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CÂMARA CASCUDO e os Olhos da Cidade: A importância dos espaços públicos de contemplação PERSPECTIVAS DA QUALIDADE DO AR EM NATAL ANO 1 VOL. 5 Nº 5 OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2015 ISSN 2446-9254 ISSN 2447-0295 (on line) POTENGI: A Cidade deu as costas para o seu rio? D. NIVALDO MONTE: Aventura Humana: o homem em defesa da natureza LIÇÃO DE VIDA: Juarez Silva, um visitante do Parque muito especial BIOCOMBUSTÍVEIS: Metodologias e práticas de orientação a estudantes

PARQUE REVISTA 5 PARTE 1 - natal.rn.gov.brnatal.rn.gov.br/semurb/revistas/file/revista_parque_201510.pdf · indignado. O presidente da Ong Baobá, ... e, consequentemente, a sua exposição

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CÂMARA CASCUDO e os Olhos da Cidade:A importância dos espaços públicos de contemplação

PERSPECTIVAS DA QUALIDADE DO AR EM NATAL

ANO 1 VOL. 5 Nº 5 OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2015 ISSN 2446-9254 ISSN 2447-0295 (on line)

POTENGI:A Cidade deu as costas para o seu rio?

D. NIVALDO MONTE:Aventura Humana: o homem em defesa da natureza

LIÇÃO DE VIDA:

Juarez Silva, um visitante do Parque muito especial

BIOCOMBUSTÍVEIS:Metodologias e práticas de orientação a estudantes

Fernando Medeiros

Notícias....................................................................................5

Olhos da Cidade.....................................................................10

Potengi, um rio surrupiado aos natalenses.........................12

Aventura Humana ...............................................................16

Perspectivas da qualidade do ar na Cidade de Natal-RN.........................................................18

Caravana dos biocombustíveis: metodologias e práticas de orientação a estudantes............25

SUMÁRIO

EXPEDIENTEEDITORIALUm Meio Ambiente para todos

Por mais que estejam enraizados em nós os desejos de socialização e comunhão com a natureza, se observarmos com cuidado, concluiremos que vivemos em um mundo de exclusão. Assim, os que podem excluir, constroem os muros, as grades e as cercas, destroem a natureza, especulam os solos urbanos, manobram as massas populares, alienam-nas. Invocam o direito à propriedade, como se este, em absoluto, superasse os direitos à liberdade, ao meio ambiente são, à dignidade da pessoa humana, enfim, aos direitos mais importantes e relacionados à vida, que de tão fundamentais, integram naturalmente o espírito humano sob a forma de desejos.

Como o Mestre Câmara Cascudo observa, “Pelo gosto natural da burguesia não havia jardim público nem parque, nem alameda, nem miradouro. Tudo era terreno-para-construir”. Descreve assim, a tão comum sobreposição da mera vontade personalíssima, ao direito natural da pessoa humana, de desfrutar, por exemplo, de uma vista bonita, de um espaço de contemplação que seja patrimônio de todos. Desse conflito de direitos, surgem os problemas urbanos de uso e ocupação do solo, precariedade de infraestrutura pública, segregação social, dentre outros, como o que também nos aponta Airton de Grande, diretor do documentário “Rio Contado”, ao referir-se ao nosso Rio Potengi, outrora vivo, vibrante, socialmente pitoresco e hoje praticamente cercado, negado ao cidadão comum pelas barreiras exclusivas da propriedade.

Neste espírito reflexivo e de conscientização ambiental, trazemos aqui também nesta edição a reflexão de Dom Nivaldo Monte outro grande mestre, que chegou a compreender profundamente a alma humana e a sua ligação com a natureza. Ele entende o caminhar humano sobre a terra como uma aventura em meio a tantos mistérios e riquezas, como os contidos em um simples punhado de terra onde “vive e palpita mais força, vida e mais ternura que em todos os mundos reunidos”. Como bem diz o mestre e patrono do Parque da Cidade, o homem não é um mero expectador da natureza. Deve valer-se da sua inteligência e da sua liberdade para escolher bem as alternativas. A resposta para que rumos devemos seguir já está materializado nos sistemas jurídicos e em cada um de nós, como já dito, em forma de desejos que se encadeiam, se completam: paz, liberdade e harmonia. Cabe a cada um de nós sair da idealidade do desejo para a sua materialização através da conscientização e do efetivo exercício da cidadania.

Prefeitura Municipal de Natal

Carlos Eduardo Nunes AlvesPrefeito

Wilma Maria de FariaVice-Prefeita

Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo

Marcelo Caetano Rosado Maia BatistaSecretário

Organização

Carlos Eduardo Pereira da Hora (Coordenador)Fernando Antonio Carneiro de MedeirosVilma Lúcia da Silva

Colaboradores

Jamila Lorena de Freitas PereiraLuanna Nari Freitas de LimaSamya Maria Queiroz MaiaUilton Magno CamposWagner de França Alves

Diagramação

Fernando Antonio Carneiro de Medeiros

Fotografias

Acervo Airton de GrandeAcervo ‘‘A República’’Acervo IHG/RNAcervo Parque da CidadeCanindé SoaresEliezer DantasFernando Antonio Carneiro de MedeirosHaroldo MotaJosé Willime de Moura JúniorWagner de França Alves

Tiragem

1.000 exemplares

Fale Conosco

(84) 3232-3368/(84)[email protected]

Leia Online em

http://www.natal.rn.gov.br/semurb/revistas/index

Nossa Capa

Foto: W. Júnior

Ano I. Vol. 5 Nº 5Out/Dez de 2015Natal/RNISSN 2446-9254ISSN 2447-0295 (on line)

05 NOTÍCIAS

Devastador. É o que podemos dizer da ação do fogo na mata. A Zona de Proteção Ambiental - ZPA 01, onde está instalado o Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte e abriga centenas de espécies da fauna e flora potiguar, não está imune a esse tipo de problema, como aconteceu no domingo, 13 de dezembro, quando o fogo consumiu parte da vegetação do Parque da Cidade e as chamas só foram debeladas graças ao destemor dos funcionários do setor de manejo, que se embrenharam com abafadores e conseguiram salvar a mata já sofrida com a seca.

A falta de chuvas regulares que atinge a região Nordeste e, em especial o Rio Grande do Norte, tem contribuído para agravar o problema. Mas, é a ação criminosa do homem que descarta o lixo e queima o mato para limpar terrenos, que tem afetado rigorosamente as nossas matas e os animais. Atinge também pessoas que moram nas proximidades e são alérgicas à fumaça e sofrem com problemas respiratórios. “É triste ter que respirar tanta fumaça

sem necessidade. Toda vez que isso acontece eu tenho que ir correndo para o hospital fazer nebulização”, diz a moradora Solange Medeiros. E ela não esconde a tristeza de ver os animais correndo do fogo e tentando se abrigar nas casas próximas. “Dá uma pena ver os bichinhos correndo com medo do fogo em busca de abrigo nas nossas casas. O fogo expulsa eles do lugar onde nasceram e vivem e isso não está certo” diz, lacônica.

O Parque da Cidade possui uma área de, aproximadamente, 136 Hectares de mata preservada dos biomas Caatinga e Mata Atlântica, com terrenos pertencentes a particulares no seu entorno, onde é possível a ação do homem. São terrenos que integram a ZPA 01 e que não podem ser utilizados para construções. “Vejo muitos carroceiros despejando lixo nos terrenos próximos ao Parque da Cidade. Isso é um crime!”, diz um morador do bairro Pitimbu, que não quer ser identificado por temer represálias. “Alguns deles são violentos quando reclamamos por estarem despejando o lixo que eles trazem de outras áreas da

Seca que castiga a vegetação preocupa funcionários do Parque da CidadeFalta de chuvas regulares descarte de lixo e ações criminosas causam incêndios que prejudicam o meio ambiente e a saude dos moradores da região

Vilma Lúcia da Silva

Assessora de Comunicação do Parque da Cidade

V.5 - N.5 - Out/Dez de 2015 ISSN 2446-9254 ISSN 2447-0295 (on line)

Haroldo MotaHaroldo Mota

cidade para cá”, complementa o morador, indignado. O presidente da Ong Baobá, Haroldo Mota esteve no local fazendo uma vistoria do que foi atingido pelo fogo, a pedido da direção do Parque da Cidade. Segundo ele, foram destruídos mais de dois hectares de mata e, por sorte, nenhum animal foi encontrado morto na região. “Mas, a vegetação foi toda destruída pela ação criminosa do homem”, afirma o ambientalista.

Para o chefe do setor de manejo do Parque da Cidade, Uilton Magno Campos, a população deveria colaborar e não jogar lixo em nenhuma área ou terreno baldio, principalmente próximo a uma área de Proteção Ambiental. Segundo ele, o morador de Natal deve solicitar a coleta regular de lixo e restos de construção civil ou poda à Urbana, por meio do telefone 3232-9999 e solicitar os serviços que ela dispõe sem custos adicionais ao contribuinte.

Os funcionários do setor de manejo do Parque da Cidade têm muitas dificuldades nessa época do ano por causa do lixo acumulado indevidamente. “O setor de manejo fez uma vistoria na área para levantar os danos causados pelo incêndio e tomar as medidas cabíveis para evitar novo incêndio, bem como fazer a recuperação da área”, explica Campos.

Os principais danos causados pelas queimadas são a destruição da vegetação e de habitats. Com a morte de animais e extinção local de espécies da fauna há perda de matéria orgânica no solo e, consequentemente, a sua exposição à erosão.

Além disso, contribuem também para o efeito estufa com a liberação de grandes quantidades de gás carbônico para a atmosfera que causam também a poluição do ar. É um impacto ambiental sem precedentes, sem contar os problemas de saúde que causam.

O desmatamento no Brasil é um dos grandes problemas ecológicos que o país enfrenta na atualidade. O problema é grave no Brasil, tem raízes culturais antigas e profundas e muitas ramificações. Produz sérios prejuízos ecológicos, sociais, econômicos e culturais e não parece estar perto de uma solução definitiva. Os técnicos florestais estimam que o desmatamento, em todo o território brasileiro é superior a 300 milhões de hectares de matas.

06 NOTÍCIAS V.5 - N.5 - Out/Dez de 2015 ISSN 2446-9254 ISSN 2447-0295 (on line)

Haroldo MotaHaroldo Mota

Figura - Derrubada de uma Floresta (J. M. Rgendas, 1820)

O Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte recebe inúmeros visitantes todos os dias. São jovens, crianças, idosos, pessoas de meia idade que buscam uma vida saudável em contato com a natureza. Mas, um, em especial, chama a atenção de quem frequenta ou trabalha no Parque e é visto diariamente caminhando sozinho nas trilhas ou visitando as instalações. É Juarez Francisco da Silva, 53 anos, que é cego e aproveita a segurança e tranquilidade do Parque da Cidade para sua caminhada diária.

Eletrotécnico por profissão, Juarez perdeu a visão total em 2011 devido ao descolamento de retina, glaucoma e catarata. “Em 2006 começou num olho, fui operado, mas depois veio no outro e cegou de vez. Os médicos não chegaram a um consenso do que pode ter acontecido comigo, mas eu acho que a vida estressante que eu levava, a rotina de subir e descer em torres, olhando rápido para cima e para baixo, pode ter contribuído muito”, conta.

Casado e pai de três filhos adultos, Juarez faz questão de manter independência na sua rotina diária e não depender muito das pessoas. Ele confessa que não tem paciência para esperar carona das pessoas e anda a pé ou de ônibus para todo lugar em Natal. Morador do bairro Pitimbu, no entorno, ele vai caminhando pela ciclovia da avenida Omar O´Grady e segue pelas trilhas do Parque da Cidade.

“Vou até a portaria de Cidade Nova pelas trilhas e volto”, comemora. Perguntado como se orienta para não ficar perdido entre as trilhas, ele diz que pelo barulho do vento sabe que direção seguir. “De vez em quando pergunto ao guarda ou aos caminhantes”, revela.

Alegre, de bem com a vida e decidido, Juarez conta que no início da cegueira ficou pensando nas duas opções que tinha: Ficar em casa lamentando até morrer ou se enfrentar mais esse desafio e viver. Ele preferiu a segunda opção e está se saindo muito bem. Hoje, além das caminhadas no Parque, resolve os problemas de casa, vai ao supermercado quando precisa, frequenta o Instituto dos

Cegos, participa de um grupo que aprende musicografia (estuda a música em braile) na Escola de Música e é aluno regular do curso de Gestão Hospitalar na UFRN.

“Fiz o cursinho do DCE/UFRN e ENEM em 2013 e consegui uma vaga na UFRN. É um sonho antigo e que eu achava não ter tempo, porque trabalhar era a minha única prioridade. Vou e volto de ônibus à noite”, ensina. Aposentado, agora Juarez consegue administrar e aproveitar bem o seu tempo com qualidade de vida.

Vizinho, frequentador e admirador do Parque da Cidade, ele elogia a iniciativa do prefeito Carlos Eduardo em preservar essa área que estava sendo degradada por mal uso. Para ele, ouvir os pássaros cantando e o cheiro das

07 NOTÍCIAS

Lição de vida

A rotina e o exemplo de quem passou a enxergar por meio de bengala

Vilma Lúcia da Silva

Assessora de Comunicação do Parque da Cidade

Eliezer Dantas

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08 NOTÍCIAS

plantas acalma. “Se as pessoas levassem em conta o benefício da caminhada para a saúde, usavam mais o Parque para a prática de exercício e aprendiam sobre como preservar o meio ambiente”, ensina.

Conversar com essa pessoa que enxergou até os 49 anos de idade e que se reinventou numa condição desfavorável como a cegueira, é aprender muito como devemos encarar a vida. Juarez diz que o Instituto dos Cegos foi fundamental para ele aprender e aceitar a nova condição e hoje repassa para os que estão chegando. Também encontrou apoio em projetos da UFRN para deficientes, como a CAENE – Comissão de Apoio a Estudantes com Necessidades Especiais e o Laboratório de Acessibilidade, que traduz os textos em braile para quem é cego.

Simpático, ele conversa sobre alguns percalços que tem enfrentado quando sai às ruas. “Às vezes a pessoa quer ajudar o cego e acaba atrapalhando. Outro dia eu entrei num ônibus e fui passar o cartão magnético, um senhor levantou da cadeira e tentou puxar o cartão da minha mão e passar para mim. E ficamos os dois puxando o cartão, até eu dizer que não precisava”, conta sorrindo. “Se alguém quer ajudar um cego, não pegue na mão e puxe-o. Ofereça o braço ou o ombro para que ele se apoie em você e o conduza normalmente, orientando sobre direita, esquerda ou algum obstáculo. Também não tire a bengala das mãos do cego, que é o mesmo que tirar seus olhos. Deixe o cego

descer o ônibus e só precisa orientá-lo”, completa.

Para Juarez, o deficiente não é inválido e deve ser tratado como uma pessoa normal, dentro das suas limitações, claro. “O cego, cadeirante, deficiente auditivo é útil à sociedade, sim!”, finaliza.

Acervo Parque da Cidade

Acervo Parque da Cidade

Acervo Parque da Cidade

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W. Júnior

09Ordem Odonata Libélula

Olhos da cidade...

Luís da Câmara Cascudo*

Uma cidade olha para os horizontes livres, para a paisagem bonita ao redor, com os olhos dos miradouros. São lugares abertos, mirantes com pérgolas, com alguns bancos, um recanto oferecido para a visão panorâmica dos arredores citadinos.

Quando uma cidade cresce, subindo e descendo as colinas, cobrindo com o casario as eminências e declives, é natural que o habitante pobre ou rico tenha o direito a uma impressão de beleza, tanto mais rara quanto maior a cidade se torna.

Os moradores ricos escolhem os pontos mais pitorescos e erguem as residências olhando o rio, o mar, a montanha, o infinito. E chamamos a esse elemento A VISTA, isto é, OLHOS. Dizemos:- a casa de fulano tem uma vista lindíssima.

Aqueles que não têm dinheiro ficam obrigados a dispensar a vista sobre os aspectos sugestivos da cidade.

Atualmente o direito humano vai alcançando essas prerrogativas que eram privilégios alheios. O morador mais pobre está pedindo também que a Cidade lhe dê uma Vista, um ponto bonito, uma alegria visual, interrompendo a melancolia do labor diário, do trágico-cotidiano, como dizia Maeterlinck.

A valorização dos terrenos ergue a vaidade humana pelas orelhas e a leva até perto das estrelas. Pelo gosto natural da burguesia não havia jardim público nem parque, nem alameda, nem miradouro. Tudo era terreno-para-construir. Interessa apenas o individual, o dependente da vontade personalíssima. Quem irá lembrar-se do direito de alguém ter diante dos olhos uma paisagem ridente ou um muro banal?

Essa possibilidade está se firmando como um direito natural, uma das prerrogativas de qualquer criatura humana.

As cidades começaram a oferecer aos seus moradores as perspectivas indefinidas da paisagem circunjacente. São os Miradouros.

Diga-se que o Miradouro não é um direito oferecido ao turista, ao viajante, ao estrangeiro, mas ao homem da cidade, ao morador, ao habitante, o elemento diário e comum.

W. Júnior

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* Texto publicado no Diário de Natal de 05 de janeiro de 1947.

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W. Júnior

Potengi, um rio surrupiado aos natalenses

Acervo Airton de Grande

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* Diretor do documentário ‘‘Rio Contado’’ que traz revelações sobre impactos ambientais no Rio Potengi.

Airton de Grande*

Documentarista e Analista Ambiental

Durante os quase três anos em que percorri as margens do Potengi, muitas vezes só, ficava importunado com uma questão: porque esse rio tão lindo e tão cheio de histórias transmite uma impressão de abandono, de desleixo, de descuido? Será que os potiguares e, em especial, a cidade de Natal, deram as costas ao rio? Fiz essa mesma pergunta que me incomodava a inúmeros entrevistados. E ao fim percebi que sim, Natal deu as costas ao rio. Vejamos.

Embora tenha tido um passado rico, com naus francesas, depois portuguesas e holandesas percorrendo suas águas, embora seja o rio que deu nome ao estado do RN, embora tenha sido o palco de acordos históricos que mudaram os rumos da II Guerra Mundial, o Potengi foi deixado de lado. Exceto pelas memórias do mais antigos, que ainda lembram dos bons tempos de águas limpas e piscosas, o rio é hoje o sinônimo de águas poluídas por esgotos, margens degradas por aterros clandestinos, por carciniculturas que devoram os manguezais. Até o pôr do sol, tão vistoso em tons vermelhos e alaranjados, perdeu força na fala das pessoas. Ele ainda está lá, todos os dias do ano, mas é como se não estivesse, ou não valesse a pena assisti-lo. Por quê?

Tenho cá comigo uma explicação para interpretar esse suposto descaso com o rio: o Potengi foi “surrupiado” às pessoas. Ou seja, o acesso às suas margens foi proibido à maioria da população. Ou, no mínimo, ficou bastante restrito. De um rio que se abria para quem dele se aproximasse, o acesso ao Potengi dos dias de hoje é um verdadeiro malabarismo. Acompanhe.

Figura 1: Rio Potengi e o Bairro Ribeira (início do séc. XX) Foto: Bruno Bougard (Acervo IHG/RN)

Figura 2 - Regatas no Rio Potengi Foto: Autor desconhecido (Acervo IHG/RN)

Figura 3- Pedra do Rosário vista do Rio Potengi - década de 1980 Foto: Garcia (Acervo ‘‘A República’’)

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Comecemos na sua foz, ao lado do Forte dos Reis Magos. De lá podemos ver o finalzinho do rio, que é muito lindo, com a Redinha do outro lado. Mas não há como permanecer muito no local, nem que seja só para admirar... Não há bancos, não há sombra e, água de coco, só se o vendedor estiver ao lado. Namorar ali numa noite de lua, nem pensar; não há segurança. Tentemos mais acima.

O próximo ponto possível seria do alto da própria ponte Newton Navarro, que fornece uma vista espetacular à montante e à jusante do rio. Mas a ponte foi feita para os carros, não para os poetas e amantes! Quem quiser levar as crianças para curtir essa vista surpreendente vai correr sérios riscos, pois não se pode parar de carro ali. E caminhando também não é recomendável. Portanto, subamos o curso do rio mais um pouco.

O próximo ponto possível seria a área do Exército, mas lá também não pode: é do Exército e só militares entram. Depois vem o Iate Clube, mas lá só os sócios têm acesso – ou quem pode pagar, o que já exclui a imensa maioria de cidadãos. Depois vem mais uma área militar, onde está sendo construído o Distrito Naval – novamente, só para militares. E o antigo prédio da Rampa – este sim, uma possibilidade de acesso público e gratuito ao rio – mas ainda está em reformas.

Na sequência temos o Canto do Mangue, uma das paisagens mais típicas e belas de Natal. É pública. Mas quem consegue parar ali? O mau cheiro dos esgotos, somados à sujeira deixada pelos barcos de pesca e restos de peixe espantam até as moscas. Resultado: a gente pode apreciar o rio de lá, mas não consegue.

Depois vem a zona portuária e as empresas de pesca: todas áreas de acesso proibido ao povo! Só sobra uma brechinha no cais da Tavares de Lira, outro ponto importantíssimo da história de Natal, jogado às moscas. Parar lá pode, mas a falta de cuidados e de segurança no local também o torna impeditivo.

Figura 4- Foz do Rio Potengi e panorama de Natal Foto: Canindé Soares

Seguindo acima temos mais empresas de pesca, a Capitania dos Portos, o pátio da CBTU – e nada de haver um lugarzinho para sentar e admirar o rio... Vem a avenida do Contorno, donde se pode ver o rio – mas sob um sol escaldante, pois não há sombras – e a Pedra do Rosário – aqui sim um ponto para admirar o rio. Há alguns bancos, o acesso à vista é amplo, mas tem que ficar torrando no sol. À noite pode, mas o risco de assalto é muito grande. Quem arrisca?

Continuando, temos apenas mais uma chance: o bairro do Passo da Pátria. Sim, o bairro fica às margens do rio, mas sua orla – que é a mais linda de Natal – tem calçadas deterioradas e sem qualquer ação do poder público. Excetuando os próprios moradores, ninguém se atreve a visitar o bairro apenas para ver o rio, ou passear ou descansar. O temor da violência e a inexistência do aparato público geram essa limitação.

Quer tentar ir mais pra frente? Pois bem, vai encontrar a Base Naval, outra área militar, cujo acesso é restrito. E finalmente, um pouco acima, a ponte do Igapó – de onde se pode ver o rio, mas sem conforto e segurança. Se continuar subindo por essa margem vai encontrar inúmeras ocupações irregulares, empresas abandonadas, aterros e... perder de vista o Potengi, pois o Potengi mesmo sobe para as bandas de São Gonçalo, escondido pela Ilha do Encantado. Do lado de cá continua sendo o estuário do Potengi, mas com o aporte do rio Jundiaí, que vem de Macaíba.

Natal, de fato, deu as costas ao Potengi. E o rio, berço da cidade, ficou um tanto esquecido. Hoje se fala em revitalização de suas águas, o que não é impossível. Mas tão ou mais importante que isso é devolvê-lo ao carinho dos natalenses e potiguares. E para tanto, o acesso às suas margens tem que ser novamente permitido. As barreiras ao afeto só serão removidas quando caírem também as barreiras físicas.

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Ana Lúcia Araújo

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W. Júnior

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Aventura Humana*Fernando Medeiros

Dom Nivaldo Monte

Acrcebispo Emérito de Natal Patrono do Parque da cidade

De entre os problemas mais relevantes que vieram e vêm inquietar a mente do homem, desde os primórdios aos nossos dias, sem dúvida alguma ressalta o problema da conservação, da defesa e do aperfeiçoamento da vida. Todos os outros assumem medidas secundárias, diante do inelutável da sobrevivência.

Para se manter vivo, o homem dispõe de um arsenal, mais ou menos generoso, de inclinações instintivas, como a tendência a conhecer, a preservar, defender e aperfeiçoar a vida.

Para isto ele sente, observa, tateia, investiga e experimenta a natureza à procura de alimentos, abrigos e armas, usando, tanto os utensílios que a natureza lhe oferece, como os que a necessidade o obriga a inventar.

Do vara-pau aos mísseis, como armas; das sandálias aos aviões a jato, como transportes; das cavernas aos arranha-céus, como abrigos; das cerâmicas às utilidades eletrônicas, como utensílios; do fogo ao átomo, como fontes de energia, o homem procura dominando a terra torná-la menos agressiva e mais acolhedora e produtiva.

Da parte do homem, ele está condicionado por faculdades físicas, sensitivas, afetivas, artísticas, morais, espirituais e místicas, enquanto a terra, para que o mesmo possa sobreviver, oferece-lhe o solo, o ar, a água, a luz e o calor.

Feito do limo da terra o homem guarda sua dependência original com sua Mãe Comum, Dela tudo recebe: seu calor, a sua força, a sua vida.

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* MONTE, Dom Nivaldo. Fome! Por Quê?. Natal: Gráfica JB, 2003, p. 9-10.

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A lenda clássica do Gigante Anteu, que, ferido de morte, refazia- se ao contato de sua Mãe Terra, continua sendo, para todos nós, uma das mais belas expressões da vocação telúrica do homem.

Da mais humilde babugem ao mais agigantado pau d'arqueiro; do germe mais mesquinho ao mais avantajado paquiderme, todos os seres vivos e, entre eles, o homem, encontram sua razão biológica de viver porque a terra existe.

Aí está, para nós, por que num só punhado de terra vive e palpita mais força, vida e mais ternura que em todos os mundos reunidos,

É do equilíbrio: solo-gente, terra-homem que se situa o bem-estar e o desenvolvimento da pessoa humana. Rompido esse equilíbrio, o mal-estar se instala no indivíduo e na sociedade, enquanto o subdesenvolvimento assume medidas de permanência. Tudo que sucede na terra afeta profundamente a existência do homem. .A relação entre ambos é tão íntima e tão profunda que, se a terra vai bem, estamos a meio caminho do bem-estar do próprio homem. De outro lado, se o homem não vai bem, a terra se ressente, degrada-se, toma-se selvagem.

Não sendo o homem um mero espectador da natureza, mas, por sua relação íntima com a mesma, parte integrante do ecossistema, faz com que o problema de um reflita sobre a existência do outro. A única diferença é que o homem, por sua inteligência e por sua liberdade, pode escolher alternativas; não, porém, a terra. Daí competir ao homem assumir a liderança, na ação, no intuito de defender, conservar e aperfeiçoar a natureza, em função de uma relação cada vez mais harmônica entre os dois.

Fernando Medeiros

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Wagner França

Cyrtopodium holstii Orquídea-Coqueirinho

Caravana dos biocombustíveis: Metodologias e práticas de orientação a estudantes Acervo Lucas Gabriel

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Victor Arthur Arruda Marcelino de Oliveira

Marjorie Andrade Teixeira de Souza

Mayra Lima do Nascimento

Lucas Gabriel Alves Ferreira

Luanna Fernandes Silva

Universidade Potiguar, Natal, RN. Av. Senador Salgado Filho, 1610 – Lagoa Nova – Natal – RN, Brasil – CEP: 59.056-000

Resumo

Nos últimos anos, o mundo tem acompanhado uma incessante pressão sob a capacidade dos países na extração de petróleo, visto que este, segundo especialistas, pode acabar em alguns anos. Surge então, como uma fonte de energia renovável e possível solução para esse e outros problemas, a figura dos biocombustíveis, detentores de um importante papel na transformação da matriz energética brasileira e mundial, tendo como destaque na sua elaboração, o Brasil, por ser possuidor de importante conhecimento na área, em particular na produção de etanol proveniente da cana-de-açúcar. Considerando tais informações, a presente pesquisa teve como objetivo desenvolver uma consciência ecológica para que os jovens conheçam alternativas sustentáveis de combustíveis. A partir da realização da pesquisa, pode-se verificar que a aplicação de metodologias diferenciadas com abordagem sobre temas relacionados à preservação do meio ambiente pode auxiliar em uma melhor orientação para diversos jovens quanto à necessidade de mudanças na sociedade de modo a adotar medidas sustentáveis em diversos âmbitos.

Palavras-chave:Biocombustíveis, sustentabilidade, Brasil, conscientização.

1 - Introdução

Biocombustível é o combustível de origem biológica não fóssil, sendo que normalmente é produzido a partir de uma ou mais plantas (Andrade et al, 2010).

Sabe-se que todo material orgânico gera energia, mas o bicombustível é fabricado em escala comercial a partir de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, mamona, soja, canola, babaçu, mandioca, milho, beterraba, algas. A importância da utilização desse tipo de combustível está atrelada ao fato de que a partir

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do final do século passado, os impactos ambientais têm recebido grande destaque, e, hoje, a preocupação com questões ambientais, como o aquecimento global, é bastante difundido internacionalmente (DIAS, 2007).

Com o protocolo de Kyoto, exigências mais rígidas acerca das emissões atmosféricas foram feitas aos países mais desenvolvidos. As indústrias, então, tinham que se tornar mais sustentáveis, mas não havia interesse em perder a sua competitividade. Uma das alternativas foi o desenvolvimento de combustíveis mais limpos que pudessem substituir, sem prejuízo econômico, os combustíveis tradicionais (fósseis), responsáveis por grande quantidade de emissão de CO (LAINE, 2008).2

Os biocombustíveis são derivados de biomassa renovável que podem substituir, parcial ou totalmente, combustíveis derivados de petróleo e gás natural em motores a combustão ou em outro tipo de geração de energia. Para atingir a sustentabilidade, o uso de biocombustíveis era essencial, pois se trata de um combustível baseado em recursos renováveis enquanto que os combustíveis fósseis são baseados em recursos não renováveis, isto é, que um dia acabará, e, segundo o princípio de sustentabilidade, o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras.

Além disso, o uso dos biocombustíveis reduziria a dependência energética em relação aos combustíveis tradicionais, que são bastante vulneráveis às instabilidades da política internacional (Santos et al, 2009). Uma importante vantagem é que, em relação às emissões atmosféricas e à contribuição ao aquecimento global, o ciclo do carbono dos combustíveis fósseis é comprometido enquanto que o dos biocombustíveis é um ciclo fechado. O ciclo do carbono são as diversas transformações que o carbono sofre ao longo do tempo. É o motor químico que fornece energia e massa à maior parte dos seres vivos, além de estar intimamente relacionado com a regulação da atmosfera global e consequentemente com o clima.

Com a industrialização e a intensificação da queima de combustíveis fósseis pelas atividades humanas, a emissão de gás carbônico para a atmosfera tornou-se maior que a capacidade natural de absorção. Ou seja, o carbono que estava armazenado no solo e nos oceanos durante milênios passa a ser jogado pelas atividades humanas de volta para atmosfera em um espaço de tempo muito curto, impossibilitando que o ciclo natural o traga de volta para os reservatórios. Ao contrário disso, os biocombustíveis teriam seu ciclo fechado, pois o que seria emitido no processo de combustão seria compensado pelo que é absorvido na produção da planta energética através da fotossíntese.

O que acontece é que, conforme o mercado desse produto foi crescendo e se tornando mais lucrativo, os grandes produtores demonstraram que, acima de qualquer preocupação com a questão ambiental, eles desejavam produzir e lucrar mais (COSTA NETO et al. 2000).

Os biocombustíveis nesse contexto passam a se chamar de “agrocombustíveis”, pois passam a ser uma nova alternativa de lucro para os grandes produtores agrícolas, que tendem a preferir produzir o combustível a produzir alimentos. Deste modo, a produção dos biocombustíveis passou a ameaçar o meio-ambiente, pois contribuía para a desflorestação (no Brasil: expansão da fronteira agrícola), emitindo CO e reduzindo o seu estoque no solo, e, sem muita preocupação com as questões ambientais, 2

o consumo de água era elevado e o uso de fertilizantes indiscriminado, poluindo os cursos d'água e lençóis freáticos.

Além disso, com mais estudos sobre a nova tecnologia, foi descoberto que, dependendo da eficiência da planta energética em absorver o nitrogênio fixado nos fertilizantes, o processo de transformação da planta em biocombustível pode contribuir tanto ou mais para o aquecimento global do que para a sua minimização. Pois, fazendo-se o balanço de N O liberado com CO evitado, e sabendo-se que o óxido 2 2

nitroso tem potencial de aquecimento global (GWP) 310 vezes o do dióxido de carbono, não é difícil de prever que o biocombustível pode ser também bastante impactante à atmosfera, no que se refere ao aquecimento global.

Os biocombustíveis são fontes de energia renováveis oriundas de produtos vegetais e animais. As principais matérias-primas para a produção são a cana-de-açúcar, beterraba, sorgo, dendê, semente de girassol, mamona, milho, mandioca, soja, aguapé, copaíba, lenha, resíduos florestais, excrementos de

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animais, resíduos agrícolas, entre outras. Produzidos a partir de fontes renováveis, o etanol e o biodiesel, dois dos principais biocombustíveis utilizados no Brasil, contribuem para mitigar as mudanças climáticas e reduzir a poluição atmosférica.

Hoje, o etanol brasileiro gerado a partir da cana-de-açúcar tem o menor custo de produção e o maior rendimento em litros por hectare do produto. Todos os seus subprodutos são aproveitados: da fabricação do etanol temos a vinhaça e a torta de filtro, utilizadas como fertilizantes, e com a queima do bagaço da cana há a cogeração de energia. Com o aproveitamento da celulose existente no bagaço, estão sendo desenvolvidas pesquisas para o uso comercial do etanol de segunda geração, o etanol do futuro, que pode ampliar a capacidade de produção em até 40% sem aumentar as áreas plantadas de canavial, trazendo mais produtividade, eficiência e sustentabilidade no ciclo de produção.

Considerando tais informações, a caravana do biocombustível tem como objetivo desenvolver uma consciência ecológica para que os jovens conheçam e entendam alternativas sustentáveis de combustíveis.

2 - Material e Métodos

Para alcançar os objetivos propostos, escolas do município de Natal foram pré-selecionadas de acordo com a concordância em participar da pesquisa.

Após a seleção das escolas, foram realizadas visitas individuais de modo a confirmar o consentimento prévio por parte do diretor de cada instituição de ensino e professores envolvidos. Tal consentimento foi dado a partir da assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido no qual o responsável concorda em participar da pesquisa e autoriza o envolvimento dos alunos e publicação dos dados obtidos.

As visitas foram realizadas no período de setembro de 2015 a novembro do mesmo ano, sendo que cada escola foi visitada duas vezes e dentro de cada uma delas, as turmas do nono ao primeiro ano foram envolvidas no estudo.

Inicialmente, a cada visita, foi realizada a apresentação dos integrantes da pesquisa, sendo também explicado o objetivo do trabalho.Em seguida, foi passado um questionário com o intuito de avaliar o conhecimento dos alunos no que diz respeito aos biocombustíveis e sua importância prática.Após a apresentação pessoal e aplicação de um primeiro questionário, foi ministrado o conteúdo com auxilio de slides e vídeo, sendo posteriormente, passado o questionário novamente de modo a verificar os índices de erros e acertos antes e após o conteúdo ser ministrado.

3 - Resultados

Foram visitadas duas escolas, envolvendo um total de quatro turmas e 147 alunos. No colégio 1, foi possível verificar que no primeiro questionário, na primeira questão houve 92% de acerto, na segunda questão houve 72% de acerto, na terceira questão houve 74% de acerto, na quarta 74% de acerto, na questão 5.1 houve 87% de acerto, na questão 5.2 houve 95% de acerto, na questão 5.3 houve 87% de acerto, na questão 5.4 houve 94% de acerto, na questão sexta houve 90% de acerto e na questão sétima houve 61% de acerto.

Após o conteúdo ministrado passamos o mesmo questionário para obtermos o desenvolvimento dos alunos no assunto. Na primeira questão houve 99% de acerto, na segunda houve 97% de acerto, na terceira houve 70% de acerto, na quarta questão houve 70% de acerto, na 5.1 houve 95% de acerto, na questão 5.2 houve 94% de acerto, na 5.3 houve 90% de acerto, na 5.4 houve 92% de certo, e na sexta houve 87% de acerto e na questão sétima houve 89% de acerto.

No colégio 2, apresentamos o mesmo projeto com os resultados antes da apresentação, na primeira questão 92% de acerto, na segunda 70% certo, na terceira 79% de acerto, na quarta 50% de acerto, na 5.1 houve 70% de acerto, na 5.2 houve 80% de acerto, na 5.3 houve 74% de acerto, 5.4 houve 75% de acerto,

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sexta houve 74% de acerto e na sétima 68% de acerto.

Após, ministrado a aula os resultados foram os seguintes: na primeira 95% de acerto, na segunda 87% de acerto, na terceira 86% de acerto, na quarta 70% de acerto, na 5.1 houve 92% de acerto, 5.2 houve 93% de acerto, 5.3 houve 95% de acerto, na 5.4 houve 94% de acerto, na sexta houve 73% certo e na sétima houve 92% de acerto.

4 - Discussão

Como podemos ver nos gráficos I (a e b) caiu o número de erros, totalizando 74% dos acertos. Sendo que no colégio 1, são 60 alunos. Como podemos ver nos gráficos II (a e b), caiu o número de erros, totalizando 86% dos acertos. Sendo que são 87 alunos no Colégio 2. Tais índices de aproveitamento podem ser justificados pela dinâmica da aula ministrada, através de questionários, vídeos, e boa distribuição de tempo, observando interesse dos alunos, e respeito com os ministrantes.

Na primeira aula tivemos um pouco de insegurança devido ser a nossa primeira vez em sala de aula, aos poucos fomos fluindo e melhorando, começamos a nos sentir seguros e passar essa confiança para os alunos, podendo assim, ter uma aula mais dinâmica e interação com os alunos, erros que cometemos na primeira escola, não foram cometidos na segunda escola, no caso o Marista, sentamos antes da irmos para a segunda escola para podermos colocar em pauta, o que seria bom acrescentar ou retirar, e assim concluímos que o nosso aproveitamento como ministrantes foi melhor no colégio 2. No entanto, tem-se que no colégio 1 temos menos alunos do que no Colégio 2, então os resultados de aproveitamento do 1 foram melhores que o Colégio 2.

5 - Conclusão

A partir da realização da pesquisa, pode-se verificar que a aplicação de metodologias diferenciadas com abordagem sobre temas relacionados à preservação do meio ambiente pode auxiliar em uma melhor orientação para diversos jovens quanto à necessidade de mudanças na sociedade de modo a adotar medidas sustentáveis em diversos âmbitos.

Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer à professora Luanna Silva, à coordenação e equipe do colégio Piaget juntamente com os alunos, assim como do Marista e a nossa equipe.

Referências

ANDRADE, Juliano de Almeida; AUGUSTO, Fabio; JARDIM, Isabel Cristina Sales Fontes. Biorremediação de solos contaminados por petróleo e seus derivados. Eclética Química, v.35, n.3, pp. 17-43, 2010.

COSTA NETO, Pedro R.; ROSSI, Luciano F. S.; ZAGONEL, Giuliano F. and RAMOS, Luiz P. Produção de biocombustível alternativo ao óleo diesel através da transesterificação de óleo de soja usado em frituras. Revista Química Nova, 2000, vol.23, n.4, pp. 531-537.

DIAS, Guilherme Leite da Silva. Um desafio novo: o biodiesel. Revista Estudos Avançados, Abr 2007, vol.21, n.59, p.179-183.

LAINE, Jorge. Os biocombustíveis na crise energética e alimentar. Revista Interciência, Ago 2008, vol.33, n.8, p.555-555.

SANTOS, Edmilson Moutinho dos; FAGA, Murilo Tadeu Werneck; BARUFI, Clara Bonomi; POULALLION, Paul Louis. Gás natural: a construção de uma nova civilização. Estudos Avançados, 2007, vol.21, n.59, pp. 67-90.

(a) ANTES (b) DEPOIS (a) ANTES (b) DEPOIS

Gráfico I – Comparação entre o nível de acertos de alunos do colégio 1, antes e após a exposição do conteúdo em sala, Natal, 2015

Gráfico II– Comparação entre o nível de acertos de alunos do colégio 2, antes e após a exposição do conteúdo em sala, Natal, 2015

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29Ordem OrthopteraGafanhoto

Fernando Medeiros

Pôr do sol no Parque da Cidade: Um espetáculo ao alcance de todos

Assim eu comecei a compreender, pouco a pouco, meu pequeno príncipezinho, a tua vidinha melancólica. Muito tempo não tiveste outra distração que a doçura do pôr de sol. Aprendi esse novo detalhe quando me disseste, na manhã do quarto dia :

- Gosto muito de pôr de sol. Vamos ver um...

- Mas é preciso esperar...

- Esperar o quê?

- Esperar que o sol se ponha.

Tu fizeste um ar de surpresa, e, logo depois, riste de ti mesmo. Disseste-me:

- Eu imagino sempre estar em casa!

De fato. Quando é meio dia nos Estados Unidos, o sol, todo mundo sabe, está se

deitando na França. Bastaria ir à França num minuto para assistir ao pôr de sol. Infelizmente, a França é longe demais. Mas no teu pequeno planeta, bastava apenas recuar um pouco a cadeira. E contemplavas o crepúsculo todas as vezes que desejavas...

- Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!

E um pouco mais tarde acrescentaste:

- Quando a gente está triste demais, gosta do pôr de sol...

- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?

Mas o principezinho não respondeu.

(Capítulo VI de ‘‘O Pequeno Príncipe’’, de Antoine de Saint-Exupéry’’)

W. Júnior

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