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Seminário do Prêmio de Iniciativas de Promoção da Equidade Racial em Saúde Data: 20 de Julho de 2005. Local: escritório do PNUD SCN quadra 2 bloco A Edifício Corporate, 7o andar, Sala Sérgio Vieira de Mello ATA-RESUMO Propostas e proponentes aprovados pelo Prêmio Formação de Jovens Multiplicadores em Saúde da População Negra Instituto Cultural e Beneficiente Steve Biko Mulheres Negras em Atenção a sua Saúde – cultura e religiosidade Mulheres em União – Centro de Apoio e Defesa dos Direitos da Mulher Promovendo a equidade em Saúde no Âmbito do Hospital dos Servidores Estaduais de Pernambuco Associação Civil de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco Saúde e Direitos da Mulher Negra e Remanescente de Quilombos KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço Saúde Direito Legal – direito de todos Instituto de Mulheres Negras do Amapá

Convite

O Programa de Combate ao Racismo Institucional Componente Saúde (PCRI-Saúde/DFID) tem a honra de convidá-los convidá-las a participar do seminário Iniciativas em Promoção da Equidade Racial em Saúde.

O seminário acontecerá em Brasília, no dia 20 de julho, das 9h00 às 18h00. Nesta ocasião teremos a oportunidade de:

PCRI-Saúde Programa de Combate ao Racismo Institucional Seminário Iniciativas em Promoção da Equidade Racial em Saúde.

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Encontrar os/as coordenadores/as das propostas selecionadas; Conhecer cada um dos projetos (objetivos, metodologia); elaborar estratégias comuns para a documentação e registro das atividades,

processo e resultados; pactuar um sistema comum de prestação de contas, monitoramento e avaliação; aprimorar o plano de ação frente às necessidades/especificidades que nortearam

a elaboração do projeto.

Objetivo Geral

• Apoiar os setores organizados da sociedade civil no acompanhamento das ações governamentais para a efetiva implementação do Plano Nacional de Saúde, com metas e estratégias diferenciadas para a população negra.

Objetivos Específicos

• Promover o intercâmbio entre organizações sociais, governamentais e instituições

acadêmicas que atuam no combate às desigualdades raciais em saúde.

• Promover e difundir junto à opinião pública, aos meios de comunicação e aos diversos segmentos da sociedade brasileira, iniciativas bem sucedidas em promoção da equidade racial em saúde.

Repasse dos recursos financeiros

O prêmio no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) será repassado às organizações responsáveis, em três etapas, como descrito a seguir: 60% no inicio, 30% após a aprovação da prestação parcial de contas e relatório de processo e 10% ao final do projeto - mediante aprovação da prestação de contas e do relatório final.

Disposições gerais

Todos os concorrentes autorizam os promotores do Prêmio, desde já, a utilizar, publicar e divulgar , em todos os meios de comunicação, sem qualquer ônus, os trabalhos inscritos e os materiais complementares, os resultados e avaliações das propostas premiadas.

O ato de inscrição implica na automática aceitação por parte das organizações proponentes, e eventuais outros parceiros, das regras aqui estabelecidas.

O PCRI-Saúde se exime de qualquer responsabilidade financeira sobre a continuidade das propostas premiadas.

Levantamento de expectativas

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Após a apresentação de tod@s e da agenda do dia foi realizado um levantamento de expectativas Expectativas traduzidas por palavras

• Troca • Conhecimento • Compartilhar • Construção • Intercâmbio • Interação como PCRI • Identificar Pontos em comum

• Passos para o programa • Apoio técnico para os projetos na

área de saúde • Encontrar pontos em comuns e

próximos passos para o projeto.

Apresentações das propostas/projetos As instituições premiadas fizeram suas apresentações com recursos de power point. Obs: As instituições que desejam ter as apresentações em power point apresentadas no seminário pelas outras iniciativas premiadas, devem entrar em contato com o PCRI-Saúde por e-mail e fazer a solicitação. PCRI-Saúde – Fernanda Lopes [email protected]

Discussão/Troca Perguntas para o Koinonia Elaine: Como vocês vão trabalhar com faixas etárias diferentes? Koinonia: Nós acreditamos que o trabalho envolvendo pessoas de várias faixas etárias pode ser interessante. Nossa experiência é de que essa troca de informação com os mais velhos tem trazido complementação ao trabalho com as mais jovens. Essas mulheres exercem um papel de liderança em suas comunidades, muitas são agentes de saúde e já tem proximidade para começar a falar em saúde. Temos moças de 16 anos e mulheres de 50. Elaine: Têm-se adolescentes de 16 e senhoras de 50. A gente sabe que algumas questões podem ser mascaradas, por exemplo sobre a saúde sexual e reprodutiva. Além disso, tem a questão da igreja, católica ou evangélica. Como se trabalhará com isso? Como as jovens terão liberdade para o diálogo? Como este espaço de confidencialidade e não reprovação, rotulação, será garantido? Quais serão essas estratégias?

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Koinonia: Uma das nossas preocupações é essa. Quando pensamos no processo de formação estávamos pensando no diálogo sobre sexualidade entre as partes e famílias. Em alguns momentos tivemos que separar grupos de adolescentes. Isso foi muito interessante. Percebemos que deveríamos dedicar um momento específico para uma determinada faixa etária. Temos adolescentes de 14 anos grávidas. E quando esbarramos na questão da religiosidade, temos o principio da organização e do uso do preservativo. Temos um trabalho de formação em prevenção de DST/Aids e saúde da mulher, proporcionamos uma reflexão com base na religiosidade e é neste espaço da religiosidade que construímos estratégias de prevenção. Quando a mulher se sente segura e ciente do seu papel de multiplicadora ela faz isso e se utiliza muito bem dos espaços comunitários, inclusive dos espaços religiosos. Marta: Como vocês chegaram ao HIV/Aids nessas comunidades, sendo que existem tantos outros problemas, como vocês chegaram nesse? Koinonia: nos deparamos com alguns casos de crianças de 12 anos e senhores de 70 soropositivos que não tinham atendimento na região. Não existem números concretos, porque se misturam. Estima-se que haja uns até 60 casos em São Mateus. A nossa preocupação está no sentido de incentivar a prevenção entre as mulheres. Quando as jovens fazem o convite para participar de uma reunião com mulheres, são feitas varias reflexões sobre seus problemas, até chegar na questão da prevenção. Além disso tem a questão do cuidado com o corpo, do autocuidado , da auto-estima, da autopercepção. Damiana: A sede da organização é no RJ, uma de vocês mora em SP, outra mora no RJ e as atividades ocorrem no ES. Quantas pernas vocês têm para estar em todos esses espaços? Quantos vocês são e, no concreto, o que vocês acham que podem fazer? Luis: Vocês apontaram dificuldades para o deslocamento, isto é por que vocês moram em outros estados? Vocês dependem do transporte publico? Como fica este deslocamento? Koinonia: Nós equipe é composta por dois assessores, uma assistente de projeto, uma referencia local que também é representante da coordenação nacional de quilombolas e dez multiplicadoras que atuam como agentes de saúde, trabalham para a prefeitura , ou são professoras na comunidade. Este ano resolvemos focar nossos esforços. Oferecemos uma ajuda de custo para as multiplicadoras, esta ajuda paga as despesas de transporte, mas dependemos, sobretudo, da boa vontade delas. Bimestralmente estamos presentes na área. Lúcia: Como vocês estão pensando a formação destas lideranças e como acordaram isso com a Articulação de Mulheres Quilombolas do Sapê do Norte? Koinonia: em 2004 a articulação procura a Koinonia. No projeto anterior a coordenação foi das meninas, mas neste ano elas estão com outras coisas para fazer e estão vendo quem assume o papel de liderança local. Elas solicitaram que a coordenação ficasse com o Koinonia. A visibilidade se dá na inserção dessas mulheres em outros espaços, como os conselhos. No processo de formação precisamos resgatar o que é ser educador.

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Marmo: Como será trabalhada a questão da sexualidade e da negociação do preservativo com os homens? Koinonia: As mais jovens falam sobre as dificuldades de abordar alguns temas com os mais velhos, principalmente os homens. ”Como eu de 16 anos vou falar para o meu tio, uma pessoa mais velha, como vou falar para ele sobre o exame de próstata?, por exemplo”. As meninas só têm trabalhado com mulheres, mas tem a vontade de trabalhar com grupos mistos. Agora decidiram que vão chamar mais seis homens para participar do grupo. A partir disso vamos pensar como trabalhar com eles. Quando trabalhamos nesses cursos de sensibilização com mulheres, existe uma reação: elas são questionadas pelos parceiros, muitas vezes eles não gostam. Mas, ao mesmo tempo, em algumas regiões os homens pediram formação só para eles. Isso foi receptivo. Começa a inquietar, e os homens vão chegando lá. Comentários Luís: Em São Paulo, no projeto sobre adesão ao uso de camisinha feminina, fizemos também um trabalho com homens de 15 a 60 anos. Esta pode ser uma receita de processo. Eles precisam vim para inclusive facilitar o trabalho com as mulheres. Elaine: Como vocês pretendem fazer o exercício e esforço para que essas mulheres possam continuar esses trabalhos? Koinonia: Quando a gente pensa em multiplicador, estamos pensando nisso. Para a Articulação de Mulheres este é o segundo ano de funcionamento. Nada impede que as mulheres desenvolvam outros projetos. A gente – Koinonia –apóia outras ações do grupo. A Articulação tem esse papel, de garantir a continuidade dos trabalhos. Indicadores de sucesso:

• quando as mulheres começam a ir à cidade fazer exames preventivos, por exemplo, isso significa que a coisa esta andando e que os trabalhos das multiplicadoras está surtindo efeito.

Alba: Existe uma portaria do Ministério da Saúde, chamada portaria de incentivo à equidade. Os municípios que possuem comunidades quilombolas, grupos assentados, ou que tenham índice de desenvolvimento humano baixo ao aderirem a essa portaria recebem 50% a mais de verba para garantir a ampliação da Estratégia de Saúde da Família, para garantir que as equipes atendam estes grupos em situação especial de vulnerabilidade. O problema é que esta portaria é pouco conhecida. Vocês também podem contribuir para esta divulgação e monitorar o impacto, caso o município venha a aderir. Portaria: 1434 - DEFINE MUDANÇAS NO FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO BASICA EM SAUDE DA FAMILIA, de 15.07.04 Link para portaria: http://dtr2001.saude.gov.br/portarias/2004/B%201434%20DEFINE%20MUDAN%C7AS%2

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0NO%20FINANCIAMENTO%20DA%20ATEN%C7%C3O%20BASICA%20EM%20SAUDE%20DA%20FAMILIA.rtf Jurema: Apenas uma das organizações falou a palavra Combate ao Racismo. Se não entrou essa palavra, não está fazendo. Qual é o conceito de saúde da população negra que vocês trabalham? Koinonia: Não é possível fazer diálogo com essa comunidade sem considerar a necessidade de combater o racismo. Quando falamos de garantia de direitos, direito à saúde e os direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais, estamos falando de combate ao racismo, de combate a negação do negro como ser social e sujeito de direito. Perguntas para o Imena Climene: Como vocês poderão desenvolver o projeto? Vocês mostraram uma área com precariedade extrema e falaram que nessas regiões, não existe atenção básica, não existe SUS. Como vocês vão diagnosticar o fluxo de atenção básica nas comunidades se isso não existe? Vocês buscam capacitar as lideranças comunitárias em saúde da população negra e formação de liderança, como será isso? O que será feito de concreto? Imena: Existe um posto de saúde, mas ele não atende de forma ideal. A gente precisa comprovar que as comunidades não estão tendo atendimento adequado. O diagnostico da realidade deve servir para isso, para saber quais são as necessidades da comunidade, para ver como está sendo tratada a questão da saúde na comunidade. As lideranças foram escolhidas na comunidade. Nós vamos capacitá-las em políticas de saúde para a comunidade negra. Para que eles cheguem no gestor e saibam o que querem e precisam. São as lideranças que respondem pela comunidade. Pretendemos forma-las e empoderá-las para o diálogo com os gestores. Além disso eles estão reivindicando a titularidade da terra, mas existe resistência da própria comunidade para se entender e se registrar como comunidade quilombola. Nós estamos inserindo as mulheres neste processo no processo de titularização de terra. Comentário Damiana: Fico preocupada com formação de liderança. Porque as lideranças são ou não são. Se você vai capacitar, empoderar, formar, então não estamos falando de lideranças. Lúcia: Que núcleo de assessoramento é esse e para quem? São pessoas da própria comunidade? O núcleo de assessoramento é do Imena. Mas as mulheres das comunidades estão organizadas, elas dizem o que querem e começam a fazer seus projetos e a gente assessora. As articulações com o município estão começando a ficar mais fáceis e acreditamos que daqui a pouco elas vão trabalhar sem precisar contar conosco. Marmo: Como vocês estão trabalhando com os homens?

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Imena: Nós só trabalhamos com mulheres. Às vezes fazemos trabalhos com os jovens, até que porque quem faz este trabalho são as meninas, as jovens. Ma são as mulheres o nosso público. Jurema: Apenas uma das organizações falou a palavra Combate ao Racismo. Se não entrou essa palavra, não está fazendo. Qual é o conceito de saúde da população negra que vocês trabalham? Imena: É todo o cuidado com a população negra, nós não estamos sendo atendidas. É trabalhar a saúde como um todo e a questão psicológica também. É o combate ao racismo. Perguntas para Mulheres em União Marmo: Temos pouco apoio (dinheiro) e muitas ações previstas. Como isso será trabalhado, operacionalizado? Vocês se propõem a trabalhar com as religiões afro-brasileiras. Como pretendem fazer isso? Imena: Sobre o primeiro ponto a gente vem buscando outras parcerias para dar conta de contemplar todas as ações. Temos feito ações em dezoito grupos, mas vamos pegar dez desses para fazer uma ação específica. A participação qualificada em atividades da agenda feminista e do movimento negro são coisas que a gente já vem fazendo. Este projeto vai potencializar algumas ações e vai otimizar a realização de outras. Este projeto vai garantir, por exemplo, o pagamento das despesas com o deslocamento, momentos de capacitação e intercâmbio, e para o diálogo com uma mesma linguagem, com uma fala mais coesa. Com os grupos de candomblé pretendemos garantir uma troca de experiências, pretendemos ouvir, saber como eles trabalham. Queremos trazer essa fala pra dentro do conselho de saúde, apresentar este universo aos agentes comunitários de saúde. Marta: A estrutura dos conselhos também tem vícios. Ter uma ou duas pessoas nesses lugares é pouco. Que mecanismos vocês pretendem utilizar para que a participação destas pessoas ser rotativa nos conselhos? Mulheres em União: Sim é importante que garanta rotatividade. O próprio seguimento tem seus critérios de trabalho dentro dos conselhos. Lúcia: Como vocês pretendem implementar as ações afirmativas e educativas descritas no projeto, como isso vai se dar em relação à equidade? Que estratégias o projeto está pensando para garantia de repasse de informação por parte dessas pessoas, para o grupo? Mulheres em União: São várias ações que acreditamos possam ser interpretadas como afirmativas: estar no conselho municipal de saúde e no conselho da mulher e ter esta presença fortalecida e qualificada, é uma delas. Nós temos estamos em contato com os

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organismos governamentais e com os prestadores de serviços, como é o caso da maternidade onde desenvolveremos ações. Estamos inserindo esta discussão nos cursos da faculdade de direito e turismo, temos discutido turismo e tráfico negreiro, turismo e candomblé. A formação dos quadros será nos dois primeiros meses do projeto, serão realizadas oficinas, palestras, trabalharemos com vídeos, etc e depois elas saem para esses outros espaços. Também pensamos em dar continuidade no projeto das barracas de saúde. Estas barracas serão montadas em festas de santo e em outros espaços públicos, são distribuídos materiais, preservativos, etc. Marmo: Como vocês estão trabalhando com os homens? Mulheres em União: Eu queria falar sobre a questão dos homens, porque trabalhamos com os jovens, homens e mulheres. Quando a gente vai para as casas de candomblé tem homens e mulheres. A gente sempre está informando a todos e todas. Em cada espaço que o nosso grupo se apresenta faz-se um recorte de gênero. Eu não vou fazer a defesa dos homens. Nós orientamos as mulheres para reivindicar o reconhecimento da paternidade, por exemplo. Nós ainda não conseguimos trabalhar a questão masculina, a questão dos homens na saúde ou as questões de saúde dos homens. A juventude tem feito um trabalho casado, mas ainda assim, a gente tem avançado mais na questão das mulheres. Marmo: Vários projetos falaram que vão trabalhar nos terreiros. Como vocês pretendem trabalhar a questão do racismo dentro dos terreiros, que têm brancos e negros? Mulheres em União: Na questão dos terreiros, dentro das religiões damos de cara com pais e mães de santo brancos, então trabalhar a questão racial é difícil. Quando é um filho de santo branco ele tem mais condições de pagar todas as oferendas, de comprar a melhor roupa. Temos este problema e ninguém discute isso. A gente parte da questão de gênero e aponta as ações possíveis. Quando a gente vai para o terreiro discutimos a questão dos instrumentos, da roupa que nossa população não tem condição de ter, comprar. Discutir isso também é combater o racismo. Às vezes nós nos utilizamos estratégias, eu por exemplo, que não sou filha de santo , eu posso falar das relações de gênero e de raça, sem abalar as hierarquias dos terreiros. Como pretendem garantir a sustentabilidade das ações Mulheres em União: Algumas das mulheres de nosso grupo participar de feiras e outras atividades. Jurema: Apenas uma das organizações falou a palavra Combate ao Racismo. Se não entrou essa palavra, não está fazendo. Qual é o conceito de saúde da população negra que vocês trabalham? Mulheres em União: É a compreensão de como o racismo e a exclusão colocaram a população negra fora das ações públicas.

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Perguntas para Associação Civil de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco Marta: É uma experiência fechada, de um hospital privado, mas estão tentando resgatar os princípios do SUS. A quem vocês podem influenciar dentro da estrutura da rede hospitalar no município de Recife? Dentro do processo de capacitação, a palavra protocolo foi usada para falar da questão racial, e para falar de doenças prevalentes na população negra...Como protocolar condutas humanas? Podemos fazer protocolos clínicos e não de condutas humanas, como vocês pensam isso? Outra coisa, vocês têm funcionários estatutários e terceirizados. Qual é a proporção? Como pretendem trabalhar com estes grupos? Damiana: Que autoridade tem a ASSEPE para fazer esses protocolos? ASSEPE: Nós vamos trabalhar a cultura e a mudança cultural, não a parte clínica. Temos que trazer para dentro do hospital a compreensão de que existe o racismo e que temos que combater esta prática. Os sindicatos têm pessoas ligadas as organizações de combate ao racismo. Nós como servidores também participamos do movimento. É um hospital que concentra o atendimento de muita gente, é um hospital de referência e as pessoas que nós atendemos são funcionárias publicas, inclusive da área da saúde. Isso vai irradiar a proposta. Teremos ciclos de palestras, discussões, queremos trabalhar com vídeos. Queremos estimular e construir uma mudança de comportamento. É um protocolo de rotina, uma linha de atuação de combate ao racismo. Um manual que diga como eu combato e me importo em combater o racismo. A gente está fazendo uma abordagem com o todo para reverter à lógica do sistema, para combater o racismo, mas vamos trabalhar com os funcionários mais permanentes, estatutários. Marta: Essas pessoas temporárias são também pessoas chaves para um programa de combate ao racismo no ambiente de trabalho, eles normalmente estão na porta de entrada serviço. Climene: Vocês têm o objetivo de transformar o hospital como referência no combate ao racismo. Vocês falam de negros e indígenas. Eu não consegui ver os indígenas. Como vocês vão tornar esse hospital referência para a equidade étnico-racial? ASSEPE: Pretendemos transformar o serviço numa referencia de combate ao racismo por meio do diálogo com a rede hospitalar. Um diálogo efetivo com especialistas. O próprio prêmio também vai trazer essas possibilidades. Dificilmente a questão da população indígena vai ser trabalhada neste momento. No futuro isto será incorporado, até porque em Pernambuco é importante fazer esta discussão. Lúcia: Quais são as relações da ASSEPE com os grupos que têm trabalhado saúde da população negra?

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ASSEPE: Temos o contato com o sindicato, com o coletivo de negros e negras da CUT e com pessoas do movimento negro, em especial que trabalham com comunidades quilombolas. Perguntas para Steve Biko Damiana: Quais serão os critérios de escolha das escolas que vocês vão trabalhar? Steve Biko: Já entramos em contato com o pessoal da secretaria de educação para definir o perfil dessas escolas. A princípio um dos critérios será localização. Nós já temos relação com os terreiros. Pretendemos trabalhar com seis terreiros e doze escolas. Muitos dos jovens que serão agentes multiplicadores fazem parte de comunidades de terreiros. Comentários Damiana: Vocês trouxeram a questão da violência. Talvez a base para escolha das escolas possa estar nesta informação e não nas sugestões ou orientações da secretaria de educação. Diva: Vocês têm uma atuação na preparação de negros e negras para o ingresso na universidade. Como se dá o trabalho de saúde com estas pessoas que estão nos cursos preparatórios para o vestibular? Steve Biko: As atividades do pré-vestibular que acontece a bastante tempo. Tem alguns jovens que são do pré-vestibular e que também fazem os cursos profissionalizantes. O objetivo da instituição está na formação, no despertar para estratégias de enfrentamento ao racismo. Passar pela instituição é passar por isso, mais do que entrar no vestibular. Na realidade sempre atuamos na área de educação, mais voltada para o ingresso na universidade. Sabemos que não adianta só preparar os jovens para entrar na universidade. O que desejamos é que eles estejam lá e que sejam multiplicadores, que façam a diferença. Temos um curso que se chama Mentes e Portas Abertas, para alunos que já estão na graduação, que trabalha na capacitação sobre os órgãos públicos, para saber como funciona o congresso, o senado, os consulados, as embaixadas. Estamos preparando-os para serem gestores. Na saúde a gente está engatinhando, este é o nosso segundo projeto. Queremos inserir os conhecimentos de saúde em todas as atividades do Instituto. Marmo: Como vocês estão trabalhando com os homens? Steve Biko: A gente não trabalha só com os negros a questão do racismo. Também não trabalhamos só com as mulheres os direitos sexuais e reprodutivos ou a violência doméstica. Trabalhamos com os homens, inserimos os homens em nossas discussões e em nossas ações. Em Salvador convivemos com praticas sexistas e racistas incorporadas às políticas publicas e às ações programáticas, por exemplo, as camisinhas são distribuídas para as mulheres em idade fértil.

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Como o projeto pretende incorporar estes jovens no universo das políticas publicas? Como vocês pretendem apresentar as experiências deste projeto como base para a construção de um modelo de políticas publicas para a promoção da equidade racial em saúde em Salvador? Steve Biko: Nós pensamos gente em criar mecanismos para incorporar esses jovens multiplicadores nas ações da secretaria municipal de saúde, como agentes comunitários de saúde ou outra modalidade possível. Também estamos dialogando com a Fiocruz, eles têm projetos na área de saúde comunitária e outros e pediram para que indicássemos estes jovens multiplicadores. Perguntas e comentários para todos os/as representantes de todas as organizações com projeto selecionado Luís: Dos vários projetos apontados aqui, todos estavam falando do espaço em que o Estado não entra, que o Estado é/está ausente. Acho que poderíamos pensar em uma estratégia de enfrentamento disso. Poderíamos criar, em cada local onde o projeto acontece, um comitê de acompanhamento, garantindo a participação de vários atores – gestores do município, conselheiros de saúde e outros. Acho que se a gente conseguir estabelecer estes comitês locais de acompanhamento, com as pessoas chaves como membros, poderemos dar um salto de qualidade nas ações do projeto e nas estratégias de enfrentamento do racismo e de defesa do SUS. Elaine: Não é possível pensar em um projeto de saúde sem articulação com o Estado, com o SUS. É importante abrir portas, fazer articulações. Luis: Por isso que eu insisto na instalação de um comitê consultivo, ou uma comissão de acompanhamento, algo que pode ajudar no diálogo entre os diversos atores e setores. É uma estratégia. Alba: Combate ao racismo institucional, em defesa do SUS, qualidade de vida e integralidade e efetivação dos Direitos Humanos, devem estar nas diretrizes dos projetos, deve ser a nossa meta. Transversalizar esta idéia de promoção dos direitos humanos, a idéia de indissociabilidade e interdependência dos direitos humanos é necessário. Também é importante definir estratégias para a sustentabilidade das ações, isto pensando no envolvimento do poder público local. Trabalhar pelo SUS, contaminar as pessoas para que assumam esta responsabilidade (contaminar no bom sentido). Diva: Eu fico preocupada com os projetos muito locais. Temos que estar atentos a movimentação macro da política de saúde. Além disso também fico preocupada com esta visão curativa do SUS. Conversa solta, livre Koinonia: Agradecemos a oportunidade de estar aqui, nossa expectativa foi de compartilhar e deixamos como um voto de carinho um boletim sobre quilombos. Gostaria de pedir desculpas pelo nervoso na hora de fazer a apresentação. E convidar a todos e todas para entrarem no site do observatório quilombola

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www.observatorioquilombola.org.br Alba: Quero agradecer muito o convite. É muito bom estar com pessoas que estão na ponta. Sinto-me muito angustiada em não poder ver como as coisas definidas aqui no Ministério da Saúde vão parar na ponta, onde o SUS acontece, ou deveria acontecer. Só assim podemos trabalhar rumo a promoção da eqüidade. Climene: Eu gostaria muito de servir como apoio para esses projetos. Mesmo eu não podendo ser o apoio que gostaria de ser, acho que vocês estarão tocando bem e eu estarei à disposição. Fernanda: Em Recife e em Salvador existem grupos que fazem parte deste mesmo Programa, no componente que chamamos municipal. As atividades do PCRI-Municipal acontecem em várias áreas e em parceria com diversas secretarias das prefeituras de Recife e Salvador, inclusive a secretaria de saúde. É importante que vocês entrem em contato com Luiza Bairros- Salvador e Recife ([email protected]) e Mônica Damany - Recife ([email protected]) O pessoal do PCRI-Municipal poderão estar trabalhando com vocês e potencializando as discussões e o diálogo com outros grupos. Denise: Queria agradecer e convidar vocês para irem à Salvador e conhecer o projeto. Cronograma de Atividades O CRONOGRAMA SOFRERÁ ALTERAÇÕES. ENVIAREMOS PARA APRECIAÇÃO E SUGESTÕES EM BREVE.

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Avaliação

AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL

Relatórios

Prestação de contas

Seminários

Visitas aos projetos

M E S E S

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

ITEM

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Comentário Luís: Apesar de ter um comitê consultivo, é uma ampliação da parceria, ter novas pessoas, ter um grupo maior para essa troca, convivência, sangue novo. A Fernanda tem um papel importante nisso que é de permitir a troca neste ambiente de solidariedade. Palavras traduzindo sentimentos, sensações.

• Oportunidade de crescimento coletivo e pessoal, fortalecimento das ações dos projetos;

• Excelente oportunidade para troca de experiências e saberes; • Estratégias, novas atividades, novos encontros, seminário pertinente para o

desenvolvimento, dos projetos, para o monitoramento e avaliaçao; • Que o programa consiga alcançar todas as metas aqui propostas com a

visibilidade que precisamos; • Que o programa consiga alcançar todas as metas aqui propostas; • Achei interessante as trocas de experiências; • Um dia bastante proveitoso; • Troca possibilitando fortalecimento para o desenvolvimento das ações; • Momento importante de troca de conhecimentos. Pena que foi pouco

tempo; • Parcerias positivas, troca de experiência, qualidade do material,

objetividade; • Muito satisfatório, pois tivemos a possibilidade de trocar experiências e

ampliar conhecimento; • Momento especial para reafirmar a importância estratégica da saúde da

população negra. • Gostei; • Importante, esclarecedor; • O encontro possibilitou a troca de experiências e a vontade de continuar

acreditando em um novo tempo de dignidade e justiça social; • Troca de experiências, esclarecimentos de algumas questões e

levantamentos de muitas outras; • Reunião fantástica, ampliação dos conhecimentos. Construção de uma

política de melhoria da qualidade de vida e saúde para a população negra. • Momentos que permitiram fortalecer a nossa caminhada pela nossa

dignidade, pela dignidade das mulheres negras;

Contatos dos (as) representantes das organizações premiadas que estiveram no seminário

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INSTITUIÇÃO REPRESENTANTE DO SEMINÁRIO

TELEFONE E-MAIL

Severina Beatriz (81) 9964-3799 [email protected] Associação Civil de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco

José Farias Gomes Filho

acesso.soluçõ[email protected]

Waldemário Alves de Oliveira

(71) 9135-4783

[email protected] Instituto Cultural Beneficiente Steve Biko

Denise de Almeida Ribeiro

(71) 8823-3548

[email protected]

Ranira dos Santos Pontes

(96) 9638-6634 (96) 222-1010

Instituto de Mulheres Negras do Amapá

Maria Goreth do Rosário Almeida

(96) 251-3493

Ana Emília Martins Gualberto

(21) 9512-2747

[email protected] Koinonia - Presença Ecumênica e Serviço Ester Leite Lisboa de

Almeida (12) 9762-7378

[email protected]

Ana Maria Soares (31) 9671-0999

[email protected] Mulheres em União - Centro de Apoio e Defesa dos Direitos da Mulher Rosemary Baeta [email protected]

Participantes Ganhadores (as) do Prêmio Ana Emilia Martins Gualberto - RJ Ana Maria Soares –MG Denise de Almeida Ribeiro - BA

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Ester Leite Lisboa de Almeida - SP José Farias Gomes Filho - PE Maria Goreth do Rosário Almeida - AP Ranira dos Santos pontes - AP Rosemary Baeta - MG Severina Beatriz Gomes - PE Waldemário Alves de Oliveira – BA Membros do CC Climene Camargo - BA Damiana Miranda - BA Diva Moreira – PNUD (DF) Fernanda Lopes – PCRI-Saúde (DF) José Marmo da Silva – RJ Jurema Werneck – RJ Luis Eduardo Batista – Instituto de Saúde – SES (SP) Maria Lúcia Silva – SP Marta Oliveira - RJ Miranda Munro – DFID (DF) Convidadas Maria Auxiliadora Benevides - MS (DF) Vera Soares – UNIFEM (DF) Alba Figuerôa – MS (DF) Elaine Oliveira Soares – ACMUN (RS) Simone Vieira Cruz – ACMUN (RS) Relatoria Rachel Quintiliano SP