Perfil de Negócios de Moda

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    Recife, 2014

    PERFIL DE NEGCIOS DA MODA - SEBRAE 2014

    DESENHAR NO O BASTANTE PARA

    EMPREENDER EM MODA

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    Entidade civil sem fins lucrativos, constituda como servio autnomo e criada pelaLei 8.029, de 13 de abril de 1990, mantida e administrada pela iniciativa privada,atravs de seu Conselho Deliberativo.Conselho Deliberativo | Pernambuco 2014Associao Nordestina da Agricultura e Pecuria - ANAPBanco do Brasil - BBBanco do Nordeste do Brasil - BNBCaixa Econmica FederalFederao da Agricultura do Estado de Pernambuco - FaepeFederao das Associaes Comerciais e Empresariais de Pernambuco - FacepFederao do Comrcio de Bens, Servios e Turismo do Estado de Pernambuco - Fecomrcio

    Federao das Indstrias do Estado de Pernambuco - FiepeInstituto Euvaldo Lodi - IELServio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas - SebraeSecretaria de Desenvolvimento Econmico do Estado de Pernambuco - SDECServio Nacional de Aprendizagem Comercial - Senac/PEServio Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai/PEServio Nacional de Aprendizagem Rural - Senar/PEUniversidade de Pernambuco UPE

    PresidentePio GuerraDiretor-superintendenteRoberto Castelo BrancoDiretor tcnicoAlosio Ferraz

    Diretora administrativo-financeiraAdriana Lira

    Comisso de Editorao Sebrae PernambucoAlosio FerrazAngela SaitoCarla AlmeidaEduardo MacielJanete LopesJussara LeiteRoberta AmaralRoberta CorreiaTereza Nelma Alves

    Equipe tcnicaAlexandre FerreiraMaria Izabel FranciscaValeria Carneiro RochaVeronica Ribeiro de Oliveira Campos

    Gerente da Unidade de desenvolvimento Territorial RMR Mata NorteRoberta Correia

    Consultor de contedoGermana Uchoa Moreira Reis

    Reviso gramatical e ortogrficaBetnia Jernimo

    CapaMarcela de Holanda | www.zdizain.com.br

    Projeto grfico e diagramaoZ.diZain Comunicao | www.zdizain.com.br

    2014. Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas do Estado de Pernambuco Sebrae/PE.Todos os direitos reservados.A reproduo no autorizada desta publicao, total ou parcial, constituiviolao dos direitos autorais (Lei n 9.610).

    Informaes e contatoSebrae/PERua Tabaiares, 360 - Ilha do Retiro - RecifeFone: (xx) 81 2101.8400 / Fax: (xx) 81 2101.8500

    Internet: www.sebrae.com.br www.pe.sebrae.com.br

    permitida a reproduo total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte.

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    1. Introduo 5

    2. A economia criativa no Brasil 6

    3. O empreendedor criativo 8

    4. O mercado de moda 10

    4.1 No Brasil 104.2. Em Pernambuco 18

    5. O modelo de negcio 215.1. Segmentos de clientes 225.2. Proposio de valores 225.3. Canais (comunicao e distribuio) 225.4. Relacionamento com o cliente 22

    5.5. Fontes de receita 225.6. Parceiros-chave 235.7. Recursos-chave 235.8. Atividades-chave 235.9. Estrutura de custo 235.10 Exemplos de negcios de moda (marca ecolgica,

    infantil,plus sizee jovem) 25

    6. Misso, viso e valores 287. Planejamento do negcio 307.1. Ambiente interno 307.1.1. Produtos e servios oferecidos 307.1.2. Equipe de trabalho 317.1.3. Capacitao de funcionrios 327.1.4. Processos 33

    7.1.5. Identidade visual (marca, papelaria, embalagem etc) 427.1.6. Plano de marketing 467.1.7. Planejamento tributrio 52

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    8. O ponto e as instalaes 558.1 Localizao 558.1.1 Escolha do ponto e horrio de funcionamento 558.1.2. Estrutura 57

    8.2. Equipamentos 588.2.1 Mveis e utenslios 588.2.2. Automao 598.2.3. Vitrine 608.2.4. Investimentos 628.2.5. Custos 63

    9. Registro e patente de marcas 65

    10. Dicas de negcio 68

    11. Normas tcnicas 69

    12. Entidades e eventos 70

    Referncias 84

    Apndice 85

    Anexos 88

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    1. Introduo

    O avano das tecnologias evidenciado pela internet, pela computao mvele pela difuso digital possibilitou a criao de novos produtos e novasformas de comunicao e compartilhamento de contedos. Dessa revoluo,inicialmente compreendida como economia digital*, surgiram novos modelosde negcios e novas formas de competio por mercados, caracterizandouma economia criativa, hoje assunto estratgico na pauta dos programas demodernizao e desenvolvimento de muitos pases. No Brasil, o tema passoua contar com ateno especial de uma secretaria de estado vinculada aoMinistrio da Cultura (MinC) denominada Secretaria de Economia Criativa.

    Na era do conhecimento, o talento e a criatividade constituem ativosintangveis cada vez mais importantes no mbito das organizaes.Porm, produtores e empreendedores que atuam no mercado dos negcioscriativos no Brasil ainda precisam desenvolver a sustentabilidade dessesempreendimentos, adquirir independncia de recursos do estado e ganharprofissionalismo e longevidade em seus negcios.

    H de serem desenvolvidas competncias para gerir o empreendimento,de modo a gerar um fluxo de receitas constante e autnomo, visando sustentao a mdio e longo prazos. Torna-se imperioso, portanto, estimularmodelos inovadores para o desenvolvimento da economia criativa brasileira.

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    2. A economia criativa no Brasil

    Para o Ministrio da Cultura, a economia criativa compreende o ciclo decriao, produo, distribuio/difuso e consumo/fruio de bens e servioscaracterizados pela prevalncia de sua dimenso simblica. Segundo a Unctad,em seu relatrio sobre o tema editado em 2010, economia criativa umconceito em evoluo, baseado no potencial dos recursos criativos para gerarcrescimento econmico e desenvolvimento.

    Esses recursos podem estimular a gerao de renda, criao de empregos ereceitas de exportao, enquanto promovem a incluso social, diversidadecultural e desenvolvimento humano. Abrangem os ciclos de criao, produoe distribuio de bens e servios que usam criatividade e capital intelectual

    como insumos primrios.

    O resultado do trabalho realizado em Braslia com a presena de representantesdas unidades estaduais do Sebrae, em maio de 2012, definiu economia criativacomo o conjunto de negcios baseados no capital intelectual e cultural e nacriatividade, intensivos em conhecimento, gerando valor econmico.

    nesse contexto que o Sebrae prope o termo de referncia para direcionar asua atuao nesta economia.

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    7INDSTRIAS

    CRIATIVAS

    Patrimnio cultural

    PATRIMNIO CULTURAL

    Artesanato, expressesculturais tradicionais,festivais e celebraes

    ARTES DRAMTICAS

    Msica, teatro, dana,pera, marionetes,circo etc

    ARTES VISUAIS

    Pintura, esculturae fotografia

    AUDIOVISUAL

    Cinema, difuso,televiso e rdio

    SERVIOS CRIATIVOS

    Arquitetura,

    propaganda, P&De servios culturais

    NOVAS MDIAS

    Contedo digital,software, jogos eanimao

    DESIGN

    De moda, de interior,grfico e de joias

    EDIO E MDIA IMPRESSA

    Livros, imprensa e

    outras publicaes

    Artes

    Mdia

    Criaes funcionais

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    A questo do foco no potencial criativo como insumo de diferenciao a principal fora motriz dos empreendimentos criativos, incentivandoe fomentando a partilha de informao e a gerao de conhecimento.Empreendedores em negcios criativos precisam manter-se constantementeatentos aos novos rumos do mercado e suas tendncias, buscandocompartilhar valores e motivaes com o seu pblico, tais como inovao,diferenciao e qualidade.

    Mais at do que parmetros unicamente econmicos ou contratuais, oempreendimento criativo caracteriza-se por padres, gostos, comportamentose valores partilhados coletivamente e em rede entre a empresa, seusconsumidores e os intermedirios (o que ir incluir o marketingou a

    comunicao da marca, por exemplo).

    Outra atribuio intrnseca das empresas com essas diretrizes em semanterem atentas aos valores de identidade da marca, sem perder de vistaquesitos como pesquisa, modernizao e investimento em inovao. Por outrolado, a relao com seu pblico ou at mesmo a criao de elos de afetividade(especialmente por lidarem com o imaterial e o emocional alcanados atravsda explorao do simblico) sero consideradas. Sendo assim, atentam para asexperincias dos clientes como um fator incorporado aos seus valores.

    Caractersticas especficas do empreendedorde negcios da moda

    O empreendedor envolvido com atividades relacionadas com moda precisater um perfil criativo que o mantenha integrado ao setor. aconselhvel umaautoanlise para identificar algumas caractersticas importantes para o seudesenvolvimento neste setor.

    3. O empreendedor criativo

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    Seguem caractersticas importantes no perfil de quem quer empreender neste ramo:

    - ter paixo pela atividade e conhecer bem o ramo de negcio;- conhecer as tendncias de mercado para aplicar no seu negcio;- identificar oportunidades de negcios inovadores;

    - usar a tecnologia para o desenvolvimento do negcio;- pesquisar e observar permanentemente o mercado onde est instalado,

    promovendo ajustes e adaptaes no negcio;- ter atitude e iniciativa para promover as mudanas necessrias;- acompanhar o desempenho dos concorrentes;- entender as demandas de todas as reas internas da empresa;- saber negociar, vender benefcios e manter clientes satisfeitos;

    - ter viso clara de onde quer chegar;- planejar e acompanhar o desempenho da empresa;- ser persistente e no desistir dos seus objetivos;- manter o foco definido para a atividade empresarial;- ter coragem para assumir riscos calculados;- estar sempre disposto a inovar e promover mudanas;- ter grande capacidade para perceber novas oportunidades e agir rapidamente

    para aproveit-las;- ter habilidade para liderar a equipe de profissionais;- ter conhecimento especfico sobre moda e confeces;- ter capacidade de treinar, orientar, motivar e premiar sua equipe;- ter capacidade administrativa, financeira e contbil para dimensionar o

    estoque de produtos, realizar compras, pagar fornecedores e gerenciar demaisrecursos alocados no empreendimento.

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    4.1 No Brasil

    Muito se tem discutido na atualidade sobre o conceito de economia dacultura, seus instrumentos e seu escopo de atuao. Particularmente esteramo da cincia econmica funda-se a partir de elementos inseridos noque se convenciona chamar de Nova Economia, fundada em pressupostosde criatividade e novos insumos sobre o produto fsico da ao humana.Da mesma forma, o setor cultural como cadeia de produo mostra-se umprofcuo repositrio de virtuosidade, no que toca ao valor cultural e econmico.Em torno disso, diversos elementos se estruturam e podem ser objeto deanlise, favorecendo o desenvolvimento de tecnologias.

    O conceito de economia criativa tem se consolidado no mundo, refletindoa mudana de paradigma de uma economia menos centrada no tradicionalmodelo industrial e mais ligada gerao de ideias, criatividade, aotalento, ao desenvolvimento de projetos comuns entre uma rede de atores,o que pressupe uma estreita aliana entre a economia e a cultura, almda possibilidade de consolidao de um desenvolvimento efetivamentesustentvel.

    A sociedade ps-industrial tem na propriedade intelectual um de seus principaispilares econmicos. A inovao, a criatividade e a cultura so alguns dosprincipais ativos econmicos no mundo contemporneo. As ltimas dcadaspuseram em marcha uma revoluo tecnolgica to radical que, alm detransformar as dinmicas das relaes econmicas e sociais, alaram essesvalores a uma condio de protagonista na arena econmica. neste ponto

    que reside uma grande oportunidade: o fomento a um tipo de economia commaior potencial para a incluso social e a promoo de uma relao maisequilibrada entre indivduos e naes, considerando o aspecto democrtico dacultura.

    Quando falamos em economia da cultura, nos referimos a um dos mecanismosde traduo desses resultados e de compreenso da realidade como meio para

    4. O mercado de moda

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    a construo de polticas. Contudo, a leitura dessa realidade, quando feitapela tica da economia, no est vinculada somente aos efeitos quantitativos,abrangendo tambm as questes de ordem imaterial no campo da construode valores culturais e da diversidade. Nesta linha analtica, possvel afirmarque a economia da cultura fornece instrumentos para o estudo da formao

    de bens culturais e valores atinentes aos mesmos, que se transformam embem-estar individual e coletivo. Isto com o objetivo de gerar desenvolvimentoeconmico, social e cultural construdo a partir do ciclo de criao, produo,distribuio, difuso e fruio de bens e servios oriundos dos setorescriativos, caracterizados pela prevalncia de sua dimenso simblica, como sedefine hoje a economia criativa, da qual a produo de design ou moda estdiretamente ligada.

    O campo da economia da cultura recente como rea de produo depensamento e aes prticas, vindo da esfera disciplinar da Cincia Econmica.Alm das virtudes j citadas acerca do valor econmico e do impacto positivoda economia gerado a partir da criatividade e da cultura, alguns de seussegmentos apresentam de maneira ainda mais destacada outros aspectosrelevantes em relao ao desenvolvimento que promove incluso em sentidoamplo e no apenas crescimento. Neste sentido, a cadeia produtiva da modatem um valor dos mais interessantes.

    Entender a complexidade de uma cadeia produtiva que est fortemente ligadaa um ambiente de criatividade, inovao e smbolos implica propor alternativaspara a sua construo que extrapolem o ambiente econmico mais ordenadomaterialmente. Contudo, expandir a compreenso da cadeia produtiva da modarumo a um ambiente de pluralizao de elos criativos um caminho que s

    pode ser trilhado a partir da compreenso da direo e amplitude dos fluxos(elos) que estruturam caminhos de produo, os quais, em boa parte doscasos, partem da base produtiva industrial instalada. Ou seja, o produto txtil(final dessa cadeia produtiva) , por vezes, insumo de confeces que, por suavez, obtm valor agregado a partir da ao de um artista. Portanto, assume-se aqui a ideia de que um aprofundamento do conhecimento da estruturaprodutiva do setor txtil e de confeces, em escala nacional, deve ser

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    ponto de partida para a compreenso dos caminhos promovidos pelas forasprodutivas dadas pelo design, seja ele em escala industrial ou em carter deinovao de micro e pequenas empresas e produtores individuais.

    Como j foi amplamente difundida por inmeros estudiosos, a moda espelha a

    sociedade e talvez seja o que condense e simbolize, de maneira mais sinttica,o esprito do seu tempo, como afirma, por exemplo, o filsofo francs GillesLipovetsky. Como processo inseparvel do nascimento e do desenvolvimentodo mundo moderno ocidental, a moda evidencia mudanas histricas emque as singularidades aparecem, permitindo uma maior autonomia dosagentes sociais em termos de esttica das aparncias. A moda permite aoshomens mudar e inventar sua maneira de aparecer, sendo um dispositivo de

    reconhecimento social. Configura-se como um sistema original de regulao epresses sociais, instituindo uma relao indita entre o tomo individual e aregra social.

    Para Lipovetsky, o sentido moderno da moda foi se estabelecendo ao longo dasegunda metade do sculo XIX at a dcada de 60, com a chamada modade cem anos, dividida entre a alta costura (criao de luxo e sob medida) e aconfeco industrial (produo de massa, em srie e barata). Nesse perodo,

    a alta costura monopolizava a inovao e lanava a tendncia do ano, sendoo laboratrio incontestvel das novidades. confeco (e outras indstrias)restava inspirar-se nela, seguindo suas tendncias e oferecendo peas a preosincomparveis.

    Nesse momento, a Frana ocupava um lugar central a alta costura erainteiramente elaborada em Paris e exportada ou imitada em diversos outros

    locais. tambm nesse contexto que aparece a organizao da moda tal comoconhecemos hoje, marcada pela renovao sazonal e pela apresentao decolees atravs de lanamentos e desfiles em semanas de moda, ao lado donovo status adquirido pelo costureiro, que se impe como um criador cujamisso consiste em elaborar modelos inditos, em lanar regularmente novaslinhas de vesturio que, idealmente, so reveladoras de um talento singular,reconhecvel, incomparvel (LIPOVETSKY, 2009, p. 91).

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    As transformaes organizacionais, sociais e culturais em curso, entre os anos50 e 60, inauguram a segunda fase da moda moderna, quando novos focose critrios de criao se impem; a configurao hierarquizada, centralizada eunitria precedente se rompe para dar maior espao criao doprt--porterde luxo e produo em srie, inaugurando um novo caminho de produo

    industrial e oferecendo roupas acessveis para todos. Ao fundir a indstria e amoda, oprt--porterbusca colocar na rua a novidade, o estilo, a esttica. Aospoucos, os industriais doprt--portertomam conscincia da necessidade deassociar-se a estilistas para oferecer um vesturio com valor capaz de conjugarmoda e esttica. A alta moda permanece como fonte de inspirao, mas agoraao lado de outras referncias, fazendo com que o vesturio industrial entre naera da criao esttica e da personalizao, privilegiando o dinamismo criativo,

    multiplicando os modelos e variantes, substituindo a reproduo mimtica pelainovao esttica, tornando o vesturio, alm de comunicador de contedo,tambm artefato de cunho cultural.

    Cada produto cultural, mesmo quando produzido industrialmente, aparece e percebido como nico apesar do mecanismo de formao de preos nomercado, seu valor de uso nico e aleatrio. No setor cultural, o modo deinsero do trabalho diferente dos outros setores da economia os produtos

    culturais so heterogneos e esta caracterstica determinar a natureza ea dinmica dos mercados culturais. Por fim, a funo do produto cultural produzir sentido: o valor simblico determinante e precede, obrigatoriamente,o valor econmico, assim como o capital cultural, conforme definies dePierre Bourdieu.

    A literatura econmica identifica o capital cultural como um estoque de ativos

    culturais que intertemporalmente do origem a servios culturais, tendo comoexemplo principal o patrimnio cultural. Este definido a partir dos ativosculturais tangveis e intangveis herdados das geraes anteriores que, seconservados, sero passados s seguintes. Este o valor que est presentenos hbitos sociais de consumo, bastante expressos na moda, alm dadimenso econmica tradicional de mercado. Os valores de ordem simblicaexpressos pelos elementos aqui definidos aparecem como justificativas

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    coerentes para a ao pblica nesse campo, seja regulando a atividade(de modo a oferecer condies competitivas equnimes) ou contemplandoindstrias nascentes e garantindo condies de inovao e chancela aosprodutos locais.

    fcil compreender que a profuso desses novos conceitos decorre justamentedesse processo transformador ainda em curso. O que esses conceitos tmem comum, no entanto, o fato de que todos gravitam em torno de umaideia central: o desenvolvimento de uma economia com lastro na criatividade,na inovao, na informao, na cultura, nos valores humanos, nos saberestradicionais, adepta da pluralidade e mais conscientizada.

    Essa mudana no comportamento econmico pode ser tambm confirmadapor meio de inmeros levantamentos e expressa em nmeros robustos,amplamente difundidos por entidades que se dedicam ao monitoramentodesse setor econmico. Apenas para nos ater aos grandes nmeros, o valordas exportaes anuais desse segmento percebe um crescimento mdio anualde 8,7% de participao no comrcio global, tendo saltado de U$ 227 paraU$ 424 bilhes apenas entre 1996 e 2005, atingindo uma participao de7% no PIB mundial, sendo 3% nos pases em desenvolvimento. De acordo

    com a Unesco, o comrcio de bens culturais saltou de US$ 39,3 bilhes paraimpressionantes US$ 59,2 bilhes entre 1994 e 2002, praticamente dobrandoo volume comercial.

    A partir da anlise das palestras ministradas no I Seminrio Nacional da Moda,realizado em Salvador, foi possvel identificar alguns sentidos que podem seratribudos ao termo moda no Brasil, dados por profissionais do setor, tais

    como:

    moda cultura, pois tudo que tem carga simblica e ultrapassa ofuncional do mundo da cultura;

    moda expresso cultural, artstica, esttica; moda processo em construo, processo de convergncia e inovao; moda fala o esprito de um pas por meio da sua cultura, criatividade e

    diversidade;

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    moda fator de gerao de empregos que tem uma representaoeconmica e uma representao de incluso social;

    moda expresso contempornea da cultura material, baseada emimaterialidades simblicas;

    moda geradora de benefcios mltiplos, inclusive econmicos;

    moda forma de incluso social; moda agrega significados; moda como forma dos indivduos se colocarem diante do grupo; moda como pea utilitria de uso, mas esteticamente trabalhada para

    ser tambm uma identidade, smbolo de um coletivo representado peloindivduo que se veste de determinada forma;

    moda como plataforma de convergncia, onde comunicao, negcio e

    expresso criativa tm que andar juntos.

    Marcas de moda

    Antes de conhecer o negcio, vale ressaltar que os tpicos a seguir nofazem parte de um Plano de Negcio e sim do perfil do ambiente no qual oempreendedor ir vislumbrar uma oportunidade de negcio como a descrita aseguir.

    O objetivo de todos os tpicos a seguir desmistificar e dar uma visogeral de como um negcio se posiciona no mercado. Quais as variveis quemais afetam esse tipo de negcio? Como se comportam essas variveis demercado? Como levantar as informaes necessrias para se tomar a iniciativade empreender?

    Figurando entre os dez principais mercados mundiais, a indstria txtil nacionalabrange mais de 30 mil confeces e gera 1,65 milho de empregos em todasua cadeia produtiva, com produo de fios, tecelagens, fibras e confeces.

    O setor da moda no pas fatura mais de US$ 21 bilhes por ano. O Brasilpossui um dos maiores parques fabris do planeta, assumindo os postos

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    mundiais de segundo maior fornecedor de ndigo, terceiro maior fornecedor demalha, quinto maior produtor de confeco e oitavo maior mercado de fios,filamentos e tecidos. Como o pas autossuficiente em algodo, o segmentoconseguiu se desenvolver, misturar matrias-primas e criar produtos exclusivosque so consumidos mundialmente. Uma caracterstica da indstria do

    vesturio a heterogeneidade.

    Existem segmentos diferenciados em relao a matrias-primas e processosprodutivos utilizados, bem como aos padres de concorrncia e s estratgiasempresariais enfrentadas.

    Ter uma marca de moda direcionar seu negcio para criar identidade e

    conceito na personalizao do vesturio, atravs da confeco de roupas,acessrios, sapatos etc.

    O pblico-alvo primrio est subdividido em lojistas, magazines e lojas dedepartamento de moda, ou a loja prpria da marca. Ampliando essa categoria,h tambm o pblico-alvo secundrio que est dividido por estilos, hbitos,desejos, classes de renda, sexo, idade, entre outros. Ele ser determinado deacordo com a estrutura e o tipo de segmento escolhido pelo empresrio. Dentre

    esses segmentos, temos:

    infantil (crianas de 0 a 8 anos); juvenil (crianas de 9 a 14 anos); feminina (moda social ou esportiva para mulheres de 15 a 20 anos; de 21

    a 33 anos; de 34 a 45 anos; e acima de 50 anos); masculina (moda social ou esportiva para homens de 15 a 20 anos; de 21

    a 30 anos; de 31 a 45 anos; e acima de 50 anos); ntima (para homens e mulheres nos grupos acima); cama, mesa e banho (donas de casa, noivas); praia; uniformes profissionais.

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    Devido forte sazonalidade do setor e ao risco intrnseco ao negcio,recomenda-se a realizao de aes de pesquisa de mercado para avaliar ademanda e a concorrncia.

    Uma marca de moda a criao de um conceito autoral de roupas ou

    acessrios visto pelo criador. Oferecendo servios e produtos com umaidentidade, consiste em produzir roupas que reforcem caractersticas dapersonalidade do cliente. A roupa feminina sempre esteve relacionada com aseduo, autoestima e satisfao em apresentar-se em alto estilo.

    Para criar uma marca de moda, deve-se considerar a importncia do vesturiono processo da construo da identidade de cada ser humano.

    A moda feminina a mais escolhida entre os segmentos do mercado, pelasua grande procura, mas outros segmentos podem ser explorados como amoda masculina, a moda para tamanhosplus size(GG), a moda teen(ouinfantojuvenil) e a moda infantil.

    As marcas de moda esto se expandindo por vrios fatores, dentre os quaiso surgimento e crescimento dos cursos de moda nas instituies de ensino,

    profissionalizando o mercado de criadores, o desenvolvimento de polosindustriais e comerciais de moda, a insero da moda no plano da economiacriativa como equipamento cultural do pas considerado pelo poder pblico.

    Algumas informaes sobre o setor no Brasil:

    o Brasil fabrica aproximadamente 820 milhes de pares de sapato porano. Em 2011, 13,7% do total produzido foram exportados para 150pases;

    o Brasil est entre os 10 maiores mercados mundiais de fios, fibras,tecelagens e confeces. o quinto maior produtor txtil, comexportaes de US$ 1,42 bilho em 2011;

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    o segundo maior produtor e terceiro maior consumidor de denim domundo;

    as exportaes brasileiras de perfumes, cosmticos e itens de higienesomaram US$ 754 milhes em 2011. Com este resultado, o Brasil subiu

    uma posio e chegou a 25 no rankingde maiores exportadores dehigiene e beleza.

    Fonte: Apex Brasil.

    Seguem algumas sugestes para pesquisar o mercado e entender melhor qual opapel do empreendedor deste setor:

    pesquisa em fontes como prefeitura, guias, IBGE e associaes de bairropara quantificao do mercado-alvo;

    pesquisa em guias especializados e revistas sobre moda e confeces.Trata-se de um instrumento fundamental para fazer uma anlise daconcorrncia, selecionando concorrentes por bairro, faixa de preo eespecialidade;

    visita aos concorrentes diretos, identificando os pontos fortes e fracos dosestabelecimentos que trabalham no mesmo nicho; participao em seminrios especializados.

    4.2. Em Pernambuco

    No final da dcada de 90, a Fundao Joo Pinheiro realizou um estudodestacando a capacidade das indstrias culturais de gerar 160 postos detrabalho para cada milho de reais investidos, resultado maior, por exemplo,que a indstria da construo civil. Em um trabalho mais recente realizadopelo Ministrio da Cultura, estimou-se que cerca de 320 mil empresas voltadaspara a produo cultural atuam no Brasil, gerando aproximadamente 1.600 milempregos formais. Ou seja, as empresas relacionadas com cultura representam

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    5,7% do total de empresas brasileiras e so responsveis, sozinhas, por 4% detodos os postos de trabalho.

    Como no restante do mundo, no Brasil a moda um setor-chave nessanova economia, como mostra o estudo desenvolvido pela Firjan, que buscou

    mapear a cadeia da indstria criativa no Brasil, mostrando que esta atividadecorresponde a 16,4% do PIB nacional. Entre os setores mapeados, a moda, aarquitetura e o designaparecem como o ncleo responsvel pela maior parcelada indstria criativa nacional, respondendo por 82,8% do trabalho criativo noBrasil, 82,5% dos estabelecimentos e 73,9% da massa salarial. Por se mostrarum setor-chave para o desenvolvimento da economia criativa brasileira, amoda precisa de necessrios investimentos para que tal desenvolvimento se

    consubstancie.

    A ideia de identidade brasileira na moda ou de identidades regionais pareceremeter mais a certos referenciais locais que inspiram a criao em moda que podem ser elementos da natureza, manifestaes culturais ou artsticas,tradies culturais, elementos decorativos ou arquitetnicos, smbolos etc do que propriamente uma identidade representativa de um determinado gruposocial. Outras vezes, a ideia de identidade remete a tcnicas, saber fazer ou

    mesmo matrias-primas encontradas localmente.

    O entendimento da moda como instncia simblica fundamental da culturabrasileira, patrimnio cultural do Brasil que, segundo o estilista Jum Nakao,expe nossa caleidoscpica formao miscigenada e a necessidade de fazeruma moda simblica dos nossos valores imateriais para atravessarmosa superficialidade do espelho de nossa prpria cultura, determina a sua

    aproximao do Ministrio da Cultura e o desenvolvimento de aesespecficas no mbito deste ministrio.

    Hoje, no entanto, o que diferencia os polos de produo de moda/design acriatividade aliada tecnologia. O Nordeste passou, a partir dos anos 90, pelaautomatizao e modernizao de suas indstrias txteis e vesturio, podendoassim competir de igual para igual com o resto do Brasil. A criatividade,

    DESENHAR NO O BASTANTE PARA EMPREENDER EM MODA

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    ento, tornou-se o grande diferencial almejado. Com consumidores cada vezmais atentos s tendncias mundo afora, a indstria de moda e designpassa,atualmente, por um momento de profissionalizao e valorizao do setor.Agora o que pode nos destacar no cenrio nacional e internacional a maneiracomo utilizamos os recursos de criatividade, de forma a valorizar o setor e o

    desenvolvimento econmico da regio.

    Com o crescimento do mercado de moda e design no Nordeste, fez-senecessrio abrir novas oportunidades econmicas, sociais e culturais, alm deuma maior qualificao profissional para esses setores. Inovao e qualidadeso itens bsicos para a sustentabilidade de qualquer negcio, seja qualfor o ramo de atuao. Em moda e designe, mais precisamente, na Regio

    Nordeste, no diferente.

    O desenvolvimento da cadeia produtiva de confeces e txtil de Pernambucovem se destacando cada vez mais, dividindo com o Cear um lugar significativopara a economia do pas. Pernambuco possui dois polos onde se concentramas empresas do setor: o polo do Agreste, que formado por Toritama, Caruarue Santa Cruz, alm de municpios nos arredores, que tem a maior concentraode produo de confeco do estado, destacando-se o jeans; e a Regio

    Metropolitana, onde h uma maior concentrao de pequenas empresas ecriadores, que se formam nos cursos de graduao em Moda e Design, quesurgiram nos ltimos cinco anos e agregam mais valor de marca aos seusnegcios. Porm, assim como na regio do Agreste, os principais problemasresidem na falta de qualificao na mo de obra, na gesto e na construode marcas, bem como de promoo de talentos em nveis local, regional enacional, e de oportunidades de negcios com compradores e fornecedores.

    Tais dados so imprescindveis para a contextualizao do cenrio nacionale local, principalmente, a fim de lanar mo de fundamentos tericos maisabrangentes para compreender o comportamento humano a partir de umaleitura histrica e conectada com outras cincias sociais, formando uma massacrtica para a consolidao da moda como elemento relevante na vida culturalbrasileira.

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    Todo estudante designerde moda sonha com sua prpria marca e em montaro seu prprio negcio. Mas como fazer isto acontecer? Por onde comear?Como gerir o negcio? Como organizar as ideias? Essas questes so pontosimportantes na criao da sua marca, mas muitas vezes so deixadas delado para realizar o sonho de qualquer jeito. O modelo de negcio ir ajudar a

    entender e planejar melhor a sua empresa.

    Modelo de negcio a forma pela qual uma empresa cria valor para todos osseus principais pblicos de interesse.

    Sua utilizao ajuda a ver, de forma estruturada e unificada, os diversoselementos que compem todas as formas do negcio.

    O modelo de negcio define o que a empresa faz e como ela vai gerar lucro eser sustentvel.

    Definir o modelo de negcio o primeiro passo para um negcio de sucesso.

    a forma como uma organizao cria, entrega e captura valor, seja eleeconmico, social ou outra forma de valor (Alex Osterwalder, autor do livro

    Business Model Generation).

    Para criar o seu modelo de negcio, vamos usar o Business Model Generation- o Canvas, que uma forma fcil e rpida de modelar e visualizar negcios deforma dinmica e interativa, possibilitando uma viso sistmica sobre o negcioa ser criado.

    O Business Model Generation o livro escrito por Alexander Osterwalder eYves Pigneur sobre a metodologia do Business Model Canvas.

    O Business Model Canvas uma metodologia desenvolvida para facilitar acriao e anlise de modelos de negcios.

    O Modelo de Negcios Canvas composto por nove blocos que, juntos,descrevem as principais partes de um negcio.

    5. O modelo de negcio

    DESENHAR NO O BASTANTE PARA EMPREENDER EM MODA

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    5.1. Segmentos de clientes

    Segmentos de clientes so divises de clientes de acordo com suasnecessidades, costumes ou outro atributo em comum, de forma a melhorentender, alcanar e servir esses clientes.

    5.2. Proposio de valores

    A proposta de valor como a empresa cria valor para um determinadosegmento de cliente e se diferencia da concorrncia.

    5.3. Canais (comunicao e distribuio)

    Forma como uma empresa comunica e entrega sua proposta de valor para cadasegmento de cliente. Basicamente envolve os canais de marketinge logsticadas empresas.

    5.4. Relacionamento com o cliente

    Descreve os tipos de relao que uma empresa estabelece com os tipos desegmentos de clientes especficos.

    5.5. Fontes de receita

    Forma como uma empresa gera receita atravs de cada segmento de cliente.

    PERFIL DE NEGCIOS DA MODA - SEBRAE 2014

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    5.6. Parceiros-chave

    So empresas, instituies e/ou pessoas que so importantes para ofuncionamento do modelo de negcios.

    5.7. Recursos-chave

    So os principais recursos necessrios para que uma empresa faa seu modelode negcio funcionar.

    5.8. Atividades-chave

    So as atividades essenciais para o que o modelo de negcios da empresafuncione corretamente.

    5.9. Estrutura de custo

    A estrutura de custos envolve os principais custos decorrentes da operao domodelo de negcios.

    A seguir, a planilha Canvas.

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    O Sebrae disponibiliza o Canvas para Ipad:

    https://itunes.apple.com/br/app/sebrae-canvas/id620083339?mt=8.

    Atividades-

    chave

    Recursos-chave Canais

    Proposta

    de valor

    Relacionamento

    com clientes

    Segmentos

    de clientes

    Parceiros-chave

    Como?

    Oque?

    Para

    que

    m?

    Quanto?

    Estrutura de custos Fluxo de receitas

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    5.10 Exemplos de negcios de moda (marcas ecolgica,infantil,plus sizee jovem)

    Marca ecolgica

    Atividades-chave

    Recursos-chave Canais

    Propostade valor

    Relacionamentocom clientes

    Segmentosde clientes

    Parceiros-chave

    Sindicatos,

    associaes e

    grupos de moda

    sustentvel

    Pesquisar estilo e

    material ecolgico

    Criar

    Comprar

    matria-prima

    ProduzirVender

    Divulgar

    Loja fsica

    Loja virtual

    Rede social

    Mail

    Promoes

    Eventos

    Mulheres

    preocupadas

    com o meio

    ambiente

    Estilo jovemque tenha

    preocupao em

    estar confortvel,

    mas atualizado

    Sustentabilidade

    Criatividade

    Design

    Moda atemporal

    Banco de dados

    Fornecedoresecolgicos

    Mquinas

    Mo de obra

    Insumos

    Marketing

    Produtos

    Servios

    Consultoria

    Loja fsica

    Loja virtualRepresentante

    Rede social

    Site

    Lojas fsicase virtuais que

    vendem produtos

    ecolgicos

    Possveis

    investidores

    ONGs

    Estrutura de custos Fluxo de receitas

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    Marca infantil de personagens da cultura pernambucana (0 a 10 anos)

    Atividades-chave

    Recursos-chave Canais

    Propostade valor

    Relacionamentocom clientes

    Segmentosde clientes

    Parceiros-chave

    Sindicatos eassociaes de

    moda infantil

    Lojas fsicas

    e virtuais que

    vendem produtos

    infantis

    Produtores deeventos infantis

    Escolas, sales de

    beleza infantil e

    livrarias

    Pesquisar culturae material

    Criar

    Comprar

    matria-prima

    Produzir

    Vender

    Divulgar

    Loja fsicaRede social

    Mail

    Eventos

    Mes de crianasde 0 a 10 anos

    Mulheres que

    tenham interesse

    em presentear

    com produto

    educativo ou

    cultural

    CulturaCriatividade

    Design

    Educao

    Conforto/

    ergonomia

    Qualidade de

    material

    Banco de dados

    Fornecedores

    Mquina de

    impresso digital

    Mo de obra

    Estrutura fsica

    Insumos

    MarketingImpresso digital

    Produtos

    Eventos (contao de histrias,

    oficinas, shows etc)

    Aluguel de espao kids

    Loja fsica com

    espao kids

    Representante

    Rede social

    Site

    Estrutura de custos Fluxo de receitas

    PERFIL DE NEGCIOS DA MODA - SEBRAE 2014

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    Marcaplus size(GG)

    Atividades-chave

    Recursos-chave Canais

    Propostade valor

    Relacionamentocom clientes

    Segmentosde clientes

    Parceiros-chave

    Sindicatos,associaes e

    grupos de moda

    Multimarcas

    especializadas no

    segmento

    Pesquisar estiloCriar

    Comprar

    matria-prima

    Produzir

    Vender

    Divulgar

    Loja fsicaLoja virtual

    Rede social

    Mail

    Promoes

    Eventos

    Mulheres de 20a 50 anos que

    vestem tamanho

    GG

    Mulheres GG que

    gostam de estar

    bem vestidas

    Estilo jovematemporal,

    confortvel

    e ao mesmo

    tempo sexy

    AutoestimaDesign

    personalizado

    Moda

    Banco de dados

    Fornecedores

    Mquinas

    Expertiseem

    modelagem

    especial GG

    Mo de obra

    Insumos

    Marketing

    Estrutura fsica

    Produtos

    Consultoria para estilo

    Loja fsica

    Loja virtual

    Representante

    Rede social

    Site

    Estrutura de custos Fluxo de receitas

    DESENHAR NO O BASTANTE PARA EMPREENDER EM MODA

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    Voc j ouviu falar da importncia de sua empresa ter uma misso, uma visoe definir seus valores? E voc j definiu os seus? Mas, voc sabe fazer isto naprtica?

    A misso, a viso e os valores so frequentemente mal empregados na gesto

    de empresas.

    comum observarmos companhias com declaraes de misso, viso e valoresque so meros objetos decorativos ou que acabam se tornando motivo depiada dos colaboradores.

    Imagine se voc fosse convidado para entrar em um veculo que o levaria aalgum lugar. Como se sentiria se no soubesse qual seria o veculo, o local,o momento de chegada ao destino e nem as condies da viagem? Muitasempresas so assim.

    Para que todos saibam como chegar ao sucesso, ser necessrio determinaruma direo estratgica para a empresa, desde a integrao das operaes ata estratgia da companhia e da motivao de seu time.

    Sempre se deve refletir sobre o papel do seu negcio na sociedade e tambmsobre o futuro da empresa.

    A misso basicamente a razo de ser do seu negcio. Ela pode ser alteradacom o tempo e difcil encontrar uma companhia que mantenha sua missointacta por anos a fio.

    A viso a situao em que a empresa deseja chegar num determinadoperodo de tempo. A viso de futuro precisa de metas para se tornar concreta.Ela basicamente um conjunto de objetivos a conquistar.

    J os valores so os ideais de atitude, comportamento e resultados que devemestar presentes nos funcionrios e nas relaes da empresa com clientes,fornecedores e parceiros.

    6. Misso, viso e valores

    PERFIL DE NEGCIOS DA MODA - SEBRAE 2014

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    A definio do trio o ponto de partida do planejamento dos novos negciosdos empreendedores de primeira viagem. Deve ser constantemente validadaao longo da existncia da empresa. Empreendedores s so visionrios quandoconseguem manter intactos a misso, a viso e os valores definidos no incioda empresa.

    O passo a passo para ajudar na construo desse trio.

    Passo 1Definio da misso da empresaSe a sua empresa no souber para que ela existe, no conseguir definiruma estratgia de crescimento, porque os objetivos no sero claros.

    No fundo, deve servir como um mantra, uma crena que orienta aexistncia da organizao.

    Passo 2Definio da viso da empresaDefinida a misso, o momento da empresa determinar uma viso defuturo para o seu negcio, ou seja, ter objetivos a atingir nos prximos

    anos.

    fundamental que elas tenham indicadores e metas. Se a empresa quer sera maior, a melhor e/ou a mais admirada de seu segmento, dever definirindicadores e metas para saber se est alcanando seus objetivos.

    Passo 3Definio dos valores (princpios)

    Nem todas as empresas que definem misso e viso chegam a elaboraruma lista de valores que orienta o comportamento da organizao. Outrasj usam sua lista de valores nos processos seletivos, nos processos deavaliao de desempenho dos colaboradores e na relao da empresa comclientes, fornecedores e parceiros.

    Se, por um lado, esse trio vital para o planejamento do negcio, por outro um compromisso que exige disciplina do empreendedor e de seu time.

    DESENHAR NO O BASTANTE PARA EMPREENDER EM MODA

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    Empreendedorismo criativo, economia criativa, inovao, criatividade, novoscenrios, novos valores, tendncias e conceitos. neste ambiente cheiode mudanas e to efmero que precisamos buscar oportunidades para umnegcio da moda.

    Estamos na era do conhecimento com oportunidades que valorizam o poder decriar. preciso pensar neste contexto para empreender atualmente.

    Atravs de orientaes adequadas, os prximos tpicos iro guiar suasdecises e suas aes para transformar seu sonho em um negcio sustentveleconomicamente.

    7.1. Ambiente interno

    7.1.1. Produtos e servios oferecidos

    A definio dos produtos a serem produzidos por uma marca de moda deve ser

    orientada pelo tipo de cliente que pblico da marca. O estilo de cada pblico o que direciona o criador para a definio do mix escolhido, das cores, dosmateriais usados, de modelos e formatos a serem criados. A variao detipos de produtos est cada vez maior. Sendo assim, a tabela a seguir indicaalgumas opes para iniciar o negcio.

    7. Planejamento do negcio

    PERFIL DE NEGCIOS DA MODA - SEBRAE 2014

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    7.1.2. Equipe de trabalho

    Pessoal

    A quantidade de profissionais est relacionada com o porte doempreendimento. Para um ateli de moda de pequeno porte, pode-se comearcom dois a cinco empregados, distribudos da seguinte forma:

    - um atendente;- uma costureira/modelista;- um auxiliar;- um estilista/empreendedor.

    Como o negcio de moda altamente influenciado por datas de lanamentodas colees, o empreendedor poder decidir por contratao temporria paraesses perodos de maior demanda.

    Os colaboradores devem ter as seguintes competncias, que devem serconsideradas durante o processo de seleo e contratao:

    FEMININO MASCULINO INFANTILVestidoCalaBlusaCamisaCamisetaShortTopMacacoBlazer

    CalaCamisaTernoBlazerShortBermudaCamiseta

    VestidoCalaBlusaCamisaCamisetaShortTopMacaco

    SapatosCintosBijuterias

    SapatosCintosBijuterias

    SapatosCintosBijuterias

    ROUPAS

    ACESSRIOS

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    - estilistaEste profissional, geralmente, o empreendedor. Alm de criatividade,ele precisa ter uma viso global do mundo contemporneo da moda. Deveapresentar conhecimentos de sociologia, modelagem, desenho e histria dovesturio. desejvel que possua curso superior de Moda ou Design de Moda.

    Deve ter boa comunicao e noes de como gerir o negcio.

    - costureira/modelistaDeve ter experincia com mquinas de costura de diferentes tipos econhecimentos sobre os diferentes padres de tecidos, aviamentos eacessrios. Deve ter sensibilidade, bom gosto, senso de organizao, saberplanejar o tempo e comprometimento com a qualidade.

    - auxiliarDeve saber operar mquinas de corte e costura e outras, acompanhado eorientado por uma costureira profissional, alm de conhecimento de riscose cortes em tecidos de diferentes tipos. Deve ter senso de organizao,agilidade e preciso, conhecendo aviamentos, acessrios e noes de serviosde acabamentos. Deve ter capacidade de relacionamento interpessoal ecomprometimento com a qualidade dos servios.

    - atendenteDeve ter habilidade de relacionar-se com pessoas, dispensando um bomatendimento por telefone, internet e pessoalmente, alm de demonstrarinteresse pelo cliente e ser organizado, gil e bem-humorado.

    7.1.3. Capacitao de funcionrios

    O atendimento personalizado e qualificado um item que merece a maiorateno do empresrio, procurando-se a manuteno e fidelizao da clientela.

    Investir constantemente no aperfeioamento dos colaboradores atravs decursos, palestras e workshopsoferecidos no mercado - ou em atividades de

    PERFIL DE NEGCIOS DA MODA - SEBRAE 2014

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    desenvolvimento realizadas na prpria empresa - deve ser uma preocupaopermanente do empreendedor.

    O empresrio dever participar de seminrios, congressos, feiras, desfilese cursos direcionados para o seu ramo de negcio, bem como pesquisar na

    internet e em revistas tcnicas para se manter atualizado e sintonizado com astendncias do setor.

    Deve-se estar atento s associaes e aos sindicatos da indstria txtil e deestilistas, ou outros similares, de acordo com a caracterstica especfica donegcio, utilizando-a como balizadora dos salrios e orientadora das relaestrabalhistas, evitando, assim, consequncias desagradveis.

    O Sebrae da localidade poder ser consultado para aprofundar as orientaessobre o perfil do pessoal e o treinamento adequado.

    7.1.4. Processos

    Planejamento de coleo

    O planejamento de coleo uma das atividades mais complexas paraquem quer empreender nesta rea, mas tambm a mais prazerosa. nestemomento que o criador cria seu conceito e estilo, atravs da criao de peaspara o mercado.

    DESENHAR NO O BASTANTE PARA EMPREENDER EM MODA

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    Uma coleo consiste em todos os lanamentos de uma determinada estao.Mas por que se lanam colees?

    Para acompanhar as inovaes da indstria txtil e de aviamentos. Para acompanhar as tendncias de moda. Para se ter um melhor controle da produo, dando condies para o

    estabelecimento de metas (prazo de entrega das peas).

    As colees so lanadas de acordo com um calendrio seguido pela maioriadas confeces. O calendrio oficial para o lanamento de colees detrs em trs meses, ou seja, de acordo com as estaes do ano: primavera,vero, outono e inverno. Na Regio Nordeste, no temos estas estaes

    Diagrama

    Pesquisa

    Histria

    Temtica

    Conceito FormasProduto p/mercado

    Materiais Pblico-alvo

    Campo

    Articulao dasinformaes(ambincia)

    Cores

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    muito definidas, ento fazemos sempre colees destinadas ao vero, por notermos necessidade de roupas de frio. Algumas empresas esto optando porlanar minicolees em um espao menor de tempo, o que pode ser uma boaestratgia para oferecer uma maior variedade de produtos para os clientes.

    Quando vamos lanar uma coleo, devemos observar bem alguns fatores:

    - estilo aquilo que d caracterstica a uma roupa. Ex: estilo clssico, estilopunk,estilo anos 60 etc.

    - linha o tipo de roupa que se vai produzir. Ex: linha surf, linha sportwear, linhamoda praia, linha aerbica etc.

    - segmentoSegmento masculino, segmento feminino, segmento infantil etc.

    - pblico-alvoSo as pessoas para quem pretendemos vender a coleo que iremos lanar.

    Ex: homens, mulheres, adolescentes etc.

    - faixa etria a idade do pblico-alvo que deve ser definida para modelar as peas nostamanhos certos.

    - composio da coleoAs colees precisam ser bem organizadas para facilitar o trabalho demodelagem e montagem das peas. Mas como se organiza uma coleo?Primeiro devemos dividi-la em partes que chamamos de famlias.

    - famlia um grupo que deve ter pelo menos quatro peas, confeccionadas seguindouma mesma programao visual, ou seja, usando o mesmo tecido ou os

    DESENHAR NO O BASTANTE PARA EMPREENDER EM MODA

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    mesmos aviamentos, diferindo no modelo e nas cores. O objetivo das famlias enfatizar as caractersticas da coleo, oferecendo ao cliente vrias opesde peas do mesmo estilo.

    - variao dos produtos da coleo

    - Produto sazonal

    Lanado em perodos festivos.

    - Produto de oportunidade

    Aquele que lanado por apresentadores e atores de televiso, cantores etc.Estes produtos ficam pouco tempo na moda, por isso devem ser lanados evendidos rapidamente.

    - Produto de tendncia

    Inspirado nas pesquisas de tendncias atuais.

    - desenvolvimento da coleoQuando vamos desenvolver uma coleo, precisamos definir algumas coisasantes para garantir que seremos bem-sucedidos em nossas vendas.

    A moda segue algumas tendncias que precisamos conhecer antes de produzirroupas destinadas para venda. Temos que escolher os tecidos, os aviamentos,as cores e os modelos de acordo com essas tendncias. As principais fontes depesquisa so as publicaes de moda como revistas e catlogos, bem como ossitesda internet especializados na rea.

    Depois de pesquisarmos as tendncias, podemos escolher um tema ou assuntopara a nossa coleo. A escolha de um tema ajuda a manter uma unidadena coleo. A produo de uma coleo segue vrias etapas. Podem existiralgumas modificaes dependendo do tipo de empresa e produto.

    - cartela de coresA cor exerce uma atrao psicolgica no ser humano. Muito alm de assumirapenas um papel decorativo ou esttico, est ligada expresso de valores

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    sensuais e espirituais (FARINA, 1982). A cor pode ser utilizada de maneirasimblica ou como forma de estmulo visual, pois o elemento que maisproporciona impacto e predomina numa imagem.

    Portanto, a utilizao da cor no pode ser feita arbitrariamente numa coleo.

    preciso encontrar uma linguagem especfica por meio da qual se consiga atingiro objetivo desejado junto ao pblico-alvo. A simples pesquisa das tendnciasatuais de moda no basta para definir a cartela de cores de uma coleo, pois necessrio levar em conta o pblico e suas particularidades, a personalidade damarca e o tema predominante na coleo.

    Por exemplo, se o pblico for jovem, estima-se que a preferncia predominante por cores fortes, j que estamos falando de pessoas mais abertas a estmulos

    externos, propensas s influncias da moda. H uma reao corporal dojovem em relao s cores fortes, podendo ser este um fator decisivo nocomportamento de compra. Pelas prprias exigncias da idade e porque sabeque poder substituir os objetos dentro de um prazo relativamente curto, ele seinclina ao uso de cores vivas (FARINA, 1982).

    Se o pblico for feminino, essa tendncia se acentua. Segundo pesquisas j

    realizadas, as mulheres so mais receptivas s mudanas, o que parece explicaras rpidas mudanas na moda feminina. H uma grande variedade de corespara essa estao.

    Ao elaborar uma coleo, devem ser pesquisadas as cores que esto emmoda, para definir a cartela de cores. Geralmente se trabalha com oito cores,subdivididas em quatro tons frios e quatro quentes, podendo ser acrescentadoso preto e o branco, se este for o caso da coleo. As pessoas que trabalhamcom moda devem prestar muita ateno quando forem fazer combinao decores, para que o resultado seja agradvel. Porm, o nmero de cores tambmno uma regra fixa, pois isso depender da proposta.

    - matria-primaChamamos de matria-prima os aviamentos e os tecidos usados paraconfeccionar as peas. A escolha da matria-prima deve levar em conta o

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    pblico-alvo, o segmento, o estilo da coleo, a viabilidade de utilizao e,principalmente, se estes materiais so encontrados com facilidade no mercado.

    As caractersticas dessa matria-prima precisam tambm atender sexigncias do consumidor e, consequentemente, aos padres de qualidade

    da empresa. As matrias-primas so selecionadas e especificadas na fase dedesenvolvimento do produto, durante a confeco dos prottipos, de maneiraclara e em linguagem escrita, constando sempre amostras.

    - desenho de croquisChamamos de croquis os desenhos das peas da coleo. Antes de fazer oscroquis definitivos, fazemos os esboos, que so as ideias iniciais a seremselecionadas para compor a coleo. Os desenhos da coleo devem ser claros

    e de fcil compreenso, contendo indicao de costuras, detalhes, aviamentosetc. A coleo tambm pode ser apresentada atravs de um desenho tcnico,que deve seguir as regras de proporo. Alguns estilistas apresentam suascolees tanto em croquis como em desenhos tcnicos.

    - ficha tcnicaPara melhor orientar a produo dos prottipos, necessrio se fazer uma

    ficha tcnica para cada pea da coleo. A ficha tcnica muito importantepara formar o arquivo das peas confeccionadas e proporcionar fidelidadeaos modelos elaborados. Por isso, na ficha devem ser especificados todosos detalhes, tais como linhas, cor, aviamentos e tecidos, dimenses etc.Detalhes como bordados, aplicaes, entre outros, devem ser desenhadosseparadamente, de preferncia em tamanho real, com todas as especificaesnecessrias para a execuo.

    A ficha tcnica s se mostrar eficaz quando utilizada na prtica, pois podeacontecer que sejam necessrias algumas alteraes para que esta atendamelhor ao seu objetivo. Assim, essencial que nela constem as informaesmais importantes, evitando excesso de itens.

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    Ms Atividades

    Abril

    Reunio de planejamento

    Definio do cronograma

    Pesquisa de tendncias

    Definio da cartela de cores

    Definio de tecidos

    Definio de aviamentos

    Maio

    Apresentao do briefingda coleo

    Reunio de aprovao

    Fichas tcnicas

    Junho

    Modelagem, risco e corte de prottipos

    Cotao de preos e planejamento de marketing

    Montagem de prottipos

    Aprovao de prottipos

    Ajustes e graduao de modelagens

    Definio das peas do catlogo

    Julho

    Produo de silksRisco e corte

    Produo das peas do mostrurio

    Produo das peas da coleo

    Produo das peas dos pedidos

    Agosto

    Produo das peas

    Produo das peas dos pedidosReunio com equipe de vendas

    Produo de material publicitrio

    SetembroLanamento e divulgao

    Reunio de feedback

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    Os processos produtivos de um negcio de moda so divididos em:

    - pesquisa o momento de pesquisar materiais, cores, tendncias eestilos;

    - criao a atividade desenvolvida por um estilista, que com o contedoda pesquisa cria as peas que vo compor a coleo, a qual deve contaruma histria e ter um conceito central;

    - compra de matria-prima comea com a pesquisa de fornecedoresque comercializam por atacado os itens que sero utilizados no processoprodutivo.

    Organizao do processo produtivo

    O processo produtivo de uma indstria de moda envolve trs grandes etapas.Primeiramente h a aquisio de matria-prima, onde o tipo e o volume deinsumos adquiridos variam de acordo com as encomendas realizadas e como plano de produo. Planos mais curtos exigem compras mais frequentes. importante manter uma rede confivel de fornecedores.

    Posteriormente h o processo de confeco das roupas, que depende do tipode maquinrio utilizado e da quantidade de funcionrios. A linha de produopode ser dividida por tipo de roupa (por exemplo, casacos, meias, blusas),por cliente ou por tarefa (modelagem, corte, enfesto, overlock, costura,acabamento e controle de qualidade). Neste caso, os subprocessos so assimdivididos:

    modelagem - envolve a criao do modelo pelo estilista ou desenhista demoda, confeco dos moldes para corte do tecido, levantamento de pesquisapara compra dos acessrios e tecidos, e confeco das peas de mostruriopara teste de produo;

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    corte - existem mquinas industriais de corte que necessitam de umaoperadora habilitada, para que no ocorra desperdcio de tecido. Entretanto, seo corte for manual, tendo em vista que a produo inicialmente ser pequena, fundamental a preparao dos moldes para corte das partes do tecido queformaro a pea final. O corte manual uma tarefa que exige habilidade do

    operador. Com o auxlio de uma guilhotina (empresas maiores) ou de uma serrafita ou circular e seguindo os moldes elaborados anteriormente pela modelista,so cortadas em grandes mesas (mesa de corte) vrias peas do tecidosobreposto. Este um momento delicado do processo produtivo, pois um erronesta operao tem pouca chance de ser reparado, representando perda parcialou total do tecido e atraso na produo para a empresa;

    enfesto - consiste na colocao de uma camada (folha) de tecido sobre

    a outra, de forma a facilitar o corte simultneo das peas comercializadaspela empresa. O comprimento do enfesto definido pelo comprimento dorisco, acrescido das tolerncias. A quantidade de folhas de tecido definidaem funo do pedido de peas, do equipamento de corte a ser utilizado e dainstabilidade do tecido;

    overlock - aps o corte, cada pedao correspondente a uma parte da pea

    de vesturio receber o acabamento nas bordas, para evitar o desfiamento,chamado de overlock. O empreendedor no deve esquecer que todas as peasdevem ter 1,5cm de margem para costura e acabamento. justamente nestasextremidades que o overlock ser aplicado.

    O overlock uma costura que reveste a extremidade do tecido, feito emmquina de costura especial, tambm chamada de overlock. Dependendo dotipo de tecido, este acabamento pode ser feito na costura final;

    costura/montagem - executada por costureiras, esta a etapa maiscomplexa e intensiva do trabalho. Consiste na unio de dois ou mais elementosde uma roupa. Nesta fase, as peas so repassadas s costureiras, quepossuem funes diferenciadas na linha de produo (gola, punho, manga eetiquetas, por exemplo) e trabalham seguindo uma sequncia lgica de tarefas.

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    Durante o processo, so utilizados vrios tipos de mquinas: ziguezague,overlock etc. As partes da pea so unidas na mquina reta, devendo haver umperfeito casamento entre elas para assegurar o bom caimento da roupa;

    acabamento - colocao de acessrios como botes, bolsos, zperes, golas

    etc. Este trabalho o mais rpido, mas o que exige maior habilidade, porquea composio do acabamento final responsvel pela qualidade visual doproduto. Tambm envolve estamparia, lavagens e tingimentos especiais,bordados ou gravaes especiais;

    controle de qualidade - etapa muito importante que consiste na etiquetagem,codificao, embalagem, estoque e expedio.

    Por fim, o escoamento da produo obedece estratgia de venda daempresa. As peas fabricadas podem ser vendidas diretamente para clientes ourepassadas para lojas, representantes e vendedores ambulantes.

    As atividades da confeco tambm englobam processos de administrao,finanas e gesto de recursos humanos. A gesto administrativa e financeiraabrange o faturamento, o controle de caixa, o controle de contas a receber e

    cobranas, a compra de insumos, o controle de contas a pagar de fornecedorese a prestao de informaes ao escritrio contbil. J a gesto de recursoshumanos compreende a admisso, resciso, treinamento e pagamento defuncionrios.

    7.1.5. Identidade visual (marca, papelaria, embalagem etc)

    A identidade de marca um dos fundamentos mais importantes da construode uma marca de moda. o incio de todo o processo de construo dasmarcas.

    Mas, ento, o que a identidade de marca e como este conceito impacta nopapel das diversas unidades da empresa? Entender isto fundamental para

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    investidores e acionistas. Afinal, marcas fortes geram um substancial valorpara o seu acionista.

    A identidade da marca a sua personalidade, a essncia, o estilo mais definidoe profundo.

    a identidade da marca que faz com que ela se relacione com o seu pblico. a referncia, segmentao, cultura que define como a marca se comporta,evolui e acompanha o seu pblico.

    Para representar essa identidade, faz-se necessrio ter uma identidade visual.

    Identidade visual o conjunto de elementos formais que representa

    visualmente e de forma sistematizada um nome, produto, empresa, instituioou servio. Esse conjunto de elementos costuma ter como base o logotipo, umsmbolo visual que o representa.

    A confeco de um logotipo ou smbolo visual capaz de representar aassinatura institucional da empresa deve ser estabelecida atravs de umdocumento tcnico nomeado pelos designersde Manual da Identidade Visual.

    Esse documento serve para estabelecer normas e critrios tcnicos dereproduo da marca nos mais variados suportes existentes no atual estado datcnica - suportes grficos (impresso) e suportes eletrnicos (interfaces).

    O Manual de Identidade Visual deve conter:

    1. os aspectos formais da marca, ou seja, os elementos que compem o

    smbolo grfico e as variaes formais da marca. Por exemplo, para umamarca representada por uma imagem fotogrfica, deve ser apresentadatal imagem nos padres monocromtico, preto e branco, tons de cinza efotogrfico, em uma verso digitalizada, nas mesmas variaes formais:monocromtica, preto e branco, tons de cinza e chapada;

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    2. as variaes da assinatura da marca com padro de assinatura horizontale vertical e variaes formais da assinatura com e sem slogan. Algumasmarcas contm slogan, outras no. Assim como algumas marcas socompostas simplesmente pelo nome da empresa. imprescindvelapresentar tais caractersticas da marca e sustentar uma utilizao

    padronizada;

    3. os aspectos tcnicos da marca: cor (pantone, rgb, cmyk, hexadecimal),fonte, dimenses, direo etc;

    4. o padro de utilizao da marca em todo o material institucional previstopela empresa (papel timbrado, envelope, etiqueta, adesivo, embalagem,objetos, uniforme, rtulo, frota etc);

    5. as dimenses mnimas e mximas para impresso;

    6. a marca em fundo colorido, preto e branco e monocromtico;

    7. as situaes a serem evitadas.

    Ou seja, identidade o conjunto de caracteres prprios e exclusivos com osquais se podem diferenciar pessoas.

    Divulgao

    A divulgao um componente fundamental para o sucesso de uma marcade moda. As campanhas publicitrias devem ser adequadas ao oramento daempresa, sua regio de abrangncia e s peculiaridades do local. Abaixo,sugerem-se algumas aes mercadolgicas acessveis e eficientes:

    anunciar em jornais de bairro e revistas locais de moda;

    montar um websitecom o portflio de produtos e servios para alavancar asvendas;

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    divulgar a marca para lojas e butiques;

    montar um showroomcom os modelos produzidos;

    desenvolver um portflio impresso dos modelos produzidos;

    participar de eventos de moda.

    O empreendedor deve sempre entregar o que foi prometido e, quando puder,superar as expectativas do cliente. Afinal, a melhor propaganda ser feita pelosclientes.

    Os meios para divulgao variam de acordo com o porte e o pblico-alvo

    escolhido.

    A empresa poder utilizar-se de panfletos elaborados com qualidade, a seremdistribudos de forma dirigida ou enviados por mala direta.

    Outras alternativas so anncios em jornais de bairro, revistas especializadas epropaganda na rede social.

    Levando-se em considerao que uma das estratgias mais adequadas baseada na diferenciao, os instrumentos de divulgao devem ser sempreaqueles que permitem a personalizao e o destaque dos atributos e daindividualidade do cliente. comum a divulgao atravs de desfiles.

    Outra estratgia que pode ser utilizada para divulgao a cesso de roupaspara determinadas personalidades se apresentarem em eventos. Afinal, a roupa

    se torna mais atraente quando se destaca no corpo de algum, especialmenteum rosto mais conhecido.

    A divulgao atravs da internet deve ser considerada, pois o acesso depessoas rede cresce permanentemente e em larga escala, atingindo os maisdiversos pblicos.

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    Ressalte-se que esse canal apresenta um custo relativamente baixo e com fortee crescente apelo nas diversas classes sociais. fundamental adicionar o siteem diretrios especializados para empresas e motores de busca de inclusomanual como Google Adwords, Ask, Yahoo Search Marketing, MicrosoftDigital Advertising Solutions, Hot Words, dentre outros.

    Na medida do interesse e das possibilidades, podero serutilizados anncios em jornais de grande circulao, revistas e outdoor. Se forde interesse do empreendedor, um profissional de marketinge comunicaopoder ser contratado para desenvolver uma campanha especfica.

    A divulgao mais eficiente para esse setor ocorre atravs de clientessatisfeitos e bem atendidos.

    7.1.6. PLANO DE MARKETING

    Um Plano de Marketing um documento escrito que detalha as aesnecessrias para atingir um ou mais objetivos de marketing. Pode ser umplanejamento para a marca, um produto ou servio, ou as linhas de produtos.

    Um bom Plano de Marketing deve basear-se numa slida estratgia demarketing, caso contrrio este ser de pouca utilidade.

    Para comear, ser importante uma anlise dos ambientes externo e interno daempresa.

    Ambiente externo

    O ambiente externo organizao o conjunto de indivduos, grupos eorganizaes que se encontram no meio exterior da organizao e influenciame so influenciados por ela. Em nvel geral, composto pelas seguintescomponentes:

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    componente econmica indica-nos como os recursos so distribudos eutilizados no prprio ambiente;

    componente social descreve-nos as caractersticas da sociedade onde aorganizao est inserida;

    componente poltica compreende todos os fatores poltico-governamental;

    componente legal consiste em toda a legislao em vigor, a qual todos osmembros da sociedade devem seguir;

    componente tecnolgica consiste na aplicao sistemtica deconhecimento cientfico a um novo produto, processo ou servio.

    Em nvel operacional, composto pelas seguintes componentes:

    cliente (elementos que compram os produtos ou servios disponibilizadospela empresa);

    concorrncia (conjunto de empresas que comercializao produtos ou

    servios idnticos aos da empresa em questo);

    mo de obra (fatores humanos disponveis para desempenhar as tarefasnecessrias);

    fornecedor (elemento que fornece produtos ou servios adquiridos pelaempresa que, posteriormente, os transforma no processo produtivo emmercadorias ou servios finais);

    internacional (compreende todas as implicaes internacionais dasoperaes organizacionais).

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    seguidas; anlise dos segmentos de mercado, que procura estabelecer ossegmentos de mercado que parecem mais atrativos; anlise da concorrnciae anlise da atratividade, que situam o posicionamento competitivo daorganizao em relao atratividade do mercado em que ela opera. Oobjetivo de toda a anlise identificar e compreender quais as oportunidades

    que a empresa pode tirar proveito e quais as ameaas que ter de enfrentarou circundar, bem como identificar e compreender quais as necessidades quedevem ser consideradas em termos de recursos e competncias da organizao(pontos fortes e fracos) que podem contribuir para a escolha estratgica.

    Motivao

    Nesta etapa, voc ir indicar qual o seu objetivo em elaborar seu Plano de

    Marketing.

    importante responder a essa pergunta logo no incio para situar o trabalho eresponder ao restante das perguntas em funo deste foco.

    Anlise interna

    Nesta etapa, voc ir avaliar e indicar seus pontos fortes e fracos.

    Esse processo essencial para saber com que atividades voc ter maisfacilidade para se destacar e quais deveria evitar para, ento, buscar parceirosou apoio profissional de quem domina essas outras reas.

    Anlise de ambiente

    Na etapa de anlise de ambiente, voc ir avaliar e indicar suas oportunidadese ameaas.

    Para cada item, voc deve pensar em todos os aspectos externos aoseu empreendimento, que esto fora do seu controle, tanto positivos(oportunidades) negativos (ameaas), que podem atrapalhar seu negcio.

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    Identificao da oportunidade

    Nesta etapa, voc deve refletir e indicar como poder atender s necessidadese desejos dos consumidores.

    A compreenso da necessidade do consumidor uma oportunidadefundamental para saber direcionar sua estratgia de marketing.

    Objetivos estratgicos

    Nesta etapa, voc ir estabelecer objetivos para que possa medir se suasmetas foram alcanadas.

    Com isso, voc ir direcionar seu negcio e motivar sua equipe. Esses objetivosso estabelecidos anualmente, a mdio e longo prazos. Este procedimento

    Foras Fraquezas

    - Boa imagem- Qualidade do produto- Baixo custo- Parcerias

    - Distribuio- Liderana de mercado- Competncia- Tecnologia prpria

    - Falta de direo e estratgia- Pouco investimento em inovao- Linha de produtos muito reduzida- Distribuio limitada

    - Custos altos- Problemas operacionais internos- Falta de experincia da administrao- Falta de formao dos funcionrios

    Oportunidades Ameaas

    - Rpido crescimento de mercado- Abertura aos mercados estrangeiros

    - Empresa rival enfrenta dificuldade- Encontrados novos usos do produto- Novas tecnologias- Mudanas demogrficas- Novos mtodos de distribuio- Diminuio da regulamentao

    - Recesso- Nova tecnologia

    - Mudanas demogrficas- Empresas rivais adotam novas estratgias- Barreiras ao comrcio exterior- Desempenhos negativos das empresas associadas- Aumento da regulamentao

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    precisa ser bem definido desde o incio, pois a base para determinar osrecursos necessrios para implantar seu plano.

    Perfil dos clientes

    A etapa de perfil dos clientes far voc identificar corretamente o perfil de

    seu cliente ideal, ajudando a direcionar e concentrar seus investimentos demarketingem um ou mais segmentos.

    Diferencial

    Nesta etapa, voc ir refletir e descrever sobre os diferenciais de seu produto ouservio. A etapa importante, pois sem diferencial voc ser apenas mais um.

    Mix de marketing

    O mix de marketing uma das etapas mais importantes do seu Plano deMarketing. Aqui voc ir definir suas estratgias de atuao no mercado, combase em todas as informaes que voc j preencheu.

    As estratgias abordadas aqui compreendem estratgia de produto/servio;estratgia de preo; estratgia de distribuio ou ponto; estratgia decomercializao; estratgia de comunicao, propaganda e promoes.

    Plano de Ao e monitoramento

    Nesta etapa, voc ir preencher listas que lhe permitiro verificarconstantemente se seu negcio est no caminho certo. Essa verificao

    bastante importante, pois por mais que um plano seja bem elaborado, se no foratualizado e utilizado ficar defasado e no ter serventia.

    O Plano de Ao compreende aes de ajuste do mix de marketing; aesde campanha de comunicao, propaganda e promoo; metas; oramento eexecuo financeira.

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    7.1.7. Planejamento tributrio

    Informaes fiscais e tributrias

    O segmento de marcas de moda, assim entendido pela CNAE/IBGE

    (Classificao Nacional de Atividades Econmicas) 1412-6/01 como atividadede confeco, sob medida, de artigos do vesturio masculino, feminino einfantil, poder optar pelo Simples Nacional - Regime Especial Unificado deArrecadao de Tributos e Contribuies devidos pelas ME (Microempresas)e EPP (Empresas de Pequeno Porte), institudo pela Lei Complementar n123/2006, desde que a receita bruta anual de sua atividade no ultrapasseR$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) para microempresa e R$3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais) para empresa de pequeno

    porte, respeitando os demais requisitos previstos na lei.

    Nesse regime, o empreendedor poder recolher os seguintes tributos econtribuies por meio de apenas um documento fiscal o DAS (Documentode Arrecadao do Simples Nacional), que gerado no portal do SimplesNacional (http://www8.receita.fazenda.gov.br/Simpl...):

    IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurdica); CSLL (Contribuio Social sobre o Lucro); PIS (Programa de Integrao Social); Cofins (Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social); ISSQN (Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza); INSS (Contribuio para a Seguridade Social relativa parte patronal).

    Conforme a Lei Complementar n 123/2006, as alquotas do Simples Nacional,

    para esse ramo de atividade, variam de 4% a 17,42%, dependendo da receitabruta auferida pelo negcio.

    No caso de incio de atividade no prprio ano-calendrio da opo pelo SimplesNacional, para efeito de determinao da alquota no primeiro ms de atividade,os valores de receita bruta acumulada devem ser proporcionais ao nmero demeses de atividade no perodo.

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    Se o estado em que o empreendedor estiver exercendo a atividade concederbenefcios tributrios para o ICMS (desde que a atividade seja tributada poreste imposto), a alquota poder ser reduzida conforme o caso. Na esferafederal, poder ocorrer reduo quando se tratar de PIS e/ou Cofins.

    Se a receita bruta anual no ultrapassar R$ 60.000,00 (sessenta mil reais),o empreendedor, desde que no possua e no seja scio de outra empresa,poder optar pelo regime denominado MEI (Microempreendedor Individual).Para se enquadrar no MEI, a CNAE de sua atividade deve constar e sertributado conforme a tabela da Resoluo CGSN n 94/2011 - Anexo XIII(http://www.receita.fazenda.gov.br/legisl...). Neste caso, os recolhimentos dostributos e contribuies sero efetuados em valores fixos mensais, conformeabaixo:

    I) sem empregado 5% do salrio mnimo vigente - a ttulo de contribuio previdenciria doempreendedor; R$ 5,00 a ttulo de ISS.

    II) com um empregado(o MEI poder ter um empregado, desde que seja

    remunerado um salrio mnimo ou o piso da categoria)O empreendedor recolher mensalmente, alm dos valores acima, osseguintes percentuais:

    retm do empregado 8% de INSS sobre a remunerao; desembolsa 3% de INSS patronal sobre a remunerao do empregado.

    Havendo receita excedente ao limite permitido - superior a 20%, o MEI ter seu

    empreendimento includo no sistema Simples Nacional.

    Para ME, EPP ou MEI, a opo pelo Simples Nacional sempre ser muitovantajosa, sob o aspecto tributrio, bem como nas facilidades de abertura donegcio.

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    Definio do Microempreendedor Individual (MEI)

    Microempreendedor Individual a pessoa que trabalha por conta prpria e quese legaliza como pequeno empresrio. Para ser um MEI, necessrio faturarno mximo at R$ 60.000,00 por ano e no ter participao em outra empresacomo scio ou titular. O MEI tambm pode ter um empregado contratado quereceba o salrio mnimo ou o piso da categoria.

    A Lei Complementar n 128, de 19/12/2008, criou condies especiais para queo trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado.

    Entre as vantagens oferecidas por essa lei, est o registro no Cadastro Nacionalde Pessoas Jurdicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancria, o

    pedido de emprstimos e a emisso de notas fiscais.

    Alm disso, o MEI ser enquadrado no Simples Nacional e ficar isento dostributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagarapenas o valor fixo mensal de R$ 34,90 (comrcio ou indstria), R$ 38,90(prestao de servios) ou R$ 39,90 (comrcio e servios), destinado Previdncia Social, ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias sero atualizadasanualmente, de acordo com o salrio mnimo.

    Com essas contribuies, o Microempreendedor Individual tem acesso abenefcios como auxlio-maternidade, auxlio-doena, aposentadoria, entre outros.

    ATENO

    O Microempreendedor Individual tem como despesas legalmente estabelecidas

    APENASo pagamento mensalde R$ 33,90 (INSS), acrescido de R$ 5,00(prestadores de servios) ou R$ 1,00 (comrcio e indstria) por meio decarnemitido atravs do Portal do Empreendedor, alm de taxas estaduais/municipais que devem ser pagas dependendo do estado/municpio e daatividade exercida.

    O pagamento de BOLETOno relacionado com as despesas mencionadasacima de livre e espontnea vontade do Microempreendedor Individual (MEI).

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    8 O ponto e as instalaes

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    8.1 Localizao

    8.1.1 Escolha do ponto e horrio de funcionamento

    A localizao de um espao de uma marca de moda fator muito importante

    para o negcio e deve estar alinhada com a estratgia do negcio, de acordocom o perfil do pblico. Uma boa localizao aquela que favorece o acessodas pessoas, com o menor grau possvel de dificuldade.

    Um ateli de moda dever estar instalado prximo ao local de residncia dopblico-alvo, ou em locais de grande frequncia de pblico como em shoppingou outros locais de grande fluxo de pessoas, favorecendo o estacionamento deveculos e com boas condies ambientais para uma permanncia agradvel daclientela.

    Bairros populosos e proximidades de condomnios so locais bastanteadequados para a instalao de um ateli de moda.

    Especialistas afirmam que essa deciso se d em duas esferas principais:identificao do territrio (regio) e localizao (endereo), considerando-se

    ainda algumas variveis como demanda (potencial), oferta (concorrncia) ecustos (aluguel, reforma etc).

    Os aspectos descritos a seguir devem ser cuidadosamente avaliados numprocesso de seleo do local de instalao de um ateli de costura:

    - fatores de demanda- a caracterstica populacional em torno doestabelecimento o principal fator a ser contemplado num estudo delocalizao. No se deve restringir o estudo quantidade de pessoasresidentes ou que transitam pela regio. necessrio, alm de identificar operfil socioeconmico dessa populao (faixa etria, renda, nvel educacional),identificar os hbitos de consumo dos frequentadores da regio;

    - fatores de oferta so adicionados ao conhecimento do potencial da regioverificado na etapa anterior para mensurar a influncia da concorrncia

    8. O ponto e as instalaes

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    na regio - quem so os concorrentes, como eles atuam e que espao demercado est disponvel. A concorrncia na regio obrigatoriamente no umfator negativo; ao contrrio, muitas vezes verifica-se que a concentrao deempresas de um mesmo segmento pode tornar a regio um polo de compras;

    - fatores de custos- a anlise do melhor ponto deve envolver tambm ascondies de sua utilizao, inclusive aquelas que influenciam diretamente noscustos, seja no investimento inicial (luvas, obras, reformas, comunicao) ouno custo operacional (aluguel, impostos etc).

    Convenincia e acesso fcil so fatores fundamentais para que o consumidorescolha um ateli de costura. Alm das consideraes anteriores, outros itensdevem ser observados antes da definio pelo local:

    - visualizao;- facilidade de acesso;- rea para estacionamento;- legislao local. As atividades econmicas da maioria das cidades soregulamentadas pelo Plano Diretor Urbano (PDU).

    esse instrumento legal que determina o tipo de atividade que pode funcionarem um determinado endereo. A consulta de local junto prefeitura oprimeiro passo para avaliar a implantao.

    Alguns detalhes devem ser observados na escolha do imvel:

    O imvel atende s necessidades operacionais referentes localizao,capacidade de instalao do negcio, possibilidade de expanso,

    caractersticas da vizinhana e disponibilidade dos servios de gua, luz,esgoto, telefone e internet?

    O ponto de fcil acesso, possui estacionamento para veculos, localpara carga e descarga de mercadorias e conta com servios de transportecoletivo nas redondezas?

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    O local est sujeito a inundaes ou prximo de zonas de risco?

    O imvel est legalizado e regularizado junto aos rgos pblicosmunicipais?

    A planta do imvel est aprovada pela prefeitura?

    Houve alguma obra posterior, aumentando, modificando ou diminuindo area primitiva?

    As atividades a serem desenvolvidas no local respeitam a lei dezoneamento ou o plano diretor do municpio?

    Os pagamentos do IPTU referentes ao imvel encontram-se em dia?

    O que a legislao local determina sobre o licenciamento das placas desinalizao?

    8.1.2. Estrutura

    Um ateli de moda compe-se, basicamente, das seguintes reas:

    - recepo e atendimento espao equipado com balco, sofs, TV, revistas egua;

    - coleta de medidas e criao de modelos local de atendimento pelo estilistacom provadores e araras;

    - produo/costura- espao onde costureiros(as) fabricam as peas;

    - depsito local utilizado para guardar matria-prima e produtos acabados;

    - escritrio destinado s atividades administrativas, financeiras, operacionaise comerciais.

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    O espao mnimo necessrio de 50m, com possibilidade de ampliaopara investimentos futuros, onde aproximadamente 70% desse espao soocupados pela oficina de costura, juntamente com o depsito e o escritrio.

    importante considerar o perfil do cliente que ser alvo do negcio,para definir o tamanho da loja e as instalaes. aconselhvel dispor deestacionamento.

    8.2. Equipamentos

    A definio do porte do empreendimento e do pblico-alvo fundamentalpara a aquisio dos equipamentos. A seguir, sugere-se um conjunto de

    equipamentos, mveis e mquinas para a instalao de um pequeno ateli.

    8.2.1 Mveis e utenslios

    - Microcomputador completo (1) R$ 998,00- Impressora multifuncional (1) R$ 229,00

    - Telefone (1) R$ 69,00- Mesa (1) R$ 230,00- Cadeiras (2) R$ 204,00- Armrio para escritrio (1) R$ 493,46- Mquina ECF (1) - R$ 1.250,00- Alarme (1) R$ 150,00- Balco de atendimento (1) R$ 1.469,40- Sofs 3x2 (2) R$ 1.358,00- Cadeiras para recepo (4) R$ 977,84- Mesa de centro (1) R$ 225,33- Porta-revista (1) R$ 120,00- Suporte de parede para TV (1) - R$ 200,00- Aparelho de TV LCD (1) R$ 1.200,00- Frigobar (1) R$ 679,00- Mquina de caf expresso (1) R$ 903,00

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    - Provadores (4) R$ 1.488,00- Espelhos (4) - R$ 1.200,00- Araras (4) R$ 1.056,00- Armrios com prateleiras para produtos acabados (3) R$ 1.479,00- Mesa para abrir costura (1) R$ 550,00- Mesa para acabamento de peas (1) R$ 550,00- Mquina de corte (1) R$ 890,00- Mquina de cortar vis (1) R$ 980,00- Cadeiras (4) R$ 560,00- Mquina de costura reta industrial (1) R$ 1.250,00- Mquina de overlock (1) R$ 1.050,00- Galoneira (1) R$ 1.392,00- Mquina de costura interloc 1 R$ 1.600,00;

    - Mquina de bordado (1) R$ 2.590,00- Mquina de quilting/patchwork (1) R$ 1.090,00- Mquina de costura pespontadeira (1) R$ 1.700,00- Alinhador mini a laser com haste (1) R$ 355,00- Aparelhos de ar-condicionado split 12.000 BTUs (2) R$ 3.297,00

    Total dos equipamentos: R$ 32.583,03

    As mquinas estaro diretamente relacionadas ao tipo de tecido que serutilizado e ao padro de produo.

    8.2.2. Automao

    H no mercado uma boa oferta de sistemas para gerenciamento de pequenos

    negcios. Para uma produtividade adequada, devem ser adquiridos sistemasque integrem as compras, as vendas, o financeiro, o cadastro de clientes efornecedores, o controle de estoque, o servio de mala direta para clientes epotenciais clientes, o cadastro de mveis e equipamentos, o controle de contasa pagar e a receber, os fornecedores, a folha de pagamento, o fluxo de caixa, ofechamento de caixa etc.

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    Para esse tipo de negcio, existem softwaresque possibilitam a transposiodo processo de criao para moldes digitais, facilitando o processo econferindo maior preciso.

    Devem ser procurados softwaresde custo acessvel e compatveis com umapequena empresa.

    8.2.3. Vitrine

    VITRINE

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