Perfil dos participantes de corridas de aventura no Brasil

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Esta pesquisa, do tipo descritiva, tem como objetivo principal estudar e analisar o mercado de corridas de aventura no Brasil, com base em dados primários de participantes de corridas de aventura coletados por meio de um formulário eletrônico disponibilizado na Internet. Segmentou-se e identificaram-se as características demográficas dos participantes de corridas de aventura, e levantou-se a média de recursos gastos individualmente por ano, assim como traçou-se o perfil demográfico desses mesmos participantes. Responderam ao questionário 98 pessoas no segundo semestre de 2004 e 95 pessoas no segundo semestre de2005. Os dados foram tabulados e reunidos em gráficos para posterior análise. A pesquisa revelou que o participante de corridas de aventura é jovem, solteiro, de poder aquisitivo mediano e a maioria tem escolaridade acima de ensino médio. Deposse dos dados procurou-se analisá-los à luz dos quatro P’s do composto de marketing. Finalmente foi feito um esboço de plano de marketing, visando aumentar a participação do público em provas de corridas de aventura.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA FACULDADE DE GESTO E NEGCIOS CURSO DE ADMINISTRAO

RELATRIO DE EQUIVALNCIA NO ESTGIO SUPERVISIONADO

PERFIL DOS PARTICIPANTES DE CORRIDAS DE AVENTURA NO BRASIL

Aluno: Mauro Srgio Caparelli de Castro Matrcula: 3982023-4

UBERLNDIA 2006

PERFIL DOS PARTICIPANTES DE CORRIDAS DE AVENTURA NO BRASIL

Relatrio apresentado Faculdade de Gesto e Negcios, da Universidade Federal de Uberlndia, em atendimento disciplina Estgio Supervisionado, uma das exigncias curriculares para colao de grau de Bacharel em Administrao.

Aluno: Mauro Srgio Caparelli de Castro Data de Nascimento: 18/Junho/1975 CPF: 038.965.786-77 Identidade: M-7.516-927 Perodo da equivalncia do Estgio: de 01/Junho/2004 a 05/Maio/2006 Orientador Didtico: Profa. Dra. Stella Naomi Moriguchi

Uberlndia, 11 de Maio de 2006

Banca de Avaliao:

Profa. Dra. Stella Naomi Moriguchi Presidente

Prof. Dr. Edison Mello Jr.

Prof. Dr. Joo Bento de Oliveira Filho

Coordenador de Estgio: Prof. MSc. Marcos Roberto Alves da Silva

AVALIAO DO RELATRIO DE EQUIVALNCIA DO ESTGIO PERFIL DOS PARTICIPANTES DE CORRIDAS DE AVENTURA NO BRASIL Aluno: Mauro Srgio Caparelli de CastroCATEGORIAS Desenvolvimento individual e domnio terico

Matrcula: 3982023-4NOTA

Estruturao e Apresentao Desenvolvimento Prtico

ITENS AVALIADOS Conhecimento e uso dos conceitos relacionados ao tema apresentado Qualidade do material bibliogrfico, em termos de atualizao, abrangncia e profundidade Propriedade no aproveitamento do material bibliogrfico Desenvolvimento do plano de trabalho Observncia da metodologia cientfica Coerncia e clareza na apresentao das idias Capacidade de sntese Capacidade de anlise crtica e de realizar proposies objetivas a partir desta anlise Capacidade de interpretao e redao Percepo das caractersticas e dos problemas da rea em que atuou Capacidade de identificar problemas, projetar solues e sugerir mudanas Aplicabilidade do estudo realizado e das sugestes

NOTA FINAL:Aprovado na ntegraAprovao da reviso final pelo Orientador:

Aprovado com Ressalvas

ReprovadoEm: ........../.........../ ............

Uberlndia, 11 de Maio de 2006 BANCA:

Profa. Dra. Stella Naomi Moriguchi (Orientadora/Presidente)

Prof. Dr. Edison Mello Jr.

Prof. Dr. Joo Bento de Oliveira Filho

PERFIL DOS PARTICIPANTES DE CORRIDAS DE AVENTURA NO BRASIL

Autor: Mauro Srgio Caparelli de Castro

Matrcula: 3982023-4

Orientadora: Profa. Dra. Stella Naomi Moriguchi

Esta pesquisa, do tipo descritiva, tem como objetivo principal estudar e analisar o mercado de corridas de aventura no Brasil, com base em dados primrios de participantes de corridas de aventura coletados por meio de um formulrio eletrnico disponibilizado na Internet. Segmentou-se e identificaram-se as caractersticas demogrficas dos participantes de corridas de aventura, e levantouse a mdia de recursos gastos individualmente por ano, assim como traou-se o perfil demogrfico desses mesmos participantes. Responderam ao questionrio 98 pessoas no segundo semestre de 2004 e 95 pessoas no segundo semestre de 2005. Os dados foram tabulados e reunidos em grficos para posterior anlise. A pesquisa revelou que o participante de corridas de aventura jovem, solteiro, de poder aquisitivo mediano e a maioria tem escolaridade acima de ensino mdio. De posse dos dados procurou-se analis-los luz dos quatro Ps do composto de marketing. Finalmente foi feito um esboo de plano de marketing, visando aumentar a participao do pblico em provas de corridas de aventura.

Palavras chaves: 1) Corrida de aventura; 2) Turismo de eventos esportivos; 3) Marketing; 4) Segmentao de mercado.

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SumrioIntroduo.........................................................................................................8 Metodologia.................................................................................................10 Captulo 1 Reviso Bibliogrfica ..................................................................13 Tempo livre e o lazer nas sociedades modernas ........................................13 Mercado de turismo esportivo e de eventos esportivos ..............................15 Segmentao de mercado ..........................................................................17 Os 4Ps do mix de marketing ......................................................................18 Captulo 2 Anlise da Pesquisa ...................................................................20 Anlise dos dados .......................................................................................20 Informaes sobre o perfil .......................................................................20 Informaes sobre corridas de aventura .................................................30 Limitaes ...................................................................................................42 Esboo de um plano de marketing baseado nos 4Ps ................................43 Produto ....................................................................................................43 Promoo ................................................................................................46 Preo .......................................................................................................48 Praa .......................................................................................................50 Consideraes finais ......................................................................................51 Referncias bibliogrficas...............................................................................52 Anexo 1 Formulrio de pesquisa .................................................................54 Anexo 2 Exemplo de amostra recebida .......................................................58 Anexo 3 - Comenrios dos sujeitos das pesquisas de 2004 e de 2005..........60 Comentrios do levantamento de dados de 2004.......................................60 Comentrios do levantamento de dados de 2005.......................................65 Anexo 4 - Lista de equipamentos obrigatrios................................................70 Anexo 5: Reproduo das fontes bibliogrficas provenientes da Internet ......74

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Lista de figuras, grficos e tabelasFigura 1: carta topogrfica fornecida pela organizao da segunda etapa do circuito EMA Series 2002, ocorrido na regio de Paranapiacaba ....................................9

Grfico 1: Sexo dos participantes de 2004 e de 2005...............................................21 Grfico 2: Idade dos participantes em 2004 e em 2005 ............................................22 Grfico 3: nmero de participantes de cada Estado..................................................22 Grfico 4: Escolaridade dos participantes de 2004 e de 2005 ..................................23 Grfico 5: Estado civil dos sujeitos pesquisados em 2004 e em 2005 ......................24 Grfico 6: quantidade de filhos por participante ........................................................25 Grfico 7: Estgio no ciclo de vida da famlia............................................................26 Grfico 8: Ocupao dos participantes em 2004 e em 2005.....................................27 Grfico 9: Renda mdia individual mensal ................................................................28 Grfico 10: Esportes citados pelo menos duas vezes pelos participantes ................29 Grfico 11: Como teve contato com as corridas de aventura pela primeira vez........30 Grfico 12: participao em escolas de preparao de corridas de aventura. ..........31 Grfico 13: Distribuio da participao em escolas de preparao para corridas de aventura .............................................................................................................32 Grfico 14: Nmero de atletas que participaram de corridas em cada regio em 2004 ...........................................................................................................................33 Grfico 15: Nmero de atletas que participaram de corridas em cada regio em 2005 ...........................................................................................................................33 Grfico 16: Nmero de apoiadores que participaram de corridas em cada regio em 2004 ...................................................................................................................34 Grfico 17: Nmero de apoiadores que participaram de corridas em cada regio em 2005 ...................................................................................................................34 Grfico 18: Nmero de provas disputadas como atleta em 2004 e em 2005 ............35 Grfico 19: Nmero de provas disputadas como apoiador em 2004 e em 2005.......36

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Grfico 20: Preferncia em relao distncia percorrida com dados de 2004 e de 2005 ...................................................................................................................37 Grfico 21: Gasto com equipamentos individuais nos ltimos 12 meses, com dados de 2004 e de 2005 .............................................................................................37 Grfico 22: Gasto com servios individuais nos ltimos 12 meses, com dados de 2004 e de 2005 ..................................................................................................38 Grfico 23: Freqncia com que pessoas prximas acompanham em viagens, com dados de 2004 ...................................................................................................39 Grfico 24: Freqncia com que pessoas prximas acompanham em viagens, com dados de 2005 ...................................................................................................40

Tabela 1: Montante gasto com equipamentos individuais e servios (em Reais), com dados de 2004 e de 2005...................................................................................39 Tabela 2: Distncia mxima e tempo mximo de algumas provas de corrida de aventura. Fonte: coberturas realizadas pelo Webventure (2006).......................45 Tabela 3: Relao de alguns materiais exigidos em provas de corridas de aventura com trecho noturno. Os preos foram retirados dos stios www.arcoeflecha.com.br e www.shopnautico.com.br em 02/Maio/2006. ..........49 Tabela 4: Reproduo das fontes bibliogrficas provenientes da Internet ................74

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IntroduoNos ltimos anos, com o processo de globalizao, tem-se notado um movimento de mutao e uma reestruturao da sociedade que do novos significados ao mundo em que vivemos (FERREIRA, 2003). Como a preservao da natureza vem sendo discutida freqentemente na atualidade, esportes de aventura e o contato com a natureza aparecem cada vez mais na mdia e comeam a fazer parte de nosso cotidiano. Nesse contexto surge a corrida de aventura, que movimenta um grande mercado consumidor qualificado e com alto poder aquisitivo. uma modalidade esportiva que rene vrios esportes como, por exemplo, corrida, canoagem, mountain-bike, natao, tcnicas verticais de asceno e descenso e cavalgada. O objetivo chegar a pontos de controle determinados pela organizao da prova no menor tempo, orientando-se apenas por carta e por bssola. A Figura 1 traz um exemplo de carta topogrfica utilizada nesse tipo de esporte. A corrida de aventura disputada entre equipes, geralmente composta por quatro componentes, com integrantes de ambos os sexos. Algumas provas aceitam equipes de dois ou trs participantes. Algumas etapas necessitam, alm dos corredores nas equipes, de pessoal de apoio. Dependendo da prova, esse pessoal de apoio tem o papel de auxiliar a equipe no transporte de alimentos e equipamentos, como bicicletas ou caiaques, em alguns pontos de controle ou em reas de transio.1 Em outras etapas, o apoio pode tambm participar de miniprovas, somando pontos para a equipe. Geralmente, so realizadas vrias etapas em diferentes cidades, durante o perodo da competio, como no Circuito BrasilWild 2005 (BRASILWILD, 2006) e no Circuito Catarinense de Corrida de Aventura (SUL BRASILIS, 2006), nos quais as equipes acumulam pontos em cada etapa. Normalmente, os organizadores buscam lugares onde a natureza est preservada e h possibilidade de reunir vrias modalidades.

rea de transio (AT) um ponto de controle (PC) onde ocorre a troca de uma modalidade esportiva. Por exemplo, uma equipe pode chegar em uma AT por caiaques e sair dela por bicicletas. A organizao da prova que decide as modalidades em cada PC.

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Figura 1: carta topogrfica fornecida pela organizao da segunda etapa do circuito EMA Series 2002, ocorrido na regio de Paranapiacaba

No Brasil, as etapas mais disputadas chegam a atrair mais de 200 participantes. Por exemplo, na etapa Litoral 2002 do Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura - CBCA, houve 80 equipes de quatro ou trs integrantes cada, somando um total de 290 pessoas (WEBVENTURE, 2002). Nas provas mais curtas, geralmente as equipes percorrem um caminho de cerca de 40km. Uma prova longa, para equipes profissionais, chega a ter 1.000km de extenso, como na Etapa Raid Gauloises, no Vietn, em 2002 (THE RAID WORLD CHAMPIONSHIP, 2002).

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ObjetivosO objetivo geral desta pesquisa estudar e analisar o mercado de corridas de aventura no Brasil. A pesquisa tambm tem como objetivos especficos: segmentar e identificar caractersticas demogrficas e geogrficas dos participantes de corridas de aventura no Brasil, levantar a mdia de recursos gastos individualmente por ano.

Conhecidos os objetivos, a seguir descrita a metodologia utilizada nesta pesquisa.

MetodologiaInicialmente, foi feita uma pesquisa exploratria em fontes de dados secundrios sobre as corridas de aventura, como revistas especializadas na Internet e programas televisivos no Brasil. Em seguida, foi realizada uma pesquisa bibliogrfica, a partir de livros e artigos cientficos, enfocando o turismo de eventos esportivos, a segmentao de clientes e aes de marketing, para dar suporte anlise de dados primrios. Finalmente, foi feito um estudo descritivo, tambm chamado de pesquisa ad hoc, que descrevem situaes de mercado a partir de dados primrios (DENCKER, 1998, p. 130). Os dados primrios foram coletados por meio de um questionrio com dezoito perguntas, para atender aos objetivos especficos desta pesquisa. O questionrio tem como finalidade obter, de maneira sistemtica e ordenada, informaes sobre as variveis que intervm em uma investigao, em relao a uma populao ou amostra determinada (DENCKER, 1998, p. 146). O questionrio, com dezoito questes, foi colocado na Internet, nos stios http://www.pesquisa.triang.com.br e http://www.actri.triang.net/pesquisa. O Anexo 1 traz o questionrio completo. As dez primeiras perguntas buscaram informaes sobre o perfil do participante, e as outras oito buscaram informaes sobre preferncias e participaes em corridas de aventura.

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Aps o preenchimento dos dados, quando o entrevistado clicava o boto Enviar dados, uma ferramenta do questionrio transformava as informaes e as enviava para determinada conta de e-mail. No Anexo 2 h um modelo de e-mail recebido com os dados preenchidos por um participante. Foram feitos dois levantamentos de dados: um no segundo semestre de 2004 e outro no segundo semestre de 2005. A idia inicial era fazer somente um levantamento de dados. Aps a coleta de dados do segundo semestre de 2004, por motivos pessoais do pesquisador, no houve condies de concluir a pesquisa. Aps seis meses com estes dados, decidiu-se realizar uma nova coleta de dados e junt-los aos dados anteriores. Para chamar e convidar os participantes para o preenchimento do formulrio, foram enviados vrios e-mails em diversas listas de discusso2 sobre corridas de aventura no stio do Yahoo Grupos (2006). Tambm foram buscados vrios e-mails em classificados na Internet de pginas de corridas de aventura. Para complementar, no segundo levantamento de dados, foram realizadas entrevistas pessoais com visitantes da Adventure Sports Fair (2005), em So Paulo, nos dias 24 e 25 de Agosto de 2005, e o pesquisador coletou pessoalmente algumas amostras em formulrio impresso, logo aps uma palestra da equipe Atenah3 sobre suas experincias em corridas de aventura. Aproveitou-se a ocasio, tambm, para convidar alguns organizadores de provas a enviar os convites aos e-mails dos participantes em seus bancos de dados. Entre os organizadores, apenas o Instituto Estrada Real colaborou com a pesquisa. Por fim, o dono da comunidade4 Corridas de Aventura no Orkut (2006), Sr. Alvaro Bellizia, atendeu ao pedido e enviou o convite aos integrantes do grupo. Vrios formulrios preenchidos foram recebidos aps o envio do convite na comunidade do Orkut.

Lista de discusso da Internet uma ferramenta que facilita a troca de mensagens, arquivos e imagens entre os participantes de um grupo de interesse comum, por meio do envio de e-mails a todos s integrantes da lista. Para maiores informaes, pode-se acessar o stio http://br.groups.yahoo.com. 3 A Equipe Atenah uma equipe feminina, admirada e respeitada por suas conquistas e experincias em provas no Brasil e no mundo. Para maiores informaes, pode-se acessar o stio http://www.atenah.com.br. 4 O Orkut um stio da Internet que conecta pessoas por meio de uma rede de amigos. Uma comunidade do Orkut um ponto de encontro virtual de pessoas com os mesmos interesses. O dono da comunidade o seu criador, e somente ele pode enviar mensagens a todos os integrantes do grupo.

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Para incentivar a visita ao stio e o preenchimento de todos os dados da pesquisa, foi feito um sorteio de dez cartas topogrficas5 aos participantes da pesquisa de 2004. Foi feito um compromisso de se sortearem mais dez cartas aos participantes de 2005 ao trmino desta monografia. Com todos estes convites e incentivos, conseguiu-se juntar 98 amostras vlidas em 2004 e 95 amostras vlidas em 2005.

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O autor desenha cartas topogrficas e as vende em seu stio http://www.actri.triang.net.

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Captulo 1 Reviso BibliogrficaDiscute-se, primeiramente, o tempo livre na sociedade moderna e, conseqentemente, o lazer e o crescimento do setor de turismo. Posteriormente, fez-se um levantamento terico das bases de segmentao de mercado. Em seguida foram analisados o composto de marketing (ferramentas que as organizaes utilizam para atingir seus objetivos) e o mercado de turismo de eventos esportivos.

Tempo livre e o lazer nas sociedades modernasNas ltimas dcadas, a globalizao e a urbanizao crescentes das sociedades modificaram as estruturas comunitrias tradicionais e criaram novas formas de organizao da vida em comum, trazendo consigo todas as vantagens e defeitos a elas inerentes. Ao mesmo tempo em que se assiste a novas possibilidades de circulao, de informao, de acesso a bens e servios, h, em contrapartida, o alastramento da solido nessas mesmas sociedades. O trabalho cada vez mais mecanizado, compartimentado e determinado fora da esfera da vontade das pessoas, que sentem a monotonia do cotidiano, a racionalidade das fbricas, dos escritrios, o empobrecimento das relaes humanas, a degradao da natureza e a perda do natural. (KRIPPENDORF, 1989, p. 39) dentro desse contexto que o lazer surge como um dos responsveis pela socializao, pela auto-estima e pela sade psicolgica das pessoas.o processo de urbanizao crescente, o sistema industrial e psindustrial da sociedade contempornea implicou no aparecimento e no desenvolvimento do lazer como necessidade a ser satisfeita. No momento atual com a globalizao, essa busca desenfreada pelo preenchimento do tempo livre com o lazer mais visvel. (SANTOS, 1997, p. 15).

O lazer ocorre dentro do tempo livre, ou seja, desprovido da obrigao e do trabalho, e destinado exclusivamente a atividades e recreaes que visem ao descanso, ao entretenimento, s viagens e s excurses. nesse tempo livre que o indivduo recupera suas energias, adquire novos conhecimentos e tambm conhece pessoas e lugares diferentes.

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o lazer um conjunto de ocupaes s quais o indivduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertirse, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informao ou formao desinteressada, sua participao social voluntria ou sua livre capacidade criadora aps livrar-se ou desembaraar-se das obrigaes profissionais, familiares ou sociais (DUMAZEDIER, 1978, p. 74).

Ainda segundo o mesmo autor, o lazer possui trs funes principais: o descanso, que tem funo reparadora dos desgastes fsicos e mentais causados pelo cotidiano; a recreao e o entretenimento que funcionam em oposio ao tdio e monotonia e, por ltimo, a funo de desenvolvimento pessoal, na qual o indivduo tem uma participao social maior e mais livre. Tambm classifica as atividades de lazer por reas de interesse: manuais: prtica que traz prazer e distrao pelo contato com matrias-primas; intelectuais: exerccio do conhecimento em qualquer campo, fonte de aprendizagem; associativas: o prazer do convvio social com outras pessoas, seja da famlia ou amigos; artsticas: ligadas ao campo da emoo, do encantamento, e do sentimento quando da prtica de atividades ligadas arte; fsicas: so atividades de deslocamento, que permitem conhecer novos lugares, novas formas de vida, como visitas a parques ou viagens de frias ou fim de semana na praia, montanha etc. (DUMAZEDIER, 1978, p. 80)

Nesse sentido, a atividade turstica surge como resposta a uma necessidade de descompresso, resultante da prpria dinmica do sistema da sociedade industrial, como uma das formas de lazer, que procura organizar e planejar o tempo livre da sociedade atual. O turismo passa a exigir novos modelos de espaos que correspondem aos novos tipos de relaes no nvel humano, alm de contribuir para a circulao de capital, melhoria econmica de uma regio e o consumo dos lugares e do meio ambiente.

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o turismo um grande consumidor da natureza e sua evoluo, nas ltimas dcadas, ocorreu como conseqncia da busca do verde e da fuga dos tumultos dos grandes conglomerados urbanos pelas pessoas que tentam recuperar o equilbrio psicofsico em contato com ambientes naturais durante seu tempo de lazer. (RUSCHMANN, 1997, p.9),

No Brasil, a explorao de seus recursos naturais como a dimenso territorial, a extensa faixa litornea, a diversidade dos ecossistemas e a tropicalidade do clima, entre outros fatores, constituem a principal motivao para a oferta da atividade turstica. A necessidade de relaxamento comercializada e transformada em viagens de toda espcie, de acordo com as regras do mercado.

Mercado de turismo esportivo e de eventos esportivosBeni (2000), afirma que a demanda turstica apresenta uma especificidade prpria e depende das diversas motivaes, necessidades e preferncias dos turistas pelo produto oferecido, seja ele permanente ou eventual. Essas preferncias imprimem ao ncleo receptor sua vocao turstica e determinam os vrios tipos de Turismo. O autor, em sua anlise, faz distino entre o Turismo Desportivo e de Aventura. Para ele, o primeiro refere-se ao deslocamento de turistas aficcionados das distintas modalidades de esportes, que afluem a ncleos esportivos tradicionais com calendrio fixo de eventos ou a ncleos que eventualmente sediem olimpadas, competies e torneiros. Nesse caso, o principal produto turstico o esporte. J o Turismo de Aventura definido como:denominao dada ao deslocamento de pessoas para espaos naturais, com ou sem roteiros programados ou ausncia ou incipincia de equipamentos receptivos, motivadas pela atrao exercida pelo desconhecido e desejo de enfrentar situaes de desafio fsico e emocional. Compreende mltiplas formas de treinamento de sobrevivncia na selva e em outros locais inspitos ou ainda no desbravados e contato com culturas primitivas. Alguns autores chamam-no de turismo selvagem ou de turismo de explorao. Na Europa, o denominado turismo montanhs inclui-se nessa categoria. No Brasil, este tipo de turismo vem sendo praticado na floresta amaznica, no pantanal mato-grossense, em algumas chapadas do planalto central e nos lenis maranhenses. (BENI, 2000, p. 425)

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Outros autores como Goidanich e Moletta (2001) afirmam que o turismo esportivo freqentemente confundido com o turismo de eventos esportivos. Em ambos os casos, h o deslocamento de pessoas para uma regio propcia prtica do esporte. A diferena est na motivao que levou ao processo turstico:No turismo esportivo, o turista vem com o desejo de praticar o esporte por lazer ou treinamento, sem o intuito de competir num local onde a disponibilidade fsica se caracteriza como permanente. J no turismo de eventos esportivos o turista vem com o motivo de se apresentar em algum espetculo ou de competir em provas, campeonato ou jogos. Esse evento tem como caracterstica o espao de tempo determinado, ou seja, temporrio. (GOIDANICH e MOLETTA, 2001, p. 9)

A expanso do turismo esportivo considerada um fato recente. Segundo os autores (GOIDANICH e MOLETTA, 2001), algumas modalidades esportivas, como asa delta, parapente e mountain-bike, entre outras, alavancaram o processo turstico. Ao mesmo tempo, alguns fatores sociais relacionados com a vida urbana tambm causaram expanso no turismo esportivo tais como: fuga do cotidiano, promovendo um contato maior com a natureza prtica de esportes que trazem a sensao de liberdade atividades em que a presso do dia-a-dia possa ser dissipada busca de novas amizades busca de um esporte diferente para trazer asceno social (GOIDANICH e MOLETTA, 2001, p. 24)

Os autores ainda identificaram trs grandes grupos de praticantes de turismo esportivo: casual: formado por pessoas que no possuem trainamento mas gostariam de participar de uma atividade relacionada com um determinado esporte. Nesses casos, fundamental a presena de um guia especializado em conduzir pessoas inexperientes; amador: formado por pessoas que praticam o esporte por lazer ou hobby. Sua participao pode ser freqente ou espordica; profissional: formado por pessoas que praticam o esporte

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profissionalmente, o que exige um treinamento constante e um patrocinador. (GOIDANICH e MOLETTA, 2001, p. 25)

O turismo uma das atividades econmicas que apresenta grande crescimento no mundo e no Brasil. As organizaes de empreendimentos tursticos, sejam de grande ou pequeno porte, sejam de eventos esportivos ou outros negcios, necessitam de um planejamento estratgico de mercado eficiente para que suas atividades se mantenham competitivas e lucrativas. Uma das ferramentas utilizadas pelas empresas a segmentao de mercado, analisada a seguir.

Segmentao de mercadoSegundo Kotler (2000, p. 301), para que as empresas se tornem mais eficientes, necessrio que selecionem seus mercados. Devem identificar segmentos de mercado que melhor possam atender. Segmentos de mercados so, para o autor, grandes grupos identificveis em um mercado. Um nicho um grupo mais estreitamente definido. A segmentao de mercado traz benefcios, como o fortalecimento de relaes de longo prazo com os clientes, maior eficincia dos esforos de venda, melhor compreenso do mercado e resposta mais rpida a mudanas de necessidades dos clientes (NICKELS e WOOD, 1999). Kotler, em seu livro especfico de anlise do mercado turstico Marketing for hospitality and tourism (1999) classifica o mercado consumidor em quatro variveis principais: geogrficas, demogrficas, psicogrficas e comportamentais. Segundo o autor,A segmentao demogrfica consiste em dividir o mercado em grupos com base em variveis demogrficas como idade, sexo, ciclo de vida da famlia, renda, ocupao e educao. As variveis demogrficas so as mais populares para a segmentao de grupos de clientes. Uma razo para isso que as medidas das necessidades, desejos e usos dos clientes acompanham de perto as variveis demogrficas. Outra razo que as variveis demogrficas so mais fceis de serem medidas do que outras como as comportamentais ou psicogrficas. (KOTLER, 1999, p. 243)

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Kotler (2000, p. 190) cita o padro de compras ou de comportamento associado ao estgio do ciclo de vida da famlia, elaborado por Wells e Gubar (1966). Os autores apontaram nove estgios:1. Solteiro: jovem que no mora com a famlia; 2. Recm-casados: jovens sem filhos; 3. Ninho cheio 1: filhos com menos de 6 anos; 4. Ninho cheio 2: filho caula com 6 anos ou mais; 5. Ninho cheio 3: casais mais velhos com filhos dependentes; 6. Ninho vazio 1:casais mais velhos, sem filhos morando com eles, chefe da famlia em atividade profissional; 7. Ninho vazio 2: casais ainda mais velhos. Sem filhos em casa, chefe de famlia aposentado; 8. Sobrevivente solitrio em atividade profissional; 9. Sobrevivente solitrio aposentado. (WELLS e GUBAR apud KOTLER, 2000, p. 190)

Por exemplo, segundo este padro de compras ou de comportamento, um casal jovem recm-casado e sem filhos possui como caracterstica uma maior quantidade de compras e maior mdia de compra de bens durveis: carros, eletrodomsticos, mveis (WELLS e GUBAR apud KOTLER, 2000, p.190). Conhecidos o mercado e seus clientes, deve-se ento buscar ferramentas de marketing que ajudem a organizao atingir seus objetivos de modo eficiente e econmico.

Os 4Ps do mix de marketingO mix de marketing, ou composto de marketing, um conjunto de ferramentas que uma organizao utiliza para perseguir seus objetivos (KOTLER, 2000). O autor cita o composto de marketing baseado em quatro grupos, que so:

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produto, promoo, preo e praa, classificados por McCarthy (1996). So os chamados 4Ps do mix de marketing. Segundo Cobra (2001, p. 46), no setor de negcios tursticos ter um bom produto o primeiro e mais importante passo para atender s expectativas dos consumidores. A promoo diz respeito maneira que a empresa divulga o produto. A divulgao deve influenciar a deciso de compra do cliente, e pode ocorrer em feiras, em propagandas de TV, pela distribuio de impressos, pela Internet ou outros canais de comunicao. O preo um item de suma importncia para o composto de marketing. A determinao do preo final deve levar em considerao, alm do custo do produto, a influncia de outros elementos do mix de marketing, o valor percebido pelo cliente e como o preo influencia na deciso de compra. Praa refere-se ao local onde o produto est disponvel. No caso do mercado turstico de eventos esportivos, pode se referir tanto ao local onde acontece o evento com tambm a maneira como o turista chega at o local. Ainda segundo Kotler, decises de mix de marketing devem ser tomadas para que se exera influncia sobre os canais comerciais, bem como sobre os consumidores finais, e que os 4Ps mostram uma viso que a organizao tem das ferramentas sua disposio para conquistar e manter clientes. Uma organizao bem-sucedida consegue atender s necessidades e desejos dos clientes de maneira econmica e conveniente, com comunicao efetiva (KOTLER, 2000, p. 37), sendo, portanto, importantes para se atingir o objetivo pretendido. Neste captulo foram discutidas questes como o tempo livre, o lazer e o turismo, assim como procurou-se fazer um levantamento terico das bases de segmentao de mercado e do mercado de turismo de eventos esportivos. A seguir sero analisados os resultados obtidos na pesquisa de campo, foco deste trabalho.

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Captulo 2 Anlise da PesquisaNeste captulo, sero analisados os resultados obtidos nas pesquisas de campo realizadas. Ao todo, foram coletados 98 questionrios vlidos em 2004 e 95 questionrios vlidos em 2005. Ao final, com base nos resultados obtidos pela pesquisa, ser feito um esboo de um plano de marketing baseado nos 4Ps do mix de marketing (KOTLER, 2000).

Anlise dos dadosOs primeiros temas abordados foram informaes de carter demogrfico, com o intuito de traar um perfil dos sujeitos pesquisados. Depois da anlise dessas informaes sero verificadas as outras questes, que so especficas sobre corridas de aventura.

Informaes sobre o perfilAs dez primeiras questes perguntavam informaes sobre o perfil, com a finalidade de segmentar demograficamente os participantes. Questo 1: Sexo O Grfico 2 apresenta a distribuio dos participantes por sexo. A formatao das primeiras corridas de aventura no Brasil, organizadas pela Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura e pela Expedio Mata Atlntica EMA, exigia uma equipe mista6 com quatro integrantes para participarem das premiaes. As corridas de hoje em dia seguem a mesma formatao. O Ranking Brasileiro de Corridas de Aventura RBCA (2006) aplica este mesmo critrio para que as equipes participem do ranking. Em sua grande maioria, as equipes so compostas por trs homens e uma mulher. Existe uma equipe que se destaca, a Atenah, composta sempre por trs mulheres e um homem, diferenciando-se da grande maioria das demais.

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Equipe mista uma equipe com integrantes de ambos os sexos.

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Sexo

Feminino 24%

Feminino 31%

Masculino 76%

Masculino 69%

2004

2005

Grfico 1: Sexo dos participantes de 2004 e de 2005.

Nota-se que a proporo entre homens e mulheres obtida na pesquisa equivalente proporo encontrada na maioria das equipes. Questo 2: Data de nascimento Pela data de nascimento, foi possvel calcular a idade dos participantes em 31/Dez/2004 e em 31/Dez/2005. Nota-se, pelo Grfico 3, que a maioria dos respondentes (38%) tem entre 26 e 30 anos; 43% dos respondentes tm acima de 30 anos, e 19% tm 25 anos ou menos. Questo 3: Cidade-UF Nota-se que a maior parte da amostra de So Paulo, Estado onde tiveram incio as primeiras corridas de aventura, a partir de 1998, por meio da Expedio Mata Atlntica - EMA. O Grfico 1 mostra a quantidade de amostras em cada Estado.

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Grfico 2: Idade dos participantes em 2004 e em 2005

O Estado de So Paulo soma 36% dos respondentes; a Bahia e o Rio Grande do Sul tm 12% cada; Santa Catarina conta com 10% dos respondentes, e Minas Gerais com 9%; o Rio de Janeiro representa 6%.

Grfico 3: nmero de participantes de cada Estado

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Questo 4: Escolaridade Notou-se um alto nvel de escolaridade nas amostras coletadas. A maioria dos participantes, cerca de 75%, tem nvel superior completo e/ou alguma psgraduao ou especializao. O Grfico 4 apresenta a distribuio de escolaridade entre os sujeitos das pesquisas de 2004 e de 2005.

Grfico 4: Escolaridade dos participantes de 2004 e de 2005

Questo 5: Estado civil Pode-se ver, no Grfico 5, a distribuio dos participantes quanto ao seu Estado civil. A maioria de sujeitos solteiros, cerca de 80%.

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Grfico 5: Estado civil dos sujeitos pesquisados em 2004 e em 2005

Questo 5: Tem filhos? Se sim, quantos? Percebeu-se uma pequena quantidade de participantes com filhos, e os que os possuem filhos tm somente um ou dois. Apenas dois sujeitos pesquisados indicaram ter trs filhos. O Grfico 6 mostra a distribuio da quantidade de filhos dos participantes da pesquisa. Questo 7: Se sim, liste a idade de cada um As questes sobre o Estado civil e a quantidade de filhos, incluindo a especificao das idades de cada um, foram analisadas em conjunto. Esto intimamente ligadas e auxiliam na caracterizao do ciclo de vida da famlia do sujeito pesquisado.

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Grfico 6: quantidade de filhos por participante

Adaptou-se o modelo de Wells e Gubar do ciclo de vida da famlia (apud KOTLER, 2000), apresentado no Captulo 1, e consideraram-se quatro grupos:1. Solteiros sem filhos; 2. Casados sem filhos; 3. Casados com filhos at 6 anos; 4. Casados com filhos maiores de 6 anos.

O Grfico 7 apresenta a distribuio dos participantes em estgios do ciclo de vida. Pode-se notar que a maioria dos sujeitos pesquisados de solteiros sem filhos, aproximadamente 64% das amostras. Segundo o ciclo de vida da famlia proposto por Wells e Gubar, citado em Kotler (2000, p. 190), jovens solteiros que no moram com a famlia possuem poucos encargos financeiros e so lderes de opinio em moda. Compram equipamentos domsticos bsicos, mveis, carros, roupas atraentes e viagens.7

7

Devemos lembrar que nesta pesquisa no foi avaliado se o participante mora ou no com a famlia.

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Grfico 7: Estgio no ciclo de vida da famlia

Questo 8: Qual a sua ocupao? Esta questo procurou identificar alguma tendncia ou ocorrncia maior de uma ou mais profisses, entre vrias de uma lista, em participantes de corridas de aventura. Foi detectado que Professores, Administradores e Analistas de Sistemas tm uma ocorrncia maior. Em seguida vm Engenheiros, Empresrios e Estudantes, com uma ocorrncia considervel. O Grfico 8 mostra a distribuio da ocupao dos pesquisados em 2004 e em 2005. Questo 10: Quais esportes ou atividade fsica voc pratica (exceto corrida de aventura)? Esta questo procurou identificar outros esportes que o sujeito pratica, alm da corrida de aventura. Entretanto, percebeu-se que a maioria dos esportes citados tem como finalidade a preparao fsica e treinamento para uma prova de corrida de aventura. So esportes como bicicleta, corrida, trekking, natao e canoagem.

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Grfico 8: Ocupao dos participantes em 2004 e em 2005

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Questo 9: Renda individual mdia mensal Percebeu-se que a distribuio da renda dos participantes, mostrada no Grfico 9, condizente com o perfil encontrado no ciclo de vida (Grfico 7), que mostrou que a maioria dos participantes solteira e sem filhos.

Grfico 9: Renda mdia individual mensal

O Grfico 10 mostra a distribuio dos esportes citados. Esta uma questo aberta e muitos participantes citaram mais de um esporte. Alguns esportes foram citados com nomes diferentes, por exemplo: bicicleta, ciclismo, bike, mountain-bike e pedal; caminhada e trekking; remo, canoagem, caiaque e duck; alpinismo e montanhismo; escalada e tcnicas verticais; rappel e canionismo.

Embora tenham diferenas, foram agrupados por serem variaes de um mesmo esporte. O grfico s mostra os esportes com pelo menos duas ocorrncias.

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Grfico 10: Esportes citados pelo menos duas vezes pelos participantes

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Informaes sobre corridas de aventuraAgora sero analisadas as questes diretamente relacionadas a corridas de aventura. Questo 11: Como teve contato pela primeira vez com as corridas de aventura? A primeira questo procurou identificar como o participante teve contato com as corridas de aventura pela primeira vez. A grande maioria dos sujeitos (66%) conheceu a corrida de aventura pelos amigos. Cerca de 18% conheceu pela televiso. O Grfico 11 mostra a distribuio das amostras.

Grfico 11: Como teve contato com as corridas de aventura pela primeira vez

Questo 12: J participou de alguma escola de preparao para corridas de aventura? Uma escola ou um curso de preparao para corridas de aventura tem a finalidade de incentivar a formao de novas equipes e aprimorar as equipes existentes. So ensinadas tcnicas de navegao com o uso de carta e bssola, tcnicas de remada com caiaques, noes de mountain-bike e a preparao ideal para uma prova de corrida de aventura, com noes de alimentao, hidratao e vesturio adequado (SBCA, 2006).

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Pelo observado nos resultados da pesquisa, cerca de das amostras participou de uma escola de preparao. O Grfico 12 mostra essa proporo.

Grfico 12: participao em escolas de preparao de corridas de aventura.

O Grfico 13 mostra a distribuio das escolas que os sujeitos freqentaram. Algumas pessoas citaram mais de uma escola de preparao, por isso a soma do nmero de participaes em escolas de preparao no coincide com o nmero de pessoas que freqentaram escolas do Grfico 12. As escolas mais citadas foram a Adventure Camp e a EMA Escola, ambas situadas no Estado de So Paulo.

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Grfico 13: Distribuio da participao em escolas de preparao para corridas de aventura

Questo 13: Quantas vezes voc j participou como atleta ou apoio em corridas de aventura, em etapas ou provas em cada regio? Esta questo teve como objetivo verificar o local da participao de atletas e apoiadores provenientes de cada regio. Como esperado, pode-se ver que os participantes preferem competir em provas na prpria regio. Isto facilmente explicado pelos altos custos de transporte, sem falar no tempo gasto em um maior deslocamento. Os Grficos 14 e 15 mostram a participao de atletas em cada regio, com dados de 2004 e 2005. Esta distribuio no mostra a quantidade de provas de que o atleta participou e, sim, o nmero de atletas que participou de alguma prova em cada regio perguntada.

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Grfico 14: Nmero de atletas que participaram de corridas em cada regio em 2004

Grfico 15: Nmero de atletas que participaram de corridas em cada regio em 2005

Os Grficos 16 e 17 mostram a participao de apoiadores em cada regio, tambm com dados de 2004 e 2005, respectivamente. Assim como nos Grficos 14

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e 15, esta distribuio no mostra a quantidade de provas de que o apoiador participou e, sim, o nmero de apoiadores que participaram de alguma prova em cada regio perguntada.

Grfico 16: Nmero de apoiadores que participaram de corridas em cada regio em 2004

Grfico 17: Nmero de apoiadores que participaram de corridas em cada regio em 2005

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O Grfico 18 mostra a distribuio da participao como atleta em provas, com dados de 2004 e de 2005. O Grfico 19 mostra a distribuio de apoiadores. necessrio lembrar que no foi perguntado o ano em que participou, portanto, a distribuio indica em quantas provas o sujeito competiu como atleta ou apoiador, desde que comeou a participar de corridas de aventura.

Grfico 18: Nmero de provas disputadas como atleta em 2004 e em 2005

Sete pessoas em 2004 e cinco em 2005 no participaram de provas como atletas, mas somente como apoiadores. Questo 14: Se atleta, selecione sua preferncia em relao distncia percorrida Observou-se que a maioria dos participantes, cerca de 42%, selecionou a opo de 71 at 150km, indicando a preferncia por corridas de mdia distncia. Outra grande parte, cerca de 28%, prefere corridas curtas de at 70km. Complementando, 19% dos participantes preferem corridas de 151 a 300km e 6% marcaram a opo acima de 301km. importante frisar que foi pedido aos participantes que marcassem a distncia de que mais gostavam de percorrer, mesmo que no fosse aquela que mais tivessem praticado.

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Grfico 19: Nmero de provas disputadas como apoiador em 2004 e em 2005

Questo 15: Quanto gastou, aproximadamente, em equipamentos individuais de corridas de aventura, nos ltimos 12 meses? Esta questo procurou identificar o montante que os participantes gastam com equipamentos individuais de corridas de aventura, como vesturio, calados, bicicletas e outros equipamentos, obrigatrios ou no, para realizar uma boa prova. H vrios perfis misturados nessa questo: existem os iniciantes ou casuais, que provavelmente gastam muito com equipamentos obrigatrios para as suas primeiras provas de corridas de aventura; e tambm os mais experientes, que devem manter seu equipamento em boas condies de uso e ainda podem comprar equipamentos com melhor rendimento e alto desempenho.

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Grfico 20: Preferncia em relao distncia percorrida com dados de 2004 e de 2005

O Grfico 21 nos mostra a distribuio dos gastos com equipamentos.

Grfico 21: Gasto com equipamentos individuais nos ltimos 12 meses, com dados de 2004 e de 2005

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Constatou-se que 41% dos participantes gastaram at R$1.000,00 e 53% despenderam mais do que este valor nos ltimos doze meses da data de preenchimento do formulrio, juntando os dados de 2004 e 2005. Questo 16: Quanto gastou, aproximadamente, em inscries, transporte e hospedagem para corridas de aventura, individualmente, nos ltimos 12 meses? Alm dos gastos com equipamentos individuais, os participantes tm despesas com inscries, transporte at o local da prova e, dependendo do tempo em que eles ficam na regio da prova, tm tambm gastos com hospedagem. Esta questo procurou mensurar o montante gasto com servios. O Grfico 22 mostra a distribuio da quantia gasta com servios. Em comparao com a quantia gasta com equipamentos, notou-se que a despesa com servios foi menor. 53% dos respondentes gastaram at R$1.000,00 nos ltimos 12 meses antes da coleta de dados, e 39% gastaram mais do que este valor.

Grfico 22: Gasto com servios individuais nos ltimos 12 meses, com dados de 2004 e de 2005

Complementando as informaes, dois respondentes (um em cada ano) informaram que suas despesas com transporte eram pagas por patrocinadores. A Tabela 1 mostra a soma dos valores citados pelos respondentes nos anos de 2004 e de 2005 e mdia de gastos por pessoa.

39 2004 Montante gasto com equipamentos Montante gasto com servios 199.300,00 152.260,00 2005 172.557,00 163.046,32 mdia 2004 2.120,21 1.619,79 mdia 20058 1.835,71 1.772,24

Tabela 1: Montante gasto com equipamentos individuais e servios (em Reais), com dados de 2004 e de 2005

Questo 17: Cite a freqncia que pessoas prximas a voc o acompanham nas viagens para as provas de corridas de aventura Esta questo procurou averiguar a freqncia com que familiares e amigos dos corredores os acompanhavam em suas provas. A questo separa as freqncias em uma classificao subjetiva, com quatro opes: sempre; muitas vezes; raramente; nunca.

Grfico 23: Freqncia com que pessoas prximas acompanham em viagens, com dados de 2004

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Mdia por cabea, excluindo os sujeitos indicados como no aplicvel nos Grfico 21 e 22.

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Os Grficos 23 e 24 mostram a distribuio das freqncias com dados de 2004 e 2005, respectivamente.

Grfico 24: Freqncia com que pessoas prximas acompanham em viagens, com dados de 2005

Nos grficos pode-se notar muitas respostas nunca e tambm que muitos participantes no responderam. Este fato pode refletir uma falta de interesse pela questo, talvez explicada por a pessoa realmente no se ter o costume de levar outras pessoas alm da equipe em suas viagens para provas de corridas de aventura. As respostas sempre e muitas vezes foram analisadas em conjunto. No caso de o acompanhante ser um amigo, a soma das respostas sempre e muitas vezes equivale a 34% segundo os dados de 2004 e 38% com os dados de 2005. Para cnjuges e namorados(as), tem-se 37% e 36%, respectivamente. Para a categoria filhos(as), tem-se apenas 6% em 2004 e 3% em 2005. A categoria outros soma 7% e 8%. A maior parte das respostas da categoria outros especifica que os pais e irmos so os acompanhantes. Outras respostas especificaram o fisiologista e equipes parceiras.

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Questo 18: Tem algum comentrio a fazer sobre as corridas de aventura? Esta uma questo aberta, na qual o sujeito poderia expressar toda e qualquer opinio. Foi feito um apanhado geral dos assuntos mais citados, e tambm colocada a percepo do autor. Muitas pessoas expressaram grande satisfao em participar de provas de corridas de aventura. Muitas ainda dizem que um esporte que vicia, segundo estes comentrios:Foi amor primeira corrida um estilo de vida. Quem gosta, vicia e no quer parar de fazer nunca mais. um "esporte" fascinante, igual a um vcio, quanto mais se faz, mais se quer...

Muitos tambm comentaram que a corrida de aventura uma forma de superar limites, alm de ser um desafio no s para o corpo, mas para a mente tambm. Comentaram tambm os benefcios que as corridas trazem: uma tima oportunidade de testar seus limites fsicos e mentais ao mesmo tempo. So muito boas como aprendizado pessoal, superao, autoconhecimento e do ser humano. Esportes de aventura, em especial as corridas, so o meu vcio. S quem pratica sabe do que estou falando. Mais que uma competio entre equipes, uma competio individual para cada atleta, que precisa conhecer seu prprio potencial e, principalmente, seus prprios limites. E, para mim, vencer meus prprios limites o que mais legal nas corridas.

Outro comentrio muito citado a falta de divulgao na mdia e a dificuldade em conseguir patrocnio. A necessidade de as equipes buscarem patrocnio muitas vezes justificada pelo alto valor das inscries e viagens:Os altos custos das competies impedem a participao de pblicos mais volumosos. A falta de patrocnio contribui ainda mais para que esse ndice.

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Divulgao fundamental para que tenhamos maior apoio e incentivo ao esporte, inclusive no momento de buscar patrocinadores.

Finalizando, outra opinio em voga a necessidade da criao de organizaes e federaes para uma melhor padronizao e profissionalizao do esporte:Falta a criao um rgo regulador e fiscalizador para melhor profissionalizar o esporte. Que o esporte deve ter uma entidade regulamentadora. Deveria ser criada uma federao ou associao de organizadores de provas de corrida de aventura a fim de normatizar e padronizar os regulamentos e cartas nas provas estaduais e/ou regionais (RS, SC e PR).

Todos os comentrios de 2004 e de 2005 esto reunidos no Anexo 3, com algumas alteraes para preservar a identidade dos respondentes. Analisados os resultados obtidos com a pesquisa, foram percebidas algumas limitaes neste estudo, colocadas a seguir.

LimitaesPela forma como a pesquisa foi conduzida, com o envio de convites em listas de discusso e coleta em feira de exposio, a amostragem do tipo noprobabilstica. A maior parte das amostras foi escolhida por julgamento, por meio da escolha de listas de discusso e comunidades a serem includas ou no. Uma pequena parte foi escolhida por trfego, por meio de amostras recolhidas durante a feira Adventure Sports Fair (MATTAR, 1999). Ainda segundo esse autor, a amostragem no-probabilstica tem grandes limitaes e no representam o universo ou a populao. Entretanto, conhecer e identificar as maiores limitaes da amostragem e vieses de seleo auxilia na avaliao dos resultados da pesquisa e evita erros de interpretao. Dessa maneira, puderam ser percebidas algumas limitaes em relao aos dados obtidos. Sero analisadas duas limitaes identificadas.

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Vis de seleo geogrfica Uma das limitaes o vis de seleo geogrfica dos participantes. Por exemplo, algumas listas de discusso para as quais foram enviados convites so listas de organizadores regionais, como a Paletada na Bahia, e tambm listas regionais com grande nmero de participantes, como a south_adventure da Regio Sul e a aventurafloripa de Florianpolis (YAHOO GRUPOS, 2006). Verificou-se uma forte presena de participantes da Bahia, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul na amostragem. Isto no significa que a corrida de aventura seja popular nestes Estados, tampouco no querem dizer que no seja. A avaliao da distribuio geogrfica desta amostragem no pode ser conclusiva. Vis de seleo do canal de comunicao Outra limitao que a pesquisa atinge quase na totalidade pessoas que participam de listas de discusso na Internet, mais especificamente do Yahoo Grupos (2006) e tambm de comunidades no Orkut (2006). sabido que uma grande parte da populao no est inscrita em listas de discusso nem participa do Orkut. Portanto, ao analisar os dados da pesquisa, deve-se sempre ter em mente que a totalidade das amostras de 2004 e grande parte das amostras de 2005 (94%) vieram do formulrio de pesquisa na Internet. Com todos os dados do questionrio analisados, e conhecidas as suas limitaes, pde-se aplicar as informaes em um plano de marketing, com finalidade de aumentar e aprimorar o mercado de corridas de aventura no Brasil.

Esboo de um plano de marketing baseado nos 4PsAps a anlise dos dados da pesquisa, importante reunir estas informaes e elaborar uma estratgia baseada nos 4Ps do mix de marketing (KOTLER, 2000), ou: Produto, Promoo, Preo e Praa, tendo como objetivo o crescimento de pblico e de participantes de corridas de aventura no Brasil.

ProdutoA formatao do produto essencial para a identidade da corrida de aventura e tambm para chamar mais participantes. De acordo com o Ranking Brasileiro de Corridas de Aventura (2006),

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S sero vlidas para o ranking as competies ou categorias com equipes de quatro pessoas, sendo pelo menos uma do sexo oposto. S sero consideradas vlidas as provas que tiverem orientao com mapas (escala mxima 1:25000), distncia mnima de 40km, que tenham quatro modalidades, sendo que trs delas obrigatoriamente devem ser Bicicleta, Remo e Caminhada. (RBCA, 2006)

Segundo os dados obtidos pela pesquisa, a maioria prefere provas entre 70 e 150km. Provas com at 70km, aproximadamente, podem ser realizadas em um nico dia. Provas com mais de 70km, aproximadamente, devem ser realizadas com uma parte noturna. A Tabela 2 apresenta uma relao de algumas provas noticiadas pela revista eletrnica Webventure (2006). Um organizador pode formatar suas provas de do circuito fazendo provas com vrias distncias, privilegiando aquelas com cerca de 100km. Uma outra alternativa, que j acontece em alguns circuitos, disponibilizar, em uma mesma prova, vrias categorias, tais como: iniciantes e profissionais. A diferena entre uma e outra a distncia e/ou o nmero de integrantes da equipe. Provas curtas, que podem ser feitas entre 6 a 12 horas, so importantes para incentivar a participao de equipes iniciantes ou aqueles chamados de atletas casuais e amadores. Tambm incentivam aqueles que no querem gastar tanto com hospedagem e outros servios quando o pernoite necessrio. Um outro item essencial na formatao das provas a segurana que a organizao oferece aos participantes. Dois fatores devem ser observados: a preveno de acidentes e o resgate em caso de acidentes. A formatao da prova deve obedecer critrios especficos de cada esporte. Por exemplo, em uma prova que tenha tcnicas verticais, deve ser observada a certificao dos equipamentos utilizados. Em esportes aquticos deve-se observar a utilizao de materiais obrigatrios como colete salva-vidas e apito. Alm disso, deve-se tambm dimensionar e escolher corretamente os trechos de cada modalidade na prova, com o intuito de se evitar trechos crticos ou locais perigosos, bem como evitar a passagem de atletas nesses trechos no perodo noturno. Outro fator importante a presena de uma equipe qualificada de busca e salvamento. Freqentemente, alguns atletas se perdem e no conseguem achar o caminho para um posto de controle. Alm disso podem ocorrer acidentes, mesmo

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com a minimizao dos riscos. Nestes casos a equipe de busca e salvamento essencial para o resgate dos atletas em reas remotas, o que pode evitar conseqncias mais graves causadas por acidentes ou pela m navegao dos atletas.Distncia mxima Data 26/4/2001 19/5/2001 4/8/2001 18/10/2001 27/10/2001 25/11/2001 29/3/2002 29/3/2002 30/5/2002 6/7/2002 31/8/2002 22/9/2002 19/6/2003 23/9/2003 17/10/2004 19/3/2005 26/5/2005 10/6/2005 20/8/2005 10/9/2005 26/11/2005 Circuito/Etapa Ecomotion 2001/3 CBCA 2001/3 CBCA 2001/5 CBCA 2001/6 Ecomotion 2001/2001 EMA 2001 Ecomotion 2002/2 CBCA 2002/3 Santa Rita Adv Race Mini-EMA 2002 Ecomotion 2002/3 EMA Series 2002/2 Ecomotion 2003 Ecomotion Pro 2003 Ecomotion Pro 2004 BrasilWild 2005/1 BrasilWild 2005/2 Estrada Real 2005/1 BrasilWild 2005/3 Estrada Real 2005/2 Estrada Real 2005/3 Local Itatiaia-RJ Santa Rita do Passa Quatro-SP Campos do Jordo-SP Juqui-SP So Sebastio-SP Amaznia Florianpolis-SC Bertioga-SP Santa Rita do Passa Quatro-SP Tapira-SP Angra dos Reis-RJ Paranapiacaba-SP Serra do Cip-MG Chapada Diamantina-BA Costa do Dend-BA Parati-RJ Serra da Canastra-MG Sabar-MG Poos de Caldas-MG Santa Brbara-MG Lavras Novas-MG (km) 138 150 150 110 80 500 130 40 200 180 120 50 180 480 435 133 232 80 176 75 75 Tempo mximo (dias) 3 2 2 2 2 7 2 1 3 3 2 1 3 7 7 2 3 1 3 1 2

Tabela 2: Distncia mxima e tempo mximo de algumas provas de corrida de aventura. Fonte: coberturas realizadas pelo Webventure (2006).

Estes procedimentos so adotados pela grande maioria dos organizadores de prova. Entretanto, deve-se atentar para que no ocorram excees. Um nico acidente grave em uma corrida de aventura pode prejudicar o mercado de corridas de aventura por muito tempo. Portanto, a segurana das provas essencial para que haja o crescimento do esporte. Alm de todos os procedimentos adotados deve-se tambm divulgar e promover a segurana da prova. Com isso os participantes podem sentir-se mais

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seguros e propensos a participarem das provas, em especial os atletas iniciantes e amadores.

PromooO item promoo remete aos canais de comunicao com o participante de corridas de aventura. Observou-se que a maioria dos participantes, cerca de 66%, teve contato pela primeira vez com a corrida de aventura por meio de amigos, o chamado boca-a-boca; a televiso ficou em segundo lugar com 18% das respostas (ver Grfico 11). Viu-se tambm que um dos temas mais citados nas opinies dos participantes foi a falta de divulgao eficiente das corridas de aventura, o que um empecilho, no momento de o participante conseguir patrocnio. A busca de patrocinadores em corridas de aventura muito importante mesmo para equipes amadoras, por causa do elevado custo de equipamentos, das taxas de inscries e do transporte. Com base nestes dados, pode-se perceber que falta muito para que a organizao atinja grande parte do pblico que ainda no conhece seu circuito de corridas de aventura. Mas percebem-se tambm dificuldades tcnicas de exposio da corrida e de patrocinadores na mdia. Uma corrida de aventura atraente para os participantes deve percorrer locais de difcil acesso e com natureza preservada. atraente para os corredores, mas com certeza no para as equipes de filmagem e de reportagem ou para o pblico que assiste a elas. Equipes de filmagem devem-se deslocar muitas vezes durante a prova para conseguir as melhores cenas. Mesmo que faam filmagens ou fotos apenas nos pontos de controle perto de estradas de acesso, ainda tm muito caminho a percorrer entre um ponto e outro. Para o pblico que deseja acompanhar e assistir s provas coloca-se a mesma dificuldade. Mesmo que estejam na chegada e na sada de uma prova circular9, ainda lhes falta uma noo do conjunto e colocaes atualizadas a todo momento. Deve-se lembrar que uma corrida de aventura curta tem pelo menos seis horas de durao.

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Uma prova circular ou fechada aquela em que o ponto de partida tambm o ponto de chegada.

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necessrio, ento, adaptar a corrida de aventura aos desejos da mdia e do pblico, sempre com o cuidado de proporcionar uma prova atrativa para o atleta e investir em tecnologia para uma atualizao continuada ou com maior freqncia das posies das equipes. O acompanhamento de equipes de ponta por meio de aparelhos GPS com rastreamento10 j foi utilizado em algumas provas (ADVENTUREMAG, 2006). Esse acompanhamento divulgado em tempo real na Internet. Entretanto, a rede no o melhor veculo para divulgao e acompanhamento do esporte, visto que ela no invade as casas brasileiras como a televiso e depende de que o usurio acesse a pgina para acompanhar a prova. Alm disso, a ineficcia da Web como ferramenta de construo de marca um dos problemas mais urgentes que os profissionais de marketing enfrentam (KOTLER, 2000, p. 432). Na televiso existem os programas Super Ao, Ao Compacta e Aventuras com Renata Falzoni, ambos do canal ESPN Brasil (exclusivo para assinantes de TV a cabo ou servio similar) que, freqentemente, levam ao ar reportagens e coberturas das principais provas de corridas de aventura no Brasil. Nestes programas, a corrida de aventura divide espao com outros esportes no tradicionais, ou radicais, como skate, canoagem, mountain-bike, downhill, parapente e base-jump, entre outros. Todavia parece que ainda falta espao para a corrida de aventura na televiso, visto que quase 40% dos corredores de aventura que participaram do Censo Adventuremag 2005 no possuem TV a cabo (ADVENTUREMAG, 2005) Algumas provas do circuito Ecomotion foram televisionadas no programa Esporte Espetacular, que vai ao ar aos domingos pela Rede Globo. Em algumas ocasies, a equipe de reportagem acompanhou uma equipe competidora, como aconteceu na etapa Ecomotion Pro 2004, na Bahia (Esporte Espetacular, 2004). Esta uma boa iniciativa da Ecomotion, que certamente traz mais adeptos ao esporte e ajuda a construir a marca do organizador. O marketing direto ainda a principal ferramenta para atrair novos corredores e para a construo de uma marca (KOTLER, 2000).

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Global Positionning System, ou Sistema de Posicionamento Global, um aparelho que recebe sinais de satlites e permite ao usurio conhecer a sua localizao em qualquer parte na superfcie do planeta. Um aparelho GPS com rastreador envia a posio do usurio a uma central, por meio de ondas na faixa de rdios de comunicao ou na faixa de celulares.

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PreoA corrida de aventura um esporte intrinsecamente caro. Comeando pelos equipamentos obrigatrios, para uso individual ou da equipe. A Tabela 3 mostra uma lista com os principais equipamentos individuais exigidos por organizadores de corridas de aventura em provas com trechos noturnos. No Anexo 4 tem-se a lista completa de equipamentos exigidos e aconselhados pelo Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura para a prova Mini-EMA 1, de 2002. A esses equipamentos exigidos deve-se somar tambm uma boa bicicleta para mountain-bike, kit de reparo de emergncia para bicicleta, mochila, vesturio confortvel para a temperatura e um calado adequado. Equipamentos de alto rendimento e qualidade so essenciais para os participantes: um defeito em uma lanterna, por exemplo, pode desclassificar a equipe, quando esta considerada um equipamento obrigatrio. Em cada prova, o atleta deve levar consigo gua, rehidratante ou isotnico e alimentos para consumir durante toda a expedio ou de acordo com o trecho indicado pelo organizador, alm de pilhas para lanternas e sinalizadores. Por fim, tem-se o valor das inscries e tambm os gastos com viagem, estadia, alimentao e outros servios. De fato, h um dispndio enorme para participar de uma prova de corrida de aventura. Da tem-se a grande procura de patrocnio por parte das equipes. Muitas equipes profissionais o conseguem e alguns atletas vivem exclusivamente da participao e da conquista de prmios em corridas de aventura. Mas h muitos participantes que so casuais ou amadores. Muitos destes no tm patrocnio e arcam com todos os gastos. Participam das provas pelo prazer que o esporte lhes proporciona. Mas necessrio ter cuidado com o preo da corrida de aventura. O alto custo das provas e equipamentos pode abrir as portas para a concorrncia indireta, como por exemplo o turismo de aventura e at mesmo outros esportes. O turismo de aventura por proporcionar o contato com a natureza e a possibilidade de praticar alguns esportes de aventura, isoladamente, como o canionismo, a canoagem e o mountain-bike. Entre outros esportes, podem-se destacar competies de triathlon, mountainbike, corrida de orientao e at mesmo a corrida de rua. O treinamento para corridas de aventura acaba por proporcionar condies para competio nestas

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outras modalidades esportivas, por isso deve-se tratar estes esportes como concorrentes indiretos.Individuais Lanterna de cabea Lmpada estroboscpica vermelha Lanterna frontal para bicicleta Capacete de canoagem/bicicleta Colete salva-vidas Luvas para canoagem/bicicleta Kit para Tcnicas Verticais11 Cobertor de emergncia Light stick nas cores verde ou amarela Espelho de sinalizao de emergncia Apito Total individual R$ Unidade 68,00 28,50 69,00 89,00 50,00 45,00 365,70 12,00 28,00 11,40 15,00 R$ Total 68,00 28,50 69,00 89,00 50,00 45,00 365,70 12,00 28,00 11,40 15,00 781,60

Por equipe Lmpada estroboscpica branca prova d'gua Bssola Sinalizador foguete praquedas estrela vermelha 2 Mosquetes com rosca 20m Cabo de resgate de 8mm Kit primeiros socorros Total por equipe 46,60 45,00 95,08 50,00 2,00 50,00 46,60 45,00 95,08 100,00 40,00 50,00 377,48

Tabela 3: Relao de alguns materiais exigidos em provas de corridas de aventura com trecho noturno. Os preos foram retirados dos stios www.arcoeflecha.com.br e www.shopnautico.com.br em 02/Maio/2006.

Uma alternativa para a diminuio dos gastos seria a busca de patrocinadores e parcerias para a organizao. Como dito anteriormente, deve-se fazer uma melhor divulgao e promoo do esporte para atingir um pblico maior. Fazer uma mini-feira com lojas de artigos esportivos e vesturio no local da entrega dos mapas ou no local de checagem de material, antes das provas, tambm uma alternativa interessante para que os participantes conheam e consumam

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O kit de tcnicas verticais contm: trs mosquetes, um freio ATC, uma cadeirinha e dois anis de fita 150cm.

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equipamentos diversos, o que traz benefcios aos patrocinadores. A locao de espao pode ajudar nos custos da organizao; tais mini-feiras eram freqentes nas etapas do CBCA. Outra alternativa a parceria com hospedagens e operadoras de viagem, assumindo, assim, o papel de agente de turismo. Por exemplo, incluir transporte dos grandes centros at o local da prova. Diminuiria muito os gastos com viagens para alguns participantes, que ento poderiam competir em mais provas.

PraaO Brasil um pas que oferece aos corredores de aventura belos cenrios e paisagens naturais, com inmeras possibilidades de percursos e com a prtica de vrias modalidades esportivas diferentes numa prova. Assim, os organizadores podem oferecer provas nos mais variados locais, e at mesmo bem prximo aos grandes centros. E provas mais prximas dos grandes centros podem atrair mais corredores, visto o menor custo para transporte at o local da prova. Como visto nos grficos 23 e 24, as provas parecem estar concentradas no Estado de So Paulo. Observou-se tambm no Grfico 1, apesar das limitaes citadas, que a maioria dos participantes da pesquisa tambm vieram de So Paulo. Isto pode ser conseqncia do pioneirismo da SBCA, Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura, por meio do organizador Alexandre Freitas, que trouxe a corrida de aventura no Brasil. Constatou-se tambm por estes grficos que a regio Centro-Oeste a que menos trouxe resultados na pesquisa. Nota-se que h um grande mercado potencial de corridas de aventura nessa regio, principalmente nas regies prximas aos grandes centros urbanos, como no eixo Braslia-Anpolis-Goinia e tambm ao redor das capitais Campo Grande e Cuiab. Nessas regies, a rea verde ainda mais extensa que nos Estados do Sudeste e do Sul, o que sugere que h inmeros locais para a realizao de provas.

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Consideraes finaisO mercado de corridas de aventura, assim como outras atividades de turismo de esportes de aventura, vem crescendo continuamente no mundo. Com inmeros locais onde a natureza preservada e com belas paisagens, desponta no Brasil um grande mercado que merece maior ateno. Conforme dito anteriormente, esta pesquisa foi planejada para conhecer o perfil do pblico participante de corridas de aventura no Brasil, com a finalidade de identificar aes de marketing que trouxessem melhores resultados para os organizadores de etapas. Os dados analisados indicam que o praticante de corridas de aventura so pessoas jovens, solteiras, de poder aquisitivo mediano e a maioria com escolaridade acima de ensino mdio. O presente trabalho procurou ressaltar a importncia do conhecimento do pblico-alvo levando-se em considerao seus desejos e necessidades. Procurou-se tambm ressaltar a relevncia do planejamento de marketing e do composto de marketing para orientar o processo de formulao de estratgias, assim como auxiliar no processo de tomada de deciso e na formatao do produto turstico, na escolha do local apropriado, na divulgao correta e utilizao eficiente dos canais de comunicao e, por fim, na precificao das taxas de inscries.

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Referncias bibliogrficasADVENTURE SPORTS FAIR. A Maior Feira de Esportes e Turismo de Aventura da Amrica Latina. Disponvel em: . Acesso em 12/Abr/2006. ADVENTUREMAG. GPS Track. Disponvel . Acesso em 30/Abr/2006. em:

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Anexo 1 Formulrio de pesquisaO Formulrio de Pesquisa completo de 2005, da mesma maneira como apresentado na Internet, mostrado nas pginas 55 a 57, a seguir.

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Formulrio de Pesquisa Perfil dos participantes de Corrida de Aventura:: Segundo levantamento de dados - 2o semestre de 2005 ::

Esta pesquisa tem como objetivo segmentar os participantes de corridas de aventura, com a finalidade de direcionar esforos de marketing de empresas organizadoras e de empresas patrocinadoras dos eventos. Faz parte da monografia de concluso de curso do aluno Mauro Srgio Caparelli Castro, do curso de graduao da Faculdade de Gesto e Negcios da UFU, orientado pela Profa. Stella Naomi Moriguchi, da mesma instituio. Deve ser preenchida apenas por atletas ou pessoal de apoio de equipes participantes de corridas de aventura. A identificao opcional e deve ser feita para os que desejam participar do sorteio* de cartas topogrficas. Agradeo desde j sua participao!

Informaes sobre o perfil1- Sexo1

j k l m n Masculino

2

j k l m n Feminino

2- Data nascimento[dd/mm/aaaa]

3- Cidade-UF

- Estado4- Escolaridade1 2 3

j k l m n fundamental (1 grau)j k l m n mdio (2 grau)

4 5 6

j k l m n superior completoj k l m n ps-graduao ou especializao j k l m n outra:

j k l m n superior incompleto

5- Estado civil1 2

j k l m n solteiro(a)j k l m n casado(a)

3 4

j k l m n separado(a)/divorciado(a)j k l m n vivo(a)

6- Tem filhos?1

j k l m n no

2

j k l m n sim. Quantos?

7 - Se sim, liste a idade de cada um:

56[idade[, idade...]]

8- Qual a sua ocupao? Selecione 9- Renda individual mdia mensal:1 2 3

j k l m n at R$500,00

4 5 6

j k l m n de R$3.000,01 at R$5.000,00

j k l m n de R$500,01 at R$1.500,00j k l m n de R$1.500,01 at R$3.000,00

j k l m n de R$5.000,01 at R$10.000,00j k l m n acima de R$10.000,01

10- Quais esportes ou atividade fsica voc pratica (exceto corrida de aventura)?

[listar]

Informaes sobre corridas de aventura11- Como teve contato pela primeira vez com as corridas de aventura?1 2 3

j k l m n atravs de amigos

4 5 6

j k l m n por revistas e jornais impressos

j k l m n pela internetj k l m n por e-mail ou lista de e-mail

j k l m n pela televiso j k l m n outros meios:

12- J participou de alguma escola de preparao para corridas de aventura?1

j k l m n no

2

j k l m n sim. Qual?

13- Quantas vezes voc j participou como atleta ou apoio em corridas de aventura, em etapas ou provas... Etapa em Minas Gerais em So Paulo no Esprito Santo e Rio de Janeiro na regio Sul na regio Centro-oeste nas regies Norte e Nordeste no exterior[digite o nmero de participaes nos espaos acima]

Atleta

Apoio

14- Se atleta, selecione sua preferncia em relao distncia percorrida:

57j k l m n at 70km j k l m n de 71 at 150km j k l m n de 151 at 300km j k l m n acima de 301km

1 2

3 4

[escolha a opo que voc mais gosta, mesmo que no seja a que pratica com mais freqncia]

15- Quanto gastou, aproximadamente, em equipamentos individuais de corridas de aventura, nos ltimos 12 meses?[R$]

16- Quanto gastou, aproximadamente, em inscries, transporte e hospedagem para corridas de aventura, individualmente, nos ltimos 12 meses?[R$]

17- Cite a freqncia que pessoas prximas a voc o acompanham nas viagens para as provas de corridas de aventura1

Selecione... Selecione...

amigos

(exceto da equipe)

3 4

Selecione... Selecione...

filhos(as)

2

namorada(o) ou cnjuge

outros:

18 - Tem algum comentrio a fazer sobre as corridas de aventura?

Informaes adicionaisDigite seu e-mail caso queira participar do sorteio* de 10 cartas topogrficas do stio www.actri.triang.net. Para participar do sorteio necessrio preencher todos os campos do questionrio (exceto aqueles que no se aplicam ao entrevistado).[e-mail]

c d e f g quero receber o resultado da pesquisa em meu e-mail (previso: Dez-2005)

Enviar dados

Limpar dados

* sero sorteados mais 10 e-mails ao trmino da pesquisa (previso: Dez-2005). Para participar do sorteio necessrio preencher todos os campos do questionrio (exceto aqueles que no se aplicam ao entrevistado). Cada sorteado ter direito a 1 carta a escolher, nos formatos TIF+DM+GTM, de acordo com a pgina de pedidos do stio www.actri.triang.net. Os CD-ROMs com as cartas topogrficas sero enviados por carta com aviso de recebimento, sem custo ao contemplado. Clique aqui para ver a lista dos ganhadores do sorteio do primeiro levantamento de dados (2o semestre de 2004) Clique aqui para ver um breve resumo das amostras obtidas no primeiro levantamento de dados (2o semestre de 2004)

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Anexo 2 Exemplo de amostra recebidaAbaixo tem-se um e-mail recebido na caixa postal do pesquisador com os dados preenchidos por um participante da pesquisa; dados que pudessem identificar o respondente foram suprimidos: #INICIO sexo = 1-masculino nascimento = _____ cidade = So Paulo estado = SP escolaridade = 5-pos-grad escolaridade_outra_especificar = estado_civil = 1-solteiro filhos = 1-nao filhos_quantidade = filhos_lista = ocupacao = ocupacao_002 renda = 3-1500-3000 outros_esportes_lista = Mountain bike, corrida de rua e ciclismo. Futebol e voley de praia quando na praia.....rs contato = 1-amigos outros_meios_especificar = escola_preparacao = 2-sim escola_preparacao_qual = EMA Escola em _____ participacao_atleta_mg = participacao_apoio_mg = participacao_atleta_sp = 10 participacao_apoio_sp = 1 participacao_atleta_es_rj = participacao_apoio_es_rj =

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participacao_atleta_sul = participacao_apoio_sul = participacao_atleta_centro_oeste = participacao_apoio_centro_oeste = participacao_atleta_norte_nordeste = participacao_apoio_norte_nordeste = participacao_atleta_exterior = participacao_apoio_exterior = distancia = 1-70gastos_equipamentos = R$ 1.000,00 gastos_servicos = R$ 2.000,00 frequencia_amigos = 2 frequencia_filhos = 4 frequencia_conjuge = 3 frequencia_outros = 1 frequencia_outros_especificar = equipes parceiras comentario = Se comparado com outras corridas, de outros estados as corridas em SP so mais caras que no Paran, Pernanbuco, Bahia e Minas Gerais. Mas tambm no sei o nvel de organizao das demais. Enfim, poderiam ser mais baratas se houvesse um maior nmero de patriocinadores, divulgao e exposio nas diferentes formas de mdias. email = _____ receber_pesquisa = sim para = [email protected] volta = http://www.pesquisa.triang.net/confirma_pesquisa.htm origem = www.pesquisa.triang.net #FIM

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Anexo 3 - Comenrios dos sujeitos das pesquisas de 2004 e de 2005.So expostos todos os comentrios recebidos, sem exceo, em ordem de recebimento. Os comentrios so apresentados da mesma maneira que foram recebidos, sem se preocupar com erros de concordncia e/ou de ortografia. Nomes e lugares que pudessem identificar os sujeitos foram suprimidos.

Comentrios do levantamento de dados de 2004Deviam ter mais corridas de aventura aqui no sul! Acho q a maior dificuldade p/ ns que praticamos este esporte so os preos dos equipamentos que so bem elevados e as incompatibilidades de ideias entre os membros da equipe. uma cachaa. Quanto pior melhor. Testa seus limites pessoais, capacidade de raciocnio em situaes extremas, esprito de equipe, contato com a natureza, esporte ecologicamente correto, ao mesmo tempo que uma copetio, existe um clima de companheirismo entre as equipes. MUITO BOM. importante que a corrida de aventura esteja direcionada para provas que exijam que as equipes participantes adotem tticas e estratgicas antes e durante a execuo da mesma, alm da prtica constante da orientao (navegao), que deve ser apresentada em trechos fceis, mdios e difceis. Ao contrrio disso tudo, a corrida torna-se- uma grande prova de triatlo ou coisa parecida, o que no o caso. Venho acompanhando essa modalidade ha muito tempo e fico muito feliz de ver como est crescendo cada vez mais, tanto em termos de competioes, adeptos como na mda tambm. Esse ano o estado de santa catarina t fraco em termos de competioes, pra mim t ruim pois acabei de mudar pra Jville e nao rola quase nada nesse sentido. Deveria haver maior incentivo e apoio de empresas ligadas rea de turismo, hotelaria e equipamentos. Os apoios e patrocnios a equipes pequenas como a minha so quase que inexistentes, apesar do potencial e do prprio investimento. Muito bom

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um dos melhores esportes do mundo, equacionando extrategia e resistencia fisica. gostei muito, a organizao no foi muito boa, mas vou fazer outras agora no ms de agosto "Sempre fui apaixonado pelo esporte e em especial o volei. Estou praticado corridas de aventura 1,5 ano e me identifiquei muito com esporte pelas principais caractersticas: companheirismo, determinao, superao, estratgia, preparo fsico e emocional, e auto-estima. Um abrao e boa sorte." "Os investimentos em corridas de aventura esto concentradas na regio SE, na regio sul, onde moro e acompanho algumas corridas, as corridas esto bombando mais por amor ao esporte do que por retorno financeiro. Espero ter colocaborado com sua pesquisa, mantenha-nos informado sobre o resultado dela, e o universo abordado, pois pode ser muito til para o desenvolvimento do esporte no pas! parabns pela iniciativa. Podemos divulgar o seu trabalho em nosso site que est para inaugurar em um ms. Mas vc pode acessar pelo link www._____ "maneiras Tudo de Bom!! Nunca ganhei uma corrida, mas acredito que o mais importante seja terminar a prova bem, tanto o lado fsico quanto o lado emocional (convvio dos integrantes). " um esporte que vicia. Justificando os gastos 0,00R$ por nos ultimos 12 meses estive parado em funode leso e estudos" "Oraganizo o _____. ,imnha equipe a _____. www._____. www._____. Gostaria de ter acesso depois a monografia." Sao bastante empolgantes e o cunho social muito importante "Considero o esporte do futuro (j presente). Falta muito mais incentivo para os atletas" so muito interesantes e difceis de organizar; requerem muito preparo da equipe organizadora e dos atletas, pois oferecem certo risco (nem sempre os participantes tm real conhecimento das implicas, pondo em risco a todos). Modalidade esportiva de muita competividade e sociabilidade. "Sou academico na _____, e gostaria de ter acesso a tua monografia. www._____

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a melhor coisa que existe pra se desestressar do correrio do diaa-dia.Faa corrida de aventura,e viva melhor. um esporte apaixonamente As corrida de aventura em minas gerais, ainda tem poucas modalidades e temos apenas provas curtas. O Preo de inscriao eh muito alto. E a premiacao sempre valoriza as equipes de ponta, outros tipos , mesmo q sorteios, deveriam ser ofertados pelos organizadores. Patrocionadores conhecem pouco do esporte, deveria ser feito um trabalho maior de midia. Sempre h algo para melhorar na prxima, por isso viciante. " um tipo de esporte que precisa se profissionalizar para crescer. Existem muitas provas com nveis de organizao abaixo do esperado e que muitas vezes podem frustar a motivao de uma pessoa que est iniciando." falta planejamento em organizao e divulgao, sem falar nos critrios de segurana e monitoramento da prova ( fcil burlar regras como andar em asfalto) experiencia unica A corrida de aventura est muito concentrada no eixo SP-RJ. As equipes e organizadores deveriam olhar tambm para o potencial do Nordeste. adoro Falta organizao em relao circuitos e entidades No que eu prefira provas de at 70km, mas por falta de patrocnio e pelo alto valor de inscrio e gasto com viagem das provas mais longas, ainda no tive oportunidade de fazer uma. Os altos custos das competies impedem a participao de pblicos mais volumosos. A falta de patrocnio contribui ainda mais para que esse ndice. o esporte do futuro!!! uma tima oportunidade de testar seus limites fsicos e mentais ao mesmo tempo.

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Acho que o esporte tem tudo para crescer no Brasil, porm precisamos de patrocnio para os organizadores de provas e tambm para os atletas. No gastei muito com passagem e inscrio, porque minha equipe representa o Batalho onde trabalho e este nos patrocina nestes aspectos. A Corrida de Aventura me trouxe um benefcio inestimvel em relao a minha sade fsica, mental e desempenho no trabalho. Pretendo no para de competir to cdo. Creio que a tendncia da modalidade seja a de crescer muito nos prximos anos. Imagino que haver etapas que atravessar pases e continentes, durando muitos dias. " um esporte difcil das pessoas q no vivenciam entender pq gostamos. Precisa de muito treinamento e isso toma mt o tempo de quem no vive s disso. A sensao de superao mt boa no fim de cada corrida, melhor ainda qd o resultado da equipe foi bom." Na minha opinio as CA deveriam ter um limite mnimo de modalidades e no ficar a critrio dos organizadores. E tambm acho que quanto maior for o n de modalidades melhor, tipo seis, sete. testar o limite a grande diverso "Infelizmente, ainda se percebe muita falta de apoio para realizao de corridas e para as equipes... Penso que seja importante se desenvolver maneiras de maior divulgao dos apoiadores e patrocinadores de corridas e de equipes, j que, muitas vezes, a maior parte das corridas se d em locais pouco urbanos e com pouca visibilidades para os mesmos" "bom demais, deveriam ter 100km +ou- 10km. possibilidade de trocar um componente por outro. Grato. _____. _____" De uma forma geral a corrida de aventura tem se tornado um esporte cada vez mais caro. um esporte elitizado que deveria ser popularizado. Os meios fazem grande diferena no desempenho o que impede que surjam novas equipes. Falta apoio para as equipes novas. O melhor esporte do mundo FOI AMOR A PRIMEIRA CORRIDA. Muito bom.... Adoro Corridas!!!!!!! quero ganhar as cartas!!!!

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uma atividade extenuante, mas desafiadora Considero como uns dos esporte mais completos: vai desde o preparo fsico at o espirito de equipe, passando pela fora psicolgica. Ficar perdido 12 horas, a noite, em lugar desconhecido, somente a corrida de aventura pode traze este tipo de emoo. nunca participei12 Esportes de aventura, em especial as corridas, so o meu vcio. S quem pratica sabe do que estou falando. Mais que uma competio entre equipes, uma competio individual para cada atleta, que precisa conhecer seu prprio potencial e, principalmente, seus prprios limites. E, para mim, vencer meus prprios limites o que mais legal nas corridas. "H poucas corridas longas e/ou do excelente nvel que eram as provas do Alexandre13. Hoje existem muitas provas comerciais. Acho que perdeu um pouco o sentido de superar limites, desafios, expedio. Hoje uma boa parte das provas no passam de triathlon no mato. Existe pblico de todos os tipos para todos os tipos de provas, acho vlida estas provas e provas para iniciantes tambm, porque ajudam a divulgar o esporte no pas, porm, provas mais tcnicas e longas deveriam existir." o esporte da minha vida, pena no ter condies financeiras para participar de todas as provas que gostaria de fazer. Penso ser uma atividade que vem crescendo bastante. uma atividade que vem ganhando espao na mdia e vem buscando cada vez mais adeptos. Neste crescer, meio sem controle, observo muitas vezes o despreparo das equipes quanto a questo de segurana. Muitos nunca fizeram rapel ou tm domnio na modalidade de remo e se acomodam nas oficinas que so oferecidas. E tamb no tm noes de primeiros socorros. E fico pensando que essas equipes vo enfrentar uma corrida de aventura, onde tudo pode acontecer. Acho bem arriscado. Mas tambm acho irresponsabilidade. Ou depositar essas responsabilidade apenas na organizao. " muito divertido. Temos um questionrio similar a este, que aplicamos em parceria com o site _____. www._____" Participo como staff de organizao do _____ tb, anualmente. Custos gerais elevados. Dificil de juntar gente para participar.

12

O sujeito, assim como outros respondentes em outras amostras, participou como apoio em algumas provas, por isso seus dados foram considerados. 13 Alexandre Freitas, pioneiro na organizao de corridas de aventura no Brasil e fundador da SBCA Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura e da EMA Expedio Mata Atlntica.

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acho q deveria haver algumas corridas com iseno de pagamento, para assim podermos participar de mais etapas, visto q algumas so muito distantes de nossa residncia, encarecendo e muito a aventura!!!! s quem faz, sabe..... o esporte mais completo, onde o atleta precisa dominar vrias disciplinas. Alm de fora fsica preciso inteligncia! Os esporte mais fantstico que existe!!

Comentrios do levantamento de dados de 2005 um estilo de vida. Quem gosta, vicia e no quer parar de fazer nunca mais. um esporte fascinante, igual a um vcio, quanto mais se faz, mais se quer... Falta a criao um rgo regulador e fiscalizador para melhor profissionalizar o esporte. Outra questo com relao ao custo das inscries que so altas, mesmo quando o evento conta com vrios patrocinadores. Divulgao fundamental para que tenhamos maior apoio e incentivo ao esporte, inclusive no momento de buscar patrocinadores. Corrida de aventura mais que simplesmente um esporte. um vcio, um estilo de vida, uma terapia intensiva, um autoconhecimento e uma fonte inesgotvel de prazer! "sober corridas: sou apaixonada!!! mas quero deixr aqui que gostaria muito de receber os mapas de brinde!!! boa sorte na sua pesquisa!!! Abraos!!!" Que o esporte deve ter uma entidade regulamentadora. ltimamente por problemas de sade no tenho participado muito das provas, mas dentro em breve pretendo voltar a participar. Finalmente ficou mais divulgado e tem cada vez mais um maior nmero de adeptos! Esporte alucinante, porm existe uma dificuldade muito grande para aquisio de patrocnio, Eu que pensava que no triatlo era ruim...

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Deveria ser criada uma federao ou associao de organizadores de provas de ca a fim de normatizar e padronizar os regulamentos e cartas nas provas estaduais e/ou regionais (RS, SC e PR) "Se cada um fizer a sua parte conseguiremos que a corrida de aventura seja cada vez mais conhecida e futuramente se torne um esporte olmpico, como j se comenta pelos grandes patrocinadores! Abraos" um esporte elitista, necessario ter uma boa condio financeira para se manter no esporte ou praticalo sempre. AR its not about sport !Its is about passion !! uma forma excpecional de demonstrar a capaciudade que o ser humando possui de superar seus prprios limites Acho a modalidae esportiva mais completa e desafiadora q o ser humanano j inventou, mas precisa ser mais divulgada e apoiada. H que se ter cuidado. contagioso! amo muito tudo isso!!! Um esporte completo que nos traz benefcios claros para nosso dia dia. Apaixonante As coridas de aventura so realmente fantsticas. Mas os gastos muitas vezes so muitos elevados e a falta de patrocnio realmente um limitante para o crescimento do esporte. difcil tentar disputar o campeonato brasileiro, pois as distncias inviabilizam em funo dos gastos. ol amigo, sou o _____, da _____, e conforme o combinado, deixei aqui a minha contribuio para a sua pesquisa. forte Abrao!!!!!!!!!!!!! O bichinho das corridas de aventura j te picou: agora no cura mais!!! E um esporte