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Conhecimentos de Educação Física O presente documento não tem a intenção de indicar um único caminho a ser seguido pelos profissionais, mas propor, de maneira objetiva, formas de atuação que proporcionarão o desenvolvimento da totalidade dos alunos e não só o dos mais habilidosos. Aproximar o aluno do Ensino Médio novamente à Educação Física, de forma lúdica, educativa e contributiva para o processo de aprofundamento dos conhecimentos, é o objetivo do que aqui será exposto. Pensando na continuidade do que foi desenvolvido no Ensino Fundamental, podemos constatar uma forte inclinação ao trabalho com os esportes e, principalmente, a mesma metodologia de ensino – a execução de fundamentos, seguida de vivências de situações de jogo. Contudo, é possível constatar em algumas escolas um aprofundamento tático das modalidades, o que nos dá a impressão de que o sentido da Educação Física passa a ser o comportamento estratégico durante a prática desportiva. Essa especialização, no entanto, não se mostra eficaz pois, de certa forma, podemos dizer que só é possível “jogar taticamente” aquele que domina os fundamentos do jogo. Não conseguimos imaginar um sistema 4 x 2 no voleibol, se os alunos não internalizaram a recepção, o levantamento e a cortada. Tem-se então, a característica recreativa da maior parte das aulas no Ensino Médio. Os alunos as freqüentam, muitas vezes, de forma descompromissada com o que está sendo ensinado, pela constatação de que não obtêm a performance que desejam. Conseqüentemente, observa-se nessa fase uma visível evasão dos alunos das aulas, fator indesejável para todos os profissionais envolvidos, salientando o empobrecimento do trabalho do professor de Educação Física. A LDB nº 9.394/96 aponta as finalidades específicas do Ensino Médio: a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental; o prosseguimento dos estudos; o preparo para o trabalho e a cidadania; o desenvolvimento de habilidades como continuar a aprender e capacidade de se adaptar com flexibilidade às novas condições de ocupação e aperfeiçoamento; o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; e a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria e prática. A visão legal, quando confrontada com a realidade do ensino de Educação Física, apresenta-nos um paradoxo: a nossa prática pedagógica em pouco tem contribuído para a compreensão dos fundamentos, para o desenvolvimento da habilidade de aprender ou sequer para a formação ética. Nesse sentido, uma vinculação das competências da área com os objetivos do Ensino Médio e a opção pela aproximação desses com o ensino de Educação Física parece-nos a “saída” para o impasse com o qual nos deparamos. O motor dessa transformação é a real constatação de que o educando vem, paulatinamente, se afastando das quadras, do pátio, dos 33

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PCN do ensino Médio, parte que fala sobre a Educação Física

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Conhecimentos de Educao Fsica Opresentedocumentonotemaintenodeindicarumnicocaminhoaserseguido pelos profissionais, mas propor, de maneira objetiva, formas de atuao que proporcionaro o desenvolvimentodatotalidadedosalunosenosodosmaishabilidosos.Aproximaro alunodoEnsinoMdionovamenteEducaoFsica,deformaldica,educativae contributiva para o processo de aprofundamento dos conhecimentos, o objetivo do que aqui ser exposto. PensandonacontinuidadedoquefoidesenvolvidonoEnsinoFundamental,podemos constatarumaforteinclinaoaotrabalhocomosesportese,principalmente,amesma metodologiadeensinoaexecuodefundamentos,seguidadevivnciasdesituaesde jogo.Contudo,possvelconstataremalgumasescolasumaprofundamentotticodas modalidades,oquenosdaimpressodequeosentidodaEducaoFsicapassaasero comportamento estratgico durante a prtica desportiva. Essa especializao, no entanto, no se mostra eficaz pois, de certa forma, podemos dizer quespossveljogartaticamenteaquelequedominaosfundamentosdojogo.No conseguimosimaginarumsistema4x2novoleibol,seosalunosnointernalizarama recepo, o levantamento e a cortada. Tem-se ento, a caracterstica recreativa da maior parte das aulas no Ensino Mdio.Os alunos as freqentam, muitas vezes, de forma descompromissada com o que est sendo ensinado, pela constatao de que no obtm a performance que desejam. Conseqentemente, observa-se nessa fase uma visvel evaso dos alunos das aulas, fator indesejvel para todos os profissionaisenvolvidos,salientandooempobrecimentodotrabalhodoprofessorde Educao Fsica. A LDB n 9.394/96 aponta as finalidades especficas do Ensino Mdio: a consolidao e o aprofundamentodosconhecimentosadquiridosnoEnsinoFundamental;oprosseguimento dos estudos; o preparo para o trabalho e a cidadania; o desenvolvimento de habilidades como continuaraaprenderecapacidadedeseadaptarcomflexibilidadesnovascondiesde ocupao e aperfeioamento; o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico; e a compreensodosfundamentoscientfico-tecnolgicosdosprocessosprodutivos, relacionando teoria e prtica.Avisolegal,quandoconfrontadacomarealidadedoensinodeEducaoFsica, apresenta-nosumparadoxo:anossaprticapedaggicaempoucotemcontribudoparaa compreenso dos fundamentos, para o desenvolvimento da habilidade de aprender ou sequer para a formao tica.Nessesentido,umavinculaodascompetnciasdareacomosobjetivosdoEnsino MdioeaopopelaaproximaodessescomoensinodeEducaoFsicaparece-nosa sadaparaoimpassecomoqualnosdeparamos.Omotordessatransformaoareal constatao de que o educando vem, paulatinamente, se afastando das quadras, do ptio, dos 33 espaos escolares e buscando em locais extra-escolares experincias corporais que lhe trazem satisfao e aprendizado como parques, clubes, academias, agremiaes, festas regionais. OEnsinoMdiocompeociclodeaprofundamentodasistematizaodoconhecimento. Oalunocomeaacompreenderquehpropriedadescomunselidarcomaregularidade cientfica. Confrontando, portanto, os objetivos do Ensino Mdio com os que se tem no cotidiano da EducaoFsicanasescolas,deparamo-noscomumaincongruncia.Enquantoasdemais reasdeestudodedicam-seaaprofundarosconhecimentosdosalunos,atravsde metodologiasdiversificadas,estudosdomeio,exposiodevdeos,apreciaodeobrasde diversosautores,leiturasdetextos,soluodeproblemas,discussodeassuntosatuaise concretos,asaulasdomaisatraentedoscomponenteslimita-seaosjconhecidos fundamentos do esporte e jogo. A influncia do esporte no sistema escolar de tal magnitude que temos no o esporte da escola,massimoesportenaescola.IssoindicaasubordinaodaEducaoFsicaaos cdigos/sentidodainstituioesportiva:esporteolmpico,sistemadesportivonacionale internacional.Essescdigospodemserresumidosem:princpiosderendimentoatltico/desportivo, comparaoderendimento,competio,regulamentaorgida,sucessonoesportecomo sinnimo de vitria, racionalizao de meios e tcnicas etc. Essaespciedeatividadedeterminarelaesentreprofessorealunoquepassamaser: professor-treinador e aluno-atleta. Esse posicionamento, presente em grande parte das escolas brasileiras, fruto da pedagogia tecnicista muito difundida no Brasil na dcada de 70. Vrios autores tm abordado essa temtica, coincidindo suas opinies na necessidade de superao.A Educao Fsica precisa buscar sua identidade como rea de estudo fundamental para a compreenso e entendimento do ser humano, enquanto produtor de cultura.EssadiscussonosedunicamentenoBrasil.Educadoresdediversospasestmse preocupado com essas questes e buscado alternativas para super-las. Podemos destacaros trabalhosrealizadosnareapsicomotora,humanistaeadesenvolvimentista.Essasvertentes conduzem a um reestudo da importncia do trabalho com o movimento dentro da instituio escolar.OquefazernoEnsinoMdio,umavezqueanossarealidadeimpe-nosturmas absolutamente heterogneas, no que concerne aos aspectos motores, afetivos e cognitivos? Atravessando um perodo de discusses parecido com o nosso, os educadores de diversas origensencontraramnotrabalhocomaAptidoFsicaeSadeumaalternativavivele educacional para suas aulas.Aponta-se uma linha de pensamento que se aprofunda nesse sentido: uma Educao Fsica atenta aos problemas do presente no poder deixar de eleger, como uma das suas orientaes centrais,adaeducaoparaasade.Sepretendeprestarservioseducaosocialdos alunosecontribuirparaumavidaprodutiva,criativaebemsucedida,aEducaoFsica encontra,naorientaopelaeducaodasade,ummeiodeconcretizaodassuas pretenses. DiversosautoresenfatizamsobretudoaconquistadaAptidoFsicaeSadepelas crianas.Paraessesautores,aEducaoFsica,enquantocomponentecurricular,tem 34 fabricado espectadores e no praticantes de atividades fsicas. De uma forma geral, as aulas no tm arrebanhado defensores da atividade fsica constante. Os alunos fazem no sabem o qu, nem o por qu.Asinformaesdisponveisnaliteraturademonstramumaestreitaassociaoentreos nveishabituaisdeprticadaatividadefsicaeosndicesdeadiposidadeededesempenho motor.Issoindicaquequantomaisativaforacrianaeoadolescente,noseudia-a-dia, menor ser sua tendncia ao acmulo de gordura.Aincidnciacadavezmaiordeadolescentesejovensobesos,comdificuldadesoriundas dafaltademovimento,compossibilidadesdeacidentescardiovascularesecom oportunidades reduzidas de movimento, leva-nos a pensar na retomada da vertente voltada Aptido Fsica e Sade.Mas a simples elaborao de programas de condicionamento no garante a modificao do quadroatualnemosucessodonovoposicionamento.Pensemosnojovemdehoje,atuante, crtico, conhecedor dos seus direitos, exposto a toda espcie de informaes veiculadas pelos meiosdecomunicao.Aqui,apresenta-seomaiordesafiodoprofessor:elaborarum planejamento envolvente e coerente com os objetivos do seu trabalho. Somenteumplanodetrabalhobemelaboradoeassimdesenvolvidopodepossibilitaro processodeavaliaodosalunosedoprpriotrabalho.essaposturadecompromisso com o trabalho desenvolvido que eleva a auto-imagem do professor e, em ltima instncia, encaminha-o auto-realizao profissional. EstudandootrabalhodoprofessordeEducaoFsica,concluiu-sequeesseprofissional adquireumaconsidervelbagagemdeconhecimentos,duranteasuaformao,eo empobrecimentodoseutrabalhonasescolasleva-oaono-resgatedoqueaprendeu,ao esquecimento, subutilizao de seu potencial, ou seja, a no utilizao de suas capacidades e habilidades . AvidaescolarfoibastantemodificadapelanovaLei,dandoaberturainiciativadas escolas e equipe pedaggica. O professor de Educao Fsica, nesse momento, passa a ser mais exigido quanto sua qualificao e ao uso de seu conhecimento, principalmente, no que correspondeaoplanejamentodeatividadesquevenhamaoencontrodosinteressese necessidades dos alunos.Portanto,todoequalquerprojetodeestmuloatividadefsicadeveserpropostopelo professor, submetido aprovao pela equipe pedaggica e includo na proposta de trabalho da escola.ORegimentoEscolaratbuademandamentos,dentrodaUnidade,podendo, amparadopelaLei,ampliaracargahorriadedeterminadocomponente,inseri-lodentrodo horriodeaulas,prestigi-loou,simplesmente,diminui-lo,casonenhumaaoseja implementada. AosprofessoresdeEducaoFsicacaberecuperaroprestgioperdidonasltimas dcadas, propondo e desenvolvendo projetos de ao que realmente alcancem os objetivos do Ensino Mdio.NoArt.24IncisoIV,anovaLDBtrazconsideraesarespeitodaorganizaodo trabalho: podero organizar-se classes, ou turmas, com alunos de sries distintas, com nveis equivalentesdeadiantamentonamatriae,ainda,noArt.26,Pargrafo3:AEducao 35 Fsica,integradapropostapedaggicadaescola,componentecurriculardaeducao bsica,ajustando-sesfaixasetriasescondiesdapopulaoescolar,sendofacultativa nos cursos noturnos. Ouseja,nocasoespecialdaEducaoFsica,atmesmonoensinonoturno,existea possibilidadedereunirosalunosporgruposdeinteresseenecessidadese,juntoaeles, desenvolver projetos de atividades fsicas especiais. Exemplificando, os alunos trabalhadores podemcomporumgrupoquedesenvolvaatividadesvoltadasrestituiodeenergias, estmulos de compensao e reduo de cargas resultantes do cotidiano profissional. Oavanotecnolgicotemtrazidomudanasdehbitosaoshomenscomresultados positivos e negativos. Dentre os negativos, tem sido destaque o stress acumulado, que torna o indivduo sujeitoadoenas psicossomticas, como ansiedade, frustrao e depresso, ou at umsentimentogeneralizadodeinsatisfao,prejudicandoasrelaesinterpessoais.Outras causascitadas,comoresultantesdoavanotecnolgico,soosproblemasrespiratrios, musculares,distrbiosnoaparelhoimunolgico,hipertensoarterial,arteriosclerosee cardiopatias.ComooalunodoEnsinoMdioencontra-seexpostoaalgumasdessascircunstncias,a inclusodeprogramasescolaresquevalorizemoaprendizadoeaprticadeexercciosde elevaoemanutenodafreqnciacardacaemlimitessubmximos,alongamentoe flexibilidade,relaxamentoecompensaocomoobjetivoprofilticodesencadearo, conseqentemente, uma melhor qualidade de vida. domniodosensocomumqueaprticadeatividadesfsicasnoperodonoturno desencadeariamaioresgrausdecansaoaosalunosinibindo,porconseqncia,oseu desempenho escolar. Essa idia tem gerado posies equivocadas e contrrias permanncia daEducaoFsicanoperodonoturno.Existeumavariedadedesubstnciasqumicasque so produzidas pelo crebro, glndula pituitria e outros tecidos. Entre elas podem ser citadas osvriostiposdeendorfinas,cujaaoseparececomadamorfina,nosentidodeserem capazesdereduzirasensaodedoreproduzirumestadodeeuforia.Inmeros investigadores relataram que certas atividades fsicas facilitam a secreo de endorfina e esse efeito persiste durante duas a cinco horas aps a atividade fsica. Assim, pode-se concluir que a atividade fsica traz extraordinrios benefcios mentais e fsicos se praticada sem exageros. O professor de Educao Fsica deve buscar, a todo custo, uma integrao com o trabalho desenvolvidonaescola,colocandooseucomponentecurricularnomesmopatamarde seriedade e compromisso com a formao do educando. Essas palavras podem soar estranhas amuitoseducadores.Noentanto,sabe-seque,emdiversasescolas,adisciplinaencontra-se desprestigiadaerelevadaasegundoplano.Talfatodefcilverificao.Bastanotarque nem sempre somos chamados a opinar sobre alteraes nos assuntos escolares, Conselhos de Classe, Conselhos de Escola etc. Portanto, mostrar-se presente e envolvido com a proposta da Unidade e apresentar os resultados do trabalho um dado importantssimo na recuperao do prestgio da disciplina.Assim, no somente podemos apresentar-nos como competentes profissionais no momento daorganizaodecampeonatosescolares,comotambmorientandoosalunosna apresentaodetrabalhosnaFeiradeCinciasdaescola,exibiodeconceitosadquiridos 36 nas aulas, atravs de painis e cartazes, e at a criao de eventos exclusivos da rea: semana da sade, sbados recreativos, torneios envolvendo a comunidade etc. SegundooArt.27,IncisoIVdaLDB,OscontedoscurricularesdaEducaoBsica observaro,ainda,asseguintesdiretrizes:promoododesportoeducacionaleapoios prticasdesportivasno-formais.Notamosqueolegisladorprocuroudesvincularoespao escolar daquele antigo campo de descoberta de talentos esportivos. O esporte, de preferncia no-formaledecunhoeducativo,deveencontrar-sepresentenaescola.Oquesignificaque osmomentosdessaprticadevematenderatodososalunos,respeitandosuasdiferenase estimulando-os ao maior conhecimento de si e de suas potencialidades.O Art. 36, Inciso I da LDB estabelece: O currculo do ensino mdio destacar a educao tecnolgicabsica,acompreensodosignificadodaCincia,dasLetrasedasArtes,o processohistricodetransformaodasociedadedacultura,aLnguaPortuguesacomo instrumento de comunicao, acesso ao conhecimento e exerccio da cidadania. A LDB nos daidiadequeoprofessordeEducaoFsicadeveperceber-secomomembrodeuma equipe que est envolvida com um trabalho grandioso: educar o cidado do prximo sculo.OalunodoEnsinoMdio,aps,aomenos,onzeanosdeescolarizao,devepossuir slidosconhecimentossobreaquelaquedenominamosculturacorporal.Nopermitidoao cidadodonovomilnioumaposturaacrticadiantedomundo.Atomadadedecisespara suaauto-formaopassa,obrigatoriamente,pelocabedaldeconhecimentosadquiridosna escola. A Educao Fsica tem, nesse contexto, um papel fundamental e insubstituvel. A Lei de Diretrizes e Bases em vigor, ao ser interpretada, indica uma direo obrigatria: a buscadeaperfeioamentoconstantedos profissionais envolvidos com o ensino. O professor de Educao Fsica no deve encontrar no comodismo, no individualismo e no ressentimento asoluodeseusproblemasnaescola.Acrescenta-seaindaqueosprofessoresdevemter muitapersistncia,criatividadeecompetnciatcnicaparaodesempenhodesuastarefase no se deixar envolver em simplificaes do ato pedaggico. Contudo,nopossvelumaabordagemabrangentedosprocessosdeensinoe aprendizagem sem destacar a profissionalizao dos educadores que atuam com os alunos no Ensino Mdio.Os professores de Educao Fsica, tiveram na sua formao, experincias e uma bagagem deconhecimentos,aliceradas,majoritariamente,nosconhecimentosdeordemtcnica (disciplinasesportivas).Essefatosedeu,entremuitascausas,pelaconfusodoambiente esportivo-competitivocomoescolar-educacionalfrutodeumcontextohistricoquequis elevaroPascategoriadenaodesenvolvidascustasdeseussucessosnocampodos esportes. Portanto, como de se esperar, o que predomina no Ensino Mdio a idia de que a auladeEducaoFsicaumespaoparatreinamentoeaperfeioamentodashabilidades desportivas. Nessesentido,fatorcomumapressoexercidasobremuitosprofessores,paraque inscrevam seus alunos em campeonatos interescolares, com a inteno de divulgar o nome da instituio.Oque,decertomodo,significaoabandonodasaulasdagradecurricular(com todos os alunos), para dar preferncia aos momentos de treinamento das equipes desportivas (compoucosalunos),reduzindoasuaaodeeducadordetreinador.Oesportedeve encontrar o seu lugar na escola, atravs de uma proposta que atinja a todos os alunos. No caso 37 deequipesrepresentativas,esteespaopoderestargarantidoatravsdeatividadesextra-curriculares,permitindoqueosmaioresinteressadosdesfrutemdemomentosaeles reservados. Sendo o corpo, ao mesmo tempo, modo e meio de integrao do indivduo na realidade do mundo, ele necessariamente carregado de significado. Sempre soubemos que as posturas, as atitudes,osgestosesobretudooolharexprimemmelhordoqueaspalavrasastendncias bem como as emoes e os sentimentos da pessoa que vive numa determinada situao, num determinado contexto.O professor deve cumprir o seu papel de mediador, adotando a postura de interlocutor de mensagenseinformaes;sendoflexvelnotocantesmudanasdoplanejamentoedo programadecurso;mostrandoaosalunosqueaqueleumespaodeaprendizageme procurando entender e aceitar as relaes corporais existentes no mundo humano para o bom desempenho do seu papel de educador. comocorpoquesomoscapazesdever,ouvir,falar,perceberesentirascoisas.O relacionamentocomavidaecomoutroscorposd-sepelacomunicaoepelalinguagem que o corpo e possui. Essa a nossa existncia, na qual temos conscincia do eu no tempo e noespao.Ocorpo,aoexpressarseucartersensvel,torna-seveculoemeiode comunicao. Acomunicaocorporalentreosindivduostendeaacontecerquandoestestma conscinciadeseuscorpossensveis,repletosdevontadeeintencionalidade.Portanto,a receptividadeeatransmissodeinformaes,atravsdosmovimentoscorporaisentreos indivduosacontecemdemaneiranaturaleespontnea,sucedendo-seentreelesumelode ligaopresopelasensibilidade.Acomunicaoumanegociaoentrepessoas,umato criativo.Equandonsnoscomunicamosformamosumsistemadeinteraoereao integrado em harmonia. Osgestos,asposturaseasexpressesfaciaissocriados,mantidosoumodificadosem virtudedeohomemserumsersocialevivernumdeterminadocontextocultural.Isto significa que os indivduos tm uma forma diferenciada de se comunicar corporalmente, que se modifica de cultura para cultura. E o indivduo, por sua vez, aprende a fazer uso das expresses corporais, de acordo com o ambiente em que se desenvolve como pessoa. Isso quer dizer que todo movimento do corpo tem um significado, de acordo com o contexto.Seoalunonoquerparticipardaaulaeseucorpoodemonstra,nemsempreoprofessor procura saber o que est acontecendo, desconsidera o fato e segue adiante com o seu trabalho. Nessecontexto,ocorpoconsideradocomoumobjetoreprodutordemovimentoseaes previamente estipulados pelo professor. Nasaescorporaisdosjovenseadolescentes,duranteasatividadesfsicas,oenfoque estvoltadoparaocorpo,paraasidiaseparaossentimentosquecontinuamsendo controlados.Dessaforma,ocorpoacabarimobilizado,semreaes,semvibraes, tornando as idias conservadoras, tensas e rgidas. Sentirasemoes,transmitirvontades,decidirsobreoquequerfazer,exploraras potencialidadescomvigorsomensagensemitidaspelosalunospormeiodosmovimentos corporais, e os professores, por sua vez, no as consideram significativas. 38 Continuaprevalecendo,exclusivamente,ocorpoquecorrecommaisvelocidade,que capazdepegarabolamaisvezessemdeix-lacairnocho,etantosoutrosmaisque aparecemenfatizados,duranteasatividades.Otereopodercorporalaindapredominam sobre o ser-corpo que pensa, age, sente e se comunica pelos seus gestos e expresses. O complexo organismo humano se relaciona com o mundo movendo-se. Quando o corpo semove,ossentidoscaptaminformaes.Asterminaesneuraisenviaminformaespara oscrticessensoriaisdaviso,daaudio,dopaladar,doolfatoedassensaessomticas. Os sentidos possibilitam ler o mundo. Pode-sedizerqueumsignonoexisteapenascomopartedeumarealidade;eletambm refleteerefrataumaoutra.Essaoutrarealidadepodeestaremcorrespondnciacoma realidade que lhe d origem, pode distorcer esta ltima ou apreend-la de um ponto de vista especfico. Ocarterduplodosignopossibilitaqueelefaapartetantodomundoexteriorao organismohumano,comodomundointerior.Aconstituiodoindivduoemserhumano decorredainternalizaodossignossociais.medidaqueohomemvaiaprendendoos signos as linguagens estabelecidas socialmente , ele vai formando os rgos funcionais do crebroeadquirindoasqualidadeshumanasrespectivas.Odesenvolvimentomentalest relacionado com a coordenao sgnica.Aprendemospormeiodaaoemumambientesocialdeterminado.Aprenderumsigno significainternaliz-lo.Ainternalizaoumprocessodereconstruointernadeuma atividadeexterna.Masoefeitodainternalizaonosedetma.Inmerosacontecimentos ocorridos ao longo do desenvolvimento do indivduo possibilitaro uma coordenao sgnica; processoscerebraissofreromudanas;rgosfuncionaisserocriadosnocrebroem correspondncia a essas mudanas; e a conduta motora ser profundamente alterada.Os movimentos do corpo certos ou errados so determinados socialmente, indicando o comportamentoadequado.Oestabelecimentodepadresculturaisdemovimentoacontece comsefosseumfenmenonatural.Ojeitodeandar,aposturacorporal,amaneirade gesticular, o olhar, o ouvir, enfim, a conduta motora aparece como ao puramente biolgica. A apreenso de determinado fenmeno depende dos instrumentos sgnicos de que se dispe. Essesinstrumentosvomoldarasaesinternaseexternasdoindivduoevo,portanto, influenciar as relaes entre as pessoas.NoquedizrespeitoEducaoFsica,acondutamotoradeumindivduodependedo papelsocialqueaqueledesempenha.Dentrodetraoscomunsdemotricidadeque identificam os elementos de uma mesma comunidade, h diferenas de inmeras ordens.Qualquerreaquepretendaestudarosmovimentoshumanos,ouutiliz-losdealguma forma,deveabord-loscomacomplexidadequeosmovimentostm.Emprimeirolugar, deve-selevaremcontaarelaodocorpoemeiosocial;aquiqueseinseremobeijo,o abrao,ojogodefutebol,abrincadeiradecrianaouoscdigosmotoresutilizadospor determinada comunidade.Issoexplica,decertaforma,alocalizaosocialdedeterminadasprticascorporais jogos,danas,esportes.Nossosalunosvibramaojogarfutebol,comunicam-seatravsdos movimentos:Vocnoentendeuaquelajogada?Aaceitaodovleideduplascresceu bastante nos ltimos anos; a capoeira ganha cada vez mais espao; e o futsal j faz parte do 39 cotidianoescolar.Notemos,noentanto,omesmoretornoaodesenvolvertemasquese distanciamdasprticasculturaisdonossopovo:quedizerdeumaauladecrdio-funk, beisebol ou badminton?AlinguagemcorporaldesenvolvidanosomentepelaEducaoFsica,comotambm pela Arte aglutina e expe uma quantidade infinita de possibilidades, que a escola estimula e aprofunda.Nessesentido,oquesedesejadoalunodoEnsinoMdioumaamplacompreensoe atuao das manifestaes da cultura corporal. Projetos como a elaborao de jogos, resgate de brincadeiras populares, narrao de fatos e elaborao de coreografias podem estar perfeitamente articulados com Portugus, Histria, Geografia,Sociologiaetc.Esclarece-sequeaviadeintegraononica,esimdeduas mos, o que significa que as demais reas devem utilizar-se do movimento, buscando tambm integrar-se de forma eficiente com a Educao Fsica. Exemplificando,fatorcomumoprontoatendimentodoprofessorsdvidas apresentadaspelosalunosnoqueconcernesquestesdefisiologiadoesforo.No transcorrer da aula, muitos alunos se queixam de dores musculares ocasionadas por esforos fsicosanteriores,perguntandoatodomomentoporqueasdorespersistemmesmoapso exerccio.Oprofessor,impulsionadopeloentendimentodeseronicoresponsvelpor apresentar as respostas, perde uma excelente oportunidade de levar seus alunos construo doseuprprioconhecimento,atravsdeumabuscaemdiversasfontescomoperguntara outros professores ou investigar em casa ou na biblioteca da escola. Odesenvolvimentodeumcomportamentoautnomodependedesuportesmateriais, intelectuaiseemocionais.Paraaconquistadaautonomia,precisoconsiderartantoo trabalhoindividualcomoocoletivo-cooperativo.Oindividualpotencializadopelas exignciasfeitasaosalunosnosentidodeseresponsabilizaremporsuastarefas,pela organizao, pelo envolvimento com o tema de estudo.A importncia do trabalho em grupo est em valorizar a interao aluno-aluno e professor-alunocomofontededesenvolvimentosocial,pessoaleintelectual.Situaesdegrupo exigemdosalunosaconsideraodasdiferenasindividuais,respeitoasieaosoutros. Trazer contribuies para o cumprimento das regras estabelecidas so atitudes que propiciam a realizao de tarefas conjuntas. Aproposiopeloprofessordeatividadesdecomplexidadeprogressivalevaauma necessidadedeorganizaomentalporpartedoaluno.Constantesdesafiosaosalunos provocamdesequilbriosqueprecisamserresolvidosenessanecessidadedevoltarao equilbrio que ocorre a construo de pensamento. No Ensino Mdio, esses desafios podem ser provocados por meio de inmeras atividades. Desenvolvendoatividadesdeluta,oprofessorpoderproporaosalunosquetentemlevar seusoponentesparaforadeumespao previamente delimitado. A repetio dessa atividade com companheiros mais altos, mais leves, mais fortes levar ao desenvolvimento de pequenas estratgiasdeataqueedefesa.Cabeaoprofessorsocializarasconquistasindividuais.Um exemplo: ao descobrir que empurrar uma forma pouco eficaz de vencer um oponente mais forte, o educando poder chegar concluso de que no adianta fazer fora. Nesse contexto, caberoalgumastcnicasdesenvolvidasprimariamenteeque,posteriormente,poderoser 40 descobertasenquantopertencentesslutasjconhecidas,entreelasojud,ojiu-jitsueo sum. Na discusso de uma proposta de atividades fsicas entre os alunos, o professor adotar a posturadecoordenadordosdebates,questionandoogrupodeformaafavorecero aproveitamentoderespostasquesejamoriundasdereflexesindividuaisecoletivas.Os alunosseroestimuladosaexplicarassuasposieseaeseessaexplicaofar-se-no sentido de atribuir-lhes um significado. Isto permite ao aluno o questionamento de condutas e valores do grupo e de si prprio. svezes,oprprioprofessordeEducaoFsicaquenacomunidadedetmamaior partedosconhecimentossobrehigiene,sadeeatprimeirossocorros,oqueampliaoseu grandecomprometimentosocialeresponsabilidadeperanteapopulaoqueorodeia, proporcionando-lhe o enriquecimento de suas tarefas pedaggicas e conseqente elevao de seu status profissional. freqente a elaborao de planejamentos sem a ateno a este aspecto. a atividade que deve adequar-se ao aluno e no o aluno atividade. Ou seja, o professor, ao se manter rgido em atividades desinteressantes aos alunos, termina por afast-los da disciplina.Nopodemos,noentanto,esquecerqueafaltadeinteresseorigina-se,namaioriadas vezes,nodesconhecimento.Nessesentido,oprofessorresponsvelpelaaproximaodo educandoanovosconhecimentosquecontribuamcomsuaformao.Exemplificando:o desconhecimentodosbenefciosfisiolgicosdasatividadesaerbicasocasionamono envolvimentodosalunoscomtrabalhosdebaixaintensidadeelongadurao(corridasde grandes percursos).Contudo,nemtodososalunosrenemascondiesnecessriasparafreqentaressa atividade, mas caminhadas podem ser propostas sem que se alterem os objetivos das aulas.Turmasqueprovmdetrabalhosdesportivos-motoresmaiseficienteslidamcomo movimentoesportivodeformamaistranqilaqueaquelascomnveisdemotricidade inferiores.Comunidadesurbanasligam-se,muitasvezes,adeterminadasmodalidades esportivas, danas e lutas que as comunidades rurais ignoram e vice-versa. O professor no s deveatentaraessascaractersticas,comotambmconversarcomogrupodealunos, descobrindo as atividades de sua preferncia, o que no significa abrir mo do seu trabalho. Apresentamos a relevncia social como um aspecto ao qual o profissional deve manter-se atento:serqueoqueensinamosvaiaoencontrodosinteressesdosnossosalunos?Tantas vezesnosperdemosemrepetiodefundamentosesportivosquenadasignificampara aqueles que na verdade so o motivo do trabalho: os alunos.Temosvistoprofessoresdesiludidospornoatingiremseusobjetivos.Existeuma influncia determinante nas condies de trabalho, na seleo de atividades e na organizao daprpriatarefapedaggica.Osprofessoresdevemlutarporcondiesdetrabalho adequadas ou prximas a essa situao, mas nunca podem deixar de atuar com as condies de trabalho que possuem, pois o conformismo o nosso maior inimigo.Dessaforma,asatividadesdevemserdesenvolvidascomopnocho.Nopodemos alcanar aperfeioamento do arremesso cesta se no dispomos de bolas em quantidade para queosalunos,duranteasaulas,repitamomovimentoumconsidervelnmerodevezes. 41 Com freqncia, constata-se na falta de materiais o fator causador para o empobrecimento do programa de Educao Fsica.Apesardessaconstatao,oprofessorpode,desdequeamparadopeloseuplanejamento, estruturarformasdetrabalhoemque,porexemplo,gruposdealunosalternem-se, simultaneamente,naexecuodefundamentosesportivoseexercciosdeginstica,oque desencadeariadiscussesfrteissobreaelevao,oscilaoemanutenodafreqncia cardaca, assim como as qualidades fsicas envolvidas.EssasidiasnointencionamaconformaodoprofessordeEducaoFsicacomas precrias condies de trabalho. A luta pela obteno de condies prximas das ideais deve ser estimulada pelo educador de forma coletiva e voltada para o retorno aos alunos. Competncias e habilidades a serem desenvolvidas em Educao Fsica Espera-seque,nodecorrerdoEnsinoMdio,emEducaoFsica,asseguintes competncias sejam desenvolvidas pelos alunos: Compreenderofuncionamentodoorganismohumano,deformaareconhecere modificarasatividadescorporais,valorizando-ascomorecursoparamelhoriadesuas aptides fsicas. Desenvolver as noes conceituais de esforo, intensidade e freqncia, aplicando-as em suas prticas corporais. Refletirsobreasinformaesespecficasdaculturacorporal,sendocapazdediscerni-lasereinterpret-lasembasescientficas,adotandoumaposturaautnomanaseleode atividades e procedimentos para a manuteno ou aquisio da sade. Assumir uma postura ativa, na prtica das atividades fsicas, e consciente da importncia delas na vida do cidado. Este bloco refere-se aos conhecimentos e aprendizagens que subsidiam o educando para o auto-gerenciamento das atividades corporais. Inseridos nele, encontram-se os conhecimentos de Anatomia, Fisiologia e Biologia que capacitam para uma anlise crtica dos programas de atividadefsicaeoestabelecimentodecritriosparajulgamento,escolhaerealizaode atividades corporais saudveis.Rarasvezesasescolassepreocupamemdesenvolveraeseducativasparalevaros jovensaadquirirhbitosdevidaquefavoreamaprticadeatividadesfsicasdeforma continuada. A aprendizagem escolar se constitui em excelente oportunidade para a preveno e controle do excesso de peso corporal. Esclarecendo:acompreensodofuncionamentodoorganismo,noqueconcerneao consumo de energia ou acmulo em forma de gordura, poder diminuir a prtica, tradicional entre os jovens, de perodos de jejum prolongados, utilizao de inibidores de apetite, prticas desportivasutilizandoexcessodeagasalhos,afimdealcanarumasilhuetaculturalmente aceita como bela. 42 Compreenderasdiferentesmanifestaesdaculturacorporal,reconhecendoe valorizando as diferenas de desempenho, linguagem e expresso. Asginsticassotcnicasdetrabalhocorporalque,demodogeral,assumemumcarter individualizado com finalidades diversas. Por exemplo, pode ser feita como preparao para outrasmodalidades,comorelaxamentoealongamento,pararecuperaooumanutenoda sade ou ainda de forma recreativa, competitiva e de convvio social e ainda como restituio das cargas de trabalho profissional. Participardeatividadesemgrandesepequenosgrupos,compreendendoasdiferenas individuaiseprocurandocolaborarparaqueogrupopossaatingirosobjetivosaquese props. Reconhecernaconvivnciaenasprticaspacficas,maneiraseficazesdecrescimento coletivo,dialogando,refletindoeadotandoumaposturademocrticasobreosdiferentes pontos de vista postos em debate. Interessar-sepelosurgimentodasmltiplasvariaesdaatividadefsica,enquanto objeto de pesquisa, rea de grande interesse social e mercado de trabalho promissor. Considera-seesporteasprticasemquesoadotadasregrasdecarteroficiale competitivo,organizadasemfederaesregionais,nacionaiseinternacionaisque regulamentamaatuaoamadoraeprofissional.Envolvemcondiesespeciaisde equipamentos sofisticados como campos, piscinas, bicicletas etc. Osjogospodemterumaflexibilidademaiornasregulamentaes,quesoadaptadasem funodascondiesdeespaoematerialdisponveis,donmerodeparticipantes,entre outros.Soexercidoscomumcartercompetitivo,cooperativoourecreativoemsituaes festivas,comemorativas,deconfraternizaoouaindadecotidiano,comosimples passatempo ou diverso. Assim, podemos destacar entre os jogos alguns que podem vir a ser utilizadoscomoatividadesdoEnsinoMdionaEducaoFsicaescolar,algunsjogos regionais, os jogos pr-desportivos, algumas brincadeiras infantis etc. Aslutassodisputasemqueosoponentesdevemsersubjugados,comtcnicase estratgiasdedesequilbrio,contuso,imobilizaoouexclusodeumdeterminadoespao nacombinaodeaesdeataqueedefesa.Caracterizam-seporumaregulamentao especficaafimdepuniratitudesdeviolnciaededeslealdade.Podemsercitadoscomo exemplos de lutas desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e brao-de-ferro, at prticas mais complexas da capoeira, do jud e carat. Demonstrarautonomianaelaboraodeatividadescorporais,assimcomocapacidade para discutir e modificar regras, reunindo elementos de vrias manifestaes de movimento e estabelecendo uma melhor utilizao dos conhecimentos adquiridos sobre a cultura corporal. Aquisoincludasasmanifestaesdaculturacorporalquetmcomocaractersticasa inteno de expresso e comunicao por meio dos gestos e a presena de estmulos sonoros 43 comorefernciaparaomovimentocorporal.Trata-se,principalmente,dasatividades ritmadas, como dana ou jogos musicais. Num pas to rico em ritmos e danas, parece paradoxal um programa de Educao Fsica centradoemesporteseginsticas.Oprofessor,noentanto,perguntar-se-comoinseriressa atividade para os alunos que at ento no vivenciaram essas experincias em aula.Pois bem, no podemos negar que as atividades rtmicas e expressivas tm o seu espao na vidadosadolescentesejovens.Ofatodissonoacontecernaescolaquenoschamaa ateno.Oprofessorpoderiacomearresgatandooqueseusalunosconhecemdemsica, quaisestilosouvem,quaisestilosdanam.Partindodaparaainserodepequenos momentos das aulas em que uma atividade ritmada seja desenvolvida. 44 Competncias e habilidadesa serem desenvolvidas em Educao Fsica Representao e comunicao Demonstrarautonomianaelaboraodeatividadescorporais,assimcomo capacidadeparadiscutiremodificarregras,reunindoelementosdevrias manifestaesdemovimentoeestabelecendoumamelhorutilizaodosconhecimentos adquiridos sobre a cultura corporal. Assumirumaposturaativanaprticadasatividadesfsicas,econscienteda importncia delas na vida do cidado. Participar de atividades em grandes e pequenos grupos, compreendendo as diferenas individuaiseprocurandocolaborarparaqueogrupopossaatingirosobjetivosaquese props. Reconhecer na convivncia e nas prticas pacficas, maneiras eficazes de crescimento coletivo, dialogando, refletindo e adotando uma postura democrticasobre direferentes pontos de vista postos em debate. Interessar-sepelosurgimentodasmltiplasvariaesdaatividadefsica,enquanto objeto de pesquisa e rea de interesse social e de mercado de trabalho promissor. Investigao e compreenso Compreenderofuncionamentodoorganismohumanodeformaareconhecere modificar as atividades corporais, valorizando-as como melhoria de suas aptides fsicas. Desenvolverasnoesconceituadasdeesforo,intensidadeefreqncia,aplicando-as em suas prticas corporais. Refletir sobre as informaes especficas da cultura corporal, sendo capaz de discerni-las e reinterpret-las em bases cientficas, adotando uma postura autnoma, na seleo de atividades procedimentos para a manuteno ouaquisio de sade. Contextualizao scio-cultural Compreenderasdiferentesmanifestaesdaculturacorporal,reconhecendoe valorizando as diferenas de desempenho, linguagem e expresso. 45