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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pedagogia
Daniele Maria Domingues Ulian
Renata Jaqueline Domingues Mazo
Rosângela Ruiz Duenhas
PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA
LINS – SP
2016
1
DANIELE MARIA DOMINGUES ULIAN
RENATA JAQUELINE DOMINGUES MAZO
ROSÂNGELA RUIZ DUENHAS
PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação do Prof.ª Dra. Fabiana Sayuri Sameshima e orientação técnica da Profª Ma. Fátima Eliana Frigatto Bozzo
LINS – SP
2016
2
Daniele Maria Domingues Ulian
Renata Jaqueline Domingues Mazo
Rosângela Ruiz Duenhas
PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação do curso de
Pedagogia.
Aprovado em ________/________/________
Banca Examinadora:
Profª Orientadora: Drª. Fabiana Sayuri Sameshima
Titulação: Doutorado em Educação pela Unesp/Marília
Assinatura: _________________________________
1º Prof: Dr. Luiz Carlos de Oliveira
Titulação: Doutorado em Educação Escolar pela Unesp/Araraquara
Assinatura: _________________________________
2º Profª: Sonaria Cristina da Silva Azevedo
Titulação: Especialista em Educação Especial com ênfase em deficiência
intelectual pela UNIFAC/Botucatu
Assinatura: _________________________________
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família que sempre apoiou meu crescimento
intelectual e me ensinou a lutar pelos meus ideais. Se hoje cheguei até aqui,
não tenho dúvidas que o incentivo de vocês contribuiu para a conclusão dessa
etapa.
Daniele Maria Domingues Ulian
Dedico este trabalho aos meus pais Antônio e Marcia que fizeram do meu
sonho real, me proporcionando forças para que eu não desistisse de ir atrás do
que eu buscava para minha vida. Muitos obstáculos foram impostos para mim
durante esses últimos anos, mas graças a vocês eu não fraquejei. Obrigada
por tudo!
Renata Jaqueline Domingues Mazo
Dedico este trabalho a toda minha família que é o meu bem mais precioso, em
especial minha mãe Maria Aparecida, mulher batalhadora e guerreira. Se
Deus me concedesse a honra e a graça de escolher minha mãe, eu com
certeza escolheria você...meu amor maior!!
Rosângela Ruiz Duenhas
4
AGRADECIMENTOS
Previamente a Deus por estar presente em todos os momentos guiando meu caminho e por ter me fortalecido neste percurso.
A meus pais Andreia L. Domingues Ulian e Valdenir R. Ulian que contribuíram para a formação do meu caráter. Obrigado pelo incentivo e pelas palavras de carinho que me ajudaram a lutar pelos meus ideais.
As minhas irmãs Gabriele e Emanuele pela compreensão e paciência nos momentos ausentes.
A meu noivo Pablo Vaceli que maravilhosamente apóia e incentiva meu crescimento intelectual e profissional.
A essa instituição que proporcionou a ampliação de meu conhecimento, a realização deste trabalho e a formação de vínculos com pessoas extraordinárias.
A todos meus professores pelo tempo dedicado a mim e pelo conhecimento compartilhado.
As professoras orientadoras Fabiana e Fátima pela paciência e dedicação que nos orientou com muito carinho no pouco tempo que lhe coube. Obrigado pelas experiências compartilhadas e pela amizade que permitiu a realização deste trabalho.
As minhas amigas Renata e Rosângela companheiras de estudo que proporcionaram uma jornada mais suave na conclusão dessa etapa e que sem dúvida quero presente em vida.
Daniele M. Domingues Ulian
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela dádiva da vida, não seria nada sem a fé que eu tenho Nele.
Aos meus pais Marcia e Antônio, que não mediram esforços para que eu chegasse até aqui, me dando amor, educação, carinho e apoio, sendo meus exemplos, nessa longa jornada que se chama vida.
Agradeço também ao meu namorado Adriano, que compartilhou comigo cada momento de angustia e felicidade, me dando suporte emocional e motivação para seguir em frente e nunca desistir.
Às professoras Fabiana e Fátima pela paciência na orientação, mediação do seu conhecimento, apoio e dedicação na elaboração deste trabalho.
A todos do Programa Escola Da Família que me proporcionou experiências e completar meus estudos.
Agradeço especialmente minha tia Sônia pelo carinho e dedicação na correção ortográfica deste trabalho.
À esta universidade, professores e funcionários, que foram tão importantes em minha vida acadêmica.
Às minhas companheiras de estudo Daniele e Rosângela, pela dedicação, respeito, união e sabedoria que compartilhamos ao desenvolver este trabalho, amigas que levarei em meu coração por toda a vida.
Renata Jaqueline Domingues Mazo
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado força e coragem durante todos esses anos de caminhada para vencer mais uma etapa em minha vida.
A minha mãe Maria Aparecida e meu pai João (in memorian), que são o alicerce da minha vida, sempre me incentivaram e acreditaram em mim e através de seus exemplos me transformaram nessa mulher forte, batalhadora e persistente que hoje sou...minha eterna gratidão!!
A todos os meus familiares, em especial minhas irmãs (Rosana e Roselaine) e meus sobrinhos (João Vitor e Otávio Miguel) que sempre me ajudaram, com certeza esta VITÓRIA teve a participação e presença de vocês.
Aos meus avós maternos (Miguel e Maria), meus avós paternos (Francisco e Maria) e minha tia Helena Luzia, pessoas importantes na minha vida, mas que não estão mais entre nós...saudade eterna!!
A todos os professores que dividiram comigo seu rico conhecimento, paciência e dedicação durante todos esses anos.
As minhas orientadoras Fabiana e Fatima Eliana, pelo carinho, dedicação, paciência e ensinamentos ao longo desses anos que foram essenciais para que tudo desse certo...minha eterna gratidão!!
As minhas companheiras de estudo Daniele e Renata, pelo companheirismo e dedicação, acredito que foi Deus que colocou vocês em minha vida, aprendi muito com vocês, pessoas especiais que guardarei para sempre em meu coração.
Rosângela Ruiz Duenhas
7
RESUMO
O presente trabalho apresenta o tema Participação da Família no Processo de Inclusão de Alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), expondo a importância da inclusão de crianças autistas no âmbito escolar e os desafios da família para lidar com esse transtorno. Nesse sentido a pesquisa foi realizada com o objetivo de identificar a participação da família no processo de inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista da Educação Infantil (EI) e Ensino Fundamental (EF); investigar a concepção dos pais com relação à participação no processo de inclusão de seu filho e coletar informações a respeito da visão de uma família com aluno com TEA inserido na Educação Infantil e outra no Ensino Fundamental. Para a coleta de dados foi elaborado um questionário contendo 17 perguntas abertas relacionadas ao tema da pesquisa contemplando aspectos de: participação dos pais na inclusão de seus filhos, o comprometimento com as atividades escolares e perguntas referentes à visão dos pais sobre a estrutura, conteúdos aplicados e comprometimento da equipe escolar no recebimento do aluno com deficiência. Os questionários foram aplicados para duas mães de alunos com diagnóstico de autismo, matriculados na Educação Básica, sendo uma da EI e outra do EF. A coleta foi realizada no Núcleo de Apoio Integrado ao Atendimento Educacional Especializado, no município de Lins, no mês de outubro de 2016. Os resultados apontaram que as mães participam na prática da vida escolar de seus filhos contribuindo assim para a inclusão. Cabe ressaltar a necessidade do envolvimento e comprometimento dos pais na vida escolar dos filhos para o êxito da inclusão.
Palavras-chave: Família. Inclusão. Transtorno do Espectro do Autismo.
8
ABSTRACT The present work presents the subject Family Participation in the Process of Inclusion of Students with Autism Spectrum Disorder (ASD), exposing the importance of the inclusion of autistic children in the school context and the challenges of the family to deal with this disorder. In this sense, the research was carried out with the objective of identifying the participation of the family in the process of inclusion of students with Autism Spectrum Disorder of Early Childhood education and Elementary School; to investigate the parents' conception regarding participation in the process of inclusion of their child and to collect information about the vision of a family with a student with ASD introduced in Early Childhood Education and another one in Elementary School. To collect data, was elaborated a questionnaire containing 17 open-ended questions related to the research topic, including aspects of: parental involvement in the inclusion of their children, commitment to school activities and questions referring to the parents' view of the structure, applied contents and commitment of the school staff to receiving the student with a disability. The questionnaires was applied to two mothers of students diagnosed with autism, enrolled in Basic Education, one from Early Childhood Education and another from Elementary School. The collection was carried out at the Support Center Integrated with Specialized Educational Assistance in the city of Lins, in October 2016. The results showed that mothers participate in the practice of their children's school life, thus contributing to inclusion.It is necessary to emphasize the need of the involvement and commitment of the parents in the school life of the children for the success of the inclusion. Key-words: Family. Inclusion. Autism spectrum disorder.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABA: Applied Behavior Analysis
ABRA: Associação Brasileira de Autismo
AEE: Atendimentos Educacionais Especializados
AI: Autismo Infantil
AMA: Associação de Amigos Autistas
AUMA: Associação dos Amigos da Criança Autista
CID: Classificação Internacional de Doença
D.O.U: Diário Oficial da União
DSM: Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais
EUA: Estados Unidos da América
FADA: Fundação de Apoio e Desenvolvimento do Autista
LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação
OMS: Organização Mundial da Saúde
ONU: Organizações das Nações Unidas
PECS: Picture Exchange Communication System
TEA: Transtorno do Espectro do Autismo
TEACCH: Treatmentand Education of Autistic and Related Communication
Handcapped Children
TGD: Transtorno Global do Desenvolvimento
10
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11
CAPÍTULO I TRANSTORNO DO ESPCTRO AUTISTA .................................. 14
1 HISTÓRIA DO AUTISMO ...................................................................... 14
1.1 Autismo no Brasil ................................................................................... 16
1.2 Instituições que desenvolvem trabalho com pessoas autistas ............... 16
CAPÍTULO II O PAPEL DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO
ALUNO COM TEA ............................................................................................ 23
1 A FAMÍLIA DE CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS COM TEA ................ 26
2.1 Redes de apoio social para as famílias .................................................. 27
2.2 O papel da família .................................................................................. 27
2.3 A inclusão escolar .................................................................................. 29
2. 4 Lei e diretrizes e base da educação nacional ......................................... 32
CAPÍTULO III A PESQUISA............................................................................. 35
1 Procedimento para coleta de dados ................................................... 35
1.1. Resultados e discussão ......................................................................... 35
CONCLUSÃO ................................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 44
APÊNDICE ....................................................................................................... 48
11
INTRODUÇÃO
Quando uma família recebe um diagnóstico médico de Transtorno do
Espectro Autista (TEA) do filho, sentimentos de frustrações e culpas vêm à
tona, é natural que muitas dúvidas surjam, principalmente sobre o futuro social
e escolar de seu filho. Fatores como a preocupação de como a criança será
aceita pela sociedade, medo de que esta aceitação não aconteça, decisão de
privar o autista dessa possibilidade de interação com a sociedade, que
normalmente se inicia na escola, são pontos importantes vivenciados pelos
familiares.
A posição da família do aluno com necessidades educacionais especiais é apontada como um obstáculo do processo de inclusão educacional, quando esta dificulta a inclusão por não reconhecer as possibilidades da criança. (PAULON; FREITAS; PINHO, 2005, p.26)
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) (BRASIL, 1996), é direito
garantido o ingresso de crianças com deficiência e TEA em escola regular de
ensino, porém para que isso aconteça é necessária uma grande reforma no
sistema educacional, no qual inclui mudanças na adequação do currículo de
maneira que o aluno com necessidades educacionais especiais participe
inteiramente do processo de aprendizagem oferecido na rede regular de ensino
e na sala de recurso, além de professores qualificados e a reestruturação física
da escola de modo que seja possível a locomoção de todos.
A inclusão escolar implica em redimensionamento de estruturas físicas da escola, de atitudes e percepções dos educadores, adaptações curriculares, dentre outros. A inclusão num sentido mais amplo significa o direito ao exercício da cidadania (SERRA, 2004, p.27).
Para Mendes (2006), a inclusão no país depende de um esforço coletivo,
necessitando uma revisão na postura de pesquisadores, políticos, prestadores
de serviços, familiares e indivíduos com deficiência, com o objetivo em comum
que é uma educação de qualidade para todos. De acordo com essa afirmação,
de nada adianta a escola cumprir seu papel diante a inclusão se a família que é
responsável pelo aluno autista não demonstra interesse em colaborar para que
de fato isso aconteça.
Nesse sentido a participação da família em contexto escolar facilita o
12
processo de inclusão de aluno com autismo?
A família é uma instituição social significativa, que contém relações,
comportamentos e valores próprios. Pais de autistas possuem a capacidade de
perceber bem cedo, alterações e carências de comportamentos que nenhum
profissional perceberia, isso se dá pelo fato de que a família acompanha a
criança desde seu nascimento e corresponde pelo caráter e comportamento de
seus filhos, contudo é nesta instituição social que a criança se sentirá mais
segura e mais confiante para superar suas dificuldades.
A família, existente em todas as sociedades, é um dos primeiros meios
de socialização do indivíduo, operando como mediadora principal dos padrões,
modelos e influências culturais (AMAZONAS, et al, 2003;).
É fundamental que a inclusão se inicie pela própria família, pois a
criança com TEA, assim como todos os indivíduos com necessidades
especiais, tendem a ter uma dependência maior dos pais, portanto é
necessário a interação com a escola, e para que isso aconteça eles devem
estar por dentro da proposta pedagógica e dar continuidade as técnicas
utilizadas nas aulas no ambiente familiar sem abster-se do apoio emocional de
que o filho precisa.
O método utilizado foi uma Pesquisa Descritiva com Revisão
Bibliográfica e abordagem Qualitativa por meio da aplicação de questionários.
A pesquisa de campo foi realizada no Núcleo de apoio integrado ao
Atendimento Educacional Especializado do município de Lins, com 2 familiares
de alunos com TEA.
A aplicação do questionário foi realizada no mês de outubro de 2016,
com os objetivos de identificar a participação da família no processo de
inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista da Educação Infantil e
Ensino Fundamental; investigar a concepção dos pais com relação à
participação no processo de inclusão de seu filho e coletar informações a
respeito da visão de uma família com aluno com TEA inserido na Educação
Infantil e outra no Ensino Fundamental.
Sendo a família um agente indispensável no processo de inclusão de
seu filho é ela que determinará se haverá êxito ou não na capacidade de
aprender, de autonomia e de interação com a sociedade.
No capítulo I “Transtorno do Espectro Autista”, foram abordados aspecto
13
da história, do momento em que surgiu o primeiro termo do autismo, suas
características e o decorrer de sua trajetória no Brasil. O capítulo também
descreve algumas das instituições brasileiras que defendem e apóiam os
familiares de pessoas com TEA e embasamentos teóricos para seu
diagnóstico, no qual o DSM V e o CID 10 é o mais utilizado.
O segundo capítulo “O Papel da Família no Processo de Inclusão do
Aluno com TEA”, mostra os desafios da família que recebe um membro com
autismo, a dificuldade de incluir o mesmo na sociedade e principalmente no
ambiente escolar. Os suportes sociais oferecidos à família que necessita de
apoio psicológico, embasamentos legais que retratam direitos do aluno com
deficiência e qual o papel da família nesse processo, são assuntos também
abordados neste capítulo.
No terceiro capítulo: “Pesquisa”, apresenta dados da pesquisa realizada
por meio do questionário entregue a uma família com filho autista na Educação
Infantil e uma com filho autista na Educação Fundamental. A análise foi feita
com afirmações de embasamentos teóricos realizado durante toda a pesquisa.
14
CAPÍTULO I
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
1 HISTÓRIA DO AUTISMO
Há indícios que as crianças autistas já existiam desde a Grécia antiga.
De acordo com Assumpção Junior (2005, apud MARTINS, 2007, p. 54):
Relatos históricos indicam que sempre existiram crianças autistas. Na Grécia antiga elas eram submetidas à eutanásia por não serem consideradas “normais”. Existe uma lenda irlandesa que lada das “crianças-fadas”, cuja alma era roubada por duendes maus e as mães precisavam evitar que isso ocorresse.
Alexandre descreve:
Desde o início do século XIX que foram descritos casos isolados de crianças com perturbações mentais graves e que revelavam distorção do processo de desenvolvimento. Nesta época, estas perturbações foram classificadas como “psicoses”, assumindo-se que representavam alterações funcionais que surgiam num organismo previamente saudável. (ALEXANDRE, 2010. p. 38).
O psiquiatra Plouller foi o primeiro a utilizar a expressão “autismo” de
origem grega “autos” = eu, em 1906. Após oito anos em 1911 o psiquiatra
suíço Eugen Bleuler empregou a palavra autismo, ambos a utilizaram para
retratar indícios de sintomas que atualmente são diagnosticados como
esquizofrenia. (LIRA, 2004; GOMES, 2007; MARTINS, 2007, apud PRAÇA,
2011).
Mas foi em 1943 através de estudos e publicações do psiquiatra
americano Kanner que foram conhecidas as primeiras descrições sobre
autismo antes conhecido com esquizofrenia.
Para descrever o conjunto dessas características, Kanner utilizou o termo empregado por Plouller em seu trabalhado intitulado Autistic Disturbanceof Affective Contact (Distúrbio Autístico do Contato Afetivo), no qual o termo autista foi empregado para descrever a qualidade de relacionamento das crianças relatadas no parágrafo acima, diferindo assim da esquizofrenia. (PRAÇA, 2011. p. 20.)
15
Kenner apresentou em seu artigo “Distúrbios autísticos de contato
afetivo” a descrição de onze situações clínicas de crianças que atendia.
O médico discordava de seus diagnósticos iniciais e observava nelas algumas características em comum: não estabeleciam relações sociais, possuíam excelente capacidade de memorização, fascinação por alguns tipos de objetos, apresentavam auto-isolamento, rotina rígida, dificuldade expressivas na linguagem e quando falavam, era de forma ecolálica e sem significado. (MARTINS, 2007. p. 54-55.)
No mesmo ano, o também austríaco Dr. Hans Asperger (1906-1980),
formado em medicina, optou pela carreira de pediatria e descreveu, em sua
tese de doutorado, a psicopatia autista da infância intitulada “psicopatia
artística”, onde chama mais uma vez a necessidade de se iniciar estudos
científicos acerca do espectro do autismo. (SCHWARTZMAN, 2003).
A dedicação de Asperger na realização de sua pesquisa só foi
reconhecida no ano de 1978, no momento em que a médica inglesa Lorna
Wing traduziu sua pesquisa para o inglês, foi aí que surgiu um novo tipo de
autismo descrito como auto desempenho que passou a ser denominado
síndrome de Asperger. (AUTISMO E REALIDADE..., 2016).
Léo Kenner deduzia que as crianças designadas Autistas, apesar de os
comportamentos peculiares manifestarem precocemente, eram normais ao
nascimento e desenvolviam problemas comportamentais decorrentes a
problemas ambientais, de modo mais específico, de maternagem (termo usado
por psicólogos para descrever o processo de criação que gira ao redor da mãe)
inadequada. (AUTISMO E REALIDADE..., 2016).
Atualmente, entende-se que o autismo está relacionado a causas
genéticas referentes a motivos ambientais, encontra-se entre as prováveis
causas ambientais, a contaminação por metais pesados, como o mercúrio e o
chumbo, têm sido destacados como principais candidatos, assim como
problemas na gestação. Outras complicações como o uso de drogas na
gravidez, ou infecções nessa fase, também devem ser consideradas. (MUNDO
AZUL..., 2016)
Em novembro de 2010, a ciência, citou pela primeira vez sobre a cura do
autismo, com a divulgação na revista científica Cellda, revelação de um grupo
de cientistas nos EUA, com o pesquisador brasileiro Alysson Muotri, na
16
Universidade da Califórnia, que obteve a "cura" de um neurônio "autista" em
laboratório. Essa pesquisa teve seu embasamento na Síndrome de Rett (um
tipo de autismo com maior comprometimento). (MUNDO AZUL..., 2016)
1.1 Autismo no Brasil
Segundo a Associação de Amigos Autistas (AMA, 2014), “atualmente no
Brasil os indivíduos que tem autismo chegam a 1% da população de acordo
com o próprio Ministério da Saúde”. A proposta é atrair a atenção do corpo
social sobre a síndrome e estimular discussões a respeito do autismo. Foi
eleita como símbolo do autismo a cor azul, visando à comprovação de que a
patologia é mais frequente em meninos. (BRASIL, 2013)
“Em 18 de dezembro de 2007, a Organização das Nações Unidas
decretou todo dia 2 de abril como o Dia Mundial do Autismo. Em 2008 houve a
primeira comemoração da data pela ONU.” (MUNDO AZUL, 2016).
Segundo Silva, Gaiato e Reveles (apud CUNHA, ZINO E MARTIM,
2015), os dados do Center of Deseases Controland Prevention, órgão ligado ao
governo dos Estados Unidos atualmente encontra-se uma ocorrência de
autismo a cada 110 pessoas. Diante disso, presume-se que o Brasil, com seus
200 milhões de habitantes, apresenta cerca de 2 milhões de autistas.
De acordo com Cunha, Zino e Martim (2015) são mais de 300 mil
ocorrências só no Estado de São Paulo. Entretanto, ainda que sejam
numerosos, os milhões de brasileiros autistas ainda sofrem para localizar um
tratamento adequado.
No que se atribuí a realidade brasileira, Costa (2009, apud
FIGUEREIDO, 2015), declara que no Brasil possuem leis (BERENICE PIANA –
LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012), que são usadas para a
garantia dos direitos das pessoas com autismo e seus familiares. Elas
desfrutam do direito de utilizar o melhor tratamento do sistema de saúde.
1.2 Instituições que desenvolvem trabalho com pessoas autistas
1.2.1 Associação de Amigos Autistas - AMA
17
A história iniciou-se em 1983, no momento em que a TEA que no
presente muitos tratam com familiaridade, era completamente desconhecida.
Naquela época não havia nenhum tipo de tratamento, não tinham atendimentos
adequados e nem aceitavam pessoas com autismo.
Foi assim que os pais dessas crianças decidiram se juntar para,
edificarem um futuro que preservasse seus filhos, e assegurasse a eles maior
independência e produtividade. Fundaram então a Associação de Amigos do
Autista (AMA), a primeira associação de autismo no país, e antes de completar
um ano de fundação, a AMA já tinha uma escola, que funcionava no quintal de
uma igreja batista. Este espaço era cedido pelo pastor Manuel de Jesus Thé,
pai de César, portador de Síndrome de Asperger. (AMA...,2016)
A missão da ama é:
Proporcionar à pessoa com autismo uma vida digna: trabalho, saúde, lazer e integração à sociedade. Oferecer à família da pessoa com autismo instrumentos para a convivência no lar e em sociedade. Promover e incentivar pesquisas sobre o autismo, difundindo o conhecimento acumulado. (AMA, 2016, p. 1.)
De acordo com o AMA os procedimentos para o tratamento do autismo
inclui intervenções psicoeducacionais, direção familiar, andamento da
linguagem e/ou comunicação. Os métodos de mediação mais comuns e mais
usados para favorecer o desenvolvimento da pessoa com autismo e que
apresentam confirmação científica de êxito são:
TEACCH (Treatmentand Education of Autisticand Related Communication Handcapped Children): é um programa estruturado que combina diferentes materiais visuais para organizar o ambiente físico através de rotinas e sistemas de trabalho, de forma a tornar o ambiente mais compreensível, esse método visa à independência e o aprendizado.
PECS (Picture Exchange Communication System) é um método de comunicação alternativa através de troca de figuras, é uma ferramenta valiosa tanto na vida das pessoas com autismo que não desenvolvem a linguagem falada quanto na vida daquelas que apresentam dificuldades ou limitações na fala.
ABA (Applied Behavior Analysis) ou seja, analise comportamental aplicada que se embasa na aplicação dos princípios fundamentais da teoria do aprendizado baseado no condicionamento operante e reforçadores para incrementar comportamentos socialmente significativos, reduzir comportamentos indesejáveis e desenvolver habilidades. Há várias técnicas e estratégias de ensino e tratamento comportamentais associados a análise do comportamento aplicada que tem se mostrado útil no contexto da intervenção
18
incluindo (a) tentativas discretas, (b) análise de tarefas, (d) ensino incidental, (e) análise funcional. (AMORIM, 2016, p.1.)
A AMA disponibiliza atualmente atendimento 100% gratuito devido a dois
significativos vínculos com as Secretarias de Estado de Educação e da Saúde,
no entanto, estes vínculos não asseguram tudo. É preciso obter recursos para
a aquisição de alimentos, de material pedagógico, para a conservação dos
equipamentos e dos imóveis, além dos programas de capacitação e motivação
dos funcionários.
Ao decorrer desta difícil caminhada, a AMA alcançou o reconhecimento
como instituição de utilidade pública (Utilidades Públicas: Municipal - Decreto
n°. 23.103 - 20/11/86, Estadual - Decreto n°. 26.189 - 06/11/86 e Federal –
D.O.U 24/06/91). Foi prestigiada pela sociedade, com prêmios, pelo trabalho
bem sucedido, como o "Prêmio Bem Eficiente", da Kanitz e Associados (1997 e
2005) e o "Prêmio Direitos Humanos", da Unesco e Poder Executivo Federal
(1998), entregue à AMA pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
1.2.2 Fundação de Apoio e Desenvolvimento do Autista - FADA
Instituída em 1988 por pais de crianças autistas, a FADA foi
desenvolvida para ser um espaço terapêutico dedicado às várias necessidades
dos autistas apresentando como primordial objetivo estimular o
desenvolvimento social físico e emocional de crianças, jovens e adultos, além
de incentivar seu potencial cognitivo, respeitando suas limitações e seu tempo
Missão:
Atender com excelência pessoas com Síndrome do Autismo, educar seus familiares e também profissionais da esfera pública e privada, visando transmitir para sociedade conhecimento para compreender e interagir adequadamente com portadores do autismo. (FADA...,2016)
A FADA constitui-se numa entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Ela
foi reconhecida como Instituição de Utilidade Pública MUNICIPAL pelo Decreto
nº 1.936/93 e de Utilidade Pública FEDERAL no processo n.º 0800. 19.298/00.
Visão:
Expandir escopo de atuação atual, ser reconhecida como uma instituição geradora de impacto social e agente de mudanças, capaz
19
de atender e auxiliar autistas de todas idades e de multiplicar as melhores práticas de cuidados e tratamentos da Síndrome do Autismo para a sociedade. (FADA, 2016)
Objetivo:
Desenvolver no autista, habilidades que favoreçam sua independência, acolher autistas adultos que não possuam um lar adequado, e multiplicar na sociedade iniciativas que melhorem a qualidade de vida de pessoas que possuam a Síndrome do Autismo. (FADA, 2016)
Nesses 20 anos de funcionamento, a instituição cria uma sólida estrutura
e para preservá-la busca continuamente parceiros, pessoas físicas e jurídicas,
para assessorar na sustentação deste oficio social.
1.2.3 Associação Brasileira de Autismo– ABRA
É uma associação civil sem fins lucrativos, com sede e foro em Brasília-
DF, mas com atividades itinerantes.
Em seu Estatuto, no artigo 2° é apresentada a função da ABRA:
Artigo 2º. – A ABRA, destinada a congregar Associação de Pais e Amigos de Autistas, existentes no País, ou que venham a existir, tem por finalidade a integração, coordenação e representação, a nível nacional e internacional, das entidades filiadas voltadas para a assistência do autista. (ESTATUTO, ABRA, 2011).
Criada com o objetivo de congregar Associações de Pais e Amigos de
Autistas, na atualidade tem como propósito a integração, coordenação e
representação, em nível nacional e internacional, das associações voltadas
para a atenção das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Por estatuto, tem vice-presidências em todas as regiões brasileiras.
1.2.4 Associação dos Amigos da Criança Autista - AUMA
É uma entidade assistencial, sem fins lucrativos, fundada na cidade de
São Paulo, em 25 de Janeiro de 1990, que tem como objetivo maior criar
programas educacionais de adaptação social de crianças autistas.
Algumas das atividades da AUMA são:
20
Atendimento aos familiares para orientações, triagem, encaminhamentos e determinação de implantação de trabalho para crianças com Autismo e outras alterações (síndromes correlatas, Autismo com outra síndrome, disfunções psicomotoras), etc.
Atendimento à familiares para treinamento por meio de cursos, palestras sobre Autismo e estágio.
Atendimento à criança Autista para avaliações específicas:
Atendimento à profissionais, estudantes, comunidade e interessados em geral para orientações diversas e treinamento através de cursos e palestras.
Consultoria (realização de palestras e cursos em Universidades, grupo de pais, em São Paulo e outros Estados).
Consultoria à Secretarias de Educação, Cultura e Saúde Estaduais e Municipais, com implantação de atendimento inclusivo ao autista em rede regular de ensino. (AUMA, 2016)
Mesmo enfrentando dificuldades com indisponibilidade de locais para a
realização destas atividades, a associação não desistiu e apenas depois de
três anos conquistou uma sede própria através da campanha “Pingo de gente”
da Lorenzetti.
1.3 Conhecendo o autismo
As primeiras definições do autismo foram citadas nos anos 40, no campo
educacional, a ação dos modelos explicativos sobre o autismo, tem
influenciado ao decorrer da história, as primeiras iniciativas de intervenção no
ensino que, no entanto, foram muito específicas e afastadas daquelas
desenvolvidas no meio social ligado à escola como as que conhecemos hoje.
Segundo Schwartzman (2003, p. 3 apud RODRIGUEZ, 2006. p. 45.):
O autismo infantil (AI) é um distúrbio do desenvolvimento com bases neurobiológicas, que afeta cerca de 4 a 10 em cada 10.000 indivíduos, e cuja incidência é maior em indivíduos do sexo masculino, na proporção de quatro indivíduos do sexo masculino para cada um do sexo feminino.
Para a fonoaudióloga Rosa Maria Rodriguez Antonio:
O autismo infantil é uma síndrome geralmente diagnosticada entre os 2 e 3 anos de idade, que é caracterizada por problemas na comunicação, na socialização e no comportamento, que faz com a criança apresente algumas características específicas, como dificuldade na fala e em expressar ideias e sentimentos, mal-estar em meio aos outros e pouco contato visual, além de padrões repetitivos e movimentos estereotipados, como ficar muito tempo sentado balançando o corpo para frente e para trás. (ANTONIO, 2016. p.1.)
21
De acordo com ABC.MED:
Algumas crianças autistas apresentam inteligência e fala normais, mas outras apresentam problemas no desenvolvimento dessas áreas. Alguns parecem isolados e distantes e outros parecem presos a padrões de comportamento rígidos e restritos. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é necessariamente porque ela não está interessada nessas brincadeiras, pode ser que ela tenha dificuldade de manter uma conversação. (ABC.MED, 2012. p. 1, )
Na fase adulta os autistas apresentam dificuldades de comunicação,
socialização e interação, para isso eles necessitam de apoio para terem uma
vida independente. Outro fato interessante é que algumas pessoas com
autismo possuem inteligência acima da média.
1.3.1 Características do autismo
Segundo Dunlap, Pierce e Kay, (1999 apud OLIVEIRA, 2009. p. 15.) “as
características principais dos autistas parecem residir nas dificuldades de
desenvolvimento da comunicação verbal e não verbal, relacionamento social e
atividades lúdicas.” Desta forma; nos âmbitos social; cognitivo e linguístico.
Para Oliveira (2009, p.15):
As características da criança com autismo manifestam-se a partir do seu nascimento, esta é tida como estranha, pois raramente chora, não reage à companhia da mãe, não responde a sorrisos, demonstra desinteresse por objetos; por vezes as vocalizações iniciais podem não surgir, ou estar atrasadas.
As características das crianças com autismo de acordo com a idade são
as seguintes:
Entre os seis e doze meses, a criança recusa a introdução de alimentos sólidos; apresenta dificuldades em sentar-se ou gatinhar; não é afetuosa; pode mostrar-se hipertônica ou hipotônica; sente dificuldade em articular palavras simples e não olha nem aponta para os objetos.
Aos 12 meses poderão demonstrar um interesse obsessivo por determinados objetos, revelam comportamentos estereotipados e repetitivos e até atrasos ao nível da locomoção. Geralmente só a partir dos 24 meses é que se podem constatar dificuldades de comunicação – verbal e não verbal. Depois dos 2 anos de idade a criança autista tem tendência a isolar-
22
se, a utilizar padrões repetitivos de linguagem, a inverter os componentes das frases, a não brincar normalmente, etc.
Dos 2 aos 5 anos de idade o comportamento autista tende a tornar-se mais óbvio.A criança não fala ou ao falar, utiliza a ecolaliaou inverte os pronomes. (OLIVEIRA, 2009.p. 15-16.)
Existem crianças autistas que falam corretamente, mas ainda assim não
fazem uso da linguagem de modo adequado, no qual continuam obtendo
problemas na interação social e em seus interesses pessoais, isto se dá
porque não utilizam a linguagem de forma comunicativa.
1.4 A tríade de perturbações do espectro autista e suas dimensões
Recentemente o DSM-V (2013) adere o termo Transtorno do Espectro
Autista (TEA), para retratar a este distúrbio do desenvolvimento dizimando o
Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Portanto passa a agregar a
síndrome de Asperger ao Espectro Autista. Outros transtornos do
desenvolvimento que integra o TGD, como a Síndrome de Rett, o Transtorno
Global do Desenvolvimento não especificado e o Transtorno degenerativo da
infância não fazem parte da categoria que corresponde ao grupo autista.
A tríade é o embasamento para o diagnóstico do autismo. Dispõe como
domínios a comunicação, a socialização e o comportamento.
Para o autista a interação social é muito difícil, pois o relacionamento da
criança com TEA com as pessoas é bastante particular, sendo incapaz de
manter o contato direto nos olhos, mesmo que o indivíduo. Consequentemente
causando dificuldades de comunicação.
A falta de habilidade social os mantém distantes de outras pessoas. O isolamento, característico da síndrome, acontece pelo motivo de não saberem e não aprenderem a interagir com outras pessoas e, que, por isso, não conseguem manter vínculos ou desenvolvê-los. (PAPIM; SANCHES, 2013. p. 19,)
Apresentando dificuldade em comunicar-se o autista raramente
consegue pedir algo, muito menos expressar seus sentimentos, essa
dificuldade influência a permanência do autista no isolamento, isso faz com que
ele acabe não produzindo uma linguagem verbal ou não verbal.
Os problemas de comunicação englobam atraso no desenvolvimento
23
da fala e da linguagem, tais como: repetir palavras e frases (ecolalia); inverter os pronomes; dar respostas deslocadas do contexto da pergunta; não responder quando lhe é mostrado algo; não utilizar gesto ou utilizar muito pouco; apresentar fala monótona ou cantada (uso da prosódia); não compreender as nuanças da língua como o sarcasmo ou provérbios. (PAPIM; SANCHES, 2013. p. 21.)
O terceiro elemento da tríade autista é integrado por comportamentos e
pontos de interesse pouco popular. Estes estão relacionados a situações como:
alinhar objetos; manusear objetos de formas semelhantes, repetidamente por
vastos períodos de tempo; encanto por partes próprias de objetos (rodas,
cores); ser bastante organizado; irrita-se com pequenas alterações de objetos;
tem fascínio obsessivo e segue costumes de maneira rígida.
1.5 Diagnóstico das Perturbações do Espectro de Autismo
O diagnóstico do autismo é muito delicado e difícil de identificar, pois
não há qualquer tipo de exame especifico, porém os sintomas podem ser
percebidos durante o segundo ano de vida, que provavelmente são observados
pela família. Segundo especialistas o diagnóstico é feito por meio de
observação de comportamentos pouco comuns e típicos de crianças autistas, o
profissional então dispõe do tratamento sem a preocupação de rotular um
nome para a síndrome.
Há evidencias que há características comportamentais do TEA na
primeira infância, e em certos casos há falta de interesse e socialização no
primeiro ano de vida.
1.5.1 Critérios de diagnóstico do Autismo CID – 10 e DSM-V
O CID-10 foi produzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e
refere-se à Classificação Estatística Internacional de Doenças.
Pelo menos 8 dos 16 itens especificados devem ser satisfeitos:
a) Lesão marcante na interação social recíproca, manifestada por pelo menos três dos próximos cinco itens:
Dificuldade em usar adequadamente o contato ocular, expressão facial, gestos e postura corporal para lidar com a interação social;
24
Dificuldade no desenvolvimento de relações de companheirismo;
Raramente procura conforto ou afeição em outras pessoas em tempos de tensão ou ansiedade, e/ou oferece conforto ou afeição a outras pessoas que apresentem ansiedade ou infelicidade;
Ausência de compartilhamento de satisfação com relação a ter prazer com a felicidade de outras pessoas e/ou de procura espontânea em compartilhar suas próprias satisfações através de envolvimento com outras pessoas;
Falta de reciprocidade social e emocional. b) Marcante lesão na comunicação:
Ausência de uso social de quaisquer habilidades de linguagem existentes;
Diminuição de ações imaginativas e de imitação social;
Pouca sincronia e ausência de reciprocidade em diálogos;
Pouca flexibilidade na expressão de linguagem e relativa falta de criatividade e imaginação em processos mentais;
Ausência de resposta emocional a ações verbais e não-verbais de outras pessoas;
Pouca utilização das variações na cadência ou ênfase para refletir a modulação comunicativa;
Ausência de gestos para enfatizar ou facilitar a compreensão na comunicação oral. c) Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos dois dos próximos seis itens:
Obsessão por padrões estereotipados e restritos de interesse.
Apego específico a objetos incomuns;
Fidelidade aparentemente compulsiva a rotinas ou rituais não funcionais específicos;
Hábitos motores estereotipados e repetitivos;
Obsessão por elementos não funcionais ou objetos parciais do material de recreação;
Ansiedade com relação a mudanças em pequenos detalhes não funcionais do ambiente. d) Anormalidades de desenvolvimento devem ter sido notadas nos primeiros três anos para que o diagnóstico seja feito. (AUTISMO -CID 10)
Lança em maio de 2013 o DSM - V inclui algumas mudanças para o
critério de diagnóstico do autismo. Uma delas é agrupando vários transtornos
anteriormente separados num grande grupo numa única denominação:
Transtorno do Espectro Autista.
Os mais atuais critérios de diagnóstico da DSM-V até o momento, que
ilustram as características do indivíduo autista, são:
a) Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que segue, atualmente ou por história previa: a.a) Déficits na reciprocidade sócio-emocional, variando, por exemplo, de abordagem social anormal e dificuldade para estabelecer uma conversa normal a compartilhamento reduzido de interesse, emoções ou afeto, a dificuldade para iniciar ou responder a
25
interações sociais; a.b) Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social, variando, por exemplo, de comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade no contato visual e linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso gestos, a ausência total de expressão faciais e comunicação não verbal; a.c) Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, variando, por exemplo, de dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos a dificuldades em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares. (DSM - V, 2014. p. 50.)
Ainda de acordo com o DSM - V os padrões restritos e repetitivos de
comportamento, interesses ou atividades, manifestadas pelo menos por dois
dos seguintes aspectos observados ou pela história clínica:
a) Movimentos motores, uso De objetos ou fala estereotipados ou repetitivos; b) Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal; c) Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco; d) Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais de ambiente.(DSM - V, 2014. p. 50.)
Existem ainda mais critérios de diagnósticos onde o DSM - V descreve
mais sobre o assunto:
Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento;
Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente;
Essas perturbações não são mais bem explicadas por deficiência intelectual ou por atraso global de desenvolvimento. Deficiência intelectual ou transtorno do espectro autista costumam ser comórbidos; para fazer o diagnóstico da comorbidade de transtorno do espectro autista e deficiência intelectual, a comunicação social deve estar abaixo do esperado para o nível geral do desenvolvimento. (DSM - V, 2014. p. 50.)
A partir desses dois critérios, o profissional da área da saúde toma-se
por base para obter a certeza do diagnóstico de crianças com transtorno do
espectro autista.
26
CAPÍTULO II
O PAPEL DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO COM
TEA
1 A FAMÍLIA DE CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS COM TEA
Com a chegada de um novo membro à família, espera-se que junto com
ele surja uma variação de sentimentos, a partir de seu nascimento, a família,
principalmente a mãe, procura várias formas de entender o que seu filho
precisa e deseja, por meio de gestos peculiares no desenvolvimento da
criança. É nesse momento que a família percebe algo inesperado como
dificuldade na interação social e de comunicação e alterações
comportamentais.
Quando esses comportamentos se tornam frequente, normalmente
surge nos pais o interesse em entender as mudanças, diante disso a busca por
um profissional habilitado se torna inevitável.
Com um grande desafio pela frente as famílias com crianças
diagnosticadas com autismo, passam por um transtorno de emoções e
dificuldades para adaptar-se à nova realidade, é normal que isso aconteça,
pode surgir uma sensação de medo e angústia por sentirem-se
sobrecarregados ou até mesmo alívio por finalmente saberem o que está
havendo. Com isso os pais devem adaptar-se as necessidades e condições da
criança, proporcionando um cuidado maior com ela.
É necessário que as famílias ajustem suas expectativas e planos quanto
ao futuro, às limitações desta condição, além de adaptar-se a nova vida de
dedicações e cuidados específicos aos filhos.
De acordo com a psicóloga Sabrina Helena Bandini Ribeiro (2011):
Após este desequilíbrio, as famílias passam por um período de aceitação e de maior tranquilidade, onde ocorre um gerenciamento dos conflitos. O processo terapêutico neste momento pode tornar esta trajetória menos dolorosa, trazendo um maior entendimento da situação e também auxiliando na busca de novos caminhos e no desenvolvimento de atitudes construtivas para a família. (RIBEIRO, 2011. p.1)
27
A necessidade da família começa no momento do diagnóstico e
prolonga-se por toda a vida. Uma das maiores necessidades que os pais
sentem é a necessidade de informação referente a método de ensino,
comportamento e serviços disponíveis. Existe ainda a necessidade do tipo de
terapia adequada e ao aconselhamento para saúde mental.
1.1 Redes de apoio social para as famílias
As famílias com filhos autistas, muitas vezes não tem a percepção dos
recursos disponíveis para dar respostas às suas necessidades. A rede de
apoio oferece o suporte necessário para a família e para o filho promovendo o
bem estar de todos.
O suporte social é fundamental para os pais de crianças com autismo,
pois reduz os sentimentos de depressão, eleva o bom humor e diminui o
estresse parental.
O suporte social é definido como o conjunto de recursos providenciados a um indivíduo ou um grupo por membros da sua rede social, incluindo a ajuda emocional, psicológica, física, informativa, instrumental e material, fornecida por outros e que vai influenciar o comportamento de quem pede ajuda. As características e consequências do suporte social devem ser entendidas como processos transacionais no âmbito de um sistema social e de um contexto ecológico. (PIMENTEL, 2005 apud LOPES, 2015. p. 37.)
A família procura a rede de apoio em caso extremo ou resolução de
situação menor. O apoio social ajuda a proteger e minimizar os efeitos
negativos em parte de sua vida, tendo influência direta, indireta ou de
mediação e moderação para o desenvolvimento das crianças e de seus
familiares.
1.2 O papel da família
A família é um fator essencial no processo educacional dos filhos. Os
pais são os que têm uma convivência mais próxima com a criança passando a
conhecê-la melhor por acompanhá-la desde o seu nascimento, e igualmente a
criança sente-se mais segura estando próxima de sua família. Torna-se então
um fator primordial a colaboração dos pais no desenvolvimento do processo
28
educativo da criança com autismo.
No processo de desenvolvimento e aprendizagem de seus filhos a
família passa de responsável pelo problema a participante ativo, são grandes
contribuintes em todos os aspectos, principalmente para as transformações
que acontecem em sociedade.
Com as condições impostas pela sociedade a interação entre pais e
filhos torna-se mais complicada, pois as condições financeiras, as tensões
vivenciadas no emprego, os transportes entre outros são fatores que interferem
na vida da família.
Para uma família com criança com autismo não é diferente, pois os pais
têm a consciência das dificuldades e os problemas que têm que enfrentar. O
papel deles é fundamental no auxílio à criança, por isso é essencial que
percebam desde cedo qual seu papel no processo educacional, social e
cultural da criança.
Desempenhando um papel primordial na inserção adequada da criança
no meio sociocultural, a família torna mediadora nesse processo que é de
grande importância para a sua adaptação e bem-estar.
A presença da família define-a como o principal ator do desenvolvimento
da criança, promoção da sua identidade social. No ambiente familiar a criança
aprende as primeiras noções educativas, distinguindo a função de cada
elemento dentro da entidade familiar. Esta além de proporcionar à criança as
suas necessidades de auto-estima e autonomia, que farão dela um ser
equilibrado e seguro emocionalmente, desenvolve ainda na criança
competências de socialização e formação de valores.
No caso da família do autista, é inviável reproduzir normas e valores sociais e, consequentemente, manter o contexto social. A família do autista sente-se frustrada e diminuída frente ao social. Os pais e a criança passam a ser desvalorizados pela sociedade. (WALTER; ALMEIDA, 2010 apud COHEN; WARREN, 1985. p. 1)
As pessoas que convivem com crianças autistas devem colaborar, pois é
fundamental para o seu desenvolvimento, proporcionando um ambiente onde
se promovem trocas sociais.
29
1.3 A inclusão escolar
As pessoas com necessidades especiais vêm conquistando seu espaço
e seus direitos na atual sociedade, porém para chegar até os dias atuais, foram
muitas lutas.
Uma das conquistas foi o decreto nº 3298/99 alterado pela lei nº
5296/04, que traz a definição de pessoa com deficiência:
I - pessoa portadora de deficiência, além daquelas previstas na Lei no 10.690, de 16 de junho de 2003, a que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas seguintes categorias: a) deficiência física; b) deficiência auditiva; c) deficiência visual; d) deficiência mental. (DECRETO Nº 5.296, 2004)
Na década de 90 a educação especial teve maior ênfase, quando o
Brasil passou por reformas que atingiu todos os setores inclusive a educação
especial.
As escolas têm um grande desafio pela frente que é atender a demanda
educacional inclusiva, não é só entrar na sala de aula e desenvolver as práticas
docentes de um modo geral e único, é dever do educador observar as
necessidades dos alunos especiais tanto dentro da sala de aula quanto na
estrutura física da escola.
Na educação inclusiva todos têm direito a educação de qualidade, ingresso regular ao espaço comum de vida em sociedade e sendo aceito em suas diferenças individuais, mas têm dificuldades no desenvolvimento de aprendizagem escolar, nesse sentido a escola deve incluir mudanças em suas concepções pedagógicas e repensar as práticas de ensino visando entender as dificuldades do aluno em sua especialidade e que estas sejam atendidas. (OLIVEIRA, 2011, apud PELIN, 2013. p. 26.)
A inclusão na escola do ensino regular é um direito de todos, para incluir
crianças autistas é preciso de professores capacitado e que entendam sobre
autismo. Os educadores precisam criar atividades diversificadas e especifica
possibilitando o aprendizado para todos.
Segundo Montoan, conforme citado por Basílio e Moreira (2014) os
sistemas de ensino vêm querendo resolver a questão da inclusão utilizando
30
medidas facilitadoras, como cuidadores, professores de reforço e salas de
aceleração, que não extingue o fim da exclusão, muito menos atendem os seus
desafios. Pois qualificar uma escola para receber todas as crianças requer
medidas de outra natureza, que objetivam reconstruir o ensino e suas práticas
usuais e excludentes. Na inclusão, não é a criança que se adapta à escola,
mas a escola que para recebê-la deve se modificar.
O professor deve ser orientado sobre quais atividades são mais
adequadas à criança autistas, para isso é importante observar os limites da
criança, ajudando-a progredir sempre respeitando seu ritmo, portanto, o
sistema deve-se adequar ao aluno, e não o contrário, sendo metas alcançadas
individualmente, conforme sua capacidade de aprendizado.
Na escola inclusiva os professores e demais profissionais são
fundamentais para a aprendizagem dos alunos autista. O corpo docente de
uma escola deve estar preparado para receber crianças com autismo na
instituição de ensino. Sendo importante o preparo de todos, pois muitas vezes,
eles não sabem reconhecer as necessidades reais dos seus alunos.
A inclusão pode trazer muitos benefícios para a criança, sendo uma
delas a de conviver com outros alunos, consequentemente desenvolvem a
socialização uns com os outros, além de aprender com a interação junto com
outras crianças, convivendo e aprendendo com as diferenças, compreendendo
que todos são capazes de obter conquistas em suas vidas.
1.3.1 A inclusão da criança com TEA e suas dificuldades
A escola é uma oportunidade para contribuir com ações inclusivas para
o aluno, no qual a instituição não pode exigir tanto rigor ou estipular tarefas
isoladas, mas adquirindo o ensino como uma concepção de aprendizagem,
incluindo desafios e superações, proporcionando a autonomia.
Com a falta de informações, profissionais qualificados e o preconceito,
muitos pais vêm organizando cada vez mais grupos, formando associações,
para que o autista tenha suas necessidades atendidas, além de levarem suas
reivindicações até o poder público.
De acordo com Cunha, Zino e Martim (2015. p. 40.), “a inclusão não
deve ser apenas um desafio do professor, mas sim de toda a escola e da rede
31
de ensino”.
A educação tem um papel importantíssimo no desenvolvimento de
qualquer criança, proporcionando o desenvolvimento de habilidades e
competências, garantindo um equilíbrio pessoal e proporcionando até mesmo
um bem estar emocional.
Para Cunhas, Zino e Martim (2015. p. 41.), em uma escola inclusiva é
demasiadamente difícil para um único educador atender a uma classe inteira
com diferentes níveis educacionais. Tudo que for construído no ambiente
escolar deverá possuir um conceito de qualidade. O educador também pode
contar com a ajuda de um tutor em classe para auxílio do seu trabalho e melhor
desenvolvimento do aluno. A Lei n° 12.764 garante que: “Parágrafo único. Em
casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro
autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV
do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado.”
A parceria entre a escola e a família assegura uma ativa participação
dos pais na tomada de decisão e no planejamento educacional dos filhos.
Para que a inclusão ocorra, a lei em si não basta, precisa rever as
políticas públicas garantindo aos educadores os conhecimentos e formação
necessária para que o aluno tenha o seu direito de aprender garantido.
1.3.2 Desenvolvimento escolar de crianças com TEA
A educação especial é fundamental para a formação do educador, para
que assim construa conhecimentos específicos e contribua com a sociedade,
para que haja de fato a inclusão. O professor que venha a trabalhar com
alunos com necessidades especiais terá pela frente um grande desafio e a
responsabilidade profissional e pessoal, este professor terá que ter habilidade
de compreender quais as necessidades educacionais que este aluno precisará,
pois o cuidado e a paciência com ele será contínuo, ou seja, o professor deverá
ir além da sala de aula, juntamente com o apoio da família para o bem estar do
aluno, tanto emocional quanto intelectual.
O profissional que irá trabalhar com autistas tem que qualificar-se, isso
dependerá de seu interesse pessoal e da contribuição da escola em oferecer a
qualificação adequada para professores e os profissionais que irão trabalhar
32
com esses alunos, o fato de terem uma falha de linguagem dificulta a
socialização e a comunicação, chegando em alguns casos a serem agressivos
tornando o contato ainda mais difícil, por isso requer paciência, cuidado e
dedicação, mas a recompensa é satisfatória.
Os sistemas de ensino precisam ter como compromisso a formação continuada dos professores, para que eles possam estar aptos para elaborar e implantar novas propostas e práticas de ensino. Os professores devem ser capazes de analisar os domínios de conhecimentos e necessidades de seus alunos, precisam criar atividades ou adaptar materiais, além de prever formas de avaliar os educandos. (MARTINS, 2011. p. 17.)
As escolas vêm enfrentando desafios cada vez maiores, pois todos os
dias elas recebem crianças diferentes e algumas delas com necessidades
especiais, a criança quando recebida nesse ambiente tem que adequar-se para
suprir suas necessidades, no qual seria apropriado que a instituição mude
desde a estrutura até a metodologia usada em sala de aula para incluir este
aluno e não o contrário.
A falta de ambiente adequado, profissionais qualificados e materiais de
ensino de qualidade, fazem com que a maioria das escolas estejam
despreparadas para receber a criança com TEA, quando o aluno frequenta um
ambiente despreparado o seu quadro clinico tende a piorar, pois nessas
situações ele coloca toda a sua dificuldade a prova.
As escolas que possuem um ambiente apropriado com profissionais
aptos, materiais adaptados e que tenha uma ação inclusiva, serão possíveis
que o aluno com TEA tenha um bom desenvolvimento desde os anos iniciais,
com o objetivo de que possam comunicar-se de modo que sejam
compreendidos ou até mesmo despertar habilidades específicas dentro do seu
limite.
1.4 Lei e diretrizes e base da educação nacional
A Lei nº 9.394/96 que refere-se a Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional recebeu maior destaque do que as leis anteriores.
Em seu capítulo V com apenas três artigos e com seus respectivos
incisos a LDB trata da Educação Especial.
33
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (PLANALTO, 1996. p. 1.)
A Resoluçâo N°4, na Seção II da Educação Especial ressalta o direito do
deficiente em participar de Atendimentos Educacionais Especializados (AEE):
Art. 29. A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, é parte integrante da educação regular, devendo ser prevista no projeto político-pedagógico da unidade escolar. § 1º Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. § 2º Os sistemas e as escolas devem criar condições para que o professor da classe comum possa explorar as potencialidades de todos os estudantes, adotando uma pedagogia dialógica, interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na interface, o professor do AEE deve identificar habilidades e necessidades dos estudantes, organizar e orientar sobre os serviços e recursos pedagógicos e de acessibilidade para a participação e aprendizagem dos estudantes.
34
§ 3º Na organização desta modalidade, os sistemas de ensino devem observar as seguintes orientações fundamentais: I - o pleno acesso e a efetiva participação dos estudantes no ensino regular; II - a oferta do atendimento educacional especializado; III - a formação de professores para o AEE e para o desenvolvimento de práticas educacionais inclusivas; IV - a participação da comunidade escolar; V - a acessibilidade arquitetônica, nas comunicações e informações, nos mobiliários e equipamentos e nos transportes; VI - a articulação das políticas públicas intersetoriais. (BRASIL, 2010, p.1).
Diante das pesquisas percebe-se que a escola, a educação especial em
geral possui um forte embasamento legal que defende os direitos de uma
educação inclusiva de qualidade, no entanto não são instrumentos suficientes
legais se não são eficazes em sua prática. Neste caso se há falta do
cumprimento da lei, torna-se necessário que o responsável pela criança
deficiente busque o que é de direito do aluno, mesmo a escola sendo uma
instituição que dificilmente não conhece seus deveres e responsabilidades com
a criança inserida no ambiente escolar. Se não houver um atendimento
educacional adequado não será possível que a inclusão se cumpra em sua
totalidade.
35
CAPITULO III
A PESQUISA
1 PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS
Decorrente ao embasamento teórico efetuado e do objetivo da proposta
investigativa, esta pesquisa apresenta características qualitativas. Esse
enfoque oportuniza a compreensão da importância do comprometimento e da
participação nas peculiaridades do processo de inclusão do aluno com TEA.
O caráter qualitativo possibilita a exploração do conhecimento e das
experiências dos entrevistados, proporcionando a compreensão e a
interpretação de determinados comportamentos e atitudes, concomitante com o
caráter quantitativo que propicia a autenticação dos dados obtidos.
A pesquisa de natureza qualitativa é aquela que permite que o acadêmico levante dados subjetivos, bem como outros níveis de consciência da população estudada, a partir de depoimentos dos entrevistados, ou seja, informações pertinentes ao universo a ser investigado, que leve em conta a ideia de processo de visão sistêmica, de significações e de contexto cultural (CANDELORO E SANTOS, 2006, p.71).
O instrumento de pesquisa foi um questionário contendo 17 perguntas
abertas relacionadas ao tema do trabalho contemplando aspectos de:
participação dos pais na inclusão de seus filhos, o comprometimento com as
atividades escolares e perguntas referentes à visão dos pais sobre a estrutura,
conteúdos aplicados e comprometimento da equipe escolar no recebimento do
aluno com deficiência.
Os questionários foram aplicados para duas mães de alunos com
diagnóstico de autismo, matriculados na Educação Básica, sendo uma da
Educação Infantil e outra do Ensino Fundamental. A coleta foi realizada no
Núcleo de Apoio Integrado ao Atendimento Educacional Especializado, no
município de Lins, no mês de outubro de 2016.
As mães receberam as orientações necessárias para o preenchimento
do questionário, sem a intervenção das pesquisadoras.
36
1.1 Resultados e discussão
Após o recebimento dos questionários, as respostas referentes às
perguntas, foram lidas na íntegra e identificadas às unidades significativas para
a análise.
A literatura aponta a importância do trabalho em equipe para o
desenvolvimento pleno do educando, sendo assim, fica claro que o professor
precisa de auxílio em sala de aula, evidenciando o valor do tutor em classe.
Isso pode ser representado na resposta da M1 (mãe do aluno da Educação
Fundamental) na primeira pergunta em que foi questionado a opinião sobre a
estrutura da escola para receber a criança deficiente.
M1: Sim, a escola tem tutor para auxiliar o aluno em tudo que precisa.
No caso da resposta da M2 (mãe do aluno da Educação Infantil)
percebe-se que sua visão de estrutura vai além da sala de aula, em sua
resposta fica evidente que não só o professor, mas que toda a equipe escolar
deve participar do processo de inclusão, ela afirma que todos estão bem
preparados para atender seu filho.
M2: Acredito que esta tenha estrutura, pois os profissionais são preparados e estão dando muito apoio e com isso melhorando o desenvolvimento do meu filho.
O autor Martins (2011) apresenta a necessidade de o professor
conhecer seus alunos para que possam adaptar atividades e metodologias,
utilizando estratégias para avaliação da criança. Mesmo o educador sendo
responsável pela aprendizagem e adaptações em sala de aula, a família não
fica livre das obrigações de conhecer o currículo e participar ativamente deste
processo ensino aprendizagem.
Apesar de estar perceptível a necessidade desta parceria e adaptações
de currículos, a M2 afirma que não conhece o currículo da escola e acredita
que este não seja adaptado, quando questionada sobre a pergunta 2. Já a M1
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diz que conhece o currículo da escola, e que também não é feita nenhuma
adequação.
A resposta das duas mães vão contra as necessidades impostas pela
inclusão, pois nos dois espaços escolares não há preocupação em flexibilizar o
currículo e preparar atividades adaptadas as necessidades de cada aluno
(MARTINS, 2011).
A pergunta número 3 foi feita para complemento da pergunta número 2,
abordando a questão sobre o conhecimento que a família possui do conteúdo
aplicado em sala de aula e se o mesmo é adequado. Vejamos as respostas
exemplificadas pelas mães:
M1: Sim. Claro. M2: Vejo algumas atividades que ele desenvolve, acredito ser adequado.
Observa-se que a M2 na pergunta anterior diz não conhecer o currículo,
mas responde que acompanha algumas das atividades de seu filho e que estas
são adequadas. A M1 que na pergunta número 2 diz conhecer o currículo,
afirma que o conteúdo é adequado.
Piaget (1972) elenca que é necessário a interação com a escola, e para
que isso aconteça a família deve estar por dentro da proposta pedagógica e
dar continuidade das técnicas utilizadas pela escola no ambiente familiar, sem
abster-se do apoio emocional de que o filho precisa. Diante das respostas das
mães, fica uma dúvida com relação ao conhecimento das famílias sobre as
atividades desenvolvidas na escola. Mesmo a M1 afirmando não conhecer o
currículo da escola, diz que as atividades estão adequadas às necessidades do
filho.
Na questão número 4 foi questionado às mães se seus filhos recebem
lição de casa e se possuem dificuldades para realizá-las; a M2 diz que o filho
não recebe tarefas pelo motivo de estar na Educação Infantil e a M1 responde
que também não recebe tarefas de casa e faz uma justificativa:
M1: Não, a professora trabalha em classe, a lição de
casa.
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A lição de casa é uma forma de estreitar ainda mais os laços entre
escola- família, além de propiciar uma interação de qualidade entre família-
aluno. Esta metodologia se faz necessária para que os pais compreendam os
conteúdos trabalhados em sala de aula, além de avaliar se o filho está
aprendendo ou não. A família deveria ser orientada a cobrar esse tipo de
atividade do professor.
Ainda sobre a questão de os pais ajudarem seus filhos em casa
utilizando técnicas e metodologias que também são usadas em classe, foi
realizada a seguinte questão: “Se seu filho(a) tem dificuldade em acompanhar
o conteúdo dado em sala de aula, o que você faz para ajudá-lo para contornar
essa situação? ”
Em resposta à pergunta 5, a M1 responde que estuda com seu filho em
casa, deixando a resposta incompleta, diferentemente da M2 que:
M2: Acredito que ele esteja acompanhando as atividades do jeitinho dele, reforçamos algumas atividades em casa.
Ainda com relação as lições de casa e como a família ajuda seus filhos a
realizá-las, a pergunta 6 questiona se os pais recebem orientação da escola
para melhor auxiliá-los. Neste caso a M1 mesmo respondendo anteriormente
que seu filho não recebe tarefas, afirma que se for preciso a escola oferece
ajuda e orientações. A M2, mesmo dizendo que seu filho também não recebe
lição de casa afirma que os profissionais são muito atenciosos e auxiliam se for
necessário.
Mendes (2006) defende que a inclusão depende de um esforço coletivo,
e afirma ainda que mesmo que todos os profissionais da área cumpram seu
papel, de nada adiantará se a família que tem função mediadora neste
processo não ser participante ativa, sendo assim demonstra importância do
trabalho em equipe e a relevância do papel dos familiares.
As questões 7 e 13 questionam se os pais dispõem de um contato
frequente com os professores e se procuram informações sobre o rendimento
escolar de seus filhos, nessa situação as duas mães foram unânimes em
responder que frequentemente contactuam com os professores e sempre
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buscam informações sobre o rendimento das crianças, como pode observar no
relato de ambas:
M1: Sim. Sim, sempre.
M2: Sim, toda semana. Sim, Sempre.
Segundo embasamentos legais o Atendimento Educacional
Especializado (AEE), é direito de todos os alunos regularmente matriculados na
Educação Básica, sendo que este é oferecido no período contrário de aula
regular nas escolas, sabendo disso a pergunta número 8 foi elaborada com o
objetivo de saber se os pais ou responsáveis da criança se dispõem em levar
seus filhos para participarem desse atendimento e se possuem o contato
frequente com os professores especializados.
A M1 afirma que leva seu filho para participar do atendimento e que
possui um contato direto com o professor especializado. A M2 afirma também
que seu filho participa do atendimento e que possui um contato semanal com
todos os professores especializados.
De acordo com Figueiredo (2010) o AEE favorece o desenvolvimento
dos alunos no progresso dos limites intelectuais, motores ou sensoriais. Busca
principalmente, o acesso ao conhecimento, possibilitando ao sujeito passar de
agente passivo e automatizado diante da aprendizagem para a aquisição e
apropriação ativa do próprio saber. Quando necessário, os alunos devem ser
atendidos em suas peculiaridades, para que possam participar, propriamente
do ensino comum.
As duas mães relataram participar ativamente do AEE de seus filhos, da
mesma forma responderam afirmativamente quando questionadas sobre o
comparecimento à escola todas às vezes que são convocadas, como aponta a
questão 9. Sinalizam ainda que acompanha os filhos nas diferentes atividades
que a escola proporciona.
É preciso para uma educação inclusiva a aceitação em todos os
espaços sociais em que este possa participar ativamente das atividades da
comunidade, sendo necessário o respeito as suas diferenças (OLIVEIRA, 2011,
apud PELIN, 2013). Portanto as questões 10, 11 e 12 são referentes a eventos
escolares, se professores incluem seus alunos deficientes a participarem de
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atividades que são realizadas fora da sala de aula (teatros, músicas e
apresentações em geral) e se os pais se dispõem a levá-los.
A resposta da M1 foi que os professores incluem seu filho nas atividades
e que ela se dispõe a levá-lo a todos os eventos escolares fora do horário de
aula. A M2 respondeu que os professores também incluem seu filho nas
atividades e que ela leva somente quando possível, pois ele tem outros
compromissos fora do horário de aula, como exemplificado em seu relato:
M2: Sempre participo dos eventos da escola, reunião, palestras, troca de informações, etc. Sempre que possível, pois ele tem muitas atividades no turno contrário. Sim, sempre está inserido nas atividades.
Segundo a Lei n.12.764/12 é direito da pessoa com TEA o
acompanhamento de um tutor em sala de aula, se comprovada à necessidade.
A questão 14 no qual questiona se há presença de tutor em classe,
obtemos as seguintes respostas, M1 diz que já teve tutor para auxiliar seu filho
nas atividades escolares, mas perante todo trabalho realizado não necessita
mais do mesmo. A M2 diz ter tutor constantemente com seu filho e afirma ter
contato com ele diariamente.
Segundo a Lei n.12.764/12 é direito da pessoa com TEA o
acompanhamento de um tutor em sala de aula, se comprovada à necessidade.
Neste sentido, observa o cumprimento a Lei de ambos espaços escolares,
facilitando o processo de inclusão desses alunos.
Devido ao uso de recursos para comunicação que alguns autistas
precisam para interagir em sociedade a questão 15 e 16 foram formuladas no
intuito de investigar se as crianças faziam o uso de algum recurso pedagógico
para comunicar-se, e se caso a resposta fosse positiva, quem indicou o
recurso. As duas mães responderam que nenhuma das crianças precisou ou
precisa de recursos para comunicação.
Sendo direito de todos à educação de qualidade e adaptações
necessárias para que todos possam desfrutar do espaço escolar, a questão 17
pergunta se em algum caso a família precisou recorrer às autoridades para
garantir o direito da criança autista, seja para a compra de equipamentos ou
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por falta de acessibilidade. A duas mães afirmaram que em nenhum momento
foi preciso recorrer às autoridades para garantir os direitos de seus filhos.
Por meio das análises das respostas de cada mãe conclui-se que elas
participam ativamente do processo de inclusão de seus filhos e observa-se que
a mãe do aluno que está inserido no Ensino Fundamental demonstra ser mais
participativa do que a mãe do aluno inserido no Ensino Infantil, mesmo ele
sendo menor e assim mais dependente da família. A mãe do aluno no Ensino
Fundamental relatou mais interesse e preocupação em conhecer o currículo da
escola. Destaca-se também a falta de iniciativa para buscarem o conhecimento
do currículo e conteúdo que são aplicados em sala de aula e a busca ao direito
do aluno de ter um currículo especifico para ele.
42
CONCLUSÃO
Conclui-se que o autismo é um transtorno que ganhou importância
atualmente, vem sendo temas de grandes discussões, autores com
reconhecimentos significativos tomaram o tema para si nos proporcionando
diferentes informações. Hoje é possível definir características, causas e
diagnóstico padrão que facilitam a compreensão desses fatores e as
habilidades necessárias que o autista precisa desenvolver para um bom
convívio em sociedade.
Diante disso a família como um participante ativo no desenvolvimento
social da criança autista tem um papel indispensável, tanto para a
aprendizagem quanto para a inclusão desta criança, independentemente do
ambiente que ela estará inserida.
A falta de seriedade da família com os compromissos relativos à criança
provoca uma série de conflitos que prejudica o desenvolvimento mental, social
e educacional. Um dos maiores conflitos está relacionado à auto-estima do
autista inserido na escola no quesito de acreditar em sua capacidade, pois
mesmo que a equipe escolar incentive desafios nada adiantará se os pais que
estão desde pequeno com a criança não acreditarem na sua capacidade de
desenvolvimento enquanto cidadão produtivo na sociedade.
Apesar dos desafios que a inclusão apresenta, a escola que tem como
papel a preparação do cidadão, não fica de fora diante a inclusão e sofre
também seus desafios internos que envolvem a estrutura física, apoio familiar,
educadores preparados, currículos bem elaborados, entre outras coisas, de
maneira que sua prática traga benefícios ao aluno e não ao contrário.
De acordo com os resultados obtidos por meio dos questionários,
observa-se que é de extrema importância que a família participe inteiramente,
buscando desenvolver um trabalho em conjunto com a escola; ficou evidente a
participação ativa das mães envolvidas na pesquisa somente deixando a
desejar em relação à questão da busca do conhecimento do currículo e
impossibilitando assim a exigência de um currículo adaptado que é de direito
de seu filho.
Sendo assim, é notório que a influência da presença ou ausência,
43
desempenhará um papel positivo ou negativo que a família definirá no
progresso da vida da criança e para que a inclusão de fato aconteça é
necessário que a família e a escola desenvolvam responsabilidades paralelas.
44
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48
APÊNDICE
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APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO PARA OS PAIS
Nome do Pai/Mãe:____________________________________________
Nome da escola:_________________________________________________
Nome do professor(a):___________________________________________
Nome do aluno(a):___________________________________Idade:_______
Turma:___________Período:____________
1. Na sua opinião a escola tem estrutura para receber crianças com
TEA? Justifique sua resposta.
2. Você conhece o currículo da escola? Ela oferece um currículo
específico para seu filho?
3. Você conhece o conteúdo aplicado em sala de aula para seu
filho(a)? Você acha que este conteúdo é adequado?
4. Seu filho(a) recebe lição de casa? Quantas vezes na semana? Se
sim, ele entrega as tarefas feitas ou encontra dificuldades em realizá-las?
5. Se seu filho(a) tem dificuldade em acompanhar conteúdo dado em
sala de aula, o que você faz para ajudá-lo a contornar essa situação?
6. Você recebe orientações da escola para melhor auxiliar seu filho
nas tarefas?
7. Você tem contato com o(a) professor(a) frequentemente?
8. Seu filho(a) participa de atendimento em sala de recurso (AEE)?
Você tem contato com o professor(a) do AEE?
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9. Você comparece a escola somente quando é convocada? Em que
outros momentos você vai a escola?
10. Além de reuniões você participa de mais algum evento? Quais?
11. Você leva seu filho(a) para participar de eventos realizados na
escola? Quais?
12. O professor(a) proporciona a participação do seu filho(a) em
eventos realizados na escola? Ex: apresentação em festa junina, teatro,
passeios, etc.
13. Você conversa com o professor(a) para se informar sobre o
rendimento escolar de seu filho(a)?
14. Seu filho(a) tem tutor presente em sala de aula? Se sim, você tem
contato com ele?
15. Seu filho faz uso de algum recurso pedagógico para comunicar-
se? Qual?
16. Quem indicou o recurso?
17. Você teve que recorrer alguma vez a autoridades, para garantir os
direitos legais de seu filho na escola, seja para a compra de equipamentos ou
por falta de acessibilidade?