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CURSO DE SAÚDE DA FAMÍLIA NÚCLEO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PERFIL DO ESTADO NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS ACOMPANHADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA, NA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO JOSÉ DA LAGOA TAPADA-PB POR: LUÊNNIA KERLLY ALVES ROCHA DE ARAÚJO ORIENTADORA PROF. MARIA DA CONCEIÇÃO MAGGIONI POPPE. JOÃO PESSOA – PB 2010

PERFIL DO ESTADO NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS … · 2012. 6. 18. · mapas específicos do SISVAN (Mapa de Acompanhamento Mensal do Ministério da Saúde), no período de agosto de

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CURSO DE SAÚDE DA FAMÍLIA NÚCLEO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PERFIL DO ESTADO NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS ACOMPANHADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA, NA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO JOSÉ DA LAGOA

TAPADA-PB

POR: LUÊNNIA KERLLY ALVES ROCHA DE ARAÚJO

ORIENTADORA

PROF. MARIA DA CONCEIÇÃO MAGGIONI POPPE.

JOÃO PESSOA – PB

2010

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LUÊNNIA KERLLY ALVES ROCHA

PERFIL DO ESTADO NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS ACOMPANHADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA, NA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO JOSÉ DA LAGOA

TAPADA-PB

Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Saúde da Família.

Por: Luênnia Kerlly Alves Rocha de Araújo

JOÃO PESSOA – PB 2010

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família que muito tem apoiado as

minhas decisões e compreendido as minhas necessidades de progredir na

minha carreira profissional.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, que deu sabedoria, paciência e perseverança nos momentos

mais difíceis no decorrer do CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA

FAMÍLIA.

Aos meus pais, por sempre acreditarem na minha capacidade de vencer,

pelo apoio e dedicação concedida durante toda a minha vida.

Ao meu esposo e filho, razão da minha vida e vontade de vencer

As Equipes Saúde da Família, pelo interesse, acompanhamento e

orientação durante todo o projeto, oferecendo o melhor da sua experiência

profissional e compromisso social para a execução desta pesquisa.

A todos os funcionários das Unidades Saúde da Família de São José da

Lagoa Tapada - PB, que ofereceu recursos técnicos e apoio para o sucesso

deste trabalho.

E a todos os moradores da área adstrita da Unidade de Saúde da

Família São José da Lagoa Tapada – PB, por concordarem participar da

pesquisa.

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RESUMO

A desnutrição infantil ainda está presente, como um sério problema de

saúde pública e é considerado um importante indicador das condições de

saúde e da qualidade de vida de uma população. A desnutrição é um

desequilíbrio nutricional que resulta da falta de alimentos ou da quantidade dos

alimentos apropriados, por um período longo de tempo. Os profissionais da

Atenção Primária à Saúde têm a responsabilidade de identificar, tratar e

acompanhar todas as crianças desnutrida de sua área adstrita, bem como

elaborar em equipe estratégias a fim de minimizar essa problemática. Diante

disto o estudo pretende analisar a avaliação nutricional das crianças atendidas

pelo Programa Bolsa Família, com o objetivo de identificar o estado nutricional

das 361 crianças inscritas no Programa Bolsa Família no período de agosto de

2008 a agosto de 2009, na Unidade Saúde da Família em São José da Lagoa

Tapada – PB, bem como avaliar e acompanhar a evolução do seu estado

nutricional das crianças com comprometimento nutricional. Do total de crianças

inscritas foram selecionadas 52 para ser analisado o seu estado nutricional nos

meses de agosto 2008 e fevereiro e agosto de 2009. Foi percebido que destas

houve diminuíção no número de crianças com alto risco nutricional. Esse

trabalho servirá como ferramenta de trabalho nas Unidade Saúde da Família

servindo de modelo para avaliação periódica dos estado nutricional das

crianças podendo ser utilizado para elaboração de projetos com o propósito de

respeitar as condicionalidade do bolsa família, bem como para redução da

desnutrição infantil.

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METODOLOGIA

- TIPO E LOCAL DO ESTUDO

Trata-se de um estudo transversal de caráter descritivo-exploratório com

abordagem quantitativa, a qual se caracterizará por coleta sistemática de

informações numéricas e por uma posterior análise de procedimento estatístico

(POLIT; HUNGLER, 1995).

A pesquisa foi desenvolvida nas três Unidades Saúde da Família de São

José da Lagoa Tapada – PB, unidades estas que acompanham mensalmente o

estado nutricional das crianças inscritas no Programa Bolsa Família da sua

área adstrita.

Para maior embasamento científico foi realizado uma pesquisa

bibliográfica, sendo pesquisados vários artigos sobre a temática a ser

pesquisada, por exemplo, podemos citar MONTEIRO, 1997; FAGUNDES;

KOPELMAN; OLIVIA, et.al, 2004; LACERDA; ACCIOLY; FARIA; et. al, 2002)

dentre outros os quais foram referenciados no decorrer do trabalho. Estes

pesquisadores foram de grande valia para informar os problemas que a

desnutrição infantil pode ocasionar as crianças. Muito tem sido feito para

reduzir o número de crianças desnutridas, no entanto ainda não estamos tendo

os resultados almejados.

O pesquisadores supracitados fomenta a importância de implementar

políticas públicas direcionadas a redução da desnutrição de forma mais

efetivas e os profissionais devem estar atentos a esses indicadores, bem como

implementar ações que reduza os casos de desnutrição da sua area adstrita

com ações planejadas em equipe, a fim de minimizar suas complicações,

sabendo que é um problema de saúde pública que perdura há anos e é forte

indicador das condições de saúde de um país.

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- POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população e amostra do estudo foram as 361 crianças inscritas no

Programa Bolsa Família do Ministério da Saúde atendidas e acompanhadas

diretamente pelas Unidades Saúde da Família (USF) de São José da Lagoa

Tapada – PB no período de agosto de 2008 a agosto de 2009 foi feito um

levantamento mensal da assiduidade destas nas USF para ser verificado o

peso, altura e estado nutricional, visto que, ter o acompanhamento mensal do

seu estado nutricional pelas USF, é uma das condições estabelecidas pelo MS

para que as crianças possam continuar inscritas no Programa Bolsa Família.

Das crianças inscritas no programa foi selecionada uma amostra

daquelas com comprometimento nutricional.

- INSTRUMENTO E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

Para a coleta dos dados, foram utilizados os dados registrados nos

mapas específicos do SISVAN (Mapa de Acompanhamento Mensal do

Ministério da Saúde), no período de agosto de 2008 a agosto de 2009, o

qual contém os nomes, data de nascimento, peso, altura e o estado

nutricional das crianças, instrumento este utilizado pelas equipes de saúde

da Família no Brasil, para um acompanhamento mensal de todas as

crianças cadastradas no Programa Bolsa Família.

A compilação dos dados foi realizada através de tabelas no Excel,

onde todas as crianças inscritas no Programa Bolsa Família foram

identificadas e em seguida foi selecionada a amostra das crianças com

comprometimento nutricional, sendo caracterizadas com uma letra do

alfabeto nas tabelas.

Para a aferição do peso corporal foi utilizado dois tipos de balança:

Balança Welmy pediátrica utilizada para criança até 2 (dois) anos, a qual

possui um prato onde a criança permanece deitada ou sentada, com

capacidade máxima de 16 Kg, com divisão de 10 gramas, proporcionando um

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valor mais apurado e sensível as possíveis variações de ganho de peso ou

perda, na qual são comuns nesta faixa etária.

Balança antropométrica Welmy, ou balança plataforma ou clínica,

utilizada para criança maiores de 2 (dois) anos, onde as crianças permanece

“em pé”, com capacidade máxima de 150 Kg e escala em divisões de 100

gramas.

Para a aferição da estatura utilizou-se:

Infantômetro: em criança menores de 2 (dois) anos, a mensuração do

comprimento será feita estando as mesmas na posição de decúbito dorsal.

Estadiômetro ou em balança de plataforma: em criança maiores de 2

(dois) anos, a mensuração se dará com a criança descalça, na posição “em

pé”, ereta, imóvel, com pés unidos, braços estendidos ao longo do corpo e

olhando para frete.

- PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

O indicador antropométrico utilizado para avaliar o estado nutricional das

crianças foi de peso/ idade, tomando-se como referência o padrão National

Center Health Statistics (NCHS), pois este pode estar relacionado tanto com o

passado nutricional da criança como com problemas atuais que resultem em

perda de peso ou ganho insuficiente (BRASIL, 2002), sendo o índice utilizado

para a avaliação do estado nutricional contemplado no Cartão da Criança.

O Ministério da Saúde preconiza como classificação do estado

nutricional infantil o percentil, são adotados pontos de corte a partir da

identificação do percentil de peso/idade, sendo que os pontos de corte

estabelecidos pela Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN são os mesmos

adotados pela Área Técnica da Saúde da Criança do Ministério da Saúde:

percentis 0,1; 3; 10 e 97 (BRASIL, 2004).

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Os resultados da pesquisa foi apresentado por meio de tabelas e

gráficos, utilizando estatística descritiva com números absolutos e ou relativos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .....................................................................................................................11

CAPÍTULO I: A Fome e suas implicações . .......................................................................17

CAPÍTULO II: Segurança Alimentar: Direito de Todos........................................................ 20

CAPÍTULO III: A Importância da Atenção Primária a Saúde na redução da desnutrição... 23

CAPÍTULO IV: Implementação de políticas e programas públicos como medidas de

prevenção..................................................................................................................... 28

CAPÍTULO V: Análise e Discussão dos Dados ................................................................. 31

CONCLUSÃO.......................................................................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 39

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INTRODUÇÃO

Nos países em desenvolvimento, a desnutrição infantil ainda esta

presente, como um sério problema de saúde pública, pois nas populações em

geral a desnutrição infantil é diagnosticada com freqüência em suas diversas

formas, sendo um importante indicador das condições de saúde e da qualidade

de vida de uma população. No Brasil, a desnutrição infantil tem maior

prevalência no Nordeste, há também indícios de microbolsões de desnutrição

em áreas de baixa renda nas grandes cidades das regiões Sul e Sudeste do

Brasil (MONTEIRO, 1997).

No Brasil, nos últimos trinta anos foram realizadas três avaliações

nutricionais de abrangência nacional, são elas: Estudo Nacional de Despesas

Familiar (ENDEF), em 1975-76; Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição

(PNSN), em 1989; e Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS),

em 1996 (FAGUNDES, 2004). Esses estudos servem de subsídio para analisar

e avaliar o estado de saúde e nutrição da população brasileira, pois em 1989 o

PNSN detectou 9,5 milhões de crianças com desnutrição leve, 500 mil

moderada à grave, sendo 15,4% das crianças apresentava desnutrição crônica.

Em 1996, o PNDS encontrou uma percentagem de 10,5% na prevalência de

desnutrição crônica, representando uma situação precária de vida da

população brasileira (LACERDA, et. al, 2002)

A desnutrição é um desequilíbrio nutricional que resulta da falta de

alimentos ou da quantidade dos alimentos apropriados, por um período longo

de tempo. Quando não há o que comer o corpo entra num ciclo vicioso: a falta

de alimentação gera falta de energia e fadiga. Ao perder as forças, a pessoa

deixa de se mexer, de falar, e os mecanismos reguladores da fome deixam de

funcionar: a pessoa não se tem mais a sensação de fome ou sede, e o as

células do estômago se atrofiam. Aos poucos se perde o interesse de convívio

social. A desnutrição severa em seus casos mais sérios, podem provocar

falência dos órgãos, anemia, infecção generalizada e outras patologias graves

até mesmo ocasionar a morte (UNICEF, 2006).

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A Cúpula Mundial da Alimentação de 1996 reuniu 186 países em Roma,

para discutirem propostas e estabelecer metas para reduzir pela metade o

número de desnutridos no mundo até 2015, o que fez com que a FAO a partir

de então, acompanhasse a quantificação da fome no mundo. O PNUD,

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, na mesma linha,

assumiu o compromisso de reduzir pela metade a pobreza extrema no mundo

e através de publicações anuais informa as avaliações sobre o estado de

desenvolvimento humano no mundo, acompanhando indicadores sociais. Os

resultados do último relatório da FAO, “Relatório da Insegurança Alimentar no

Mundo”, relata que pouco tem se evoluído para atingir a meta de Cúpula

Mundial. O número estimado de 826 milhões de pessoas subnutridas no

mundo, para o período 1996-98, não mostrava diferença em relação aos dados

do período anterior, de 1995-97. (UNICEF. 2006).

Um dos mais importantes indicadores da qualidade de vida em um país

é a taxa de mortalidade nos menores de cinco anos, considerada como o

número de crianças que morrem antes de completar cinco anos de idade para

cada mil nascidos vivos.

Quando é feito um levantamento das causas da mortalidade infantil,

observamos que saúde e nutrição são fatores interdependentes, ou seja, só se

tem saúde através de uma boa alimentação e, ao mesmo tempo, é necessário

que o organismo esteja funcionando de forma saudável, para que este possa

aproveitar todos os elementos que uma boa alimentação oferece. Assim,

quando se analisa a causa da mortalidade entre os menores de cinco anos,

difícil é identificar qual a porcentagem de mortes devida à desnutrição e/ou a

carências nutricionais.

Todas as pessoas têm o direito a uma alimentação saudável, acessível,

de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente. Ela deve ser

totalmente baseada em práticas alimentares promotoras da saúde, sem nunca

comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

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Esse é um direito dos brasileiros, o de se alimentar devidamente,

respeitando as particularidades e características culturais de cada região. E o

Brasil, deve ter como meta para seu povo, garantir o direito a Segurança

Alimentar e Nutricional que foi definida na 1ª Conferência Nacional de

Segurança Alimentar (BRASIL, 2004) como sendo:

Segurança Alimentar significa garantir, a todos, condições de acesso a

alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo

permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades, com

base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo para uma

existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da

pessoa humana (BRASIL, 2004, p 12).

Na rotina diária das unidades de saúde da família, normalmente são

realizados registros de medidas antropométricas, fornecendo ao serviço

informações contínuas sobre o estado nutricional da população atendida. Estes

dados por se só, ou quando, combinados com outros indicadores de setores

ligados a economia, educação, social e agricultura, podem subsidiar melhor a

compreensão da problemática nutricional e efetivar políticas de intervenção.

As medidas antropométricas têm sido reconhecidas como um

instrumento eficaz em estudos de Epidemiologia Nutricional em todo o mundo,

essas medidas são um dos métodos mais utilizados no acompanhamento do

desenvolvimento e crescimento em crianças, não só em função da praticidade,

baixo custo e precisão, mas também pela sua importância no diagnóstico

precoce da desnutrição, pois a primeira manifestação deste déficit é a perda

ponderal (MONTEIRO, 1997).

Os dados antropométricos medidos nas unidades de saúde são

organização em um sistema de informação para vigilância do estado nutricional

e da situação da alimentação da população brasileira, essas informações são

processadas e analisadas de forma contínua, que servem para o planejamento

de ações preventivas e o controle dos distúrbios nutricionais da população.

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Esse sistema é conhecido como SISVAN que tem a missão de produzir

um elenco básico de indicadores capazes de sinalizar os eventos de maior

interesse, tais como: disponibilidade de alimentos, aspectos qualitativos e

quantitativos da dieta consumida, práticas de amamentação e perfil da dieta

complementar pós desmame, distribuição do peso ao nascer, prevalência da

desnutrição energético-protéica, de anemias, do sobrepeso, das deficiências de

iodo e de vitamina A e das demais carências de micronutrientes relacionadas

às enfermidades crônicas.

Durante o monitoramento da situação alimentar e nutricional, o SISVAN

deve se concentrar na atenção a gestante e no crescimento e desenvolvimento

das crianças, servindo de eixo para todo trabalho empreendido na rede de

serviços, de forma especial na atenção primária da saúde, inclusive

considerando o compromisso de sua universalidade e equidade.

Diante dos problemas na saúde, na alimentação, na educação e na

assistência social, com o objetivo de contribuir para a redução da mortalidade

infantil e a desnutrição nas famílias mais pobres do país, é criado o Programa

Bolsa Família, que possibilita a transferência direta de renda onde as pessoas

beneficiadas tem um perfil pré-definido dentro das condicionalidades do

programa que é destinado às famílias em situação de pobreza ou extrema

pobreza, que associa à transferência do benefício financeiro a aquisição dos

direitos sociais básicos.

As famílias beneficiadas deverão ser acompanhadas por uma equipe de

PACS/ESF ou por uma unidade básica de saúde. É fundamental que a equipe

de saúde esclareça à família sobre a sua participação no cumprimento das

ações que compõem as condicionalidades da saúde, deixando-a ciente de sua

responsabilidade na melhoria da sua condição de saúde e nutrição (Relatório

Final, 2004).

As Secretarias Municipais de Saúde devem oferecer através dos

profissionais das USF ações de prevenção e promoção da saúde entre elas

podemos citar: pré-natal, vacinação, acompanhamento do crescimento e

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desenvolvimento da criança, Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), além

das atividades educativas em saúde, alimentação e nutrição. Essas ações

fazem parte da Política Pública de Atenção Primária à Saúde, todo município

tem o compromisso de ofertar gratuitamente, aos seus munícipes, esses

serviços de forma universal e equânime, respeitando os princípios do SUS

(Relatório Final, 2004).

O Mapa Diário de Acompanhamento do SISVAN permite a avaliação

nutricional de todas as fases do ciclo de vida (criança, adolescente, adulto,

gestante e idoso). Dessa forma, o município, de acordo com a sua capacidade

técnica e/ou operacional, poderá optar por estender o acompanhamento a

todos os membros das famílias beneficiada com o programa, assim como de

toda a população atendida pelo SUS no município, essa é uma recomendação

do Ministério da Saúde (Relatório Final, 2004).

Baseado na recomendação supracitado, o município deve iniciar o

acompanhamento do SISVAN iniciando com o monitoramento do estado

nutricional das crianças menores de sete anos e das gestantes, e em seguida

poderá planejar-se para uma programação do monitoramento do estado

nutricional das pessoas nas demais fases do ciclo de vida, estas sendo ou não

beneficiadas pelo Programa Bolsa Família.

Diante da determinação do programa, os ESF ficam na incumbência de

fazer a avaliação nutricional das crianças atendidas pelo Programa Bolsa

Família mensalmente. Baseado nesta determinação este trabalho é de extrema

importância, pois através do Mapa de Acompanhamento do SISVAN, pretende

identificar o número e o estado nutricional das crianças inscritas no Programa

Bolsa Família no período de agosto de 2008 a agosto de 2009, bem como

identificar aquelas que estão sendo acompanhadas mensalmente, em uma

Unidade Saúde da Família em São José da Lagoa Tapada –PB, em seguida irá

avaliar e acompanhar a evolução do estado nutricional das crianças com

informações no período de agosto de 2008 e fevereiro e agosto 2009.

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Este trabalho servirá de ferramenta no trabalho das Unidade Saúde da

Família servindo de modelo, para que estas começem aavaliar periódicamente

o estado nutricional das crianças, estas informações devem servir de subsidio

para a elaboração de projetos que viabilize a melhora do estado nutricional

daquelas crianças identificadas como situação de risco ou desnutridas, além de

respeitar as condicionalidade do bolsa família, Este trabalho foi estruturado em

quatro capítulos, análise e discussão dos dados e conclusão, a saber:

- CAPITULO I: Conceito, causas e ações da FOME: este tem o objetivo de

conceituar a fome, identificar, segundo pesquisas e relatórios existentes, os

principais fatores que ocasiona a desnutrição infantil e o que este problema

pode ocasionar na vida desta criança.

- CAPÍTULO II: Panorâmica da desnutrição: Uma concepção a partir do

conceito de segurança alimentar: este retrata a situação da fome no mundo,

suas conseqüências e o que estão fazendo para melhorar esses indicadores,

considerando o alimento um direito humano.

- CAPÍTULO III: Avaliação Nutricional: este descreveu a importância das USF

realizar a avaliação nutricional das crianças de suas áreas adstritas, bem

como, expôs de forma sucinta o por que da importância de avaliar e analisar os

dados obtidos periodicamente, já que esse ação viabiliza a identificação dos

problemas que devem ser discutidos em equipe para ser elaborado um plano

de ação afim de implementar ações que possam promover saúde e prevenir

doenças na população adstrita da USF.

- CAPÍTULO IV: Implementação de Políticas e Programas Públicos como

Medidas Preventivas: este capítulo tem o intuito de informar da importância da

elaboração e implementação das políticas públicas na melhoria das condições

de vida da população, reduzindo as suas diferenças sócio - econômicas.

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CONCLUSÃO

O presente estudo identificou que a desnutrição é um problema sério de

Saúde Pública e que nem todas as crianças são acompanhadas mensalmente

pela USF, pois no primeiro momento da pesquisa, quando foi feito o

levantamento mensal do peso, altura e estado nutricional das crianças inscritas

no Programa Bolsa Família do MS, foi possível observar que havia muitas

lacunas nos meses definidos para o estudo.

Identificando assim que uma das condicionalidade para as crianças

continuarem inscritas no programa não está sendo cumprida, bem como

observou a dificuldade que a USF tem para acompanhar e avaliar o estado

nutricional dessas crianças, pois a USF deveria intervir nos casos em que as

crianças não estivessem com o seu estado nutricional eutrófico, visto que

muitas crianças que foram identificadas com comprometimento nutricional no

início do estudo permaneceram ou agravou o seu estado nutricional ao término

do estudo, isto é, não percebemos diferenças significativas no quadro

nutricional do grupo de crianças avaliadas.

O estado nutricional é resultante de um conjunto de fatores biológicos,

sociais, econômicos, culturais, ambientais e emocionais, com isso, é

necessário que a família das crianças inscritas no Programa Bolsa Família com

comprometimento nutricional, possa juntamente com os profissionais de saúde,

discutir as dificuldades, desenvolver estrátegicas e propor soluções para

melhorar do estado nutricional.

A vigilância alimentar e nutricional será efetiva se houver a formação de

parcerias entre governo e sociedade, com ações não somente na área da

saúde, mas buscando a segurança alimentar e nutricional sustentável, o que

significa proporcionar acesso a uma alimentação digna, com regularidade,

qualidade e em quantidade suficientes. (BRASIL, 2000).

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CAPÍTULO I

A FOME E SUAS IMPLICAÇÕES

Ë considerado que uma pessoa tem fome quando diariamente a

alimentação que esta ingere não supre as necessidades energéticas que o

organismo necessita para realizar suas atividades diárias e a sua manutenção

fisiológica. Neste processo de ingerir uma quantidade de energia menor do que

o corpo necessita diariamente, devido inadequação quantitativa (energia) ou

qualitativa (nutrientes) da dieta ou quando decorre de doenças que interferem

no aproveitamento biológico dos alimentos que são ingeridos as pessoas são

diagnosticadas como desnutridas. Isso ocorre quando os intervalos entre as

refeições são grandes demais ou quando a quantidade ingerida é pequena,

clinicamente o organismo começa a apresentar sintomas de tonturas, mal-

estar, fraqueza e dor no estômago, estes podem ser considerados como sendo

sintomas da fome. (CAPETO, 2005).

Fome e desnutrição são duas coisas bem diferentes, no entanto toda

fome causa a desnutrição, mas nem toda desnutrição se origina da deficiência

energética das dietas, sobretudo na população infantil. Nesta população as

deficiências específicas dos macros e dos micronutrientes são geralmente

ocasionadas devido ao desmame precoce, as condições precárias de higiene

alimentar e devido infecções recorrentes que são causas comuns da

desnutrição infantil. Ainda que não equivalentes, os conceitos de pobreza e

desnutrição são os que mais se aproximam, uma vez que o bom estado

nutricional, sobretudo na criança, pressupõe o atendimento de um leque

abrangente de necessidades humanas, que incluem não apenas a

disponibilidade de alimentos, mas também a diversificação e a adequação

nutricional da dieta, conhecimentos básicos de higiene, condições salubres de

moradia, cuidados de saúde, entre outras (RUSSO, 2006).

Entretanto, desde a realização da 1ª Conferência Mundial sobre

Alimentação, em 1974, organizada pela FAO – Food and Agriculture

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Organization, órgão integrante da Organização das Nações Unidas – ONU, os

governos participantes deste evento firmaram um acordo onde cada país iria

planejar e articular políticas públicas de saúde para garantir o direito a

alimentação saudável, que todo ser humano das mais variadas idades, raças,

cor e etnia, ficando assim resguardados do rico de sentirem fome e

conseqüentemente tornarem–se pessoas desnutridas, pois é através da

alimentação saudável que o ser humano pode se desenvolver de maneira

adequada tanto físico como mental (DOMENE, 2006).

Neste contexto, os objetivos de Desenvolvimento do Milênio, acordados

no foro mundial da Organização das Nações Unidas (ONU), estabeleceram

diretrizes que servem de guia para que os países possam articular e a executar

projetos que promovam o desenvolvimento destes, bem como oportunizou a

articulação entre parceiros sejam eles empresas ou pessoas físicas. As metas

propostas devem ser planejadas e executadas a partir das necessidades

identificadas por escolhas individuais e/ou coletivas de um país, tendo eles o

objetivo de viver em um mundo mais justo e solidário. Mundo este que garanta

a todos os habitantes mais respeito, dignidade e qualidade de vida. E que

essas articulações possa reduzir a fome e a miséria no mundo em 50% para o

ano 2015, esta é a principal meta acordado para o milênio e se formos

otimistas, nos empenhando para tal objetivo, poderemos quem sabe, não

apenas reduzir como eliminar a fome e a miséria do mundo nos próximos anos

(TUBINO, 2007).

Contudo, o documento "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo -

2004" afirmou que, apesar dos esforços em algumas partes do planeta, a meta

de reduzir a fome pela metade até 2015 não está sendo conseguida. A fome e

a desnutrição, segundo o relatório, levam à morte todos os anos de mais 5

milhões de crianças, a maioria dessas mortes ocorrem nos países em

desenvolvimento (BLAIR, 2004, p 1).

Segundo Ramos (2005) existe uma estimativa de que 815 milhões de

pessoas, em todo o mundo anualmente são vítimas de desnutrição crônica ou

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grave subnutrição, a população mais afetada são mulheres e crianças dos

países em desenvolvimento. O flagelo da fome chega a atingir 777 milhões de

pessoas nesses países, 27 milhões nos países em transição e 11 milhões nos

países desenvolvidos (BLAIR, 2004 p 2).

Para Domene (2006) a desigualdade na distribuição de renda dos países

os quais uns são tão ricos e outros tão pobres, deve-se a quantidade de

liberdade econômica que seus povos desfrutam e a extensão do controle do

governo sobre a economia do país.

Por isso pode-se dizer que a desigualdade social é o principal fator da

má distribuição dos alimentos básicos e de outros bens e serviços

minimamente necessários para garantir melhor qualidade de vida para sua

população, infelizmente, sabe-se que em muitos países uns tem tantos e outros

têm tão pouco. Com essa diferença existente no Brasil, nos faz questionar

sobre quais são as causas de pobreza no Brasil, que não devem ser buscadas

nas flutuações de curto prazo da economia. Muito pelo contrário, devem-se as

causas estruturais que é a desigualdade na distribuição de riquezas. Essa

desigualdade é identificada em vários contextos no país, não sendo suficiente

mencionar somente aquelas que determinam diretamente a falta de poder

aquisitivo e acesso aos meios de produção (LEITE, 2003).

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CAPÍTULO II

SEGURANÇA ALIMENTAR: DIREITO DE TODOS

Nos relatórios de Insegurança Alimentar no Mundo 2004, de publicação

anual e elaborada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e

Alimentação, assegura que entre 1990 e 1992 as pessoas famintas, no Brasil,

somavam 18,5 milhões. A soma diminui para 16,5 milhões entre 1995 e 1997 e

15,6 milhões entre 2000 e 2002. Para medir a fome a FAO (Food and

Agriculture Organization) considera a ingestão calórica, a quantidade de

comida disponível e as desigualdades no acesso aos estoques de alimentos

(CAPETO, 2005).

Preocupados com os dados supracitados e com o compromisso de

redução da fome até 2015 no Brasil, foi criada a Lei Orgânica de Segurança

Alimentar e Nutricional aprovada em setembro de 2006 por unanimidade no

Congresso Nacional, esta complementa as ações operacionais e inicia o marco

jurídico ao novo Sistema Nacional de Segurança Alimentar, que garante o

Direito Humano à alimentação no Brasil (TUBINO, 2007).

Portanto, o conceito de segurança alimentar está definido em documento

oficial do Brasil, apresentado na Cúpula Mundial da Alimentação em 1996. O

documento sistematiza o conceito de que a Segurança Alimentar e Nutricional

que significa:

“Garantir a toda população brasileira

acesso a alimentos básicos de qualidade, em

quantidade suficiente, de modo permanente e sem

comprometer o acesso a outras necessidades

essenciais, com base em práticas alimentares

saudáveis. Contribuindo, assim, para uma

existência digna em um contexto de

desenvolvimento integral da pessoa humana”

(LEITE, 2003, p 1).

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Segundo Domene (2003), para efetivação da Política Nacional de

Alimentação e Nutrição serão enfrentadas muitas dificuldades, e o

conhecimento destas devem servir como guia no estabelecimento das metas e

estratégias da política de alimentação e nutrição. Uma dificuldade que

podemos prever, diante da dimensão do problema a ser resolvido é a escassez

de recursos, que levam invariavelmente a realocações e as revisões dos

investimentos inicialmente previstos para o setor saúde, e que

conseqüentemente comprometerá o fluxo de execução dessa política,

causando uma desarticulação das informações sobre os indicadores

nutricionais, que pode identificar a carência nos investimentos prioritários dos

projetos ou, eventualmente, duplicação de gastos. Soma-se a isto a diminuição

na capacidade de inclusão dos resultados decorrentes dos financiamentos para

a reorganização e o planejamento continuado de ações, por isso no momento

de elencar as metas a serem atingidas, um modelo lógico deve ser elaborado

para ser utilizado periodicamente com propósito de evitar erros e para que

possa continuamente ser avaliado e modificado.

Na implementação da Política Nacional de Segurança Alimentar e

Nutricional no Brasil, a fim de propiciar a população brasileira o Direito Humano

à Alimentação, alguns conceitos como fome, como insegurança alimentar,

como desnutrição, como subnutrição e etc, foram bem definidos no debate

técnico e político durante o seu o planejamento. Esses conceitos estando bem

definidos foram identificados os indicadores que seriam monitorados e

avaliados no processo de mudanças da situação alimentar e nutricional da

população brasileira. No último momento da discussão, houve uma dedicação

na formulação de diretrizes e metas a serem alcançadas em relação a cada um

dos indicadores e dos prazos necessários para fazê-lo, de forma coesa a fim

de garantir a efetividade e a eficácia das ações (VALENTE, 2006).

Neste contexto, o estado nutricional da população é um importante

indicador de saúde de uma determinada comunidade, essa avaliação serve

como instrumento para identificar a freqüência e a intensidade dos agravos

nutricionais dessa população (SOARES, 2006).

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Ao longo do tempo, no Brasil ocorreu alterações no perfil nutricional e

educacional da população, isso foi ocasionado devido às transformações de

ordem econômica, social e demográfica pelas quais têm passado a sociedade

brasileira nas últimas décadas, no entanto a desnutrição ainda continua sendo

uma preocupação da saúde infantil. Os dados obtidos pela Pesquisa Nacional

sobre Demografia de Saúde (PNDS, 1996) revelaram que, entre os menores de

dez anos de idade, a natureza da desnutrição é de caráter crônico, com

prevalência variando entre 8,1% e 27,3% dependendo da região onde foi

estudado. Esses dados confirmam que a população brasileira continua

apresentando baixos níveis de saúde e nutrição, retratando as diferenças

sociais e econômicas que existem na nossa sociedade (FERNANDES, 2003).

No entanto, alguns estudos nacionais foram realizados nestas duas

últimas décadas e mostraram que apesar das diferenças sociais ainda

existentes no Brasil, estes identificaram uma redução progressiva da

prevalência da desnutrição infantil. Informações de 1996 apontam para uma

prevalência de 10,5% de nanismo nutricional na população menor de 5 anos e

de 5,6% de baixo peso para idade. Isto significa que cerca de um milhão e

meio de crianças ainda apresentam desnutrição no país. A situação do

Nordeste brasileiro é muito mais grave, com índice duas vezes mais alto que a

média nacional (MONTEIRO, 2000 apud VALENTE, 2003).

Mesmo com a contínua redução na incidência da desnutrição infantil,

não podemos nos dar por satisfeitos, pois este é um problema muito sério a ser

enfrentado no país e muito ainda tem que ser feito para alcançar o

compromisso pactuado de reduzir a fome em 2015. No entanto um dos pontos

que merecem atenção é a forma como os casos de desnutrição infantil estão

distribuídos pelo país. Dentro do universo, que corresponde a cerca de 40% da

população brasileira, as crianças menores de dois anos, representam o grupo

mais vulnerável à desnutrição. Essa informação deve ter a devida importância

nos momentos de planejamento das ações a fim de atingir essa população de

risco com maior prioridade, visto que equidade é um dos princípios que rege o

Sistema Único de Saúde (SUS) e este deve ser respeitado. (UNICEF, 2006).

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CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE NA REDUÇÃO DA

DESNUTRIÇÃO

No Brasil, atualmente a Atenção Primária a Saúde é implementada

através da Estratégia Saúde da Família (ESF), esta tem o objetivo de contribuiu

para a redução da mortalidade infantil e a internação hospitalar, bem como

aumentar a quantidade de gestantes que chegam saudáveis e bem informadas

ao parto (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA, 2005).

As equipes saúde da família é formadas por multiprofissionais composta

por um médico generalista, uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem e de

4 a 6 agentes comunitários de saúde (o número de agentes comunitários varia

de acordo com o número de pessoas sob a responsabilidade da equipe). O

Ministério da Saúde recomenda que uma equipe faça o acompanhamento de,

no máximo, 4.500 pessoas. Em média, uma equipe do PSF atende a 3.450

pessoas.

A ESF estando adequadamente implantado nos municípios, com

profissionais capacitados e integrado ao sistema municipal de saúde, o

programa tem condições de solucionar até 85% dos casos dos problemas de

saúde da população acompanhada (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO

BÁSICA, 2005).

Os principais resultados desta estratégia dar-se através da forma de

atendimento da população atendida pela equipe, já que cada ESF é

responsável pela população residente em um território definido, que pode ser

um bairro ou parte de um bairro, que está cadastrada em uma unidade de

saúde.

O trabalho da ESF inicia com o cadastramento das famílias, realizado

pelos agentes comunitários. Baseado neste cadastro cada equipe de Saúde da

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Família faz o diagnóstico local sobre as condições sociais, demográficas e

epidemiológicas. Com este são identificados os principais problemas de saúde

prevalentes e situações de riscos identificados, a equipe deve elaborar um

plano de ação onde toda a equipe deve participar, este deve contemplar ações

de promoção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças.

Dentre as várias ações executadas pela Saúde na Atenção Primária dos

municípios brasileiros, através do trabalho das ESF, está inserido na sua rotina

procedimentos de avaliação e de monitoramento do estado nutricional das

crianças menores de sete anos de idade, para que os profissionais de saúde

da ESF possam identificar quais crianças apresentam riscos de desordem

nutricional. Dentre as classificações dos tipos de desnutrição, temos a

energético – protéico (DEP) que é considerado um dos principais problemas de

saúde coletiva em escala mundial, por sua magnitude, suas conseqüências

biológicas e seus danos sociais têm também a desnutrição protéica em menor

magnitude, mas que ocasiona seqüelas irreversíveis à criança (UNICEF, 2006).

O estado nutricional infantil é resultado do consumo alimentar e o estado

de saúde da criança.

“Esses fatores dependem da disponibilidade

de alimento no domicílio, da salubridade do

ambiente e do cuidado destinado à criança. Essa

situação requer da família uma sobrecarga de

responsabilidade que, na maioria das vezes, não

está ao seu alcance, pois se relaciona

principalmente com a renda familiar e a

necessidade de serviços públicos de saúde

comprometidos com a clientela, o que no Brasil

ainda é utopia” (FROTA, M.A.; BARROSO, M. G.

T., 2005).

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Diante dessa afirmação, pode-se dizer que a desnutrição infantil deve

ser considerada de forma mais abrangente, observando todo o contexto

familiar no qual a criança está inserida. Varia de acordo com a pessoa, o local

onde vive, o nível socioeconômico, político, a formação religiosa e, ainda, a

questão cultural. Tudo isto vai influenciar no modo de cuidar da criança

desnutrida (FROTA, M.A.; BARROSO, M. G. T., 2005).

O estado nutricional influencia diretamente nos riscos de

morbimortalidade e no crescimento e desenvolvimento infantil, tornando

importante uma avaliação nutricional dessa população mediante procedimentos

diagnósticos que possibilitem precisar a grandeza, o comportamento e os

determinantes dos agravos nutricionais, assim como identificar os grupos de

risco e as intervenções adequadas (CASTRO, T. G.; et al., 2005).

A antropometria, por ser um método de fácil execução e baixo custo, tem

sido o mais utilizado para o classificar o diagnóstico nutricional populacional,

principalmente na infância (TEIXEIRA, J. C.; HELLER, L., 2004).

Mediante a necessidade desse acompanhamento, todo profissional de

saúde da Atenção Primária deve realizar mensalmente a avaliação

antropométrica, procedimento este que consiste na análise comparativa entre

as dimensões físicas e a composição global do corpo humano. As medidas

antropométrica tem sido utilizada pelos profissionais de saúde como o método

isolado e não invasivo mais utilizado e preciso para o diagnóstico nutricional

com relação à população, sobretudo na infância e na adolescência, pela

facilidade de execução, baixo custo e inocuidade (FELTRIN et al., 2003).

Nesse contexto, através da idade, do peso e da estatura, é possível

calcular os três índices antropométricos preconizados pela Organização

Mundial de Saúde: peso/idade (P/I); estatura/idade (E/I) e peso/estatura (P/E);

utilizando-se o percentil ou os escores Z. As curvas de crescimento do National

Center for Health Statistics (NCHS), comumente utilizadas, em 2000 foram

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revisadas e sofreram algumas modificações, tal como: inclusão de duas novas

curvas de IMC para a faixa etária de 2 a 20 anos (FELTRIN et al, 2003).

Ou seja, as novas curvas de crescimento da Organização Mundial de

Saúde apresentam diversos aspectos inovadores. Ao contrário das referências

tradicionais, como a referência NCHS/OMS, que são primariamente descritivas

de uma determinada amostra populacional, as novas curvas são prescritivas,

ou normativas. Em outras palavras, as novas curvas se baseiam no estado da

arte do conhecimento atual sobre nutrição infantil para definir o que seria um

crescimento ideal para crianças pequenas, tanto em termos de alimentação

como em termos da ausência de restrições econômicas ou ambientais ao

potencial genético de crescimento. Portanto, as novas curvas representam

padrões normativos de crescimento, e não apenas referências (VICTORA,

2007).

Desta forma, as novas curvas de crescimento da Organização Mundial

de Saúde tornam-se uma ferramenta técnica robusta para medir, monitorar e

avaliar o crescimento de todas as crianças mundialmente, independente da

origem étnica, situação sócio-econômica ou tipo de alimentação. Desnutrição,

sobrepeso, obesidade e condições associadas ao crescimento e à nutrição

podem ser detectadas e encaminhadas precocemente a criança a Unidade

Saúde da Família.

Estes padrões são para todas as crianças, não apenas para o uso com

alguns grupos. Os padrões fornecem tudo que aponta para a melhoria de

saúde das crianças, através do uso dessa poderosa ferramenta no

acompanhamento e na avaliação do estado nutricional das crianças. Com este

recurso, pais, profissionais de saúde e gestores de políticas públicas tomarão

conhecimento dos padrões que constitui uma boa nutrição, saúde, e

desenvolvimento. Os padrões fornecem fortes evidências para a proteção,

promoção e suporte do direito de cada criança a desenvolver seu pleno

potencial (BARBOSA, 2006).

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O tratamento de um paciente diagnosticado como desnutrido irá

depender da sua classificação e da gravidade da doença, sendo os principais

objetivos do plano terapêutico, a recuperação do seu estado nutricional,

normalização das alterações orgânicas ocasionadas pela desnutrição e,

promoção do crescimento e o ganho de peso (RECINE, E.; RADAELLI, P).

Na implantação do plano terapêutico, deve ser inserido ações

estratégicas de educação em saúde que se proponha a prover informações aos

indivíduos para promover uma decisão informada sobre os riscos à saúde, o

indivíduo passa a ser o maior responsável pela sua saúde, ou melhor, o

“culpado pela sua doença” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Assim, podemos considerar que a educação, no contexto domiciliar,

permite a promoção da saúde e a qualidade de vida das crianças e de seus

familiares (XIMENES, L. B.; et al., 2004).

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CAPÍTULO IV

IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS PÚBLICOS COMO

MEDIDAS PREVENTIVAS

Ter os parâmetros individuais e populacionais da fome, da má

alimentação, da desnutrição é imprescindível para orientar na elaboração e na

implementação de políticas e programas públicos capazes de promover um

desenvolvimento humano sustentável, que tenham como um dos eixos centrais

a redução das desigualdades sociais e econômicas e a erradicação da fome.

Para isto, esta mensuração deve ser feita respeitando toda a técnica e que a

partir de uma nova conceituação que incorpore a dimensão da indivisibilidade

dos direitos humanos e da visão de mundo das populações excluídas, e tenha

como princípio e finalidade última a universalização da humanidade

(VALENTE, 2006).

De acordo com Blair (2004), a alimentação é um direito elementar de

todo ser humana sendo uma condição básica para que as pessoas tenham

saúde, permitindo subseqüentemente que estas pessoas tenham condições de

almejar outros direitos, e desejos de uma vida melhor. Cuidar para que esse

direito seja almejado não necessita de assistencialismo, e sim a promoção e o

reconhecimento de todos os direitos elementares e este é um movimento que

tem raízes históricas na sociedade brasileira. Na Constituição Federal

Brasileira de 1988, preconiza que alimentação é um direito básico de toda a

população brasileira.

Nessa perspectiva, surgiu à estratégia do Programa Fome Zero, lançada

em 2003, que de imediato, conseguiu colocar o tema da fome e da subnutrição

crônica na agenda política brasileira e internacional. Começou-se então, a

discutir como assegurar o direito humano à alimentação adequada das

pessoas com dificuldade de acesso aos alimentos necessários.

O processo de implementação do Programa Fome Zero é complexo,

pois obriga as pessoas a refletirem sobre as ações do Estado, integrando

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ações através da transversalidade entre os diversos ministérios e a integração

vertical entre as ações do governo federal com os governos estaduais e

municipais. Também significa a elaboração de políticas emancipatórias, de

inclusão social, e parcerias do governo com a sociedade civil organizada e o

setor empresarial. A diretriz do Programa Fome Zero de complementar ações

compensatórias com ações geradoras de renda é considerado pela

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como

um acerto estratégico que merece ser replicado em outros países (TUBINO,

2007).

Para execução do Projeto Fome Zero é necessário a articulação de uma

série de medidas que devem ser competentemente coordenadas para que os

objetivos da segurança alimentar e do bem-estar nutricional sejam

definitivamente incorporados no exercício de um novo modelo de

desenvolvimento econômico, social, político e cultural do Brasil. O "Projeto

Fome Zero" pode ser emblemático neste sentido, tornando-se o centro de

gravitação de uma proposta de mudanças que assuma como meta final abolir a

linha de exclusão que demarca e deforma a sociedade brasileira. Para que isso

ocorra, é necessário um comprometimento muito grande de toda a equipe

nacional envolvida no projeto, tarefa fácil, pois envolve muitas pessoas com

cultura e comportamentos distintos, mais vale a pena iniciar a caminhada para

corrigir e resgatar esta dívida (BATISTA, 2003).

Para Russo (2006) extinguir a pobreza, fortalecer a democracia e

construir um estado de bem estar social sustentável demanda um novo padrão

de desenvolvimento com justiça social em todo o mundo. Especificamente no

Brasil, existe a necessidade de intensificar a retomada do crescimento

econômico com distribuição de renda e o surgimento dos empregos

necessários, principalmente para a juventude.

Precisa investir mais intensamente em geração de conhecimento e

tecnologia, com ênfase na qualidade da educação, de modo a criar as

premissas para o desenvolvimento sustentável de novo tipo e melhores

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oportunidades e condições de vida para a população. É preciso, igualmente,

consolidar a rede de proteção e promoção social em construção no Brasil,

garantindo políticas públicas de saúde, previdência e assistência social, tendo

como centralidade a família em determinado território e fortalecendo os laços

familiares e comunitários, bem como os mecanismos institucionais de atenção

integral às pessoas mais vulneráveis, sejam crianças, adolescentes, idosos ou

pessoas com deficiência.

Diante das necessidades supracitadas, o país encontra-se num

processo de transformação e requer um momento estratégico para a

reorganização das ações em nutrição, notadamente influenciado pelo debate

em torno do Programa Fome Zero e pelo envolvimento da sociedade,

ingredientes básicos para o estabelecimento de um plano de sucesso. Resta,

contudo, ampliar a participação das universidades, pesquisadores e

comunidade civil, que não deve se omitir da reflexão, do debate, da formulação

de propostas e do acompanhamento das ações (DOMENE, 2006).

Ou seja, a de dar sua contribuição para a construção de um novo

modelo almejado para o desenvolvimento do país. Nenhum governo, sem o

apoio efetivo da maioria da sociedade brasileira, será capaz de atingir esta

meta. São imensos os desafios nacionais e internacionais que terão que ser

ultrapassados para que consigamos efetivamente reduzir as brutais

desigualdades que maculam a humanidade e cidadania de todos. Contudo, o

Brasil necessita mais do que um projeto de combate à fome, precisa de uma

política nacional de promoção de alimentação, nutrição e modo de vida

saudável, enquanto parte integrante de um processo de desenvolvimento

humano sustentável, com a meta central de promover a dignidade humana e a

redução da discriminação e das desigualdades (VALENTE, 2006).

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CAPÍTULO V

ANÁLISE E DISCUSSÕES

A pesquisa desenvolveu-se a partir da análise das 54 crianças que

compõem a amostra do estudo, estas foram diagnósticadas segundo seu

estado nutricional, nos meses de agosto de 2008 e fevereiro e agosto de 2009

e do total das crianças analisadas, 18 (33,33%) estavam com

comprometimento nutricional, sendo em seguida, avaliadas segundo evolução

do seu estado nutricional nos mês do estudo.

A avaliação mensal do estado nutricional das 54 crianças estão

representadas nos Gráficos 1, 2 e 3 abaixo.

GRÁFICO 1 – Diagnóstico do estado nutricional das crianças inscritas

no Programa Bolsa Família acompanhadas na Unidade de Saúde da Família

de São José da Lagoa Tapada – PB no mês de Agosto de 2008.

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A partir da análise do Gráfico 1 do mês de agosto de 2008, percebe-se

que do total de crianças analisadas em relação ao estado nutricional, 32

crianças (71%) apresentam-se Eutrófico; 10 crianças (22%) apresentam-se

Risco Nutricional; 2 crianças (4,4%) apresentam-se Baixo peso e 1 criança

(2,2%) apresenta Muito baixo peso.

Os dados informam que 29% das crianças, amostra de estudo,

apresentam risco nutricional que pode contribuir significativamente para o

aumento da morbimortalidade e prejudica o desenvolvimento adequado destas.

A desnutrição limita seriamente a capacidade produtiva e intelectual das

crianças, já que são mais vulneráveis em relação aos aspectos fisiológicos e

biopsicossociais (RODRIGUES ET AL, 2002)

GRÁFICO 2 – Diagnóstico do estado nutricional das crianças inscritas

no Programa Bolsa Família acompanhadas na Unidade de Saúde da Família

de São José da Lagoa Tapada – PB no mês Fevereiro de 2009.

Na análise do Gráfico 2 do mês de fevereiro de 2009, pode-se observar

que do total de crianças analisadas em relação ao estado nutricional, 29

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crianças (64,4%) encontram-se Eutrófico; 12 crianças (26,6%) apresentam-se

Risco Nutricional; 4 crianças (8,8%) apresentam-se Baixo peso.

Em relação as informações do Gráfico 1, percebe-se que o número de

crianças com risco nutricional aumento, essa condição é influenciada por uma

serie de fatores sociais e econômicos. A unidade de saúde que acompanha

essas crianças devem estar atentas a esses fatores afim de minimizar e intervir

nos danos causados pela desnutrição a essas crianças.

GRÁFICO 3 – Diagnóstico do estado nutricional das crianças inscritas

no Programa Bolsa Família acompanhadas na Unidade de Saúde da Família

de São José da Lagoa Tapada – PB no mês de Agosto de 2009.

A partir do gráfico 3 do mês de agosto de 2009 ponto final da pesquisa,

percebe-se que do total de crianças analisadas em relação ao estado

nutricional, 32 crianças (71%) apresentam-se Eutrófico; 6 crianças (13,3%)

apresentam-se Risco Nutricional; 7 crianças (15,5%) apresentam-se Baixo

Peso.

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A análise dos três gráficos supracitados percebeu-se que em agosto de

2009 e agosto de 2008, o percentual de 71% de crianças eutróficas era igual

nos dois meses, em relação às crianças com risco nutricional no mês de agosto

2008 existiam 22% e em agosto de 2009 existiam 13,3% nesse período houve

uma diminuição no número de crianças com risco nutricional, no entanto, o

número de crianças com baixo peso no mês de agosto de 2009 aumentou em

11.1% o número em relação ao agosto de 2008, o que demonstra um aumento

considerável no comprometimento do estado nutricional dessas crianças,

Dessas crianças com comprometimento nutricional foi feita uma análise

individualizada do seu estado nutricional, para isso, durante a análise as

crianças foram caracterizadas com uma letra do alfabeto, para uma melhor

interpretação dos resultados que podem ser observados nos Gráfico 4, 5 e 6

abaixo.

GRÁFICO 4- Evolução positiva do estado nutricional das crianças

inscritas no Programa Bolsa Família acompanhadas na Unidade de Saúde da

Família de São José da Lagoa Tapada – PB, com comprometimento do seu

Estado Nutricional.

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A partir do Gráfico 4 podemos verificar uma evolução positiva no estado

nutricional das crianças D, G e N, visto que a criança D evoluiu de um quadro

de muito baixo peso para uma situação de baixo peso, no período de agosto de

2008 a agosto de 2009. O mesmo aconteceu com a criança G, que passou de

um quadro de risco nutricional, apresentado em agosto de 2008, a um quadro

de eutrofia em agosto de 2009. Este mesmo comportamento evolutivo ocorreu

com a criança N, que passou do risco nutricional para eutrofia no mesmo

período. Contudo ocorreu de maneira um pouco diferenciada, já que a melhora

do estado nutricional desta criança ocorreu em um menor período de tempo (de

agosto de 2008 a fevereiro de 2009 esta criança já havia apresentado melhora

do estado nutricional) do que a criança G. Em suma, através da análise do

gráfico é possível diagnosticar evolução positiva do estado nutricional das 3

crianças, tendo as crianças D e N apresentado melhora do estado nutricional

em menor intervalo de tempo (6meses) do que a criança G (1 ano).

GRÁFICO 5-Evolução negativa do estado nutricional das crianças inscritas no

Programa Bolsa Família acompanhadas na Unidade de Saúde da Família de

São José da Lagoa Tapada – PB, com comprometimento do seu Estado

Nutricional.

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A partir do Gráfico 5 podemos verificar uma evolução negativa no estado

nutricional das crianças A, C, F, O e R, visto que a criança A, C e O evoluiu de

um quadro de risco nutricional para uma situação de baixo peso, no período de

agosto de 2008 a agosto de 2009. O mesmo aconteceu com a criança R, que

passou de um quadro nutricional de eutrofia apresentado em agosto de 2008,

para um quadro de risco nutricional em agosto de 2009 e a criança F, é a que

merece maior atenção, pois apresentou uma involução acentuada do seu

estado nutricional que em agosto de 2008 apresentava um quadro de eutrofia,

apresentou em fevereiro e agosto de 2009 um quadro nutricional de baixo

peso. Contudo essa evolução negativa ocorreu de maneira um pouco

diferenciada, já que a evolução negativa das crianças F, O e R permaneceu a

mesma de fevereiro a agosto de 2009, já as crianças A e C permaneceu em

fevereiro de 2009 com o mesmo estado nutricional do início da pesquisa e em

agosto de 2009 foi que apresentou um comprometimento maior no seu estado

nutricional.

GRÁFICO 6 - Crianças com comprometimento do seu Estado Nutricional

inscritas no Programa Bolsa Família acompanhadas na Unidade de Saúde da

Família de São José da Lagoa Tapada que permaneceram com seu Estado

Nutricional.

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A partir do Gráfico 6 podemos verificar que durante a pesquisa as

crianças B, E, I, L, M, Q, P, H e J apresentaram no início e fim do estudo o

mesmo estado nutricional sendo que a criança P em agosto de 2008

apresentava um quadro nutricional de baixo peso e em fevereiro de 2009

houve uma melhora no seu estado nutricional evoluindo para risco nutricional,

no entanto em agosto de 2009 voltou a apresentar baixo peso. Já as crianças

H e J aconteceram o inverso da criança P, pois no início da pesquisa estavam

eutróficas e em fevereiro apresentou um quadro de risco nutricional, no entanto

no mês de agosto de 2009 houve uma melhora nos seus estados nutricional

evoluindo para eutróficas.

Com essa análise desses dados, percebe-se que os profissionais de

saúde da ESF devem estar atentos a esses indicadores e pesquisar as causas

destes resultados, buscar parcerias com outros setores da prefeitura e tentar

mudar a realidade deste indicador. A ESF deve envolver toda a comunidade do

município de São José da Lagoa Tapada a reivindicar a criação de Projetos

que minimize essa problemática, incentivando a participação popular, bem

com, a ESF deve elaborar planos de cuidados baseados no diagnóstico

epidemiológico da sua área adstrita a fim de minimizar os problemas existentes

de forma organizada e efetiva.