sua liderança sobre um grupo de jovens escritores, republicanos, livres pensadores que levou à criação do Centro de Letras do Paraná, em 1912.

Cronistas da época relatam as reuniões prévias, realizadas em 1912, dando destaque para a reunião do dia 14 de julho, no salão de honra do "Diário da Tarde", na qual se cantou de joelhos a "Marselhesa", o que demonstra a mística que a República recém proclamada e consolidada na Guerra Federalista despertava nos jovens idealistas da época. Assim, no dia 19 de dezembro de 1912, aniversário da instalação da Província do Paraná, no Salão de Honra do Diário da Tarde, reunidos 65 intelectuais paranaenses, foi fundado o Centro de Letras do Paraná.

Fato inusitado para a época: a presença de quatro mulheres: Annete Macedo, Carmen Catapreta, Alda Silva e Zaida Zardo.

Primeiro presidente do Centro de Letras do Paraná, teve importância fundamental numa polêmica contra os novíssimos e a corrente espiritualista do Modernismo, de caráter mais ideológico e menos interessado em romper com a geração consagrada, onde despontavam Tasso da Silveira, Andrade Muricy e Lacerda Pinto.

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Casou-se com Da. Joanina Ferrante e com ela teve filhos, dos quais Glaucio seguiu a carreira de Medicina e das letras.

Cultivou a crônica, em detrimento da poesia, e gostava de publicar peças humorísticas, assinando com os pseudônimos: W. Schowski, Delmiro Caiubi, Don Juan Lascivo, Ruy Pacheco, Marquês de Val de Vinos, Hélio, Gil, Gil Pachola, Glaucio, Fra Diávolo, Diavolino, Flavius, Shopp Nhauer, Hermann, Max, Stelio.

Quando da fundação da Academia Paranaense de Letras, foi-lhe oferecida a fundação de uma cadeira, que ele, por motivos próprios não aceitou. Posteriormente, na reforma da Academia, foi-lhe atribuida a cadeira no. 12, cujo ocupante atual é Ernani Straube.

Glaucio Bandeira publicou um folheto da biografia de Euclides. Euclides Bandeira faleceu em Curitiba, em 26 de agosto de 1947. Andrade Muricy classifica-o como "poeta de técnica segura e de gosto

invulgar"."Foi o jornalista mais brilhante e o primeiro cronista do Paraná", acrescenta Muricy. Bibliografia: Heréticos, 1901, poesia A Mulher e o Romantismo, ensaio, 1901 Ditirambos, 1901, poesia Velhas Páginas, 1902, poesias; Versos Piegas, 1903; Ouropéis, 1906 Troças e Traços, 1909, prosa; O Monstro, 1927 - na "Novelas Paranaenses" Prediletos, 1940 - coletânea de poemas;

POEMAS

AUSÊNCIA

Recresce, arpoante e funda, a saudade cruel. Corri ela foi meu sol, partiu minha risada!

Cada dia que passa é uma gota de fel que se me infiltra na alma e a põe envenenada.

Mais larga a ausência, mais a lembrança dourada

resplandece, espertando emoções em tropel: o riso, o gesto, a voz; boca a boca soldada,

os seus beijos febris que eram de fogo e mel...

Claro perfil de luz, louro encanto irradiando o revérbero astral de flavescente véu

que dourava o meu sonho e o verso decadente.

Onde estás? interrogo. E a mágoa cresce quando sinto tudo em silêncio em torno. .. O próprio céu misterioso e azul, como os olhos da Ausente...

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O SAPO A Emiliano Perneta

Olha atentamente: é um sapo. Um sapo!...e nada

mais asqueroso que um sapo!...e nada mais repugnante que o rei da água estagnada,

verde como a gangrena azebre dos metais.

Mirai-o bem, porém, como eu estou a olhar esses que aos gorgolões de uma enxurrada crua

cuspiram da sargeta - upa! - cabriolas no ar, e estatelou-se de redondo, ali na rua.

Caiu. Ficou. É mais chato que a laje lisa!

Há de encontrá-lo quem ao transitar em baixo dos pés sentir, cedendo, a maciez de um capacho

de musgo fofo que afunda quando se pisa.

A pata de um corcel com ferraduras de aço passando a galopar, mais lesto do que um corço,

talvez o esmague ao premir-lhe o dorso fazendo-o vomitar as vísceras, o baço...

Mas ele ali está, quieto, desprevenido, descuidado de si, do mal, das traições;

de resto o sapo é assim, parece andar perdido sempre em profundas e sérias cogitações.

Ah! Quem sabe se nesse animal tão rasteiro

que mal consegue erguer-se um palmo além do chão, não há uma centelha, um vislumbre, um ligeiro clarão de inteligência, um timbre de razão!...

Se assim for, Santo Deus, ele que anda de rojo,

e nem sabe sequer que existem tantos sóis, deste nosso paul, e de nós, todos nós!

que náusea há de sentir! Que desprezo e que nojo!

O mundo é um tremedal, envolve tudo a lama; era um palácio de ouro assente sobre a lama

tragou-o um terremoto e, incendiado todo, sumiu-se...Apenas resta uma língua de chama.

A Fé caiu no charco, o Bem em vil marmota...

A Liberdade - a Luz - num grande ceno hiante... A Justiça - piedade! - uma ceguinha rota

aí anda a esmolar de porta em porta...Adiante!

Nada resta impoluto! É uma vasa o Universo. Onde um canto de sol para o olhar da Pureza?

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Há salpicos de lodo até no próprio verso! Na alma, no mar, na terra, em toda a natureza!

............................................... Ah! o sapo compreende o atascal de misérias que afoga a Humanidade...Ao vê-la na asfixia

ele, às vezes deixando as atitudes sérias, assume estranho ar de esplêndida ironia!

Compreende tudo!...E quando a lua nova, perdida,

divaga na amplidão envolta em manto gáseo é por nós que ele coaxa uma nênia sentida erguendo para os céus os olhos de topázio.

PREDILETO

É o tipo que me encanta, o louro. De relance

Nos enche de ouro fluido as pupilas surpresas... Não Esse, para aflar as emoções burguesas,

Que anêmico flavesce idílios em romance.

É o flamante, o galhardos.. O louro de proezas Ruivas ao sol, chispando áscuas, raios, nuance,

Que eletriza e que cega! O louro, enfim, que avance Ao superno fulgor de pupilas acesas!

Freme-se ao vê-lo; há nervo, há vibração, há francas

Aleluias de luz! — labaredas de sândalo A se evolar... No azul umas volutas brancas...

— Por tudo isso eu o quero e por ser tão escol

O ouro que te esplendora, ó Rúbia! ó flor de escândalo! Ainda me tremem na alma umas réstias de sol…

Fonte da biografia e poemas : http://centrodeletrasdoparana.blogspot.com.br/

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/parana/euclides_bandeira.html

Nei Garcez (Homenagem ao

Centenário do Centro de Letras

do Paraná) Nei Garcez é de Curitiba

Fundado em 19 de dezembro de 1912 no salão de honra do jornal Diário da Tarde. Sendos seus Sócios Fundadores, Euclides Bandeira e Emiliano Perneta. O Centro é um organismo atuante com sede própria na Rua Fernando Moreira nr. 370 no Centro de Curitiba. É presidido atualmente pelo Desembargador Luis Renato Pedroso.

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Nei Garcez Centro de Letras do Paraná

1912 - Centenário - 2012

No dia dezenove de dezembro daquele mil novecentos e doze,

há cem anos, de muita história, lembro, que Curitiba, entre as letras, fez pose.

Todos, intelectuais, se reunindo para a imortalização da cultura,

se irmanaram, num discurso , intervindo, pelo futuro da literatura.

Eleito Euclides Bandeira, empossado

na Presidência com Emiliano, nosso Centro de Letras foi fundado.

Exaltemos seu passado glorioso, neste maior centenário do ano,

na gestão de Luís Renato Pedroso!

A. A. de Assis Poêmica 3

A. A. de Assis (1933), como é conhecido no meio literário Antonio Augusto de Assis, é de Maringá.

Tinha o céu e tinha a terra, tinha o sol e tinha a lua,

tinha as estrelas, milhares.

Tinha os lagos e as lagoas, tinha os rios e os riachos,

e os verdes bravios mares.

Tinha as serras e as colinas,

tinha as selvas e as campinas, tinha os jardins e os

pomares.

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Bichos nas matas correndo, peixes nas águas brincando,

cantando as aves nos ares,

e tudo era muito bom.

Deu-se porém que

criados o homem mais a mulher, criaram logo o machado,

a foice, o fogo e o veneno,

e pôs-se tudo a perder.

José Feldman

(Simplesmente Sentindo)

José Feldman (1954) é de Maringá

Quando sentir o vento tocar seus ouvidos, sou eu

sussurrando o meu amor por você.

Quando sentir as gotas da chuva sobre seu rosto, são as minhas lágrimas

que te encharcam com meu amor.

Quando sentir o calor de um dia de verão, é o meu corpo te abraçando e

te dando o calor de meu coração.

Quando olhar pela janela de seu quarto e vir as estrelas piscando,

são meus olhos que piscam como as estrelas

as palavras “Eu te amo!”

Quando passear pelo parque

e vir uma árvore, abrace-a e feche os olhos,

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estará abraçando a mim, meu corpo, meu coração

junto a si.

E se olhar para o alto desta árvore ouça o farfalhar das folhas

É minha voz dizendo: Eu sou teu para todo o sempre,

Volta para mim!

Lairton Trovão de Andrade

(Lágrima de Uma Mulher)

Lairton (1953) é de Pinhalão

Por que essa chuva salgada que Cai do céu dos teus olhos, Mulher?

Não! Assim não pode ser! Porque, em ti, tudo é ternura sem par,

Símbolo nobre dos sonhos, Centro cativante do romance real,

Razão maior do caminhar do homem, Começo, Meio e Fim da vida humana sobre a Terra...

Este cálice transbordante É motivo de veneração incontida,

Porque , Mulher, és o santuário da criação, A deusa visível deste contraditório Planeta!

Portanto, Diante da tua realidade, Devemos, todos, refletir!..

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