Perfil Nacional da Gestão de Substâncias Químicas

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Brasil

Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas2003

Repblica Federativa do BrasilPresidente Luiz Incio Lula da Silva Vice-presidente Jos Alencar Gomes da Silva

Ministrio do Meio AmbienteMinistra Marina Silva

Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos Secretria Marijane Lisboa

Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

Perfil Nacionalda Gesto de Substncias Qumicas

Brasil, 2003

Comisso Nacional de Segurana Qumica - CONASQPresidncia e Secretaria Executiva: Ministrio do Meio Ambiente, Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos SQA/MMA

Equipe TcnicaMinistrio do Meio Ambiente Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos Assessora Especial

Vice-Presidncia: Ministrio da Sade MS

Marlia Marreco Cerqueira Gerente do Projeto de Reduo de Riscos

Membros: Ministrio do Meio Ambiente MMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis IBAMA

Ambientais Marisa Zerbetto Coordenador Srgio Grein Teixeira Consultores Gilson da Silva Spanemberg Maria Anglica Garcia Srgia de Souza Oliveira Colaboradores Andr Luiz Dutra Fenner Knia Godoy Instituies Executoras Ministrio do Meio Ambiente MMA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria ANVISA Organizao Pan-Americana da Sade OPAS Projeto Grfico e Diagramao TDA Desenho & Arte Crditos fotogrficos Capa: Armando Waak, Eraldo Peres, Guilherme Lessa, Haroldo Palo Jnior, AGB International, Eraldo Peres, Haroldo Palo Jnior, Keystone.

Ministrio da Sade MS Secretaria de Vigilncia em Sade SVS/MS Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria ANVISA Fundao Oswaldo Cruz FIOCRUZ

Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA Ministrio da Cincia e Tecnologia MCT Ministrio da Integrao Nacional MI Ministrio de Minas e Energia MME Ministrio das Relaes Exteriores MRE Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC Ministrio do Trabalho e Emprego MTE Fundao Jorge Duprat Figueiredo de Segurana e Medicina do Trabalho FUNDACENTRO

Ministrio dos Transportes MT Agncia Nacional de Transportes Terrestres ANTT

Associao Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente ABEMA Associao Brasileira da Indstria Qumica ABIQUIM Central nica dos Trabalhadores CUT Confederao Nacional dos Qumicos CNQ/CUT Frum Brasileiro de Organizaes No Governamentais e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento FBOMS Universidade de Braslia UnB Universidade de So Paulo USP Organizao Pan-Americana da Sade OPAS

Perfil nacional da gesto de substncias qumicas / Braslia: MMA, 2003. 280p.

ISBN 85-87166-56-5

Ministrio do Meio Ambiente MMA Centro de Informao, Documentao Ambiental e Editorao Lus Eduardo Magalhes CID Ambiental

1. Substncias qumicas Meio Ambiente. 2. Substncias qumicas Gesto I. Brasil. Ministrio do Meio Ambiente. CDU 54-4

Esplanada dos Ministrios Bloco B trreo CEP 70068-900 Braslia-DF Tel.: 55 61 317 1235 Fax: 55 61 224 5222 E-mail: [email protected]

Lista de Tabelas

Captulo 1. Marco de Informao NacionalTabela 1.1 Tabela 1.2 Tabela 1.3 Tabela 1.4 Tabela 1.5 Tabela 1.6 Tabela 1.7 Panorama do Setor Industrial e do Setor Agropecurio (1999), Condio do Produtor (1996), 40 Atividade Econmica (1996), 40 Utilizao das Terras (1996), 41 Detalhamento da Produo Agrcola por Regio (1999), 41 Detalhamento da Produo Industrial por Regio (1999), 42 Indstria Distribuio Setorial (1999), 43 39

Captulo 2. Produo, Importao, Exportao e Uso de Substncias QumicasTabela 2.1 Tabela 2.2 Tabela 2.3 Tabela 2.4 Tabela 2.5 Tabela 2.6 Tabela 2.7 Tabela 2.8 Tabela 2.9 Tabela 2.10 Tabela 2.11 Tabela 2.12 Tabela 2.13 Tabela 2.14 Tabela 2.15 Denominaes das Substncias Selecionadas, de Acordo com a CNAE, 47 Captulos da Tarifa Externa Comum (TEC) Relacionados ao Perfil Nacional, 50 Produo da Indstria de lcalis e Cloro Derivados, 53 Produo e Importao Nacional de Fertilizantes, 58 Produo de Gases Industriais (1999 e 2000), 60 Produo de Produtos Petroqumicos Bsicos (1999 e 2000), 63 Importao de Petroqumicos Bsicos (1998 a 2001) , 64 Exportao de Petroqumicos Bsicos (1998 a 2001), 64 Produo de Intermedirios de Resinas e Fibras (1999 e 2000), 66 Importao de Intermedirios de Resinas e Fibras (1998 a 2001), 66 Exportao de Intermedirios de Resinas e Fibras (1998 a 2001), 67 Produo, Exportao e Importao de Farmoqumicos (1998 a 2001), 68 Principais Produtos Farmoqumicos Importados, 69 Principais Produtos Farmoqumicos Exportados, 70 Dez Agrotxicos com Maior Volume de Consumo (2000), 71

Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

Tabela 2.16 Tabela 2.17 Tabela 2.18 Tabela 2.19 Tabela 2.20 Tabela 2.21 Tabela 2.22 Tabela 2.24 Tabela 2.25 Tabela 2.26 Tabela 2.27 Tabela 2.28 Tabela 2.29 Tabela 2.30 Tabela 2.31 Tabela 2.32 Tabela 2.33 Tabela 2.34 Tabela 2.35 Tabela 2.36 Tabela 2.37 Tabela 2.38 Tabela 2.39 Tabela 2.40 Tabela 2.41 Tabela 2.42 Tabela 2.43 Tabela 2.44

Agrotxicos com Cinco Maiores Volumes de Consumo, por Classe de Uso (2000), 71 Vendas de Agrotxicos no Brasil 1999 a 2001 (Valor US$ 1.000), 72 Vendas e Uso de Agrotxicos por Estado (1999 a 2001), 73 Importao de Agrotxicos , 74 Exportao de Agrotxicos (1998 a 2001), 75 Importao e Exportao de Fungicidas, 77 Importao e Exportao de Herbicidas, 78 Importao e Exportao de Inseticidas, 82 Produo de Tintas e Vernizes (1999 e 2000), 83 Balana Comercial Total Indstria de Tintas e Vernizes, 86 Fabricao de Tintas de Impresso (1999 e 2000), 87 Fabricao de Impermeabilizantes, Solventes e Produtos Afins (1999 e 2000), 88 Importao de Catalisadores (1998 a 2001), 89 Exportao de Catalisadores (1998 a 2001), 89 Produo de Aditivos (1999 e 2000), 92 Importao de Chumbo (1998 a 2001), 94 Exportao de Chumbo (1998 a 2001), 95 Importao de Cromo (1998 a 2001), 97 Exportao de Cromo (1998 a 2001), 98 Importao de Cdmio (1998 a 2001), 99 Importao de Mercrio (1998 a 2001), 100 Importao de Arsnio (1998 a 2001), 100 Importao de Amianto (1998 a 2001), 102 Exportao de Amianto (1998 a 2001), 102 Embalagens de Agrotxicos (1987 a 1997 unidades), 104 Resduos Qumicos da Unicamp Totalizao Anual, 105 Importao de Resduos (1998 a 2001), 106 Exportao de Resduos (1998 a 2001), 107

Captulo 3. Preocupaes Prioritrias Relacionadas a Produo, Comrcio e Uso de Substncias QumicasTabela 3.1 Tabela 3.2 Tabela 3.3 Tabela 3.4 Tabela 3.5 Tabela 3.6 Tabela 3.7 Tabela 3.8 Tabela 3.9 Nmero de Plantas Qumicas por Unidade da Federao, 110 Substncias Prioritrias por Setor Analisado, 111 Produo Qumica em Larga Escala (1999), 113 Relato de Alguns Acidentes com Substncias Qumicas, 116 Acidentes Ambientais Industriais no Estado de So Paulo (1997 a 2002), 117 Casos de Contaminao Ambiental por Substncias Qumicas (1992 a 2002), 122 Importao de Produtos Qumicos em Larga Escala (1999), 125 Produtos com Maior Valor de Importao e de Exportao (2001), 126 Intoxicao Humana por Agentes Txicos (Brasil, 2001), 129

Lista de Tabelas

Captulo 4. Legislao FederalTabela 4.1 Legislao Federal Pertinente Gesto de Substncias Qumicas, 135

Captulo 5. Ministrios, Comisses Interministeriais e Outras Instituies que Atuam na Gesto de Substncias QumicasTabela 5.1 Tabela 5.2 Responsabilidades de Instituies Oficiais Brasileiras na Gesto de Substncias Qumicas, 169 Comisses Interministeriais Relacionadas Gesto de Substncias Qumicas, 174

Captulo 6. Atividades Relevantes da Indstria, de Grupos de Interesse Pblico e de PesquisaTabela 6.1 Tabela 6.2 Tabela 6.3 Organizaes Relevantes do Setor Industrial, 182 Grupos Relevantes de Interesse Pblico, 188 Resumo da Disponibilidade de Conhecimento Especializado Fora do Governo, 193

Captulo 7. Uso e Acesso aos DadosTabela 7.1 Tabela 7.2 Tabela 7.3 Tabela 7.4 Disponibilidade das Informaes, 198 Localizao da Informao Nacional, 199 Disponibilidade de Literatura Internacional, 202 Disponibilidade de Bases de Dados Internacionais,

204

Captulo 8. Infra-Estrutura TcnicaTabela 8.1 Tabela 8.2 Tabela 8.3 Laboratrios Credenciados pelo Inmetro e Cadastrados pelo IBAMA, 212 Laboratrios de Anlise de Resduos de Agrotxicos Credenciados pelo MAPA, 215 Laboratrios Certificados para Anlise de Substncias Qumicas pelo Ministrio da Sade (MS)/INMETRO, 218

Captulo 9. O Brasil no Contexto Internacional de Segurana QumicaTabela 9.1 Tabela 9.2 Tabela 9.3 Participao em Organismos, Programas e Instituies Internacionais, 222 Participao em Atos Internacionais, 226 Participao como Receptor em Projeto Relevante de Assistncia Tcnica, 233

Captulo 10. Conscientizao e Entendimento dos Trabalhadores e do PblicoTabela 10.1 Tabela 10.2 Material Didtico Destinado ao Pblico e ao Trabalhador, Informao Eletrnica, 251 242

Lista de Grficos

Captulo 2. Produo, Importao, Exportao e Uso de Substncias QumicasGrfico 2.1 Grfico 2.2 Grfico 2.3 Grfico 2.4 Grfico 2.5 Grfico 2.6 Grfico 2.7 Grfico 2.8 Grfico 2.9 Grfico 2.10 Grfico 2.11 Grfico 2.12 Grfico 2.13 Grfico 2.14 Grfico 2.15 Grfico 2.16 Grfico 2.17 Grfico 2.18 Grfico 2.19 Grfico 2.20 Grfico 2.21 Produo da Indstria de lcalis e Cloro Derivados, 53 Produo, Importao e Exportao de Soda Lquida, 54 Valor da Produo e Vendas de Intermedirios para Fertilizantes (1999 e 2000), 55 Importao de Intermedirios de Fertilizantes (1998 a 2001), 56 Exportao de Intermedirios de Fertilizantes (1998 a 2001), 56 Valor da Produo e Vendas de Fertilizantes Nitrogenados, Fosfatados e Potssicos (1999 e 2000), 57 Produo e Importao Nacional de Fertilizantes, 58 Fertilizante entregue ao Consumidor Final (2000), 59 Quantidade Comercializada de Fertilizantes, por rea Plantada (1992 a 2000), 59 Produo e Vendas de Gases Industriais (1999 e 2000), 60 Produo de Gases Industriais (1999 e 2000), 61 Importao de Gases Industriais (1998 a 2001), 62 Exportao de Gases Industriais (1998 a 2001), 62 Valor da Produo e Vendas de Petroqumicos Bsicos (1999 e 2000), 63 Valor da Produo e Vendas de Resinas e Fibras, 65 Valor da Produo e Vendas de Farmoqumicos, 68 Produo, Importao e Exportao de Farmoqumicos (1998 a 2001), 69 Vendas de Agrotxicos no Brasil (1999 a 2001), 72 Uso de Agrotxicos (Kg/ha) e rea Plantada (ha), 73 Agrotxicos Comercializados, por Classe Toxicolgica, 74 Importaes de Agrotxicos (1998 a 2001), 75

Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

Grfico 2.22 Grfico 2.23 Grfico 2.24 Grfico 2.25 Grfico 2.26 Grfico 2.27 Grfico 2.28 Grfico 2.29 Grfico 2.30

Exportao de Agrotxicos (1998 a 2001), 76 Produo de Tintas (1992 a 2001), 84 Valor da Produo e Vendas de Tintas e Vernizes, 85 Importao e Exportao da Indstria de Tintas e Vernizes (1999 a 2001), 86 Valor da Produo e Vendas de Tintas de Impresso, 87 Valor da Produo e Vendas de Impermeabilizantes, Solventes e Produtos Afins, 88 Importao de Catalisadores (1998 a 2001), 90 Exportao de Catalisadores (1998 a 2001), 91 Valor da Produo e Vendas de Aditivos de Uso Industrial, 92

Lista de Quadros e Mapa

Captulo 1. Marco de Informao NacionalMapa 1. Diviso Geogrfica Brasileira, 38

Captulo 2. Produo, Importao, Exportao e Uso de Substncias QumicasQuadro 2.1 Quadro 2.2 Nomenclaturas de Estatsticas de Produo e de Comrcio Exterior de Substncias Qumicas, 46 Sistema ALICE-Web, 49

Captulo 4. Legislao FederalQuadro 4.1 Licenciamento Ambiental, 134

Captulo 5. Ministrios, Comisses Interministeriais e outras Instituies que Atuam na Gesto de Substncias QumicasQuadro 5.1 Quadro 5.2 Sistema Nacional de Meio Ambiente SISNAMA, 156 Comisso Nacional de Segurana Qumica CONASQ, 173

Captulo 7. Uso e Acesso aos DadosQuadro 7.1 Rede de Intercmbio de Informaes INFOCAP, 203

Captulo 9. O Brasil no Contexto Internacional de Segurana QumicaQuadro 9.1 Quadro 9.2 Quadro 9.3 Quadro 9.4 Quadro 9.5 Quadro 9.6 Quadro 9.7 AGENDA 21 e Segurana Qumica, 223 Frum Intergovernamental de Segurana Qumica, 224 Sistema Global Harmonizado de Classificao e Rotulagem de Produtos Qumicos, 225 Conveno de Basilia, 227 Conveno de Estocolmo, 228 Conveno de Roterd, 229 Conveno de Viena e Protocolo de Montreal, 232

Lista de Siglas e Abreviaturas

ABEMA ABICLOR ABIFARMA ABIQUIF ABIQUIM ABNT ABRAFATI ACPO AENDA AISA ALADI ALICEWEB ANB ANDA ANDEF ANTAQ ANTT ANVISA BPL

Associao Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente Associao Brasileira da Indstria de Cloro, lcalis e Derivados Associao Brasileira da Indstria Farmacutica Associao Brasileira da Indstria Farmoqumica Associao Brasileira da Indstria Qumica Associao Brasileira de Normas Tcnicas Associao Brasileira dos Fabricantes de Tintas Associao de Combate aos POPs e Associao de Conscincia Preveno Ocupacional Associao das Empresas Nacionais de Defensivos Agrcolas Grupo de Trabalho para Assuntos Internacionais em Sade e Ambiente (MS) Associao Latino-Americana de Integrao Sistema de Anlise das Informaes de Comrcio Exterior via Internet Acordo Nacional do Benzeno Associao Nacional para Difuso de Adubos Associao Nacional de Defesa Vegetal Agncia Nacional dos Transportes Aquavirios Agncia Nacional dos Transportes Terrestres Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria Boas Prticas de Laboratrio

Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

CANPAT CAPES CAS CATI CBC CBM CDTN CEDEC CEMPRE CEPED CEPIS CEPPA CESTEH CETESB CETIND CGT CIDASC CIOSL CIPA CIPAR CIST CIT CLAV CMM CNAE CNC CNEN CNI CNPA CNPBz CNPq CNPS CNRH CNS CNSTMA CNT CNTI CNTL COANA

Campanha Nacional de Preveno de Acidentes de Trabalho Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior Chemical Abstracts Services (Servios de Monografias de Substncias Qumicas) Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral Conselho Brasileiro de Calibrao Conselho Brasileiro de Metrologia Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear Coordenadoria da Defesa Civil Compromisso Empresarial para Reciclagem Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Centro Pan-Americano de Engenharia Sanitria e Cincias do Ambiente Centro de Processamento de Alimentos Centro de Estudos da Sade do Trabalhador e Ecologia Humana Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental Centro de Tecnologia Industrial Confederao Geral dos Trabalhadores Companhia de Desenvolvimento Agrcola de Santa Catarina Confederao Internacional das Organizaes Sindicais Livres Comisso Interna de Preveno de Acidentes de Trabalho Comisso Interna de Preveno de Acidentes do Trabalho Rural Comisso Interinstitucional da Sade do Trabalhador Centro de Informao Toxicolgica Coordenao de Laboratrios Vegetais Companhia Mineira de Metais Classificao Nacional de Atividades Econmicas Confederao Nacional do Comrcio Comisso Nacional de Energia Nuclear Confederao Nacional da Indstria Comisso Nacional Permanente do Amianto Comit Nacional Permanente do Benzeno Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico Conselho Nacional da Previdncia Social Conselho Nacional de Recursos Hdricos Conselho Nacional de Sade Coletivo Nacional de Sade no Trabalho e Meio Ambiente Confederao Nacional dos Transportes Confederao Nacional dos Trabalhadores na Indstria Centro Nacional de Tecnologias Limpas Coordenao Geral de Administrao Aduaneira

Lista de Siglas e Abreviaturas

COBRAC CODETEC COF COFIS CONAMA CONCLA Conmetro COPANT COPASQ COPESA CPAQ CPqAM CRA/BA CTAA CTTP CUT DAC DDIV DDT DIDEC/GO DME DNBS DNPM DPAD DPC DPF DPRF DRT DSST EMBRAPA EPI FAO FAPESP FATMA/SC FEAM/MG FEEMA/RJ FEPAM/RS FIERGS FIOCRUZ

Companhia Brasileira de Chumbo Companhia de Desenvolvimento Tecnolgico Comit Organizador da Participao Brasileira no FISQ Coordenao Geral de Fiscalizao Conselho Nacional de Meio Ambiente Comisso Nacional de Classificao Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial Comisso Pan-Americana de Normas Tcnicas Comisso Coordenadora do Plano de Ao para a Segurana Qumica Comisso Permanente de Sade Ambiental Comisso Interministerial da Conveno de Proibio de Armas Qumicas Centro de Pesquisas Aggeu Magalhes Centro de Recursos Ambientais/Bahia Comit Tcnico de Assessoramento para Agrotxicos Comisso Tripartite Paritria Permanente Central nica dos Trabalhadores Departamento de Aviao Civil (MD Aeronutica) Departamento de Defesa e Inspeo Vegetal Diclorodifeniltricloroetano Diretoria da Defesa Civil/Gois Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais Departamento de Assuntos Nucleares e de Bens Sensveis Departamento Nacional de Produo Mineral Diviso de Poltica Ambiental e Desenvolvimento Sustentvel Diretoria de Portos e Costas (MD Marinha) Departamento da Polcia Federal Departamento da Polcia Rodoviria Federal Delegacia Regional do Trabalho Departamento de Segurana e Sade do Trabalhador Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Equipamento de Proteo Individual Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentos Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo Fundao do Meio Ambiente/Santa Catarina Fundao Estadual de Meio Ambiente/Minas Gerais Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente/Rio de Janeiro Fundao Estadual de Proteo Ambiental/Rio Grande do Sul Federao das Indstrias do Estado do Rio Grande do Sul Fundao Oswaldo Cruz

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FISPQ FISQ FNECDC FNMA FOB FSP FUNASA FUNDACENTRO GGLAS GINC GT GTZ GWh HCB HCBD IAAC IAF IAL IAP IATA IATCA IBAMA IBGE IBS IDEC ILAC IMA/AL INC INCQS INFOCAP Inmetro INPEV INSTCUT INTERTOX

Ficha de Informao de Segurana de Produtos Qumicos Foro Intergovernamental de Segurana Qumica Frum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor Fundo Nacional de Meio Ambiente Free on Board Faculdade de Sade Pblica Fundao Nacional de Sade Fundao Jorge Duprat Figueiredo de Segurana e Medicina do Trabalho Gerncia Geral de Laboratrios em Sade Pblica (ANVISA) Global Information Network on Chemicals (Rede Global de Informaes sobre Substncias Qumicas) Grupo de Trabalho Gesellschft Fur Technische Zusammenarbeit Sociedade Alem de Cooperao Tcnica Giga Watts hora Hexaclorobenzeno Hexaclorobutadieno International Accreditation Cooperation (Cooperao Internacional de Credenciamento) International Accreditation Forum Instituto Adolfo Lutz Instituto Ambiental do Paran Associao Internacional do Transporte Areo International Auditor and Training Certification Associations (Associaes de Certificao Internacional de Treinamento e de Auditores) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica Instituto Brasileiro de Siderurgia Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor International Laboratory Accreditation (Credenciamento Internacional de Laboratrios) Instituto do Meio Ambiente/Alagoas Comit Intergovernamental Negociador Instituto de Controle da Qualidade em Sade Rede de Intercmbio de Informaes para a Capacitao na Gesto Saudvel de Substncias Qumicas Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial Instituto Nacional do Processamento de Embalagens Vazias Instituto Nacional de Sade no Trabalho da Central nica dos Trabalhadores Grupo de Assessoria e Consultoria Toxicolgica

Lista de Siglas e Abreviaturas

INTOX IPCC IPCS IPEA IPT IRPTC ISER ISIC

Rede Internacional de Toxicologia International Panel on Climate Change (Painel Internacional sobre a Mudana do Clima) Programa Internacional de Segurana Qumica Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo International Register of Potentially Toxic Chemicals (Registro Internacional de Substncias Qumicas Potencialmente Txicas) Instituto de Estudos da Religio International Standard Industrial Classification of All Economic Activities (Classificao Industrial Padro Internacional de Todas as Atividades Econmicas)

ISO ITAL LABTOX/ITEP LACENs LAFC LAFC/UNISC LARP/USP MAPA MCPA MCT MDIC MI MJ MMA MME MPS MRE MS MSDS MT MTE NBR NCM NR NRR OCDE OEMA

International Standardization Organization (Organizao Internacional de Padronizao) Instituto de Tecnologia de Alimentos Laboratrio de Toxicologia do Instituto Tecnolgico de Pernambuco Laboratrios Centrais de Sade Pblica Laboratrio de Anlise de Fertilizantes e Corretivos Laboratrio de Anlise Foliar de Adubos e Corretivos da Universidade de Santa Cruz do Sul Laboratrio de Resduos de Pesticidas da Universidade de So Paulo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento cido (4-cloro-2-metilfenoxi) actico Ministrio da Cincia e Tecnologia Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior Ministrio da Integrao Nacional Ministrio da Justia Ministrio do Meio Ambiente Ministrio das Minas e Energia Ministrio da Previdncia Social Ministrio das Relaes Exteriores Ministrio da Sade Material Safety Data Sheet (Ficha de Dados de Segurana sobre Materiais) Ministrio dos Transportes Ministrio do Trabalho e Emprego Norma Brasileira Nomenclatura Comum do Mercosul Norma Regulamentadora de Segurana e Sade no Trabalho Norma Regulamentadora de Segurana e Sade no Trabalho Rural Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico rgo Estadual de Meio Ambiente

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OIT OMS ONU OPAS PADCT PARA PBCO PCB PCMSO PDO PIB PIC PNMA PNUMA POP PPA PPRA PRODAT PROEDUC PRORISC PVC RBJA REBLAS REBRAMAR REDEC 1/2 REPAMAR REPIDISCA RMMG SBTox SDI SECEX SEDEC SEMA/AP SENAI SEPATR

Organizao Internacional do Trabalho Organizao Mundial da Sade Organizao das Naes Unidas Organizao Pan-Americana da Sade Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico Programa Nacional de Anlise de Resduos de Agrotxicos em Alimentos Programa Brasileiro de Eliminao da Produo e do Consumo de Substncias que Destroem a Camada de Oznio Bifenilas policloradas Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional Potencial de Destruio da Camada de Oznio Produto Interno Bruto Consentimento Prvio Informado Programa Nacional de Meio Ambiente Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente Poluente Orgnico Persistente Plano Plurianual de Investimentos Programa de Preveno de Riscos Ambientais Programa de Melhoria das Informaes Estatsticas sobre Doenas e Acidentes do Trabalho Programa Nacional de Educao em Segurana e Sade do Trabalhador Projeto de Reduo de Riscos Ambientais Policloreto de vinila Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental Rede Brasileira de Laboratrios Analticos em Sade Rede Brasileira de Manejo Ambiental de Resduos Coordenadoria Regional de Defesa Civil Litoral Cubato (SP) Rede Pan-Americana de Manejo Ambiental de Resduos Rede Pan-Americana de Informao sobre Sade e Ambiente Rede Mineira de Laboratrios, Metrologia e Ensaios Sociedade Brasileira de Toxicologia Sistema Dinmico de Informaes Secretaria de Comrcio Exterior (Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior) Secretaria Nacional de Defesa Civil (Ministrio da Integrao Regional) Secretaria de Estado do Meio Ambiente/Amap Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Servio Especializado em Preveno de Acidentes do Trabalho Rural

Lista de Siglas e Abreviaturas

SESMT SIA SINDAG SINDEC SINITOX Sinmetro SINVAS SIPAT SIREQ SIRETOX SISNAMA SIT SITIVESP SNRH SOMA/CE SQA SRF SRH SSST STI STN SUBSIDEC/DF SUS TEC TECPAR Tep UEL UFPR UFRJ UFSC UnB UNICAMP UNICEF USP VAS

Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho Sistema Integrado de Informaes sobre Agrotxicos Sindicato Nacional da Indstria de Produtos para Defesa Agrcola Sistema Nacional de Defesa Civil Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial Sistema Nacional de Vigilncia Ambiental em Sade Semana Interna de Preveno de Acidentes de Trabalho Sistema sobre Informaes de Riscos de Exposio Qumica Sistema de Informaes sobre Riscos de Exposio Qumica Sistema Nacional de Meio Ambiente Secretaria de Inspeo do Trabalho Sindicato da Indstria de Tintas e Vernizes do Estado de So Paulo Sistema Nacional de Recursos Hdricos Secretaria de Ouvidoria Geral e Meio Ambiente do Estado do Cear Secretaria de Qualidade Ambiental (Ministrio do Meio Ambiente) Secretaria da Receita Federal (Ministrio da Fazenda) Secretaria de Recursos Hdricos (Ministrio do Meio Ambiente) Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho (Ministrio do Trabalho e Emprego) Secretaria de Tecnologia Industrial (Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio) Scientific and Technical Information Network (Rede de Informaes Tcnicas e Cientficas) Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil do Distrito Federal Sistema nico de Sade Tarifa Externa Comum Instituto de Tecnologia do Paran Toneladas equivalentes de petrleo Universidade Estadual de Londrina Universidade Federal do Paran Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal de So Carlos Universidade de Braslia Universidade de Campinas United Nations Childrens Fund (Fundo das Naes Unidas para a Infncia) Universidade de So Paulo Vigilncia Ambiental em Sade

Sumrio

Apresentao,

25

Resumo Executivo, 27 1. Marco de Informao Nacional, 37 1.1 Informaes Gerais, 37 1.2 Estrutura Poltica e Geogrfica, 38 1.3 Setor Industrial e Setor Agropecurio, 391.3.1 Agropecuria Brasileira, 39 1.3.2 Setor Industrial, 41

2. Produo, Importao, Exportao e Uso de Substncias Qumicas, 45 2.1 Produo, Importao e Exportao de Substncias Qumicas , 512.1.1 Produtos Qumicos Inorgnicos, 52 2.1.1.1 Produo de Cloro e lcalis, 52 2.1.1.2 Produo de Intermedirios para Fertilizantes, 54 2.1.1.3 Produo de Fertilizantes Fosfatados, Nitrogenados e Potssicos, 57 2.1.1.4 Gases Industriais, 60

Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

2.2

2.1.2 Produtos Qumicos Orgnicos, 63 2.1.2.1 Petroqumicos Bsicos, 63 2.1.2.2 Intermedirios para Resinas e Fibras, 65 2.1.3 Fabricao de Produtos Farmacuticos, 67 2.1.3.1 Produtos Farmoqumicos, 67 2.1.4 Agrotxicos, 70 2.1.4.1 Fungicidas, 76 2.1.4.2 Herbicidas, 78 2.1.4.3 Acaricidas, 79 2.1.4.4 Inseticidas, 81 2.1.5 Fabricao de Tintas, 83 2.1.5.1 Vernizes, Esmaltes, Lacas e Produtos Afins , 83 2.1.5.2 Tintas de Impresso, 87 2.1.5.3 Impermeabilizantes, Solventes e Produtos Afins, 87 2.1.6 Produtos e Preparados Qumicos Diversos, 88 2.1.6.1 Catalisadores, 88 2.1.6.2 Aditivos de Uso Industrial, 91 2.1.7 Metais e seus Compostos, 93 2.1.7.1 Chumbo, 93 2.1.7.2 Cromo, 96 2.1.7.3 Cdmio, 98 2.1.7.4 Mercrio, 99 2.1.7.5 Arsnio, 100 2.1.7.6 Amianto (Asbestos), 101 Resduos Qumicos, 103

3. Preocupaes Prioritrias Relacionadas a Produo, Comrcio e Uso de Substncias Qumicas, 109 3.1 Preocupaes com a Produo, 109Localizao do Parque Industrial, 109 Substncias mais produzidas, 110 Tecnologia, 113 Emisses , 114 Acidentes, 115 reas Contaminadas, 118 Preocupaes com o Comrcio, 124 3.2.1 Importao e Exportao, 125 3.2.1.1 Substncias Mais Comercializadas, 125 3.2.1.2 Trfico de Substncias e de Resduos, 126 3.2.2 Transporte, 127 Preocupaes com o Uso, 127 3.3.1 Uso de Agrotxicos e Afins, 127 3.3.2 Uso de Metais Pesados, 130 3.3.2.1 Uso do Mercrio, 130 3.3.2.2 Uso de Resduos de Chumbo, 130 3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.1.5 3.1.6

3.2

3.3

4. Legislao Federal, 133 4.1 Estrutura Legal e Aspectos Constitucionais, 133 4.2 Legislao Federal, 134

Sumrio

5. Ministrios, Comisses Interministeriais e outras Instituies que Atuam na Gesto de Substncias Qumicas, 155 5.1 Instituies, 1555.1.1 Ministrio do Meio Ambiente MMA, 155 5.1.2 Ministrio da Sade MS, 158 5.1.3 Ministrio do Trabalho e Emprego MTE, 161 5.1.4 Ministrio dos Transportes MT, 162 5.1.5 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA, 163 5.1.6 Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC, 163 5.1.7 Ministrio das Relaes Exteriores MRE , 164 5.1.8 Ministrio da Cincia e Tecnologia MCT, 164 5.1.9 Ministrio de Minas e Energia MME, 165 5.1.10 Ministrio da Justia MJ, 165 5.1.11 Ministrio da Defesa MD, 166 5.1.12 Ministrio da Educao MEC, 166 5.1.13 Ministrio da Fazenda MF, 166 5.1.14 Ministrio da Integrao Nacional MI, 166 5.1.15 Ministrios Pblicos Federal e Estaduais, 167 5.1.16 Poder Legislativo, 167 5.1.17 rgos Estaduais de Meio Ambiente OEMA , 167 5.1.18 Associao Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente ABEMA, 168 Comisses Interministeriais, 173

5.2

6. Atividades Relevantes da Indstria, de Grupos de Interesse Pblico e de Pesquisa, 181 6.1 Organizaes Relevantes do Setor Industrial, 182 6.2 Grupos Relevantes de Interesse Pblico, 188 6.3 rgos Relevantes de Pesquisa, 191 6.4 Resumo de Organizaes Especializadas Fora do Governo, 193 6.5 Mecanismos No Regulamentares de Gesto de Substncias Qumicas, 1946.5.1 Srie ISO 14000, 194 6.5.2 Programa de Atuao Responsvel, 194

7. Uso e Acesso aos Dados, 197 7.1 Qualidade e Quantidade das Informaes Disponveis, 197 7.2 Localizao da Informao Nacional, 198 7.3 Disponibilidade de Literatura Internacional, 202 7.4 Sistemas de Intercmbio de Informaes Nacionais, 204 7.5 Resumo Descritivo das Principais Bases de Dados Existentes no Pas, 204 7.6 Disponibilidade e Uso das Informaes para a Gesto Nacional de Substncias Qumicas, 207 8. Infra-Estrutura Tcnica, 209 8.1 Educao e Pesquisa Universitria, 209 8.2 Credenciamento de Laboratrios, 2108.2.1 Credenciamento junto ao INMETRO, 210 8.2.2 Credenciamento junto ao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA), 213 8.2.3 Credenciamento junto ao Ministrio da Sade (MS), 216

Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

9. O Brasil no Contexto Internacional de Segurana Qumica, 221 10. Conscientizao e Entendimento dos Trabalhadores e do Pblico, 235 10.1 Informaes aos Trabalhadores, 235 10.2 Informaes ao Pblico, 237 10.3 Conscientizao e Educao para Participao Pblica Ativa, 239 Referncias, 257 Anexo I, Relao de Contatos, 265 Anexo II, Memria Tcnica, 279

Apresentao

O

Ministrio do Meio Ambiente MMA tem desenvolvido inmeras iniciativas voltadas implementao da Agenda 21, compromisso assumido pelos pases por ocasio da Conferncia sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento CNUMAD, realizada no Rio de Janeiro em 1992. O Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas documento essencial para subsidiar aes inseridas no contexto do Captulo 19 da Agenda 21, que trata da Gesto Ambientalmente Saudvel de Substncias Qumicas Txicas, incluindo a Preveno do Trfico de Produtos Perigosos e Txicos. O Frum Intergovernamental de Segurana Qumica FISQ, estabelecido em 1994, durante a Conferncia Internacional sobre Segurana Qumica, realizada em Estocolmo, com o objetivo de definir prioridades e mecanismos para implementar o Captulo 19 da Agenda 21, reforou a necessidade de os pases elaborarem seus respectivos perfis nacionais de gesto das substncias qumicas. No Brasil, o tratamento das questes de segurana qumica, incluindo-se o desdobramento das diretrizes internacionais para esse tema, se d por meio da Comisso Nacional de Segurana Qumica CONASQ, instituda pela Portaria MMA n 319, de 27 de dezembro de 2000. No mbito da CONASQ, estabeleceu-se a incumbncia de o Ministrio do Meio Ambiente coordenar a elaborao do Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas. Considerando-se o conhecimento do ciclo de vida das substncias qumicas fundamental desde sua produo, importao, exportao, armazenamento, transporte, distribuio e uso, at a disposio final , o Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas pretende contribuir para uma melhor compreenso dos problemas reais e potenciais relacionados a substncias qumicas no Brasil, assim como dos mecanismos de gesto disponveis. Seus objetivos especficos incluem: gerar informaes que permitam formular e aperfeioar polticas pblicas sobre substncias qumicas no Brasil; conhecer a real situao da gesto de substncias qumicas no Pas; identificar as categorias de substncias qumicas que so objeto de controle e vigilncia no Pas e aquelas que necessitam de controle;

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Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

disponibilizar meios para a definio de prioridades na gesto, preveno e controle de riscos relacionados produo, movimentao e uso de substncias qumicas; conscientizar instituies governamentais e de outros setores, assim como a sociedade civil organizada de forma geral, para a importncia da gesto responsvel de substncias qumicas e de sua parcela de responsabilidade. O Ministrio do Meio Ambiente MMA agradece a participao dos parceiros na execuo deste trabalho, a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria ANVISA e a Organizao Pan-Americana de Sade OPAS, como tambm a colaborao dos membros da CONASQ e das demais instituies que disponibilizaram informaes para subsidiar a elaborao do documento. MARINA SILVA Ministra do Meio Ambiente

Resumo Executivo

O

Frum Intergovernamental de Segurana Qumica FISQ, criado pela Conferncia Internacional de Segurana Qumica, realizada em Estocolmo, Sucia, em 1994, constitui um mecanismo de cooperao entre governos, instituies intergovernamentais e organismos no-governamentais, com os propsitos de promover a avaliao dos riscos sade humana e ao meio ambiente decorrentes do uso de substncias qumicas, e de incentivar a gesto ambientalmente segura de substncias qumicas. O Frum, que atua na rea precpua de segurana qumica, tem por finalidades: orientar a formulao e a implementao de polticas especficas; estimular a cooperao regional e sub-regional, visando o estabelecimento de estratgias coordenadas e integradas; estimular a aceitao dos temas; e promover a melhor compreenso dos problemas atraindo o apoio poltico necessrio para as aes. Entre as primeiras prioridades identificadas pelo FISQ, encontra-se a realizao por todos os pases de Perfil Nacional sobre a Gesto de Substncias Qumicas, com o objetivo principal de fornecer um panorama da situao da gesto de substncias qumicas, para subsidiar decises sobre polticas pblicas e prioridades de ao, visando o aumento dos nveis de segurana qumica. O Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas constitui um conjunto de informaes geradas pelos diferentes agentes que participam da gesto da segurana qumica, abrangendo as etapas do ciclo de vida das substncias produo, importao, exportao, uso, transporte, armazenamento e destinao final. Como objeto do Perfil Nacional, as seguintes categorias de substncias qumicas foram selecionadas: produtos qumicos inorgnicos (cloro e lcalis; intermedirios para fertilizantes; fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potssicos; gases industriais; outros produtos inorgnicos); produtos qumicos orgnicos (petroqumicos bsicos; intermedirios para resinas e fibras; outros produtos qumicos orgnicos); produtos farmoqumicos; agrotxicos (inseticidas, fungicidas, herbicidas, outros agrotxicos);

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Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

tintas, vernizes, esmaltes, lacas; tintas de impresso; impermeabilizantes, solventes e produtos afins; produtos e preparados qumicos diversos (catalisadores, aditivos de uso industrial, outros produtos qumicos); e metais e seus compostos (chumbo, cromo, cdmio, mercrio), arsnio, amianto. A distribuio do contedo do Perfil Nacional est definida de forma didtica e apresenta dez Captulos e dois Anexos.

Captulo 1 Marco de Informao NacionalO Captulo 1 apresenta informaes gerais sobre o Pas, sua diviso poltico-administrativa e demografia, bem como o papel do setor agrcola e do industrial na economia brasileira. Pas de dimenses continentais e com uma populao de mais de 170 milhes, o Brasil uma Repblica Federativa, na qual as relaes entre a Unio, os 26 Estados e Distrito Federal e os 5.561 Municpios constituem fora determinante na sua dinmica poltica, econmica e social. A economia do Pas, em termos da contribuio para o Produto Interno Bruto PIB, distribuda entre os seguintes setores: industrial (35,60% do PIB em 1999), agropecurio (8,19%), de servios (49,11%) e de comrcio (7,10%). As regies Sudeste e Sul respondem, juntas, por cerca de 75% do PIB nacional. Utilizando-se o conceito de agronegcios que considera desde o produto primrio at sua industrializao e comercializao, incluindo os setores fornecedores de insumos, mquinas e implementos , a gerao de renda agropecuria alcana cerca de 27% do PIB. O setor apresenta resultado positivo constante de supervit na balana comercial, o que atesta sua competitividade e importncia na gerao de divisas para o Pas. A indstria tem tido significativo papel no crescimento do PIB, das exportaes e do nvel de emprego formal. Nos anos 90, a indstria brasileira respondeu, em mdia, por 37% do PIB, empregando 20% da populao economicamente ativa. Nesse perodo, observouse o crescimento das exportaes de manufaturados, os quais representaram, em 2000, cerca de 59% das exportaes, melhorando o equilbrio da balana comercial. Os segmentos industriais que apresentaram em 2000 as maiores taxas de utilizao da capacidade instalada foram: celulose, papel e papelo (94%), borracha (91%), produtos metalrgicos (88%), txtil (88%), e vesturio e artefatos de tecidos (88%). A indstria de produtos qumicos, entre as indstrias de transformao, apresentou, em 1999, um valor de transformao industrial equivalente a 13,97% do total, enquanto emprega 5,87% do total da mo-de-obra.

Captulo 2 Produo, Exportao, Importao e Uso de Substncias QumicasNo Captulo 2 h um conjunto de informaes estatsticas relacionadas produo, importao, exportao e uso das substncias qumicas selecionadas. No ano 2000, o Brasil possua em torno de 218 mil de estabelecimentos industriais, que geravam quase 5 milhes de empregos. Neste mesmo ano, a indstria qumica brasileira representou aproximadamente 2,9% do Produto Interno Bruto do Pas e, em 2001, obteve um rendimento lquido de 38,3 bilhes de dlares, sendo classificada como uma das nove maiores indstrias qumicas do mundo. Em valor, as exportaes em 2002, comparadas com as do ano 2001, aumentaram 8,44% e as importaes caram 6,32%. Em volume de produtos qumicos, o Brasil importou 16,43 milhes de toneladas em 2001 e 17,1 milhes de toneladas em 2002, enquanto exportou 4,93 milhes de toneladas em 2001 e 5,7 milhes de toneladas em 2002. Do total de 2002, 16,7 milhes de toneladas (importadas) e 5,5 milhes de toneladas (exportadas) foram de produtos qumicos de uso industrial, ou seja, 97,8% e 97,2%, respectivamente. No Brasil, isso representa aproximadamente trs mil produtos,

Resumo Executivo

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produzidos por cerca de 800 empresas. Os dados apresentados mostram a grande diversidade do setor. A crise de energia, ocorrida no ano de 2001, afetou diversos setores da indstria qumica. O grupo de produtos cloro e lcalis foi o mais afetado, sendo que sua produo caiu 14,8% e o volume de vendas, 18,4%, em relao ao ano 2000. O mesmo aconteceu com o grupo de intermedirios para fibras sintticas, com reduo de 12,4% no volume produzido e 10,7% no volume de vendas. O setor de elastmeros apresentou, em 2001, uma reduo de 10,4% na produo e 8,2% no volume de vendas. O grupo de resinas termoplsticas apresentou reduo de 5% na produo e 2,9% no volume de vendas. Neste grupo, as exportaes caram 15% em virtude do excesso de oferta e dos baixos preos no mercado internacional. O nico grupo que apresentou crescimento foi o grupo de resinas termofixas, utilizadas no setor moveleiro e no caladista, com aumento de 11% na produo e 10% no volume de vendas. No que diz respeito a outros setores de produo da indstria qumica, a indstria farmacutica obteve um faturamento lquido em 2001 de US$ 5,7 bilhes, 15 % menor do que no ano 2000; as exportaes cresceram 11,1%, atingindo US$ 200 milhes, e as importaes, da ordem de US$ 1,43 bilho, foram 6,7% maiores do que no ano 2000, gerando um dficit de US$ 1,23 bilho na balana comercial. O setor de tintas e vernizes reportou um crescimento de 1,5% nas vendas em 2001, em relao ao ano anterior. Entretanto, o faturamento lquido foi 8% menor que em 2000, atingindo US$ 1,4 bilho. O segmento de fertilizantes apresentou uma reduo de 6,7% no faturamento em 2001, atingindo o valor de US$ 2,8 bilhes, apesar do registro de aumento nas vendas. A quantidade de fertilizantes comercializada, por rea plantada, vem aumentando gradativamente nos ltimos oito anos. Os cinco estados brasileiros com maior volume de utilizao, por unidade de rea, em 2000, foram: Distrito Federal (252,23 kg/ha); Amap (243,90 kg/ha); Minas Gerais (219,28kg/ha); So Paulo (213,60 kg/ha) e Gois (193,28 kg/ha) (IBGE, 2002). No segmento dos agrotxicos, em que o Brasil o quarto maior consumidor mundial, o faturamento lquido, em 2001, caiu 8% em relao ao ano 2000, alcanando US$2,3 bilhes. O consumo nacional de agrotxicos, em 2000, foi de 131.970 toneladas. Neste montante esto includos, alm dos herbicidas, inseticidas, fungicidas e acaricidas, os reguladores de crescimento, feromnios, bactericidas e moluscicidas. O consumo de enxofre, leo mineral, cobre, leo vegetal, adjuvante e espalhante adesivo foi de 30.491 toneladas. Os cinco Estados brasileiros com maior volume de consumo de agrotxicos foram: Paran (24.680 t); So Paulo (24.370 t); Rio Grande do Sul (17.278 t); Mato Grosso do Sul (16.653 t) e Gois (11.885 t). Na relao dos agrotxicos mais consumidos, no ano 2000, o glifosato est em primeiro lugar, com um consumo de 39.515 toneladas. Sobre a balana comercial de agrotxicos, observa-se tendncia a uma estabilidade na importao, com os herbicidas apresentando valores, tanto em mdia como absolutos, quase duas vezes superiores aos dos inseticidas. Em relao aos metais pesados, observa-se a exportao de minrios de chumbo e a importao de chumbo semimanufaturado; uma produo muito reduzida de cromita (0,17% da produo nacional de metais) e uma importao de 10,1 mil toneladas de cromita e de aproximadamente 38 mil toneladas de compostos qumicos de cromo; importao de xido de cdmio (125 toneladas em 2001); importao de mercrio manufaturado, numa mdia de 58,8 toneladas no perodo de 1998 a 2001. Ainda se pode observar a importao relativamente reduzida de arsnio (28 t em 2001). A produo de fibra de amianto gira em torno de 200 mil toneladas ao ano, extrada totalmente de mina a cu aberto, que possui uma capacidade instalada de 240 mil toneladas ao ano de fibra tratada, com recuperao de aproximadamente 88% das fibras no processo

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Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

de tratamento. A extrao e o beneficiamento so mecanizados e so produzidos quase todos os tipos de fibras. O Brasil o quarto maior produtor mundial de amianto, exportando cerca de 30% de sua produo. Em 2000, a produo brasileira de fibras de crisotila foi de 209.332 toneladas, representando 10,8% da crisotila produzida mundialmente.

Captulo 3 Preocupaes Prioritrias com a Produo, Comrcio e Uso de Substncias QumicasA indstria qumica e a indstria de transformao que utiliza em seus processos substncias qumicas como insumo constituem objeto de preocupao, na fase de produo, principalmente em decorrncia dos impactos mais visveis decorrentes de sua atividade: a emisso de poluentes, a gerao e disposio inadequada de resduos, a ocorrncia de acidentes industriais. Para se ter uma viso mais abrangente desse quadro, so apresentados neste Captulo aspectos da localizao do Parque Industrial Brasileiro, que apresenta significativa concentrao regional; dos volumes de produo; de tecnologia; e dos impactos propriamente ditos: emisses, resduos, acidentes e reas contaminadas.

Localizao do parque industrialO Brasil possui cerca de 882 plantas qumicas concentradas, em sua maioria, nas regies Sudeste e Sul. O Estado de So Paulo concentra o maior nmero de plantas, com cerca de 485; em segundo lugar est o Estado do Rio de Janeiro, com 88 plantas; e em terceiro, o Estado do Rio Grande do Sul, com 66 plantas qumicas. Conseqentemente, o Estado que apresenta o maior nmero de relatos de acidentes e de reas contaminadas So Paulo. Por outro lado, So Paulo possui o levantamento mais completo sobre este tema por se dedicar segurana qumica h mais tempo.

Grandes volumes de produo e comrcioEm relao s substncias com maior volume de comrcio, sobressaem os setores de fertilizantes, petroqumicos bsicos, cloro e lcalis. Alguns desses setores da indstria qumica produzem insumos para outro setor, e o pblico tem acesso restrito aos produtos e, portanto, reduzida a possibilidade de exposio. No entanto, sua movimentao gera riscos, especialmente no transporte rodovirio, no qual o nmero de acidentes significativo. Quanto aos produtos de uso do pblico em geral, os fertilizantes e os agrotxicos se destacam dos demais.

TecnologiaEntre os problemas e restries ao desenvolvimento e competitividade da indstria qumica nacional, constata-se que tem havido baixo investimento do setor em tecnologia de processo e paralisao de diversos centros de pesquisa tecnolgica das empresas qumicas brasileiras. Isto afeta no apenas a balana comercial, mas reflete na substituio de processos e de tecnologias voltados para o que se denomina Produo Mais Limpa, que prope a utilizao contnua de uma estratgia ambiental integrada preventiva, aplicada a processos, produtos e servios, para aumentar a eco-eficincia e reduzir riscos para seres humanos e para o meio ambiente. Atualmente, no Brasil, existem vrias iniciativas destinadas a incentivar programas de Produo Mais Limpa, como as coordenadas pelo Centro Nacional de Tecnologias Limpas CNTL, sediado no Rio Grande do Sul junto ao Servio Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI e Federao das Indstrias do Estado do Rio Grande do Sul FIERGS, e pelos Ncleos Estaduais de Produo Mais Limpa dos Estados do Cear, de Pernambuco, da Bahia, do Mato Grosso, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de So Paulo e de Santa Catarina. O Senai e o Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SEBRAE, por meio de convnio com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentvel CBDS, vm participando da criao de ncleos estaduais e treinando

Resumo Executivo

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pessoal na metodologia de Produo Mais Limpa. Em vrios estados, empresas do setor de qumica tm sido envolvidas nesses programas.

Emisses de poluentesAs emisses de poluentes sobre o ar, a gua e o solo constituem objeto de preocupao principalmente em relao a reas de alta densidade industrial e populacional. Enquanto existe relativo controle sobre a poluio da gua e sobre emisses atmosfricas, ainda mais difcil o controle sobre a emisso de poluentes no solo. Esto em funcionamento redes de monitoramento da qualidade do ar e da gua em vrios estados brasileiros, que facilitam a adoo de medidas preventivas e corretivas relacionadas poluio e contaminao desses compartimentos ambientais. O Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar PRONAR, institudo pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente e voltado para as fontes fixas, utiliza como instrumentos (i) os padres de qualidade do ar e da emisso na fonte; (ii) a Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade do Ar; e (iii) o inventrio de fontes e poluentes atmosfricos.

AcidentesA preocupao com acidentes, no Brasil, se refere necessidade de uma estrutura de preveno, que passa pela aplicao mais eficaz da legislao e das medidas de monitoramento ambiental, assim como pela melhoria das condies de atendimento a emergncias. Entre as condies que devem ser aperfeioadas, est a disponibilidade de laboratrios para efetuarem as anlises de amostras de compartimentos ambientais contaminados, para rpido conhecimento das substncias envolvidas no acidente. Isto depende de convnios entre instituies e laboratrios, assim como de disposio dos recursos financeiros para cobrir o custo das anlises. Outras condies de atendimento emergencial abrangem, por exemplo, o mapeamento de recursos e equipamentos, o mapeamento de vulnerabilidade, a coordenao interinstitucional e a disponibilidade de pessoal capacitado. Em So Paulo, entre 1997 e 2002, ocorreram cerca de 200 acidentes ambientais em indstrias, assim dispostos: 21 em 1997; 31 em 1998; 30 em 1999; 37 em 2000; 49 em 2001 e 32 at novembro de 2002. O cido clordrico e a amnia estiveram envolvidos em acidentes em todos os anos pesquisados.

reas contaminadasMuitas reas contaminadas so decorrentes de atividades industriais j encerradas, cuja empresa responsvel s vezes entrou em concordata ou cujos responsveis no so localizados. Torna-se por vezes difcil a identificao de responsabilidades, e mesmo quando tal identificao reconhecida tcnica e judicialmente tambm a execuo da exigncia de recuperao da rea degradada e de ressarcimento por danos ambientais e sade de populaes. Enquanto permanecem as pendncias judiciais, o risco de contaminao humana e ambiental cresce. A preocupao com reas contaminadas diz respeito s seguintes questes bsicas: maior responsabilidade por parte do setor privado; identificao da rea e de seus riscos sade humana e ao meio ambiente; identificao do(s) responsvel(eis) pela contaminao e, portanto, pela reparao de danos; adjudicao do responsvel e obrigatoriedade de arcar com o nus da reparao; alocao de recursos financeiros para reparao dos danos nos casos de responsabilidade difusa e de pendncia judicial, at mesmo como medida de preveno de aumento dos riscos associados rea contaminada; disseminao do uso de seguros que cubram danos e despesas de descontaminao; aumento da capacitao institucional dos rgos federais, estaduais e municipais de sade e de meio ambiente para o tratamento efetivo da questo.

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Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

Intoxicao humanaO Sistema de Informaes Txico-farmacolgicas SINITOX revela que, no ano de 2001, foram registrados 2.690 casos de intoxicao humana por exposio a agrotxicos de uso agrcola, e 1.583 casos envolvendo agrotxicos de uso domstico, representando 5,96% e 3,51% dos registros daquele ano, respectivamente (Sinitox, 2002). Foram registrados, no total, 91 bitos no Brasil, destes 45 na regio Sul. Os bitos por envenenamento esto relacionados principalmente s exposies agudas aos agrotxicos.

Resduos de agrotxicos em alimentosOutra preocupao se refere presena de resduos de agrotxicos em alimentos. O problema reside principalmente no uso indiscriminado de agrotxicos e na precariedade da fiscalizao no campo. Alm do uso de produtos no autorizados para a cultura, tambm comum o no atendimento aos intervalos de segurana entre a ltima aplicao e a colheita. A Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria ANVISA implantou, em junho de 2001, o Programa Nacional de Anlise de Resduos de Agrotxicos em Alimentos PARA, nos Estados de So Paulo, Paran, Minas Gerais e Pernambuco. No primeiro ano de atuao do programa foram analisadas 1.295 amostras e 81,2 %, 1.051 amostras, exibiam resduos de agrotxicos. Destas, 22,17% (233) exibiam percentual de resduos que ultrapassava os limites mximos permitidos. Das que ultrapassaram o limite mximo permitido, 74 continham resduos de agrotxicos no autorizados para as respectivas culturas. Ainda segundo os resultados, as culturas que apresentaram a maior concentrao de contaminao foram: morango (50% das amostras); mamo (31%) e tomate (27%).

Metais pesadosA excessiva utilizao do mercrio na formao do amlgama (liga de ouro-mercrio), com tcnicas precrias de garimpagem de ouro, levou emisso de mercrio para os diferentes compartimentos ambientais, tendo como principal rea de ocorrncia a Amaznia. A contaminao por chumbo na cidade de Santo Amaro da Purificao, no Estado da Bahia, j foi tambm comprovada por vrios trabalhos cientficos em grupos de pesquisa, principalmente na Universidade Federal da Bahia.

Captulo 4 Legislao FederalO quadro de referncia legal apresentado no Captulo 4 e rene a relao de instrumentos legais vigentes. Constata-se que existe uma base legal considervel sobre os controles aplicados produo, ao comrcio exterior, ao transporte, ao uso e destinao final de produtos qumicos. Muitas regulamentaes refletem a implementao no Brasil de acordos e convenes internacionais, como o caso, por exemplo, da Conveno da Basilia, do Protocolo de Montreal, da Marpol e das Convenes da Organizao Internacional do Trabalho OIT. Dentre os inmeros documentos legais, destacam-se os seguintes: a Constituio Federal, que determina as bases de responsabilidade, nos trs nveis de governo, para os setores de sade e meio ambiente agirem de forma a garantir, respectivamente, a segurana e sade da populao e a proteo do meio ambiente; a Poltica Nacional de Meio Ambiente e seus desdobramentos, que tem o licenciamento ambiental como principal instrumento de gesto do territrio e de controle sobre atividades potencialmente poluidoras; a legislao sobre agrotxicos, seus componentes e afins, que envolve os setores de agricultura, sade e meio ambiente; a regulamentao do setor de sade e segurana do trabalhador; a regulamentao do transporte de produtos perigosos, baseada nas Recomendaes das Naes Unidas para esse tipo de transporte.

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Os esforos na aplicao da legislao vigente incluem a capacitao de pessoal, o aumento do nmero de fiscais e a intensificao da fiscalizao.

Captulo 5 Ministrios, Comisses Interministeriais e Outras Instituies que Atuam na Gesto de Substncias QumicasO panorama institucional do Governo Federal, no que se refere gesto de substncias qumicas, apresentado no Captulo 5, em que so descritas as competncias e responsabilidades dos Ministrios e agncias e rgos vinculados. So tambm apresentadas as Comisses Interministeriais relacionadas aos assuntos tratados entre os vrios setores de governo. Constata-se que j esto implantados mecanismos de tratamento multi e interdisciplinar de diferentes aspectos da gesto de substncias qumicas, permitindo-se o encaminhamento de discusses, anlises e solues de forma integrada. Em muitos desses grupos de trabalho participam tambm representantes do setor produtivo e de organizaes no-governamentais. So quatorze Ministrios e diversos rgos e agncias a eles vinculados envolvidos com a gesto de substncias qumicas, no Poder Executivo. No Poder Legislativo tm participao importante as Comisses da Cmara Federal e do Senado que tratam de projetos de lei. Atuam o Poder Judicirio e o Ministrio Pblico em questes contenciosas. Em nvel estadual, os rgos estaduais de meio ambiente, que se congregam na Associao Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente ABEMA, e as secretarias setoriais tm papel preponderante na gesto de substncias qumicas na sua rea de competncia e como fornecedor das informaes particulares de cada estado. Entre as Comisses Interministeriais, cabe assinalar a Comisso Nacional de Segurana Qumica CONASQ, que rene 22 instituies do Governo Federal, e a ABEMA, representantes da indstria e de organizaes no-governamentais e de universidades. Os principais objetivos da CONASQ so de articulao institucional e fomento de discusses sobre segurana qumica, visando implementao do Programa Nacional de Segurana Qumica PRONASQ, definido em funo das necessidades e das possibilidades de melhoria da gesto de substncias qumicas no Pas e das diretrizes adotadas pelo Frum Intergovernamental de Segurana Qumica FISQ. O Programa Nacional de Segurana Qumica compreende dez linhas de ao: Mecanismos de controle e fiscalizao na gesto de substncias qumicas; Rede de Intercmbio e Difuso de Informaes para a Segurana Qumica no Brasil; Reduo das Vulnerabilidades aos Acidentes com Produtos Qumicos; reas Contaminadas; Sistema Global Harmonizado de Classificao e Rotulagem de Produtos Qumicos; Segurana Qumica nas Universidades e Instituies de Pesquisa; Implementao de Convenes Internacionais (Estocolmo, Roterd); Manejo Integrado de Pragas e Vetores; Inventrio de Emisses e Transferncia de Poluentes; Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas.

Captulo 6 Atividades Relevantes da Indstria, de Grupos de Interesse Pblico e de PesquisaO Captulo 6 apresenta o panorama de atuao das instituies dos setores da indstria e de representao da sociedade, como as organizaes no-governamentais e de pesquisa. Existem iniciativas significativas nesses setores, mas ainda pontuais e restritas a poucas instituies. Tambm so descritos, neste captulo, dois instrumentos voluntrios de gesto que esto sendo utilizados por inmeras empresas: a certificao ambiental e o Programa de Atuao Responsvel.

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Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

Em relao s associaes do setor industrial, destaca-se o trabalho da Associao Brasileira da Indstria Qumica ABIQUIM. Entidade sem fins lucrativos, a ABIQUIM congrega mais de 150 indstrias qumicas de grande, mdio e pequeno porte, concentradas principalmente nos segmentos de qumica industrial de base. Representa o setor nas negociaes de acordos nacionais e internacionais relacionados a produtos qumicos. A ABIQUIM tambm responsvel pela coordenao, em nvel nacional, do programa Atuao Responsvel, do programa Plastivida e pela operao do Pr-Qumica, alm de administrar o Comit Brasileiro de Normas Tcnicas, da ABNT, para a rea qumica. O Programa Atuao Responsvel se prope a ser um instrumento eficaz para o direcionamento do gerenciamento ambiental. baseado em Princpios Diretivos e utiliza Cdigos de Prticas Gerenciais para sua aplicao. A Plastivida uma Comisso de Reciclagem de Plsticos da ABIQUIM que representa um grupo de empresas comprometidas em promover a coexistncia harmoniosa entre os plsticos manufaturados e o meio ambiente, por meio da divulgao de informaes sobre processos de reciclagem, coleta seletiva e a importncia do plstico na vida moderna. O Pr-Qumica, servio de utilidade pblica, um sistema de informaes e comunicaes desenvolvido com o objetivo de fornecer, por telefone, orientaes de natureza tcnica em caso de emergncias com produtos qumicos. Em relao s organizaes no-governamentais, tm atuao mais significativa o Greenpeace e as associaes relacionadas contaminao pelo amianto e pelos poluentes orgnicos persistentes. O Greenpeace utiliza sua rede de informaes internacional para denunciar casos de comrcio ilegal de resduos e tem atuado tambm na denncia de casos de reas contaminadas e no encaminhamento de solues tcnicas adequadas para esses casos. A Associao Brasileira dos Expostos ao Amianto ABREA tem, entre seus objetivos, conscientizar a populao, trabalhadores e grupos de interesse pblico sobre os riscos do amianto; propor aes judiciais em favor de seus associados e das vtimas em geral; e integrar-se a outros movimentos sociais e organizaes no-governamentais pr-banimento do amianto, em nveis nacional e internacional. A Associao de Combate aos Poluentes Orgnicos Persistentes ACPO, fundada em 1994, uma entidade pblica com personalidade jurdica e sem fins lucrativos, formada, basicamente, por trabalhadores contaminados com substncias txicas no Plo Petroqumico de Cubato, em So Paulo. Entre as instituies de pesquisa, as universidades destacam-se. Suas aes vo desde a simples separao dos resduos orgnicos e reciclveis, at procedimentos ambientalmente legais de tratamento e disposio final de resduos perigosos. Citam-se como exemplos: O Instituto de Cincia e Tecnologia em Resduos para o Desenvolvimento Sustentvel ICRT, que congrega pesquisadores e professores de Universidades Pblicas e Institutos de Pesquisa do Estado de So Paulo, atua com os objetivos de desenvolvimento, difuso e intercmbio de conhecimentos cientficos e tecnolgicos, especialmente relacionados a resduos, sade, educao e meio ambiente; A Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo FAPESP criou, em outubro de 2000, o Programa de Infra-Estrutura para Tratamento de Resduos Qumicos, por intermdio do qual foram financiados projetos de implementao de Programa de Gerenciamento de Resduos de Laboratrios em 19 instituies de pesquisa do Estado de So Paulo.

Resumo Executivo

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Captulo 7 Uso e Acesso aos DadosO Captulo 7 trata das principais bases de dados nacionais e internacionais disponveis sobre substncias qumicas, identificando a tipologia das informaes e a disponibilidade de acesso e uso. No Brasil, apesar da existncia e disponibilidade qualitativa e quantitativa de informao referente gesto de substncias qumicas, ela : insuficiente, pois no apresenta dados para grande parte de substncias que circulam e so manipuladas no Pas; assistemtica, por apresentar lacunas na disponibilidade e distribuio; disseminada em muitas instituies, o que dificulta a sua localizao e, em alguns casos, gera duplicidade ou caractersticas contraditrias.

Captulo 8 Infra-Estrutura TcnicaAssim como importante haver disponibilidade e confiabilidade dos sistemas de informao, essencial capacidade tcnica, geral e laboratorial, para efetuar, tambm com confiabilidade, as anlises de substncias e produtos qumicos que embasam seu gerenciamento. No Captulo 8, so apresentadas as referncias nacionais que constituem infra-estrutura tcnica de suporte gesto de substncias qumicas. So tambm includas as informaes referentes ao credenciamento de laboratrios, assim como relaes da sua disponibilidade no Pas. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico CNPq mantm um diretrio dos grupos de pesquisa no Brasil, cujo registro atual relaciona 457 grupos de pesquisa em qumica, representando 5,35% dos grupos de pesquisa cadastrados; 171 grupos de pesquisa em bioqumica; 137 em engenharia qumica. Por setor de atividade, esto registrados 587 grupos de pesquisa da indstria qumica, representando um universo de 1.221 linhas de pesquisa, o que totaliza 6,9% do total de grupos cadastrados. Os laboratrios envolvidos direta ou indiretamente na gesto de substncias qumicas no Brasil atuam principalmente em duas instncias: realizao de bioensaios e anlises fsico-qumicas como prestadores de servios; consecuo de pesquisas e fornecimento de suporte tcnico-cientfico para tomadas de deciso ou para acumulao de conhecimento. A infra-estrutura tcnica no Brasil relacionada especialmente prestao de servios evoluiu sobremaneira em funo da regulamentao do uso, produo, importao e exportao de algumas substncias qumicas e, em especial, dos produtos agrotxicos no final dos anos 80.

Captulo 9 O Brasil no Contexto Internacional de Segurana QumicaO Captulo 9 mostra a participao nacional junto aos fruns internacionais e na efetivao de acordos e convenes internacionais voltadas para a segurana qumica. O Brasil participa ativamente de dezessete iniciativas internacionais de interesse para a gesto de substncias qumicas. H internalizao de seus instrumentos por meio da Legislao Federal ou de programas especficos de preveno, controle e reduo de riscos ambientais e sade humana. Muitos Ministrios, rgos e agncias do Governo Federal esto envolvidos no acompanhamento e na implementao desses instrumentos. Entre as principais reas temticas dos acordos internacionais esto a poluio marinha, as mudanas climticas, a destruio da camada de oznio, os resduos perigosos, os poluentes orgnicos persistentes, o direito de saber, preveno de acidentes, sade e segurana do trabalhador, agrotxicos, armas qumicas e gesto ambientalmente sustentvel de substncias qumicas.

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Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

Captulo 10 Conscientizao e Entendimento dos Trabalhadores e do PblicoA percepo, o entendimento e a conscientizao dos trabalhadores e da populao em geral em relao segurana qumica so abordados no Captulo 10. tambm apresentada uma relao de referncias bibliogrficas sobre o assunto e indicao de fontes de consulta em diferentes reas de atuao governamental e no-governamental. Apesar de serem ainda insuficientes as iniciativas de educao ambiental nessa rea e no apresentarem carter sistemtico e permanente, podem-se citar os seguintes programas da FUNDACENTRO que enfocam a relao entre substncia qumica e ambiente de trabalho: Programa Nacional de Educao em Segurana e Sade do Trabalhador PROEDUC, que desenvolve aes educativas, estimula a produo literria, promove a socializao dos conhecimentos e experincias em segurana e sade do trabalhador, contemplando at mesmo reas como grandes acidentes industriais e agrotxicos; Programa de Agricultura, que aborda questes relacionadas sade ocupacional na agricultura; suas principais aes desenvolvidas na rea rural esto voltadas para a preveno dos riscos representados pelo uso de agrotxicos e pelas mquinas e equipamentos agrcolas e florestais. Podem tambm ser citados o Projeto de Preveno da Exposio Ocupacional ao Benzeno, do Ncleo de Sade Coletiva do CPqAM/Fiocruz, e o Curso de Capacitao Profissional em Agricultura Sustentvel, da Fundao Gaia. Complementando o documento, seguem-se os Anexos: Anexo I Relao de Contatos; Anexo II Memria Tcnica.

CAPTULO

1

Marco de Informao Nacional

1.1 Informaes GeraisSegue, abaixo, relao de informaes gerais sobre o Brasil, sendo que os dados demogrficos e econmicos tm como fonte o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). Nome oficial: Repblica Federativa do Brasil Forma de governo: Repblica presidencialista Idioma: Portugus rea: 8.514.204,9 km2 Extenses de fronteira: 15.735 km com 10 pases limtrofes e 7.367 km com o Oceano Atlntico Populao total: 169.799.170 (Censo de 2000) 174.822.778 (estimativa em 19/08/02) Populao urbana: 81,25% (Censo de 2000) Populao rural: 18,75% (Censo de 2000) Idade mdia da populao: entre 15 e 64 anos (64,55%) Faixa em idade de trabalho: entre 15 e 64 anos (64,55%) Taxa de natalidade: 19,89 (por mil habitantes, 2001) Esperana de vida: 68,82 anos Taxa de alfabetizao: 82,2% (1999) Mdia do nvel educacional da populao: Anos de estudo das pessoas de 10 anos ou mais (%) 1999 Sem instruo ou menos de 1 ano: 13,4 1 a 3 anos: 18,3 4 a 7 anos: 34,2 8 a 10 anos: 14,8 11 anos e mais: 19,0

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Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

Taxa de desemprego: 6,2 % (2001) Produto Interno Bruto (PIB): R$ 963.868.000.000 (1999) Participao (%) no valor adicionado a preos bsicos (2000): Indstria: 37,52 Agropecuria: 7,69 Servios: 58,88 Dummy financeiro: -4,10 Consumo de energia eltrica (GWh): 307.449 (Eletrobrs, 2000) Consumo total de energia primria (tep): 258 x 106 (MME, 2000)

1.2 Estrutura Poltica e GeogrficaA organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios. A capital Braslia est localizada no Distrito Federal, na regio central do Pas. H 5.561 municpios distribudos em 26 Estados e no Distrito Federal e em cinco regies geogrficas: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O Mapa 1 ilustra a diviso dos estados brasileiros.

Mapa 1. Diviso Geogrfica Brasileira

Captulo 1 Marco de Informao Nacional

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1.3 Setor Industrial e Setor AgropecurioA Tabela 1.1 apresenta panorama do setor industrial e do setor agropecurio brasileiros, por meio da participao setorial no PIB, do nmero de pessoas ocupadas em cada setor e dos principais produtos e reas de servios.

Tabela 1.1 Panorama do Setor Industrial e do Setor Agropecurio (1999)Setor Participao no PIB (%) Pessoas Ocupadas* Principais Produtos em cada Setor Produtos alimentcios e bebidas; produtos qumicos, refino de petrleo Indstria 35,60 13.804.961 e produo de lcool; metalurgia, veculos automotores, mquinas e equipamentos; minerais no-metlicos; txteis, vesturio, calados e construo civil Arroz; cana-de-acar; milho; cacau; feiAgropecuria Prestao de Servios Servios Auxiliares da Atividade Econmica Transportes e Comunicao Social Administrao Pblica Comrcio Outros TOTALFonte: IBGE *Esto includos trabalhadores formais e informais

8,19

17.372.105

jo; banana; caf; laranja; soja; algodo; aves; bovinos

13.849.433

2.782.543 49,11 2.815.179 6.774.080 3.315.247 7,10 9.618.374 1.344.297 100,00 71.672.219

1.3.1 Agropecuria Brasileira1O setor agropecurio brasileiro contribui com cerca de 7,6% na formao do Produto Interno Bruto (PIB), o que corresponde a R$ 86 bilhes em valores de 2000. Utilizando-se o atual conceito de agronegcios que considera desde o produto primrio at sua industrializao e comercializao, incluindo os setores fornecedores de insumos, mquinas e implementos , a gerao de renda do setor eleva-se para cerca de 27% do PIB, ou seja, perto de R$ 306,86 bilhes.

1

Fonte: Confederao de Agricultura e Pecuria do Brasil CNA, 2002

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Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

A atividade rural emprega cerca de 24% de toda populao economicamente ativa, pouco mais de 16,6 milhes de trabalhadores. Hoje, o segmento que mais emprega no Brasil. O desempenho da agricultura, isoladamente, pode ser avaliado pelas safras de gros, especialmente de soja, milho, arroz, feijo e trigo, com volumes da ordem de 80 milhes de toneladas/ano. A produo de carnes, em torno de 15 milhes de toneladas/ano, tambm tem sua participao expressiva no PIB. So produzidos, por ano, perto de 6,8 milhes de toneladas de carne bovina; 6,3 milhes de toneladas de carne de frango; e 2 milhes de toneladas de carne suna. Outras culturas expressivas, das quais o Brasil lidera a produo mundial, so a canade-acar, com 339 milhes de toneladas; frutas ctricas, com 32 milhes de toneladas; e caf, com mais de 27,5 milhes de sacas. A esse conjunto, soma-se, ainda, a produo florestal principalmente madeira e carvo vegetal e o setor de pescados, responsveis por receita anual superior a R$ 4 bilhes. A agropecuria tem ampliado sua participao na pauta de exportaes do Pas, proporcionando receita cambial em torno de US$ 19 bilhes por ano, o que representa 33% das vendas externas brasileiras ao Exterior. O setor agropecurio registra, atualmente, supervit na balana comercial de cerca de US$ 14,5 bilhes/ano, sendo o nico setor da economia a apresentar resultado positivo em um perodo recente, o que atesta sua competitividade e importncia na gerao de divisas para o Pas. As Tabelas a seguir caracterizam o setor agropecurio.

Tabela 1.2 Condio do Produtor (1996)Condio do produtor Proprietrio Arrendatrio Parceiro OcupanteFonte: IBGE, Censo Agropecurio 1995/1996

Estabelecimentos 3.604.343 268.294 277.518 709.710

rea (ha) 331.654.891 8.649.002 3.174.527 10.132.826

Tabela 1.3 Atividade Econmica (1996)Tipo de Atividade Lavoura temporria Horticultura e produtos de viveiros Lavoura permanente Pecuria Produo mista (lavoura e pecuria) Silvicultura e explorao florestal Pesca e aqicultura Produo de carvo vegetalFonte: IBGE, Censo Agropecurio 1995/1996

Estabelecimentos 1.864.107 78.210 533.214 1.350.432 838.455 158.408 9.044 27.995

rea (ha) 63.004.851 1.023.644 17.170.240 213.910.973 39.625.901 16.050.470 297.150 2.528.016

Captulo 1 Marco de Informao Nacional

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Tabela 1.4 Utilizao das Terras (1996)Tipo de Uso Lavouras permanentes Lavouras temporrias Lavouras temporrias em descanso Pastagens naturais Pastagens plantadas Matas e florestas naturais Matas e florestas plantadas Produtivas no-utilizadasFonte: IBGE, Censo Agropecurio 1995/1996

Informantes 1.532.854 3.863.301 718.563 1.914.596 1.618.411 1.955.577 398.473 821.784

rea (ha) 7.541.626 34.252.829 8.310.029 78.048.463 99.652.009 88.897.582 5.396.016 16.360.085

Tabela 1.5 Detalhamento da Produo Agrcola por Regio (1999)Regio Principais Produtos Mandioca; milho; Norte cana-de-acar; arroz; laranja Cana-de-acar; fruNordeste tas; mandioca; milho; feijo Centro-Oeste Soja; sorgo; algodo; girassol; arroz; milho Cana-de-acar; caf; Sudeste laranja; outras frutas; milho; soja; mandioca; tomate; batata inglesa Soja; trigo; milho; SulFonte: IBGE

Participao da Agropecuria no PIB da Regio (%) 13,3

Participao da Regio no PIB Nacional (%) 4,6

10,6

12,7

14,8

7,5

4,9

59,1

arroz; feijo; tabaco; ma; alho; cebola

14,4

16,1

1.3.2 Setor IndustrialNa dcada de 1990, a indstria brasileira respondeu, em mdia, por 37% do PIB, empregando 20% da populao economicamente ativa. Nesse perodo, observou-se o crescimento das exportaes de manufaturados, os quais representaram, em 2000, cerca de 59% das exportaes. Esse fator de contribuio para melhorar o equilbrio da balana comercial. A indstria foi, em 2000, um dos maiores responsveis pelo crescimento do PIB, das exportaes e do nvel de emprego formal. O nmero de empregados no setor chegou a 5.945.628. Considerando-se a distribuio geogrfica do crescimento industrial, a taxa de cinco estados foi superior mdia nacional (5,0%), no ano 2000: Rio Grande do Sul e Cear (ambos com taxa de crescimento de 8,8%); Minas Gerais (6,9%); Rio de Janeiro e Esprito Santo (6,7% cada um).

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Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

Os segmentos industriais que apresentaram em 2000 as maiores taxas de utilizao da capacidade instalada foram: celulose, papel e papelo (94%); borracha (91%); metalurgia (88%); txtil (88%) e vesturio e artefatos de tecidos (88%). A seguir, so apresentadas tabelas que detalham a distribuio industrial por setores caracterizados pela distribuio da produo por regio (Tabela 1.6), assim como pelo nmero de pessoas empregadas e pelo valor da transformao industrial (Tabela 1.7).

Tabela 1.6 Detalhamento da Produo Industrial por Regio (1999)Regio Principais Setores/Produtos Participao da Indstria no PIB da Regio (%) Norte Alimentos; madeira e mveis; construo civil; eletroeletrnica, mecnica e de transporte; minrios Nordeste Alimentos; txteis e vesturio; produtos da metalurgia e mecnica; mveis; petroqumicos; calados Centro-Oeste Sudeste Alimentos; produtos da metalurgia; minrios; construo civil Metalurgia; siderurgia; mecnica; automobilstica; agroindstria; alimentos; minrios; eletroeletrnicos; qumicos Sul Alimentos; qumicos; vesturio e calados; agroindstria; papel e celulose; fertilizantes; txteisFonte: IBGE

Participao da Regio no PIB Nacional (%) 4,6

27,7

33,4

12,7

16,5 39,1

7,5 59,1

34,3

16,1

Captulo 1 Marco de Informao Nacional

43

Tabela 1.7 Indstria Distribuio Setorial (1999)Pessoas Empregadas N de pessoaso

Valor da Transformao Industrial R$ 1.000 209.964.490 6.510.380 148.178 95.271 4.722.608 1.544.323 203.454.110 34.263.296 2.188.501 6.522.288 4.071.538 4.027.235 2.881.829 8.440.465 8.771.327 20.829.226 29.340.740 7.908.111 7.452.599 12.921.909 7.321.202 12.062.146 1.564.758 4.986.214 6.080.667 1.737.028 12.513.028 3.075.450 4.396.056 98.497 % doTotal 100,00 3,10 0,07 0,05 2,25 0,74 96,90 16,32 1,04 3,11 1,94 1,92 1,37 4,02 4,18 9,92 13,97 3,77 3,55 6.,15 3,49 5,74 0,75 2,37 2,90 0,83 5,96 1,46 2,09 0,05

% doTotal 100,00 1,82 0,07 0,05 0,50 1,20 98,18 18,58 0,35 5,22 7,56 5,67 3,98 2,69 3,91 1,86 5,87 5,07 5,51 3,47 5,67 6,10 0,31 2,63 1,46 1,03 5,04 0,80 5,31 0,09

INDSTRIA Indstrias extrativas Extrao de carvo mineral Extrao de petrleo e servios correlatos Extrao de minerais metlicos Extrao de minerais no-metlicos Indstrias de transformao Produtos alimentcios e bebidas Produtos do fumo Produtos txteis Artigos do vesturio e acessrios Artefatos de couro e calados Produtos de madeira Celulose, papel e produtos de papel Edio, impresso e reproduo de gravaes Refino de petrleo e produo de lcool Produtos qumicos Artigos de borracha e plstico Produtos de minerais no-metlicos Metalurgia bsica Produtos de metal Mquinas e equipamentos Mquinas para escritrio e informtica Mquinas, aparelhos e materiais eltricos Material eletrnico e de comunicaes Equipamento de instrumentao e preciso Veculos automotores Outros equipamentos de transporte Mveis e indstrias diversas ReciclagemFonte: Pesquisa Industrial Anual 1999, IBGE

5.003.642 91.008 3.683 2.392 24.883 60.050 4.912.634 929.706 17.346 260.988 378.441 283.831 199.084 134.540 195.790 93.014 293.561 253.510 275.702 173.831 283.703 305.444 15.493 131.370 73.087 51.644 252.225 39.847 265.812 4.316

CAPTULO

Produo, Importao, Exportao e Uso de Substncias Qumicas

2

A

s categorias de substncias consideradas prioritrias em funo, principalmente, de seu risco potencial sade e ao meio ambiente para considerao pelo Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas so: Produtos qumicos inorgnicos (cloro e lcalis; intermedirios para fertilizantes; fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potssicos; gases industriais; outros produtos inorgnicos); Produtos qumicos orgnicos (petroqumicos bsicos; intermedirios para resinas e fibras; outros produtos qumicos orgnicos); Produtos farmoqumicos; Agrotxicos (inseticidas, fungicidas, herbicidas, outros agrotxicos); Tintas, vernizes, esmaltes, lacas; tintas de impresso; impermeabilizantes, solventes e produtos afins; Produtos e preparados qumicos diversos (catalisadores, aditivos de uso industrial, outros produtos qumicos); e Metais e seus compostos (chumbo, cromo, cdmio, mercrio), arsnio e amianto/ asbestos. Nos agrupamentos acima definidos, observa-se mescla de substncias bem especificadas, como no caso dos metais, e atividades industriais envolvendo vrias substncias. Para fins de coleta de dados estatsticos sobre produo, importao e exportao, foram consideradas a Classificao Nacional de Atividades Econmicas CNAE, utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE, e a Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, que define os Captulos da Tarifa Externa Comum TEC e utilizada pelo Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC, como descrito no Quadro 2.1. A coleta de informaes e dados apresentados neste Captulo foi realizada em outubro de 2002 e reflete, portanto, as nomenclaturas vigentes e os dados disponveis naquela data.

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Perfil Nacional da Gesto de Substncias Qumicas

Quadro 2.1 Nomenclaturas de Estatsticas de Produo e de Comrcio Exterior de Substncias QumicasEstatsticas de Produo: Classificao Nacional de Atividades Econmicas CNAE As estatsticas de produo so coletadas obedecendo-se Classificao Nacional de Atividades Econmicas CNAE, adotada oficialmente pelo Sistema Estatstico Nacional e pelos rgos federais gestores de registros administrativos. A CNAE foi desenvolvida tendo como referncia a International Standard Industrial Classification of All Economic Activities (ISIC) das Naes Unidas e implementada em 1995 pelo Sistema Nacional e rgos da administrao federal. O responsvel pela gesto e pela manuteno da CNAE o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), a partir das deliberaes da Comisso Nacional de Classificao (CONCLA). A CNAE utiliza seqncia de cdigos que progressivamente detalham os setores de cada grupo de atividade econmica, seguindo desde a seo at subclasses, passando por divises, grupos e classes. Informaes mais detalhadas sobre a CNAE podem ser encontradas no site do IBGE no seguinte endereo eletrnico: http://www1.ibge.gov.br/concla/cnae. Estatsticas de Comrcio Exterior Nomenclatura Comum do Mercosul NCM As informaes do Sistema de Anlise das informaes de Comrcio Exterior pela Internet, do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, denominado ALICE-Web (ver Captulo 8), so expressas em Dlares dos Estados Unidos, na condio de venda FOB (Free on Board), e em quilograma lquido. Esto disponveis para consulta as seguintes informaes, tanto para exportao como para importao: mercadoria; pas; bloco econmico; unidade da Federao (Estados e Distrito Federal); vias de transporte e porto. O ALICE-Web utiliza a Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, composta de oito dgitos, sendo os seis primeiros formados pelo Sistema Harmonizado de Designao e de Codificao de Mercadorias (captulo, posio e subposio), e os dois ltimos (item e subitem) criados de acordo com a definio estabelecida entre os pases do Mercosul. A classificao das mercadorias na NCM rege-se pelas Regras Gerais para a Interpretao do Sistema Harmonizado SH. A composio dos cdigos do SH, formado por seis dgitos, permite que sejam atendidas as especificidades dos produtos, tais como origem, matria constitutiva e aplicao, em um ordenamento lgico, crescente e de acordo com o nvel de sofisticao das mercadorias. A unio aduaneira no Mercosul implicou a adoo de uma Tarifa Externa Comum TEC. A TEC correlaciona os cdigos da NCM com os direitos de importao incidentes sobre cada um desses itens. Informaes detalhadas dessa metodologia podem ser encontradas no item Metodologia de Produo Estatstica no Comrcio Exterior, no seguinte endereo eletrnico: http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br. Correspondncia entre Nomenclaturas No existe correspondncia direta entre as classificaes utilizadas pelo IBGE e pelo MDIC. Para as substncias de interesse deste Perfil, a Tabela 2.1 apresenta as correspondentes denominaes conforme a CNAE, enquanto a Tabela 2.2 apresenta sua localizao dentro dos captulos da TEC. A leitura das estatsticas apresentadas deve, portanto, considerar este aspecto.Foram utilizadas diversas outras fontes de informao existentes, mas tendo-se como referncia as duas relaes acima apresentadas.Fontes: IBGE, MDIC, 2002

Captulo 2 Produo, Importao, Exportao e Uso de Substncias Qumicas

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A Tabela 2.1 apresenta a relao de substncias de acordo com a CNAE. Com relao s atividades industriais, a principal Diviso da CNAE avaliada foi a de nmero 24, excetuando-se desta diviso os grupamentos relacionados fabricao de resinas e elastmeros; fabricao de fibras, fios, cabos e filamentos contnuos artificiais e sintticos e fabricao de sabes detergentes, produtos de limpeza e artigos de perfumaria. Do Grupo 24.9 da CNAE, relacionado fabricao de produtos e preparados qumicos diversos, excluramse: a fabricao de adesivos e selantes; de explosivos; a fabricao de chapas, filmes, papis e outros materiais e produtos qumicos para fotografia; e a fabricao de fitas virgens.

Tabela 2.1 Denominaes das Substncias Selecionadas, de Acordo com a CNAEDiviso Grupo Classe Denominao Seo Industrial C Indstrias Extrativas 13 13.2 13.29-3 Extrao de minerais metlicos Extrao de minerais metlicos no-ferrosos Extrao de outros minerais metlicos no-ferrosos Cromo Mercrio 14 14.2 14.29-0 Extrao de minerais no-metlicos Extrao de outros minerais no-metlicos Extrao de outros minerais no-metlicos Amianto/asbestos Seo Industrial D Indstrias de Transformao 24 24.1 24.11-2 24.12-0 24.13-9 24.14-7 24.19-8 Fabricao de produtos qumicos Fabricao de produtos qumicos inorgnicos Fabricao de cloro e lcalis Fabricao de intermedirios para fertilizantes Fabricao de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potssicos Fabricao de gases industriais Fabricao de outros produtos qumicos inorgnicos Chumbo Cromo 24.2 24.21-0 24.22-8 24.29-5 24.5 24.51-1 24.6 Fabricao de produtos qumicos orgnicos Fabricao de produtos petroqumicos bsicos Fabricao de intermedirios para resinas e fibras Fabricao de outros produtos qumicos orgnicos Fabricao de produtos farmacuticos Fabricao de produtos farmoqumicos Fabricao de agrotxicos (defensivos agrcolas)

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Tabela 2.1 Denominaes das Substncias Selecionadas, de Acordo com a CNAE (Cont.)Diviso Grupo Classe 24.61-9 24.62-7 24.63-5 24.69-4 24.8 24.81-3 24.82-1 24.83-0 24.9 24.93.7 24.94-5 24.99-6 26 26.9 26.99-9 Denominao Fabricao de inseticidas Fabricao de fungicidas Fabricao de herbicidas Fabricao de outros agrotxicos Fabricao de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins Fabricao de tintas, vernizes, esmaltes e lacas Fabricao de tintas de impresso Fabricao de impermeabilizantes, solventes e produtos afins Fabricao de produtos e preparados qumicos diversos Fabricao de catalisadores Fabricao de aditivos de uso industrial Fabricao de outros produtos qumicos Fabricao de produtos de minerais no-metlicos Aparelhamento de pedras e fabricao de outros produtos de minerais no-metlicos Fabricao de outros produtos de minerais no-metlicos Amianto/asbestos 27 27.4 27.49-9 Metalurgia bsica Metalurgia de metais no-ferrosos Metalurgia de outros metais no-ferrosos e suas ligas Chumbo Cdmio 28 28.9 28.99-1 Fabricao de produtos de metal exclusive mquinas e equipamentos Fabricao de produtos diversos de metal Fabricao de outros produtos elaborados de metal Chumbo

Para obteno dos dados de importao e exportao dos produtos qumicos, foi utilizado, como referncia, o Banco de Dados do Sistema ALICE-Web (v. Quadro 2.2), que o sistema de informaes de comrcio exterior pela Internet, da Secretaria de Comrcio Exterior, do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC. A Tabela 2.2 apresenta as categorias de substncias objeto deste documento de acordo com os captulos da TEC.

Captulo 2 Produo, Importao, Exportao e Uso de Substncias Qumicas

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Quadro 2.2 Sistema ALICE-WebO Sistema de Anlise das Informaes de Comrcio Exterior pela Internet, denominado ALICE-Web, da Secretaria de Comrcio Exterior SECEX, do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC, foi desenvolvido para modernizar as formas de acesso e a sistemtica de disseminao dos dados estatsticos das exportaes e das importaes brasileiras. O ALICE-Web atualizado mensalmente, quando da divulgao da balana comercial, e tem por base os dados obtidos a partir do Sistema Integrado de Comrcio Exterior SISCOMEX, sistema que administra o comrcio exterior brasileiro. O acesso ao ALICE-Web gratuito, bastando o interessado preencher ficha de cadastro para receber por meio eletrnico a senha de acesso. A seguir, apresentam-se os conceitos e as definies relativos s variveis de consulta disponveis no ALICE-Web: Exportao corresponde s mercadorias embarcadas para o Exterior, sem retorno previsto; Importao corresponde entrada de mercadorias originrias do Exterior, sem retorno previsto; Mercadoria corresponde a todo produto objeto de exportao ou importao. Para efeito de classificao de mercadorias, o Brasil passou a utilizar, desde 1996, a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), utilizada igualmente pelos demais pases partcipes do bloco (Argentina, Paraguai e Uruguai), baseado no Sistema Harmonizado de Designao e de Codificao de Mercadorias SH. Nomenclatura Comum do Mercosul A NCM composta de oito dgitos, sendo os seis primeiros formados pelo Sistema Harmonizado (captulo, posio e subposio), e os dois ltimos (item e subitem) criados de acordo com a definio estabelecida entre os pases do Mercosul. A classificao das mercadorias na NCM rege-se pelas Regras Gerais para a Interpretao do Sistema Harmonizado. Para obter maiores detalhes sobre a classificao de mercadorias na NCM, alm da Tabela de Ajuda e o contido no tpico variveis de consulta, consulte Classificao de Mercadorias na NCM. Pas de destino (exportao) Para efeito de divulgao estatstica de exportao, pas de destino aquele conhecido no momento do despacho como o ltimo pas para onde os bens se destinam. Pas de origem (importao) Para efeito de divulgao estatstica de importao, o pas onde foram cultivados os produtos agrcolas, extrados os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste ltimo caso, o pas de origem aquele no qual foi completada a ltima fase de processamento para que o produto adote sua forma final (como conceito definido pela conveno de Kyoto). Bloco econmico os pases so agrupados por blocos econmicos seguindo a constituio de regies geoeconmicas e acordos internacionais. Um pas pode fazer parte de mais de um bloco econmico. Estado produtor (Unidade da Federao exportadora) para efeito de divulgao estatstica de exportao, a Unidade da Federao onde foram cultivados os produtos agrcolas, extrados os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste ltimo caso, o estado produtor aquele no qual foi completada a ltima fase do processo de fabricao para que o produto adote sua forma final (conceito de origem).

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Estado importador (Unidade da Federao importadora) para efeitos estatsticos, define-se como estado importador a Unidade da Federao do domiclio fiscal do importador. Via de transporte Na exportao, a modalidade utilizada para o transporte da mercadoria a partir do ltimo local de embarque para o Exterior. Na importao, configura-se por meio de acesso da mercadoria ao primeiro local de entrada no territrio nacional. De acordo com o estabelecido no mbito dos pases do Mercosul, o Brasil adota as seguintes modalidades de transporte: martima, fluvial, lacustre, area, postal, ferroviria, rodoviria, tubo-conduto, linha de transmisso e meios prprios. Porto Na exportao, o porto ou localidade onde ocorrer o efetivo embarque da mercadoria, ou seja, o ltimo local habilitado do territrio nacional de onde sair a mercadoria com destino ao Exterior. Na importao, o local onde ocorrer o efetivo desembarque da mercadoria, isto , o primeiro local credenciado do territrio nacional aonde chegar a mercadoria proveniente do exterior.

Tabela 2.2 Captulos da Tarifa Externa Comum (TEC) relacionados ao Perfil NacionalCaptulo 25 (parcial) 26 (parcial) 28* Ttulo Sal, enxofre, terras e pedras, gesso e cimento Minrios, escrias e cinzas Produtos qumicos inorgnicos Metais Cloro e lcalis; intermedirios para fertilizantes; gases industriais; outros produtos inorgnicos Metais 29* Produtos qumicos orgnicos Petroqumicos bsicos; intermedirios para resinas e fibras; outros produtos qumicos orgnicos 30* (parcial) 31* 32* Produtos Farmacuticos Adubos e Fertilizantes minerais ou qumicos Extratos tanantes e tintoriais, taninos e seus derivados, pigmentos e outras matrias corantes 38* 68 (parcial) 78 (parcial) 81 (parcial) 85 (parcial) Produtos diversos da indstria qumica Obras de pedra, gesso, cimento Amianto, mica etc. Chumbo e suas obras Outros metais comuns, ceramais, obras desses materiais Mquinas, aparelhos e material eltrico, suas partes etc.*Captulos da TEC que compem a indstria qumica

Substncia do Perfil Nacional Amianto (asbestos)

Produtos farmoqumicos Fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potssicos Tintas, vernizes, esmaltes e lacas; tintas de impresso; impermeabilizantes, solventes e produtos afins Catalisadores, aditivos de uso industrial, outros produtos qumicos Amianto (asbestos) Chumbo Cromo Cdmio Chumbo

Captulo 2 Produo, Importao, Exportao e Uso de Substncias Qumicas

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2.1 Produo, Importao e Exportao de Substncias QumicasDados da Confederao Nacional da Indstria CNI mostram que o Brasil possua, no ano 2000, 218.171 estabe