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Penal i Exer Sem 5

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Page 1: Penal i Exer Sem 5

SEMANA 5 TEORIA DO DELITO.

Bem Jurídico Tutelado. Infração Penal: distinção da Infração extrapenal. Sistema

Classificatórios. Conceitos. Objetos Jurídico e Material. Sujeitos. Conceito Analítico de Infração

Penal e seus elementos. Classificação das Infrações Penais.

CONTEÚDOS: 1.Consolidação da Teoria do Delito. 2.Bem Jurídico Tutelado: 2.1 Conceito e

Seleção. 3. A Infração Penal 3.1. Distinção das infrações extrapenais.3.2. Sistema

Classificatórios: bipartido e tripartido Sistema adotado pelo Código Penal Bipartido - distinção

entre Crime e Contravenção Penal. 3.3 Conceitos de Infração Penal:Formal.Material

Analítico.3.4. Objetos Jurídico e Material.3.5. Sujeitos da Infração Penal.A responsabilidade

penal da pessoa jurídica –controvérsias.3.6. Elementos da Infração Penal consoante o

Conceito Analítico. Fato Típico, Ilícito e Culpável.4. Classificação das Infrações penais.comuns

e próprios; de mão própria ou atuação pessoal; de dano e de perigo; materiais, formais e de

mera conduta; instantâneos, permanentes e instantâneos de efeitos permanentes e habitual;

impossível; complexo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: O aluno deverá ser capaz de: Conhecer o plano de aula.Compreender

a relevância da subsunção das normas penais aos preceitos constitucionais.Reconhecer a

abrangência da expressão "bem júrídico" e o critério de seleção para sua tutela pelos diversos

ramos do Direito.Identificar, dentro do ordenamento jurídico brasileiro, as infrações de natureza

penal e extrapenal.Diferenciar as infrações conforme a natureza do bem jurídico tutelado, da

gravidade de lesão ou exposição à lesão.

ESTRATÉGIA: O estudo prévio dos casos concretos e questões de múltipla escolha, constantes

em cada semana de aula, é essencial para a compreensão dos conteúdos.

• A abordagem dos casos concretos e questões permeia a exposição teórica de acordo com

sua pertinência temática.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA: Para resolução dos casos o acadêmico poderá consultar os

livros didáticos constantes na Bibliografia Básica da Disciplina, bem como outros autores

indicados por seu professor.

● BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 14. ed. São Paulo: Saraiva.v

1, 2009. Capítulo XIII.• CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 12.ed. São Paulo:

Saraiva.v.1,2008. Itens 14 e 25. ● ESTACIO ENSINO SUPERIOR. Programa do Livro

Universitário. Direito Penal I: Parte Geral – Rio de Janeiro: Forense, 2008 - Capítulos

XVII e XVIII.● PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro.v.1. 8 ed. São

Paulo: Revista dos Tribunais, 2008 - Segunda Parte. Capítulos I e II. ● Código Penal, art.

1º.● Lei de Introdução ao Código Penal, art. 1º. ● Leia as seguintes decisões proferidas

pelos Tribunais Estaduais e Superiores acerca do tema: Verbete de Súmula n.96, do

Superior Tribunal de Justiça. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Apelação Com

Revisão 728616002, 25ª Câmara de Direito Privado, Rel.: Vanderci Álvares, julgado em

30/10/2008, (disponível em http://www.tjsp.gov.br).

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CASO CONCRETO

Dráusio Nascimento, condenado à pena de reclusão de 16 (seis) anos, 06 (seis) meses e 13

(treze) dias-multa, a ser cumprida em regime fechado, por infração, respectivamente, aos art.

159, § 1º e art. 157, § 2º, I e II n/f art. 71, todos do Código Penal, inconformado com a r.

sentença prolatada pelo MM. Juiz de Direito da Wº Vara Criminal da Comarca de –(fls.

421/433), interpôs recurso de apelação com vistas a reforma da r. sentença monocrática. No

mérito, pleiteia o reconhecimento do delito de extorsão mediante seqüestro na sua forma

tentada, ao argumento de não ter havido a obtenção de vantagem ilícita.

Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre a classificação das Infrações

Penais, o pedido formulado por Dráusio Nascimento deve prosperar? Responda,

justificadamente de modo a identificar as principais classificações doutrinárias

aplicáveis ao delito de extorsão mediante seqüestro.

Código Penal

Extorsão mediante seqüestro Art. 159. Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou

para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:

Pena - Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei

nº 8.072, de 25/7/1990) -§ 1° Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o

seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é

cometido por bando ou quadrilha.

Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 10.741, de

1/10/2003)

Resposta: Por tratar-se de delito formal, ou seja, o crime se consuma quando o agente

pratica a conduta independentemente do resultado naturalístico, ou seja, o crime

consumou-se quando privou a vitima de liberdade, mesmo não tendo recebido o resgate,

então o pedido formulado pelo réu não deve prosperar, ou seja, o reconhecimento do

delito de extorsão mediante seqüestro na sua forma tentada, ao argumento de não ter

havido a obtenção de vantagem ilícita, a sentença não será reformada.

OBS: O Delito de extorsão mediante seqüestro é um delito permanente, aquele delito

cuja conduta que se protrai No tempo (se prorroga no tempo, o crime perdura no tempo),

o agente pratica a conduta enquanto ele mantiver a vitima privada de sua liberdade (o

tempo do crime se prorroga enquanto mantiver a vitima presa). O delito de extorsão

mediante seqüestro com relação ao resultado naturalístico, ele é material, formal ou de

mera conduta, quando ele se consuma? Quando ele priva a vitima de liberdade, então ele

é um delito formal, independentemente da obtenção do resultado naturalístico. Qual é o

resultado naturalístico previsto pelo agente neste caso? Um especial fim de agir o

recebimento do resgate, obtenção de vantagem ilícita, então a tese defensiva não está

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correta, não deve prosperar, ou seja, o reconhecimento do delito de extorsão mediante

seqüestro na sua forma tentada, ao argumento de não ter havido a obtenção de

vantagem ilícita

Para o Professor Victor Eduardo Rios Gonçalves " crimes formais são aqueles em relação aos quais a lei descreve uma ação e um resultado, mas a redação do dispositivo deixa claro que o crime consuma-se no momento da ação, sendo o resultado mero exaurimento do delito. Ex.: o art. 159 do Código Penal descreve o crime de extorsão mediante sequestro: sequestrar pessoa (ação) com o fim de obter qualquer vantagem como condição ou preço do resgate (resultado). O crime por ser formal, consuma-se no exato momento em que a vítima é sequestrada. A obtenção do resgate é irrelevante para o fim da consumação, sendo, portanto, mero exaurimento", in "Direito Penal - Parte Geral", Ed. Saraiva, 2001.

QUESTÕES OBJETIVAS

1) Em relação à classificação das infrações penais, assinale a opção correta. (Exame

OAB/ Cespe-UnB – 2009.2.)

a) Crime unissubsistente é o que se consuma com a simples criação do perigo para o

bem jurídico protegido, sem produzir dano efetivo.

Comentário: A assertiva está incorreta - O Crime unissubsistente é aquele que só

possui um momento de praticá-lo, é aquele no qual o iter criminis não é fracionado, isso

significa que só pode ser praticado num único momento, que não tem o fracionamento

do iter criminis,

A classificação da assertiva é de crime de perigo, o crime de perigo é aquele em que o

legislador se antecipa e sanciona o perigo de lesão ao bem jurídico, no crime de dano há

a efetiva lesão ao bem jurídico.

Por exemplo, o crime de embriagues ao volante é um crime de mera conduta, a mera

conduta de dirigir o veiculo embriagado já consuma o delito, porque conduzir o veiculo

embriagado expõe a segurança viária a perigo mas não lesiona nenhum bem jurídico,

então o legislador se antecipou e a exposição ao perigo de lesão que é sancionada, a

embriagues é sancionada para evitar que haja lesão ou homicídio, a lesão corporal e o

homicídio são crimes de dano, então sanciona-se o perigo (embriagues) para se evitar o

dano, se ocorrer o dano a embriagues acaba sendo absorvida, o agente responderá não

pelo perigo mas sim pelo dano.

Regra: Crimes de dano absorvem crimes de perigo

b) No crime comissivo por omissão, o agente responde pelo resultado, e não, pela

simples omissão, uma vez que esta é o meio pelo qual o agente produz o resultado.

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Comentário: A assertiva está correta o crime comissivo por omissão e o crime omissivo

impróprio (figura do agente garantidor), se o agente garantidor tem o dever de impedir o

resultado lesivo, ele somente será sancionado somente se esse resultado ocorrer, o

resultado que ele seria obrigado a impedir, os crimes comissivos por omissão são

crimes materiais.

Crime material é aquele que se consuma com a ocorrência do resultado.

c) Crimes hediondos são os previstos como tal na lei específica, e crimes assemelhados

a hediondos são todos aqueles delitos que, embora não estejam previstos como tal na

lei, causem repulsa social, por sua gravidade e crueldade.

Comentário: Assertiva incorreta – fere o principio da legalidade (não há crime sem lei

anterior que o defina) quando afirma que os crimes hediondos assemelhados são delitos

que não estão previstos em lei. A lei 8072 1990 lei de crimes hediondos descreve no

artigo 1º os crimes hediondos previsto em lei, no código penal, no artigo 2º os crimes

assemelhados que estão previsto na legislação especial, tortura, trafico de drogas,

terrorismo etc. Pelo principio da legalidade devem estar todos previsto em lei, não ficará

a cargo ou juízo do magistrado para discernir, o que ele acha que seja crime hediondo

d) Crime próprio é sinônimo de crime de mão própria.

Comentário: Assertiva incorreta, Os crimes de mão própria são diferentes dos crimes de mão propria.

O crime comum é aquele que poderá ser consumado por qualquer agente que possa faze-lo.

O crime proprio exige-se uma qualidade especial do agente para ser considerado crime proprio, por exemplo, se um sócio administrador de uma empresa deixa de recolher o INSS (tributo federal) comete o crime de apropriação indébita , o crime é próprio porque este crime não pode ser imputado a qualquer outra pessoa que tenha ligação com esta empresa, pois é uma atribuição exclusiva aos sócios administradores, ou seja no crime próprio somente determinadas pessoas tem autoridade para cometê-lo, nesse caso a qualidade especial é o fato da pessoa ser o administrador da empresa, este crime não pode ser imputado ao auxiliar de escritório da empresa ou a qualquer pessoa que queira cometê-lo (O tipo penal considerado como próprio não pode ser consumado por qualquer pessoa), somente se essa pessoa possuir essas tais qualidades para aquele crime especifico, no exemplo citado o não recolhimento dos tributos (crime de apropriação indébita) somente será atribuído aos sócios administradoras dessa empresa.

Podemos citar como outros exemplos: o crime de falso testemunho (nehuma outra pessoa pode depor por outra, o depoimento é pessoal e o falso depoimento da testemunha é crime previsto em lei, a fasidade ideologica, somente pode ser imputado a quem falsifica.

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'Crime de mão própria ou de atuação pessoal'

Diferentemente do crime proprio é crime comum, qulaquer pessoa pode comete-lo, ou seja, não exige uma qualidade especial do agente.

Apesar de ser um crime comum ele é personalissimo, ou seja, não admite que seja cometido por um terceiro, não admite coautoria O crime de mão própria só pode ser cometido pelo sujeito em pessoa, ou seja, pelo autor direto da ação. Ninguém os comete por intermédio de outrem. Somente poder ser praticado pelo próprio agente mas admite a participação (art. 29 do Código Penal).

OBS: Nada impede que um crime próprio também seja crime de mão própria.

Somente a gestante pode praticar o auto aborto, o auto aborto, ou seja, aborto

provocado em si mesmo, é crime próprio e de mão própria.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:

Pena - detenção, de um a três anos.

Resposta da questão Letra B

1) Em relação à classificação das infrações penais, assinale a opção INCORRETA:

a) a descrição típica de lesão corporal seguida de morte, prevista no art.129, §3º, do

Código Penal, contempla um delito preterdoloso, espécie de delito agravado pelo

resultado.

Comentário: Assertiva correta, dolo na conduta principal e culpa no resultado mais

gravoso, morte, artigo 19 CP, que fala dos crimes agravados pelo resultado

b) crime material é aquele no qual a lei descreve a conduta típica, mas não faz

qualquer referência ao resultado naturalístico, pois este não é necessário à

consumação do delito.

Comentário: Assertiva incorreta – o crime material é justamente o que o resultado

naturalístico faz parte do tio penal, somente se consuma com a ocorrência do resultado

Crime material é aquele que exige necessariamente um resultado.

Crime material é aquele cuja descrição legal se refere ao resultado e exige que o mesmo se produza para a consumação do delito. Assim, o crime material é indispensável para a consumação a ocorrência do resultado previsto em lei como ofensivo a um bem penalmente protegido.

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c) crime de dano é aquele que exige, para sua consumação, a efetiva lesão ao bem

jurídico tutelado, ao passo que, crime de perigo é aquele que se consuma com a

exposição do bem a perigo de dano.

Comentário: Assertiva correta

d) Crime comum é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, enquanto,

para a configuração do crime próprio, exige-se alguma característica específica do

agente, como por exemplo, o delito de infanticídio, que somente pode ser praticado

pela mãe que, sob a influência do estado puerperal, durante ou logo após o parto,

mata o próprio filho.

Comentário: Assertiva correta.