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RELATÓRIO DE UM PROJETO LIDERADO PELA INCLUSION EUROPE Respeito, solidariedade e inclusão das pessoas com deficiência intelectual © Foto: DownMadrid Participar na Escola: Ouçam a Minha Voz! Inclusion Europe

Participar na Escola: Ouçam a Minha Voz! · Dois casos de estudo concretos: Xavier e Raul 6 A) Conhecer-me A mim mesmo 7 B) As minhas áreas de necessidade e apoio 10 ... 5. Participação

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RELATÓRIO DE UM PROJETO LIDERADO PELA INCLUSION EUROPERespeito, solidariedade e inclusão das pessoas com deficiência intelectual

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Participar na Escola: Ouçam a Minha Voz!

Inclusion Europe

Inclusion Europe: www.inclusion-europe.org

Eurochild: www.eurochild.be

Fundação Cedar, Bulgária: http://www.cedarfoundation.org/en/

QUIP, República Checa: www.kvalitavpraxi.cz

Fundação Síndrome de Down - Madrid, Espanha: http://www.downmadrid.org/

E em colaboração com a Fundação Lumos: www.wearelumos.org

Esta publicação foi escrita principalmente por funcionários da Fundação Síndrome deDown Madrid (Sonja Uhlmann e Marta Albert), como parte do projeto europeu «Ouçama Nossa Voz: Promover e incentivar a participação de crianças com deficiência intelectual».Este projeto tem como objetivo explorar, dirigir e partilhar métodos que capacitam epromovem a participação de crianças com deficiência intelectual. Para mais informações:www.childrights4all.eu.

Esta publicação foi produzida com o apoio financeiro do programa da Comissão Europeiados Direitos Fundamentais e Cidadania. O conteúdo desta publicação é da exclusivaresponsabilidade dos parceiros de projeto «Ouçam a Nossa Voz!» e não pode, de formaalguma, ser tomado como expressão das opiniões da Comissão Europeia.

©Inclusion Europe, Bruselas, 2014Foto da capa: © DownMadrid

Design gráfico por Orangemetalic.be

ISBN: 2-87460-154-3

OSPARCEIROS DP PROJETO«OUÇAM ANOSSA VOZ»:

FUNDAMENTOS 4

CAPÍTULO 1: O PROJETO DA FUNDAÇÃO SÍNDROME DE DOWN MADRID 5

1. A nossa escola 5 2. Estamos a promover a participação? 5 3. Passos dados 6 4. Dois casos de estudo concretos: Xavier e Raul 6 A) Conhecer-me A mim mesmo 7 B) As minhas áreas de necessidade e apoio 10 C) Os meus desejos e objetivos 11 D) Avaliação do progresso alcançados na realização dos meus objetivos pessoais 13 5. Participação na sala de aula 16 Ferramenta 1: A assembleia da escola 16 Ferramenta 2: O projeto anual de pesquisa da escola 17 Ferramenta 3: Treino das competências de resolução de problemas 17 6. Participação ao nível do centro educativo educacional 18 Ferramenta 1: Questionário sobre participação 18 Ferramenta 2: Participação responsável nos orgãos representativos oficiais 18 7. Participação conjunta de diferentes centros educacionais 19 Participação através de Atividades de Apoio (trabalho voluntário) 19 Aumentar a consciencialização e aprender participando: «Grupo de Jovens no programa Passo a Passo» 19

CAPÍTULO 2: AFERIÇÃO DE RESULTADOS NA DOWN MADRID 21

I. Participação de cada estudante 21 II. Participação na sala de aula 21 III. Participação ao nível do centro educativo educacional 21 IV. Participação conjunta dos Centros Educacionais 24 V. Participação através do trabalho voluntário em vários eventos na Fundação 28

BIBLIOGRAFIA SOBRE PARTICIPAÇÃO 29

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«Estas aulas eram mensais.Por exemplo, houve aulaspara ensinar a fazer pizza,bolinhos e ovos da Páscoa.»

Fundamentos

O artigo 24 da Convenção das Nações Unidassobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,que garante que as pessoas com deficiênciapossam aceder ao ensino inclusivo em pé deigualdade com os outros, foi analisadaexaustivamente por professores, famílias equalquer pessoa que trabalhe diariamente nocampo educacional. Foram realizadasdiscussões sobre as diferenças entre inclusão eintegração e foram elaboradas estratégias paratransformar as escolas em lugares de inclusão.No entanto, pouca atenção tem sido dada aosartigos 29 e 30, que tratam do direito daspessoas com deficiência em participar e comoatingir esse objetivo. Será que faz sentidodescrever um ambiente inclusivo, se umacriança com uma deficiência intelectual não écapaz ou não tem permissão para participar?

Desde a infância que nós, as famílias e oseducadores profissionais, decidimos o que émelhor para os «nossos» filhos, o que elesquerem e do que precisam. Isto aconteceainda com mais frequência quando a criançatem uma deficiência intelectual. Nós somosaqueles que «sabem», os que decidem edefinem o enquadramento e os objetivos.Tradicionalmente, ao longo deste processo, ascrianças muitas vezes não têm voz.

Para contrariar esta tendência, é essencialapoiar as crianças e equipá-las com ascompetências e conhecimentos necessáriospara que, com a ajuda adequada, possamparticipar plenamente em todos os aspetos desuas vidas. Se nós não as ensinarmos a tomardecisões, a exercer a autodeterminação, aconhecer os seus direitos e exercê-los desdeuma idade muito precoce, dificilmente a suasvozes serão ouvidas. Elas têm de entender quesão indivíduos que gozam dos mesmos direitosque os outros e que a participação é um dosseus direitos fundamentais.

Uma pesquisa anterior, realizada pelo InclusionEurope, mostra que as crianças com

deficiência estão menos envolvidas nasociedade do que os seus pares semdeficiência, porque participam menos ematividades sociais. Formar amizades, participarem atividades de grupo e em clubes, sãomaneiras de aprenderem a participar nasociedade, e essas atividades dão umacontribuição essencial para o desenvolvimentosocial e pessoal de todas as crianças. Noentanto, essa participação nem sempre é fácilporque as crianças com deficiência necessitamde apoio especial para o fazer.

A participação envolve dois aspetos principais.Por um lado, é extremamente importante ouviras crianças com deficiência intelectual, e, poroutro lado, é importante apoiá-las para quepossam participar não só na educação formal,mas também em atividades de cariz social.

Um terceiro aspeto que devemos ter emmente é que as crianças com e semdeficiência podem desempenhar um papelimportante como agentes de transformaçãosocial. O nosso objetivo é fortalecer acapacidade de participação das crianças,tendo em conta a sua idade, maturidade econtexto social. Defendemos o direito dascrianças em serem ouvidas, em expressar assuas opiniões sobre questões que as afetam eque lhes seja permitido assumirem as suasfunções e responsabilidades, respeitando aomesmo tempo os seus pais e outras pessoasem posição de autoridade. Quando ascrianças aprendem a comunicar as suasopiniões, a assumir a responsabilidade pelassuas ações e a tomar decisões, tornam-secapazes de melhorar a sua posição comoestudantes e cidadãos.

Através do projeto «Ouçam a Nossa Voz»queremos capacitar e ensinar as crianças come sem deficiência intelectual a participarem todas as questões que as afetamdiretamente para que possam ser donas dassuas próprias vidas.

4 PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

DESAFIO CLASSIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO (FAZER CÍRCULO)

As crianças são informadas sobre as mudanças que vão acontecer 1 2 3 4 5

As crianças são informadas da razão das mudanças 1 2 3 4 5

As opiniões das crianças são levadas em conta antes das mudanças acontecerem 1 2 3 4 5

As crianças são informadas de quais são os seus direitos e deveres 1 2 3 4 5

As crianças são encorajadas a dizerem se não gostam de algo 1 2 3 4 5

As crianças podem escolher entre diferentes atividades de lazer 1 2 3 4 5

As crianças podem escolher os livros que são comprados para a biblioteca 1 2 3 4 5

As crianças têm a oportunidade de dar a sua opinião sobre diferentes assuntos 1 2 3 4 5

As crianças têm um sistema de comunicação alternativa, se precisarem 1 2 3 4 5

A escola tem pictogramas informativos para os que precisam de apoio na comunicação 1 2 3 4 5

1. A nossa escola

As diferentes ferramentas e metodologiasdiscutidas a seguir são utilizadas pelo CentroFernandez-Miranda para a Educação Especial,uma escola recém-criada (desde 2012) sob osauspícios da Fundação Síndrome de Down deMadrid (ou «Down Madrid»). A missão docentro é melhorar a vida dos seus alunos e dassuas famílias por meio de planos de ação emetas definidas no seu programa educativo. Naverdade, é graças a um programa educacionalde qualidade que os alunos podem desenvolver-se de forma integral, e este permite-lhesusufruir, controlar e desfrutar do ambiente emque o quotidiano da escola decorre. Esteprograma educacional oferece aos alunos oapoio e os recursos necessários, acompanhadospor pessoal treinado e comprometidos numprojeto comum, que inclui todos os membrosda comunidade educativa.

O objetivo fundamental do programa é ajudaros nossos alunos a atingir pessoalmente osucesso. Este objetivo será conseguido graçasa um modelo educacional cuidadosamenteconstruído com base em valores como orespeito à diversidade, autonomia e inclusãosocial, bem como a premissa de uma educaçãocentrada na pessoa integral. As exigênciaspedagógicas deste modelo são ocompromisso, a participação e a comunicação

entre todos os membros da comunidadeescolar, incluindo as famílias e as pessoaspróximas. Estamos convencidos de que éimperativo oferecer oportunidades departicipação às crianças desde muito cedo.Portanto, acreditamos que a participação noprojeto Ouçam a Nossa Voz tem sido umaoportunidade única para que todos possamdominar as competências necessárias paraeducar uma criança para a participação.

Esperamos que, com este projeto, as crianças eos jovens aprendam a se tornar-se nos seuspróprios decisores, especialmente nas questõesque afetam o seu futuro. Esperamos, também,receber todo o apoio dos seus familiares, daspessoas que lhes são próximas e dos seusprofessores. Desta forma estas crianças, que têmsuas próprias esperanças e sonhos, beneficiamdo nosso reforço positivo e apoio, nuncaesquecendo os seus desejos para o futuro.

2. Estamos a promover a participação?

Antes de começarmos o nosso projeto,discutimos em várias reuniões de equipa oque, na nossa opinião, significa a participação,e quão cientes estamos da importância desteaspeto da nossa escola.

Abaixo está um exemplo de um questionárioque ajudou a guiar a nossa discussão.

Capítulo

1

5

O PROJETO DA FUNDAÇÃO SÍNDROME DE DOWN MADRID

5 - sempre / 4 – quase sempre / 3 – muitas vezes / 2 - às vezes / 1 - nunca

3. Passos dados

Para organizar o trabalho na nossa escola,dividimos as ações que pretendemos tomar deacordo com o seguinte esquema:

a) Ações que dizem respeito à culturada escola:

Informe os pais e os profissionais dosvalores e princípios orientadores relativosà participação da criança.

Escreva esses valores e princípios no papel;organize um pequeno grupo de trabalhocom os alunos, pais, professores efuncionários para desenvolver estedocumento.

Torne o documento público e tente quetodos se envolvam nele.

Lembre-se: O documento tem de seracessível!

b) Ações relativas aos objetivos da nossaescola:

Organize ações concretas para promovera participação na nossa escola.

Preste atenção especial ao aferir quantasações desenvolvemos para promover aparticipação durante o ano letivo.

Coloque fotos e imagens das ações numaparede visível para que todos estejamcientes delas.

Avalie se os alunos sentem que podemparticipar nas ações, e que as suas vozessão ouvidas.

Deixe os alunos saberem como muitas dassuas propostas têm sido postas em práticaou foram seriamente consideradas.

c) Ações relativas à nossa estruturaescolar:

Proporcionar um lugar específico parauma caixa de «Sugestões».

Fornecer um local de encontro e umintervalo de tempo específico dentro dohorário escolar onde os alunos se podemconhecer uns aos outros, e iniciardiscussões sobre questões importantespara eles no que diz respeito à estrutura.

Proporcione um momento específico emque o diretor pode receber estudantespara ouvir as suas sugestões no que dizrespeito à estrutura.

Ofereça um lugar a estudantes noConselho Escolar.

d) Ações relativas às práticaspedagógicas:

Inclua formação sobre os direitos dascrianças e sobre como reivindicá-los emcada nível do currículo.

Inclua jogos que desenvolvamcompetências como a assertividade, aescuta ativa, a resolução de problemas,etc, para cada faixa etária.

Analise e discuta os desafios enfrentadospela organização e até onde temavançado na questão da participação dacriança.

4. Dois estudos de caso concretos:Xavier e Raul

O caso de XavierXavier é um menino de 12 anos com Síndromede Down. Antes de se matricular no nossocentro, esteve numa escola inclusiva. A mãe éprofessora do ensino secundário, e a favor daparticipação ativa do filho no planeamento doseu próprio futuro.

O caso de RaulRaul é um menino de 14 anos com Síndromede Down, e faz parte de uma família deacolhimento. Antes de se matricular no nossocentro, frequentou uma escola inclusiva. A suafamília está empenhada em dar-lhe todo o seuapoio para que Raul possa ser o protagonistada sua própria vida.

Raul tem muitas necessidades de apoio,

6 PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

7

especialmente na área da autorregulação docomportamento. Usa um sistema decomunicação alternativa (pictogramas) paramelhorar o seu comportamento.

Passos dados com ambos os alunosA metodologia utilizada baseia-se noPlaneamento Centrado na Pessoa (PCP), masnão segue as regras desse sistema. Os própriosalunos, as suas famílias e os seus educadoreselaboram um Plano de DesenvolvimentoIndividual (PDI) para cada sujeito. Depois delevar em consideração a história pessoal, ascompetências a serem desenvolvidas, ostalentos a incentivar e os desejos do aluno, oPDI torna mais fácil a um aluno identificar(diretamente ou com a ajuda de outros) asmetas que ele ou ela deseja atingir, a fim demelhorar a sua vida durante cada ano letivo.Os/as alunos/as contam com o empenho eforça de um grupo de apoio, a fim de alcançaros seus objetivos.

Ao contrário de uma abordagem PCP, não sãoas crianças quem escolhe os seus facilitadores– esta continua a ser uma função dosprofessores. A família ainda desempenha umpapel decisivo, já que os seus membros terãode ser envolvidos e comprometidos desde oinício do programa.

Antes de começar, o programa é explicado àequipa educativa, às famílias e aos própriosalunos. Durante a execução do programa, sãorealizadas várias atividades centradas napessoa, sempre com, pela e para a pessoaindividual. O que se segue é uma descrição decada passo dado, bem como as atividadesmais importantes e ferramentas utilizadas.

Para extrair as informações necessárias, hávárias reuniões durante o ano letivo para fixaras metas do PDI. Todos os membros presentesna reunião deverão concordar com osobjetivos pessoais que o aluno deseja alcançare, sempre que necessário, irão utilizar sistemasalternativos de comunicação. Mais tarde, serãorealizadas reuniões para avaliação eacompanhamento.

Foram utilizados os pictogramas desenvolvidospor Sergio Palao. Fonte: ARASAAC(http://catedu.es/ arasaac/) License: CC (BY-NC-SA).

As etapas descritas no PDI são os seguintes:

a) Conhecer-me a mim mesmo • Esta é a minha gente

• As minhas preferências • Os meus pontos fortes e fracos

b) As minhas áreas de necessidade e apoio c) Identificar o meu grupo de apoio e os objetivos que desejo alcançar d) Avaliar os progressos alcançados na realização dos meus objetivos pessoais

A) Conhecer-me a mim mesmo

Objetivo: O primeiro objetivo é que o alunotenha uma auto-imagem realista.

Para alcançar este objetivo, precisamos doaluno para nos mostrar quem faz parte do seucírculo mais próximo: família, amigos,profissionais, outros (vizinhos, monitores detempos livres). Isto garante que nós sabemosespecificamente quais as pessoas maisimportantes para ele. O/a aluno/a tambémdeve indicar-nos os seus ambientes diários e osseus lugares favoritos em casa, na escola, norecreio e em quaisquer outros ambientes.

Precisamos de conhecer os gostos epreferências pessoais do/a aluno/a - do queele/a gosta e o que aprecia, onde se senteconfortável e seguro/a, bem como o que o/aincomoda, o que lhe causa desconforto, o queo/a assusta, quais os seus pontos fortes, aquiloem que é bom/a, o que é mais difícil paraele/a, e quais os seus pontos fracos.

Método seguido: 1. Apresentamos o nosso método como

uma proposta de plano de ação, a fim deincentivar o/a aluno e a sua família,juntamente com a equipa de apoio daescola, a reunir as informações maisrelevantes (com a ajuda dos pais eprofissionais) para apresentação ao seu

«Xavier é um menino de12 anos com Síndromede Down. »

Objetivos: O nosso objetivo é identificar quemé importante para o aluno. A fim de tornar oprocesso de identificação mais fácil, existemvárias categorias: familiares, amigos,profissionais e outros (vizinhos, etc). Sãopessoas próximas ao/à aluno/a com quempodemos contar para ajudar no seu progressoem direção aos seus objetivos.

Método Seguido:

1. O/a aluno/a indica as pessoas maisimportantes no seu ambiente imediato.Para facilitar essa identificação, estaspessoas são separadas em quatro grupos:Família, amigos, profissionais e "outraspessoas no meu ambiente". A partir destemapa de relacionamentos, o/a aluno/aseleciona pessoas que quer incluir no seuprocesso de planeamento, ou seja, pessoas

que estarão sempre presentes e que irãooferecer-lhe toda a ajuda e apoio de queprecisa para alcançar os seus objetivos.

2. Em todos os casos, o/a facilitador/a será o/atutor/a da turma.

3. Planeamento do processo: Uma vezidentificadas as pessoas mais importantes,o/a aluno/a decide quem quer incluir noseu grupo de apoio oficial.

4. Uma vez que o grupo tenha sido definido,o/a aluno/a contacta cada uma das pessoasque escolheu com a ajuda da sua famíliaou do/ facilitador/a. Depois de obter o seuacordo em participar, o/a facilitador/a irácoordenar os horários para que possamcomeçar a reunir em caráter oficial.

grupo de apoio. Desta forma, quem se preocupa com o/a aluno/a e estáempenhado em ajudar pode compartilharuma visão comum dos seus planos para o futuro.

2. O tutor-facilitador tem um primeiroencontro com o/a aluno/a com deficiência,a fim de o/a avaliar de forma abrangente,através de ferramentas selecionadas. Nestaprimeira reunião, o/a aluno/a é levado aentender, de acordo com seu nível decompreensão, os objetivos do plano de açãoproposto e o significado das informaçõesregistadas em cada ficheiro pessoal.

3. O tutor-facilitador realiza o planeamentoindividual e avaliação com a ajuda da redede apoio natural do aluno. As principaisfunções do tutor-facilitador é garantir que osdireitos, ideias, objetivos e preferências dapessoa com deficiência sejam respeitados,dando suporte à ideia de que o/a aluno/acom deficiência é capaz de dirigir a suaprópria vida; dirigir e estimular a participaçãodo grupo de apoio oficial, gerando um climade confiança e chegar a um consenso entretodos os seus membros; orientar as reuniões;acompanhar os progressos; e incentivar aimplementação de todos os compromissosassumidos.

(Vídeo 1) Preparação da minha reunião

PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ! 8

«ESTA É A MINHA GENTE»

Xavier Raul

Objetivos: conhecer bem o/a aluno/a.Descobrir seus talentos, o que as outraspessoas admiram nele/a, e as suas limitações.

Método Seguido:

1. O/a facilitador/a vai ajudar a pessoa comdeficiência a descobrir as suas habilidadese as atividades em que se destaca,incluindo todas as tarefas que é capaz deexecutar bem. Ao mesmo tempo, oindivíduo deve estar consciente das suaslimitações, das atividades ou tarefasdurante as quais pode cometer mais erros,e, finalmente, de um comportamento quenão é adequado, ou porque é sempreinaceitável ou porque não é apropriadopara o momento ou situação presente.

«OS MEUS PONTOS FORTES E FRACOS»

Objetivos: Desenvolver um perfil pessoal quevai nos ajudar a conhecer e a ouvir a pessoa,para que possamos descobrir e apreciar osseus gostos, competências e capacidades, bemcomo as suas dificuldades e frustrações.

Método Seguido:

1. O/a facilitador/a investiga os melhoresmétodos para a coleta de informações do/aaluno/a, já que essa informação vai levar auma melhor compreensão dele ou dela.Para conseguir isso, o/a facilitador/a irápreparar materiais para ajudar o/a aluno/a

neste processo de autoconhecimento. O/aaluno/a deve descrever como gasta o seutempo, a quantidade de tempo que passatanto em comunidade como em ambientesprivados («Os meus locais»), as atividadesde que gosta/não gosta («As minhaspreferências») e os seus sonhos pessoaispara o futuro («Os meus desejos»).

2. Com a ajuda do/a aluno/a, são concebidosmateriais informatizados muito atrativos,adaptados para despertar o seu interesseindividual.

«AS MINHAS PREFERÊNCIAS»

9PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

Xavier

10 PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

Raul

Xavier Raul

O segundo passo que devemos dar, a fim deavaliar as necessidades de apoio do/a jovem, éidentificar as principais áreas que necessitam deapoio e assistência. O indivíduo é encorajado aseguir este processo de pensamento: «Tendo emconta a minha idade e estágio dedesenvolvimento, juntos devemos identificar asnecessidades de apoio que são importantes paramim e de quanta assistência preciso».

As necessidades durante as seguintesatividades serão revistas com o aluno:vestuário, higiene, nutrição, aparência pessoal,

tarefas domésticas, atividades de lazer em casa,autorregulação, comunicação e linguagem,processos cognitivos, o desenvolvimentomotor, nível de sensibilidade, hábitos de sono,lesão física, saúde e segurança, atividades delazer dentro da comunidade, o uso detransportes públicos, questões de dinheiro,mobilidade e sentido de orientação, motivação,rotinas diárias, tomada de decisão, autodefesa,desenvolvimento social e emocional,comportamento social básico (competênciassociais ) e da interação social (cooperando,mostrando respeito pelos outros).

B) As minhas áreas de necessidade e apoio

Objetivos: determinar o que é que a criançaestá interessada em aprender e quais osobjetivos que deseja alcançar dentro e fora dasala de aula durante o ano letivo.

Metodologia seguida:

1. O facilitador irá ajudar o jovem a descobriros seus desejos e metas. Antes de iniciar oseu plano individual, o/a aluno/a deveparar para pensar sobre quais, dosobjetivos propostos, são os maisimportantes para ele/a.

2. Depois de completar o PDI Plano Individualficaremos equipados com todas asinformações de que precisamos sobre cadaaluno. Desta forma, teremos um melhorconhecimento de todas as crianças emidade escolar, e estas sairão de cadareunião com a sensação de que nospreocupamos com tudo o que as motiva.Temos que fazê-las entender que muitosdos seus sonhos e objetivos podem seralcançados através do esforço eentusiasmo e com uma atitude departicipação ativa. Ao mesmo tempo,temos de estar constantemente cientes detodas as informações que tiverempartilhado connosco e teremos de mantera nossa promessa de que elas podemconseguir tudo o que querem realizar.Temos de proporcionar-lhes a ajuda de quenecessitam para desenvolver as suascompetências e talentos.

3. É melhor começar com tarefas simples, umobjetivo de cada vez, concentrando-se emcada aspeto único. O nosso desejo é queas metas e os sonhos do/a aluno/a sejamcumpridos. No entanto, temos de serrealistas e comprometermo-nos apenascom metas que sejam alcançáveis.

4. Finalmente, vamos registar por escrito osacordos e obrigações de cada pessoa daequipa, especificando os seus prazos,locais, etc. Antes de começar, é precisogarantir que os/as alunos/as têm uma

compreensão completa do que foidiscutido. Têm de saber que os/as vamosapoiar e ajudar com toda a nossacapacidade, em todos os sentidospossíveis. Devem sentir-se protegidos/as eapoiados/as. Ao mesmo tempo, tambémtêm de concordar em contribuir com o seupróprio tempo e esforço para conseguiratingir as suas metas pessoais.

Com a implementação deste programa,podemos superar muitos dos preconceitos dasociedade para com as pessoas comdeficiência intelectual, e podemos fazer comque estes/as jovens estejam mais dispostos/asa gerir e participar nas suas próprias vidas.

Devemos prestar muita atenção às metas queas crianças estabelecem, a fim de disponibilizaras ferramentas necessárias para as ajudar aalcançar essas mesmas metas.

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Xavier Raul

C) Os meus desejos e objetivos

PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

12 PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

Xavier Raul

O/a tutor/a-facilitador/a irá garantir que asmetas e atividades propostas para cada alunoestão a ser implementadas. Para este fim, iráconvocar reuniões periódicas de revisão paraavaliação do progresso.

No nosso caso, estas reuniões de revisãotiveram lugar a cada 4-5 meses. Começámoso programa em setembro, realizou-se aprimeira reunião de avaliação de progresso emfevereiro, e outra em junho.

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Xavier Raul

D) Avaliação do progresso alcançado na realização dos meus objetivos pessoais

PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

1º CONHECER-ME A MIM MESMO

Raul mostrou-nos que as pessoas mais importantes na sua vidasão os pais e o irmão, alguns professores e colegas.

Gosta de fazer desporto, mas não gosta de ficar nervoso ou debater, nem de se esquecer dos óculos de natação.

Indentifica o seu ponto forte como sendo a natação, e o seuponto fraco como sendo a dificuldade em acalmar-se.

Consegue identificar o seu lugar favorito.

2º AS MINHAS NECESSIDADES DE APOIO

Precisa de apoio principalmente para controlar as suas emoçõese nas competências sociais.

3º «OS MEUS DESEJOS E OBJETIVOS»

Os desejos de Raul: melhorar na leitura, na matemática, e fazeramigos.

4º AVALIAÇÃO E REVISÃO

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RAUL

ESTA É A MINHA REUNIÃO

1º CONHECER-ME A MIM MESMO

Alcançar uma auto-imagemrealista.

2º AS MINHAS ÁREAS DENECESSIDADE E DEAPOIO

Identificar áreas importantesem que é preciso apoio, e emque grau.

3º «OS MEUS DESEJOS EOBJETIVOS»

Perceber o que gostaria deaprender, o que quer realizar,dentro e fora da sala de aula…

4º AVALIAÇÃO E REVISÃO

Medir o progresso que fez narealização dos seus objetivos.

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XAVIER

A MINHA REUNIÃO

1º CONHECER-ME A MIM MESMO

Obter uma auto-imagemrealista.

2º AS MINHAS ÁREAS DENECESSIDADE E APOIO

Identificar áreas importantesonde o apoio é necessário eem que grau.

3º «OS MEUS DESEJOS EOBJETIVOS»

Perceber o que quer aprender,e os seus objetivos para esteano, dentro e fora da sala deaula…

4º AVALIAÇÃO E REVISÃO

Aferição do progresso.

1º CONHECER-ME A MIM MESMO

Xavier mostra-nos que as pessoas mais importantes na sua vidasão os pais e o irmão, alguns professores e colegas.

Gosta de pregar partidas, das suas cartas de Pokémon, de vertelevisão e dvds. Comidas preferidas: Frango com batatas,massa, pizza. Fazer truques de magia. Ir ao cinema, à piscinaou aos acampamentos de férias. Não gosta de lutar: deempurrar, de gritar..., de quando alguém lhe tira as suas coisas,ou de não o deixarem comer certas coisas.

Identifica os seus pontos fortes como sendo: ser uma pessoadivertida, amigável, de ser bom no teatro e a escrever histórias.É arrumado. É difícil para ele obedecer à mãe e aos professores,e respeitar os colegas, ou de parar de pregar partidas quandolhe pedem. É difícil para ele partilhar e respeitar os pertencesdos outros.

Consegue identificar os seus lugares favoritos.

2º AS MINHAS NECESSIDADES DE APOIO

Precisa de apoio durante as atividades de lazer, principalmenteem casa. Também precisa de ajuda com as suas competênciassociais e emocionais.

3º «OS MEUS DESEJOS E OBJETIVOS»

Os desejos de Xavier: aprender a multiplicar bem, fazerexperiências em Ciências, escrever melhor as letras minúsculas.O seu sonho: ser cozinheiro. Gostava de ler livros e ver filmesde mistério.

4º AVALIAÇÃO E REVISÃO

Xavier tem conseguido relacionar-se melhor e socializar maiscom os seus colegas. Tem cozinhado com a mãe e o pai.Melhorou na escrita.

16 PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

5. Participação na sala de aula

Aprendemos pelaexperimentação, tudo o resto é mera informação.- Albert Einstein

Os centros educativos são um cenário idealpara ensinar às crianças em idade escolar oque é a participação. Podemos incentivar àparticipação, fornecendo-lhes as ferramentasapropriadas para aprenderem a fazer escolhase a tomar decisões, incentivando assim acriação de atitudes e valores como: o sentidode responsabilidade, o respeito pelos outros, aautonomia e a solidariedade. Além disso, éparticipando que se aprende como participar.Isto implica que as técnicas e dinâmicasutilizadas durante estas sessões de trabalhosejam participativas na sua natureza, para queas crianças possam experimentar, em primeiramão, o que é a participação. À medida quetrabalhamos para assegurar a sua maiorparticipação, estamos a caminhar para umsistema educativo mais inclusivo e para umamaior autossuficiência pessoal - por outraspalavras, para uma melhor qualidade de vidapara todos.

A participação requer a vontade de participar,o conhecimento e a capacitação. Os/asalunos/as precisam de entender o que significaparticipar e o que querem os/as educadores/asdizer com isto: proporcionar oportunidades eeliminar barreiras (barreiras cognitivas,barreiras linguísticas, etc). A fim de incentivara participação na nossa escola, devemos criarespaços especiais destinados a promover acomunicação, cooperação e diálogo entretodos nós.

A participação ativa é uma característica de uma«escola eficaz». (Sandoval 2011, p 115). Levarem conta as opiniões das crianças em situaçõesque as afetam diretamente (o processo deensino e aprendizagem, os ambientes escolarese suas configurações, etc) torna-se indispensávelpara as escolas que pretendem ser de factoparticipatórias. É importante levar as vozes dasnossas crianças em conta e considerar que os/asalunos/as são ferramentas para a mudança nacultura e práticas de um dado centro educativo.Esta atitude implica o reconhecimento comosujeitos ativos, competentes, com conhecimentoe capacidade para participar em tudo o queafeta as suas vidas (Echeita 2008). Prestaratenção às suas vozes implica o seu

reconhecimento como verdadeiros atores sociais(Sandoval 2011).

Com base no programa Ouçam as NossasVozes começámos a implementar programasdestinados a melhorar a participação.

Foram usadas três ferramentas:

A Assembleia da Escola

O Projeto Anual de Pesquisa na Escola

O treino nas competências de resoluçãode problemas

FERRAMENTA 1:A ASSEMBLEIA ESCOLAR

Objetivos: O objetivo das assembleiasescolares é fornecer um lugar específico queincentive a participação significativa e ofereceruma oportunidade para os estudantesexpressarem suas opiniões, que, nas palavrasde Sandoval (2011), é o mesmo que usarnovos argumentos para exigir que não haja«nada sobre nós, sem nós». (p 119). Atravésdesta iniciativa, os/as estudantes adquirem umpapel de liderança maior e uma maiorcapacidade de dar um sentido às suasexperiências de vida, bem como um maiorsentido de responsabilidade durante a sua vidaescolar. A assembleia também fornece aocorpo docente uma ferramenta que lhepermite reconhecer melhor as habilidades departicipação dos/as seus/suas estudantes.(Susinos, 2009);

Estas reuniões da Assembleia Escolaracontecem uma vez por semana. A avaliaçãode uma assembleia concentra-se em variáveisquantitativas, como o número de alunos/asque a frequentam, a quantidade de respostasgeradas e outros dados que indicam se elesestão ou não a participar. Os aspetosqualitativos avaliam se os/as alunos/as sesentem confortáveis durante a assembleia, ese as propostas apresentadas são ou nãodevidamente registadas e levadas emconsideração, etc.

A participação tem uma dimensão social e degrupo. Quando aplicada a uma situação degrupo, implica dar e expressar as nossasopiniões como indivíduos e compartilhá-lascom outros membros do grupo. Este processorequer um diálogo melhorado, empatiaevidente para com os outros, e cooperação.

«»

Metodologia:

São escolhidos um/a secretário/a e um/amoderador/a entre as crianças. Estasposições serão rotativas. A função do/asecretário/a será tomar notas. O/amoderador/a irá lembrar aos participantesas diferentes partes da reunião e dar apalavra aos participantes, um por um.

A assembleia é constituída por três partes:

Na secção de «Notícias» da assembleia, os/asalunos/as podem falar sobre algumacontecimento recente do mundo (ou, porvezes, os pessoais). A secção «Avisos» trata dealgo, ligado à vida quotidiana, que aconteceráno futuro, enquanto que na secção de «Fim de semana» os/as alunos/as podemescolher a ocorrência mais significativa do seufim de semana.

Durante a reunião será feita uma Chamada, eos/as participantes deverão realizar umaautoavaliação dos progressos realizados.

FERRAMENTA 2: O PROJETO ANUAL DE PESQUISA DAESCOLA

Estudantes de diferentes níveis de ensinoparticipam no projeto anual de pesquisa da

escola. As idades variam entre 12 e os 15 anos,e estes concordam num tema para o projeto,depois de lhes terem sido oferecidos trêstemas diferentes. Depois de terem refletidosobre as diferentes opções, têm aoportunidade de defender as suas escolhas etentar convencer os outros participantes,argumentando. Em seguida, é realizada umavotação secreta e o projeto vencedor éanunciado ao grupo. Os/as alunos/as sãoobrigados/as a aceitar o projeto escolhido pelamaioria e a trabalhar ativamente sobre ele.

FERRAMENTA 3: ENTRENAMIENTO EN RESOLUCIÓN DE PROBLEMAS

Seguimos a metodologia descrita no programa«PENTA: eu aprendo a resolver problemassozinho», concebido por Luz Pérez Sánchez epor Diana Cabezas Gómez e publicado em2006 pelo Instituto Calasanz de Ciências daEducação, em Madrid.

O programa é constituído por 10 livros:

a. Introdução ao programa. b. Motivação para o programa. c. O Programa PENTA d. Situações/problemas decorrentes das

relações interpessoais. e. Situações/problemas que surgem no

ambiente doméstico. f. Unidade de Reforço. g. Situações problemas que surgem

durante a utilização de meios detransporte.

h. Situações/problemas que surgem navizinhança imediata.

i. Situações/problemas que surgemdurante as atividades recreativas.

j. Unidade de Reforço.

Fizemos ligeiras mudanças no programa paraadaptá-lo às nossas necessidades.

17

NOTÍCIAS

ANÚNCIOS

FIM DE SEMANA

PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

6. Participação ao nível do centroeducativo

Foram utilizadas duas ferramentas:

• questionários. • A participação responsável nas

organizações oficiais representativas.

FERRAMENTA 1: QUESTIONÁRIO SOBRE PARTICIPAÇÃO

Objetivos: Os questionários são desenvolvidospara fornecer informações sobre como os/asalunos/as entendem a sua participaçãoindividual no centro e se sentem ou não umdeterminado nível de satisfação. Cadaquestionário foi concebido de acordo com onível escolar do/a aluno/a, um para os/asalunos/as da escola secundária (12-16 anos) eoutro para os/as alunos/as no programa deTransição para a Vida Adulta (TVA) e doPrograma de Formação Profissional (PFP) (16 -21 anos).

Os/as alunos/as mais velhos/as receberam oquestionário-amostra que constava do «Guiapara a participação de pessoas com deficiênciaintelectual ou de desenvolvimento», (FEAPS,2013). Este questionário foi adaptado àscaracterísticas do nosso centro.

O questionário está dividido em três conjuntosde perguntas. Na primeira secção, os/asalunos/as são convidados/as a dizerem sesentem que as suas opiniões e ideias são levadasem consideração. A segunda secção perguntase sentem que estão realmente a participar, e aterceira secção pede-lhes para sugerir (atravésde perguntas em aberto) mudanças paramelhorar as atividades de sala de aula.

O formato das respostas fornecidas segue umaescala do tipo Likert, adaptada compictogramas. As quatro respostas possíveissão: «nunca», «às vezes», «frequentemente»,e «sempre».

O questionário apresentado aos/às alunos/asmais novos/as usa uma versão adaptada do«Conjunto de Ferramentas para Identificação eColeta de Dados da Deficiência» (Porter, Hacker,Georgeson, Daniels, Martin e Feiler, 2010).

Este conjunto de ferramentas faz umapesquisa usando itens para avaliar «as coisasboas e as coisas más da nossa escola». Foiadaptado para as necessidades especiais

dos/as alunos/as com dificuldades de leitura,escrita ou comunicação. Primeiro, são feitasperguntas gerais sobre se gostam ou não de irà escola, de fazer os trabalhos de casa, ou departicipar em reuniões onde são o principaltema de discussão.

Em seguida, são questionados/as sobre as suasexperiências durante as várias atividadesescolares (Assembleia Escolar, o refeitório, ahora do recreio). Também lhes perguntamosse gostam das diferentes disciplinasministradas no centro. Finalmente, os/asalunos/as são convidados/as a dar o seuparecer sobre se experimentaram ou nãodificuldades durante esses momentos naescola e quais as suas rotinas preferidas (seestudam por si só, em grupo na sala de aula,com o seu grupo do Projeto de Pesquisa naescola, ou com o professor, um-a-um).

Método Seguido:

O questionário foi elaborado em LinguagemFácil1.

Dependendo das necessidades de apoio do/aestudante, o questionário pode ser preenchidode forma individual ou com a ajuda de umgrupo.

O professor ou o/a aluno/a lê as perguntas.Uma vez que os/as alunos/as tenhamentendido as perguntas, são incentivados/as arespondê-las individualmente.

No caso das questões abertas encontradas nosquestionários dos/as alunos/as mais velhos/as,os/as estudantes também respondemindividualmente com a ajuda do/a seu/suaprofessor/a.

Uma amostra das perguntas da pesquisautilizadas nos programas para a Transição paraa Vida Adulta (TVA) e de Formação Profissional(PFP) é fornecida no lado esquerdo desta página.

FERRAMENTA 2: PARTICIPAÇÃO RESPONSÁVEL NOSORGÃOS REPRESENTATIVOS OFICIAIS

Está incluído/a um/a representante dosestudantes entre os membros do ConselhoEscolar. A fim de incentivar a participação doaluno, incluíram-se as seguintes atividades naagenda do Conselho:

• Os documentos são preparados em

18 PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

1 Em Portugal também referido como Leitura Fácil.

Linguagem Fácil para que sejamacessíveis (agenda de reuniões,orçamentos, etc.)

• O/a representante dos/as estudantesé convidado/a a reunir-se com todasas turmas para recolher as suas ideiase preocupações.

• O/a representante dos/as estudantesretransmite as reclamações e sugestõesao Conselho Escolar.

7. Fomentando la participación entrediferentes Centros Educativos

Participação através de Atividades deApoio (trabalho voluntário)É importante para as pessoas com deficiênciaintelectual participar em atividades cujoobjetivo é ajudar os outros, uma vez que namaioria das vezes esses papéis são invertidose são as pessoas com deficiência que recebemassistência.

Os estudantes de nosso centro educativoencontraram-se com outros alunos de umaescola inclusiva na mesma comunidade.Juntos, angariaram fundos para o envio dedinheiro às vítimas de um desastre natural queocorreu recentemente nas Filipinas, através deuma ONG. Os/as alunos/as escolheram a causapara a qual queriam contribuir.

Organizámos um Dia do Desporto com lanceslivres de basquetebol com equipes mistas.Cada aluno/a tinha de encontrarpatrocinadores para a sua equipa. Cadapatrocinador tinha de se comprometer emfazer uma contribuição por cada cesto feito. Oevento foi um sucesso, e todo o dinheiroarrecadado foi enviado para a ONG.

Aumentar a consciencialização e aprenderparticipando: «Grupo de Jovens noprograma Passo a Passo»

O projeto de participação Ouçam as NossasVozes, de acordo com os objetivos daFundação Síndrome de Down de Madrid,gostaria de sublinhar a sua missão de atuarcomo «facilitadores e promotores» da inclusãosocial das pessoas com deficiência intelectual.Para este efeito, considera-se que, a fim defomentar a inclusão e maior participação daspessoas com deficiência intelectual no seuambiente do dia-a-dia, é necessário fazer comque a sociedade - e, assim, a comunidadeeducativa – aumente a sua consciência sobreas capacidades das pessoas com deficiênciaintelectual e de desenvolvimento. Este objetivoserá alcançado através do aumento doconhecimento da sociedade sobre acapacidade de participação destas pessoas,incluindo os seus pontos fortes, os seusdireitos e obrigações, e outros problemas queenfrentam. Cabe às pessoas com deficiência eaos seus colegas transmitir e demonstrar asrealizações e competências que lhes permitemser verdadeiros participantes na sociedade.

A projeto Ouçam a Nossa Voz reuniu umgrupo de adolescentes entre os 14 e 18 anos,com e sem deficiência, para formar o grupo

19PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

oficial «Passo a Passo» atuando comopromotores da inclusão. Os seus objetivoseram pensar, projetar, desenvolver e executarplanos de ação para promover a inclusão e aparticipação de todas as pessoas comdeficiência intelectual.

Formação do grupo:Dado que o que queríamos era incentivar aparticipação de jovens com e sem deficiência,pensámos em juntá-los num grupo. O primeirodesafio foi encontrar uma maneira de atrair osjovens sem deficiência à participação. Emprimeiro lugar, procurámos jovens que jáhaviam entrado em contacto com a deficiênciapor várias razões: tinham irmãos comdeficiência, ou os seus pais trabalhavam comjovens com deficiência. Estes jovens serviramcomo fundamento para o lançamento dogrupo e, posteriormente, trouxeram os/asseus/suas próprios/as amigos/as para sejuntarem aos outros.

Metodologia:

Participantes: escolhidos entre um grupo dejovens (15-18 anos de idade), com ou semdeficiência que pertencem a vários centroseducativos inclusivos ou de necessidadeseducativas especiais.

Prazo: Reuniões mensais (na última sexta-feirade cada mês).

Ferramentas: As reuniões tiveram a forma de sessões debrainstorming. Esta é uma técnica depensamento criativo usada para estimular aprodução de novas ideias visando a resoluçãode problemas, dentro de um grupo.

As diferentes fases do processo são osseguintes:

1. Introdução à sessão de brainstorming:inclui explicar a natureza da sessão, os seusobjetivos, o procedimento a ser seguido ea sua duração.

2. Produção de novas ideias: estas aparecemcomo suportes visuais num quadro negroou na tela. As ideias a serem discutidas sãosempre apresentadas na forma de umapergunta. Normalmente, é definida umameta mensurável quanto ao número denovas ideias a serem propostas.

3. Melhoria da ideia: Aqui, o papel dinâmicodo moderador do grupo é fundamental.Este é o momento em que as ideiasexpressas pelo grupo são melhoradas esintetizadas.

4. Revisão: As ideias são reduzidas a uma listaespecífica.

A partir deste momento, assim que asdiferentes ideias geradas pelo grupo foramestabelecidas, deu-se início ao processo deimplementação.

As ideias que o grupo gerou foram estas:

20 PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

I. Participação de cada estudante

Usando o programa «Esta é a minha reunião»pudemos obter resultados positivos para cadaaluno/a. Os/as alunos/as adquiriram um maiorautoconhecimento e mais motivação paraparticiparem no processo de aprendizagem.Os/as nossos/as alunos/as sentiram que tinhamagido como participantes e figuras-chavedurante todo o processo, e que colaboraramativamente na formulação das metas queprecisavam de ser alcançadas.

Uma vez após outra, tem sido demonstradoque, quando oferecemos aos/às nossos/asalunos/as oportunidades de participar, eles/astiram o máximo proveito dessasoportunidades.

No próximo ano letivo, vamos seguir amesma linha de ação, oferecendo maisoportunidades de participação aos/àsestudantes em todas as áreas.

Esperamos que, com o aumento constante dasua capacidade de participação, eles/asconsigam aumentar a sua sensação de bem-estar e a sua de qualidade de vida.

II. Participação na sala de aula

Através da utilização das ferramentas acimadescritas, alcançámos os seguintes resultados:

O conceito de Assembleia Escolar permitiu quecada aluno/a se tornasse mais respeitoso/apara com os/as outros/as estudantes, queouvisse mais os/as outros/as e valorizasse ascontribuições dos/as seus/suas colegas. Lenta,mas seguramente, o nível de participaçãodos/as alunos/as e o seu empenho aumentou.Assistir às reuniões também fez com que os/asalunos/as se focassem mais e se mantivessemmais atentos/as à atualidade mundial.

Com o Projeto de Pesquisa Escolar Anual, os/asalunos/as adquiriram novos conhecimentos ecompetências, bem como a capacidade departicipar. A sua motivação e o compromissocom o seu trabalho também aumentou.

Quanto ao próprio grupo, demonstrou maiorcoesão, motivação e entusiasmo, assim comoa necessidade e vontade de aprender. Emsuma, comportou-se como um grupo bemversado na arte da participação.

III. Participação ao nível do centroeducativo

Os resultados do questionário obrigaram-nosa levantar novas questões e implementarnovos planos de ação no nosso centro:

Fomos capazes de obter informações maisprecisas sobre os desejos e asnecessidades especiais dos/as nossos/asalunos/as.

Fizemos mudanças na nossa organizaçãoescolar: as aulas e as atividades tiveram deser separadas antes do final de cada ciclode estudos.

Capítulo

2AFERIÇÃO DE RESULTADOS NA DOWN MADRID

21

22 PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

RESULTADOS

A seguir estão os resultados obtidos nos doisquestionários que foram apresentados aogrupo de Transição para a Vida Adulta (TVA),tanto no início como no final do ano letivo.

Comparando os resultados entre oquestionário apresentado no início do ano

letivo com o questionário apresentado no finaldo ano letivo, os resultados mostramclaramente que a perceção dos/as alunos/as noprograma de transição para a vida adulta (TVA)foi de que tinham participado mais, comoreflete o questionário de final de ano letivo.

PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ! 23

RESULTADOS DO INÍCIO DO ANO ESCOLAR VS FINAL DO ANO ESCOLAR – GRUPO TRANSIÇÃO PARA A VIDA ADULTA (TVA)

PERGUNTA NUNCA: ÀS VEZES: MUITAS VEZES: SEMPRE: GRUPO GRUPO GRUPO 1 2 3 4 1 2 3

1 Posso dar a minha opinião acerca das regras. 3,3 3,1 3,52 Posso ajudar a escolher o que vamos aprender na escola. 2,8 2,9 2,53 Posso pedir ajuda ao/à professor/a. 3,2 3,3 3,14 Os/as professores/as estão interessados/as em saber do que gosto e o que quero. 5,2 3,2 3,05 Ajudo os meus colegas quando eles precisam. 3,4 2,9 3,86 Posso escolher as nossas atividades. 3,3 3,2 2,47 Os/as professores/as perguntam-nos se gostamos das atividades. 3,0 3 2,98 Posso escolher os meus TPCs. 2,5 1,2 1,69 Posso escolher ao lado de quem me sento. 3,0 2,4 2,510 Gosto de vir à escola. 3,7 3,6 3,611 Tenho amigos na escola. 3,8 3,3 3,514 Ao almoço posso sentar-me onde quero. 3,5 3,4 3,715 Ajudo no refeitório. 3,6 2,9 2,916 Escolho ao que quero jogar. 2,7 2,5 3,317 Escolho com quem quero jogar. 3,0 2,8 3,518 Nós resolvemos os nossos problemas. 3,2 3 3,119 Os/as professores/as resolvem os nossos problemas. 2,6 2,7 2,1

SALA DE AULA

REFEITÓRIO

RECREIO

1-NUNCA 2-ÀS VEZES 3-MUITAS VEZES 4-SEMPRE

Os resultados das perguntas feitas os/às maisjovens mostram que mais de 87% das criançasgostavam de frequentar a escola, de fazeremos trabalhos de casa e de ir às reuniões parafalarem de si mesmos...

Estas crianças sentiram-se confortáveis durantevários momentos do dia na escola (97%) e nãoenfrentaram nenhuma dificuldade em lidarcom esses momentos. Gostaram de trabalharsozinhas, em grupo, no grupo de projeto depesquisa da escola ou com um/a professor/a.

IV. Participação conjunta dos CentrosEducativos

Durante os primeiros meses, os membros dogrupo trabalharam para se conhecerem unsaos outros e no reforço do sentimento decoesão do grupo. Aos poucos, os/as jovenscomeçaram a oferecer as suas sugestões.Apresentamos os nossos resultados abaixo.

A seguir estão as atividades que foramimplementadas após considerar todas assugestões apresentadas:

1. Os/as alunos/as com ou sem deficiênciaintelectual deram palestras noutras escolas.

2. A produção de um vídeo sobre ascapacidades e competências das pessoascom deficiência.

3. A produção de um vídeo para informar opúblico em geral sobre o projeto Ouçam asNossas Vozes e o nosso programa Passo aPasso.

4. Aulas de culinária inclusivas.

5. Concurso de Contos.

6. Dias de Desporto Inclusivo (com gruposinclusivos).

7. Concurso «Passo a Passo» (ver o vídeo).

Foram feitas vinte palestras em diferentescentros educativos tradicionais. Essas palestrasforam dadas por membros do grupo. Durante odebate, o termo «deficiência» foi explicado, ehouve vários exercícios de grupo cujo objetivoera promover maior consciencialização entre opúblico em geral.

1. Produção de um vídeo sobre ascapacidades e competências daspessoas com deficiência.

2. Foi produzido um vídeo para informaro público em geral sobre os projetosOuçam as Nossas Vozes e Passo a Passo.

3. Aulas Inclusivas de Culinária.

Estas aulas eram mensais. Por exemplo, houveaulas para ensinar a fazer pizza, bolinhos eovos da Páscoa.

24 PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

25PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

4. Concurso de contos. Foram apresentados 31 contos de 15 centroseducativos de Madrid.

5. Concurso de microrrelatos.

Se presentaron un total de 31 microrelatos de15 centros educativos diferentes.

Os/as jovens sentiram-se capacitados/as aodescobrir que podem tornar-se agentes demudança caso assumam um papel proativonas suas vidas.

5. Dia do Desporto Inclusivo (com gruposinclusivos).

6. Concurso «Passo-a-Passo» (ver vídeo). O concurso atribuiu três Primeiros Prémios eum 2º Prémio dentre todos os trabalhosapresentados.

Primeiro Prémio na categoria de Ciência: Escola Sant’Ana, Madrid.

Título do Projeto: «Somos um mosaico genético».

2º Prémio na categoria de Ciência: The British Council School, Madrid.

Título do Projeto: «A Fonte dos Cientistas do Futuro».

Prémio Artístico: Colégio LaSalle-São Rafael, Madrid.

Título do Projeto: «Caminhando juntos».

Prémio de Desporto: Colégio Trindade, Madrid.

Título do Projeto: Inclusão no Desporto.

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27PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

V. Participação através do trabalhovoluntário em vários eventos naFundação

Celebração do Aniversário da DownMadrid

Dia Open House na Down Madrid

«Mostra que te preocupas»

Prémios atribuídos durante a celebraçãodo 25º Aniversário da Down Madrid

28 PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

Ainscow, M., Booth, T. and Dyson, A. (1999). Inclusion and exclusion in schools: listening tosome hidden voices. En K. Ballard, (Ed), Inclusive education. International voices on disability andjustice, (pp.139-152). Londres: Falmer Press.

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Echeita, G., Simón, C., López, M. y Urbina, C. (2013) Educación inclusiva. Sistemas de referencia,coordenadas y vórtices de un proceso dilemático. En M.A. Verdugo. Psicología y Discapacidad.(pp. 329-358). Salamanca: Amaru.

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Motxila 21 (2012). LipDub que no es un LipDub (No somos distintos) [Videoclip]. Navarra.

Murillo, F. y Krichesky, G. (2012). El proceso del cambio escolar. Una guía para impulsar y sostenerla mejora de las escuelas. Revista Iberoamericana sobre calidad, eficacia y cambio en educación,1 (10), 26-43.

Porter, J., Hacker, J., Georgeson, J., Daniels, H., Martin, S. y Feiler, A. (2010). Disability toolkit foridentifying and collecting disability data.

Puig, J.M. (2012). La cultura moral como sistema de prácticas y mundo de valores. En J.M. Puiget al, Cultura moral y educación (pp.87-105). Barcelona: Graó.

BIBLIOGRAFIA SOBRE PARTICIPAÇÃO

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Sandoval, M. (2011). Aprendiendo de las voces de los alumnos y Alumnas para Construir unaEscuela Inclusiva. REICE- Revista Iberoamericana sobre calidad, eficacia y cambio en educación.9(4), 114-125.

Schalock, R. y Verdugo, M. A. (2007). El concepto de calidad de vida en los servicios y apoyospara personas con discapacidad intelectual. Siglo Cero, 38(4), 21-36.

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Outros recursos interessantes:

http://www.redasociativa.org/creandofuturo : Página web de la Red de Educación para la Participación Juvenil. De entre los materiales queofrecen en el apartado “Descarga de materiales”, destacamos:http://congdextremadura.org/w/wp-content/uploads/2014/05/EL-RETO-DE-LA-PARTICIPACION.pdf

http://www.educacion.alboan.org/es/categories/1200/materials : Disponen de materiales específicos para trabajar la participación en el aula

http://www.cuadernointercultural.com/ : Página web de Cuaderno Intercultural, Recursos para la interculturalidad y la educaciónintercultural. En el apartado “Dinámicas para necesidades generales y especiales” incluye unagran variedad de dinámicas y propuestas adaptables a la temática de la participación.

http://www.cuadernointercultural.com/dinamicas-y-juegos/necesidades-generales-y-especiales/

http://www.integrayparticipa.es/es/proyecto/

http://www.todosporlaparticipacion.org/

http://www.fundacionbertelsmann.org/cps/rde/xchg/SID-47273800-0DADA243/fundacion/hs.xsl/6335.htm

http://www.trama.org/proyecto-de-participaci%C3%B3n-juvenil-en-programas-sociales

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31PARTICIPAR NA ESCOLA: OUÇAM A MINHA VOZ!

Com o apoio financeiro do programa da Comissão Europeia dos Direitos Fundamentaise Cidadania.

Inclusion Europe

PT

Em colaboração com Lumos www.wearelumos.org.

INCLUSION EUROPE

A Inclusion Europe é a rede europeia deassociações que representam pessoas comdeficiência intelectual e as suas famílias em 36 países europeus. Desde 1988, a InclusionEurope visa a integração política, a igualdade de oportunidades e a plena participação daspessoas com deficiência intelectual em todos osaspetos da sociedade. www.inclusion-europe.org.

EUROCHILD

A Eurochild é uma rede de organizações eindivíduos que trabalham em toda a Europa para

melhorar a qualidade de vida de crianças e jovens.O trabalho da Eurochild é sustentado pelos

princípios consagrados na Convenção das NaçõesUnidas sobre os Direitos da Criança.

www.eurochild.org.

QUIP - ASSOCIAÇÃO PARA AMUDANÇA, REPÚBLICA CHECA

A associação cívica Quip foi fundada em 2003 para apoiar odesenvolvimento da qualidade e das boas práticas nos serviços

sociais, promover a educação nesta área e estimular aconsciencialização e os direitos dos utilizadores dos serviços sociais,em especial das pessoas com deficiência intelectual e necessidades

complexas. http://www.kvalitavpraxi.cz/en/.

FUNDAÇÃO CEDAR, BULGÁRIA

A Fundação Cedar é uma organização búlgara sem fins lucrativosregistada em 2005, que se foca na desinstitucionalização: oprocesso de encerramento de grandes instituições especializadaspara crianças e jovens adultos com deficiência física e intelectuale substituí-los por serviços comunitários de tipo familiar.http://www.cedarfoundation.org/en/.

FUNDAÇÃO SÍNDROME DE DOWN,MADRID, ESPANHA

A Fundação Síndrome de Down de Madrid é uma organizaçãosem fins lucrativos, cuja missão é a busca da autonomia individualdas pessoas com síndrome de Down ou outras deficiênciasintelectuais e a sua plena integração social.www.downmadrid.org.