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RECURSO EM SENTIDO ESTRITO PROBLEMA 6 (OAB/SP 131 - ADAPTADO) João foi denunciado criminalmente por, supostamente, ter causado a morte de Josefa, funcionária da OAB/SP. Segundo a denúncia, o acusado, em atividade típica de grupo de extermínio, após diversas discussões e ameaças à funcionária, a qual, segundo consta, não o teria tratado adequadamente, aguardou a saída de Josefa de seu local de trabalho para outro prédio da OAB, onde, iria despachar outros processos, momento em que lhe deferiu disparos de arma de fogo que a levaram a óbito. Recebida a denúncia, o réu alegou que não se encontrava, nos dia dos fatos, em São Paulo. Alegou, também, que uma simples discussão não seria motivo para um homicídio. Mesmo apresentando testemunhas que o teriam visto em outro local, naquela hora, e mesmo não tendo sido encontrada a arma do crime, o réu foi pronunciado em 22/02/2007 como incurso no artigo 121, parágrafo 2, incisos II e IV, CP, já que, pelo princípio “in dúbio pro societate”, deveria caber aos jurados a avaliação quanto à culpa ou inocência de João. Como defensor de João, redija a peça mais adequada para sua defesa. RESOLUÇÃO Recurso em sentido estrito Habeas corpus (só para a declaração de nulidade)

PEÇAS PENAIS

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Page 1: PEÇAS PENAIS

RECURSO EM SENTIDO ESTRITOPROBLEMA 6 (OAB/SP 131 - ADAPTADO)João foi denunciado criminalmente por, supostamente, ter causado a morte de

Josefa, funcionária da OAB/SP. Segundo a denúncia, o acusado, em

atividade típica de grupo de extermínio, após diversas discussões e

ameaças à funcionária, a qual, segundo consta, não o teria tratado

adequadamente, aguardou a saída de Josefa de seu local de trabalho para

outro prédio da OAB, onde, iria despachar outros processos, momento em

que lhe deferiu disparos de arma de fogo que a levaram a óbito. Recebida a

denúncia, o réu alegou que não se encontrava, nos dia dos fatos, em São

Paulo. Alegou, também, que uma simples discussão não seria motivo para

um homicídio. Mesmo apresentando testemunhas que o teriam visto em

outro local, naquela hora, e mesmo não tendo sido encontrada a arma do

crime, o réu foi pronunciado em 22/02/2007 como incurso no artigo 121,

parágrafo 2, incisos II e IV, CP, já que, pelo princípio “in dúbio pro

societate”, deveria caber aos jurados a avaliação quanto à culpa ou

inocência de João.

Como defensor de João, redija a peça mais adequada para sua defesa.

RESOLUÇÃORecurso em sentido estrito Habeas corpus (só para a declaração de nulidade)

Fundamento – Havia necessidade de suspensão do processo conforme dispõe

o artigo 366 do Código de Processo Penal. No mérito, há dúvida razoável

sobre a autoria. O reconhecimento fotográfico, apesar de admitido, não se

prestaria à comprovação da autoria. A prova testemunhal é controvertida,

pois, enquanto uma afirma que o acusado era o autor dos disparos, outra

assevera que ele estava fora do país. Não é correto afirmar que, na decisão de

pronúncia, vigora o princípio “in dubio pro societate”, pois a dúvida razoável,

em virtude do princípio do favor rei, beneficia o acusado, mesmo em relação

a essa espécie de decisão.

Pedido no Recurso em sentido estrito:

Preliminar - declaração de nulidade;

Mérito - impronúncia. Pedido no habeas corpus: declaração da nulidade.

Page 2: PEÇAS PENAIS

MANDADO DE SEGURANÇA

PROBLEMA 1 (OAB/SP 119) Antenor teve seu veículo subtraído e posteriormente localizado e apreendido

em auto próprio, instaurando a autoridade policial regular inquérito, já que

estabelecida a autoria. Requereu a liberação do veículo, indiscutivelmente

de sua propriedade, o que foi indeferido pelo delegado de polícia civil local,

a afirmação de que só será possível a restituição depois do processo penal

transitar em julgado, conforme despacho cuja cópia está em seu poder.

QUESTÃO: Como advogado de Antenor, agir no seu interesse.

RESOLUÇÃO DO PROBLEMA

PROBLEMA 1 Impetrar junto ao Juízo de Direito de 1.ª Instância da Justiça Comum Estadual,

com base no art. 5.º inciso LXIX, da Constituição Federal, combinado com

os arts. 1.º e seguintes da Lei n.º 1533/51, Mandado de Segurança com

pedido de liminar. Fundamentar no sentido de que o indeferimento da

pleiteada restituição fere direito líquido e certo do impetrante, já que é o

legítimo proprietário do veículo, não havendo necessidade de o mesmo

permanecer à disposição da justiça por falta de interesse ao processo,

conforme preconizado nos arts. 118, 119 e 120 do CPP. Apresentar

fundamentação diante do "fumus boni iuris" e o "periculum in mora" para a

obtenção da liminar, sendo que ao final a segurança deverá ser concedida

definitivamente.

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REVISÃO CRIMINALPROBLEMA 4 (OAB/SP 128) José, funcionário do Banco do Brasil, moveu ação contra o banco, em razão de

descontos ilegais efetuados pela instituição em sua folha de pagamento, no

valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais). A ação foi julgada

procedente. A sentença transitou em julgado no dia 10 de março de

2005. Já na fase de execução, após dois meses, no dia 11 de maio do

mesmo ano, José, em virtude de sua atividade no Banco do Brasil,

recebera a quantia de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) para o

pagamento de serviços de manutenção do prédio onde o banco estava

instalado. Em posse do numerário, resolveu ficar com parte do dinheiro, no

valor exato de seu crédito, R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), utilizando o

restante, R$ 1.000,00 (mil reais), para parcial pagamento dos referidos

serviços. Em 15 de junho de 2005, José foi denunciado como

incurso no artigo 312, “caput”, do Código Penal. A denúncia, sem que José

fosse notificado para eventual resposta, foi recebida em 20 de junho de

2005. Na instrução criminal, ouvido José, este confirmou o fato, dizendo,

contudo, que somente queria receber seu crédito para cobrir despesas

pessoais e familiares. Foram ouvidos, também, funcionários do banco que

confirmaram o fato. Superadas as fases dos artigos 402 e 403 do CPP, o

MM. Juiz da 23a Vara Criminal da comarca da Capital condenou José

pelo crime de peculato, fixando a pena privativa de liberdade em 2

(dois) anos de reclusão, a ser cumprida em regime aberto, e a de multa em 10

dias-multa, no valor de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo cada. A

pena privativa de liberdade foi substituída por duas penas restritivas de

direitos (prestação de serviços à comunidade e multa).

As partes, Ministério Público e acusado, não apelaram. A decisão transitou em

julgado no dia 20 de janeiro de 2006. Intimado para o cumprimento

daspenas, José procurou um novo advogado para examinar sua situação e

saber o que poderia ser feito.

QUESTÃO: Como advogado de José, redija a peça processual mais adequada

à sua defesa.

Page 4: PEÇAS PENAIS

RESOLUÇÃO

PROBLEMA 4

Revisão criminal Habeas corpus

Endereçamento: Tribunal de Justiça

Fundamentos: pedido de nulidade em razão da não concessão de prazo para

defesa preliminar (art. 514 do CPP). No mérito, desclassificação do

crime para o de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345,

caput, do CP), haja vista a retenção do dinheiro com vista a

ressarcimento de dinheiro devido pelo banco ao acusado, e conseqüente

extinção da punibilidade em virtude da decadência do direito de queixa do

ofendido (art. 38, caput, do Código de Processo Penal combinado com os

artigos 107, inciso IV, e 345, parágrafo único, ambos do Código

Penal). Ainda, em relação ao crime de apropriação indébita, referência à teoria

restritiva que não enquadra o funcionário de sociedade de economia mista

como funcionário público.

Pedido na Revisão criminal:

Preliminar - nulidade.

Mérito - desclassificação e extinção da punibilidade.

Pedido no Habeas Corpus - nulidade da decisão.

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HABEAS CORPUSPROBLEMA 13 (OAB/SP 129)

João, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pelo

crime previsto no artigo 171, § 2.°, VI, combinado com o artigo 69 (por três

vezes), ambos do Código Penal, porque teria emitido cheques sem provisão

de fundos. Consta do inquérito policial lavrado em razão dos fatos que

João, no dia 05 de setembro de 2005, emitira cinco cheques, para

serem descontados mensalmente, sendo o primeiro para pagamento à

vista, referentes a prestações de uma máquina de lavar que João teria

comprado de Antonio. Antonio recebera o valor relativo aos dois

primeiros meses, não recebendo os valores dos demais (três últimos

cheques) por insuficiência de fundos. Ao ser citado para a ação penal

em curso, João não foi encontrado, pois havia se mudado para lugar

desconhecido. Com base na revelia do acusado, o MM. Juiz da _Vara

Criminal da Comarca da Capital, em 24 de abril de 2006, determinou

a suspensão do processo, decretando a prisão preventiva de João.

QUESTÃO: Como advogado de João, escolha o melhor meio para a sua

defesa. Redija a peça.

RESOLUÇÃOPROBLEMA 13 Peça: Habeas Corpus Endereçamento: Tribunal de Justiça de São Paulo. Pedido: declaração de ilegalidade do decreto de prisão preventiva e

trancamento da ação penal.

Fundamentos: a) quanto à prisão preventiva, ausência dos requisitos previstos na lei

(artigos 311 e 312 do Código de Processo Penal), não podendo o

decreto sustentar-se em simples revelia do acusado.