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MARCELA DE OLIVEIRA FANTAUZZI
PERFIL DE INDIVÍDUOS QUE RETORNAM AO TRABALHO APÓS ACIDENTE
VASCULAR ENCEFÁLICO
Belo Horizonte
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional / UFMG
2017
MARCELA DE OLIVEIRA FANTAUZZI
PERFIL DE INDIVÍDUOS QUE RETORNAM AO TRABALHO APÓS ACIDENTE
VASCULAR ENCEFÁLICO
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências da Reabilitação da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação.
Área: Desempenho Funcional Humano. Linha de Pesquisa: Estudos em reabilitação neurológica do adulto. Orientadora: Aline Alvim Scianni, Ph.D. Co-orientadora: Luci FuscaldiTeixeira-Salmela, Ph.D.
Belo Horizonte
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional / UFMG
2017
F218p
2017
Fantauzzi, Marcela de Oliveira
Perfil de indivíduos que retornam ao trabalho após acidente vascular encefálico.
[manuscrito] / Marcela de Oliveira Fantauzzi – 2017.
77f., enc. il.
Orientadora: Aline Alvim Scianni
Coorientadora: Luci Fuscaldi Teixeira-Salmela
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de
Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Bibliografia: f. 46-55
1. Acidentes vasculares cerebrais – Teses. 2. Trabalho - Teses. 3. Reabilitação
– Teses. I. Scianni, Aline Alvim. II. Teixeira-Salmela, Luci Fuscaldi. III.
Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e
Terapia Ocupacional. IV. Título.
CDU: 796.015 Ficha catalográfica elaborada pela equipe de bibliotecários da Biblioteca da Escola de Educação Física,
Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais.
Guimarães Rosa dizia: “ o animal satisfeito
dorme”. Por traz dessa aparente obviedade
está um dos mais fundos alertas contra o
risco de cairmos na monotonia existencial,
na redundância afetiva e na indigência
intelectual. O que o escritor tão bem
percebeu é que a condição humana perde a
sustância e energia vital toda vez que se
sente plenamente confortável com a maneira
como as coisas já estão, rendendo-se à
sedução do repouso e imobilizando-se na
acomodação. Por tanto, quero mais, quero
continuar, quero conhecer outras coisas...
Mario Sergio Cortella
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar minha maior gratidão à Deus, por me proporcionar toda
essa oportunidade, me dando sempre suporte para ter calma, tranquilidade e
paciência. Obrigado meu Deus por colocar tantas pessoas especiais e que fizeram
toda a diferença nessa caminhada.
Aos meus queridos e amados pais, por me amarem tanto e me incentivarem e
apoiarem os meus sonhos e nunca colocar nenhum obstáculo. Obrigado por sempre
investirem na minha educação e me mostrarem que esse é o melhor caminho. A
minha irmã pela amizade e por sempre estar ao meu lado. Amo muito todos vocês!
Ao Tiago Teixeira, agradeço por ser sempre companheiro e paciente durante
esse processo. Obrigado por me acalmar nos momentos difíceis e por entender os
meus momentos de ausência. Todo o meu carinho a você!
A minha querida orientadora Aline Alvim Scianni, muito obrigada, por todo
carinho, atenção e dedicação durante todo esse processo. Obrigada por
compartilhar diverso conhecimento e caminhar comigo. Vou levar tudo que aprendi e
que ainda preciso aprender para além das pesquisas. Sou muito grata por toda a
disponibilidade que você teve nessa caminhada.
A minha co-orientadora Luci Fuscaldi por permitir fazer parte dessa linda
pesquisa e por compartilhar todo seu conhecimento científico que foram de extrema
importância para a produção desta pesquisa.
A Tânia Hirochi agradeço imensamente por poder fazer parte de um braço da
sua pesquisa e por toda ajuda na coleta de dados.
Agradeço imensamente a Vanessa Cardoso, a Nathália Hissa, Michelle
Favero, Marina Lopes, Rafaella de Oliveira, Larissa de Oliveira, Camilla Diniz e a
Mariana de Oliveira por toda ajuda nos momentos difíceis e de superação durante
esses 2 anos. Obrigada pelo incentivo, pelas palavras de conforto, pela amizade e
pela convivência. Não tenho como retribuir. Muito obrigada por todo o carinho.
Aos meus professores da graduação e pós-graduação por participarem da
minha formação acadêmica e serem fonte de inspiração para busca do
conhecimento científico e melhora da nossa profissão.
A banca examinadora Christina Danielli Coelho de Morais Faria, Lucas
Rodrigues Nascimento, Lygia Paccini Lustosa, obrigado por aceitarem compor essa
banca e contribuírem para esse trabalho científico com tanto carinho. Vou levar
todos os ensinamentos para os trabalhos futuros e para a vida.
Aos funcionários do departamento de Fisioterapia e do colegiado de Pós-
Graduação em Ciências da Reabilitação da UFMG, obrigada pelo auxílio prestado
ao longo do mestrado.
Agradeço todos os hospitais por permitirem a pesquisa dentro dos centros de
AVE. Especialmente ao Dr. Carlos Batista, Dr. Paulo, a secretária Gleice e a Mônica
Bicalho por toda ajuda dentro do Hospital Santa Casa de Misericórdia.
Por fim agradeço a todos os indivíduos acometidos por AVE que participaram
gentilmente da pesquisa e contribuíram para desenvolver o trabalho proposto. Minha
eterna gratidão.
RESUMO
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é considerado a doença mais incapacitante
do mundo gerando um impacto em todas as funções humanas, resultando em
deficiência funcional e impedindo o retorno ao trabalho. Pouco se sabe sobre as
barreiras que dificultam o retorno ao trabalho após AVE. Fatores que parecem estar
relacionados ao retorno ao trabalho incluem a gravidade do AVE, sexo, idade, nível
educacional, vinculação a programas de reabilitação e outros fatores relacionados à
incapacidade. O objetivo do presente estudo prospectivo longitudinal foi conhecer o
perfil clínico sócio-demográfico de indivíduos após AVE que retornam ao trabalho na
população de Belo Horizonte. Indivíduos adultos, com diagnóstico de AVE agudo
(até 28 dias) que exerceram trabalho remunerado no mês anterior ao AVE
representaram os critérios de inclusão. Dados demográficos, histórico médico antes
do AVE, informações sobre condições de trabalho prévias e atual, e informações
sobre condições econômicas prévias e atual da família foram coletados. Em
sequência, os mesmos participantes foram contatados, por telefone, aos três e seis
meses após o AVE para obter informações sobre as condições atuais de trabalho,
condições econômicas atuais da família e condições de saúde após AVE.
Constituíram instrumentos de medidas do presente estudo um Questionário para
coleta de dados clínico-socio-demográficos, de saúde e financeiro, o teste de
rastreio cognitivo Brazilian telephone Mini-Mental State Examination (Braztel-
MMSE), a escala de incapacidade Modified Rankin Scale e a escala de ansiedade e
depressão Hospital Anxiety and Depression Scale. Foram triados 1095 indivíduos
com diagnóstico de AVE no período de outubro de 2015 a julho de 2016. Destes, 85
eram elegíveis e 69 indivíduos participaram do estudo. A média de idade foi de 55
anos. A maioria dos indivíduos apresentava o lado esquerdo acometido (37,7%); um
episódio de AVE (94,2%), AVE isquêmico (89,8%); hipertensão arterial (55,1%),
diabetes (31,8%) e hipercolesterolemia (24,6%) como doenças associadas.
Cinquenta e cinco porcento relatou realizar alguma modalidade de reabilitação após
AVE. Trinta indivíduos (43,5%) retornaram ao trabalho. Destes, observou-se
predomínio do sexo masculino (66,7%), nível de escolaridade fundamental
incompleto (75,5%), indivíduos casados (62,3%), sem plano privado de assistência à
saúde (95,6%), renda anterior ao AVE ≥ 75% da renda total da família (66,7%),
ocupação de Colarinho Azul (83,3%). A maioria dos indivíduos que retornaram ao
trabalho não recebia nenhum benefício financeiro provido do governo brasileiro
(auxílio-doença ou benéfico à pessoa com incapacidade) (80,0%). Em relação às
características pessoais, a maioria dos indivíduos que retornaram ao trabalho
apresentou adequado nível cognitivo (90,0%). Suspeita de depressão foi observada
em apenas 10,0% destes indivíduos e 37,5% foram classificados como
independentes. Os resultados deste estudo contribuem para o traçado do perfil
socioeconômico e de saúde física de indivíduos acometidos por AVE em relação ao
retorno ao trabalho e fornecem visibilidade deste problema para o sistema de saúde.
Em adição, podem auxiliar na formulação e sistematização de políticas de saúde e
orientação da prática clínica para o retorno ao trabalho.
Palavras-chave: Acidente Vascular Encefálico. Retorno ao Trabalho. Perfil de
saúde.
ABSTRACT
Stroke is considered the most disabling disease in the world. It has an impact on all
human functions, resulting in functional deficiency thus preventing return to work.
Little is known about the barriers that make it difficult to return to work after a stroke.
Factors that appear to be related to return to work include stroke severity, gender,
age, educational level, engaging to rehabilitation programs and other factors related
to disability. The objective of this prospective and longitudinal study was to present
the sociodemographic clinical characteristics of individuals after stroke returning to
work in the population of Belo Horizonte. Adult individuals with a diagnosis of acute
stroke (up to 28 days) who had paid work in the month prior to the stroke represented
the inclusion criteria. Demographics, medical history prior to the stroke, information
on previous and current working conditions, and information on previous and current
economic conditions of the family were collected. Subsequently, the same
participants were contacted by telephone three and six months after the stroke to
obtain information on current working conditions, current family economic conditions,
and post-stroke health conditions. The Brazilian telephone Mini-Mental State
Examination (Braztel-MMSE), the Modified Rankin Scale disability scale and the
scale of anxiety and depression Hospital Anxiety and Depression Scale were used as
measurement instruments of the present study, as well as a questionnaire for the
collection of clinical-socio-demographic, health and financial data. A total of 1095
individuals diagnosed with stroke from October 2015 to July 2016 were screened. Of
these, 85 were eligible and 69 individuals participated in the study. The mean age
was 55 years. The majority of the individuals had the left side affected (37.7%), a
single stroke episode (94.2%), ischemic stroke (89.8%); hypertension (55.1%),
diabetes (31.8%) and hypercholesterolemia (24.6%) as comorbidities. Fifty-five
percent reported performing some rehabilitation modality after stroke. Thirty
individuals (43.5%) returned to work. Of these, male (66.7%), incomplete elementary
schooling (75.5%), married individuals (62.3%), and private health insurance were
found to be predominant (95.6%), as well as income before stroke ≥ 75% of total
family income (66.7%), and “blue-collar” work (83.3%). Most of the individuals who
returned to work did not receive any financial benefit provided by the Brazilian
government (80.0%). Regarding the personal characteristics, the majority of
individuals who returned to work had an adequate cognitive status (90.0%). The
results of this study contribute to the socioeconomic and physical health profile of
individuals affected by stroke regarding the return to work and provide visibility of this
problem to the health system. In addition, they can assist in formulating and
systematizing health policies and guiding clinical practice in order to help stroke
individuals to return to work.
Keywords: Stroke. Return to Work. Health Profile.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AVE – Acidente Vascular Encefálico
OMS – Organização Mundial de Saúde
EUA – Estados Unidos da América
SUS – Sistema Único de Saúde
CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Braztel-MMSE – Brazilian Telephone Mini-Mental State Examination
EMR – Escala Modificada de Rankin
HADS – Hospital Anxiety and Depression Scale
DP – Desvio padrão
Min- Mínimo
Max – Máximo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 17
1.1 Objetivo geral 23
1.2 Objetivos específicos 23
2 MÉTODO
2.1 Delineamento do Estudo 24
2.2 Local de Realização 24
2.3 Amostra 25
2.4 Instrumentos e Medidas 26
2.4.1 Questionário para coleta de dados Clínicos-sócio-
demográficos de saúde e financeiro
26
2.4.2 Brazilian Telephone Mini-Mental State Examination (Braztel-
MMSE)
26
2.4.3 Escala Modificada de Rankin 26
2.4.4 Hospital Anxiety and Depression Scale 27
2.5 PROCEDIMENTOS 27
2.6 ANÁLISE DO DADOS 30
3 RESULTADOS 31
3.1 Amostra 31
3.2 Variáveis Relacionadas à Condição de Saúde 31
3.3 Variáveis Relacionadas aos Fatores Pessoais 32
3.4 Variáveis Relacionadas ao Retorno ao Trabalho 32
4 DISCUSSÃO 36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 45
REFERÊNCIAS 46
ANEXO A- Aprovação do Comitê de ética em pesquisa da
UFMG
56
ANEXO B- Carta de Anuência do Hospital Odilon Behrens 57
ANEXO B- Carta de Anuência do Hospital Tolentino Risoleta
Neves
58
ANEXO B- Carta de Anuência do Hospital Santa Casa de
Misericórdia
62
ABEXO C- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 66
ANEXO D- Braztel-MMSE 70
ANEXO E- Questionário clínico social demográfico 71
ANEXO F- Escala Modificada de Rankin 76
ANEXO G- Hospital Anxiety and Depression Scale – Sub-escala
de Depressão
77
PREFÁCIO
Para elaboração desta dissertação, foram seguidas as normas pré-estabelecidas
pelo colegiado de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade
Federal de Minas Gerais, que segue o formato das normas da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT). Esta dissertação está divida em cinco capítulos.
O primeiro é constituído pela introdução, onde são abordados os temas de
incidência e prevalência de AVE no Brasil e no mundo, as incapacidades deixadas
pelo AVE, as restrições laborativas e de retono ao trabalho após AVE, além das
barreiras que dificultam o retono ao trabalho após AVE e as diretrizes clÍnicas de
cuidados após AVE. Adicionalmente, os objetivos do presente estudo são
apresentados.
O segundo capítulo descreve os métodos do estudo. Informações sobre o
delineamento do estudo, local de realização, amostra de indivíduos (critérios de
inclusão e exclusão), além de detalhes sobre os instrumentos de medidas são
reportados. Constituiram instrumentos de medidas do presente estudo um
Questionário para coleta de dados clínico-socio-demográficos, de saúde e
financeiro, o teste de rastreio cognitivo Brazilian telephone Mini-Mental State
Examination (Braztel-MMSE), a escala de incapacidade Escala Modificada de
Rankin e a escala de ansiedade e depressão Hospital Anxiety and Depression
Scale. Os procedimentos de coleta e análise dos dados são descritos no final desta
seção.
No terceiro capítulo os resultados são apresentados. Os dados são descritos como
medidas de tendência central e dispersão ou por valor absoluto/distribuição de
frequências.
O quarto capítulo apresenta a discussão dos resultados do presente estudo e suas
implicações clínicas.
Por fim, o quinto capítulo aborda as considerações finais do trabalho.
17
1 INTRODUÇÃO
Acidente Vascular Encefálico (AVE) é definido pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) como uma síndrome clínica decorrente de uma redução do
suprimento sanguíneo a estruturas encefálicas, com desenvolvimento rápido de
sinais focais ou globais de déficits cerebrais, sem outra causa aparente que não seja
vascular1. Constitui uma das principais doenças não transmissíveis de importância
para a saúde pública1. Hipertensão, tabagismo, inatividade física, diabetes e
fibrilação atrial representam os cinco principais fatores de risco relacionados ao
acometimento por AVE Juntos, esses cinco fatores de risco são responsáveis por
mais de dois terços de toda incidência de AVE1.
O AVE configura-se pela manifestação de um quadro abrupto e insidioso, que
decorre de alterações vasculares focais ou globais. É classificado como isquêmico
quando é ocasionado pela interrupção do fluxo sanguíneo e hemorrágico quando
ocorre por extravasamento de sangue no encéfalo2,3. Pode resultar em déficits
motores, sensoriais, mentais, perceptivos e de linguagem4,5. Em 2013, o AVE caiu
da quarta para a quinta principal causa de morte nos Estados Unidos (EUA), atrás
das doenças do coração, câncer e doenças respiratórias crônicas6. De 2003 a 2013,
a taxa relativa de morte por AVE diminuiu em 33,7% e o número real de mortes por
AVE diminuiu em 18,2%. No entanto, a cada ano, aproximadamente 795.000
pessoas sofrem um novo AVE (hemorrágico ou isquêmico). Aproximadamente
610.000 destes são eventos primários e 185.000 recorrentes. O declínio da
mortalidade por AVE ao longo das últimas décadas, que vem melhorando na saúde
da população dos EUA observada para ambos os sexos, todos os grupos raciais e
de idade, resultou da redução da incidência do AVE e das menores taxas de
letalidade. Este resultado está relacionado ao controle dos fatores de riscos
cardiovasculares6. Os esforços de controle da hipertensão iniciados na década de
1970 parecem ter tido substancial influência sobre o declínio acelerado da
mortalidade por AVE. O controle da diabetes mellitus, hipercolesterolemia e
programas de cessação do tabagismo, particularmente em combinação com o
tratamento de hipertensão, também parecem ter contribuído para o declínio da
mortalidade por AVE6.
18
Aproximadamente 10% de todos os AVEs ocorrem em pessoas de 18 a 50
anos de idade. Entre 1995 e 2008, a National Health Interview Survey revelou que
as internações por AVE isquêmico aumentaram entre adolescentes e adultos jovens
(com idade entre 5-44 anos), enquanto as internações hospitalares por AVE
hemorrágico diminuíram durante o mesmo período de tempo. As taxas de
mortalidade por AVE diminuíram mais entre as pessoas com 65 anos ou mais
(54,1%; 534,1-245,2 por 100.000) do que entre aqueles com idade entre 45 a 64
anos (53,6%; 43,5-20,2 por 100.000) ou aqueles com idade entre 18 e 44 anos
(45,9%; 3,7-2,0 por 100.000)6.
O Sistema Brasileiro de Mortalidade identificou que, entre os anos de 1979 a
2009, houve 2.544.912 óbitos por doenças cerebrovasculares, sendo que 92%
destes tinham 35 a 74 anos7. O AVE no Brasil continua a ser a primeira causa de
morte em mulheres e a segunda causa de morte em homens, após as doenças
coronarianas8. A proporção de óbitos por AVE entre homens e mulheres variou de
1,3 a 1,5 durante esse período (1979-2009). A proporção de indivíduos menores de
55 anos que morreram por AVE diminuiu de 25% (1979) para 17% (2009). Em
contraste, a proporção de indivíduos maiores de 75 anos que morreram por AVE
aumentou de 39% (1979) para 53% (2009)6. No Brasil, em 2012, do total de 172.526
internações em decorrência do AVE, 73.309 ocorreram em indivíduos com 70 anos
ou mais9. A segunda maior taxa de internação devido ao AVE é do estado de Minas
Gerais, com 11,23 internações por 10.000 habitante9. Na região metropolitana de
Belo Horizonte, no ano de 2012, a taxa de internação devido ao AVE pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) em indivíduos entre 50 e 59 anos foi de 13,86 por 10.000
habitantes, de indivíduos entre 60 e 69 anos foi de 29,36 por 10.000 habitantes, e de
indivíduos com idade acima de 70 anos esta taxa foi de 62,64 por 10.000
habitantes9. Um estudo recente demonstrou uma diminuição das taxas de
mortalidade por AVE nas últimas duas décadas para todas as regiões brasileiras10.
Contudo, não está claro se isso é resultado de uma incidência decrescente ou de
melhores cuidados de saúde e tratamento desses indivíduos11.
O AVE é considerado a doença mais incapacitante do mundo gerando um
impacto em todas as funções humanas, no qual sobreviventes podem ou não
apresentar sequelas crônicas, que são usualmente complexas e heterogêneas e
resultam em dificuldades nos domínios da funcionalidade5,12,13. O grande desafio
19
desses indivíduos acometidos é enfrentar as incapacidades que demandam algum
auxílio no desempenho das atividades de vida diária, implicando num alto grau de
dependência, principalmente no primeiro ano após AVE, impedindo-os de
retornarem ao trabalho4,14,15. As implicações do AVE permanecem por longos
períodos, podendo atingir os componetes do modelo de Classificação Internacional
de Funcionalidade (CIF)16,17. A CIF é dividida em duas partes, cada uma com dois
componetes: a primeira parte Funcionalidade e Incapacidade é subdividida em (a)
Funções do Corpo e Estruturas do Corpo e (b) Atividades e Participação, e a
segunda parte constitui os Fatores Contextuais, subdividida em (c) Fatores
Ambientais e (d) Fatores Pessoais5. A CIF possibilita avaliar, intervir, documentar
desfechos para orientar a prática clínica e traçar um perfil funcional para cada
indivíduo5. Além disso, os conceitos da CIF introduzem um novo modelo para
trabalhar a deficiência e a incapacidade que não são apenas uma conseqüência das
condições de saúde/doença, mas são determinadas também pelo contexto do meio
ambiente físico e social, pelas diferentes percepções culturais e atitudes em relação
à deficiência. Sendo assim a CIF não é apenas um instrumento para medir
funcionalidade. Ela permite avaliar as condições de vida fornecendo subsídios para
políticas de inclusão social18. Desta forma a análise das incapacidades determinadas
pelo AVE com o uso da CIF torna-se imprescindível, pois, é uma classificação
completa, já que seus parâmetros permitem uma visão biopsicossocial do indivíduo,
além de auxiliar na conduta terapêutica a ser utilizada, tratando individualmente com
enfoque nas funções e restrições5.
No campo da saúde do trabalhador, a CIF permite identificar as condições
sociais, econômicas e políticas observadas nas inúmeras transformações do
trabalho, determinando as condições de capacidades e incapacidades laborativas19.
Segundo Toldrá et al (2010)19, a restrição laboral e o retorno ao trabalho estão entre
os aspectos mais complexos das políticas de atenção à saúde do trabalhador. Estes
autores ressaltam a importância de integrar a reabilitação profissional do Programa
de Reabilitação Profissional da Previdência Social e a clássica reabilitação clínica
oferecida em diferentes serviços de saúde20. O Programa de Reabilitação
Profissional da Previdência Social é um serviço prestado pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), de caráter obrigatório e independente de carência. A
fundamentação legal para a prestação desse serviço está disposta na Constituição
20
Federal de 1988, artigo 203, incisos II e IV; Lei 8.213/91. A reabilitação profissional
tem objetivo de oferecer aos segurados incapacitados para trabalhar, por motivo de
doenças ou acidentes, os meios de reeducação ou readaptação profissional para o
retorno ao trabalho. O atendimento é realizado por uma equipe multidisciplinar
composta por médicos, assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, fisioterapeutas,
terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre outros profissionais. Após a
conclusão do processo de reabilitação profissional, o INSS emite um certificado
indicando a atividade para a qual o trabalhador foi capacitado profissionalmente. O
INSS também fornece aos segurados recursos materiais necessários à reabilitação
profissional, quando indispensáveis ao desenvolvimento do respectivo programa,
incluindo próteses, órteses, instrumentos de trabalho, implementos profissionais,
auxílio-transporte e auxílio-alimentação21.
A reabilitação profissional deve ser considerada um processo dinâmico de
atendimento global do trabalhador, que deve envolver as empresas no processo de
prevenção, tratamento, reabilitação, readaptação e reinserção no trabalho. O ônus
socioeconômico causado pela incapacidade após AVE é substancial para o
indivíduo, familiares e a sociedade, devido às mudanças na renda e na perda de
produtividades20.
Retornar ao trabalho é um marco na recuperação após AVE, seja ele
remunerado ou não remunerado, pois restaura a confiança, a recuperação da
independência e reduz o estigma social22. Em estudos anteriores, foi relatado que os
indivíduos após AVE, que retornaram ao trabalho, apresentaram maior satisfação
com a vida e bem-estar subjetivo23,24. Opostamente, indivíduos após AVE que não
retornaram ao trabalho ficaram mais predispostos às limitações sociais, no que diz
respeito ao convívio familiar e aos problemas financeiros24.
Pouco se sabe sobre as barreiras que dificultam o retorno ao trabalho após
AVE. Os estudos relatam sobre barreiras físicas (fraqueza muscular, cognição e
linguagem), bem como barreiras sociais (escolaridade, estado civil, o contexto de
trabalho), enquanto as barreiras mentais e morbidades psiquiátricas são muitas
vezes negligenciadas20,25,26,27. Outros fatores que parecem estar relacionados ao
retorno ao trabalho são a gravidade do AVE, sexo, idade, nível educacional,
vinculação à programas de reabilitação e outros fatores intrínsecos e extrínsecos
21
relacionados à incapacidade4. Estudos que abordaram o emprego/trabalho após o
AVE não foram delineados exclusivamente para examinar esta questão. Estes
estudos apenas reportaram a proporção de indivíduos que estavam trabalhando no
momento da medida de acompanhamento (follow-up). Estas proporções variaram
entre 1% e 91% de retorno ao trabalho28,29,30. Em adição, existe uma grande
variação dos fatores associados ao retorno ao trabalho (MEDIN, 2006)31. A literatura
específica trás diferentes delineamentos de estudos, definições de trabalho,
definições de AVE, tempo de acompanhamento, nível socioeconômico e
demográfico e grande variabilidade de resultados em que o desfecho não é o retorno
ao trabalho28,29,30.
Black-Schafferer e Osberg (1990)32 relataram que provavelmente existem
quatro parâmetros que representam esta ampla variabilidade na literatura sobre a
taxa de retorno ao trabalho após AVE: definição de trabalho; idade; natureza e
intensidade da reabilitação após AVE e fatores culturais.
Em primeiro lugar, as definições de trabalho diferem entre os estudos.
Aqueles que contam apenas o emprego competitivo em tempo integral relatam uma
taxa de retorno ao trabalho mais baixa, do que aqueles que incluem trabalho em
tempo parcial e/ou trabalho doméstico32. Fatores como o tipo de indústria, o
tamanho da empresa ou a duração do emprego não influenciaram o retorno ao
trabalho após AVE33. Ocupação de colarinho branco (cargo profissional/técnico,
cargo administrativo, cargo de vendas e cargo de serviço) foi associada com a
crescente probabilidade de retorno ao trabalho34,35. No estudo de Saeki et al (1993)34
demonstrou-se que a proporção de retorno ao trabalho é bem-sucedida após AVE,
sendo maior nas ocupações de colarinho branco (66.4%) em comparação às de
colarinho azul (48.5%). Ocupações de colarinho azul referem-se ao trabalho
tipicamente manual. As habilidades necessárias podem variar de acordo com a
ocupação. Estes trabalhadores incluem mecânicos, pedreiros, eletricistas dentre
outros34.
Em segundo lugar, estudos com indivíduos de diferentes idades
apresentaram resultados diferentes32. Acredita-se que indivíduos mais jovens após
AVE possuem maiores taxas de retorno ao trabalho. Estes parecem ter melhor
recuperação neurológica e funcional do sistema nervoso central, melhor ajuste para
a deficiência residual, maior motivação para retornar ao trabalho e maior disposição
22
do empregador para retorná-los à empresa32. A idade teve pouca influência sobre a
probabilidade de retorno ao trabalho nos indivíduos abaixo de 65 anos. Acima de 65
anos, os fatores socioeconômicos (aposentadoria) reduziram a probabilidade desses
indivíduos retornarem ao trabalho28.
Em terceiro lugar, as diferenças na natureza e intensidade do programa de
reabilitação após AVE são uma provável fonte de variabilidade no resultado
profissional. Poucos estudos relataram as relações diretas entre os efeitos da
reabilitação e o retorno ao trabalho bem sucedido. A literatura não descreveu
detalhadamente os tipos e quantidades de serviços de reabilitação para retornar ao
trabalho oferecidos aos indivíduos após AVE. No entanto, programas de reabilitação
para reduzir a incapacidade funcional são necessários para melhorar a capacidade
do trabalho deteriorada e adaptações para o trabalho. A utilização eficaz dos
serviços de saúde e da reabilitação profissional poderia promover o retorno ao
trabalho após AVE28.
Em quarto lugar, o retorno ao trabalho pode ser o reflexo de fatores culturais,
como a disponibilidade de ajuda de familiares em casa e a natureza da
compensação por deficiência32.
Diretrizes clínicas para o cuidado do indivíduo após AVE, publicadas em
diversos países, como Austrália, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido, destacam
a ausência de evidências de estratégias para favorecer o retorno ao trabalho. Na
Austrália, o guia clínico National Stroke Foundation Guidelines for Rehabilitation and
Recovery reporta a limitação dos estudos e reconhece que não há nenhuma
evidência de intervenções específicas para retornar ao trabalho. No Reino Unido, o
guia clínico The United Kingdom National Service Framework e no Canadá, o guia
clínico Heart and Stroke Foundation of Ontario Guidelines destacam a falta de
estudos e profissionais nesta área. Isto demonstra que investigações de alta
qualidade capazes de preencher esta lacuna serão de grande importância
internacional36. São necessários estudos que identifiquem os fatores associados ao
retorno ao trabalho em indivíduos após AVE para conhecer quais são as barreiras
que dificultam este retorno.
Saeki (2000)28 observou que alguns indivíduos após AVE retornaram ao
trabalho e outros não, apesar de ambos apresentarem reabilitação e profissional
23
comparáveis. Segundo o autor, a tentativa de explicar essa diferença por meio de
um único fator é impossível. Ele observou que a combinação de múltiplos fatores
afetam o retorno ao trabalho após AVE. Cada fator tem contribuição diferente.
Portanto, deve-se avaliar individualmente o impacto preciso de cada fator para
retornar ao trabalho após AVE28.
A adaptação do ambiente de trabalho para o indivíduo após AVE com
deficiência deve sempre ser considerada para retornar ao trabalho. Cerca de 92%
dos indivíduos que trabalhavam após AVE tinham sido transferidos para um
emprego adequado para pessoas com deficiência ou o local de trabalho tinha sido
reestruturado em conformidade. Quanto à aptidão para o trabalho, os empregos são
extremamente variados e cada caso tem de ser individualmente considerado com as
modificações necessárias33.
Com base no exposto, evidencia-se a relevância de estudar a condição de
indivíduos após AVE que retornam ao trabalho. Os resultados de estudos que
tracem o perfil socioeconômico e de saúde física de indivíduos acometidos por AVE,
além de darem visibilidade deste problema para o sistema de saúde, podem ainda
ser de grande relevância para a formulação, sistematização de políticas de saúde e
orientação da prática clínica para o retorno ao trabalho. Até o presente momento,
não foram encontrados estudos sobre o perfil clínico e socio-demográfico de
indivíduos após AVE que retornam ao trabalho na população de Belo Horizonte.
1.1 Objetivo Geral
O objetivo geral do presente estudo foi conhecer o perfil clínico sócio-demográfico
de indivíduos após AVE da população de Belo Horizonte que retornam ao trabalho.
1.2 Objetivos Específicos
Descrever as características clínicas, sociais e demográficas dos
indivíduos que retornam e que não retornam da população de Belo
Horizonte.
24
2 MÉTODO
2.1 Delineamento do Estudo
Trata-se de estudo prospectivo, longitudinal que investigou a proporção de
indivíduos que retornam ao trabalho após AVE. O projeto foi aprovado pela
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Parecer n° 46298015.9.0000.5149)
(ANEXO A)
2.2 Local de Realização
O estudo foi realizado nos Hospitais Odilon Behrens, Hospital Tolentino
Risoleta Neves, Hospital Santa Casa de Misericórdia do município de Belo
Horizonte, Minas Gerais (ANEXOS B), são hospitais de referência da linha de
cuidado de AVE na cidade de Belo Horizonte onde os participantes foram
recrutados, sendo os demais contatos realizados por meio de entrevista telefônica.
O Hospital Odilon Behrens é integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS). O
hospital tem por objetivo a construção de uma Rede que integre a Atenção Básica e
de Especialidades com todas as portas de urgências da cidade Belo Horizonte. É
referência para usuários da Regional Noroeste, Oeste, Pampulha e Nordeste de
Belo Horizonte. É referência também em diversas especialidades como neurologia,
odontologia, traumatologia, cirurgia vascular e cirurgia bucomaxilofacial. O Hospital
é referências no tratamento do AVE e há sete anos possui uma clínica específica
para esse tipo de enfermidade, a Unidade de AVE, que atende mais de 70
indivíduos por mês37.
A Unidade de AVE do Hospital Tolentino Risoleta Neves é um dos serviços
estruturados em Belo Horizonte que são referência em todo o estado de Minas
Gerais no atendimento ao indivíduo que sofreram um AVE. Com 18 leitos, a Unidade
de AVE atende uma média de 50 indivíduos por mês. O atendimento é realizado
inicialmente no serviço de emergência do Pronto Socorro. Após a avaliação de um
neurologista, o indivíduo é encaminhado para a Unidade, onde continua o
tratamento e monitoramento de acordo com sua necessidade. Uma equipe
multiprofissional oferece toda a assistência e cuidado aos indivíduos da Unidade de
AVE. Ela é composta por assistentes sociais, médicos neurologistas, enfermeiros,
25
fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, terapeuta ocupacional e
técnicos de enfermagem 38.
O hospital Santa Casa de misericória, é referência no atendimento médico
especializado para usuários do SUS em Minas Gerais. Dos indivíduos atendidos na
unidade, no ano 2014, 60% eram da Capital e da Região Metropolitana de Belo
Horizonte e 40% de outros municípios mineiros. O hospital atende 32 especialidades
médicas e realizando 19 tipos de exames e pequenas cirurgias ambulatoriais, são
referência nos serviços de Obesidade Clínica, Obesidade Cirúrgica, Pré-natal de
Alto Risco, Endocrinologia, Nefrologia e Neurologia39.
2.3 Amostra
Indivíduos com diagnóstico de AVE foram recrutados em hospitais públicos de
Belo Horizonte anteriormente mencionados e foram incluídos no presente estudo
caso:
1. Apresentassem diagnóstico de AVE recente (até 28 dias);
2. Possuíssem idade acima de 18 anos Hackett e Glozier (2012)22;
3. Declarassem ter exercido trabalho remunerado no mês anterior ao AVE.
Trabalho remunerado, no presente estudo, foi definido como ocupação,
negócio, profissão ou outra forma de emprego, em troca de pagamento
referente a uma ou mais horas, como empregado, a tempo integral ou a
tempo parcial, ou como trabalhador independente (ie., autônomo)22,40.
4. Assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
concordando com a participação no estudo (Anexo C).
Indivíduos com afasia ou demais distúrbios de comunicação, ou que apresentassem
baixo nível cognitivo – identificado pelo Brazilian telephone Mini-Mental State
Examination (Braztel-MMSE)41 (ANEXO D) – foram considerados elegíveis para
participação no estudo, caso seu cuidador ou responsável assinasse o termo de
consentimento e respondesse aos questionários em nome do participante.
O presente estudo fez parte de um estudo maior intitulado "PREDITORES DO
RETORNO AO TRABALHO PÓS-ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO", com o
objetivo de determinar os fatores que predizem o retorno ao trabalho após um ano
de AVE.
26
2.4 Instrumentos e Medidas
2.4.1 Questionário para coleta de dados clínico-socio-demográficos, de
saúde e financeiro
Um questionário específico foi desenvolvido para o presente estudo, com
objetivo de obter informações para caracterização e acompanhamento da amostra
ao longo de seis meses. O questionário é composto por perguntas objetivas, no qual
foram coletados dados clínico-socio-demográficos, dados relacionados à saúde
antes e após AVE, bem como dados relacionados à situação econômica familiar e
de trabalho antes e após AVE. (ANEXO E)
2.4.2 Brazilian telephone Mini-Mental State Examination (Braztel-MMSE)
O Brazilian telephone Mini-Mental State Examination (Braztel-MMSE) é um
instrumento, traduzido e adaptado culturalmente para uso na população brasileira,
originado da versão aplicável por telefone do Mini-Exame do Estado Mental para
rastreio de déficits cognitivos (ANEXO D). O Braztel-MMSE é composto por 22 itens,
em comparação aos 30 itens da versão original, com adequadas propriedades
psicométricas e forte correlação com a versão original. O Braztel-MMSE foi utilizado
para determinar se os participantes e/ou responsáveis apresentavam capacidade
cognitiva para serem incluídos no estudo e para responder às perguntas do
questionário. O ponto de corte utilizado foi de 15 pontos41.
2.4.3 Escala Modificada de Rankin
A Escala Modificada de Rankin (EMR) foi desenvolvida com objetivo de
mensurar incapacidade e nível de dependência de indivíduos após AVE. A
pontuação varia entre zero e seis pontos, no qual “zero” significa ausência de
incapacidade/dependência após-AVE e “seis” significa óbito. Suas propriedades
psicométricas são bem documentadas, apresentando validade convergente com
outras escalas de incapacidade, adequados valores de confiabilidade inter-
examinador (k = 0.56 a 0.78) e altos valores de confiabilidade teste-reteste (k = 0.81
a 0.95)42. Foi utilizada a versão em português, traduzida e adaptada
transculturalmente para uso na população brasileira, aplicável por telefone, com
adequada concordância com a aplicação pessoal (k2 = 0.82) e ponto de corte
equivalente a dois pontos43 (ANEXO F).
27
2.4.4 Hospital Anxiety and Depression Scale
A escala Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) foi desenvolvida com
objetivo de auxiliar o clínico no reconhecimento de componentes emocionais
decorrentes de incapacidades físicas como uma ferramenta de rastreio para
ansiedade e depressão. A HADS é composta por duas sub-escalas: a primeira,
composta por sete itens, avalia ansiedade e a segunda, também composta por sete
itens, avalia depressão. Cada item é respondido pelo participante em uma escala de
quatro pontos (variando de 0 a 3), sendo que a pontuação final em cada sub-escala
varia entre 0 e 21 pontos. No presente estudo, foi utilizada a versão traduzida e
adaptada para o português, considerando apenas as questões relacionadas à
subescala depressão (questões oito a 14), com ponto de corte equivalente a oito
pontos44, 45 (ANEXO G).
2.5 Procedimentos
Em um primeiro momento, profissionais da saúde diretamente responsáveis
pelo atendimento ao paciente no ambiente hospitalar o informaram sobre a
existência da pesquisa. Caso o paciente apresentasse interesse em participar do
estudo, um pesquisador entrou em contato com o possível participante para
determinar se o mesmo preenchia os critérios de inclusão, explicou os
procedimentos do estudo, obteve o Termo de Consentimento Livre Esclarecido e
registrou os contatos para subsequentes avaliações e reavaliações. Para determinar
se o participante exerceu trabalho remunerado no mês anterior ao AVE, a seguinte
pergunta foi realizada: “No mês anterior ao derrame, você esteve envolvido em
algum trabalho remunerado, em tempo parcial ou integral, ou mesmo como
trabalhador independente/autônomo?”25,40.
Em até 28 dias após AVE, os participantes, que concordaram em participar do
estudo foram contatados por telefone por entrevistadores devidamente treinados.
Essa avaliação inicial incluiu a coleta detalhada de dados demográficos, histórico
médico antes do AVE, informações sobre condições de trabalho prévias e atual, e
informações sobre condições econômicas prévias e atual da família. Em sequência,
os mesmos participantes foram contatados, por telefone, aos três e seis meses após
AVE com objetivo de obter informações sobre as condições atuais de trabalho,
condições econômicas atuais da família e condições de saúde após AVE. Antes de
28
iniciar a coleta de dados, por telefone, em cada uma das fases do estudo, uma
avaliação do nível cognitivo do participante foi realizada. Caso o participante não
apresentasse nível cognitivo adequado, o cuidador ou responsável foi chamado ao
telefone e também foi avaliado em relação ao nível cognitivo. Os demais
questionários somente foram realizados caso participante ou seu responsável
apresentasse cognição preservada.
Um fluxograma destacando as diferentes fases da coleta, bem como as
variáveis do estudo é apresentado na Figura 1. As variáveis idade e renda anterior
ao AVE foram coletadas em até 28 dias após AVE. As demais variáveis, bem como
o retorno ao trabalho foram coletadas em três e seis meses após AVE.
29
Figura 1. Fluxograma temporal da coleta de dados
Acidente Vascular Encefálico
Recrutamento - Hospital
Contato inicial: nome, sexo, data
de nascimento, contatos,
consentimento.
Até 28 dias
Avaliação inicial:Telefone
Características clínico-sócio-
demográficas
Variáveis independentes
3 meses
Telefone
Variáveis independentes
Variável dependente
6 meses
Telefone
Variáveis independentes
Variável dependente
30
2.6 Análise dos dados
Estatísticas descritivas foram utilizadas para caracterização da amostra em
relação às principais variáveis clínico-socio-demográficas. Variáveis quantitativas
foram descritas como medidas de tendência central e dispersão. Variáveis
qualitativas foram descritas por valor absoluto/distribuição de frequências.
A variável dependente do estudo foi Retorno ao Trabalho, operacionalizada
como “sim, retornou ao trabalho” ou não, “não retornou ao trabalho”, considerando a
definição de trabalho remunerado, apresentada previamente. As variáveis
independentes foram as seguintes: Idade: variável independente, calculada a partir
da data de nascimento do participante e apresentada em anos, dicotomizada em
≥60 anos e < 60 anos; Renda anterior ao AVE: variável independente dicotomizada
em ≥75% da renda total da família e < 75% da renda total da família; Cognição:
variável independente dicotomizada em pontuação < 15 pontos e ≥ 15 pontos; Nível
de incapacidade/dependência funcional: variável independente dicotomizada em < 3
pontos “independentes” e ≥3 pontos “dependentes”; Depressão: variável
independente dicotomizada em < 8 pontos “sem depressão” e ≥ 8 pontos “com
depressão”; Assistência financeira do governo: variável independente dicotomizada
em “com benefício”, e “sem benefício”; Escolaridade, variável independente
dicotomizada em < 5 (1, Analfabeto; 2, Fundamental incompleto; 3, Fundamental
completo; 4, Médio incompleto; 5, Médio completo) e ≥ 5 (6, Técnico incompleto; 7,
Técnico completo; 8, Superior incompleto; 9, Superior completo; 10, Pós-graduado).
O nível de significância estabelecido foi de 5%.
Essas análises foram realizadas por meio do pacote estatístico SPSS para
Windows (versão 19.0).
31
3 RESULTADOS
3.1 Amostra
Um total de 1095 indivíduos com diagnóstico de AVE foram triados nos
hospitais públicos de Belo Horizonte no período de outubro de 2015 a julho de 2016:
Hospital Odilon Behrens (n=795), Hospital Tolentino Risoleta Neves (n=290),
Hospital Santa Casa de Misericórdia (n=10). Destes, 1095 indivíduos, 85 indivíduos
foram elegíveis e assinaram o TCLE. Contudo, 16 participantes foram excluídos
posteriormente, devido à falta de contato telefônico (número inexistente ou
incorreto). Portanto, 69 indivíduos participaram do presente estudo.
3.2 Variáveis relacionadas à condição de saúde
Os resultados referentes às variáveis relacionadas à condição de saúde,
como episódio de AVE (lado de acometimento, número de episódios e tipo de AVE)
e às doenças, associadas estão apresentados na Tabela 1. A maioria dos indivíduos
apresentava: o lado esquerdo acometido; um episódio de AVE, AVE isquêmico;
hipertensão arterial, diabetes e hipercolesterolemia, como doenças associadas.
Tabela 1: Dados Descritivos de Frequência (%) das variáveis relacionadas com a
condição de saúde.
Variáveis n=69
Lado Acometido, % (n)
Direito 28(20)
Esquerdo 37(26)
Sem sequela 33(23)
Episódio de AVE, % (n)
Um episódio 94(65)
Dois ou mais episódios 5(4)
Tipo de AVE, % (n)
Isquêmico 89(62)
32
3.3 Variáveis relacionadas aos fatores pessoais
As variáveis relacionadas aos Fatores Pessoais estão apresentadas na
Tabela 2. Os participantes do estudo apresentavam média de idade de 55 anos, o
nível de escolaridade da maioria dos indivíduos era fundamental incompleto (75%), a
maioria era de indivíduos casados (62%) e 95% não apresentavam plano privado de
assistência à saúde. A renda anterior ao AVE ≥ 75% da renda total da família
representou a maioria dos indivíduos (66%), sendo classificada como renda
substancial. A maioria dos participantes apresentava Ocupação de Colarinho Azul
(trabalho tipicamente manual) (88%,n=61), além de não receber nenhum benefício
financeiro provido pelo governo brasileiro (auxílio-doença ou benéfico à pessoa com
incapacidade) (76%, n=53). O rastreio cognitivo foi mensurado pelo Braztel-MMSE,
classificando os indivíduos com baixo nível cognitivo < 15 pontos (20%, n=14) e
adequado nível cognitivo ≥ 15 pontos (79%, n=55).
Dos indivíduos que foram avaliados no terceiro mês após AVE (n=40),
observou-se que a maioria, (62%, n=25), não apresentou suspeita de depressão
(Tabela 2). Considerando os escores da Escala Modificada de Rankin (EMR), a
maioria dos indivíduos foi classificada como independente (70%, n=28) (Tabela 2).
Dos 40 indivíduos, 22 (55%) relataram realizar alguma reabilitação após AVE
durante a semana. As terapias realizadas incluíram Fisioterapia, Fonoaudiologia, e
Terapia Ocupacional.
3.4 Variáveis relacionadas ao retorno ao trabalho
Trinta indivíduos (43%) retornaram ao trabalho. Destes, observou-se
predomínio do sexo masculino (66%), nível de escolaridade Fundamental
Incompleto (75%), indivíduos casados (62%), sem plano privado de assistência à
saúde (95%), renda anterior ao AVE ≥ 75% da renda total da família (66%) e
Hemorrágico 10(7)
Doenças Associadas, % (n)
Hipertensão Arterial 55(38)
Diabetes 31(22)
Hipercolesterolemia 24(17)
33
ocupação de Colarinho Azul (83%). A maioria dos indivíduos que retornaram ao
trabalho não recebia nenhum benefício financeiro provido do governo brasileiro
(80%). Em relação às características pessoais, a maioria dos indivíduos que
retornou ao trabalho apresentou adequado nível cognitivo (90%). Suspeita de
depressão foi observada em apenas 10% destes indivíduos. Dos 14 indivíduos sem
depressão que retornaram ao trabalho, 10 indivíduos (71%) eram do sexo
masculino. Além disso, 37% (n=15) dos indivíduos, que retornaram ao trabalho,
foram classificados como independentes pela Escala Modificada de Rankin.
Tabela 2: Dados Descritivos (Média (DP) ou frequência (%) das variáveis
relacionadas aos Fatores Pessoais.
Variáveis Total (69) Retornaram (30) Não
retornaram(39)
Sexo,% (n=69)
Masculino 69(48) 66(20) 71(28)
Feminino 30(21) 33(10) 28(11)
Idade (anos),Média(DP)
Variação
55(13,15)
Min/Max(19-83)
54(13,8)
Min/Max(19-83)
55(12,8)
Min/Max(19-79)
Nível de Escolaridade, %
(n=69)
Analfabeto 1(1) - 2(1)
Fundamental incompleto 75(45) 63(19) 66(26)
Fundamental Completo 16(11) 13(4) 18(7)
Médio Incompleto 5(4) 6(2) 5(2)
34
Médio Completo 7(5) 6(2) 7(3)
Superior Completo 2(2) 6(2) -
Pós-Graduado 1(1) 3(1) -
Estado Civil,% (n=69)
Solteiro 26(18) 2(6) 30(12)
Casado 62(43) 70(21) 54(22)
Divorciado 7(5) 6(2) 7(3)
Viúvo 4(3) 3(1) 5(2)
Plano Privado de Assitencia
a saúde,% (n=69)
Não 95(66) 96(29) 94(37)
Sim 4 (3) 3(1) 5(2)
Cognição Braztel-MMSE,%
(n=69)
Baixo Nível(<15 ptos) 20(14) 10(3) 28(11)
Alto Nível( ≥15 ptos) 79(55) 90(27) 71(28)
HADS, % (=40)
Sem Depressão (<8 ptos) 62(25) 35(14) 27(11)
Com Depressão (≥8ptos) 37(15) 10(4) 27(11)
Escala Modificada de Rankin
35
(EMR),% (n=40)
Independente (<3pontos) 70(28) 37(15) 32(13)
Dependente (≥3pontos) 30(12) 7(3) 22(9)
Renda anterior ao AVE, %
(n=69)
< 75% da renda total da família 33(23) 30(9) 35(14)
≥75% da renda total da família 66(46) 70(21) 64(25)
Cargo Profisional,% (n=69)
Colarinho Branco 11(8) 16(5) 7(3)
Colarinho Azul 88(61) 83(25) 92(36)
Auxilio Financeiro do
Governo ,% (n=69)
Com Benefício 23(16) 20(6) 28(11)
Sem Benefício 76(53) 80(24) 71(28)
36
4 DISCUSSÃO
O estudo determinou o perfil clínico sócio-demografico de indivíduos após AVE
que retornam ao trabalho. A análise dos dados do presente estudo, demosntra que
os principais resultados foram que a maioria do indivíduos: apresentou como doença
associada a hipetensão arterial (55%), diabetes (31%) e hipercolesterolemia (24%),
o lado mais acometido foi o esquerdo (37%), a maioria dos indivíduos eram do sexo
masculino (69%), nivel de escolaridade fundamental incompleto (75%) e
apresentaram um episódio de AVE (94%). Em relação a assistência de algum
benefício do governo quanto ao auxílio doença e ou benefício para a pessoa com
incapacidade 76% não recebiam nenhum auxílio e a maioria dos indivíduos não
possuíam plano de sáude privado (95%). Quanto a renda total familiar a maioria dos
indivíduos possuiam uma renda substancial ≥75% ( 66%). O cargo ocupado no
trabalho dos indivíduos era a ocupação de colarinho azul que corresponde ao
trabalho tipicamente manual 88%. O rastreio cognitivo BRAZTEL-MMSE aplicado no
estudo apresentou resultado negativo para o nivel cognitivo 79% e o HADS para o
rastreio de depressão não identificou depressão na maioria dos indivíduos (62%).
Além disso foram considerados independentes classificados pela escala modificada
de Rankin (70%).
O presente estudo mostrou que a taxa de retorno ao trabalho após AVE foi de
43% (n=30). Uma Revisão Sistemática sobre as consequências do AVE para adultos
em idade produtiva demostrou que a taxa média de retorno ao trabalho após AVE
em todos os estudos foi de 44%24. Em estudo no Reino Unido46, a taxa de retorno ao
trabalho foi de 35%, o que é relativamente menor do que o reportado por Daniel et al
(2009)24. A porcentagem ligeiramente mais baixa de doentes que trabalham na
SLSR (Registro de Acidentes Vasculares Encefálicos no sul de Londres) pode ser
explicada pelas características da população, com maiores proporções de grupos
étnicos minoritários, níveis mais elevados de desigualdades sociais e taxas de
desemprego mais elevadas, em comparação com o resto do Reino Unido46. Na
Dinamarca, um estudo de coorte mostrou que as probabilidades de retorno à
ocupação remunerada 2 anos após o AVE aumentaram de 54% em 1996 para 72%
em 2006. Os autores justificaram este aumento devido a uma série de medidas
legislativas iniciadas pelo governo dinamarquês com o objetivo de facilitar o retorno
ao trabalho para população47. No Japão a taxa de retorno ao trabalho após AVE
37
acompanhada durante 365 dias foi de 62%, semelhante a outros estudos24,48,49. A
ampla variação das taxas de retorno ao trabalho após AVE pode ser explicada pelas
diferenças consideráveis nas metodologias dos estudos, pelas características
sociodemográficas, seleção dos participantes, tamanho da amostra, tempo de
acompanhamento longitudinal e estratégias analíticas24,50,51.
O presente estudo mostrou que os homens retornam mais ao trabalho (n=20,
66%) do que as mulheres (n=10, 33%) e a média de idade foi de 55 anos após AVE.
Essa condição em que os homens retornam mais ao trabalho após AVE parece
refletir um papel sociocultural, do feminino em oposição ao masculino, no nosso
país. À mulher se reserva as tarefas domésticas (espaço privado), as tarefas de
servir os outros, enquanto que aos homens se destinam o "mundo da rua" (espaço
público), com atividades independentes e complexas52. As mulheres que trabalham
no espaço público, geralmente realizam atividades como: cuidar da casa, da roupa,
das crianças, da alimentação, ou em profissões reconhecidas como femininas, como
secretária, auxiliar de enfermagem e cuidadora4. Outro ponto importante é que a
maioria das mulheres após AVE passam a depender financeiramente de terceiros,
pois o trabalho anterior ao AVE era informal e sem cobertura previdenciária4
Em relação à idade dos trabalhadores, uma baixa taxa de retorno ao trabalho
em indivíduos em idade produtiva poderia aumentar os custos indiretos do AVE. Em
um estudo realizado na Coréia analisou a taxa de retorno ao trabalho de acordo com
sexo e idade, que são fatores não modificáveis. A taxa de retorno ao trabalho foi
maior em indivíduos do sexo masculino com menos de 65 anos, enquanto a taxa de
retorno ao trabalho em indivíduos do sexo feminino com menos de 65 anos foi
semelhante à de indivíduos do sexo masculino com 65 anos de idade ou mais 53. Em
adição, taxas mais baixa de retorno ao trabalho foram observadas para todas as
classificações de ocupação das mulheres, em comparação com os homens com
menos de 65 anos de idade53. As características culturais da Coréia, de que os
homens em idade produtiva geralmente têm responsabilidades de gerar renda e
apoiar os membros da família, além da exclusão da dona de casa como uma
ocupação podem explicar as diferenças observadas53. Segundo os autores,
estratégias políticas facilitadoras de retorno ao trabalho direcionadas às mulheres
com menos de 65 anos de idade poderiam reduzir os custos do AVE53.
38
O efeito do sexo sobre o retorno ao trabalho também foi estudado na
Austrália, onde o impacto da doença anterior é mais pronunciado sobre a
aposentadoria de saúde em mulheres do que homens54. Isso levanta a questão de
como envolver as mulheres com doenças crônicas na participação da força de
trabalho, quando essas políticas e programas podem estar inclinados para papéis e
expectativas masculinas. Por exemplo, as mulheres são mais propensas a ter um
emprego precário de curta duração, com poucas perspectivas de manutenção após
uma doença importante. Adicionalmente, o rendimento do cônjuge tem sido
reportado como um determinante da continuidade do trabalho remunerado55,56.
O presente estudo identificou que a maioria dos indivíduos que retornaram ao
trabalho após AVE não recebiam auxilio financeiro do governo. Apenas 20% dos
indivíduos recebiam algum tipo de auxílio após retornarem ao trabalho. Esse achado
pode sugerir que os indivíduos retornam aos seus trabalhos, porque necessitam de
dinheiro para o sustento da vida e para as despesas no cuidado com a saúde após
AVE. O acometimento pelo AVE de indivíduos em idade produtiva gera um impacto
na vida dos familiares e da sociedade, já que os adultos mais jovens são
responsáveis por gerar renda e apoiar os membros da família51,57.
Na Índia, os indivíduos após AVE não recebem qualquer apoio financeiro do
governo devido à deficiência e tão pouco apoio no que diz respeito aos gastos de
saúde nas doenças crônicas58. Já em outros países, não há necessidade urgente de
voltar ao trabalho porque os indivíduos após AVE recebem uma compensação de
renda durante a licença por doença. No entato, em muitos outros países as pessoas
recebem uma compensação de renda zero ou desprezível e precisam trabalhar para
a subsistência59.
No presente estudo, a maioria dos indivíduos que retornaram ao trabalho não
possuia plano de sáude privado, os indívíduos ultilizavam o Sistema Único de
Saúde. Este resultado está de acordo com os estudos acima mencionados,
sugerindo a necessidade do retorno ao trabalho precocemente para arcar com os
gastos com a saúde. Hackett et al (2012)22 observaram associação positiva entre
possuir seguro de saúde privado e o retorno ao trabalho. Segundo os autores,
embora esta associação positiva tenha sido evidenciada, é improvável que o
aumento da cobertura do seguro de saúde determine melhores taxas de retorno ao
trabalho. Esta associação pode ser explicada pelo fato de que a posse de um seguro
39
de saúde representa um forte marcador de status socioeconômico na Austrália, onde
as isenções fiscais oferecidas para a cobertura de seguro de saúde privado
aumentam acentuadamente de acordo com a renda. Os autores reportaram que
apenas 23% dos indivíduos no quintil mais baixo de renda na Austrália têm seguro
de saúde privado. Possuir seguro de saúde poderia, assim, ser positivamente
associado a uma melhor perspectiva de retorno ao trabalho, pois aqueles com
rendimentos mais elevados e com condições de assumir os custos de um seguro de
saúde terão um maior incentivo financeiro para reiniciar o trabalho22.
O cargo ocupado pela maioria dos indivíduos no presente estudo, foi de
colarinho azul. Dos que retornaram ao trabalho, 83% ocupavam o cargo de colarinho
azul e 16%, colarinho branco. O nível de escolaridade da maioria dos indivíduos era
fundamental incompleto, representando 63% dos que retornaram ao trabalho e 66%
dos que não retornaram ao trabalho. A literatura reporta que o nível educacional dos
indivíduos após AVE pode ser um fator associado ao retorno ao trabalho e níveis
educacionais mais altos favorecem este retorno34,58,60,61. Os estudos de Saeki et at
(1993)34, Wozniak et al (1999)60 e Howard et al (1985)61 mostraram que as pessoas
empregadas em trabalhos de colarinho branco são mais propensas a retornar ao
trabalho34,60,61. Segundo Bonner et al (2016)58, embora seu estudo não tenha
demostrado tal associação, indivíduos com nível educacional mais elevado podem
estar mais aptos a encontrar empregos que requerem menos habilidades funcionais,
com horários mais flexíveis. No entanto, eles podem enfrentar dificuldades com
deficits cognitivos, de fala e de habilidades motoras finas associadas ao cargo
profissional58. Embora a literatura reporte que a maioria dos indivíduos que
sofreram um AVE e que retornaram ao trabalho ocupam o cargo de colarinho
branco, os indivíduos do presente estudo que retornaram ao trabalho ocupavam o
cargo de colarinho azul.
Falcão et al (2004)4 investigaram o impacto das incapacidades após AVE na
vida funcional e produtiva de 46 indivíduos, e demonstraram que a maioria das
profissões dos indivíduos entrevistados apresentavam atividades de pouca
qualificação profissional ("trabalho braçal" ou de menor envolvimento intelectual), no
setor de serviços, de atividade informal ou doméstico, especialmente, em relação às
mulheres. Isto pode refletir uma escolaridade precária4. Segundo estes autores, este
40
fato constitui um ponto negativo para a recuperação, pois evidências da literatura
relacionam escolaridade mais elevada com aumento da sobrevida, melhor controle
de fatores de riscos para doenças cardiovasculares e melhor capacidade de retornar
ao trabalho4,62,63.
Nosso estudo investigou apenas se o indivíduo realizou algum tratamento de
reabilitação após AVE. Essas reabilitações incluíram Fisioterapia, Terapia
Ocupacional e Fonoaudiologia. No presente estudo, não investigamos a frequência,
a duração, a quantidade de terapia, ou se o conteúdo da terapia era direcionado ao
retorno ao trabalho, se constituíam apenas de orientações de exercícios e
reabilitações em grupos ou individual. A literatura aponta que os programas de
reabilitação em unidade de tratamento após AVE devem ser orientados para
preparar o retorno ao trabalho, a fim de facilitar o retorno ao trabalho para os adultos
mais jovens57,64. Os programas de reabilitação profissional de Adams et al (2004)65,
Chan (2008)66 e Ntsiea et al (2015)67 apresentaram poucos elementos comuns: o
primeiro foca em aconselhamento e educação profissional, enquanto os outros dois
se concentraram principalmente na colocação profissional e no treinamento de
habilidades. Uma revisão sistemática anterior relatou que consequências sociais,
como o apoio da família e dos colegas de trabalho, favorecem o retorno ao trabalho
após AVE24. Outros estudos sugeriram que o princípio centrado no doente deve ser
adotado na reabilitação profissional31,68,69.
Evidências sugerem que o retorno ao trabalho é influenciado pela auto-
eficácia percebida dos indivíduos, bem como pelo apoio externo da família,
empregadores e sociedade 31,68,69. No estudo de Coole et al (2013)70 descobriu-se
que os empregadores enfrentavam problemas práticos ao ajudar um funcionário
após AVE retornarem ao trabalho. Estes incluem a incerteza de como AVE pode
afetar a capacidade de trabalho do indivíduo, as preocupações sobre como um
retorno ao trabalho pode piorar sua condição de saúde ou causar outro AVE,
problemas de memória, confusão, fala, problemas de deglutição, fadiga e baixa
resistência, alfabetização, planejamento, vertigem, dor, concentração, labilidade
emocional, comunicação e dificuldade em lidar com conflitos70. Além disso, tem sido
sugerido que precauções, em relação à hipertensão arterial, tolerância ao trabalho,
fadiga e risco de queda, devem ser consideradas quando os indivíduos participam
de reabilitação profissional, especialmente em trabalhos com alta demanda física64,
41
67. Estudos sugerem que a fadiga e suas consequências constituem a principal razão
para se excluir o retorno ao trabalho após AVE em tempo integral64,67.
No presente estudo, a maioria dos indivíduos avaliados pelo HADS não
apresentou depressão (62%, n=25). Desses, 56% (n=14) retonaram ao trabalho e
44% (n=11) não retornaram. Daqueles que apresentaram depressão (37%, n=15),
apenas 26% (n=4) retornaram ao trabalho.
A depressão é a complicação mais frequente após AVE71. A depressão após
AVE está associada com aumento da mortalidade, maior prejuízo no funcionamento
físico e da linguagem, hospitalização mais prolongada e redução da qualidade de
vida72,73,74. Quando a depressão após AVE é diagnosticada e tratada, observam-se
melhora na recuperação funcional e redução do prejuízo cognitivo73. Apesar desses
dados, a depressão tem sido pouco considerada nos indivíduos após AVE74. A
etiologia da depressão após AVE é multifatorial. A ocorrência da depressão após
AVE tem sido associada a alguns fatores de risco, tais como sexo feminino, idade
mais jovem, rede social precária, história de transtorno depressivo e história de
AVEs prévios, fatores psicológicos decorrentes dos prejuízos provocados pelas
sequelas neurológicas, fatores hormonais como alteração do eixo hipófise-
hipotalámo-adrenal, déficits neuropsicológicos e localização do AVE 75,76,77.
Contudo, vários estudos informaram que é frequente os indivíduos não serem
diagnosticados e tratados4,15,78. Rocha et al (1993)15, salientaram que é importante
diferenciar os sintomas depressivos e a depressão clínica: a tristeza que se
manifesta precocemente após o quadro do AVE, como reação ao adoecimento e
suas consequências, o que pode ser considerado natural, e o quadro de
sintomatologia mais severa, com alterações do sono, do humor, perda de interesse,
de concentração, entre outras alterações. Mas, independentemente da gravidade, o
diagnóstico e o tratamento do quadro depressivo são desejáveis, pois podem
influenciar positivamente na recuperação do indivíduo. Deve-se considerar o
monitoramento de qualquer mudança no estado psicológico dos indivíduos após
AVE, utilizando rastreio e avaliação repetidos para depressão e ansiedade após a
alta hospitalar. A frequência com que os sobreviventes do AVE deve continuar a ser
rastreada para morbidade psicológica após AVE é aberta a debate, mas os
resultados deste estudo concordam com as orientações do National Health Service
42
guidelines79. Esta diretriz sugere que o rastreio deve ser realizado pelo menos 1 mês
após AVE ou antes da alta, ou em um acompanhamento de 6 semanas. Isto deve
ser seguido por 3 e 6 meses seguintes e depois revisões anuais, para identificar
aqueles com novos problemas emergentes e aqueles com problemas de longo
prazo80.
White et al (2014)80 reportaram que durante os primeiros 12 meses após AVE,
a depressão foi associada com ansiedade, baixo apoio social e baixa participação
comunitária. Além disso, a resolução da depressão naqueles deprimidos na linha de
base e o desenvolvimento de depressão após AVE foram associados com maior
apoio social e menor participação da comunidade, respectivamente. Esses achados
sugerem a necessidade de organização de serviços para lidar com o isolamento
social em indivíduos após AVE.
No estudo de Oliveira e Silveira (2011)5, cinco indivíduos após AVE em
atendimento fisioterapêutico foram avaliados quanto às funções e restrições de
participação. Estes indivíduos não retornaram à ocupação prévia. Segundo os
autores, este fator pode favorecer a doenças psicológicas do tipo depressão.
Embora a depressão após AVE apresente elevada prevalência, ela ainda é pouco
diagnosticada. A depressão é um fenômeno decorrente do impacto psicológico que
o AVE causa no indivíduo (devido as incapacidades e limitações, que pioram muito
suas relações familiares e/ou sociais, atividades da vida diária e que, ainda, são
responsáveis por um grande número de absenteísmos no trabalho). Alguns
indivíduos ficam restritos em suas profissões devido ao fato de apresentarem
disfunções motoras, cognitivas e psicológicas, sendo um fator limitante em suas
atividades profissionais. Este status profissional também é modificado pelo AVE,
pois o indivíduo se desloca da condição de trabalhador para a de aposentado, o que
também pode gera grandes alterações emocionais5.
Hackett et. al (2012)22 não confirmaram a hipótese de que a depressão
precoce após AVE esteja associada à incapacidade de retornar ao trabalho. No
estudo, 31 (11%) dos indivíduos preencheram os critérios para a depressão aos 28
dias. Estes resultados são muito inferiores aos observados em outras coortes79,80.
Embora não estar deprimido em um mês após AVE ainda tenha demonstrado efeito
razoavelmente forte, mas não estatisticamente significativo, sobre a probabilidade de
43
retornar ao trabalho em um ano, é provável que o estudo não teve poder suficiente
para confirmar ou refutar essa hipótese22
No presente estudo, os indivíduos após AVE tiveram nível cognitivo 79%
(n=55) no Braztel-MMSE, desses 90% (n=27) retornaram ao trabalho e 71% (n=28)
não retornaram. A prevalência do comprometimento cognitivo após AVE pode
chegar a 35%83. A importância de conhecer esse prejuízo cognitivo é que ele pode
ser uma alteração sinalizadora da evolução para quadros de doenças
degenerativas84. Em um estudo prospectivo, no qual 251 indivíduos foram avaliados
três meses após AVE, 30% dos indivíduos apresentaram demência85. O prejuízo
cognitivo após AVE também está associado a piora da recuperação funcional e o
aumento no risco de mortalidade86,87. O uso de bateria neuropsicológica possibilita
uma análise mais aprimorada dos prejuízos cognitivos nesses indivíduos. Um
grande estudo realizado com extensa bateria neuropsicológica encontrou 55% dos
indivíduos após AVE com comprometimento em pelo menos um domínio cognitivo,
27% com outros déficits cognitivos sem prejuízo da memória, 7% com déficits
somente em memória e 9% com prejuízos em memória e outros déficits cognitivos88.
Em outro estudo com 256 indivíduos, com idade entre 55 e 85 anos, submetido a
testes neuropsicológicos entre três e quatro meses após AVE, 40% apresentaram
disfunção executiva. Essa disfunção executiva foi considerada clinicamente
significativa e mostrou associação com prejuízo das atividades de vida diárias mais
complexas e do status cognitivo89.
Alguns estudos investigaram domínios cognitivos, que pudessem estar
prejudicados mediante a presença de depressão90,91,92. Em um estudo com 126
indivíduos com o primeiro episódio de AVE, no período de três semanas após AVE,
40% dos indivíduos apresentaram sintomas depressivos leves e 12%, de moderado
a grave. A gravidade da depressão foi relacionada com o volume da lesão, o
prejuízo funcional e o prejuízo cognitivo em todos os domínios. Após o ajuste para o
tamanho da lesão, o perfil neuropsicológico dos indivíduos com sintomas
depressivos moderado e grave afetava primariamente os domínios de memória,
visuopercepção e linguagem. A relação significativa encontrada neste estudo foi
entre a gravidade da sintomatologia depressiva e o prejuízo cognitivo. Os indivíduos
com sintomas depressivos graves apresentaram três vezes mais prejuízos
cognitivos, em relação aos indivíduos com sintomas depressivos leves. Neste
44
estudo, eles sugeriram que os sintomas depressivos logo após AVE podem, em
parte, ser um fenômeno reativo secundário à gravidade do prejuizo cognitivo e ao
deficit funcional93. Kauhanen et al (1999)90 examinaram 106 indivíduos com o
primeiro episódio de AVE nos períodos de um a sete dias, de três meses e doze
meses após AVE, utilizando uma extensa bateria de testes neuropsicológicos. A
presença da depressão após AVE foi associada com prejuízo da memória verbal e
visual, resolução de problemas não verbais e atenção e velocidade psicomotora
doze meses após AVE.
A alta prevalência de déficits neurológicos resultantes do AVE, decorrentes
de comprometimentos cognitivos e/ou sensoriomotores, afetam os hábitos cotidianos
temporariamente ou definitivamente, e implicam em mudança no estilo de vida, com
repercussão no próprio indivíduo e na família, dificultando ou impossibilitando o
retorno ao trabalho, alterando a autonomia, a independência e a participação
social94,95,96.
Quanto ao nível de Incapacidade avaliado pela Escala Modificada de Rankin,
o presente estudo identificou que a maioria dos indivíduos eram independetes 70%
(n=28), sendo que desses 37% (n=15) retornaram ao trabalho e 32% (n=13) não
retornaram ao trabalho após AVE. A incapacidade funcional representa grande
desafio para a família e para a sociedade e diz respeito às limitações específicas ao
desempenho individual de papéis e de tarefas socialmente definidas, dentro de um
ambiente sociocultural e físico particular. Estão envolvidas as atividades básicas e
instrumentais de vida diária, os papéis no trabalho, os papéis não-ocupacionais e os
papéis envolvidos com o exercício de atividades de lazer97.
No estudo de Bonner et al (2016)58, aproximadamente metade (52%) dos
sobreviventes de AVE anteriormente empregados com incapacidade moderada e
leve foram capazes de retornar ao trabalho na Índia. É o primeiro estudo a olhar o
retorno ao trabalho na Índia entre os indivíduos com deficiência leve a moderada
após AVE. Verificou-se que no emprego profissional ou empresarial, os menores
escores da Escala Modificada de Rankin 3 meses após AVE e idade mais jovem
foram associados com um retorno bem sucedido. A deficiência funcional foi um
determinante importante na decisão de um indivíduo retornar ao trabalho98.
45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do presente estudo foi conhecer o perfil clínico sócio-demográfico
de indivíduos após AVE que retornam ao trabalho. A descrição das características
clínicas, sociais e demográficas dos indivíduos que retornam ao trabalho após AVE
poderá fornecer maior visibilidade sobre esta condição de saúde e identificar
possíveis fatores que refletem no contexto de atividade e partipação destes
indivíduos. Dessa forma, esse estudo está de acordo com a linha de pesquisa de
“Estudos em Reabilitação Neurológica no Adulto” do Programa de Pós-Graduação
em Ciências da Reabilitação da UFMG.
As variáveis investigadas no presente estudo permitiu traçar um perfil
socioeconômico e de saúde física de indivíduos após AVE que retornaram ao
trabalho. Os resultados demonstraram que indivíduos do sexo masculino sem
característica de depressão têm maior possibilidade de retorno ao trabalho após
AVE. As informações obtidas atraves deste perfil de indivíduos após AVE poderão
auxiliar na formulação e sistematização de políticas de saúde e na orientação da
prática clínica para o retorno ao trabalho.
Estudos futuros deveriam investigar outros fatores relacionados
principalmente a função de indivíduos após AVE que poderiam impactar no contexto
do retorno ao trabalho.
46
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93. NYS, G.M.; VANZANDVOORT, M.J.; VANDERWORP, H.B.; DEHAAN, E.H.; DEKORT, P.L.; KAPPELLE, L.J. Early depressive symptoms after stroke: neuropsychological correlates and lesion characteristics. J. Neurol. Sci., v. 228, n. 1, p. 27-33, 2005.
55
94. TOLDRÁ, R.C.; SOUTO, A.C.F. Atenção Ambulatorial de média complexidade em saúde e reabilitação de pessoas com deficiência física no âmbito da Terapia Ocupacional: Reflexões a partir da prática. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 21, n. 2, p. 299-306, 2013.
95. STOFFEL, D.P.; NICKEL, R. A utilização da atividade como ferramenta no processo de reabilitação de intervenção do terapeuta ocupacional em reabilitação neurológica. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 21, n. 3, p. 617-622, 2013.
96. FERRO, A.O.; LINS, A.E.S.; TRINDADE FILHO, E.M. Comprometimento cognitivo e funcional em pacientes acometidos de acidente vascular encefálico: importância da avaliação cognitiva para intervenção na Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 21, n. 3, p. 521-527, 2013.
97. RABELO D.F.; NÉRI, A.L. Bem-estar subjetivo e senso de ajustamento psicológico em idosos que sofreram acidente vascular cerebral: uma revisão. Estudos de Psicologia, v. 11, n. 2, p. 169-177, 2006.
98. AKINPELU, A.O.; GBIRI, C.A. Quality of life of stroke survivors and apparently healthy individuals in southwestern Nigeria. Physiother Theory Pract., v. 25, p.14–20, 2009.
56
ANEXO A - Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG- COEP
57
ANEXOS B - Carta de Anuência do Hospital Odilon Behrens
58
ANEXOS B - Carta de Anuência do Hospital Tolentino Risoleta Neves
59
60
61
62
ANEXOS B - Carta de Anuência do Hospital Santa Casa de Misericórdia
63
64
65
66
ANEXO C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Nº_______
PESQUISADORES RESPONSÁVEIS Professora Tânia Lúcia Hirochi, M.Sc. (31) 3409-4789 Professora Aline Alvim Scianni, Ph.D. (31) 3409-4791 Professor Lucas Rodrigues Nascimento, Ph.D. (31) 3409-4783 Orientadora: Professora Luci Fuscaldi Teixeira-Salmela, Ph.D. (31) 3409-4783
TÍTULO DO PROJETO
PREDITORES DO RETORNO AO TRABALHO PÓS-ACIDENTE VASCULAR
ENCEFÁLICO
INFORMAÇÕES
Você está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa a ser
desenvolvido no Departamento de Fisioterapia da Escola de Educação Física,
Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais,
para avaliar a quantidade de pessoas que voltam a trabalhar após sofrer um
Acidente Vascular Encefálico (derrame) e quais os fatores do dia-dia
influenciam essa volta. É uma pesquisa a ser conduzida para coletar dados
de, aproximadamente, 120 pessoas que sofreram derrame e voltaram a
trabalhar.
Endereço: Departamento de Fisioterapia: Avenida Antônio Carlos, 6627, 3o
andar – Campus Pampulha - Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 31270-
901 - Telefone: (31) 3409-4783.
PROCEDIMENTOS
Este estudo irá avaliar se você voltou a trabalhar após o derrame e quais
razões que motivaram seu retorno ao trabalho. Caso você concorde em
participar do estudo, iremos, neste momento, apenas registrar seu interesse,
67
seu nome e seus números de telefone para entrarmos em contato em até 28
dias.
No período de um ano, você irá receber quatro telefonemas (após 28 dias,
após três meses, após seis meses e após doze meses) para que você possa
responder se em algum desses momentos você voltou a realizar algum tipo
de trabalho remunerado. Nesses contatos por telefone, iremos também fazer
perguntas utilizando um questionário e testes de memória para saber sobre
seus dados familiares, econômicos e sobre sua saúde. Caso você não
consiga responder a essas perguntas por telefone, uma pessoa próxima a
você poderá respondê-las. Todos os telefonemas serão realizados por
assistentes de pesquisas (alunos ou profissionais da área de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional) da Universidade Federal de Minas Gerais.
CONFIDENCIALIDADE E USO DA INFORMAÇÃO
Para manter a confidencialidade dos seus registros, o pesquisador que fizer a
ligação para sua casa, colocará uma identificação numérica no seu
questionário, sendo que apenas os responsáveis pelo estudo terão
conhecimento do nome correspondente a esta identificação, ou seja, sua
identidade não será revelada. Seus dados serão apresentados em relatórios
estatísticos agrupados, sem qualquer identificação individual. Os dados serão
armazenados sob cuidado e manejo restrito aos pesquisadores responsáveis,
para uso exclusivo desta pesquisa, com guarda em local apropriado no
Departamento de Fisioterapia da UFMG por cinco anos, após o qual serão
descartados.
RISCOS E DESCONFORTOS
Os testes e procedimentos adotados não apresentam riscos específicos além
daqueles presentes no seu dia-a-dia. Os procedimentos adotados nesta
pesquisa obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos
conforme Resolução no. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e nenhum
68
dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade. Se ocorrer de você
se sentir desconfortável para responder a alguma pergunta, você tem o direito
garantido de não respondê-la.
BENEFÍCIOS
Você não receberá nenhuma forma de pagamento pela participação no
estudo, mas também não terá nenhum gasto adicional. Embora a informação
coletada neste estudo possa não beneficiar você diretamente, os resultados
podem ajudar os profissionais envolvidos com pessoas que sofreram derrame
a conhecer os fatores que podem interferir no processo de retorno ao
trabalho. Uma maior compreensão desses fatores poderá ajudar esses
profissionais a planejarem ações de maior impacto social durante o
tratamento de pessoas com derrame.
NATUREZA VOLUNTÁRIA DO ESTUDO / LIBERDADE PARA SE RETIRAR
A sua participação no estudo é voluntária e você tem o direito de não
participar ou de se retirar por qualquer motivo e a qualquer momento, sem
necessidade de justificativa. Você não terá qualquer tipo de prejuízo caso
você se recuse ou desista de participar dessa pesquisa.
Depois de ter lido as informações acima, se for de sua vontade
participar, por favor, preencha o consentimento abaixo.
DECLARAÇÃO E ASSINATURA
Eu, _______________________________________________________
li e entendi toda a informação repassada sobre o estudo, sendo que os
objetivos, procedimentos e linguagem técnica satisfatoriamente explicados.
Tive tempo suficiente, para considerar as informações acima e tive a
oportunidade de tirar todas as minhas dúvidas. Estou assinando este termo
voluntariamente e tenho direito de agora, ou mais tarde, discutir qualquer
dúvida que venha a ter com relação à pesquisa com:
69
Professora Tânia Lúcia Hirochi, M.Sc. (31) 3409-4789 Professora Aline Alvim Scianni, Ph.D. (31) 3409-4791 Professor Lucas Rodrigues Nascimento, Ph.D. (31) 3409-4783 Professora Luci Fuscaldi Teixeira-Salmela, Ph.D. (31) 3409-4783 Assinando este termo de consentimento, eu estou indicando que eu concordo
em participar deste estudo.
_________________________________ _______________
Assinatura do Participante Data
_________________________________ _______________
Assinatura do Acompanhante Data
_________________________________ _______________
Assinatura do Pesquisador Responsável Data
Comitê de Ética em Pesquisa / UFMG: Av. Presidente Antônio Carlos, 6627
– Unidade Administrativa II - 2º andar – Sala 2005. CEP: 31270-901 – BH –
MGTelefax: (31) 3409-4592 E-mail: [email protected]
70
ANEXO D - Braztel-MMSE
71
ANEXO E- Questionário clínico social demográfico
FICHA DE AVALIAÇÃO
DATA Entrevista ________
1. DADOS DEMOGRÁFICOS
Nome:______________________________Sexo:______Telefone:______________
Endereço:___________________________________________________________
Data de Nascimento: _____ Idade (anos): _______Naturalidade: ________________
Estado Civil: ___________________Mora com: ______________________________
Número de filhos ______________________________________________________
Qual a raça auto intitulada:( ) Asiático ( ) Branco ( ) Negro ( ) Mulato ( ) Pardo
( )Indígena
Escolaridade - Qual o nível de escolaridade mais alto
1 - Sem estudo formal 2 – Fundamental incompleto 3 – Fundamental completo 4 - Médio
incompleto 5 – Médio completam 6 - Técnico incompleto 7 - Técnico completo 8 - Superior
incompleto 9 – Superior completo 10 – Pós-graduado
Endereço e telefone de familiar próximo: ( )________-____________________
Endereço e Telefone de vizinho ou outro familiar: ( )______-________________
Nome do acompanhante : _______________________ Telefone : ( )_______-_________
Grau de parentesco desse acompanhante: __________________________________
Endereço:___________________________________________________________
Nível de escolaridade do acompanhante 1 - Sem estudo formal 2 – Fundamental
incompleto 3 – Fundamental completo 4 - Médio incompleto 5 – Médio completo 6 - Técnico
incompleto 7 - Técnico completo 8 - Superior incompleto 9 – Superior completo 10 – Pós-
graduado
TRABALHO - Qual o principal trabalho nos últimos 12 meses
1 – Funcionário publica 2 - Funcionários de empresa privada 3 – Trabalho autônomo 4 –
Trabalhos informais 5 – Desempregado 8 - outro
PERFIL CLÍNICO SOCIO-DEMOGRÁFICO DE
RETORNO AO TRABALHO PÓS-ACIDENTE
VASCULAR ENCEFÁLICO
72
Ocupação: __________________________________________-______________________
Renda individual mensal: _____________________________________________________
Renda familiar total mensal:___________________________________________________
2. DADOS CLÍNICOS GERAIS (Histórico pré-AVE)
Uso de medicamentos: _______________ Descrição: ______________________________
Doenças associadas: __________________ Descrição: _____________________________
Consumo de cigarros: _________________ Consumo de álcool: ______________________
Outras incapacidades: _______________________________________________________
3. DADOS DE TRABALHO (pré- AVE)
Ocupação (maior tempo da vida): ______________________________________________
Ocupação mais recente: ______________________________________________________
Duração do último trabalho: ___________________________________________________
Renda principal: ____________________________________________________________
Trabalho independente (negócio próprio):_________________________________________
Horas de trabalho (remunerado): _______________________________________________
Meio de transporte ao trabalho: ________________________________________________
Habilitado para direção: ______________________________________________________
4. DADOS CLÍNICOS GERAIS (Histórico pós-AVE)
Data em que ocorreu o AVE: ___/___/___
Data da Admissão no hospital: ____/____/____ Horário:_____/______
Tipo AVE: ( ) Isquêmico ( ) Hemorrágico
Primeiro AVE ( ) Segundo AVE ( ) outro ( )
Dominância previa ( ) Direita ( ) Esquerda
Lado da seqüela: ( ) D ( )E ( ) sem seqüela
Seqüela: ( ) motora ( ) sensitiva ( ) perceptual ( ) outra_____________
Primeiro AVE ( ) sim
( ) não quantos AVEs, já ocorreram
Uso de medicamentos: ( ) sim ( ) Não
Nome dos medicamentos : ____________________________________________________
Doenças associadas:_________________________ Descrição:_______________________
Você bebe ( Alcoolismo) Raramente / nunca
73
( ) 1/3 doses mês ( ) 1 dose por semana ( ) 2/4 doses por semana
( ) 5/6 doses por semana ( ) Diariamente
Caso beba diariamente. Quantas doses ________________________________________
Você Fuma (Tabagismo) ( ) Sim Quantos maços/cigarros por dia? __________ ( )Não
( ) Se ex fumante. Quanto tempo fumou? ______ Quantos maços/cigarros por dia ______
5. DADOS DE TRABALHO (pós-AVE)
Deseja retornar ao trabalho: ( ) sim ( ) não
Retornou ao trabalho (tempo parcial ou tempo integral): _____________________________
Retornou ao trabalho (mesmas condições, condições modificadas):
__________________________________________________________________________
Horas de trabalho (remunerado): _______________________________________________
Meio de transporte ao trabalho: ________________________________________________
Habilitado para direção: ______________________________________________________
Orientado para não dirigir pós-AVE: _____________________________________________
6. SITUAÇÃO ECONÔMICA (pré-AVE)
Qual a renda familiar
1 – Por semana 2 - por mês 3 – por ano 4 – informações negadas
Qual a sua contribuição para a composição da renda
1 – 100% 2 – 75% 3- 50 % 4 – menos de 40 %
Quantas pessoas contribuem para renda familiar :__________________________________
Quantas pessoas moram na casa:______________________________________________
Dependente de outro membro da família: ________________________________________
Recebia assistência financeira ( ) não ( ) sim
Recebia benefício do governo ( ) não ( ) sim Qual?:__________________________
Possui Plano de saúde: ( ) sim ( ) não Qual?:________________________________
Renda familiar mensal:_______________________________________________________
7. SITUAÇÃO ECONÔMICA (pós-AVE)
Dependente de outro membro da família: ________________________________________
74
Recebe assistência financeira para cobrir gastos: __________________________________
Recebe benefício do governo: _________________________________________________
Renda Familiar mensal: ______________________________________________________
Qual a sua contribuição para a Renda familiar:____________________________________
Possui Plano de Saúde: ( ) Sim ( ) Não
8 . Variáveis pós-AVE
Entrevistador
Paciente
28 dias
Data
__/___/__
3 meses
Data
___/___/__
6 meses
Data
___/___/__
HAD ( Depressão)
Escala Modificada de Rankin
(nível de independência)
Minimental telefone(
cognição )
Você passou pela Perícia do
INSS Sim Não
Você recebe auxilio do INSS
.
Sim Não
Qual auxílio B31
Você está em tratamento de
Reabilitação. Sim não
Onde
Você está na fila de espera
desde quando
75
Quais serviços frequenta
Fisioterapia Fonoaudióloga
Terapia Ocupacional ,
Reabilitação INSS
Retornou ao trabalho sim
data ___/__/___
não
Qual trabalho ? anterior ao
AVE ou Novo trabalho
Qual atividade desempenha
a mesma anterior ao AVE
outra diferente e qual é ?
Recebe assistência
financeira
Qual ?
76
ANEXO F – Escala Modificada de Rankin
77
ANEXO G- Hospital Anxiety and Depression Scale – Sub-escala de Depressão
Este questionário foi desenvolvido para ajudar a saber como você se sente. Pedimos- lhe que leia cada uma das perguntas e faça uma cruz (X) no espaço anterior à resposta que melhor descreve a forma como se tem sentido na última semana. Não demore muito tempo pensando nas respostas. A sua reação imediata a cada questão será provavelmente mais correta do que uma resposta muito ponderada. Por favor, faça apenas uma cruz em cada pergunta. 1. Sinto-me mais lento/a, como se fizesse as coisas mais devagar:
(3 ) Quase sempre (2 ) Muitas vezes (1 ) Por vezes (0) Nunca
2. Ainda sinto prazer nas coisas de que costumava gostar:
(0) Quase sempre (1) Muitas vezes (2) Por vezes (3) Nunca
3. Perdi o interesse em cuidar do meu aspecto físico:
(3) Completamente (2) Não dou a atenção que devia
(1) Talvez cuide menos que antes (0) Tenho o mesmo interesse de sempre
4. Sou capaz de rir e ver o lado divertido das coisas:
(0) Tanto com antes (1) Não tanto como antes (2) Muito menos agora (3) Nunca
5. Penso com prazer nas coisas que podem acontecer no futuro:
(0) Tanto como antes (1) Não tanto como antes
(2) Bastante menos agora (3) Quase nunca
6. Sinto-me animado/a:
(3) Nunca (2) Poucas vezes (1) De vez em quando (0) Quase sempre
7. Sou capaz de apreciar um bom livro ou um programa de rádio ou televisão:
(0) Muitas vezes (1) De vez em quando (2) Poucas vezes (3) Quase nunca