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Paraná&Cia A Revista de Economia e Negócios do Paraná Ano 8 nº 54 - dezembro \ janeiro de 2009 - R$ 8,00 DEPOIS DE CONQUISTAR O INTERIOR DO PARANÁ, A MM INVADE SANTA CATARINA E QUER SER UMA DAS MAIORES DO VAREJO NO SUL DO PAÍS. VEJA TAMBÉM Entrevista com um dos fundadores da Prati-Donaduzzi, uma das maiores empresas de genéricos do país. OS REIS DO INTERIOR Márcio Pauliki e seu pai, Jeroslau Pauliki: os dois encabeçam a gestão das lojas MM.

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A Re v is t a de Ec o n o mia e Negócios do Paraná depois de conquistar o interior do paraná, a MM invade santa catarina e quer ser uMa das Maiores do varejo no sul do país. veja também Ano 8 nº 54 - dezembro \ janeiro de 2009 - R$ 8,00 Entrevista com um dos fundadores da Prati-Donaduzzi, uma das maiores empresas de genéricos do país. Márcio Pauliki e seu pai, Jeroslau Pauliki: os dois encabeçam a gestão das lojas MM. 2. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009

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Paraná&CiaA Revista de Economia e Negócios do Paraná

Ano

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R$

8,00

depois de conquistar o interior do paraná, a MM invade santa catarina e quer ser uMa das Maiores do varejo no sul do país.

veja também

Entrevista com um dos

fundadores da Prati-Donaduzzi, uma das maiores

empresas de genéricos

do país.

Os reis dO interiOr

Márcio Pauliki e seu pai, Jeroslau

Pauliki: os dois encabeçam

a gestão das lojas MM.

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O panorama ainda con-tinua muito parecido. As demissões na indústria auto-mobilística estão se confir-mando e quem tinha investi-mentos programados para o ano que vem está reduzindo o ritmo. Há quem diga que a culpa do cenário econômico é também, em parte, daque-les que iam comprar carro novo, mas não compraram. Mas nada que configure uma recessão. Os indicado-res de emprego, inclusive, continuam apresentando elevação. Menor, é claro, mas ainda um crescimento.

A impressão que se tem é que o pior da crise de cré-dito já passou e que no ano que vem voltaremos às ta-xas de crescimento de 2% à 3% na economia. Com o que também já estamos acostumados. E as histórias da Prati-Donaduzzi e da MM Mercadomóveis trazi-das nesta edição confirmam

A Revista Paraná&Cia é uma publicação bimensal da Editora Ecocidade.Rua XV de Novembro, 1700 cj 07 Alto da Rua XV - Curitiba/PR CEP - 80050-000Tel (41) 3082.8877Impressão - Gráfica Capital

Jornalista Responsável - Bernardo Staviski | [email protected] - Luis Gaspar, Celsio Correato, João Alberto Simião,José Eduardo Moskevicz, José Roberto da Silva e Souza e Oscar C. Dizzimoto. Assistente de Arte - Lucas Staviski

que sempre haverá empreen-dedores com capacidade para derrotar as crises. Ambas es-boçam crescimento e expan-são sem se amedrontar com o

mercado. Outra que também pare-

ce imune é O Boticário. Es-treou seu novo comercial da Campanha "Acredite na Be-leza", a mais cara de sua his-tória, apostando que não só a crise não atrapalhará nas vendas, como o crescimen-to previsto de 16% deverá

subir para 18% em 2008.Mas não é só na crise do

crédito que precisamos ficar atentos. Nossos vizinhos de Santa Catarina estão atra-vessando um dos piores momentos das últimas dé-cadas por causa do desastre causado pelas chuvas. Não só o comércio e o dia-a-dia de várias cidades do vale do Itajaí ficaram em esta-do precário, mas também o porto de Itajaí, que move a economia da região, ficou paralisado. E na tentativa de chegar com socorro, a Ad-ministração do Porto de Pa-ranaguá e Antonina dispo-nibilizaram dois berços, dos 19 do cais público, para que sejam destinados à operação de contêineres para atender exclusivamente as cargas de congelados originárias dos terminais de Itajaí e Nave-gantes.

O Editor

Da Redação

Recuperando o Fôlego

Paraná&Cia

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Nesta Edição

Os Reis do InteriorDepois de conquistar o interior do Paraná, a MM Mercadomóveis invade Santa Catarina e quer ser uma das maiores do varejo no sul do país. A meta é chegar a 200 lojas em 2010.

EntrevistaUm dos fundadores da Prati-Donaduzzi, uma das maiores empresas de genéricos do país, o farmacêutico Luiz Donaduzzi fala um pouco da sua história e da sua empresa.

Florestas plantadasRepresentando 3,4% do PIB nacional e gerando mais de 8,6 milhões de empregos, o setor de florestas plantadas do Brasil desenvolve hoje a melhor tecnologia do mundo nessa área.

Depois das fortes chuvas que atingiram Santa Catarina, o Porto de Paranaguá e Antonina disponibilizam dois berços para ajudar Itajaí.

Ajuda do Porto

Pág. 10

Pág. 06

Pág. 22

Pág. 30

ÍndiceCrescimento.......................................................14

Concessão...........................................................15

Mercado Imobiliário..........................................16

Expansão............................................................. 20

Agricultura.....................................................28

Mercado em Baixa..............................................33

Presente de Natal Antecipado: Devendo fechar o ano com receitas globais de R$ 4,3 bilhões, a Coamo cresce 24% e antecipa sobras de R$ 30 milhões.

O Baixo Iguaçú é nosso! Lucro cresce 13,2% e Copel quer Baixo Iguaçu com anulação da concorrência do grupo privado Neoenergia.

Pensando Alto: Rossi e Thá querem construir o prédio mais alto de Curitiba, em um projeto com Valor Geral de Vendas de R$ 150 milhões.

Bem Longe da Tempestade: Estreando seu novo comercial da Campanha "Acredite na Beleza" e apostando que a crise não irá atrapalhar nas vendas, O Boticário revê crescimento de 16% para 18% em 2008.

A Alternativa da Borracha: De olho nos benefícios sociais e ambientais, Paraná lança programa de incentivo ao plantio de seringueiras e quer ampliar área de cultivo do estado de mil para 10 mil hectares.

Efeitos da Crise na Volvo: Queda nas exportações leva Volvo do Brasil a demitir 532 em Curitiba e Pederneiras-SP.

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Entrevista

A Força do Mercado de Genéricos

Luiz Donaduzzi - Presidente Fundador da Prati-Donaduzzi

produz. Tudo isso partindo do trabalho de Luiz Donaduzzi e de sua esposa Carmem Donaduzzi, dois farmacêutico saídos do interior do Paraná, de Querência do Nor-te e que, depois de realizarem doutorado na Fran-ça e de uma experiência empresarial no Nordeste, voltaram para o estado e criaram uma das maiores empresas de genéricos do Brasil.

Luiz Donaduzzi elencou nessa entrevista um pouco da sua história e alguns dos fatores que fize-ram com que o faturamento da Prati-Donaduzzi continue forte na curva do crescimento, prevendo aumento da receita em 2009 de 30%.

Com mais de 130 produtos comercializados, o parque indus-trial da empresa conta com mais de 30 mil metros quadrados e capacidade de produção de 350 mil unidades/dia, atendendo mais de 25 mil clientes entre farmácias, hospitais e órgãos públi-cos de todo o Brasil. Hoje a Prati-Donaduzzi já vende tecnolo-gia farmacêutica para multinacionais. Segue a entrevista:

De uma pequena indústria farmacêutica, que fabricava produtos simples, como mercúrio, mertiolate, água oxigenada e chá de camomila, a Prati-Donaduzzi tornou-se um grupo empresarial com estrutura verticalizada, que pesquisa, fabrica, embala e transporta os medicamentos que

PR&Cia▶ Vamos voltar um pouco a sua época de estu-dante, antes de virar empre-endedor. Por que você se in-teressou por farmácia?Luiz Donaduzzi▶ Eu fiz téc-nica agrícola. Na verdade eu vim do meio rural e naquela época as pessoas iam para a área de agronomia. E de re-pente alguém falou que eu poderia fazer farmácia, que era um curso interessante. Me formei em Maringá, em 1979 e, desde formado até 1982, tive uma farmácia comercial em Querência do norte, no Noroeste do Paraná. Foi nessa época que eu comecei a gostar da área, mas eu queria alguma coisa a mais, queria continuar estudando. Não queria ficar no mato. Foi então que come-cei um mestrado em Campinas e lá me mostraram que eu po-deria fazer mestrado e douto-rado na França, o que era inte-ressante. Foi desta forma que eu e minha mulher acabamos indo para a Europa.PR&Cia▶ Mas sua família ti-nha recursos para bancar a viagem?Luiz Donaduzzi▶ Não, nós viemos de uma família mui-to trabalhadora, mas pobre.

Nascí em Jagua-rí, Rio Grande do Sul. A fa-mília não tinha recursos, mas durante o perío-do universitário trabalhei e fiz estágio em far-mácia. Quando

fomos para a França, fomos sem bolsa, mas tinhamos os recursos da venda da farmácia. Depois disso tive uma bolsa do CNPQ, e minha esposa veio logo em seguida. Ela ter-minou farmácia também em Maringá e, um ano depois, estava comigo. Voltando para

para aumentar a capacidade

de produção de chocolates na

capital paranaense

serão investidos

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o Brasil, havia a oportunida-de de ser diretor técnico do IDEP (Instituto de Desenvol-vimento ao Ensino e Pesquisa) de Pernambuco. Nós sentimos que no Nordeste havia, e ainda há, um potencial para se fazer qualquer coisa que você ima-gina fazer, pois a concorrência ainda é bastante rudimentar. Ela não é agressiva como no Sul. Então existem espaços para você crescer. Começa-mos com o equivalente a cem reais no bolso e duas Brasílias velhas. Hoje seria impossível você começar uma indústria farmacêutica sem ter toda uma estrutura. Com as Brasílias nós comprávamos e vendíamos o medicamento. Eram produ-tos simples, como mercúrio, mertiolate, água oxigenada e chá de camomila. Em 1993 nós já tínhamos 30 funcionários, 270m2 contruídos, um espaço para o laboratório e produzí-amos medicamentos simples, como para dor. Foi nessa épo-ca que surgiu a oportunidade de voltar para o Paraná, pois existia o “Programa Bom Em-prego”, que oferecia cerca de US$ 50.000 na moeda da épo-ca. Além disso, conseguimos mais dois sócios, meu irmão e meu cunhado. O irmão tra-balhou um ano conosco sem receber, e pagou dessa forma, e o cunhado entrou com US$ 23.000. Então, dos R$100,00 iniciais, a empresa em 1993 já valia U$100.000,00.PR&Cia▶ Vocês desistiram do Nordeste quando vieram para o Paraná?Luiz Donaduzzi▶ Não. Nós nos instalamos no Paraná, mas continuamos com a fábrica no Nordeste. Nós dividimos as atividades, pois não podí-amos desistir de um lado que estava avançando. Até o ano 2000 nós tínhamos cerca de 20 registros, e hoje já são mais de

150. Eram antibióticos, me-dicamentos para dor, antiin-flamatórios. Nós já havíamos abandonado aquilo que cha-mamos de “varejinho”, como mercúrio, água oxigenada, e estávamos com medicamentos mais sofisticados e elaborados. Eram comprimidos, cápsulas, líquidos e pomadas. Foi com esse “know-how” que chega-mos em Toledo, em 1994. A única pesquisadora na época era minha esposa, e hoje temos mais de 300 pessoas trabalhan-

do com inovações. Em 1999, com a lei dos genéricos, nós entramos firme nesse merca-do. Hoje são mais de 80 la-boratórios, dos quais pouco mais de 20 são viáveis. São esses poucos que são agressi-vos, que estão desenvolvendo o mercado. Os outros muitas vezes lançaram um produto e pararam. A indústria farma-cêutica, hoje, ou está indo em direção a produtos de marca forte ou para genéricos. E esse mercado de genéricos tem po-tencial de R$ 10bilhões.

Mas é preciso estar prepa-rado. Até 2014 todos os pro-dutos vão ter que ter bioequi-valência, então os produtos chamados de “similares” no

passado, terão de fazer bioe-quivalência ou não consegui-rão renovar o registro. PR&Cia▶ Como você come-çou em Toledo?Luiz Donaduzzi▶ Ganhei um terreno de 5.000m2 da prefeitura. Começamos com esse terreno, mais o dinheiro do cunhado e os US$ 50.000 do “Programa Bom Empre-go”. Tínhamos 10 funcio-nários quando iniciamos as nossas atividades em Toledo. Em 2002 já estávamos com 200 funcionários, cerca de 30 produtos, e com faturamento de R$ 14 milhões. O ano de 2002 foi um divisor de águas, pois descobri que tinha cân-cer. Chamei meu pessoal e fa-lei que tinha cerca de 90 dias de vida, e que eles teriam que “tocar o barco”. Comecei um tratamento em Curitiba, que acabou curando o câncer. Fui contratando cada vez mais gente, e contamos hoje com mais de 2.500 funcionários. Estamos crescendo cerca de 30% este ano, com um fatura-mento de R$ 240 milhões.

Fui para a área admi-nistrativa da empresa, pois inicialmente fazia de tudo. Comprava, vendia, fabricava, contratava gente, mandava gente embora. Enquanto isso, a Carmen tinha um “feeling” para essa área de pesquisa. Ela tem uma maneira especial de trabalhar. Tem a capacidade de “consertar o carro andan-do”. Eu, quando o carro en-tra em colapso andando, eu também entro. Como eu sou gaúcho, prefiro ter dois car-ros bem conservados pra ter um de reserva. Para quem faz pesquisa isso é fundamental, pois você vai fazendo ajustes à medida que as coisas acon-tecem. PR&Cia▶ O que as suas ou-tras empresas fazem?

“Até 2014 todos os produtos vão ter que ter bioequivalência, então os produtos chamados de “similares” no passado, terão de fazer bioequivalência ou não conseguirão renovar o registro”

Entrevista Luiz Donaduzzi - Presidente Fundador da Prati-Donaduzzi

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Luiz Donaduzzi▶ Nós mon-tamos uma fábrica de embala-gens. Comecei com máquinas muito velhas, e hoje nós temos uma fábrica de embalagens que começa a se tornar conhe-cida no Brasil, fornecendo em-balagens para grandes empre-sas. Essa empresa do grupo vai atingir um faturamento de R$ 28 milhões de reais neste ano. Nós fazemos hoje o nosso frasco plástico, o copo de me-dida, entre outras coisas.

Tenho um centro de P&D, onde eu tenho 300 pesquisa-dores. Esse centro, hoje, está vendendo tecnologia para multinacionais. Ele dá todo o suporte para produtos aca-bados, embalagens e farmo-químicos. Nós temos um fi-nanciamento da FINEP de R$ 21 milhões de reais, e em novembro passado consegui-mos R$ 2 milhões a fundo não reembolsável para desenvol-ver medicamentos a partir de plantas. Queremos transfor-mar esse centro num dos mais importantes do país, e temos potencial para isso. Cerca de 50% dos recursos da empre-sa são investidos anualmente nesse centro, e em todo setor de inovações da empresa.

Temos também uma fábrica de máquinas e equipamentos, que faz a automação da nossa empresa e futuramente a robo-tização. PR&Cia▶ Qual é a sua proje-ção para 2009?Luiz Donaduzzi▶ Espero 30% de crescimento. Tenho garantido um crescimento nes-te patamar pois a nossa área de P&D está lançando vários no-vos produtos, e somente com isso já podemos garantir o crescimento. Lançamos cerca de 30 produtos em 2008.PR&Cia▶ Que tipos de pro-dutos vocês estão desenvol-vendo?

Luiz Donaduzzi▶ Estamos avançando na área de genéri-cos. Ao contrário do que mui-tos pensam, o genérico não é uma “fotocópia”. É um traba-lho gigantesco, que demora de 1 a 4 anos, para fazer um pro-duto que seja igual ao de refe-rência, que suporte os vários climas do Brasil e que tenha o mesmo efeito que o produto original. Estamos avançando muito nessa área de genéricos mais elaborados, principal-mente na linha cárdiovascular.

Começamos a exportar alguns produtos para a América Cen-tral. Esse processo de expor-tação de medicamentos é um processo lento, pois é neces-sário que você registre o labo-ratório e os produtos no país antes da venda.

Este processo em que nós dominamos as várias etapas, e por trabalharmos com muitas inovações, fez com que nossos produtos sejam produtos de alta qualidade, o que é funda-mental. Hoje fazemos produ-tos com garantia de qualidade, e com um baixo custo. Isso permitiu produzir medica-mentos para as multinacionais brasileiras de medicamentos. Nós temos contratos com três

empresas, envolvendo cerca de 50 produtos. Quando produ-zimos para eles, significa que o nível de exigência é interna-cional. PR&Cia▶ Como é feita a se-leção do pessoal do centro de P&D?Luiz Donaduzzi▶ Nós temos trazido pessoas da área de farmácia principalmente, mas também da área de engenharia, química, informática. Traze-mos esse pessoal das melho-res universidades do Sul do Brasil. Hoje, pela empresa estar se tornando conhecida, aplicamos provas muito rí-gidas, e selecionamos os me-lhores. E para os próximos anos, estaremos começando um trabalho onde os alunos são classificados durante a graduação e vão fazer estágio durante as férias conosco. Durante esse período, já ava-liamos o trabalho desenvol-vido por eles. Quando eles forem fazer o estágio obri-gatório do curso, eles podem ser contratados caso tenham sido aprovados nos estágios anteriores. Neste meio tem-po vamos também dar a eles módulos na área de gestão e de psicologia, pois um far-macêutico não tem idéia de trabalho em equipe, de em-preendedorismo ou de plane-jamento estratégico.

Em muitas empresas há uma troca anual de diretores e vendedores. Você não con-segue formar equipes quan-do há tanta mudança. Temos vendedores que estão conos-co há muitos anos, e crescen-do conosco.

Queremos continuar cres-cendo, desenvolvendo as pes-soas. Eu não me preocupo em quanto crescer, mas sim em continuar desenvolvendo pessoas. Elas que irão trazer esse crescimento ■

“Queremos continuar crescendo,

desenvolvendo as pessoas. Eu

não me preocupo em quanto

crescer, mas sim em continuar

desenvolvendo pessoas. Elas que

irão trazer esse crescimento”

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Márcio Pauliki e seu pai, Jeroslau Pauliki: os dois encabeçam a gestão do MM Mercadomóveis, que deve expandir para toda a região sul do país e faturar R$ 350 milhões em 2009.

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daqueles informais. “No pri-meiro dia meu pai vendeu a loja inteira. Um cliente saiu do bar, errou a porta e entrou na loja. Ele havia recebido seu salário e um acerto de contas com a empresa e comprou móveis para sua casa, para a filha e para uma terceira pes-soa que preferiu não identificar”, conta Márcio Pauliki, o mais velho dos quatro filhos do seu Pauliki, como Je-roslau é conhecido na cidade.

Vendendo para as classes C e D, principalmente para clientes que não passavam nas avaliações de crédito das grandes redes, em 1982 a Mer-

Capa

P erto de se transformar na maior rede de vare-jo paranaense, a MM

Mercadomóveis ou simples-mente MM como está fican-do mais conhecida, com sede em Ponta Grossa, começa a executar o projeto mais arris-cado de sua relativamente cur-ta história: ser uma das redes mais importantes do Sul do país, chegando a 200 lojas em 2010. Nada que o descendente de ucranianos Jeroslau Pau-liki pudesse sequer imaginar nos anos 60, quando deixou a área rural de Arapoti, sua cidade natal no Paraná, rumo a Ponta Grossa, com apenas um singelo sonho: trabalhar num escritório. Depois de ser verdureiro, barbeiro e cobra-dor de ônibus, ele conseguiu sua meta, mas quase perdeu a chance no escritório porque não sabia utilizar papel carbo-no para fazer cópias.

A MM começou há exatos 30 anos, quando ele cursava a faculdade de Economia e ten-do como capital uma Brasília amarela e um imóvel, resol-veu abrir com um sócio uma loja de móveis na periferia da cidade, num lugar o mais improvável possível, porque de um lado havia um bar mal frequentado e do outro uma casa de encontros, digamos,

cado de Móveis Ponta Grossa abriu sua primeira filial, numa cidade próxima, Ivaí, e de lá para cá não parou de crescer pelo interior paranaense: hoje os produtos são diversifica-

dos como os das grandes redes varejistas, e são 105 lojas que em 2007 faturaram R$ 200 milhões, o que deve cres-cer para R$ 280 milhões em 2008 e conta com uma

projeção de R$ 350 milhões para 2009, empregando 1.900 pessoas.

Em 1994, quando tinha seis lojas, Jeroslau desmanchou a sociedade e foi a partir daí que a empresa começou a deslan-

MM Mercadomóveis

Depois de conquistar o interior do Paraná, a MM Mercadomóveis invade Santa Catarina e quer ser uma das maiores do varejo no Sul do país. A meta é chegar a 200 lojas em 2010.

Os REIs dO IntERIOR

do paraná para santa catarinaSuper MM da avenida Vicente Machado, em Ponta Grossa: a meta agora é ser uma das redes mais importantes do Sul do país.

é o Que deve Faturar a mm

em 2009

r$ 350 mi

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Capa MM Mercadomóveis

char e ser conhecida como “os reis do interior”. Em 2000 a rede já tinha 30 lojas e o funda-dor podia contar com o auxí-lio do filho mais velho Márcio, atual superintendente, depois que este foi fazer cursos no exterior. “Hoje somos a maior rede paranaense em número de lojas no estado e logo vamos ser também em faturamento. A rede Dudoni tem mais lo-jas que nós, mas pelo menos 15 são em São Paulo enquan-to nós temos 101 no estado”, informa Márcio Pauliki. So-mente em 2008 foram abertas 22 lojas e este ano consolidou o início da nova estratégia da MM: reinar também no Sul do país. “Abrimos as primeiras três lojas em Santa Catarina e temos projeto de chegar a 27 lojas naquele estado até 2012”, conta o superintendente. No Paraná, os planos são de abrir novas 67 lojas até 2012. “De-pois disso vamos refazer nos-so planejamento estratégico e escolheremos um novo estado para investir. Será uma decisão entre o interior de São Paulo, onde já temos uma loja em Ita-raré, Rio Grande do Sul ou o Mato Grosso do Sul”, acres-centa Márcio Pauliki. “Há também a chance crescer mais rapidamente em Santa Catari-na porque estamos negocian-do a compra de uma rede de 30 lojas no estado, num negó-cio que pode ser fechado até março de 2009”, informa. Em 2008, a MM comprou pelo me-nos cinco pontos em pequenas cidades e um em Curitiba, ci-dade que faz questão de estar presente, e que pertenciam a Casas Bahia. “Nós temos um ponto de equilíbrio diferente no volume de vendas e o ne-gócio foi muito interessante”, comenta o superintendente.

A MM tem suas peculia-ridades. A principal delas, e talvez uma das razões do seu sucesso, é a maneira de chegar nas cidades de médio e grande porte que agora começam a ser enfrentadas. Ao contrário das grandes redes, a empresa de Ponta Grossa começa fazen-do um grande cerco regional, se instalando em pequenas cidades próximas, com popu-lação entre 10 mil ou 20 mil habitantes e vai fazendo sua maneira de fazer negócios e sua marca ficarem conhecidas.

Só depois de alguns anos e da marca bem consolidada é que ela desembarca em locais onde a competição é mais acirrada, com a vantagem de conhecer bem o terreno onde vai pisar. Foi assim com Curitiba, onde a MM desembarcou há cinco anos, mas cercou o merca-do primeiro pelas cidades da Região Metropolitana aon-de possui atualmente 23 lo-jas. Com Londrina e Maringá (PR) e Joinville (SC), cidades na faixa de 500 mil habitantes, está sendo assim e os planos de novas lojas para estes mu-

nicípios estão bem adiantados. Outra característica da MM é fazer com que sua equipe visi-te pelo menos quatro grandes redes do varejo por ano, para saber o que está acontecen-do e aprender com os erros e acertos dos adversários. “Nós já somos campeões da série B e agora estamos ali na série A beliscando uns pontinhos para disputar a Copa Sul Ameri-cana e quem sabe mais para a frente tentemos a Liberta-dores da América”, compara Márcio Pauliki. A maneira de fazer negócios também é diferente: nas pequenas ci-dades, enquanto a maioria dos competidores abriu lojas com catálogos virtuais, a MM quer ter seu próprio jeito de ser: “Nós estamos lançando a figura do nosso vendedor com um notebook embaixo do braço e batendo de porta em porta como faz a Avon”, acrescenta o superintendente. Desde o início, a MM tam-bém se diferenciou por cuidar do planejamento estratégico quando no interior do Paraná ninguém sabia o que era isso, criando metas e profissiona-lizando a gestão que avançou hoje até algumas práticas de governança corporativa com a criação de um Conselho Fa-miliar e de um Conselho Ad-ministrativo. Outra fórmula eficaz de aumentar as vendas também é mais ou menos o oposto do que fazem as gran-des redes para as grandes promoções abertas a grandes públicos: “Nós criamos a fi-gura do Cliente Diamante. E uma vez ao ano fazemos um convite especial, fechado para não mais do que mil clientes de determinada cidade, para que venham participar de uma grande promoção de vendas.

"Abrimos as primeiras três lojas em santa Catarina e temos projeto de chegar a 27 lojas naquele estado até 2012. depois disso vamos refazer nosso planejamento estratégico e escolheremos um novo estado para investir.

Márcio Pauliki

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Nestas ocasiões conseguimos comercialziar o que uma loja normalmente levaria 20 dias para vender e o cliente se sen-te exclusivo e mais bem trata-do”, revela o superintendente. Outro ponto de apoio na es-tratégia da empresa é a práti-ca do gerenciamente conjun-to dos 6 P’s: ponto, produto, preço, pessoas, propaganda e planejamento. “Quando um deles não vai bem todos vão mal”, acrescenta Márcio.

Na sua essência, no entan-to, a empresa continua fami-liar. Jeroslau Pauliki, aos 64 anos, firme e forte, cuida mais da área financeira, mas ainda mantém a presidência da em-presa, dividindo a gestão com o filho mais velho. Márcio, 36 anos, na superintendência é quem cuida do planejamento, expansão e dos novos negó-cios, como o novo site onde a MM investiu R$ 1 milhão para melhorar seu e-commer-ce, que já começa a se tornar importante na composição do faturamento. As irmãs mais novas, Juliana e Rubiane e o irmão Jorge estão na empresa no setor de estoque e com-pras.

Outra característica do modelo de negócios da família Pauliki é a existência de quatro formatos diferentes de lojas: a virtual, para pequenas cidades de até 20 mil habitantes e que agora terá o vendedor de porta em porta; a convencional, para cidades de até 100 mil habi-tantes; as de shopping centers e a super MM, como a que foi inaugurada em Ponta Grossa há seis anos e que conta inclu-sive com cinema. A empresa reserva perto de 40% dos seus resultados para investimentos, o que faz também com que pelo menos 80% de suas lojas

sempre tenham cara de novas. Em 2008, por exemplo, a MM aplicou R$ 10 milhões em no-vas lojas e na ampliação do seu grande centro de distribuição em Ponta Grossa que passará de 40 mil m3 para 120 mil m3 de capacidade e vai atender as necessidades do negócio até 2012.

“Nos últimos quatro anos nós crescemos 25% ao ano e queremos continuar neste rit-mo”, conta Márcio Pauliki. “Na semana passada fizemos uma reunião com os colabora-

dores e decidimos que não va-mos participar desta crise que está aí. Sabemos que é exata-mente nestas ocasiões que as empresas que tem gestão e as que não tem se diferenciam”, diz Márcio Pauliki. Para me-lhor explicar como se sen-te neste mercado, a empresa costuma utilizar, sintomatica-mente, a imagem de uma zebra em cima de uma moto fugindo do ataque de um leão. “ Nós nos sentimos como zebra, mas o mais importante é a moto”, conclui o superintendente ■

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Crescimento Coamo

Devendo fechar o ano com receitas globais de R$ 4,3 bilhões, a Coamo cresce 24% e antecipa sobras de R$ 30 milhões.

Presente de natal antecipado

C om toda a pompa e circunstância, como faz todos os anos per-

to do Natal, o presidente da Coamo Agroindustrial Co-operativa, José Aroldo Gallassi-ni, anunciou em dezembro a dis-tribuição da an-tecipação de R$ 30 milhões como parte das sobras do exercício de 2008. O volume é 39% maior que o antecipado no ano passado, quando so-mou R$ 21,5 milhões. Esta é uma notícia que mexe com toda a economia da região Oeste paranaense, a partir de Campo Mourão, onde a cooperativa tem sua sede. “Não é a toa que esta é uma das notícias mais aguar-dadas pelos co-operados por-que quando se aproximam as festas de final de ano crescem as expectativas em torno da an-

tecipação das sobras”, disse Gallassini. Todos os 21 mil cooperados associados da Co-amo receberam uma parte do dinheiro a que tem direito pela

boa produção, que além de “en-gordar” o Natal dos agricultores e seus familiares, ajudou a aque-cer o comércio em todas as ci-dades da região de atuação da

cooperativa. A antecipação das sobras foi feita de forma

simultânea em todas as unidades da Coamo, no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

A segunda parte será distribuída após a realiza-ção da assem-bléia geral do exercício de 2008 no iní-cio do ano que vem.

O cres-cimento nas

“sobras”, ou o lucro das coope-

rativas, segundo Galassini, foi pos-sível porque “2008

foi o melhor ano de toda a história da entidade. Cresce-mos em faturamento e em re-cebimento de grãos”, contou. Para o presidente da Coamo o período só não foi melhor por causa da crise america-na, que tirou um pouco do brilho dos resultados. “Su-peramos todas as metas e devemos fechar o ano com receitas globais de R$ 4,3 bilhões, um crescimento de cerca de 24% na comparação com o ano anterior, quando a cooperativa teve receitas glo-bais de R$ 3,47 bilhões”, in-formou. Para ele, a participa-ção maciça do quadro social no dia-a-dia da Coamo com abastecimento de insumos e entrega da produção foram os principais motivos para o crescimento da distribuição de sobras”, finalizou ■

“superamos todas as metas e devemos

fechar o ano com receitas globais

de R$ 4,3 bilhões, um crescimento de

cerca de 24% na comparação com o

ano anterior, quando a cooperativa teve receitas globais de

R$ 3,47 bilhões”

José Aroldo Gallassini

14. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009

crescimentoNa foto, o presidente da

Coamo Agroindustrial Cooperativa, José Aroldo

Gallassini "2008 foi o melhor ano de toda a

história da cooperativa".

é o crescimento do volume de sobras

(resultados) comparado com o

ano passado

39%

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a ampliação do mercado com o crescimento de 7% em no-vos consumidores. O setor residencial, por sua vez, apre-sentou crescimento de 4,7%, o comercial de 6,2% e o rural de 6,2%.

O presidente da Copel confirmou também que em-presa entrou com recurso em novembro para tentar anu-

lar o resultado do leilão de concessão da hidrelétrica de Baixo Iguaçu, vencido pelo grupo privado Neoenergia no final de setembro. Para ele, a documentação entregue pela Neoenergia teria irregu-laridades que impediriam sua participação no certame. O projeto de Baixo Iguaçu deve exigir investimentos de mais de R$ 1 bilhão numa usina de 350 megawatts entre os mu-nicípios de Capitão Leôni-das Marques e Capanema, no Sudoeste do Paraná. Segundo Ghilardi, a Agência Nacional

Concessão Copel

Lucro cresce 13,2% e Copel quer Baixo Iguaçu com anulação da concorrência do grupo privado Neoenergia.

O Baixo Iguaçú é nosso!

n o terceiro trimestre do ano a Companhia Paranaense de Ener-

gia (Copel) obteve um lucro líquido de R$ 286 milhões, com o que o lucro obtido nos nove primeiros meses de 2008 atinge a R$ 899 milhões (3,29 por ação), 13,2% acima do resultado obtido no mes-mo período do ano passado. Segundo relatório da empre-sa divulgado a investidores, a Receita Operacional Líqui-da atingiu a R$ 4,056 bilhões com aumento de 6% em rela-ção a 2007, enquanto o lucro operacional atingiu a R$ 1,298 bilhão.“Até o final de setem-bro, 2008 vinha sendo mar-cado por intenso crescimento em todos os setores, verdade confirmada pela freqüente divulgação de indicadores positivos como a geração de novos empregos formais, a intensificação das atividades industriais, boas safras e o aquecimento das vendas no comércio”, diz o presidente da Copel, Rubens Ghilardi. “Em razão disso, do aumen-to de renda da população e abundante disponibilidade de crédito, houve significati-vo acréscimo no consumo de energia elétrica”, completou.

Segundo a empresa, o crescimento econômico foi o grande responsável pela elevação das receitas e do lu-cro, com as vendas gerais de energia subindo 6,4%, e os destaques para o maior con-sumidor, o setor industrial paranaense, que cresceu 9% e

Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009 .15

de Energia Elétrica (Aneel) ainda não deliberou sobre o assunto. "O engenheiro res-ponsável indicado pela Neo-energia não tem vínculo com a empresa, e não há acervo técnico comprovando a expe-riência do engenheiro nesse tipo de hidrelétrica", argu-mentou.

A perda desta licitação dei-xou o Governador Roberto Requião (PMDB) tão irrita-do que ele prometeu cassar a licença ambiental concendi-da pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para a usina porque a considera “irregu-lar” e impedir a construção se ela não for feita pela Co-pel. Prevendo dificuldades, a Neonergia contatou a Copel para uma possível associação, mas para a concessionária pa-ranaense só interessa o con-trole do empreendimento, o que enviabiliza a parceria ■

crescimentoO presidente da Copel, Rubens Ghilardi: crescendo o lucro e a vontade por novas concessões.

"O engenheiro responsável

indicado pela neoenergia não

tem vínculo com a empresa, e não há acervo técnico

comprovando a experiência do

engenheiro nesse tipo de hidrelétrica"

Rubens Ghilardi

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16. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009

Expansão O Boticário

o mais alto da capitalSegundo o responsável pelo projeto do Universe Life Square, o edifício, além de ser o mais alto de Curitiba, vai superar em altura toda a Região Sul.

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Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009 .17

Mercado Imobiliário Universe Life Square

Rossi e Thá querem construir o prédio mais alto de Curitiba, em um projeto com Valor Geral de Vendas de R$ 150 milhões.

Pensando Alto

se olharmos para a construção civil na ca-pital paranaense, pare-

ce que a cidade não passa nem perto da crise de crédito que tanto já afetou o país. Com o desembarque de pelo menos 12 das 18 grandes constru-toras que abriram seu capital nos últimos anos, Curitiba está fervilhando de novos projetos. Só em novembro, foi a vez da associação entre a empresa local Thá e a paulis-ta Rossi, que anunciaram um dos maiores projetos imobi-liários da cidade, com um va-lor de VGV (Valor Geral de Vendas) aproximado de R$ 150 milhões. O edifício, bati-zado de Universe Life Square concentra em uma única torre de 152 metros de altura e 44 pavimentos, residência exclu-siva, endereço de escritório estratégico e lojas âncoras no mall e promete ser a constru-ção mais alta de Curitiba. “O centro da cidade está há mui-to tempo sem novos investi-mentos e, por isso, há grande procura por prédios novos e mais modernos que possam suportar toda a tecnologia existente atualmente”, diz o diretor de negócios da Rossi,

Paulo Weber. “É um projeto que está imune a crises pela própria necessidade do mer-cado local”, resume. Segundo ele, somente nesta fase de pré-lançamento, pelo menos 50 unidades já foram reservadas.

O responsável pelo proje-

to arquitetônico do Univer-se Life Square, o arquiteto paulista Jorge Königsberger, confirmou aos executivos das incorporadoras Thá e Rossi que o edifício será o mais alto da Região Sul. Destacou tam-bém que o empreendimento está alinhado com as ten-dências mundiais de "mixed

FICha téCNICa DO UNIvERSE LIFE SqUaRE

altura: 152 metrospavimentos: 44número de torres: 01área construída: 45.632,09m²área do terreno: 3.679m²office: 207 unidades comerciaisresidence: 137 unidades residenciais

mall: galeria para 6 lojas.elevadores: 14 sociais e 1 de cargasubsolo: 3 pavimentospraças: 2 praças de convivênciacentro de eventos: 4 salas modulares e auditório para 173 pessoas sentadas.

use" (múltiplas funções) para modernos empreendimentos imobiliários.

Com o início de obras marcado para abril de 2009 e a conclusão em 40 meses, as unidades comerciais do em-preendimento deverão ser comercializadas na faixa mé-dia de R$ 200 mil e as resi-denciais na faixa média de R$ 160 mil. O principal público que a Rossi e a Thá querem atrair para seu investimen-to são profissionais liberais e empresas de pequeno porte. Para isso os offices do Uni-verse terão salas modulares com flexibilidade de planta de 70m² a 750m², todas pla-nejadas para utilização de piso elevado, proporcionando maior versatilidade de layout e possibilidade de unificações de espaços. O hall de entra-da do Office tem pé direito de 8,60 metros e conta com catracas eletrônicas e sistema de segurança 24 horas. Neste contexto de negócios, o Uni-verse Life Square dispõe ain-da de um Centro de Eventos composto por 4 salas modu-lares para reuniões e auditório com capacidade para 173 pes-soas sentadas ■

"O centro da cidade está há muito tempo sem novos investimentos e, por isso, há grande procura por prédios novos e mais modernos que possam suportar toda a tecnologia existente atualmente"

Paulo Weber

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aconteceu

Avicultura pede mais crédito para enfrentar pressão do importador

O setor avícola brasileiro está encontrando dificulda-des para financiar suas ex-portações e está solicitando mais crédito ao governo. “A carne de frango é item im-portante na pauta de expor-tação e sem linhas de crédito fica difícil exportar. É preci-so definir uma política emer-gencial de recursos para o se-tor avícola”, explicou Pedro

Henrique Oliveira, executivo da Unifrango Agroindustrial, holding paranaense do setor que reúne 19 empresas e res-ponde pela produção diária de cerca de 2.200.000 pintainhos e pelo abate de 1.800.000 aves por dia, for-mando o terceiro maior grupo do setor avícola do país.

Segundo ele, é importante a criação de meca-nismos de crédito antes que os prejuízos cheguem a essa área do agronegócio brasileiro por-que hoje a ação do importador é a de forçar uma renegocia-ção dos contratos estabele-

cidos no início do 2º semestre

e fechados com nível de câm-bio mais baixo, e a conse-qüência é uma desaceleração na velocidade do fechamen-to de novos negócios. “Essa

renegociação é complicada, mas possível e preci-sa acontecer ra-pidamente para oferecer ambien-te para retomada das vendas. Sem as linhas de cré-

dito as empresas estão fra-gilizadas para enfrentar essa pressão do importador. É preciso que o governo haja rapidamente para que a avi-cultura minimize os reflexos da crise internacional”, disse o executivo.

Sem revelar os números do negócio, a Kraft Foods Brasil S.A. anunciou no final de novembro a venda de sua fábri-ca de matéria-prima para a produção das gelatinas que produz com a marca Royal localizada em Pedreira, interior de São Paulo, para a colombiana Gelco S.A. As empresas firmaram um acordo pelo qual a Gelco fornecerá à Kraft a matéria-prima usada na fabricação das gelatinas Royal pelo período de cinco anos. Na mesma operação foi vendida outra fábrica de atuação semelhante em Ambato, no Equador. A unidade de Pedreira emprega atualmente cerca de 100 pessoas.

Com a venda, a Kraft Foods man-tém no Brasil seis fábricas localizadas em quatro Estados e empregando cerca de 7.000 funcionários.

Kraft Vende O 5º Encontro Cultivando Água

Boa, que se encerrou dia 25 de no-vembro em Foz do Iguaçu, alcançou a participação recorde de 3.600 pes-soas, das quais boa parte participou das discussões realizadas nas dez ofi-cinas temáticas do evento. O even-to possibilitou uma avaliação dos projetos abrigados no programa, além de estabelecer novas metas e

compromissos a serem cumpri-dos no próximo ano. Na opi-

nião do diretor de Coorde-nação e Meio Ambiente da

Itaipu, Nelton Friedrich, o envolvimento das co-munidades da Bacia do Paraná 3 no programa vem transformando a iniciativa em um ver-dadeiro movimento.

Recorde de Público em Foz

"é preciso deFinir uma

política emergencial de recursos para o setor avícola"

18. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009

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A rede Condor Super Cen-ter, empresa paranaense que investiu R$ 80 milhões em 2008 em inaugurações e re-formas de lojas, inaugurou dia 3 de dezembro a sua 26ª loja, um hipermercado na Avenida das Torres na capital parana-ense que contou com investi-mentos de R$ 25 milhões. O novo hipermercado vai gerar 480 empregos diretos com a

rede totalizando 5.400 funcionários.

O projeto da nova loja utiliza nas fachadas painéis isolantes que ajudam a economizar energia. Além disso, a arquitetura aproveita ao máximo a luz na-tural, mesmo em dias

nublados com um sistema de Domus Prismático que filtra os raios ultravioleta em 98%. Há também um sistema de reaproveitamento de água da chuva.

A nova loja vai oferecer um espaço onde os clientes podem comprar vinhos ou espuman-tes gelados com conselhos de uma sommelier para ajudar na escolha e esclarecer dúvidas.

Para quem trabalha com seriedade na área ambiental, criar uma maior indepen-dência de doações e ações de beneficência e atingir uma atmosfera sustentável pode parecer uma sonho distan-te. No Paraná, um progra-ma desenvolvido pela Ong SPVS – Sociedade de Pes-quisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental está conseguindo isso atraindo grandes empresas como o Banco HSBC, Positivo Informática, O Boticário, Rigesa e Sun Chemical para um projeto que consegue unir as duas pontas: faz as empresas realmente vende-rem mais e elas destinam parcela deste lucro para projetos de preservação de áreas florestais preservadas em termos de biodiversida-de. “Este sistema consegue criar empregos e faz nascer empreendimentos ligados a preservação ambiental por-que, no momento em que se destinam recursos para o proprietário de uma área com remanescentes flores-tais, ele tem de encontrar alguém para fazer o servi-ço de preservação”, explica o diretor da SPVS, Clóvis Borges.

O projeto, que recebeu o nome de Programa Des-matamento Evitado está conservando 1.763,63 hec-tares ou 17,636 milhões de metros quadrados de terras no Paraná e Santa Catarina com o apoio de empresas que aderiram ao programa.

Programa desmatamento Evitado

Rede Condor inaugura hipermercado de R$ 25 milhões

novidade em curitibaa 26ª loja da rede Condor, um hipermercado na Avenida das Torres na capital paranaense.

Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009 .19

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20. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009

fechada, o tradicional comer-cial de Natal de O Boticário, que neste ano custará um in-vestimento de R$ 10 milhões e utiliza muito os efeitos de animação, terá a importan-te missão de fazer a empresa paranaense, líder do setor de franquias no país, ultrapassar

Expansão O Boticário

Estreando seu novo comercial da Campanha "Acredite na Beleza" e apostando que a crise não irá atrapalhar nas vendas, O Boticário revê crescimento de 16% para 18% em 2008.

Bem longe da tempestade

tudo começa no interior de uma casinha cober-ta de neve. Dentro, um

menino e seu cachorrinho con-templam, espantados, a árvore de Natal que cresce no centro da sala de estar. Logo, começa a escalar o tronco repleto de luzinhas e bolas natalinas até que se depara com um imenso castelo no topo. Curioso, o pe-queno adentra o local por um buraco, onde avista uma linda mulher gigante, se embelezan-do. Ela passa batom e perfume em frente ao espelho. O meni-no, encantado com a beleza da moça, escala sua penteadeira, avistando vários produtos do Boticário.

No ar desde 7 de dezem-bro nas redes de TV aberta e

“O que sabemos é que nosso nível de investimento será de no mínimo outros R$ 175 milhões e vamos abrir pelo menos uma centena de novas lojas”

Artur Grynbaum

a barreira de R$ 1 bilhão de faturamento pela primeira vez na sua história. “Nós já revisa-mos a nossa projeção de cres-cimento de 16% para 18% em 2008 e acho que atingiremos a marca”, disse o presidente da empresa, Artur Grynbaum que no início do ano substi-tui o fundador Miguel Kri-gsner no cargo. No segundo semestre deste ano a empresa já havia estreado a campanha “O Boticário. Acredite na Beleza”, o maior investimen-to de sua história de mídia institucional: R$ 31 milhões. No ano passado, O Boticário faturou R$ 832 milhões e a rede de franquias movimentou R$ 2,4 bilhões. Para este ano, o faturamento da rede deve-

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rá subir para R$ 2,8 bilhões.A empresa paranaense tem

todas as condições para atin-gir este novo patamar. Em 2008 foram cerca de 300 lan-çamentos desde novas linhas até produtos pontuais e 175 novas lojas instaladas pelo país – pelo menos 20 foram em ci-dades onde não existia loja de O Boticário - que fizeram a rede atingir a 2.640 pontos de venda. Os inves-timentos devem atingir R$ 175 milhões até o fi-nal do ano, 20% a mais do que em 2007. “Estamos bem acima da média de cresci-mento do nos-so mercado que deverá ficar abaixo de 10%”, disse Artur Grynbaum. “Há uma história antiga no mercado que diz que nas épocas de crise as empre-sas de cosméticos e perfumes vendem mais porque as pes-soas querem se sentir melhor e o valor agregado é baixo”, acrescenta. Depois, o último trimestre tem representado sempre 35% das vendas.

Depois, segundo ele, a em-

presa paranaense tem um por-tfólio de produtos de largo al-cance em termos de preços, o que a faz capaz de atingir tanto as faixas populares como a de clientes mais sofisticados. “Te-mos uma linha de batons, por exemplo, com preços que vão desde R$ 9,90 a R$ 22,50”, diz o presidente.

Ele evita fazer prognósti-cos de crescimento e de fatura-

mento para 2009 – “a situação ain-da não está bem clara para definir números, mas nós vamos con-tinuar crescendo nos dois dígitos como quando a economia crescia

a 2% ou 3%. O que sabemos é que nosso nível de investi-mento será de no mínimo ou-tros R$ 175 milhões e vamos abrir pelo menos uma centena de novas lojas”, conta o pre-sidente. Em O Boticário, por sinal, abertura de novas lojas não significa exatamente no-vos franqueados. “Em 2008 entraram na rede somente cin-co novos franqueados porque os mais antigos é que fazem questão de aproveitar as no-

vas oportunidades abertas pela empresa”, explica. As-sim, para 2.640 lojas há 960 franqueados.

Artur Grynbaum con-fessa que a área internacio-

nal, que participa com menos de 3 % das vendas já não é tão atraente para o Boticário.

Neste ano, cinco países de um total de 20 - Austrália, Nica-rágua, Jordânia, El Salvador e Chile tiveram operações suspensas. “Vamos manter as atuais operações como estão, mas no ano que vamos reestu-dar nosso modelo e repensar as operações de outras manei-ras”, adiantou.

Há pouco mais de um mês O Boticário também tro-cou de sócio numa peque-na participação (2,41%) que o fundo GP Administração de Recursos, subsidiária da GP Investments que detém participação em empresas como a ALL, Telemar e Ga-fisa mantinha. “Completou o ciclo do investimento do fundo que durou quase dois anos, mas vamos manter essa pequena partici-pação com outro só-cio da área financeira, o Banco Votorantin”, revelou ele. O Conselho de Administração de O Boticá-rio, formado por cinco mem-bros, agora também está com-pleto: Miguel Krigsner como presidente, Artur Grynbaun como acionista e mais José Paschoal Rossetti (professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral), José Rober-to Matos Curan, que repre-senta o Banco Votorantin e o ex-presidente da Unilever no Brasil, Vinicius Priatti. Nelson Rozental (sócio-executivo da BRZ Investimentos que repre-sentava o fundo GP deixou o Conselho) ■

é Quanto a rede de FranQuias

deverá movimentar

este ano

2,8 bi

300 produtos lançados em 2008

r$ 1 bi faturamento da indústria

r$ 2,8 bilhões, faturamento rede

2640 lojas no Brasil, em1420 cidades

960 franqueados

70 lojas e 1000 pontos de venda espalhados por 15 países mix de 600 produtos

1.200 empregos diretos14 mil empregos indiretos

O BOtICáRIO EM NúMEROS

crescimentoO Presidente de O Boticário, Artur Grynbaum que no início do ano substitui o fundador Miguel Krigsner no cargo.

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22. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009 Foto

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Representando 3,4% do PIB nacional e gerando mais de 8,6 milhões de empregos, o setor de florestas plantadas do Brasil desenvolve hoje a melhor tecnologia do mundo nessa área e logo estará exportando esse conhecimento para outros países.

Plantando o Futuro

O Brasil desenvolveu e possui, hoje, a me-lhor tecnologia do

mundo no setor de florestas plantadas e logo ela estará em outros países e continen-tes. Não há um levantamento completamente seguro sobre o que existe no país em ter-mos de áreas ocupadas por reflorestamentos, mas calcu-la-se que o setor ocupe hoje uma área de 5,5 hectares que produzem atualmente 150 milhões de toneladas de ma-deira - 3.549.147 hectares de eucalipto e 1.824.270 hec-tares de pinus. Na época do plantio por incentivos, nos anos 70, a produtividade des-tas florestas era muito baixa e, em 1980, não superava os 15 metros cúbicos por hec-tare. Hoje, já se aproxima de 40 metros cúbicos por hecta-re e continua subindo graças a incorporação de tecnologia como a pesquisa de novos clones, melhor preparo do terreno, adubação, uso de transgênicos e outras técnicas que trazem um comporta-mento econômico de ganhos de produtividade de manei-ra semelhante ao que ocor-

reu na agricultura brasileira. Isso quer dizer que estamos produzindo o dobro pratica-mente na mesma área plan-tada e a expectativa é dobrar mais uma vez esta produção até 2020, atingindo a 300 mi-lhões de toneladas de madei-ra quase que somente com ganhos de produtividade.

Com tudo isso, o setor já representa 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e gera mais de 8,6 milhões de empregos, fornecendo maté-ria-prima para grandes em-preendimentos. Referência para muitos países da Amé-rica do Sul como Equador, Uruguai, Argentina e Chile, o setor de base florestal bra-sileiro deve também crescer a

passos largos nos próximos anos aproveitando ao má-ximo esse desenvolvimen-to. Essa é a expectativa dos empresários baseado em um estudo que revela a possibi-lidade de investimentos na ordem de US$ 20 bilhões de dólares até 2015.

A indústria de base flores-tal, principalmente a vincula-da aos setores de papel e ce-lulose, siderurgia e de painéis reconstituídos (aglomerado, MDF e OSB), tem buscado nos últimos anos o aumento de escala de seus negócios, conforme constatou a con-sultoria STCP Engenharia de Projetos, de Curitiba, que atua em 30 países. Para o pre-sidente da Associação Brasi-leira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Antônio Rubens Camilotti, o momento é fa-vorável para os investidores, já que a procura por produ-tos de madeira provenientes de florestas plantadas é alta. “Os empresários estão aten-tos a esse novo momento e estão planejando seus negó-cios a longo prazo”, afirma Camilotti. Estudos da con-

“Os empresários estão atentos

a esse novo momento e

estão planejando seus negócios a longo prazo"

Antônio Rubens Camilotti

Florestas Plantadas O Setor no Brasil

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24. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009

sultoria STCP apontam que aspectos como o crescimen-to dos mercados doméstico e internacional, bem como vantagens competitivas do setor de base florestal brasi-leiro, frente aos competido-res internacionais, têm cria-do um ambiente altamente favorável para a expansão das florestas plantadas no Brasil. Atualmente, 80% da madeira consumida para fins indus-triais provém de plantações florestais. Em 2007, a expor-tação de produtos de flores-tas plantadas atingiu a US$ 6,1 bilhões e em 2008 deve ultrapassar os R$ 7 bilhões, a maior parte disso em celulose e papel. O Paraná representa 39% das plan-tações de pinus do país, Santa Catarina 30%. Já Minas Ge-rais é respon-sável por 28% das plantações de eucalipto, seguida por São Paulo com 22%.

Com o investimento de US$ 20 bilhões até 2015 tam-bém pode se encerrar um ciclo. O Brasil pode não ser mais, num futuro próximo, o destino de grandes empre-endimentos na área de papel e celulose ou de produção de chapas de madeira porque tanto investidores nacionais como estrangeiros já estão de olho no potencial de outro continente: a África. Num prazo de 10 anos ou pouco mais que isso, calculam os especialistas da STCP como Ivan Tomaselli, os investi-mentos deverão desembar-car preferencialmente em

Moçambique , Angola ou no Congo.

Tudo isso tem uma expli-cação bastan-te simples: um projeto de pro-dução de pa-pel ou celulose na faixa de 1,5 milhão de to-neladas anuais como os da Suzano e da Ara-cruz necessita de uma área de florestas plantadas de 200 mil hectares e como quase sem-pre as empresas já pensam o projeto com duas linhas de produção, na verdade o pla-nejamento pede 400 mil hec-

tares de reflores-tamentos. Em algumas regiões do país como a amazônica, uma área destas deve ser acrescida de mais 100 mil hectares a título de reserva legal,

um tipo de área de conserva-ção que nasceu com o intui-to de se permitir a explora-ção de espécimes nativas mas que, com a proibição efetiva do manejo, acabou virando área de preservação perma-nente e intocável. No Sul a situação é ainda mais com-plicada porque as exigências de áreas de reserva legal são ainda maiores.

A este custo adicional da reserva legal, foi acrescida a valorização das terras nos últimos anos pelo “boom” da agricultura e da pecuá-ria. Há cinco anos, o preço de um hectares de terra no Mato Grosso do Sul estava

Florestas Plantadas O Setor no Brasil

produção em altaMáquinas

embarcando toras com

destino para

indústrias.

é o Que representa o paraná em

plantações de pinus do país

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Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009 .25

O SEtOR DE FLOREStaS PLaNtaDaS NO BRaSILarrecadação de tributos (2007)R$ 8,5 bilhões

*(48% papel e celulose; 23% indústria madeireira; 9% painéis reconstituídos; 2% siderurgia e carvão vegetal; 18% móveis)

valor bruto da produção - valor da receita bruta arrecadada (2007) R$ 49,8 bilhões*

investimentos (2007): empresas associadas da ABRAF (Assoc. Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas) = R$ 6,00 bilhões

em R$ 1 mil e agora está em R$ 5 mil. No Sul, um hec-tare custa R$ 10 mil. Cons-truir uma nova fábrica pode custar, portanto, um inves-timento superior a R$ 2,5 bilhões só em terras, o que torna qualquer novo projeto inviável.

Estados onde a terra está

mais barata – R$ 500 a R$ 600 o hectare, como no extremo Sul do Rio Grande do Sul, no Piauí e Maranhão, estão tomados por novos projetos e esta possibilidade também estará esgotada em dez anos, sem falar na valorização que também ocorre por lá. Na região do Serrado, exigências ambientais e de certificação para a madeira deverá impe-dir abertura de novas áreas.

Na América do Sul, algu-mas possibilidades de expansão existem no Paraguai e Colômbia, mas somente se houver

algum tipo de estabilidade política e política de atra-ção de investimentos que até aqui nunca houve. Por outro lado, na África, países como Moçambique tem a caracte-rística de somente possuir terras públicas, com o que é possível obter uma conces-são por 50 anos ou 100 anos sem grandes investimentos. Encerrando-se, portanto, a atual etapa de investimentos no país, o rumo dos novos projetos certamente será o de se atravessar o Atlântico em busca de vastas regiões inexploradas e de terras in-crivelmente baratas ■

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Fote: Abimci

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Bússola

Crise e clima não impedem aumentoda produção agrícola no Paraná.

Mesa Farta

O presidente do Confaz e secretário executivo da Fa-zenda Nacional, Nelson Machado, que esteve represen-tando o ministro Guido Mantega na 132ª Reunião Or-dinária do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), encerrado sexta-feira em Foz do Iguaçu, no Paraná, garantiu que a maioria dos Estados apóia a re-forma tributária encaminhada no começo deste ano para ser discutida no Congresso Nacional. Segun-do ele, a maioria dos 27 secretários estaduais de Fa-zenda, de Tributação e de Finanças que participou do encontro se mostrou favorável às alterações e assinaram uma moção de apoio às emendas pro-postas pelo relator e deputado federal Sandro Mabel (PR-GO).

O secretário estadual da Fazenda do Paraná, Heron Arzua, por exemplo, disse que o Paraná apóia a proposta de reforma tributária do governo federal já aprovada pela comissão especial do Congresso Nacional e que será votada pelo plenário em março de 2009 “porque o relatório apresentado contempla todas as reivindicações que o Paraná fez. Portanto, nós estamos apoiando a reforma”, afirmou.

Confaz é a favor da reforma tributária

apoio Heron Arzua,

secretário estadual da Fazenda do

Paraná."O estado apóia a proposta de

reforma tributária do governo federal".

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O clima e a crise finan-ceira não devem atingir a expansão das lavouras no Paraná. É o que aponta o ter-ceiro levantamento da safra de grãos 2008/09, divulga-do pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A previsão é que o Pa-raná, que colheu na safra passada 30,449 milhões de toneladas de grãos, venha a colher 30,904 milhões de toneladas – um aumento de 1,5%. Os três estados do Sul vão colher 61,1 milhões de

toneladas, um recorde para a região. Com este saldo, o Brasil alcançará a segunda melhor colheita da história, de 140,3 milhões de tone-ladas, atrás apenas da safra passada, que foi de 143,9 mi-lhões de toneladas.

26. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o esta-do é responsável por 70% da produção nacional. Dos 20 principais municípios produtores, 15 deles são paranaenses. São Mateus do Sul se destaca como o maior produtor de erva-mate do País e respon-de por 14% da produção nacional.

Conforme o IBGE, a produção pa-ranaense de erva-mate em 2007 atingiu 156.444 toneladas, um aumento de 2,3% em relação ao ano anterior, quando a pro-dução foi de 152.971 toneladas e corres-pondeu a 65,5% da produção nacional em 2006.

Paraná é o maior produtor de erva-mate do país

Pesquisa divulgada pelo Sindimetal/PR (Sindi-cato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná) junto a 62 das maiores empresas do segmento no estado apon-ta um enxugamento de aproximadamente 20% nas folhas de pagamento do setor até o começo do ano que vem, o que pode significar o fechamento de 5 mil vagas. “A crise está afetando toda a cadeia produtiva, principalmente a ligada a indústria au-tomobilística, mas neste número não incluímos montadoras e sim somente algumas empresas de auto-peças”, disse o presidente do Sindimetal, Ro-berto Karan.

Segundo Karan, até o final de dezembro 13,05% dos trabalhadores do setor metal-mecânico de Curitiba e Região Metropolitana já foram ou deve-rão ser demitidos, representando aproximadamente 3.900 demissões. Nas 62 empresas pesquisadas que representam pouco mais de 10 mil empregos dos 30 mil que o segmento estima gerar, foram realizadas 1.300 demissões desde outubro passado.

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demissões no setor da indústria

Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico

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Empresas investem em e-commerce para conquistar consumidores online

Vendas online devem ter crescimento para o natal

As vendas pela internet durante o período natalino devem chegar a aproximadamen-te R$ 1.350 bi-lhão, gerando um aumento de 25% em relação aos R$ 1.082 bilhão faturados no pe-ríodo em 2007, segundo dados da e-Bit, empresa de informa-ções sobre o comércio eletrô-nico. De acordo com Cristia-

no Leoz, diretor executivo da agência Midiaweb – Inteli-

gência Interativa, esse aumento de-ve-se a uma curva crescente da cul-tura de compras pela internet. “O crescimento do comércio online se dá por diver-sos fatores, como

a facilidade na pesquisa dos preços, a obtenção, muitas ve-zes, de produtos com valores

mais atraentes, a comodidade de comprar sem sair de casa”, enumera.

Cristiano Leoz afirma, ain-da, que com o tempo a popu-lação está perdendo o medo de fazer compras pela internet, em compensação os clientes estão, a cada dia, mais exi-gentes. “Quanto mais claros forem os objetivos da empre-sa, sua forma de atuação, sua política e seu posicionamento, mais segurança o consumidor terá”, afirma.

é o Que deve aumentar nas vendas pela

internet durante o período natalino

25%

Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009 .27

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28. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009

agricultura Programa Seringueira

De olho nos benefícios sociais e ambientais, Paraná lança programa de incentivo ao plantio de seringueiras e quer ampliar área de cultivo do estado de mil para 10 mil hectares.

A alternativa da borracha

A busca pela auto-sufi-ciência em borracha natural atingiu a região

Sul do país. Além do Estado de São Paulo, que é o maior produtor de borracha natural do país - responsável por cerca de 50% da produção nacional - o Noroeste do Paraná tam-bém começa a ter como nova alternativa a borracha dos seringais. Com excelente po-tencial para o cultivo, com o tipo climático predominante subtropical úmido mesotér-mico, verões quentes e baixa freqüência de geadas, tempe-ratura média anual de 22ºC, entre outros fatores benéficos para esta cultura, o Paraná possui 34.990 km² aptos para plantio (incluindo-se peque-

nas e médias propriedades com mão-de-obra familiar). E, considerando-se as projeções de redução da oferta e eleva-ção de preços da borracha na-tural, é possível vislumbrar o potencial da contribuição eco-nômica e ambiental do cultivo desta espécie sobre os solos arenosos da região.

No final de novembro, o Paraná lançou um programa oficial de incentivo ao plantio da seringueira com o objeti-vo de elevar a área da cultura dos atuais mil hectares para 10 mil hectares num prazo de dez anos. Esta proposta foi apresentada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento e pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) a representantes de cooperati-vas, na sede da Cooperativa Agroindustrial (Cocamar), em Maringá, que já anunciou sua intenção de ampliar a produ-ção da cultura na sua área de atuação, o Noroeste parana-ense.

Estudo do Iapar aponta a seringueira como uma cultu-ra capaz de trazer benefícios sociais e ambientais, como al-ternativa de aumento de renda aos produtores familiares - porque a extração da borracha pode ser feita pela família do

"O cultivo na formação da reserva legal tem se apresentado como boa alternativa porque é possível repor a reserva legal a partir do plantio consorciado entre espécies exóticas e nativas"

Flávio Turra

No total, o país tem cerca de 200 mil hectares com seringueiras planta-das, sendo que 130 mil já estão produzindo, mas somente para atender o mercado interno, seriam necessários pelo menos 300 mil hectares. O gran-de atrativo da cultura está na sua rentabilidade: uma seringueira em produção apresenta ganhos maiores do que o da cana-de-açú-car porque a rentabilida-de da borracha é de US$ 1.500 por hectare/ano e da cana, US$ 1 mil.

A rentabilidade da Borracha

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Lançamento do programa oficial de incentivo ao plantio da seringueira, apresentada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento e pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), na sede da Cooperativa Agroindustrial (Cocamar), em Maringá.

agricultor, mantendo assim as pessoas no campo. Segundo o pesquisador do Iapar, André Luiz Medeiros Ramos, há três formas corretas de cultivo e manejo: o plantio puro (úni-co), consorciado (com outros cultivares como o café) e na formação de área de reserva legal. Nesse aspecto da reser-va legal, uma resolução da Se-cretaria do Meio Ambiente do Paraná permite o uso da árvo-re por um ciclo econômico em conjunto com cinco espécies nativas do Estado. Para o ge-rente técnico da Ocepar, Flá-vio Turra, que participou do encontro com as cooperativas, “o cultivo na formação da re-

serva legal

tem se apresentado como boa alternativa porque é possível repor a reserva legal a partir do plantio consorciado entre espécies exóticas e nativas com o que, além de cumprir a legis-lação da reserva legal, o produ-tor poderá ob-ter renda com o produto’’, disse ele.

O grande problema para a disseminação da cultura no Paraná, até aqui, é o fato de que ela leva entre seis a sete anos para começar a produzir mas, para superar este obstá-culo, o produtor pode utilizar

recursos do Pronaf-Eco e do Propiflora para o plantio. A partir desta idade a planta pro-duz borracha durante 10 me-ses consecutivos, por um perí-odo de 30 a 35 anos e após esse período pode ser retirada para madeira. Segundo o Iapar, o custo de implantação do serin-gal em uma pequena área é de R$ 4 mil por hectare se o gasto for apenas mudas e insumos. Já em áreas grandes, onde são necessários maquinários, pode atingir a R$ 12 mil o hectare.

Neste caso, a Secretaria da Agricultura aponta a grande vantagem do plantio em con-sórcio porque, enquanto a planta não começa a produzir, o produtor pode tirar sua ren-

da das culturas intercaladas. Há ainda o aspecto positivo de que a sombra da se-ringueira sobre os cafezais faz com que haja um aumento no ta-manho do grão

do café sem apresentar altera-ção em relação ao sabor, ou a qualidade do produto, além de evitar a erosão em locais aci-dentados protegendo o solo e evitando ainda os efeitos nega-tivos das geadas ■

Revista Paraná&Cia | setembro.outubro de 2008 .29

Cerca de 80% da produção mundial é proveniente de pequenas pro-priedades rurais do sudeste asiático (Tailândia, Indonésia e Malásia), e aproximadamente 70% da pro-dução total vai para a indústria de

pneumáticos. O Brasil, de primeiro e único exportador de borracha natural no início do século XX, hoje importa 63% do seu consumo interno, produzindo 1% do total mundial.

PRODUçãO MUNDIaL

é o custo de implantação do

seringal por hectare se o gasto For apenas mudas

e insumos

r$ 4mil

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30. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009

ajuda do Porto Paranaguá e Itajaí

Depois das fortes chuvas que atingiram Santa Catarina, a Administração do Porto de Paranaguá e Antonina disponibilizam dois berços para ajudar Itajaí.

A Ajuda do Vizinho

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa)

disponibilizou no começo de dezembro dois berços dos 19 do cais público para que sejam destinados à operação de contêineres para atender exclusivamente as cargas de congelados originárias dos terminais de Itajaí e Nave-gantes. Depois do desastre que atingiu Santa Catarina, os dois terminais tiveram seus atracadouros destruídos pela forte chuva, além de ter ficado assoreado um canal de acesso utilizado pelas embar-cações. “Estamos em plena época de entressafra e pode-mos usar para esta finalidade, por pelo menos seis meses, os dois berços antes utiliza-dos para grãos e descarga de fertilizantes que estão sem movimento”, disse o supe-rintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza. Em Paranaguá há ainda mais dois berços operando este tipo de carga no Terminal de Contê-

ineres de Paranaguá (TCP) que também possui quase 3 mil tomadas para armazena-gem de contêineres refrees.

O Superintendente da Appa calcula que o movi-

mento de contêineres, prin-cipalmente os tipo refrees, aumentou em 20% no termi-nal por causa do novo desti-no dos navios. Navegantes e Itajaí movimentam mensal-

mente perto de 64 mil TEU’s (unidade que equivale a um contêiner de 20 pés). Também foi disponibili-zado espaço na área portuária para depósito de contêineres

"Estamos em plena época de entressafra e podemos usar para esta finalidade, por pelo menos seis meses, os dois berços antes utilizados para grãos e descarga de fertilizantes que estão sem movimento"

Daniel Lúcio Oliveira de Souza

originários de Santa Catarina e que já abriga 300 contêine-res vazios. Há pedidos para depósito de mais 1.200, entre cheios e vazios. Com estas iniciativas a Appa resolveu ajudar também 791 traba-lhadores portuários avulsos (TPAs) de Itajaí, 568 na ativa e 223 inativos, sem perspecti-va de trabalho nos próximos meses. “O armador vai pagar 15% a mais de tarifa para usar os berços e nós vamos dar um desconto de 15% sobre o que ele paga. Somando as duas contribuições teremos 30% da tarifa que será destinada aos seis sindicatos de TPAs de Itajaí num total superior a R$ 1,2 milhão mensais para a compra de cestas básicas e utilidades domésticas diver-sas”, informou Daniel Lúcio Oliveira de Souza.

Para os navios que des-viam de Itajaí e Navegantes e entram no terminal de Pa-ranaguá não há agregação de custo ou frete e toda a ope-ração de embarque será rea-lizada pelo TCP utilizando carregadores móveis e guin-dastes dos navios. Todos eles já fazem uma rota em que em-barcam contêineres que vai do porto de Rio Grande ao de Suape. No frete terrestre, um conteiner vindo do Oeste catarinense com frango con-gelado tem de agregar pelo menos R$ 800,00 a mais para

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Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009 .31

chegar a Paranaguá, chegan-do a R$ 2.500 por caminhão. De janeiro a 30 de novem-bro, o Porto de Paranaguá movimentou 534.480 con-têineres, sendo que 262.738 foram exportados e 271.742 importados. Já Itajaí é o maior exportador brasileiro de cargas congeladas e refri-geradas e o terceiro do país na exportação de cargas em contêineres, movimentando US$ 33 milhões por dia ou 4% da balança comercial do país. O governo federal libe-rou R$ 350 milhões para as obras no porto e na semana que vem, uma draga vai co-meçar a nivelar o Itajaí-Açu que antes das chuvas tinha profundidade de 11,3 metros e com a enchente ficou com o fundo muito acidentado. Há trechos com 22 metros de profundidade e outros com 5,5 metros e para a navegação vale a menor medida. As chuvas des-truíram 740 me-tros de cais. Dos quatro berços de atracação, um foi levado pelas águas, outro foi destru-ído parcialmente e um tercei-ro sofreu avarias leves.

O terminal de Paranaguá, por sinal, está se preparan-do para competir com os terminais de Santa Catarina

de igual para igual no se-tor de congelados. Ontem foi anunciado o projeto de construção do Terminal Pú-blico de Frigorificados, com capacidade estática de 12 mil toneladas e capacidade de operação de 14.440 contêine-res anuais, num investimento de R$ 20 milhões e que de-verá estar operando a partir

de setembro de 2009, segundo André Cansian, diretor técnico da Appa. So-mando-se a in-vestimentos da iniciativa priva-da como os da Martini Meat, que também está investindo R$ 20 milhões

na ampliação de seus arma-zéns de 12 mil para 20 mil toneladas estáticas, o termi-nal paranaense vai elevar sua atual capacidade estática de armazenagem de refrigerados de 58 mil toneladas para 99

mil toneladas, ficando mais próximo do complexo Itajaí/Navegantes que possui capa-cidade superior a 100 mil to-neladas.

Segundo a Appa, antes da demanda catarinense eram movimentados em média, por dia, no mês de novem-bro, em Paranaguá, 2.000 TEUs. Após o fechamento do Porto de Itajaí, o núme-ro passou para 2.400 TEUs/dia. No caso das cargas con-geladas, movimentadas em contêineres tipo reefer, prin-cipal carga movimentada no Porto de Itajaí -, o aumento registrado é de 32%. A mo-vimentação média diária em novembro era de 250 TEUs e passou para 330 TEUs. O TCP também registrou in-cremento na movimentação de navios que estavam pro-gramados para as janelas pú-blicas de atracação (o mesmo navio está movimentando mais contêineres porque está recebendo a carga de Itajaí em Paranaguá)■

Depois da tragédia causada pelas chuvas, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) disponibilizaram dois berços dos 19 do cais público para atender as cargas de congelados originárias dos terminais de Itajaí e Navegantes.

Foi o Que aumentou na movimentação de contêineres

no porto de paranaguá depois

de se tornar destino dos navios de santa catarina

20%

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32. Revista Paraná&Cia | dezembro. janeiro de 2009

Quem desce em direção ao litoral paranaense, no lado esquerdo da BR-277, em pleno contraforte da majestosa Serra do Mar, dá de cara com uma imensa plantação

O fim de um erro colossal

de Pinus elliottii, a conhe-cida conífera que tomou conta de todos os projetos de reflorestamento do Sul do país por causa de sua alta produtividade e faci-lidade com que cresce em qualquer tipo de terreno. O que faz ali, em meio a um bioma superprotegido de Mata Atlântica, e numa das áreas mais bem preservadas deste tipo de vegetação no país, não dá para entender. Afinal, quem derrubou a cobertura dos morros, lim-pou a delicada floresta ori-ginal e plantou com ousadia estas árvores alienígenas numa reserva garantida e bem preservada de biodi-versidade tão cara aos am-bientalistas?

Esta história começou há cerca de 40 anos, na épo-ca dos generosos incentivos fiscais para a implantação de projetos de florestas plantadas que deveriam abastecer a futura indústria

de papel, celulose, siderúr-gicas e madeira. Quando se têm recursos fartos, alguma pressão econômica, um go-verno com autoridades am-bientais despreparadas e, no final da fila, empresários sem visão de longo prazo, tem-se também a receita para que se cometam alguns erros co-

lossais. Há vários deles no Paraná, mas este ficou mais evidente porque é visível por todos a partir de uma das mais movimentadas estradas do país, a que leva ao Porto de Paranaguá.

A boa notícia é que mais este monumento a estupidez plantado pela desinformação e desinteresse deverá desapa-recer em breve. Uma empresa norueguesa adquiriu em 2000

a área de nove mil hectares da Fazenda Arraial, uma área de preservação permanente em Morretes, onde está o proje-to, e agora resolveu fazer vol-tar os 1.300 hectares de pinus ali plantados a sua forma original de Floresta Atlânti-ca. A área toda, por sinal, faz divisa com o Parque Estadual do Marumbi e com o Parque Estadual do Pau Oco e, nas suas fronteiras, há também os exemplares de uma floresta de transição, a que existe en-tre a Mata Atlântica e floresta ombrófila mista, onde há pi-nheirais nativos ( Araucaria angustifolia), também amea-çados de extinção.

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP), já deu sua autorização para a iniciativa e consta que esta é uma das primeiras autorizações “do bem” da instituição, ou seja: vai ser dada licença para um projeto que irá recuperar, ao invés de causar danos a natu-reza, mesmo que sejam míni-mos, algo que o IAP não está acostumado a fornecer no tra-to com empresas e projetos.

Vai ser um trabalho lento e difícil. As árvores estão de bom tamanho e a tecnologia para sua retirada é dispen-diosa. Há de se ter muito cuidado na criação de acessos para a retirada das toras para não se comprometer partes boas do bioma. Os exempla-res de pinus nem para produ-zir papel e celulose servem

por Norberto Staviski

artigo

"Afinal, quem derrubou a cobertura dos morros, limpou a delicada floresta original e plantou com ousadia estas árvores alienígenas numa reserva garantida e bem preservada de biodiversidade tão cara aos ambientalistas?"

artigo publicado originalmente no Jornal Gazeta Mercantil

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mais. Agora é para madeira serrada, sua melhor utiliza-ção. Depois, este refloresta-mento tem uma capacidade incrível de se regenerar, o que significa dizer que, se simplesmente forem reti-radas as árvores, milhares de árvores vão rebrotar ou nascer de sementes ainda existentes pelo chão, o que invalidaria a área como bio-ma.

Resolver isso vai exigir um trabalho braçal durís-simo durante pelo menos cinco anos, porque todo brotinho de pinus que nas-cer terá de ser arrancado do solo um a um para que a mata nativa comece seu processo de regeneração e uma floresta com espé-cies locais também comece a ser plantada. Se deixar o pinus agir sozinho, ele ga-nha esta parada e logo a co-nífera tomará conta do lo-cal novamente. A empresa norueguesa está disposta a assumir a empreitada por-que não há realmente muito o que fazer na sua Área de Preservação Permanente. A venda ou beneficiamen-to das coníferas certamente vai pagar o custo da opera-ção devido ao alto valor que a matéria-prima possui hoje em dia, quando 80% da ma-deira consumida para fins industriais no país provém de plantações florestais de pinus ou de eucalipto. Per-der, evidentemente ela não vai. Mas quem vai ganhar realmente vai ser a paisa-gem da Serra do Mar e o meio-ambiente que vão as-sistir um cicatriz se fechar e não deixar marcas se o pro-jeto for bem executado■

Crise mercado em baixa

Queda nas exportações leva Volvo do Brasil a demitir 532 em Curitiba e Pederneiras-SP

Efeitos da Crise na Volvo

n o início de dezem-bro a Volvo do Brasil anunciou a demissão

de 532 funcionários de sua fá-brica de caminhões e ônibus na capital paranaense e da uni-dade que produz equipamen-tos para construção civil em Pederneiras (SP) e o aumento do período de férias coletivas em dezembro para os funcio-nários que permanecem. É o maior programa de demissões feito pela empre-sa na sua história brasileira e inicia a escalada de demis-sões que se espera que aconteçam na indústria automo-bilística devido a queda de demanda no mercado. Se-gundo a assessoria da empre-sa, a maioria das demissões de Curitiba (250), refere-se a prestadores de serviços com contratos que venceram no final de novembro e que não foram renovados. Mesmo com as demissões, a empresa infor-mou que o número de empre-gados que ficam ainda é maior que os existentes em dezembro de 2007 – 2.410 hoje contra 2.393 naquele ano.

Com o ajuste, a produção da Volvo cai de 77 para 54 ca-minhões diários nas linhas F e VM; a linha de ônibus conti-nua com os mesmos 7 veículos diários. A assessoria da empre-sa disse que a empresa refez os cálculos dos efeitos da crise de

crédito em 2009 e concluiu que uma redução de 20% na pro-dução era necessária porque “ a crise evoluiu muito mais ra-pidamente do que a Volvo ima-ginava”. Há pouco mais de um mês a empresa havia informa-do que acreditava numa queda de demanda entre 5% e 10%. Os efeitos foram bastante sig-nificativos nas exportações de componentes – a linha de ca-bines para caminhões terá uma

queda de vendas prevista de 8.024 unidades comer-cializadas em 2008 para 1.148 unida-des em 2009, re-dução de 85% em função da crise nos Estados Unidos, o maior importador

deste componente.A Volvo do Brasil informou

que “há uma significativa que-da de demanda para mercados como Europa, Austrália, Áfri-ca do Sul e Arábia Saudita nas cabines para caminhões e de blocos para motores no mer-cado norte-americano. A em-presa, no entanto, não pensa em reduzir seus investimentos no Brasil. Em dezembro foi encerrado o plano de investi-mentos de US$ 110 milhões e no início do ano que vem será anunciado um novo ciclo de investimentos de longo pra-zo para o mercado brasilei-ro. Não estão previstas novas demissões em 2008 e nem em 2009”, concluiu a assessoria ■

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