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Parceria de Estrutura Parceria de Estrutura Cultural Cultural e Patrimônio Imaterial e Patrimônio Imaterial

Parceria de Estrutura Cultural e Patrimônio Imaterial

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Parceria de Estrutura Cultural Parceria de Estrutura Cultural e Patrimônio Imaterial e Patrimônio Imaterial

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Ninguém é cidadão sozinho. Da mesma forma não se aprende capoeira sozinho. Aprendemos a ser cidadãos no coletivo. Nesse sentido a capoeira enquanto espaço intercultural, esportivo-formativo, desenvolve através de seus fundamentos:

O respeito a quem tem mais conhecimento; A disponibilidade a dar e receber; A ajuda mútua para que algo aconteça, para que o jogo aconteça (jogo da roda e jogo da vida); O respeito à pessoa humana, com acertos e erros; A noção de, e o aceitar, seus limites; A busca constante por melhores resultados coletivos; A idéia de liberdade; A responsabilidade; Conhecimento, a partir de conceitos e experiências, do que se faz; Necessidade de conhecer as etapas de seu crescimento pessoal; O conhecimento de sua história, suas origens; O aprender a se relacionar com pessoas diferentes; O respeito pela diferença.

Introdução

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A Associação de Capoeira Raízes de Aruanda, (ACRA), cuja sede se localiza no bairro Sol y Mar, é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos.

Ao completar seus 10 anos de existência, Inaugurou em novembro 2009 o seu segundo espaço próprio, o Espaço Cultural Manoel Vieira Neto, um prédio de 2 andares no bairro Novo horizonte.

A ACRA há 10 anos vem desenvolvendo um trabalho de fomento e preservação da capoeira. Durante esse período foram realizadas diversas atividades no seguimento da capoeira como; aulas, batizados, palestras, seminários, encontros regionais e nacionais e outros eventos que pontuam celebrações afro-brasileira, fomentando e produzindo história de nossa diversidade cultural, sempre com recursos financeiros de seus associados.

Para melhor adequar suas estruturas operacional e organizacional, ao mundo contemporâneo globalizado, busca parcerias de empresas, que tenham interesses em patrocinar os projetos socioculturais “Ginga Educativa” e “Ser Consciente” ambos em andamento, atendendo crianças e adolescente nos bairros periféricos da cidade de Macaé.

Apresentação

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Ginga Educativa Neste projeto a ACRA leva para os ambientes periféricos da cidade, a oportunidade de sociabilidade através da capoeira, maculele, ciranda, afoxé, jongo e samba de roda.

Como podemos observar e lembrar a capoeira e os seguimentos citados acima são iniciativas de caráter coletivo, democrático, educacional e de lazer, o envolvimento com os instrumento as cantigas e o próprio jogo levam as crianças e os adolescentes para uma atmosfera lúdica onde tanto individual brinca como também e peça do jogo.

É Neste contexto que é desenvolvido o Ginga Educativa, atendendo crianças e adolescente, incluindo os portadores de deficiência física.

E notório em nossa contemporaneidade que essas heranças culturais deixados pelos africanos escravizados em nosso país, em toda sua história, tem construído e fortalecido a estrutura de resistência cultural, formando identidade cidadã a partir de seus elementos e filosofias.

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Ser consciente

Oficina de Artes Integradas que visa oferecer as crianças e adolescentes uma imersão no universo das artes: Artes visuais, teatro, dança e vídeo. Como proposta em arte-educação, a metodologia desse trabalho engloba uma perspectiva ampla que estimula o desenvolvimento de uma consciência crítica e expressiva em relação à realidade em que vivem nos bairros periféricos de Macaé. Funcionando como espaço para o fortalecimento da auto-estima e senso de identidade, o trabalho terá como eixo norteador a construção da cidadania. (Apoiado na filosofia da capoeira) Dizemos construção porque cidadania envolve reflexão e ação em relação aos direitos e deveres de uma vida em sociedade. Para isso, será de fundamental importância estimular a expressão das subjetividades dessas crianças e adolescentes, através de um maior contato com seus corpos, pensamentos e sentimentos, via universo das artes.

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O proposta de parceria de estrutura cultural e patrimônio imaterial da ACRA, está focado nos projetos; “Ginga Educativa e “Ser Consciente que formam linhas paralelas de estrutura educacional, cultural e de patrimônio imaterial. Ambos com objetivo e prática de políticas públicas de ação compensatória, (no que diz respeito a educação, arte e cultura) para os afro descendentes e outros moradores de bairros periféricos de nossa cidade.

Durante uma década a ACRA realizou as ações e eventos com iniciativas voluntária do Mestre Dengo, professores e outros profissionais de artes.

Por consciência do poder aquisitivo das famílias de crianças e adolescentes envolvidos em nossos projetos e principalmente por filosofia, as aulas são gratuitas.

Hoje devido a diferença proporcional entre a demanda de alunos e professores e principalmente de tempo disponível desses artes educadores, que sempre precisam ter outra atividade profissional fora da capoeira e da arte para garantirem a sobrevivência. Como salvaguarda da cultura afro brasileira e como descentralizador do patrimônio imaterial; a ACRA propõem a parceria de estrutura cultural e patrimônio imaterial, que consiste em:

1) Contratar profissionais (arte educadores) para atender “Ginga Educativa e “Ser Consciente na demanda de alunos e horários de contra turno escolar. (As aulas acontecerão nos espaços da ACRA e ambientes como praças públicas)

2) Suprir a necessidade de alguns equipamentos para atender o Ginga Educativa e Ser Consciente.

3) Documentar o processo de desenvolvimento cultural e catalogar nosso acervo histórico patrimonial da arte da capoeiragem, processo de resistência cultural afro descendentes nacional e municipal.

Estrutura Cultural e Patrimônio Imaterial

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O Brasil é o maior país de população negra fora da África. Oficialmente os negros representam 47% da população brasileira, mas as estatísticas consideram apenas aqueles que se declaram negros. Se considerarmos a cor observada, a população brasileira afro descendentes é de 65% do total.

Em Macaé não é diferente, a cidade recebe diariamente famílias de toda parte do país, que chegam em busca de trabalho e melhora de vida. A maioria desses novos moradores são afro descendentes e estão instalados ou vão se instalarem nos bairros periféricos, podemos dizer que quase todas são de risco.

As crianças e adolescentes filhos dessas famílias, precisam serem envolvidos em atividades educacionais e culturais extra curriculares, que promovam o saber e o fazer e principalmente a construção da cidadania.

É notório em nossa cidade o quanto a ACRA já contribuiu e que pode contribuir ainda mais, amparando crianças e adolescentes no que diz respeito a construção de cidadania através da capoeira e outros segmentos.

E de conhecimento de todos nós que o acesso aos bens culturais e patrimoniais não atende e nem é direcionados a todos. O que é promovido e produzido culturalmente tem o fator ingresso e a centralização que impedem o acesso a população de bairros periféricos.

Uma criança ou adolescente que mora em bairro periférico não vai ao teatro, ao cinema, não prática esportes, pois esses espaços e ambientes estão localizados em bairros de classe média e alta, o custo de locomoção e ingresso inviabiliza o acesso, sem contar os outros consumos básicos.

Com o PECPI a ACRA se propõem estruturasse para ampliar o acesso de crianças e adolescentes aos bens culturais e patrimoniais. A partir da filosofia e elementos da capoeira, interagindo com as artes visuais, o teatro, a dança e vídeo.

Com esses seguimentos de artes envolveremos crianças, adolescentes, jovem, adultos e idosos ao lúdico, promovendo o saber, o fazer, igualdade racial e sociocultural.

De acordo com as palavras de nosso pensador e formador de políticas públicas, Abdias dos Nascimentos a população branca obtiveram cotas para educação desde 1500 e só agora chegou a oportunidade dos afro brasileiros.

(Veja anexo ao PECPI vídeo documentário do projetos em foco Ser Consciente)

Justificativa

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Objetivo Geral:

• Estruturar a ACRA remunerando os profissionais envolvidos (artes educadores), dando continuidade aos projetos “Ginga Educativa” e “Ser Consciente”, para permanecemos e podermos ampliar o acesso de crianças e adolescentes aos bens culturais e de patrimônio imaterial.

Objetivos específicos:

• Construção da cidadania;

• Garantir os direitos da criança e do adolescente;

• Continuar contribuindo com educação complementar;

• Promover a melhoria de desempenho na educação formal de crianças e adolescentes moradores dos bairros periféricos;

• Estimular a auto-estima;

• Fortalecer senso de identidade cultural;

• Contribuir para desenvolvimento da cidade, gerando a inserção social digna de crianças e adolescentes que vivem em risco e em desvantagem social;

Objetivos

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• Placa na fachada da sede da Associação de Capoeira Raízes de Aruanda, situado no Bairro Sol y Mar;

• Placa na fachada do Espaço Cultural Manoel Vieira Neto, situado no Bairro Novo Horizonte;

• Camisetas e calças de capoeira com logomarca da empresa patrocinadora e da ACRA;

• Logomarca em todos o material de divulgação das atividade e eventos internos da ACRA;

• Apresentações de capoeira, maculele, samba de roda em eventos do patrocinador;

• Convênio da ACRA e patrocinador para aulas de capoeira para funcionários e filhos de funcionários da empresa patrocinadora;

• Registro cronológico em fotografia e vídeo das atividades realizadas nos projetos para histórico da parceria entre a ACRA e a empresa patrocinadora;

ContrapartidaComunicação visual dos projetos com logo marca do patrocinador

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ACRA e ODEBRECHT em parceria de Estrutura Cultural e Patrimônio Imaterial

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Por atrás do cativante sorriso, Mestre Dengo, Manoel da Cruz Vieira por nascimento, traz muito da história da Macaé sofrida. Carukango moderno, Dengo luta contra as desigualdades, atuando nas comunidades mais pobres da região, influenciando gerações de jovens que procuram bons rumos para sua vida. Luta contra as desigualdades físicas dos portadores de deficiências, atuando na AMAC e com os Portadores de Alegria. Da sua vida de menino pobre nas ruas macaenses extraiu experiências que aplica em seus ensinamentos da Capoeira, arte da qual é mestre consagrado, formador de quase todos os mestres de Macaé e arredores.Neste trabalho realizado pela Divisão Cultural da Associação de CapoeiraRaízes de Aruanda apresentamosa vida, a obra e os projetos futuros, desse homem de tradição ancestral e olhos para o Futuro.

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A partir do século XVI, milhões de negros foram trazidos da África, pelos colonizadores portugueses, para se tornarem

escravos nas lavouras da cana-de-açúcar.

Nações africanas foram subjugadas e cruzaram o Olokum

(o oceano) como animais em navios negreiros.

Portos do tráfico como Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro foram seus pontos de chegada. As cargas como eram denominados os negros eram perdidas em grande parte, por falta de condições sanitárias, de alimentação e maus tratos. Se ficaram perdidos em um primeiro instante longe do seu Ilê Aiyê, da terra mãe África, exposto ao banzo e apatia, ao contrário do que muitos pensam, os negros não aceitaram pacificamente o cativeiro. Rebeliões, fugas, escaramuças estão registradas em livros e documentos oficiais, demonstrando que o negro lutou muito por sua liberdade.

Ao resistirem e fugirem das fazendas e povoados agruparam-se

em comunidades denominadas quilombos, locais de

difícil acesso para o colonizador, de onde podiam se defender

e atacar conforme as necessidades. O maior desses quilombos

foi criado em Pernambuco no século XVII, na Serra da Barriga,

uma região conhecida como Palmares. Ali formou-se uma espécie de Estado africano com pequenas povoações chamadas mocambos e uma hierarquia onde um dos seus líderes foi Ganga-Zumbi.

 

 

 

 

Breve História da Capoeira

A necessidade de lutar sem contar com o recurso de armamentos gerou a utilização de uma forma de utilizar o corpo como arma letal, e embora não haja registros reais de quando começou supõe-se que o Quilombo de Palmares foi o berço da Capoeira.

Uma das ilustrações do Manuscrito de Mestre Pastinha

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Funcionalmente luta de ataque e defesa, a Capoeira como a religiosidade africana foi disfarçada em dança. Assim podia facilmente ser disseminada entre os cativos sem levantar suspeitas, desenvolvendo-se como forma de resistência. Abolida a escravidão, e até um pouco antes ganhou os portos e seus freqüentadores, negros de ganho e desempregados, que frente a fome e ao desemprego utilizavam a capoeira como forma de tomar o que lhes era necessário para sobreviver. Acabando por adquirir um caráter marginal que atravessou anos. Durante décadas a Capoeira foi proibida no Brasil.

A partir da década de 30, quando a Capoeira foi vista como esporte pelo então presidente, Getúlio Vargas ganhou a liberação necessária para desenvolver-se e hoje ser o esporte nacional que é. De lá para cá graças, principalmente, ao grande Mestre Pastinha que jogou Capoeira até os 79 anos, gerações de angoleiros foram formadas.

Mestre Pastinha (1889-1981) Pastinha já foi a África, Pastinha já foi a África,

prá mostrar Capoeira do Brasil...”

Para saber mais leia:

Capoeira Angola – Mestre Pastinha – Fundação Cultural do Estado da Bahia

Capoeira Os Fundamentos da Malícia – Nestor Capoeira –Editora Record

Galo já cantou – Nestor Capoeira – Arte Hoje Editora

Capoeira Angola na Bahia – Mestre Bola Sete – Fundação das Artes- Empresa Gráfica da Bahia

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A infância de Manoel da Cruz Vieira , Mestre Dengo, foi ligada ao trabalho e ao estudo. estudava no colégio Grupo Escolar Visconde de Araújo onde concluiu o primário.Começou a trabalhar muito cedo, aos 8 anos de idade, seu presente foi uma marreta e com ela acompanhava seus irmãos para a pedreira no bairro Miramar, atrás do Castelo, hoje uma Faculdade.Quebra pedra e carrega almoço para trabalhadores da rede ferroviária Leopoldina na Imbetiba no seu carrinho de madeira que também servia para vender laranja .O menino Manoel morava no Visconde e saía a pé, passava no Miramar, retornava no Visconde, passava pelo Cajueiro, chegava finalmente à Imbetiba. Esperava todos terminarem de almoçar e retornava depressa para ir para a aula.Nos finais de semana vendia bolinho de aipim na porta dos cinemas Tabuada e Cine Santa Isabel. Foi engraxate, carregador de mala, vendedor de laranja, picolé, cerveja etc.Para sobreviver na rua, onde outros meninos maiores roubavam a mercadoria dos menores aprendeu a lutar.Mas, mesmo com tantas dificuldades, ainda havia tempo para brincadeiras nas poucas horas vagas. Aí era hora da bola , das cafifas, bolas de gudes e o popular taco. A infância pobre favoreceu um lado meio primitivo, ancestral. Caçava de atiradeira, pescava de cesto nos brejos, rios e locas. Com meus irmãos para pegar preá, pássaro do brejo, saracura ,frango d`água,pato d`água. Peixes, pegava com as mãos, arrastão, caniços, para ele tudo era festa.Até hoje quando lembra desse tempo o sorriso ilumina seu rosto. E é fácil ouvi-lo dizer: “Tempo bom, tempo que não volta mais... Agradeço a meu pai e a minha mãe, por tudo que eles fizeram por mim, a educação, os trabalhos para não ficar a toa nas ruas, a minha infância não foi das melhores, mas foi a que tivemos na época, e muito me auxiliou.

Manoel da Cruz Vieira

Mestre Dengo

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Começou na capoeira na década de 70, na época ouvia o projeto Minerva, programa que falava da história dos escravos fugitivos, do folclore e das danças afro-brasileiras. Ali conheceu as maltas do Rio de Janeiro e ficou impressionado com as lendas. Sua mente viajava. Ia para um campo e ficava jogando pernas pra cima, pro lado, até sair alguma coisa. Quando interrogado não lembra com quem conseguiu um livro de “Capoeira Sem Mestre”. Olhava as figuras e procurava repetir os movimentos. Até que chegou um primo e falou: “ se você gosta, vá a luta, não desanime. Você vai ser um bom capoeira. Isso o incentivou e lhe me deu muita força na época .

Finalmente o menino que queria ser capoeira conheceu o Levi Pirulito. Assim era chamado o amigo que mais tarde viria a ser seu mestre, possuidor da vivência necessária para seu desenvolvimento. Levi começou a ensinar a Dengo o que era certo e corrigia o errado. Treinavam em um campo de futebol no Morro de Santana, na praia do Farol, dentro de casa, na rua , não havia lugar certo para treinar.

Depois de algum tempo que estavam junto, Levi foi morar no município de Caxias –RJ- deixando-o muito triste. Ele não era mestre até então, mas ajudou muito com seu aprendizado de academia , enquanto a de Dengo era somente de rua .

Batida de

urucungo

no coração...

Mestre Dengo e Mestre Levi, nos dias de hoje,no Encontro de Vadiagem promovido pela Associação Raízes de Aruanda, e que recebe capoeiristas de todo o Brasil.

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Na época em que Levi deixou Macaé, outro grupo de capoeira era formado por João Augusto, Joel, Bené, Ninito, Pones Preto Rico - in memorian Lucio Medina. Embora o ritmo da capoeira deles fosse muito rápido, para não ficar sozinho Dengo resolveu aderir, embora seu estilo fosse o do jogo de capoeira de Angola,mais devagar. O Augusto era ligado a turma de Campos e através dele o professor Pavão aceitou ficar com o grupo. Anos depois chegando à mestre, Pavão graduou a todos. O nome escolhido por Levi para o grupo foi “Silêncio com a Fera”. Com o passar do tempo o grupo se desfez e Dengo integrou o Grupo de Capoeira Angonal (1980) onde devotou 19 anos de sua vida de capoeira. Saiu do Angonal e com os seus alunos fundou a Associação de Capoeira Raízes de Aruanda, cuja finalidade é resgatar e preservar a cultura negra , organizar trabalhos sociais ajudando a todos aqueles que necessitam do apoio da nossa arte. Além de trabalhar para educar as crianças seja onde for oferecendo uma melhor qualidade de vida e trabalhando a sua auto-estima. Afinal de contas, a capoeira é uma filosofia de vida, costuma dizer Mestre Dengo.

Atualmente, o menino pobre de muito trabalho e pouco tempo para estudar, recuperou o tempo e cursa Normal Superior na Funemac. “Meu objetivo é auxiliar os jovens muito mais além da prática da Capoeira de Angola”, resume o mestre.

 

 

 

 

 

De “Silêncio com a Fera” a “Raízes de Aruanda”...

Formatura de

Capoeira Angonal

1987

Mestre Dengo em 1982 com contra-mestre

Playboy, Lameiro e o saudoso Mestre Boca

Mestre Dengo e Mestre Levi

1974

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Macaé, município do Rio de Janeiro está se preocupando mais com sua cultura, reavaliando a importância de suas raízes africanas na formação social, econômica, política e cultural da cidade. Desenvolvida inicialmente pelo trabalho dos negros escravos vindo para o Brasil, Macaé é hoje internacionalmente conhecida pela exploração e beneficiamento do petróleo, cresce todo dia com a população que para ela se desloca em busca do Eldorado, porém incorpora às suas benesses uma sofrida massa de excluídos. Expostos a falta de qualificação profissional, a ausência em governos passados de uma política voltada para seus problemas, os afro-descendentes que são a metade da população encontram-se em grande parte excluídos e entregues às discriminações raciais e sociais.

A partir dessa perspectiva a Associação de Capoeira Raízes de Aruanda que há muitos anos atua em Macaé pretende ampliar nas escolas e comunidades o nível de informação dos macaenses no que diz respeito a duas vertentes culturais brasileiras- a Capoeira e a Percussão. Heranças ancestrais incorporadas a autodefesa e religiosidade dos afro descendentes respaldarão a iniciativa de levar a crianças, adolescentes e jovens, maiores noções de cidadania. E ainda garantirão a percepção deles da capacidade de melhorarem a auto-estima, além de obterem maior noção de sua identidade com as suas raízes africanas e a importância destas no contexto de formação do povo brasileiro e do país.

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Utilizando desde 1999, recursos financeiros de seus associados no desenvolvimento de seus projetos, a Associação de Capoeira Raízes de Aruanda é um exemplo de resistência cultural. Com sede própria no Bairro Sol e Mar e Novo Horizonte; conta com instalações apropriadas para a prática da Capoeira e realização de eventos de médio porte. Todos os seus projetos e eventos são documentados em áudio, vídeo e fotografias. Está montando sua biblioteca e videoteca voltada para a temáticas afro-brasileira e de cultura artística.

Homenagem à Escrava Anastácia e Celebração do 20 de Novembro – Dia Nacional da Consciência Negra – Homenagem à Zumbi dos Palmares

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Embora sem apoio governamental, e de empresas privadas, o sonho do menino Manoel (Mestre Dengo) é hoje uma realidade. Na vida sócio-cultural de Macaé, Raízes de Aruanda sempre esteve presente em eventos como: Fest Verão – com o Encontro de Vadiagem com presença de capoeiristas de todo o Brasil; Dia Internacional da Mulher – atuando com a Corafro, ONGs e Secretarias; Desfiles comemorativos da cidade de Macaé, Fóruns, Debates, Exposições promovidos por órgãos como a Fundação Macaé de Cultura, Corafro/Seppir, Conselhos e outras Secretarias. Além disso promove eventos anuais como:

·        A Feijoada dos Pretos velhos no dia 13 de Maio com a reflexão da Abolição,

·        Festival de Dança de Capoeira com os Portadores de Deficiências,

em sua 3ª edição em 2006

·        Comemoração de Zumbi – 20 de novembro – Homenagem à Escrava Anastácia.

 

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2006 – 3º Festival de Dança de Capoeira para Portadores de Deficiências Teatro Municipal de Macaé 21 de maio

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Participa de projetos como o Art-Luz, Macaé Odara, Samba dos Ancestrais, Somos todos brasileiros e Brasil 500 anos, da Fundação Macaé de Cultura e Secretaria de Educação, entre outros.

Desde outubro de 2005 a Associação de Capoeira Raízes de Aruanda vem realizando mensalmente, com o compositor e violonista Jorge Benzê e o poeta, compositor e percussionista Julio Mendes, o evento “Encontro das Raízes”. Um encontro onde se mescla capoeira, jongo, afoxé, samba de roda e samba de raiz com o intuito de levar o melhor da nossa música afro-brasileira à população macaense. O evento tem ainda a participação de grupos de afoxé de Macaé e Rio das Ostras e apresentações de músicos convidados.

Intercâmbios culturais 

Mestre Dengo promove através da instituição, intercâmbios com grupos do Brasil e do exterior visitando o Jongo da Serrinha e o Jongo de Valença, Quissamã, Machadinha, Lapa no Rio de janeiro, Caxias (RJ), Bahia em locais como Salvador, Vitória da Conquista, Santo Amaro; e ainda São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG). Estendendo-se ainda a países como França, Austrália,Espanha e Indonésia.

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Encontro das Raízes é um evento mensal realizado com o objetivo de levar às comunidades vários aspectos da Cultura Afro-Brasileira. Através da capoeira,maculelê, afoxé, jongo e samba de raiz, Raízes de Aruanda é um espaço de resistência cultural, um verdadeiro quilombo urbano.

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Intercâmbios Culturais

Jongo da Serrinha

Madureira

Rio de Janeiro -RJ

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Intercâmbios Culturais

Jongo da Serrinha

Madureira

Rio de Janeiro -RJ

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Intercâmbios Culturais

Jongo de Valença

RJ

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Espaço Cultural Manoel Vieira NetoNovo Horizonte

Evento de intervenção artística

2010

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CNPJ – 03.701.308.0001.52

Av. Carlos A. T. Garcia, 2020 - Sol Y Mar - CEP. 27940-290

Macaé – Rio de Janeiro – Brasil

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