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PERGUNTAS QUE VOCÊGOSTARIA DE FAZER,mas tem receio de ouvir as respostas

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Todos os direitos desta edição reservados ao autor.

Publicado por Editco Comercial Ltda.Rua Pedroso Alvarenga, 1046, 9º andar – sala 95

Itaim – 04531-004 – São Paulo-SPTel: (11) 3706-1492 – Fax: (11) 3071-2567

e-mail: [email protected]

Na internet, publicação exclusiva da iEditora:www.ieditora.com.br

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Omar Bueno

São Paulo – 2002

PERGUNTAS QUE VOCÊGOSTARIA DE FAZER,mas tem receio de ouvir as respostas

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© 2002 de Omar BuenoTítulo original português:

PERGUNTAS QUE VOCÊ GOSTARIA DE FAZER,mas tem receio de ouvir as respostas.

Revisão:Elina Correa Miotto

Concepção da Capa:Omar Bueno

Editoração eletrônica:Julio Cesar Portellada

ISBN 85-87916-35-1

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO

Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações, assim como traduzida, sem a permissão, por escrito, do autor. Os infratores serão punidos pela Lei nº 9.610/98.

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

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Foi com muita alegria que recebi o convite para prefa-ciar o livro de Omar Bueno. Durante a leitura do

livro pude experimentar conhecer um pouco mais do autor. Um amigo que aprendi a conhecer nos últimos anos e que sempre revela novas surpresas. Omar realmente é aquilo que escreve e agora temos a oportunidade de partilhar da intensidade e da diversi-dade de suas experiências. A simplicidade da pessoa transpira pelas páginas do livro, oferecendo respostas possíveis para os problemas humanos que ele foi encontrando através de suas diversas experiências profissionais, enriquecidas com as ex-periências pessoais. Na verdade, assim deve ser sempre: aqui-lo que somos profissionalmente não pode deixar de ser um espelho do que somos em nossa vida privada, sob o risco de nos perdermos em ambas.

Mais do que respostas para as perguntas que gostaría-mos de fazer, a leitura do livro nos traz um caminho para pen-sarmos, uma maneira de abordarmos os problemas que cria-mos e que são criados para o nosso viver. Os problemas dos quais ele trata e que foi encontrando ao longo do seu cami-nho, são as questões fundamentais do viver humano: as maze-las do encontro com os outros e as dificuldades do encontro consigo mesmo. Traduzidos em perguntas, ele nos convida a nos identificarmos com as problemáticas apresentadas e nos

PREFÁCIO

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

convida a caminhar por possíveis vias de acesso a respostas, todas elas impregnadas da reflexão. Uma reflexão sobre os sentidos dos encontros humanos, sobre os sentidos do viver humano.

O livro que você tem agora em mãos é, enfim, um sensível e delicado produto do encontro humano proporcio-nando esclarecimentos sobre os desencontros humanos. De-sencontros que acontecem cotidianamente com todos e que parecem obstruir o caminho para um viver mais saudável, mais feliz. A leitura do livro deve ser feita sem o receio de ouvirmos as respostas, nos permitindo ao encontro do outro e nos deixando encontrar nas respostas às perguntas que gosta-ríamos de ter feito. Boa leitura e aproveitem a experiência de encontrar o humano, demasiadamente humano de cada um de nós!

Alexandre Nicolau LuccasProf. e Coordenador do curso de PsicologiaUNIP – Universidade Paulista

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

Quando resolvi produzir este trabalho, tinha em mente contribuir para o esclarecimento de algumas

dúvidas que as pessoas comumente têm. Na verdade, muitas coisas que acontecem na vida das pessoas têm relações muito próximas.

Mas tudo tem um começo, evidentemente.Como profissional de Marketing, prestava consultoria

em uma empresa do segmento gráfico, e utilizava um método criado e desenvolvido por mim, quando da minha passagem por uma multinacional americana.

O processo constituía em criar uma aproximação maior entre os funcionários de “chão de fábrica” e a diretoria. Para isso era preciso conhecer os problemas enfrentados pelos funcionários que iam desde recursos ferramentais até relações pessoais.

Nessa relação tão próxima e amiga, necessária para encontrar as causas dos problemas da empresa, estava me transformando em um terapeuta, principalmente em relação aos menos privilegiados sócio-econômico-culturalmente. Percebi nesse momento, que era preciso aprender mais. Era preciso conhecer melhor a pessoa humana. Era preciso voltar ao banco universitário.

Conhecer as bases da Psicologia foi de fundamental

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importância e a paixão pela Psicanálise veio através de cursos de especialização e simpósios que, cada vez mais, me faziam apaixonado pelo complexo comportamento humano.

Mais tarde, veio o contato com adolescentes, em idade entre 15 e 18 anos. Passei a lecionar em ensino médio e técnico, e isso me forneceu excelente material de trabalho. Pelos conhecimentos adquiridos, não tinha dificuldades em conquistar a atenção e a amizade deles, podendo orientá-los como professor, terapeuta, amigo e muitas vezes pai.

E foi nessa relação de confiança entre mim e meus alunos que comecei a ser procurado por seus pais. Muitos deles queriam entender o que levava seus filhos a terem tanto respeito, admiração e amizade por um professor.

Não havia segredo. Apenas o respeito mútuo, tão importante para o adolescente. Respeito que significava também impor limites, mas, e ao mesmo tempo, dar responsabilidades e cobrar os resultados depois. Criticar o errado mostrando o certo. Enaltecer os acertos e ser sempre justo nos critérios de avaliação.

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A mãe da paciente me procurou, pois a filha apresen-tava apatia e abandono dos estudos, da escola e dos

amigos.Numa certa noite, mãe e avó buscaram ajuda no Colégio

onde a paciente estudava através da Coordenadora Pedagógica. A coordenadora chamou-me em sua sala e, diante da mãe e avó, solicitou minha intervenção.

Durante a conversa, foi colocada a situação da família. A avó era separada, a mãe também era separada e ambas moravam com a paciente, mais um irmão um ano mais novo.

A mãe marcou, em meu consultório, uma primeira sessão, posteriormente cancelada devido à paciente se recusar a comparecer. Pedi à mãe que não forçasse sua ida, pois isso deveria ser espontâneo para o sucesso do tratamento.

Duas semanas depois a paciente compareceu à primeira sessão.

A sua ansiedade e depressão estavam estampadas em seu rosto.

Em meio a choros e risos ela começou a se soltar como se tivesse essa necessidade há muito tempo.

Contou que, no ano anterior, começara a namorar e desde então sua vida, que estava controlada, passou a ser carregada de pressões e ansiedades.

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O namoro reviveu seu passado através de momentos que ela, a toda hora, comparava com aqueles que a marcaram na infância. Começou a achar que tudo o que fazia agredia as pessoas que amava, que eram basicamente a mãe e a avó. Esses momentos, vindos na lembrança, deixavam-na apática ou ansiosa.

No colégio ou em qualquer outra atividade não conseguia concentração. Qualquer barulho por mais leve que fosse era suficiente para dispersá-la.

A sua infância foi sempre muito tumultuada. Pai e mãe tinham brigas constantes. O casamento deles foi feito de altos e baixos, havendo sete separações e reconciliações até a separação definitiva. Isso fazia com que a paciente vivesse constantemente em trânsito entre sua casa e a de sua avó. Segundo ela, sempre que estava na casa de sua avó tinha o pensamento em sua casa, imaginando o que poderia estar acontecendo. Quando estava em sua casa, queria voltar para a casa de sua avó, pois era lá que se sentia bem e amada. Estava claro que era tremendamente apegada à avó, mas também à mãe. Aliás, a família sempre foi para ela algo muito importante. Cada vez que se ausentava de casa sentia-se como que perdendo a família. A saída definitiva do pai gerou um vazio muito grande visto que o pai deixou de visitá-la exceto para trazer a pensão.

Após a separação, o pai mudou totalmente de vida. Segundo ela, era por isso que ele não podia mais acompanhá-la. A mãe, sentindo medo, se contradizia em relação ao pai. Pedia para que ela o amasse, mas em seguida contava momentos que mostravam o outro lado do pai. Assim, ela não sabia exatamente qual era o verdadeiro caráter do pai e se devia amá-lo ou odiá-lo.

O seu único namoro também foi cheio de idas e vindas o que fazia com que ela revivesse, a cada briga ou reconciliação,

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a situação já vivida entre pai e mãe, quando ela tinha 9 anos. Por pressão do namorado, que a impediu de ir ao noivado da prima, sentiu uma enorme culpa. Era como se estivesse abandonando a família e tudo o que amava. Isso causou nela um ódio muito grande do namorado, mas manteve o namoro por não querer magoá-lo.

Parou de sair de casa, inclusive ir à aula, para não deixar a família. A sensação de perda era constante. A avó, sempre preocupada, mantinha-a por todos os modos em sua guarda. Assim, ela dormia na avó mas não conseguia deixar de pensar na mãe o tempo todo.

O retorno com o namorado gerou nova depressão. A cada vez que o namorado a tratava como mulher ela sentia-se deprimida e com ódio por ter permitido qualquer aproximação mais íntima. Sentia falta de carinho e afeto e queria se sentir protegida. Via na figura do namorado a figura do pai que faltara desde a infância. Apegava-se a ele na busca de segurança e encontrava, ao invés de um pai, um homem com desejos de homem. Num dos encontros, o namorado deixou uma marca em seu pescoço o que a transtornou. Primeiramente resistiu, mas depois cedeu. Consentiu no momento em que aconteceu, mas odiou depois. Achou que esconder da avó ou da mãe não seria direito e só conseguiu se acalmar quando finalmente contou a verdade.

A família, sempre reafirmava, era tudo para ela. Estava claro que era a própria auto-afirmação pela falta de uma família estruturada. Sentia a necessidade de ser abraçada como se estivesse buscando proteção e afeto e tinha um ciúme muito grande das pessoas que amava.

Não se sentia abandonada pela mãe, mas ficou claro sua predileção pela avó, que cuidou dela por preocupação.

Dias depois à primeira sessão, a mãe me ligou fazendo comentários sobre os dias subseqüentes da filha. Disse que

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a paciente tivera momentos de ausência inúmeras vezes. Comunicou que iria arrumar o quarto, já arrumado pela mãe, e demorou cerca de três horas limpando os bichinhos de pelúcia.

Foi flagrada pela avó, parada na porta, olhando pra lugar nenhum.

Pediu à mãe para ir ao shopping, mas a mãe me perguntou primeiro para saber se era conveniente. Era clara a insegurança da mãe.

Após as primeiras análises, conclui que a paciente tinha uma situação traumática ocorrida durante o processo de separação dos pais. A transição fez com que ela buscasse apego à avó por inúmeras vezes.

Todas as vezes que ocorria uma nova briga, que gerava um novo afastamento, a mãe colocava os filhos contra o pai. Na reconciliação fazia a operação inversa. Dizia que o pai não era tão ruim e que tudo aquilo era passageiro. Isso, segundo a paciente, ocorreu por sete vezes. A cada vez que ia pra casa da avó, sentia a separação da mãe. Quando voltava pra casa da mãe, sentia a separação da avó.

Apesar de gostar do pai, tinha as histórias da mãe criticando-o na tentativa de justificar a separação.

O processo de ausência em que a paciente se encontrava na ocasião demonstrava a falta de poder para decidir qualquer coisa em sua própria vida. No entanto, segundo ela mesma, já havia superado esta fase, o que fez com que se sociabilizasse novamente junto aos colegas de escola.

O reinício do um namoro já marcado por idas e vindas colocou-a novamente nesse processo de depressão. A cada vez que as pessoas se impunham sobre ela, ela se sentia desprestigiada e deprimida, procurando a ausência como fuga.

A escola, ponto principal de sociabilização, foi a primeira coisa a ser excluída. Abandonou os estudos não fazendo nem mesmo as provas de final de ano.

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O ponto crítico, no entanto, era a falta do pai. A expulsão do pai de sua vida estava fazendo com que ela buscasse a figura paterna no namorado. De acordo com sua explanação, o namorado queria tê-la como namorada (mulher), enquanto ela o queria como uma força segura e terna. Disse inclusive que não suportava os carinhos, mas aceitava por submissão. Depois se sentia culpada e esse complexo a fazia sofrer. Era como se estivesse cedendo ao pai e isso a colocava em frustração e com um enorme complexo de culpa que a fazia sofrer como se estivesse sendo violentada por uma marca no pescoço, como ela colocou.

O caminho estava em alterar, principalmente, os valores da infância, quando da separação dos pais.

Naquele momento, a importância da relação era imprescindível e a separação não encontrava, na criança, uma lógica inteligível. Essa marca deixada no inconsciente fez com que sair de casa fosse um ato violento e de perda da família (o que já ocorrera, voltava a ocorrer a cada vez que se afastava de casa).

Após a primeira sessão, segundo a descrição de seus atos pela sua mãe, era possível notar que a paciente já entrara em processo reflexivo. Estava começando a resgatar os valores da infância e transportando-os para o presente. Era o primeiro passo para a mudança desses valores. Notei quão importante era que os valores fossem mesmo alterados sob um conceito mais atual e dentro de um raciocínio de 18 anos e não de 9.

Solicitar ir ao shopping, sozinha, era uma tomada de decisão vitoriosa dentro de seus conceitos e valores. Era preciso que a mãe a liberasse, deixando que ela tomasse tais decisões.

Na sessão seguinte a paciente apresentou-se com significativa melhora de comportamento. No entanto, não soube começar qualquer assunto sem que eu desse o

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início. Resolvi começar de onde havíamos parado na sessão anterior. Perguntei a respeito de sua infância, tentando buscar recordações, que tudo indicava, era onde estava a causa de sua depressão e ansiedade.

A paciente disse ter tido uma infância agradável e feliz, sempre ao lado da avó. Todas as vezes que a mãe ia buscá-la, para levá-la em casa, ela chorava muito porque não queria ir com a mãe.

Outro detalhe que pude ressaltar era que preferia conversar com pessoas mais velhas. Novamente a figura do pai estava presente.

Durante toda a sua infância, lembrou-se de ter tido apenas uma amiga, ao contrário do irmão que sempre foi bem relacionado.

Pouco se lembrava de experiências interessantes ao lado da mãe. As melhores lembranças foram ao lado da avó. Exceto na primeira sessão, jamais falou do pai.

Sem nenhum motivo, mudou de assunto como se quisesse evitar, naquele momento, falar sobre a mãe.

Perguntei-lhe a respeito do namoro e me disse que havia terminado definitivamente.

Nesse momento, falamos uma frase (duas palavras) ao mesmo tempo. Imediatamente, ela buscou na memória uma brincadeira de criança onde contamos as letras e depois associamos a palavras relacionadas a amor e afeição. Agora, via em minha frente uma criança de 9 anos, entusiasmada pela alegria de estar sendo correspondida em sua brincadeira. Isso durou aproximadamente 8 minutos.

Perguntei sobre seus medos, se tinha medo de algo e ela, após pensar longamente, respondeu que não tinha medo de nada. No entanto, todas as vezes que a conversa partia para esse lado, notava uma transformação na paciente. Ela parecia transformar-se numa criança, alterando inclusive sua maneira

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de falar. Ficava mais cadenciada e até o tom de voz ficava mais infantil.

Buscando colocá-la na realidade atual, mostrando-lhe os novos valores da idade, perguntei-lhe sobre o que pensava do futuro. Disse que pensava em ter sua própria casa para poder arrumá-la do seu jeito. Demonstrava, e muito, o seu senso de organização e limpeza. Dizia que gostava de todas as coisas no lugar e a casa devia estar sempre limpa e arrumada. Pensava, realmente, em constituir uma família, com filhos, não especificando quantos.

Falando de emprego, preferia um lugar onde tivesse o horário da manhã livre como num shopping center por exemplo, pois lá, além do horário, estaria em contato com muitas pessoas.

Em um breve contato com a paciente, durante a semana, soube que havia voltado à vida estudantil buscando recuperar o que havia ficado para trás.

Ela mantivera contato mais estreito, durante a semana, com uma de suas colegas de classe, exatamente aquela que, segundo seus comentários, tinha maior simpatia. Comentou sobre seu jeito de falar e das suas ações com um carinho especial, dizendo ainda que tinha maior afeição por ela do que pelas outras colegas de classe.

Paradoxalmente, estivera estudando com a amiga e comentou que a colega sabia o bastante para uma boa nota.

A nota máxima tirada pela colega fez com que ela ganhasse um pouco mais de auto-estima, colocando-se no lugar de orientadora ao invés de dependente. Sentiu-se como se estivesse dirigindo a amiga, tomando conta da situação.

A sessão seguinte foi totalmente diferente das iniciais. Já bastante confiante, procurou assuntos relacionados aos seus conhecimentos adquiridos durante a vida estudantil. Falou de fatos históricos que havia aprendido, bem como dados

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geográficos, mostrando-se bastante confiante e segura. Sobre seus dotes culinários, algo que acha imprescindível

para uma vida a dois (nota-se sua preocupação em relação à família e a um relacionamento sólido), fez comentários longos a respeito dos pratos que sabe fazer. Acha que a comida do marido quem deve preparar é a esposa e não a empregada.

Do seu cardápio pessoal, carne não faz parte. De nenhuma forma. Nem mesmo a carne branca. No entanto, adora molho vinagrete e doces, principalmente brigadeiro.

Em relação aos amigos, disse preferir amigos mais velhos, mas incrivelmente seus amigos são sempre mais novos.

Na sessão seguinte, chegou reclamando de dores nas costas. Estava impaciente, como se quisesse que a sessão terminasse mais cedo. Nesse momento, falamos sobre postura e maneiras de se sentar para aliviar o problema. Após uma rápida massagem, sentiu-se melhor e continuou a conversa mais tranqüila. A necessidade que tinha de um contato maior estava bastante clara. Ser abraçada ou simplesmente tocada, lhe fazia sentir segura e protegida.

Na seqüência, fizemos alguns testes utilizando o baralho Zenner. A idéia era analisar sua sensitividade, para poder trabalhar diretamente em seu subconsciente. Era preciso que a paciente sentisse a mudança de valores ao longo do tempo.

O que mantém um trauma por muito tempo é o fato do paciente não alterar os valores adquiridos durante a infância ou na época em que ocorreu. É preciso ficar claro que um automóvel, por exemplo, durante a infância não tem o mesmo valor que tem durante a adolescência nem tampouco durante a fase adulta. O que ocorre é que, com o surgimento do trauma, estabelece-se um bloqueio em que a análise deixa de existir. Passa a ser doloroso ao consciente rememorar a marca traumática. Assim, o inconsciente cria uma barreira impedindo que os valores sejam reavaliados conscientemente.

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É preciso penetrar novamente nesse ponto da história da vida do paciente para que, com novos conhecimentos lógicos, adquiridos na vida atual, os códigos de valores sejam recodificados, deixando claro a ele mesmo, e por ele mesmo, que aquela dor já não tem mais sentido, e que, de acordo com os valores atuais, não é motivo para tanto. Quando o paciente finalmente se conscientizar dessa mudança, fatalmente o trauma estará desativado e o paciente terá como lembrança apenas um fato histórico dentro de seu banco de dados, com o discernimento da lógica atual, bem mais estruturada.

Os resultados obtidos no primeiro teste, como era de se esperar, não foram positivos. Contudo, a própria paciente, animada que estava para realizar os testes, solicitou que continuássemos na próxima sessão.

A sessão seguinte ocorreu oito dias depois por solicitação da paciente. Ela alterou o dia da semana por insistência da mãe. No que pude perceber, a mãe continuava exercendo forte influência sobre ela.

Pelas informações enviadas à minha secretária na clínica, a paciente havia conseguido emprego no Shopping Center, em uma loja de roupas, exatamente como ela dissera na sessão anterior. Assim, eu aguardava novidades e uma mudança visível nessa sessão.

Como o esperado, ela começou a sessão falando da novidade. Comentou sobre as obrigações de vestimentas e postura durante as horas de trabalho. A adaptação ao novo ambiente foi difícil e, após o terceiro dia de trabalho, pediu a conta.

Enquanto narrava sua história, parecia buscar as imagens daqueles três dias. Comentou a sua angústia enquanto trabalhava na loja. Via pais com crianças passando e se sentia presa. Parecia que essas imagens a perturbavam.

Nesse momento, pediu que eu desligasse o circulador de ar. Apesar do calor, o barulho a incomodava. Mostrava uma

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sensibilidade incomum.O grande progresso foi haver conquistado esse emprego

por si só. Sempre carregara o estigma de “lerdinha”, dito principalmente pela mãe. O fato de ir de ônibus a fez sentir-se livre. Achou importante tomar contato com o cotidiano.

Mais uma vez, disse que haveria de procurar algo novo. Como secretária talvez.

De sua vida na última semana, comentou que tinha dormido bem, tido sonhos interessantes e ido ao clube, coisa que há muito não fazia.

Na véspera da sessão seguinte sua mãe me ligou. Interessante as suas colocações. Era fácil analisar e entender a dependência da paciente. Pelas coisas que sua mãe me colocava, ficavam claros os motivos que levaram a paciente a esse estado tão depressivo.

Quando comigo, a paciente não tinha sofrido mais qualquer alteração emocional. No entanto, sua mãe, sempre que me ligava, colocava novos pontos de conduta da paciente. Dissera que no domingo anterior, em almoço num restaurante, a paciente entrara em estado depressivo e começara a chorar. Todas as vezes que isso acontecia, a mãe e a avó estavam diretamente relacionadas. A pressão exercida pela avó era ainda maior. A mãe pressionava por pressão da avó. Todas as vezes que a paciente procurava se libertar, deparava-se com a mãe impedindo, e por um motivo muito mais social e ético do que salutar. Não queria se indispor com a mãe (avó), que segundo ela mesma, foi responsável, e ainda era, pela educação da paciente.

A conquista de um novo emprego poderia dar outro enfoque no tratamento. O convívio com pessoas diferentes e a necessidade de assumir responsabilidades poderia mudar sua postura.

A mãe da paciente justificou o cancelamento da sessão na semana anterior pelo fato da paciente se recusar a vir.

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No entanto, duas semanas antes, havia me perguntado se eu não achava que podia reduzir o número de sessões mensais. Disse-me que os valores estabelecidos estavam um pouco pesados. Mesmo depois de uma redução significativa, manteve a diminuição do número das sessões no mês, apesar de, na primeira entrevista, a avó deixar claro ter posses suficientes para dar à neta o melhor tratamento.

No que podia claramente observar nas sessões, era que as atitudes da paciente não condiziam com as atitudes que a mãe me confidenciava durante a semana.

A novidade na sessão seguinte era que voltara a trabalhar e agora em um consultório dentário como recepcionista, instrumentadora e secretária. Segundo alegou, não viera na semana anterior por não ter novidades pra contar. As saídas e passeios estavam acontecendo normalmente com o irmão e amigos.

Nas duas sessões seguintes a paciente não compareceu. Sua mãe não me ligou na semana anterior como de costume.

Um dos grandes avanços no tratamento, sem dúvida nenhuma, estava no novo emprego conseguido como recep-cionista em um consultório odontológico.

Infelizmente, sabia que a pressão exercida pela mãe era muito forte no ego da paciente. Toda a vida da paciente, até aquele dia, fora sempre carregada de “nãos”. A expectativa da mãe era que a filha se transformasse, através da terapia, naquilo que ela queria e não no que era preciso.

A libertação da paciente, objetivo da terapia, não era o objetivo da mãe. Ela sentia estar perdendo o controle sobre a filha. Na verdade, as depressões da paciente já eram origem de uma ansiedade que visava a uma necessidade de se libertar do vínculo materno. Como sempre viveu sob um jugo de moral compactuado pela avó, sentia-se como se estivesse violentando os padrões e preceitos familiares. Isso fez com que ela se fechasse em um mundo próprio. Ao dizer os

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primeiros “nãos” para a mãe, criou-se um forte impacto na relação mãe/filha, que fez com que a mãe entendesse a nova situação como um desequilíbrio da filha. Na verdade, a mãe era a detentora do desequilíbrio e não aceitava a filha decidindo por si mesma.

A suspensão por conta própria (mãe) das sessões parecia muito mais uma questão de princípios do que propriamente financeira. Significava que a paciente começava a buscar seus próprios caminhos. A mãe, que via na terapia da filha o retorno da personalidade original, não conseguindo tal resultado, atribuiu a resultados negativos, o que, verdadeiramente, era o contrário.

A avó, figura marcante no primeiro contato, não se pronunciou em nenhum momento e mesmo a mãe jamais tocou em seu nome.

Como a paciente não compareceu e não avisou como de costume, liguei para saber se poderia suspender a sessão. A avó, que atendeu ao telefone, comunicou que a neta viajara com sua mãe, esquecendo-se de suspender a sessão. Nas informações da filha, mãe da paciente, acontecera um retrocesso, ou, nas suas palavras, uma piora.

Por conta da mãe, as sessões foram suspensas.Dois anos depois, a paciente me ligou. Estava feliz em

um novo emprego, já há oito meses, e cursando o primeiro ano de faculdade. Apesar de estar namorando, não pensava em nada sério antes de ter sua vida definida. Por conta da universidade escolhida, mudara-se de cidade e estava dividindo um apartamento com duas amigas, tomando, na maioria das vezes, as decisões sobre o grupo.

Antes de desligar o telefone, disse que sentia saudades das nossas sessões e muito me agradecia por ter lhe mostrado um novo horizonte.

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Meu próximo passo, na vida profissional, foi um voluntariado em um centro educacional para

portadores de Síndrome de Down. Foi outra oportunidade para aprender mais do que orientar. Aprender que há muito mais problemas na vida das pessoas do que podemos carregar em nossas costas.

O contato com as mães dos portadores nos faz tão pequenos diante da grandiosidade de seus corações e do peso de seus fardos.

Finalmente, quando comecei a lecionar na UNIP – Universidade Paulista, pude encontrar um outro tipo de comportamento. Jovens, já em fase de pré-maturidade e alguns já na fase adulta. Em quatro anos de vida universitária, era notória a transformação que sofriam.

Com a continuação de minhas pesquisas visando o doutorado em Arqueologia na USP – Universidade São Paulo – tive o tempo de atendimento em consultório muito reduzido. Assim, encontrei uma outra forma de ampliar o contato com as pessoas, objeto de meus estudos sobre o comportamento, as salas de “chat” na Internet.

Descobri que muitas pessoas procuravam esconder seus problemas atrás de uma tela de computador. O fato de estarem com suas identidades preservadas fazia com que se abrissem,

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soltando seus medos e suas ansiedades, através de uma identidade fictícia. E era exatamente nesse processo de fuga, e ao mesmo tempo busca de outras relações e soluções, que a maioria ficava exposta, mostrando seus verdadeiros anseios, medos e traumas.

Mantive por muito tempo algumas sessões virtuais, se é que se pode denominar assim, até que passei a dar o endereço do meu site para que pesquisassem. Sempre que recebia as perguntas, por e-mail, procurava respondê-las rapidamente. Muitas perguntas, provavelmente, você, leitor, também gostaria de fazer. Mas como muitos, também não gostaria de encarar a resposta. Por isso, através desse trabalho você terá a oportunidade de esclarecer pelo menos parte de suas dúvidas.

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Sou uma mulher de 30 anos que infelizmente me casei num daqueles empurrões da vida. Depois de

vários anos me divorciei e tive um relacionamento sério com outro homem que durou muitos anos.

Atualmente estou vivendo um novo relacionamento com um parceiro que me dá momentos agradáveis como nunca tive antes.

Sinceramente, não me lembro de ter sido mais feliz na vida. Ele tem uma forma especial de tratar a mim e ao meu filho. Posso dizer, honestamente, que não quero jamais perder esse relacionamento tão maravilhoso fazendo qualquer coisa estúpida. Contudo, bem lá no fundo de meus pensamentos, sinto sensações estranhas de perda e medo.

Você poderia dizer que esses pensamentos têm a ver com experiências anteriores. Até acredito que sim. Mas como eu devo agir para me sentir mais tranqüila em relação a mim mesma e a ele?

Um erro muito comum entre as pessoas é o de achar que todos os relacionamentos seguem o mesmo padrão quando, na verdade, cada relacionamento tem seu curso próprio em relação aos passados. O que pode permanecer são as conseqüências desses relacionamentos, a menos que sejamos

PERGUNTAS QUE VOCÊ GOSTARIA DE FAZER, MAS TEM RECEIO DE OUVIR AS RESPOSTAS

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bastante espertos para aprender com esses erros.Você se sente preocupada por achar que pode ter

escolhido um parceiro diferente do padrão desenhado por você. Alguém que talvez não preencha as suas necessidades.

Confie na sua intuição e acredite que desta vez você fez a melhor escolha. Isso é bom para ambos. Aceite com satisfação e demonstre o quanto está feliz e vivam, os dois, o amor de coração aberto.

...

Meu namorado e eu estamos juntos há 8 meses. No entanto, um problema tem me atormentado. Seu

ciúme excessivo. No começo eu pensei que fosse uma forma dele se

preocupar comigo. Recentemente teve uma atitude que achei desnecessária. Aliás, é bom salientar que em todos os seus antigos relacionamentos, as separações aconteceram de formas muito ruins, o que não me dá condições de procurar suas antigas namoradas para obter apoio ou mesmo informações sobre sua conduta.

Acontece que eu tenho ainda grande amizade com meu antigo namorado.

Quando me formei, e ainda estávamos juntos, eu e meu ex-namorado, ele me deu uma correntinha de presente. No entanto, meu namorado atual, quando soube de quem eu ganhara, jogou-a fora.

O que acontece é que ele não quer que eu tenha qualquer amizade masculina.

O que devo fazer? Tirá-lo da minha vida ou tirar dela todo e qualquer homem existente na face da terra?

O ciúme é uma emoção natural. A forma como controlamos nosso ciúme é que faz desse sentimento um

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problema ou não. Não é incomum uma sensação de desconforto ao ver alguém que amamos abraçar um antigo namorado. Mas controlar seu relacionamento com os amigos é demasiado impróprio. Aceitar suas impressões agora é deixar-se dominar, possivelmente, pelo resto da vida.

Seja firme e imponha limites. Deixe claro que seu coração é só dele. Ele é o objeto maior de suas intenções românticas. Caso ele não consiga entender ou mesmo aceitar suas amizades, o melhor a fazer é passar por cima desse episódio da sua vida esquecendo-o. Contudo, a escolha é sua de como enfrentar esse problema. Aliás, um problema que certamente irá magoá-la sempre que tiver uma nova amizade masculina na sua vida ou se encontrar com uma antiga.

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Minha esposa e eu nos separamos, mas continuamos a manter relações sexuais com muita intensidade.

Contudo, de um tempo para cá, ela tem evitado beijar-me. Por que será que isso está acontecendo com ela? O que posso fazer para que ela volte a beijar-me como antes?

É fácil supor que o seu relacionamento está com um problema bastante sério. A separação torna evidente que algo muito importante está faltando entre você e ela. Provavelmente a comunicação está falha. Está claro que a atração física ainda é muito grande e é isso que mantém o relacionamento ativo. Beijar, por outro lado, pode ser um fator de pouca importância ou mesmo sem qualquer prazer para ela nesse momento. Seu corpo pode estar receptivo mas seu coração está fechado.

A finalidade de uma separação é permitir às pessoas a possibilidade de viverem como se fossem divorciadas sem a dissolução formal da união. É uma possibilidade de ambos

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ganharem autonomia, um em relação ao outro. Com certeza ambos ainda têm o amor e a paixão em suas vidas. Porém, até que isso seja redescoberto é preciso que haja uma reflexão completa sobre o relacionamento de ambos até então.

É preciso refletir não somente sobre a relação física mas também emocional. Nenhum de vocês poderá decidir de coração aberto enquanto houver o contato que satisfaça apenas o prazer físico.

Uma separação temporária, fisicamente, para que ambos possam refletir, vai ajudar, com certeza, a encontrarem o caminho que os levará a reconstituir essa união, ou destituí-la definitivamente.

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Eu tenho um bom amigo que está tentando reco-meçar sua vida. Recentemente ele me procurou.

Preocupei-me e interessei-me por ele, afinal, ultimamente havia se distanciado totalmente de mim e de seus outros amigos. Sei que você é da opinião de que todo homem tem a necessidade de encontrar suas próprias soluções. Mas a maneira como ele me apresentou seu dilema me faz pensar que ele não tem ninguém com quem se abrir. Naturalmente isso me faz responsável por ele, mesmo que seja apenas por um momento.

Como posso fazê-lo ver que pode contar comigo como amiga sem que possa parecer, para ele, qualquer outra intenção?

Todas as vezes que um homem procura uma mulher, faz parte do instinto feminino compartilhar com ele sua angústia.

A maneira que seu amigo encontrou para demonstrar seu verdadeiro sentimento foi procurando compartilhar com você as suas angústias. Mesmo sabendo que não encontraria

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respostas, tentou expressar seus sentimentos expondo a você os pensamentos dele.

Queixar-se é uma forma de esconder sua verdadeira ansiedade.

O amigo verdadeiro é aquele que não ridiculariza os sentimentos do outro, pelo contrário, procura entendê-los.

Seja paciente com ele e não faça análise precipitada. Apenas procure entendê-lo deixando-o falar sobre seus sentimentos. Isso haverá de deixá-lo mais confortável e fará com que ele entenda em pouco tempo que você está ali para ajudá-lo e ouvi-lo sem que ele alimente esperanças infundadas. Com certeza você também se sentirá mais confortável.

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Há três anos estou como dona de casa, fato incomum na minha vida. Só que, ultimamente, tenho gritado

com tudo e com todos e a toda hora. O problema é que tenho me sentido deprimida, sem que saiba exatamente o motivo. Meu marido não consegue compreender o que está se passando e isso me angustia ainda mais. Sei que algo não está certo.

Você tem alguma sugestão?

Dos sintomas que você descreveu, faz-me entender que o que você está experimentando é o que chamamos clinicamente de depressão. É um sintoma difícil de diagnosticar e ninguém sabe exatamente o que ocasiona essa sensação, embora saibamos claramente que a origem está na bioquímica do cérebro que afeta os feixes nervosos.

As pessoas sob níveis de tensão elevados liberam um tipo de hormônio (cortisol) e diversos elementos químicos produzidos pelo cérebro, chamados neurotransmissores, como serotonina, dopamina e norepinefrina.

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A quantidade gerada ou produzida é diferente de pessoa para pessoa. Alguns especialistas acreditam que pode ser hereditária, o que explica a tendência comum de casos na mesma família. No entanto, é sabido que a química do cérebro freqüentemente muda em pessoas deprimidas sem nenhuma razão aparente.

Muitos fatores – incluindo os genéticos, convívio familiar, ciclo dormir-acordar, as mudanças hormonais (similares às ocorridas antes, durante e depois da gravidez), perda muito cedo de entes queridos ou a deficiência física – são situações que fatalmente contribuem para essa circunstância.

Um outro fator a considerar diz respeito às raízes ou origem natural que faz com que algumas pessoas sejam mais vulneráveis à depressão do que outras.

A cada hora, 5% da população mundial sofre algum efeito da depressão. Só nos Estados Unidos, onde existe um controle mais aproximado, 19 milhões de americanos adultos sofrem desse mal. Sabemos, no entanto, que 80% dos pacientes podem ser tratados com drogas antidepressivas ou com medicina alternativa. O mais adequado é falar com seu médico sobre seus sintomas que ele, com certeza, poderá orientá-la no tratamento.

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Sou viúvo, tenho 53 anos e minha namorada tem 23. Nos conhecemos há quase dois anos. Foi na época

em que minha esposa morreu. Estamos juntos e nos amamos demais. Ela diz que seu coração é meu e certamente o meu é dela. Estamos decididos a nos casar e isso é o desejo de ambos. Você acha que alguma coisa pode dar errado nessa relação?

Evidentemente que há certas considerações a fazer quando existe tal diferença de idade. A primeira consideração

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é que esse relacionamento entre vocês surgiu num momento de perda, onde ficou um vazio muito grande e, diga-se de passagem, uma perda bastante recente.

A segunda consideração é analisar se o tempo em que vocês estão juntos é suficiente o bastante para estabelecer tal compromisso. Assumir novo relacionamento sério e definitivo, após uma separação dessa natureza, como é o seu caso, requer uma reflexão mais consciente. É o momento de avaliar a situação para que, num ato precipitado, o novo relacionamento não dê errado.

A terceira consideração é a incompatibilidade de idade. É importante entender que sua futura esposa tem idade para ser sua filha. A sua responsabilidade é bastante grande, pois enquanto ela está praticamente começando a vida adulta, você está na idade onde a maioria das pessoas está entrando em estágio de aposentadoria. Quando você estiver com 70 anos, ela estará com 40 e o nível de energia e interesse pode diferir substancialmente.

Evidentemente que ninguém pode dizer, com certeza, se a diferença de idade irá incompatibilizar a relação fisicamente, emocionalmente ou mentalmente, mas é importante que ambos estejam cientes disso. Ter a mente e o coração abertos poderá ser o grande sucesso desse novo relacionamento.

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Sou casada há quase 20 anos e tenho dois filhos. Porém, não sou feliz. Sinto que falta algo em minha

vida, e foi sempre assim desde que eu era adolescente. Contudo, não consigo saber o que é e tampouco onde encontrar.

Meu marido e eu tivemos altos e baixos nessa união, mas o dinheiro foi sempre o nosso maior problema. Pra ser sincera, nunca vivemos, mas apenas sobrevivemos. Jamais tivemos férias verdadeiras com as crianças ou mesmo sem

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elas. Nossa vida sempre foi trabalhar para pagar as contas. Esse tem sido o nosso maior esforço. Nem com o sexo me importo mais.

Estou com 42 anos e trabalho fora. As pessoas se espantam em como os mais novos me olham e falam do meu belo corpo apesar da idade. No entanto nem isso me dá ânimo. O que há de errado comigo? Tudo que sempre quis foi ter uma vida saudável, feliz e com muito amor. No entanto nunca me senti feliz e sinto que nunca amei verdadeiramente, mesmo que meu marido diga que sou tudo em sua vida, jamais me senti amada ou amando.

Minha vida é muito simples. Vivo sempre em função do meu marido e nunca pra mim mesma. Acontece que eu e ele somos completamente opostos.

Há muito mais coisas que gostaria de dizer, mas não posso ficar aqui enumerando a vida toda. Se puder me dar algum conselho, com certeza será muito útil.

A felicidade só está completa quando nos sentimos bem emocionalmente, espiritualmente e fisicamente.

Se sente que sua vida está sem sentido e deprimente, é o momento para refletir e endireitar. Você há de concluir que todo o problema está no seu relacionamento amoroso. Você está se doando de forma obrigada. O amor deve ser expontâneo. Tente refletir sobre a maneira como você recebe os sentimentos do seu marido. Talvez você não esteja conseguindo sentir a emoção de ser amada pelo fato de nunca ter sido expontânea em relação ao seu amor por ele. Procure ser mais você, buscando primeiro a felicidade e o prazer dentro de si mesma. Olhe pra dentro e para fora e visualize a sua própria beleza. Verá que o sentido da vida vai tomar outro rumo e sentirá novamente o amor fluir.

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Por que algumas mulheres se sentem atraídas por homens cafajestes e maus-caráteres? São sempre

fantásticos na cama, mas são péssimos companheiros e pouco confiáveis. Alguns, inclusive, utilizam sua posição social para proveito da situação, nos envolvendo e nos seduzindo. No entanto, mesmo sabendo que é uma relação de momento e de puro interesse, me sinto tremendamente atraída. Como explicar isso?

O que faz um homem atraente é seu magnetismo natural e seus mistérios ou segredos. Para que haja um bom relacionamento isso não basta. A confiança e assertividade também são importantes. É preciso considerar os desejos, vontades e suas necessidades. Um homem mau-caráter se conhece por não observar a última das considerações – as necessidades da companheira. Aquela atração inicial, o magnetismo sentido à primeira vista, pode ser emocionante no início. Porém, ao longo do tempo, seu companheiro acaba por se sobrepor também aos seus desejos e vontades para deixar figurar somente as necessidades dele.

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Acredito que aprendi muito lendo e ouvindo você. No entanto, há apenas uma coisa que me incomoda.

Sinto que você recomenda sempre às mulheres para serem flexíveis e adaptarem-se às necessidades dos maridos. Por que somos nós, as mulheres, que temos que fazer o esforço?

Eu apenas aconselho as mulheres por serem, na maioria das vezes, as mais interessadas e mais preocupadas com problemas de relacionamento, além de, sem dúvida nenhuma, serem mais flexíveis. Na realidade, um bom relacionamento só pode acontecer se ambos forem flexíveis e aceitarem-se

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mutuamente da maneira como cada um é. Se ambos viverem compromissados no amor, no respeito e numa comunicação aberta, ambos têm muito a ganhar

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Estou saindo com um homem que foi traído por sua mulher. Ela implorou seu perdão e, apesar de a

ter perdoado, ela continuou com o caso até que, 18 meses depois, ele a encontrou com o outro na cama. Isso o deixou amargurado de tal maneira que ele se tornou uma pessoa fechada e introvertida.

O que posso fazer para mostrar a ele que não sou como sua ex-mulher?

Com certeza tudo isso o deixou com marcas profundas. Ele precisará agora de um tempo para refletir e deixar que a ferida cicatrize.

Isso não será fácil. O caminho é árduo e você terá que ter muita paciência. Não adianta forçá-lo a apressar esse processo. Isso tem que vir dele próprio. Seja primeiramente sua amiga e confidente. Demonstre seu carinho e amizade abertamente, de forma honesta, sem nada esconder. Essa é a melhor maneira de abrir o coração dele. Lentamente ele há de reconhecer todo o seu sentimento e a partir daí ele vai enxergar o seu amor por ele.

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Meu irmão tem sido infiel com a minha cunhada há vários anos. Após seu caso mais recente,

resolveu permanecer com ela, mas pediu para dormir em quartos separados até ter certeza do que realmente quer. Quer também ter a liberdade de sair sozinho ou com amigos após o trabalho.

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Eu sou muito íntima de ambos e acompanho de perto seus problemas. Minha cunhada está fazendo como ele quer, mas eu lhe pergunto: será que essa é realmente a maneira correta deles solucionarem os entraves dessa relação?

Seu interesse pelo caso de seu irmão e sua cunhada é realmente louvável, tocante e bastante válido. Contudo, somente eles podem decidir o que querem desse relaciona-mento.

Minha opinião é que uma separação temporária é uma experiência bastante válida. Quando um dos dois sente dúvida no relacionamento e deseja ter um tempo só para si, o melhor a fazer é tomar o caminho da separação temporária para colocar a cabeça no lugar até ter a certeza do quê quer realmente.

No entanto, os termos dessa separação devem ter a concordância de ambas as partes. Nesse caso específico, se não houver a concordância de quartos separados, mudar de casa temporariamente pode ser outra forma de experimentar.

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Meu namorado e eu estamos juntos há dois anos. Juntos não temos nenhum filho, mas eu tenho

dois de um casamento anterior: um menino de 14 anos e uma menina de 12. As crianças o aceitaram assim que começamos o nosso namoro.

O problema é que ele adora a menina, porém não sinto que ocorra o mesmo em relação ao menino. Pelo contrário, é nítida a falta de atenção dele em relação ao menino quando este lhe dirige a palavra. Percebo isso pelos poucos comentários que faz comigo sobre o menino.

Já falamos sobre isso, mas ele diz que é impressão minha e que estou vendo coisas. Contudo, tenho certeza que não é apenas impressão.

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É um homem maravilhoso e eu o amo demais. Porém, quando deixei meu marido, prometi a mim mesma que jamais deixaria qualquer pessoa ou qualquer coisa se colocar entre mim e meus filhos.

Será que estou me colocando em segundo plano ou sendo demasiadamente sensível?

Concordo com você que sua primeira responsabilidade é com os seus filhos. Mas, para o seu namorado, o relacionamento primordial é com você. Ele só chegou aos seus filhos por se relacionar com você. Se ele puder respeitar o seu filho e, por sua vez, receber o respeito que merece, poderão ambos coexistir tranqüilamente.

O que você não pode esperar é que os dois tenham um grande e maravilhoso relacionamento tal qual você gostaria. O que você precisa, e isso, sim, é imprescindível, é que haja um relacionamento de respeito mútuo. Desde que o adulto na relação é seu namorado, é de se esperar que ele reflita sobre isso e seja razoável.

Você deve ser honesta com ele sobre seus sentimentos a fim de que o relacionamento entre vocês não seja abalado.

Em uma conversa franca, procure esclarecer a ele o quanto será mais saudável uma boa relação entre todos para que o relacionamento seu e dele não seja abalado.

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Qual é o impacto em um relacionamento quando um homem tem mais traços femininos e uma mulher

tem mais traços masculinos? Sei que não é uma situação comum, mas eu gostaria de saber qual é sua explanação das conseqüências dessa reversão de papéis.

É bom saber que há muitas possibilidades. Contudo,

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geralmente, há duas razões pelas quais a reversão de papéis ocorre. A razão natural e a provocada.

Por exemplo, a natureza pode ter dado a um homem mais hormônios femininos do que a quantidade normalmente encontrada nos homens. Nesse caso, a tendência para a reversão do papel seria natural.

Por outro lado, um homem pode ter uma quantidade normal de hormônios masculinos, mas crescer em um ambiente onde seja incentivado a rejeitar suas tendências masculinas emocionais e naturais e ser recompensado com aprovação e aceitação pelas pessoas de convívio a agir assim.

No caso inverso, uma mulher pode ser condicionada a ser masculina. Talvez seus irmãos a forçassem nessa situação frente a brincadeiras de infância, ou, ainda, seu pai a rejeitou como mulher, por querer um menino, tratando-a como tal.

Seja qual for a maneira da reversão do papel, sempre será um relacionamento difícil.

Se um homem tiver seu lado feminino mais sobressaído, poderá ser demasiado dependente. Se por outro lado, a mulher for demasiadamente masculina, poderá dominar o relacionamento não permitindo que seu companheiro compartilhe das decisões, o que poderá resultar em ressentimentos futuros.

Independente das diferenças, é importante entender que o relacionamento ideal é aquele em que a compreensão de ambos encontra o ponto de equilíbrio e somente a compreensão mútua pode se sobrepor às diferenças originais de qualquer casal.

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Sou casada há dez anos. Tenho 30 anos e meu marido 37. Temos 4 filhos. Para podermos manter os custos

da família, meu marido trabalha durante a semana e eu nos

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finais de semana.Para que ele entre no trabalho às 7 horas, levantamos às

5. O resto do dia eu passo limpando e cuidando da casa. Já que trabalho fora nos finais de semana, seria muito melhor que não tivesse de me preocupar com os serviços da casa nesses dias. No entanto, quando eu venho para casa após um dia inteiro de trabalho, ainda tenho de fazer o trabalho caseiro. Eu gastaria menos tempo se ele cuidasse, pelo menos, das coisas pequenas como, por exemplo, não deixar os pratos sobre a mesa após as refeições.

Quando venho para casa ele sempre está cuidando do quintal ou jardim, mas a casa está destruída.

Disse a ele que quando chego, quero encontrar a casa arrumada, sem bagunça. Mas ele, naturalmente, diz que não se importa com isso e acusa-me de implicar com tudo.

Todo final de semana é a mesma coisa – discussões e ele se trancando em seu canto. Sei que não deveria viver discutindo sobre isso, mas eu me recuso a viver numa casa bagunçada.

O que devo fazer?

Seu marido trabalha cinco dias da semana fora e você dois. Talvez você precise conversar com ele utilizando outro enfoque, afinal, é ele quem passa os fins de semana cuidando das crianças. Além disso, como você mesma disse, é ele quem cuida do quintal e do jardim. O que eu quero dizer é que, se cada qual fizer a sua parte para contribuir, certamente a família só terá a ganhar.

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Meu marido e eu fomos casados por 11 anos. Há alguns meses, disse-me que não consegue mais

manter o casamento. Eu sei que nós nos amamos e não

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podemos nos separar. Sei, no entanto, que essa separação, nesse momento, é o melhor. Porém, penso nele o tempo todo. Pra piorar as coisas, mudou-se para outra casa que alugou com sua nova namorada. Pediu parte das coisas que fazem parte da nossa vida e isso está acabando comigo por dentro.

Nas três últimas semanas tem me procurado e me confiado os problemas de seu novo relacionamento. Tivemos até sexo durante o tempo que estivemos separados.

Se não quisesse manter o casamento andando com outra mulher, por que estaria voltando aos poucos? Como eu o amo é duro pra dizer não. Como fazer?

Obviamente que ambos ainda têm sentimentos não resolvidos dentro de si. O fato de estar lhe confiando as dúvidas sobre o novo relacionamento confirma isso. Manter a porta aberta da maneira como está fazendo é o mesmo que dizer a ele que, não importa o que faça, terá sempre você a sua espera.

O que você quer no entanto é que ele resolva, definitivamente, seus problemas e volte pra você. Contudo, me parece que a mensagem que você está passando a ele é que poderá sempre vaguear por aí, desde que volte pra casa.

Mas se essa não é a mensagem pretendida, então acho importante que procurem conselho os dois juntos. Pergunte-lhe se está disposto a voltar definitivamente. Só é preciso que ele entenda que os erros do passado devem ser deixados para trás.

E quanto a você, deve manter a nova postura para que não se repitam os mesmos erros após a reconciliação.

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Eu trabalho com um homem que se tornou meu amigo antes de trabalharmos juntos. Na empresa

formamos um grupo de amigos e pelo menos uma vez por

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semana saímos juntos após o trabalho. Quando isso acontece, costumamos ficar até muito tarde da noite conversando, rindo e bebendo.

De algum modo, começamos a nos beijar, porém, não na frente de outro colega, mas, mais tarde, durante a despedida. Isso aconteceu uma vez e foi só. Na segunda-feira, no trabalho, nada foi dito e o assunto não foi comentado, o que me fez muito feliz, pois me senti culpada pelo que fiz.

No entanto, ao contrário do que pensava, aconteceu por mais cinco vezes durante um ano. Contudo, apesar dos beijos, nunca houve sexo. Interessante que, por todo esse tempo e apesar das cinco vezes, jamais tocamos no assunto no dia seguinte. Nunca havia me incomodado antes, talvez pelo fato de trabalharmos juntos. Porém, recentemente, me senti incomodada, pois passamos a nos beijar também na frente dos outros.

Talvez eu esteja me sentindo como um brinquedo que só coloca as emoções pra fora quando espremido.

O mais interessante é que essas emoções só aparecem quando já bebi um pouco mais.

O que eu faço? Obviamente que esse não é um relacionamento saudável mesmo sendo ambos livres e desim-pedidos. As pessoas agem dessa maneira somente por que estão alcoolizadas? Ou essa é uma demonstração de atração? Quero resolver a situação definitivamente me afastando ou me aproximando. Como posso fazer?

Respondendo às suas dúvidas devo assegurar-lhe que as duas respostas são sim. As pessoas perdem suas inibições quando estão alcoolizadas e farão coisas que normalmente não fariam por serem mais inibidas. Depois, estando você alcoolizada ou não, há obviamente uma atração de ambas as partes, do contrário nem o beijo aconteceria com normalidade.

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O que se faz necessário é você procurá-lo para uma conversa franca, fora do local de trabalho e sem nenhuma interferência alcoólica.

Se tudo não passar de momentos de euforia motivados pelo estado alterado, a conversa, provavelmente, será levada de maneira amigável e com entendimento adequado.

Se, por outro lado, a atração ultrapassar a instância do estado de alteração, então a conversa poderá tomar outro rumo, onde a franqueza e abertura, de ambas as partes, poderá aproximá-los definitivamente.

...

Há três meses mudei-me para uma casa maravilhosa, de dois quartos, com meu filho de quatro anos e

meu namorado.Dou um duro danado a semana toda como uma

verdadeira empregada doméstica, pois adoro uma casa limpa. Sou seguidora do provérbio que diz: “há um lugar pra tudo e tudo deve estar em seu lugar”.

No entanto, a falta de consideração de meu namorado para com o meu esforço me frustra. Eu não espero que a casa esteja sempre parecendo um espelho. Seria mesmo um exagero da minha parte. Eu apenas não quero ver a roupa suja, as coisas de trabalho e o tapete de entrada no meio do assoalho.

Não é justo que eu chegue do escritório, após um dia inteiro de trabalho, e ainda tenha de limpar e arrumar a casa.

O pior de tudo é que meu filho está tomando meu namorado como exemplo. Antes ele me respeitava, mas agora se espelha nele e não toma conhecimento de minhas reclamações.

Falei com meu namorado a esse respeito e pedi que mantivesse a casa limpa e arrumada. Mas ele explodiu como uma bomba não aceitando as reclamações.

E agora? O que devo fazer?

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Um bom relacionamento depende da aceitação do parceiro e do que estão ambos dispostos a fazer em prol dessa relação.

Se seu namorado fizesse tudo do jeitinho que você quer, o próximo passo, provavelmente, seria dizer que ele não é a pessoa certa pra você. Na sua situação, entretanto, é só uma questão de abordagem e de tempo. Conseguir alguma coisa de alguém depende muito de como se pede. Também é interessante que os pedidos sejam pequenos e aos poucos. Quer um exemplo? “Eu sei que você tem momentos difíceis no seu trabalho e que não vê a hora de chegar em casa pra relaxar. Mas faz um favorzinho pra mim? Coloca os sapatos no armário e a roupa suja na cesta da lavanderia?”

Os homens guardam mais facilmente pedidos dessa natureza quando vêm em doses “homeopáticas”, sem que você justifique por que está fazendo o pedido.

Freqüentemente a mulher reclama que não é certo ou que não consegue fazer tudo. A verdade é simples. Nada se consegue em momentos de explosão. Nenhum de nós aceita com naturalidade. É natural sentir essa reação quando ambos trabalham dentro e fora de casa.

Pra isso existe uma solução prática. Analisar o orçamento familiar e contratar uma pessoa ou empresa que possa fazer o trabalho uma ou duas vezes por semana. Isso mantém a casa limpa e em ordem sem que ambos se estressem prejudicando a relação da família.

...

Como a maioria das mulheres, tenho muita curio-sidade em saber o que vai na mente dos homens

quando fixam uma mulher. Será que quando olham é porque a desejam? Ou apenas admiram-na? Tentei raciocinar a respeito, mas como mulher não consigo compreender esse mecanismo.

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Pra ser sincera, eu não me sinto à vontade quando o homem que está comigo olha para outra mulher. Passa-me um sentimento de que eu não basto pra ele. Sinto-me como um objeto simplesmente. Será que você pode me esclarecer algo sobre isso?

Pra ser franco, eu vejo o olhar de um homem sobre uma mulher como uma condição normal e não desajustada. Desde que o homem não seja agressivo, rude, indelicado ou indiscreto excessivamente em relação a sua companhia, não vejo mal nenhum.

Você diz que se sente mal quando o seu acompanhante faz isso. Nenhuma mulher aceita isso se ocorrer de maneira indiscreta e inconveniente, exceto aquelas que têm por opção esse ambiente.

A respeito do que os homens estão pensando nesse momento, depende do homem, da idade dele e do que o faz olhar para a mulher naquele instante.

Às vezes não é nada mais do que a apreciação da arte. Outras vezes é desejo mesmo. A maioria dos homens realiza rápidas fantasias que, evidentemente, não se concretizam. O que é real, no entanto, é o compromisso cotidiano, o respeito e os atos aleatórios de amor entre duas pessoas que se amam. As mulheres desses homens não têm que tomar essas situações como caminhos de infidelidade, pois a segurança do amor só é encontrada com elas.

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Sou casado com uma mulher bonita e espiritualmente maravilhosa. Ambos fomos casados anteriormente e

temos cinco crianças dos casamentos anteriores. Mas somente um dos filhos vive conosco.

Por seis anos, nosso casamento foi maravilhoso. Nos

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últimos seis meses ela tem bebido demais e eu tenho sido rude, acabando por descarregar minha raiva sobre ela, o que nos deixa longe um do outro.

Na verdade estou em uma encruzilhada. Não podemos nos divorciar e nem queremos. Porém, nós dois concordamos que da forma como estamos vivendo, brigando e praticamente separados, não podemos continuar.

O que posso fazer pra mudar esse meu comportamento e ser novamente um bom marido pra minha esposa? Existe uma maneira de eu trabalhar comigo mesmo de maneira a convencê-la de meus desejos? Eu a amo verdadeiramente e não quero de forma alguma viver dessa forma. Qualquer orientação me ajudaria extremamente.

Se a sua escolha for permanecer nesse relacionamento sob as atuais circunstâncias, é preciso que saiba que, se ela continuar bebendo, em pouco tempo você sentirá raiva e ressentimento. Esta não é nenhuma maneira de viver. Você também deve reconhecer que não é a pessoa certa para mudá-la.

Primeiramente, ela deve estar disposta a mudar. Visto isso, você pode então escolher: ou permanece como está, com atritos constantes e uma vida cheia de ressentimentos e brigas, ou você pode sair agora. Rompendo agora, talvez a motive a procurar ajuda, antes que seja tarde para ela e para o relacionamento. Tomar a decisão correta agora, pode ser vital para ambos.

...

Meu marido e eu estamos casados há um ano. Eu sempre o achei extremamente atraente e continuo

achando mesmo após o casamento.O problema é que ele quer fazer sexo todas as noites sem

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saber se eu também quero. Eu tentei explicar a ele que não tenho, obviamente, a mesma disposição sexual que ele. Ele se zanga e diz que eu não sinto mais atração, o bastante, para fazer amor com ele todas as noites. Mas isso, com certeza, não é verdade. No entanto, se disser que não estou disposta, ele se zanga e começa a argumentar.

Estamos ambos com pouco mais de 30 anos e já fomos casados antes. Já tentei diversas vezes explicar-lhe que o amo, mas que não quero fazer sexo todas as noites. Tentei mostrar a ele aquelas estatísticas que mostram que também recém casados, após o primeiro ano, têm um declínio típico no apetite sexual. Entretanto, isso não o convenceu tampouco.

Quero desesperadamente resolver esse assunto com meu marido. Eu o amo demais, porém sinto que isso está começando a me magoar.

É bastante comum que um casal tenha diversidades no sexo. Contudo, esse é um assunto que deve ser discutido abertamente entre o casal. É preciso que se encontre uma média que deixe ambos felizes.

Por exemplo, você se sentiria mais confortável fazendo sexo duas, três ou quatro vezes por semana? Negocie isso. Decidam juntos quais serão os dias. Elaborem brincadeiras que antecipem os dias de sexo. Isso criará um incentivo maior, uma expectativa maior e uma espontaneidade que aumentará com o tempo.

Claro que é preciso entender que o sexo não pode ser uma edição com data marcada, mesmo porque o estresse diário e outros fatores podem influenciar na disposição. No entanto, é preciso que nos lembremos sempre que a vida é constituída na perseguição da felicidade e nada nos faz mais feliz do que amar e ser amado.

Devemos nos recordar também que o sexo regular não

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significa, necessariamente, o sexo com total consumação. O sexo completo significa paixão, descoberta e variedades no estilo.

Com o coração e a mente abertos, esses momentos de intimidade podem ser o ajustamento de uma união maravilhosa.

...

Meu marido e eu somos casados há 5 anos. Temos duas meninas pequenas. Nosso problema é o

relacionamento dele com a sua mãe.Seus pais foram casados por dezenove anos até se

divorciarem. Durante esses dezenove anos de casamento, sua mãe deixou seu pai por três vezes. Finalmente, quando houve o divórcio, ela levou os dois menores deixando-o com o pai.

Eu duvido que o pai tivesse impedido meu marido de ver a mãe, não obstante ele se lembre muito bem que sua mãe não o procurava por longos períodos.

Eu sei que meu marido nunca se recuperou do trauma de ter sido abandonado por sua mãe. É atencioso e caloroso com as crianças, mas admite sempre que as memórias da infância não o abandonaram. Embora tenha superado essa grande tristeza, mantém a mágoa em seu coração e resiste em falar com a mãe sobre isso.

A sua mágoa me entristece também e sinto que gostaria de resolver de uma vez por todas essa mágoa, pois por não ter coragem de enfrentar a mãe abertamente, sofre muito.

O que posso fazer para ajudá-lo?

Finalizar de vez essa mágoa tem só um caminho. E esse caminho está na decisão de reiniciar o contato com sua mãe. Comece por aconselhar seu marido a iniciar uma aproximação gradativa.

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Quando perceber que ele está num daqueles momentos tristes, incentive-o a escrever uma carta a sua mãe expressando todo o seu sentimento. Tal carta não seria necessariamente enviada, a menos que ele queira. Na realidade, é uma forma de ele expressar seus sentimentos e que pode funcionar como um desabafo em relação ao que ele sente e ao que falta em sua vida nessa relação. A carta deve finalizar com todo o amor que ele sente pela mãe. Enfrentar sua dor pode transpô-lo além dela.

...

Sou um homem graduado na faculdade e, quando calouro, me relacionei com uma garota. Posso dizer

que para nós dois foi o grande amor de nossas vidas.Quando terminamos a faculdade nos distanciamos. Agora

estamos trabalhando na mesma escola e nos relacionamos com os mesmos amigos. Contudo, desde que começamos a trabalhar, jamais nos falamos. No entanto, ocasionalmente nos olhamos de relance. Para dizer a verdade eu acho que ainda sinto amor por ela. De fato, meus amigos vivem brincando comigo, mas não tenho tanta certeza.

Você acha que pode ser possível que ela ainda tenha o mesmo sentimento que acho que sinto por ela?

Só há uma maneira de realmente saber: perguntando a ela. Vá até ela, puxe uma conversa qualquer e a convide para jantar. Se o que ela sentia por você não desapareceu, com certeza aceitará o convite. Pelo contrário, se a resposta for não, ou ainda que aceite, mas tenha apenas um comportamento amigo, você saberá e poderá então escolher outro caminho.

O importante é você não gastar a sua vida se lamentando por não ter aproveitado a oportunidade.

Uma coisa é certa, se quiser saber o que ela ainda

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sente, só existe uma maneira. E você não saberá se não aproveitar a oportunidade e perguntar a ela.

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Meu marido é o mais novo de quatro irmãos. Mais próximo dele tem uma irmã. Ele e a irmã sempre

foram muito próximos e ela age até hoje como se estivessem juntos. O problema é que ela sempre interfere em nosso relacionamento e acaba colocando-o sempre em confronto comigo.

Eu quero estabelecer limites para ela para que não mais se envolva em nosso relacionamento. Quero poder cortar as amarras entre ele e ela. O que posso fazer?

Não deixe que ninguém interfira em sua relação. É o seu desafio estabelecer limites de modo que sua cunhada não a ofenda, a insulte ou interfira na sua vida. E como você pode conseguir isso? Simples. Na próxima vez que ela faltar-lhe com o respeito peça a ela que a respeite como gostaria de ser respeitada. Caso não surta efeito, simplesmente não responda nada e se afaste dela. Depois disso, a decisão passa a ser do seu marido, e não sua, para manter toda a sorte de relacionamento que quiser com sua irmã.

Se ele quiser vê-la e você não, não existe razão para contrariedades e raiva. Contudo, explique-lhe que você sabe que ele ama a irmã e queira sempre estar com ela, mas que você quer evitar esse contato pessoal.

...

O que você pensa sobre viver junto antes do casamento? Meu namorado e eu ficamos juntos

por cinco anos. Após a faculdade, por razões financeiras, continuamos morando juntos. Agora, após dois anos, estamos

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nos perguntado se o que estamos fazendo está certo. Ainda assim gostaríamos de continuar dividindo as despesas. O que você nos aconselha?

Tudo depende do porquê da decisão de morarem juntos. No seu caso, a razão inicial foi financeira. Ao contrário de você, pode ter sido visto por ele como o início de um compromisso a longo prazo.

Agora é o momento de esclarecer a sua situação. Seja honesta com ele e procure outra pessoa com quem você não tenha nenhum sentimento emocional para dividir as despesas. Se certamente o amar, poderá reatar o compromisso no futuro, porém não agora.

Esclareça primeiro o porquê de ainda estarem juntos. Apenas esclareça, sem determinar um prazo para que ele saia, mas assegurando sempre que essa é sua necessidade. Isso também será importante para que você entenda em que nível se estabeleceu o compromisso de vocês.

...

Meu marido e eu temos brigado e discutido pelo menos uma vez ao mês. Durante as brigas ele diz

coisas como “eu não preciso de você”, ou “seria melhor que nos divorciássemos” ou, ainda, “você pode ir embora se não me quiser mais”.

Eu tentei mostrar a ele como isso me deixa angustiada e terrivelmente magoada, mas ele continua a fazer do mesmo jeito.

O que devo fazer?

Nada que eu diga vai mudar a sua angústia. Porém, eu posso fazer sugestões para minimizar a sua dor.

Antes de tudo não tire conclusões precipitadas. O que

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ele diz ele só diz no momento de raiva. Na realidade, se ele quisesse deixá-la de verdade já teria feito a algum tempo. Na próxima vez que ele lhe agredir verbalmente, evite-o se afastando das agressões. Você não precisa ser o “bode expiatório” da raiva e do ódio dele. Se você se afastar todas as vezes, ele acabará aprendendo e compreenderá seu ponto.

Essa sua atitude será benéfica para ambos. Isso significa que gradativamente irá modificando o comportamento dele de uma forma que seja justa pra você.

...

Minha esposa e eu estamos juntos há 10 anos. Eu tenho 41 anos, ela 28 e temos um menino com 7.

Eu a amo mais do que se possa imaginar.Ela não gosta de se relacionar com outras mulheres e a

maioria de seus amigos são homens. Gosta de ir ao shopping, dançar e jantar com eles.

Eu recebi, recentemente, uma oferta de emprego em outra cidade. Ela está hesitante em me acompanhar, a menos que eu permita que visite seus amigos para um fim de semana ou mesmo por uma semana algumas vezes. Eu não gosto da idéia. Alguns desses rapazes ela conheceu há pouco tempo, como é o caso de seu professor de Inglês.

Acho que há uma diferença entre amigos de muito tempo e pessoas conhecidas recentemente.

Acha isso saudável em uma união? Que conselho me daria?

Sua esposa se casou cedo e possivelmente não teve tempo de explorar sua sensualidade perante o sexo oposto. Esses namoros platônicos preenchem essa necessidade. Mantendo sua postura você a deixa com três escolhas: a separação, até que tome consciência que o que ela quer realmente é você;

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vai com você e passa a viver de mentiras a cada vez que sair com amigos; ou vai com você renunciando a todos os outros relacionamentos, o que seria algo extremo e sem propósito.

Fazendo a última escolha não haverá nenhuma garantia de que suas necessidades serão preenchidas sempre. Com certeza irá procurar novas amizades masculinas, talvez sem seu conhecimento, por não ter a sua aprovação.

Uma união é construída na confiança e no compromisso. Se você sente que não está havendo comprometimento total, seria interessante experimentar uma separação até que tudo isso se defina. Aconselho-o a considerar essa opção que poderá ajudar.

...

Eu amei um homem por muitos anos. Depois, nos desligamos e cada qual seguiu seu caminho.

Acontece que estamos trabalhando juntos agora e somos muito bons amigos. Talvez não seja direito, mas a todos os eventos dos quais participamos ficamos juntos. Na verdade nos tornamos amantes.

No entanto, ultimamente, os sentimentos cresceram de forma mais profunda.

Devo deixá-lo saber disso? Se eu lhe disser poderá acontecer de ele se afastar de mim? Ou o melhor seria eu renunciar como sua amante?

Pelo que me expôs me faz acreditar que ambos têm outro relacionamento. Isso me assegura que, na verdade, o que vocês têm é um relacionamento incompleto e escuso. Você estabeleceu uma intimidade física mas não uma intimidade emocional. Ou seja, existe forte atração física, mas não me parece existir amor. Conseqüentemente, não há bases para um compromisso emocional com ele. A decisão está no que

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você necessita desse relacionamento. E você tem de estar preparada que pode não ser a decisão dele. Se o que ele quer é apenas tê-la como amante, na cama, sem nenhum vínculo maior, expondo seu sentimento a ele poderá fazer com que ele se afaste.

Contudo, se o que você quer é mais do que simplesmente a cama, seja honesta com o seu parceiro sobre isso. Se, pelo contrário, você não acha que ele deva saber, o melhor a fazer é deixar de lado o amante e mantê-lo apenas como amigo.

...

Sou casada há 22 anos e sempre fui uma mulher do lar. Meu marido é um homem de negócios

bem sucedido. Temos três filhos, vivemos numa bela casa e gozamos férias agradáveis todos os anos. Contudo, eu sou totalmente insatisfeita comigo mesma. Isso afeta o meu relacionamento com todo mundo. Procuro estar perto das outras pessoas o mínimo possível. É assim também em relação aos parentes, filhos e no relacionamento com meu marido.

No sexo, tenho sido passiva e uma amante realmente desinteressante. Sinto-me vazia por dentro e querendo fugir de tudo. Sinto que a alma de menina que já tive um dia se afasta de mim cada vez mais.

Diga-me, por favor, o que posso fazer para mudar isso e melhorar os relacionamentos na minha vida?

Você descreveu apenas alguns dos sintomas da depressão que afeta aproximadamente 5% da nossa população a toda hora. A depressão é difícil de diagnosticar, embora os médicos e cientistas julguem que suas raízes estejam na bioquímica do cérebro e que isso é o que afeta o sistema nervoso.

Muitos fatores – insônia, disfunções hormonais, gené-ticas e problemas familiares – podem contribuir para o

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surgimento da depressão.É muito importante combater a depressão. Você deve

falar o quanto antes com seu médico sobre esses sintomas para que ele lhe dê opções de tratamento.

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Minha esposa insiste que nós mantenhamos contas bancárias separadas. Nós éramos casados antes

de nos conhecermos. Com minha esposa anterior, eu nunca tive problemas com a comunhão de nossas finanças. Mas, aparentemente, o ex-marido da minha esposa atual deve ter usado o seu dinheiro sem seu conhecimento e a deixou com dúvidas.

Apesar de já sermos casados há dois anos, termos comprado uma casa juntos utilizando rendas iguais, ela insiste que continuemos clientes distintos no banco.

Isso faz com que as coisas que cada um compra para a casa como: jogos de sofá, televisão, computador ou mesmo viagens de férias ganhem um caráter individualista. É como se fosse o “seu sofá”, a “sua televisão”.

Se eu não colocar combustível no carro dela eu não posso guiá-lo. Se eu não comprar a comida eu não posso comê-la.

Estou começando a sentir a nossa relação como companheiros de quarto e não como marido e mulher. Contudo, eu a deixo usar meu computador e não fico cronometrando o tempo.

Eu não acho que tenha que pagar pelos erros acontecidos no passado dela.

O que você acha disso?

Você está certo. Não deve mesmo se responsabilizar pelas ações do ex-marido dela.

Certamente que falta confiança e confiança se constrói

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com o tempo. Até que ela se sinta confortável outra vez, demonstre sua boa fé sugerindo a abertura de uma terceira conta que seja comum para compras conjuntas. Cada um de vocês pode depositar uma quantia pré-estabelecida que possa cobrir pagamentos mensais e outras utilidades. Também podem pensar numa quantia adicional para fundo de férias e outros artigos.

Quando uma compra tiver o acordo de ambos, o dinheiro poderá sair dessa conta. Se um de vocês quiser comprar algo que o outro não queira, o dinheiro virá da conta individual. Dessa forma você há de ganhar, vagarosamente, sua confiança. Acho que a sugestão já será suficiente para colocá-la em reflexão. Colocá-la em prática fará com que, aos poucos, suas diferenças diminuam.

...

Eu tenho 61 anos e sou ex-capitão da marinha. Sou casado há 41 anos. Minha esposa e eu temos 6

filhos, todos muito bem casados, e nove netos. Eu ainda sou louco de amor por minha esposa e a adoro muito.

Meu problema é que algumas mulheres se insinuam constantemente pra mim e eu não sei o porquê. Eu nem mesmo as observo. Às vezes, quando minha esposa e eu estamos fazendo compras ela me diz “aquela mulher não tira o olho de você”.

Ultimamente uma menina de 16 anos tem me seguido em toda parte. Eu contei à minha esposa sobre isso e ela disse para que eu tenha cuidado e que mantenha a distância. O que é que acontece com estas mulheres? Você pode me explicar?

Bem! Isso não pode ser de todo ruim. A maioria dos homens, após os 50 anos, teria um flerte ocasional por parte das mulheres. Esse tipo de carisma é um dom que, tenho

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certeza, você aprecia. Muitas mulheres se sentem atraídas por homens maduros, com uma boa forma física, experiência e uma aparência considerável. Essa atração faz com que busquem inúmeras tentativas até que você aceite ou responda ao flerte.

Pelo que você disse, suponho que costume sempre evitar esses assédios. Isso é louvável. Os comentários de sua esposa podem ser uma maneira de ela expressar uma leve insegurança. Esse é o melhor momento para você fazê-la conhecer ainda mais o seu amor e devoção para com ela.

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Meu namorado e eu moramos juntos há 4 anos. Quando nos conhecemos, ambos éramos fuman-

tes. Há dois anos eu parei de fumar pelo fato de ter bronquite. Contudo, apesar de saber o quanto me incomoda, ele não deixa de fumar à minha volta. Quando eu me queixo, entra em seu escritório e fecha a porta, mas não abre a janela. Ou então, senta-se à porta, mas naturalmente o cheiro e a fumaça vêm pra dentro. Talvez eu não me queixasse tanto se ele fumasse menos. Porém, convenhamos – ele fuma dois maços por dia! Até minha roupa fica cheirando e eu não consigo respirar direito. Quando me queixo ele se irrita. O que devo fazer?

O motivo mais forte desse ressentimento está no fato de você ter parado. A aversão do ex-fumante, geralmente, é maior do que a daquele que nunca fumou.

Evidentemente, que tanto quanto você, ele também pode parar. A decisão é dele. Se tomar a decisão de parar, verá com maior facilidade o quanto as qualidades do tabaco são prejudiciais.

Você tem duas escolhas. Numa conversa amigável pode pedir que ele aceite algumas regras que serão úteis para

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ambos. Peça a ele que só fume fora de casa ou em um cômodo particular onde a janela possa sempre ser aberta.

Caso ele recuse, pense na sua saúde e considere outra alternativa. Saia você de casa e só concorde em voltar quando ele parar de fumar.

Os riscos do fumante passivo são reais e reconhecidos, tanto que existem regras em ambientes de trabalho. Alguns empregadores simplesmente descartam os fumantes.

Faça seu pedido a ele da forma mais amável possível. A reação dele lhe dará a escolha que, tenho certeza, será uma escolha sábia.

...

Sou uma garota de 15 anos. Moro numa boa casa, num bairro bom, uma vizinhança agradável e a

minha família está muito bem financeiramente. Apesar de tudo isso, não me sinto feliz. Estou sempre pensando na morte. Aliás, tanto quanto meus únicos sete amigos. Acho que como eu, eles também têm tendência suicida.

Nós nos conhecemos na Internet e três deles já estiveram no hospital por tentativa de suicídio. Todos eles significam muito pra mim.

Estou com eles sempre que posso e procuro entender o que os fez buscarem a morte cortando os pulsos.

Muitas vezes digitei a eles dizendo “que se ninguém mais os ama, eu os amo!”. “Não me deixem!”. “Eu me importo com vocês!”. Porém, “se você for”, digo sempre a um ou a outro, “eu também vou”.

E na verdade é o que sinto. Um desejo grande de morrer também. Se um deles buscar o suicídio, eu, com certeza, me suicido também.

E esse desejo tem aumentado a cada dia. Todos os meus amigos da Internet sabem disso. Acho que só os meus pais não

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sabem.Pra ser sincera já disse isso a ales, mas eles nem se

importaram. Não acreditaram. E se eu ousar escrever algo dirão que é doidice e não levarão a sério. Acho que se recusarão a ler. O que devo fazer?

Independente de seus pais quererem ou não te ouvir, o importante é que você diga o que sente. Saiba também que existem muitas pessoas que desejariam fazer contato com você. Tem ainda associações especializadas em suicidas em estado crítico e que podem sugerir, aconselhar e encontrar alternativas para você e sua família, de modo que você possa começar a confrontar e resolver suas divergências de uma maneira construtiva e eficiente.

Há também entidades que atendem por telefone e aconselham 24 horas por dia.

Você deve procurar por eles imediatamente e dizer-lhes exatamente o que você está sentindo em relação aos pensamentos suicidas.

Você é uma pessoa de alma iluminada cuja vida é preciosa. É amada por seus pais, amigos e muitas outras pessoas que você nem imagina.

Coloque tudo isso pra fora e deixe que lhe ajudem. Entenda que você tem toda uma vida a sua espera.

...

Vi uma mulher no meu trabalho e achei que o que senti por ela fosse amor à primeira vista. Mal

chegamos a nos ver pessoalmente, mas mantínhamos longas conversas telefônicas. Em uma dessas conversas abri meu coração e disse que a amava profundamente e ela me disse o mesmo. Aquilo mexeu comigo de tal forma que o nosso relacionamento se transformou em “brasa” completamente.

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Eu não sei se foi desejo ou amor. Como poderia pensar que era amor se mal conhecia

aquela mulher? Qual o significado real de amor à primeira vista? Não seria um desejo à primeira vista?

O desejo é quando um sente uma paixão oprimida pelo outro. O amor abrange a paixão, mas inclui também um compromisso a longo prazo, orgulho e respeito mútuos no relacionamento.

O relacionamento que você mencionou não durou porque, quando você se sentiu atraído fisicamente, ainda não estava pronto pra lhe dar seu coração e sua alma. Foi um exemplo perfeito de “desejo à primeira vista”.

Por outro lado, o amor à primeira vista é algo que você sente quando está pronto para assumir um compromisso com alguém que poderá ser sua alma gêmea. O desejo é secundário. É uma forma de passar o tempo com alguém. Com certeza, algum dia, você experimentará o amor completo.

...

Conheci um homem na Internet e me correspondi com ele durante um ano. Chegávamos a ficar horas

conversando via net. Durante esse período nós trocamos fotos e vídeos. Então tivemos uma idéia fantástica. Ele veio encontrar-me em Foz do Iguaçu. Tivemos uma noite fabulosa juntos. O dia seguinte passamos nos divertindo em um parque de diversões. Depois disso partimos para nossas casas.

Bem..., foram dias inesquecíveis. Contudo, as despesas foram caindo e acabaram ultrapassando, e muito além, os meus recursos.

Sei que ele é muito bem financeiramente. Você acha que devo pedir que me ajude nessa conta?

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O melhor momento para discutir o orçamento é sempre antes e nunca depois. Você está agora em uma encruzilhada. Se pedir a compensação pode ressenti-lo a ponto de criar tensão no relacionamento. Você está disposta a correr esse risco? Se estiver, vá em frente e pergunte se ele pode ajudá-la em tudo ou pelo menos em parte das despesas. Do contrário, assuma o problema financeiro desta vez, porém, consciente de que os gastos futuros deverão ser repartidos ou por conta dele.

...

Meu ex-marido e eu estamos divorciados há sete anos. Ele tem uma nova esposa e uma família.

Quando estávamos juntos ele nunca quis ter uma família comigo. Disse-me que um filho não o prenderia comigo. Isso me magoou profundamente. Em seguida, antes mesmo que o nosso divórcio estivesse consumado, ele já estava com outra pessoa.

A última vez que falei com ele foi há cinco anos quando me procurou para se desculpar e dizer que estava arrependido.

No mês passado procurou-me novamente no meu aniversário. O que eu devo pensar de tudo isso?

As ações dele são o reflexo de um sentimento que mostra claramente que ficaram coisas inacabadas no relacionamento dele para com você.

Depois de sete anos, é esperado que ele esteja mais maduro e mais consciente. É inegável que em algum momento vocês dois tiveram profundos sentimentos um para com o outro.

Apesar dele não poder estar com você agora, não o impede de importar-se com você e de reconhecer o importante papel que você teve na vida dele.

Na época em que tudo aconteceu, e o motivo pelo qual aconteceu, era impossível o perdão ou mesmo uma separação

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amigável.Se você acha que agora está pronta para lhe dar

o perdão, na próxima vez que ele a procurar, demonstre isso. Faça com que ele reflita sobre isso pensando inclusive na esposa que tem agora. Abra seu coração estendendo sua amizade a ambos. Dar o perdão a quem quer, onde o arrependimento é real, só faz crescer a ambos.

...

Por oito anos meu marido teve casos fora do matrimônio. Acabamos nos separando.

Há algum tempo nos unimos novamente e prometeu que não faria mais isso. Só que ele já disse isso antes.

Buscamos aconselhamento e no entanto ele continua cometendo os mesmos erros. Contudo, ele continua dizendo que vai mudar.

Acontece que agora tenho um lugar estável para ir, coisa que não tinha naquela época, motivo pelo qual aceitei por muito tempo.

Será que devo acreditar nele desta vez?

Você não tem que acreditar nele. As ações falam mais alto que as palavras. Ele não provou ser verdadeiro e nem seguiu completamente as suas promessas ou compromissos feitos a você.

Portanto, se você tiver para onde ir, vá e não se arrependa. Você nunca terá sossego na vida se continuar repetindo os erros do passado.

...

Eu comecei a viver com uma mulher mais nova. Eu estou com 47 anos e ela com 33. É bonita, sexy e

com certeza tem tudo que eu sempre quis em uma mulher.

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Mas há um problema. Seu ex-marido está cumprindo 20 anos por tráfico de drogas. Eles têm 3 filhos com idade entre 10 e 4 anos que ficam com ela. Acontece que eu sou apaixonado por ela. Algum conselho?

Você está preocupado com o ex-marido que está preso, com os três filhos ou com a diferença de idade? Se for com o ex-marido, a menos que ela ainda sinta alguma coisa por ele, é hora de falar sobre suas intenções. O seu interesse e atração por ela é um bom motivo para começar. Quanto aos filhos e à diferença de idade, se você amá-la profundamente, e ela o amar, o melhor presente que você poderá dar a ela é ajudá-la a educar as crianças, amando-as e fornecendo a elas o modelo de um homem forte e honesto, buscando suprir a falta do pai.

A escolha é sua. Mas se você não quiser assumir, deve procurá-la e desatar o relacionamento.

...

Meu irmão arruína todos os meus relacionamentos. Eu tenho 20 anos e ele é 5 anos mais velho. Acha

sempre que eu faço a escolha errada em relação aos meus namorados. Só que eu acho que isso é problema meu. O que você acha?

Acho que você está certa. Só você pode aprender com os próprios erros. E jamais poderá saber se a escolha está certa ou errada se nunca puder escolher. Ele tem que acreditar mais em você. Além disso, o caminho a ser seguido por você é um problema só seu. Agradeça-lhe pelos conselhos, mas peça a ele que não interfira. Afinal, você já é adulta agora.

...

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Por que é que meu namorado responde mal aos meus e-mails? Nós temos um relacionamento estável e eu

estou feliz com o progresso que fizemos durante todo esse tempo. Entretanto, o que ainda me frustra é a forma com que ele responde às minhas mensagens. Elas são sempre curtas e objetivas.

O que poderia ser feito para melhorar isso?

Se você quiser melhores respostas procure evitar e-mails diretos. É importante saber que os homens e as mulheres diferem extremamente na forma de se comunicar. Uma mulher fala ou escreve seus sentimentos de maneira expressa, ao contrário da maioria dos homens que não tem como conceito externar esses sentimentos.

A maioria dos homens conversa para passar o tempo. É o que chamamos de ponto de encontro. Porém raramente expressam seus sentimentos.

Por exemplo, se você lhe enviar um e-mail solicitando a sugestão de um filme para o cinema de sábado à noite, suponho que você terá uma resposta curta e objetiva.

Por outro lado, tente escrever algo como: “Depois de um fim de semana com você, eu me sinto solitária só de pensar que não vou vê-lo na segunda-feira. E você, como se sente?”

Esse tipo de comentário acrescido de uma pergunta, provavelmente, lhe trará uma resposta mais satisfatória.

...

Se um homem casado me disser que está apaixonado por mim e que está deixando sua esposa para ficar

comigo, o que devo fazer para ajudá-lo?

Duas coisas: uma delas é aguardar pelo divórcio. Depois esperar que ele passe por uma seqüência de estágios

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– a atração, a incerteza, a exclusividade, a intimidade e finalmente ficar com você.

Quando estiver provado que ele lhe quer por completo, e somente quando estiver livre do outro compromisso, poderá então ter uma vida a dois com você.

É importante que ele faça as coisas de maneira correta. A avaliação é sua. Caso contrário, melhor buscar outro caminho.

...

Sou um homem de 38 anos e nunca tive um caso sequer. O problema é que há 20 anos procuro a

mulher ideal.Todas as vezes que pensava ter encontrado alguém como

eu queria, descobria logo que algo não me satisfazia.Estou crendo que, neste estágio da vida, jamais

encontrarei alguém. Acho que meu destino é ficar só. Ou será que tenho de parar de buscar a pessoa ideal e tentar encontrar alguém que pelo menos me aceite?

Encontrar uma alma gêmea não é algo impossível. Se a sua maneira atual de encontrar alguém não está funcionando, talvez seja o momento de tentar algo diferente. Por exemplo, não busque a mulher ideal como alguém possível. Veja as pessoas como amigas e que podem ser companheiras agradáveis com vidas e histórias interessantes e personalidades originais. Dessa forma, você aprende a enxergar a melhor face de cada pessoa. Bem ao contrário de buscar um tipo específico. Ninguém é perfeito e não existe a pessoa ideal.

Aceitando as pessoas do jeito que elas são, você acabará, sem perceber, encontrando a pessoa que poderá suprir seus anseios.

Entenda que a idade não tem nada a ver com isso. Não

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há idade para o amor. Esse processo vai se completando e, de repente, uma companheira de início poderá se transformar em uma companhia definitiva.

A vida não é um problema, mas uma aventura. Deixe de lado a ansiedade e expectativa que tudo há de fluir a contento.

...

Meu marido é paranóico por sexo. Eu não gosto da maneira como ele se excita.

Quando eu lhe digo que não gosto de algo ele me pressiona e me chama de fria. Sinceramente, eu acho que pode ser algum problema. Eu sinto que ele não respeita meus sentimentos.

Quer um exemplo? Ele quis fazer fotos eróticas e explícitas de mim, mas não deixei. Está sempre vendo sites pornográficos pela internet ou em salas de bate-papo pornográficas. Quando eu entro no quarto ele sai rapidamente.

Eu tentei lhe explicar que as minhas necessidades vão muito além do sexo, mas ele me ignora. Já procuramos nos aconselhar, mas ele nega que tenha problemas. Eu realmente amo esse homem. Como contornar isso?

Você tem o direito de dizer não àquilo que lhe incomoda. Por outro lado, é preciso entender quais as razões que o levam a essas atitudes.

Você tem duas escolhas. Se as atitudes dele a incomodarem excessivamente a ponto de afetarem o relacionamento de vocês, insisto para que o faça ciente disso. Caso ele insista para que você se submeta aos seus desejos, diga a ele que o melhor a fazer é seguir o próprio caminho. Contudo, procure analisar a possibilidade de você manter-se por si só.

...

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Meu marido foi casado duas vezes antes de se casar comigo. Todas as vezes buscou nova companhia.

O que faz um homem ser tão inconstante?Nós estamos divorciados há quase dois anos, contudo

ele ainda me procura.Por que continua atormentando meu coração se foi ele

quem quis buscar outra pessoa?

Seu ex-marido não consegue manter um relacionamento monogâmico. Algumas pessoas enfrentam esse problema. Isso pode ter dois motivos. Um deles pode ser pelo fato de, durante sua formação, ter convivido com esse tipo de instabilidade. O outro motivo pode ser uma reação aos sentimentos reprimidos os quais não conseguiu ainda reconhecer e superar.

É preciso lembrar que a monogamia não existe sem amor, respeito, compromisso e paixão.

Entenda que sempre haverá alguém pronto e disposto a lhe oferecer tudo isso. Portanto não se prenda nele. Jogue uma pedra em tudo isso e comece a olhar mais para outros homens a sua volta. Saia com amigos. Do contrário ficará sempre presa a esse sentimento passado.

...

Meu companheiro e eu estamos juntos há nove anos. Há três meses estamos morando na casa de

minha mãe onde também moram seu marido e meu irmão de 15 anos.

Recentemente meu irmão disse que o marido de minha mãe andou falando que não suporta o meu companheiro e que o quer fora de casa.

Meu companheiro está na força aérea e atualmente enfrenta alguns problemas financeiros. No entanto, ele garante a sua alimentação e a minha e sempre se oferece para suprir

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o consumo da família toda. Eu gostaria de ter certeza de que realmente o marido de minha mãe disse isso ou se é meu irmão que está se sentindo incomodado com meu companheiro em casa.

Sei dizer que estou em uma encruzilhada. O que é bom para o meu irmão não, necessariamente, está bom para mim. O que devo fazer?

Você está certa. Nem tudo que é bom para um é bom para o outro. E se você pensa assim, realmente está com dois problemas.

Porém, é preciso entender que a casa pertence à sua mãe. Assim, as decisões de quem deve viver lá e sob quais circunstâncias são inteiramente dela. Obviamente que seu companheiro tem boas intenções ou não se ofereceria para assumir algumas despesas. No entanto, em se tratando de dinheiro, o crédito é sempre maior quando colocado no papel. Sugira-lhe que faça uma espécie de contrato com a sua mãe esclarecendo qual será sua contribuição mensal. Isso pode resolver. Caso contrário, seu companheiro deve sair da casa, especialmente se quiser manter boas relações com sua mãe.

Isso poderá acarretar problemas financeiros para vocês dois, porém, essa nova situação poderá trazer mudanças benéficas para ambos.

...

Sou uma mulher bonita, porém muito oprimida. Apaixonei-me pelo melhor amigo do meu marido

após uma curta aventura.Depois de retornar de umas férias de três semanas com

meu marido, sinto que nossa relação está desgastada. Está difícil encará-lo olhos nos olhos. O desejo de amar e ser amada em relação ao meu marido desapareceu por completo. Como

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conviver com as lembranças tão excitantes e estimulantes do contato físico com o outro homem?

Como lidar com meu marido, que não me deixa passar qualquer necessidade material? O que aconteceria se ele soubesse? O que devo fazer?

Primeiramente é preciso saber que você não é a vítima. Apesar da pressão que sente agora, foi você quem permitiu que o caso chegasse a esse ponto.

Contudo, é relativamente simples de resolver, pois não há nenhuma obrigação em jogo de ambas as partes.

Peça ao seu amante que se afaste e tente melhorar a relação com seu marido.

Se você não fizer dessa forma, tudo o que tem a provar é que não tem consciência e consideração.

Um bom trabalho de relacionamento inclui: lealdade, confiança mútua e habilidade de saber o que se quer. Comunique a ele suas necessidades e comece por admitir seu erro.

...

Meu marido e eu estamos juntos há pouco mais de um ano. Nos amamos demais e estamos esperando

nosso primeiro filho para daqui a três meses.Nosso problema é que eu tenho sonhos eróticos e

explícitos. E, evidentemente, eu falo e ajo em minhas fantasias enquanto durmo, embora não me recorde de nenhum sonho depois que acordo.

Isso incomoda meu marido. Tem se mostrado desconfiado embora eu lhe explique que jamais penso ou tenho vontade de estar com outros homens. Eu não posso controlar o que faço enquanto durmo.

Aconteceu o mesmo com meu ex-namorado e com o

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anterior também, mas de forma passageira.Ao contrário, com meu marido, as palavras e as ações

são mais constantes e ele tem guardado tudo isso.Não sei o que fazer para que ele compreenda o quanto o

amo. Por favor me ajude.

Nós todos temos fantasias, homens e mulheres igualmente. Entretanto, nem todo mundo recorda facilmente seus sonhos.

O que você esta experimentando são seus desejos subconscientes, algo que todos estamos sujeitos, incluindo seu marido. Ele pode até insistir que nunca teve sonhos eróticos de maneira explícita. Mas, a verdade é que todo homem tem, em média, cinco ou até mais ereções durante a noite.

A fidelidade está na nossa consciência e não nos instintos mais básicos que o nosso sonho nos transporta.

Peça a seu marido que julgue você pelo que faz quando está acordada e não o que faz enquanto dorme e prometa a ele que fará sempre o melhor com ele.

...

Meu marido e eu temos um filho que já está cursando a faculdade.

É meu único filho, mas é o quinto do meu marido. Meu marido é alcoólatra e tem sido assim durante os 21 anos que estamos juntos. Meu filho e eu criamos uma afinidade muito grande e eu acabei assumindo as responsabilidades de pai.

Essa nossa afinidade irrita meu marido porque se sente rejeitado e sem nenhum controle sobre o filho. Diz que eu nunca deixo que comece uma conversa com ele. Eu respondo que o motivo está no fato dele nunca estar em casa.

Ele próprio não tem controle sobre si mesmo e agora quer controlar nosso filho. Quer ensiná-lo a fazer a barba, a se

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vestir e até o carro do filho quer controlar.Acontece que nosso filho já é adulto o bastante para

tomar suas próprias decisões sem ser punido.O que devo fazer?

Há duas alternativas. A primeira é como seu marido e seu filho podem melhorar o relacionamento. Lembre-se que seu marido ainda não trocou o papel de mentor, que é o nosso papel, quando as crianças são pequenas, para o de conselheiro, que é o papel seguinte, porque nossas crianças crescem e passam pela adolescência até se tornarem um novo adulto.

A diferença é que, como mentor, nós tomamos as decisões por eles; como conselheiros, nós recomendamos e confiamos em suas próprias decisões. Seu filho é certamente adulto o bastante para ter uma conversa com o pai sem a sua interferência. Aliás, você deve incentivá-lo a fazer assim. No momento em que isso acontecer, o melhor a fazer é deixá-los a sós. Saiba também que você não mais poderá se impor na vida de seu filho. Haverá, com certeza, diferenças de opiniões e nesse momento as emoções deverão ficar de lado. Ele terá de ter a conversa com o pai e, qualquer que seja o resultado, você não deve interferir.

É preciso que você entenda que seu marido quer assumir um papel mais ativo no bem estar do seu filho. Você deve incentivar essa atitude. Incentive a amizade deles. Isso fará com que ele consiga ver o quanto você foi importante e teve sucesso na educação do filho. Converse com seu filho sobre algumas formas de melhorar a convivência, de maneira que seja bom para ambos e que isso aumente cada vez mais a união dos dois para o futuro.

Agora não é o momento para críticas ou recriminações sobre suas ações no passado. A melhor coisa a fazer é ajudar no processo de união entre pai e filho. É contribuir para que

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se aprofundem no respeito mútuo e no amor, para que daqui para frente você alcance uma vida plena em família como você merece.

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Tenho uma filha de 39 anos que está envolvida há quatro anos com um homem de 45. Ela quer se

casar com ele, porém ele evita o assunto. Eles se amam, mas ele não quer falar sobre casamento. Ambos já foram casados, embora nenhum deles tenha filhos.

Ela sabe que já não é tão nova e não entende o porquê da espera.

O que você sugere?

Não é difícil entender seu interesse. Estou certo de que você procura fazer o seu papel de mãe. Mas é importante que você só dê recomendações se ela pedir sua opinião.

Se ela acha que o tempo de relacionamento já é o suficiente para assumir compromisso, ela deve dizer-lhe. E isso deve ser feito através de uma conversa amigável sem acusações ou irritações.

Deve se portar com calma, porém resoluta. Deve se abrir e falar do seu amor e do amor dele por ela. E que está em um ponto da vida onde quer devotar seu coração e sua alma a quem ela possa chamar de “meu marido”. Dizer que espera que ele seja essa pessoa. E que se ele ainda não estiver pronto para assumir, que ela quer que saiba que o ama muito, mas que é hora dela buscar outro caminho.

Diga a ela que lhe dê um tempo de uma ou duas semanas para pensar.

Se depois desse tempo ele ainda se mantiver arredio, ela deve se preparar para seguir outro caminho. A separação mostrará a ele se ela é realmente a mulher de sua vida. Caso

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contrário, ela estará livre para encontrar sua verdadeira alma gêmea. Qualquer que seja o resultado trará ganho para ela.

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Já tem alguns anos que eu vivi com um homem. A nossa relação na cama era fantástica, porém durou só três

meses, pois ele não queria assumir um compromisso mais sério.Agora, já está fazendo dois anos que vivo com outro

e nos damos muito bem. Contudo, eu sou seu “primeiro e único amor verdadeiro”. Isso me assusta, pois apesar desse seu sentimento, ainda não temos um relacionamento perfeito. Só que o primeiro vive me dizendo que ainda se sente atraído por mim. Disse que nossa separação foi um grande erro e que ainda sente o mesmo amor por mim.

A verdade é que cada um tem fortes motivos para a minha escolha o que me deixa dividida. Pode me ajudar?

As mulheres compromissadas são sempre mais dese-jáveis.

Em relação ao primeiro homem, ainda existe a lembrança do relacionamento. No entanto, o fato de vocês dois terem sido sexualmente compatíveis, não significa que você tenha um sincronismo emocional capaz de garantir um relacionamento longo. Esse sincronismo só se consegue após galgar alguns estágios como: atração, ciúmes, fidelidade, intimidade e finalmente o “ficar juntos”. Vocês dois pularam os estágios dois e três.

Quanto ao seu segundo homem, nunca poderá avaliar o relacionamento sem que tenha em que se basear.

Dar um tempo pra você mesma, esfriando um pouco a relação dupla, poderá ajudá-la a reorganizar seus sentimentos quanto a quem seria o mais indicado para um compromisso de longa duração. Assim, quando fizer a escolha, não será

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baseada na disponibilidade de qualquer um deles, mas no seu conceito quanto a manter um compromisso durável, que acredito, seja o seu desejo.

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Eu e meu marido estamos juntos há quatro anos. De um ano para cá, ele tem se distanciado de mim. Já

não nos abraçamos e não nos tocamos como antes. Ele está se sentindo menos atraente pelo fato de estar perdendo os cabelos e ganhando peso. Tenho repetido a ele constantemente que não me importo e que o amo como ele é, mas nada tem adiantado.

O que devo fazer?

Para ajudá-lo em relação às suas preocupações quanto à aparência, procure não comentar sobre a insegurança dele. Isso poderá agravar ainda mais o problema.

Nas ações do dia a dia, deixe-o saber que tem a habilidade de lhe satisfazer física e emocionalmente. E não tenha receio de pedir a ele o que você quer, ou seja, diga como você quer que ele faça. Com certeza você tem a habilidade para despertar a sua atenção.

Lembre-se que os homens se realizam muito mais quando conseguem satisfazer uma mulher.

Acredito que dessa forma a situação há de se corrigir em poucas semanas.

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Estou me sentindo emocionalmente atraída por um homem cuja única relação no passado foi o sexo.

No entanto, meus sentimentos para com ele estão crescendo muito além disso. Contudo, sinto que isso não é recíproco. O que devo fazer?

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Anteriormente você não pensava em assumir qualquer compromisso, mas agora tem novas intenções. Você sente que o estágio da atração física já foi consumado e agora tem o desejo de assumir uma intimidade maior com um compromisso definitivo. Bem, você está pulando dois dos cinco estágios: a incerteza e a exclusividade.

Se partir para o quarto estágio, que é o que você quer, poderá ter que retroceder aos dois estágios anteriores ou lhe faltará base e estrutura para manter o atual.

Se você estiver procurando um relacionamento longo, deve voltar ao começo, do ponto de atração física, e mostrar a ele seu desejo de assumir um compromisso definitivo.

Se houver, por parte dele, o mesmo sentimento, com certeza vocês partirão para o segundo estágio e assim sucessivamente.

Entenda que é muito importante que ambos desejem. Caso contrário, a relação não irá além da cama.

Nesse caso, se não é isso o que você deseja agora, melhor buscar um relacionamento com outro alguém.

...

Meu companheiro e eu estamos vivendo uma relação de amor e sexo.

Tanto ele quanto eu temos um filho do relacionamento anterior e como conseqüência não queremos uma nova criança. Entretanto, discutimos sobre a possibilidade de eu engravidar acidentalmente. Ele disse que, caso isso acontecesse, deveríamos interromper a gravidez.

Quando eu lhe disse que o aborto é contra os meus princípios ele me disse que faria de qualquer jeito, nem que fosse preciso perfurar minha barriga.

Incomodou-me bastante a possibilidade de ele ir adiante com tal idéia. Desde então, estou meio confusa quanto ao

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nosso relacionamento.Ele me disse que foi apenas uma força de expressão,

mas que não muda seus princípios e que é importante ser honesto comigo.

Agora eu temo que se acontecer a gravidez, eu não poderei lhe contar, pois tenho medo que ele faça alguma estupidez.

Que saída eu tenho?

Não consigo ver mais de uma saída.O que ele disse é verdadeiramente terrível, não obstante

sua posição em relação ao aborto. Se por um lado você acredita que ele seja capaz de tal

violência, já é tempo de pensar em se desligar dele. Mesmo que o seu comentário seja colocado de lado, e supondo que estava apenas tentando mostrar a sua posição quanto a não gerar uma nova criança, ambos têm que refletir sobre o fato das opiniões serem diferentes.

Naturalmente que cada um tem o direito de ter sua própria opinião.

Mesmo que você quisesse ter a criança por conta própria, ele teria a responsabilidade legal e financeira, mesmo que esteja contra os princípios dele.

Se você estiver procurando alguém que tenha com você a mesma compatibilidade, sugiro que busque novos caminhos e encontre alguém que tenha a mesma opinião que você.

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Eu trabalho 36 horas semanais na loja do meu pai. Meu trabalho consiste em vender, controlar o

estoque, cuidar das promoções, da contabilidade, da decoração e tudo o mais. Apesar disso, eu não recebo nenhum salário, embora tenha 15 anos de experiência como gerente de vendas

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e de propaganda e ainda todo o conhecimento necessário em informática.

Pra ser coerente deveria receber um salário compatível com minhas funções.

Para as minhas despesas pessoais e para as despesas como luz, água e telefone, tenho que me desdobrar e fazer pequenos trabalhos que me tomam mais 30 horas semanais.

Nem sair tenho saído, pois me falta dinheiro para o combustível.

Gostaria de buscar uma nova oportunidade no mercado, mas não tenho um currículo que mostre um histórico de mercado, apesar dos meus conhecimentos.

Como faço pra sair dessa situação?

Pelo que você descreveu, posso dizer que tem alguma habilidade em Marketing. O que você precisa, primeiramente, é ser honesta com seu pai sobre as suas necessidades financeiras. Você não pode ter receio de dizer isso a ele. Caso seu pai não tenha recursos para lhe pagar ou não queira reconhecer o seu trabalho, você deve buscar uma nova oportunidade.

Como você não tem um histórico, talvez tenha que começar com um salário menor e em alguma função mais simples, até poder mostrar seus reais conhecimentos.

Atualmente, existem no mercado empresas especializadas em preparação e recolocação de pessoal.

Procure primeiro tomar informações sobre a honestidade e seriedade de algumas e então parta em busca de seus anseios.

Seu sucesso, com certeza, será tão grande quanto suas ambições pessoais. O tempo há de colocá-la no patamar que você merece.

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Eu tenho saído com um homem já há alguns meses. Nós começamos muito bem. Contudo, estou

começando a ver algumas coisas que precisam ser orientadas. Todas as noites, não importa pra quê, ele tem que ver seus pais. Eu estive lá e senti o quanto são estressados. Alguém sempre está insultando alguém. Seu pai é uma pessoa muito desagradável. Diverte-se jocosamente ao falar do peso do meu namorado, insultando-o constantemente. Ele se chateia com isso, mas não toma nenhuma atitude.

Ele diz que me ama e por isso preciso achar uma forma de afastá-lo de sua família. Será que esse relacionamento vale todo esse trabalho?

Muitas pessoas se submetem ao comportamento abusivo de seus pais ou vivem uma relação de desrespeito e desamor.

Essa relação conturbada pode se tornar a causa de conseqüências futuras que venham afetar significativamente a união de vocês.

O comportamento do seu namorado em relação aos pais e familiares não mudará a menos que ele esteja pronto a superar a si mesmo.

Naturalmente, quando ele estiver pronto, o seu apoio será fundamental para o sucesso dele.

No momento, o melhor a fazer é incentivá-lo e aconselhá-lo a tomar a decisão da mudança. Caso ele recuse, você saberá o que te espera no futuro e poderá então escolher o que quer com maior clareza.

...

Minha mulher pediu que eu saísse de casa. O que posso fazer para lhe provar o quanto eu a amo e o

quanto estou arrependido do que fui para ela?Sinto falta da minha família e da minha casa. É como se

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meu coração, de repente, ficasse completamente vazio.Eu queria que tudo fosse passageiro e não definitivo.

O que quero realmente é voltar para casa. Sei que você não pode fazer nada por mim, mas seu conselho pode ajudar-me a refletir.

Quando uma mulher toma uma decisão quanto a um relacionamento, ela sempre se baseia numa série de atos indesejáveis do seu marido. E acredite, para chegar a esse ponto, toda a consideração já foi feita.

A primeira coisa a fazer para buscar novamente a união é admitir seus erros demonstrando arrependimento e compromisso com a mudança.

É necessário saber se você está disposto a refletir sobre os erros que denegriram o seu relacionamento. Você pode começar dando-lhe uma lista dos erros que você acha que foram a causa da desunião. Peça que ela leia e compartilhe de seu arrependimento. Isso deve iniciar um diálogo que conduzirá ambos a um único caminho – a terapia do relacionamento.

Ambos têm ainda a responsabilidade de compartilhar as suas vidas com as crianças. Só compartilhando com a família é possível pensar novamente num futuro juntos.

...

Estou envolvida com alguém, há dois anos, que é enfaticamente contra o casamento ou qualquer

compromisso permanente.O que acontece é que ele tem dificuldade em confiar em

qualquer mulher por herança de sua ex-esposa.Embora sejamos íntimos sexualmente e partilhemos de

uma excelente amizade (nos falamos ao telefone todos os dias e nos vemos pelo menos duas vezes por semana), nunca

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vamos a qualquer lugar juntos. Somos pessoas atualizadas, atraentes e não é por falta de oportunidade.

O que acontece é que ele se sente satisfeito com a maneira como as coisas estão. Diz que prefere manter dessa forma para nossa própria tranqüilidade.

Eu sei que ele se importa comigo e eu também me importo, e muito, com ele. Ambos somos socialmente ativos e participamos de eventos. No entanto, tudo o que fazemos nesse sentido, fazemos separados. Ele é parte importante da minha vida e eu não quero perder o que temos, mas não sou plenamente feliz da maneira como as coisas são.

Gostaria de saber se estou desperdiçando o meu tempo ou se há algo que eu possa fazer quanto à mágoa que carrega em relação a sua ex-esposa. Não sei se devo ser paciente e esperar ou se devo fazer algo que possa resolver ou mudar o rumo das coisas. Todo o conselho que você puder dar será bem vindo, certamente.

Você está pronta para assumir esse relacionamento de forma definitiva, com um compromisso firme, fidelidade e amor. Contudo, é preciso refletir sobre a mágoa que ele carrega e pensar sobre as etapas que terá de enfrentar. Se existe consideração e estima dele em relação a você, ele não tem o porquê de não se mostrar ao seu lado perante a sociedade. Do contrário, você não tem que desperdiçar seu tempo em uma situação que a satisfaz apenas em parte.

Faça-o saber que é importante para você estar ao lado dele. Caso ele seja irredutível, vá em frente você. Siga o seu caminho. Caso ele mude de idéia, saberá onde encontrá-la.

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Eu tenho um anel que ganhei de noivado do meu ex-noivo. Nós estávamos juntos há cinco anos e o

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anel ele me deu há três. Apesar disso, nós discutíamos toda hora. Eu sugeri a ele que procurássemos um analista, mas ele se recusou. De qualquer maneira eu fui, pois queria entender melhor a mim mesma. Nesse ínterim ele mudou-se para outro estado com sua mãe, deixando-me com todas as contas pra pagar e a casa pra cuidar.

Agora eu estou sendo procurada por seu advogado, exigindo-me a devolução do anel de noivado que vale cerca de US$ 5,000.

O que devo fazer? Independente do valor material, acha que devo recusar ou devo devolver?

Não sou juiz para julgar o caso legalmente. No entanto, eu entendo que, uma vez dado um presente qualquer, não há volta.

Algumas culturas, realmente, fazem a devolução do anel de compromisso caso o compromisso seja quebrado. Contudo, não é regra geral e muito menos uma obrigação legal.

No que posso analisar, me parece que esse presente cria um incômodo a ele. Tenho que esse relacionamento não trouxe a ele muita satisfação, mas alguns conflitos internos que vêm incomodando-o por muito tempo.

Daqui pra frente, sua vida ganha um novo rumo e o anel, com certeza, será uma parte pequena em tudo isso. Considere como uma lembrança e uma vitória sobre o que seria um mau relacionamento e tire-o também da sua vida.

O importante agora é procurar alguém que seja digno de compartilhar com você uma nova vida.

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Eu estive envolvida com um cliente nos últimos nove meses.

Embora nosso relacionamento começasse como algo

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puramente físico, transformou-se em algo mais. No início meu cliente deixou claro que não procurava um relacionamento. No entanto eu me apaixonei.

Passamos a ter encontros exclusivos, mas a partir do momento em que admiti meus sentimentos, meu cliente afastou-se de mim.

Eu realmente sou franca em dizer como apreciei tê-lo em minha vida como cliente.

Recentemente falamos sobre o fato de não termos compromissos. Ele deixou claro que o que podemos ser é apenas amigos.

Eu lhe expliquei que pensei poder manter apenas um bom relacionamento amigável, mas não consegui.

A nova situação fez com que me deixasse claro que não me quer em sua vida para todos os momentos. O problema é que quando nos encontramos em público, ou em outro local qualquer, é ele quem se aproxima, me beija ou diz coisas que me confundem a respeito de como se sente realmente. Isso me faz pensar que as coisas poderiam ser diferentes.

Por que se afasta se seu coração não quer? É possível manter uma amizade havendo outro interesse?

Seu cliente não quer te assumir, não obstante a forma carinhosa e amorosa que a trata quando se encontram em público.

Duas pessoas encontrarem-se e assumirem-se seria muito fácil se os sentimentos de ambos fossem recíprocos. Em sua situação esse não é o caso. É preciso acertar as coisas agora. Você não está nessa vida para dar sem receber. Tem que existir uma troca. Entretanto, é importante começar um processo de análise deste relacionamento.

Para superar isso e encontrar outra vez o amor, é necessário aceitar a perda.

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Escrever uma carta é uma terapia interessante. Escrevendo você pode abrir-se até encontrar seu próprio sentimento de perda. Somente sendo honesta com você mesma e aceitando a perda pela própria vontade você estará pronta para superar e buscar um novo relacionamento. Lembre-se que deixar para trás as más lembranças é a melhor maneira de ter um bom recomeçar.

...

Encontrei uma mulher bonita e interessante. Tudo estava indo muito bem naquele encontro até que

eu lhe ofereci uma bebida. Ela recusou. Disse-me que se envolveu uma vez com um alcoólatra e que isso foi muito traumático.

Apesar da explicação, como estivesse em férias, pedi uma bebida para mim.

No dia seguinte nos encontramos novamente e tomei dois drinques para relaxar.

Ela observou-me novamente e me perguntou sobre estar bebendo outra vez. Pra ser sincero, não percebi a relação da pergunta com seu passado. Acabamos por terminar a noite tendo-a envolvida em meus braços sorrindo e feliz.

Para encurtar a história, ela não atendeu minha ligação no dia seguinte e nem na semana seguinte. Então eu fui procurá-la. Ela disse não estar interessada.

Como posso conquistá-la novamente?

A mensagem dela está muito clara. Ela prefere alguém que não beba.

Considerando sua experiência passada, isso é compre-ensível.

Agora que você já sabe disso, a decisão é sua. Se você acredita que seus sentimentos são profundos o bastante

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para assumir um compromisso duradouro, seja o homem que ela quer. Do contrário, ela não se sentirá atraída por você. Mesmo a bebida ocasional deverá ser deixada de lado. Esse, com certeza, é um dos critérios. A escolha é sua.

...

Meu noivo fala sobre sexo o tempo todo. Ultimamente estou até meio desinteressada de

tanto que ele fala nisso. Claro que eu também gosto de sexo, mas não o tempo todo. Pensa que a nossa lua de mel vai ser sexo 24 horas. Só que eu sei que há muitas outras coisas para se fazer também.

Você pode me dizer como fazer para pedir a ele, delicadamente, que pare de falar em sexo a cada dois minutos?

Enquanto as mulheres focalizam sua atenção na cerimônia do matrimônio, muitos homens fixam como ponto mais importante a noite de núpcias. Como muitos noivos, ele está vivendo a ansiedade de poder realizar as mais incríveis fantasias, segundo sua concepção, nunca antes experimentada por qualquer ser humano. Essa é a expectativa maior desses homens.

O que acontece é que eles se esquecem de duas coisas: primeiramente, o estresse emocional que ocorre na semana que precede o casamento e que pesa bastante em ambos, admitam ou não. Depois, como você já sabe, a maioria dos homens falam muito e caminham pouco. Significa que o desempenho pode não passar de algumas vezes à noite toda.

Reflita sobre compartilhar com ele as fantasias para a noite nupcial. Sugira-lhe que não abandone seus sonhos, mas, ao invés de falar sobre isso, escreva cada fantasia. Então, na noite de núpcias, vocês poderão lê-las juntos e transformá-las em realidade. Se ainda assim ele não mudar o discurso, diga-

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lhe que falar sobre sexo no momento de fazer sexo é muito mais excitante para você. E diga-lhe que falar sobre sexo fora do momento íntimo tira todo o impacto e o desejo.

Mas é bom entender que um homem vê na relação com uma mulher, inevitavelmente, o sexo como prioridade.

...

Há três anos tenho um relacionamento com um funcionário que é um homem maravilhoso. Nós

começamos juntos e temos pensamentos iguais, os mesmos interesses e já discutimos um relacionamento pessoal muitas vezes.

É óbvio que há uma atração mútua.Eu gostaria de ter uma oportunidade de me aproximar,

mas me contenho por ser meu funcionário. Eu não quero ferir os padrões éticos e isso me marcar

profissionalmente. Mas eu sinto que juntos podemos segurar a situação. Como contornar isso tudo?

Muitas empresas têm política contra o casamento entre funcionários. Por quê? Porque tais relações podem criar responsabilidades legais quando o relacionamento for em escalão superior ou a companhia quiser transferir ou demitir o funcionário.

Verifique se seu empregador tem essa prática. Se tiver, você tem duas escolhas. Um, você pode apagar a idéia do casamento. Caso não queira, e esteja mesmo interessada, podem casar secretamente, desde que ambos compreendam o risco que correm em perder o emprego. Dois, você pode dizer-lhe que considera o fato de se sentir atraída por ele, mas não quer colocar em risco suas posições profissionais.

Caso o sentimento não seja recíproco, irá incentivá-lo, provavelmente, a renunciar a você.

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Contudo, é preciso que você também tenha certeza desse sentimento.

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No mês passado, após dez anos de casado, num momento de raiva, pedi a minha esposa que saísse

de casa, ao menos temporariamente. Mas, depois disso, eu nunca mais fui o mesmo. Muitas vezes pedi que voltasse. Agora tenho feito os pedidos diariamente.

Tentei entender o que acontece conosco, mas não encontro uma resposta.

Pedi a ela que converse comigo. Eu a amo e disse isso a ela. Contudo, ela não esboçou nenhuma reação sequer. Na verdade, tem me tratado cada vez pior.

Quanto tempo mais vou ter que agüentar isso?

Muitos homens, em momentos de ira, pedem que suas mulheres saiam de casa. Alguns não se contentam enquanto não as vêem do outro lado da porta.

As mulheres têm um estilo próprio. Uma vez que saem, não olham para trás.

Eu não acho que você foi franco no que me escreveu. Minha suposição é que ela confiou em você e você quebrou a confiança dela. Agora ela não tem nenhuma razão para acreditar em você. Se você, verdadeiramente, a quiser de volta, a única maneira é convencê-la demonstrando sua humildade.

Escreva a ela reconhecendo a sua culpa na quebra do relacionamento. Faça um balanço. Diga-lhe que buscou conselhos e peça-lhe o perdão. Envie a carta e espere a resposta.

Se você cumprir com suas promessas, é possível que tenha uma segunda chance.

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Minha amiga perdeu recentemente o marido em um trágico acidente. Desde então ela tem perseguido

todos os maridos de amigas ou colegas e tem causado problemas, pois em muitos casos tem conseguido se encontrar com eles.

Eu sei que ela está sofrendo, mas ela diz apenas que está tentando realmente ter de volta um marido. Acontece que ela tem a maioria deles em suas mãos. Como eu posso ajudá-la?

Primeiro é preciso saber que os relacionamentos fortes não se desestruturarão por essa investida dela. Se esses maridos estão buscando algo fora do casamento, encontrarão com ou sem a sua amiga.

Ao mesmo tempo, sua amiga esqueceu-se que a verdadeira relação de amor está construída na confiança e é certo que suas ações não são honestas. É preciso ajuda. É preciso uma auto-reflexão.

Diga-lhe que você a ama assim como seus outros amigos e que todos se sensibilizam com sua dor, mas suas ações são egoístas e sem propósito.

Sugira a ela que considere uma análise. Procure indicar a ela um profissional ou um grupo de sustentação. É importante para ela.

Se ela estiver pronta para superar sua dor e mesmo sua raiva, saberá que tem o amor e o apoio dos seus amigos.

...

Tenho uma filha com 26 anos. Até recentemente namorava um rapaz de 28 anos que sempre morou

com os pais, vivendo de mesada e sob a permissão paterna para tudo que queria fazer. Minha filha foi a única namorada que teve.

Durante os sete anos de namoro tudo ocorreu sem

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grandes problemas. Entretanto, há dois anos, quando começou a trabalhar, a empresa mandou-o para outro estado.

No primeiro ano visitou minha filha por quinze vezes. Contudo, ano passado, somente duas.

Durante o ano passado, foi oferecida a ela uma posição na companhia em que trabalha, mas se recusa a assumir desde que seu relacionamento tem experimentado essas dificuldades.

Ainda no ano passado, ela o viu com outra mulher. Ele disse que era só uma amiga, mas estavam de mãos dadas em um jantar íntimo em data especial, e isso não é ação de quem é apenas amigo.

Desde então ela discutiu com ele e disse que não voltará a falar com ele até que prove seus argumentos. Isso é típico de quem pretende dar uma nova chance.

Que posso eu fazer para abrir os olhos dela?

Se sua filha me perguntasse sobre essa situação eu lhe aconselharia a separação. Assim, ambos teriam tempo para pensar sobre os prós e os contras no relacionamento. Durante a separação, estaria livre para novos relacionamentos o que a levaria a ter certeza sobre sua escolha.

No entanto, como a pergunta veio de você, mãe, devo dizer que respeito e admiro a estima que tem pela sua filha e o desejo de vê-la feliz, mas aconselharia manter distância quanto à decisão dela.

Ela tem que fazer a escolha, mesmo que erre. Faz parte da vida e é a única maneira de aprender. Lembre-se que a vida é dela e não sua. Não negue a ela a oportunidade de escolha.

Quando ela quiser seus conselhos, úteis e prudentes, acredite, ela virá lhe pedir. Portanto, não os ofereça antes disso.

...

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Sou um estudante universitário e nunca tive um relacionamento sério antes. Atualmente estou

namorando uma garota e gostaria de saber o que define um bom relacionamento.

Há muitos tipos de relação. Porém, todas elas atravessam cinco estágios para que se consolidem.

O primeiro estágio é o da atração física. Depois vem a incerteza, em que questionamos nossos sentimentos classificando nossas dúvidas. Em seguida, vem o ciúme, aquele desejo de exclusividade. Eu diria que é a primeira etapa para um compromisso sério. Em quarto lugar vem a intimidade, onde a relação passa a ser mais aberta, fundindo o físico e o emocional. Finalmente o casamento ou envolvimento pleno.

Essa é a seqüência ideal para um resultado satisfatório.Muitas vezes, um dos dois se adianta um pouco. Nesse

momento, é preciso retroceder para que ambos caminhem juntos.

Em qualquer um dos estágios você poderá descobrir que sua companheira não é a sua alma gêmea. Melhor interromper a relação e iniciar o mesmo processo com outra pessoa. Os relacionamentos bem sucedidos são construídos na paixão, na confiança, no compromisso e no amor.

...

Sou uma mulher de 30 anos, casada há quatro. Você poderia me descrever de que maneira eu poderia

melhorar a relação íntima em uma união?

Ao que me parece você está querendo encontrar as palavras certas que lhe ajudarão a explicar ao seu companheiro do que você sente falta em seu relacionamento.

É bastante comum uma mulher não conseguir explicar

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isso a um homem visto que os resultados são experimentados de diferentes maneiras.

Para uma mulher, ter uma relação íntima com um homem significa sentir o quanto ele se importa com ela. E para conseguir isso, é preciso deixá-lo saber o quanto suas ações e atitudes surtem efeitos positivos, demonstrando a ele o quanto ela gosta disso.

Uma mulher quer ter a certeza de que tudo o que sente naquele momento é verdadeiro por parte do homem.

Quanto ao homem, para conquistar uma mulher, é preciso demonstrar a ela muito romantismo e carinho no momento mais íntimo.

Lembre-se, no entanto, que o desempenho de um homem é muito melhor quando ele acredita que a mulher o vê como um bom amante.

...

Depois de um tempo de relacionamento, é comum revelarmos detalhes de nossa vida. Em uma de

nossas conversas, meu marido revelou-me que por um longo tempo, antes de nos relacionarmos, esteve envolvido em um “ménage a trois” com um casal de amigos com os quais continua a manter a amizade até hoje.

Depois que os encontros se findaram, todos concordaram em manter segredo e que nunca falariam a respeito a não ser entre os três. Contudo, meu marido quebrou sua promessa e me contou. Agora que eu sei, não consigo me relacionar com esses amigos. Na verdade, não tenho desejo nem de vê-los, quanto mais manter a amizade.

Logo que assumi essa postura, meu marido não conseguia compreender minha atitude e meus sentimentos. Então perguntei-lhe como se sentiria se a situação fosse invertida. Só então ele entendeu e disse que eu sou a pessoa

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mais importante da sua vida.Outro dia esse casal nos chamou para sairmos juntos,

mas demos a desculpa de outro compromisso. No entanto, meu marido diz que, por serem bons amigos, não poderá evitá-los para sempre. Tem que encontrar uma forma de dizer-lhes a verdade. Por outro lado, não sabe como fazê-lo pelo fato de ter jurado segredo e quebrado a promessa.

Eu sinto que ele se encontra numa péssima posição e sugiro que sempre diga que estamos ocupados. Mas ele não se sente bem dando desculpas.

Você tem alguma sugestão?

Às vezes, a melhor maneira de resolver as coisas é sendo simples e direto.

Seu marido deve dizer-lhes, sem constrangimento, exatamente o que aconteceu. Dizer-lhes que vocês comparti-lharam segredos e que, depois disso, você se sente incomodada em tê-los como amigos. Diga a ele que se desculpe por ter quebrado a promessa e compartilhado do segredo desejando-lhes muitas felicidades no futuro.

Dessa forma, isso logo estará no passado e vocês poderão seguir a vida sem preocupações ou peso na cons-ciência.

...

Meu namorado tem 24 anos. Como eu, tem um bom emprego, é inteligente, divertido e interessante.

Seu problema é que perde o controle com facilidade. Sua maneira de ver as coisas tem de prevalecer sempre. Eu nunca posso fazer planos porque ele sempre muda na última hora para que prevaleça sempre sua vontade.

Eu não gosto da maneira como discutimos por coisas à toa. Dá-me uma sensação muito ruim, embora depois, doce e

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gentilmente, ele sempre peça desculpas de suas atitudes.Outro dia eu estava em sua casa e caía uma forte chuva.

Eu precisava tomar o ônibus e ir pra casa. Perguntei se me emprestaria seu guarda-chuva, mas não imaginei que tivesse para ele tanto valor sentimental. Disse que jamais emprestaria a qualquer pessoa. Acabei indo debaixo de chuva, sentindo como se ele não se importasse nem um pouco comigo. Mais tarde se desculpou e pediu que fôssemos juntos ao cinema.

Isso talvez não seja uma atitude das piores que conhecemos, mas balança, e muito, o nosso relacionamento.

Há alguma possibilidade dele se importar mais comigo?

Pelo que você disse, seu namorado tem a tendência de ser autoritário. Felizmente isso não ocorre com constância e ele sempre percebe o seu erro e se desculpa.

A respeito de sua tendência de controlar o relacio-namento, não há realmente nada de errado com ele por querer que tudo seja à sua maneira. O que é preciso é que ele se disponha a reconhecer e respeitar os seus limites. Os limites de cada um são a base de um relacionamento bem sucedido.

Você precisa entender que só mesmo você pode definir os limites que a fazem confortável. Fale sobre isso com ele.

Caso não dê resultado e você não consiga se ver livre do desconforto, é hora de buscar alguém de maior maturidade que respeite seus sentimentos. Afinal, é um direito seu.

...

Eu estou vendo, secretamente, o pai de minhas duas crianças. Estivemos separados por dezoito meses

e quando eu o encontrei novamente, ele já vivia um novo relacionamento. Cautelosamente, deixei-o saber que ainda o amo.

Sei que não devo interferir em seu relacionamento, mas

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senti que deveria dizer-lhe que ainda havia uma possibilidade para nós. E ele sente o mesmo. Isso aconteceu há três semanas. Desde então ele tem dito constantemente que me ama.

Temos trocado e-mails e telefonemas.Há uma semana demonstrou que, num tempo mais

longo, poderá contar à sua companheira a verdade sobre ainda me amar. Ao mesmo tempo não disse que vai deixá-la agora, mas quer que eu seja apenas paciente.

Eu acredito que o seu coração queira estar comigo. Eu realmente gostaria de apressar isso. Não apenas pelas crianças, mas por nós também, pelo que já compartilhamos e ainda podemos compartilhar. Contudo, não sei se posso me apegar nisso.

O que devo fazer?

Esse não é certamente um caso incomum na maioria das separações. Muitos casais, após um tempo de separação, sentem que a ausência, verdadeiramente, pode fazer crescer ainda mais a afeição e o amor. Contudo, em vez de prender-se nessa esperança de tê-lo novamente como marido, por que não tentar criar um sentido maior e mais forte de independência pessoal com ou sem ele?

Ele agora vive um outro relacionamento. Mesmo que você comece tudo outra vez, a menos que você se disponha a reconhecer e analisar os motivos que a levaram a essa situação, você poderá retornar à mesma situação que a conduziu a sua separação na primeira vez.

Minha recomendação é que assuma sua vida e tente conhecer outras pessoas. Seguindo novos caminhos você saberá se é este mesmo o relacionamento que quer. Só então recomece.

...

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Recentemente conheci um rapaz bem humorado e inteligente. Trocamos telefones e e-mails, mas após

duas semanas parece não estar mais interessado em mim.Admito que tenha muitas atribuições e que tenha entrado

poucas vezes em contato com ele e talvez, por isso, tenha começado sua mensagem dizendo que não tenho tempo pra ele.

Sempre tive muita dificuldade em desenvolver relações sociais. Faz três anos que terminei meu último namoro. Se perder esse rapaz, será que vou ter que esperar mais três anos?

O medo de ficar só está nítido em você. Mas isso é comum tanto aos homens quanto às mulheres. E é por isso que não quer perdê-lo.

Você está na fase da descoberta. É preciso conhecer e conversar com outras pessoas. Irá descobrir que há muitas pessoas interessantes. Talvez até se sinta atraída por outro alguém.

É preciso que você programe lazer com amigos. Sair um pouco. Escreva-lhe um e-mail dizendo isso. Mantenha o contato ocasional como diversão. Se dessa maneira ele se mostrar interessado, você saberá ouvindo isso dele próprio.

...

Após meu divórcio eu tive três relacionamentos.Todos falharam pela mesma razão. Cada um disse que

estava a procura de algo melhor e que eu era esse algo melhor e real. No entanto, após eu acreditar num compromisso duradouro, a relação terminava.

Agora não acredito mais em compromisso duradouro. Estou eu mesma tentando achar algo que valha a pena. No entanto, sinto que é desgastante e difícil acreditar novamente. Alguma sugestão?

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Freqüentemente nossa relação falha quando pulamos um dos cinco estágios a saber: atração, incerteza, exclusividade, intimidade e compromisso.

O amor é como um jogo. Tem vitórias e derrotas. É como um caminho de rampas e escadas. Se faltar um degrau, você pode levar um tombo.

Se o próximo namorado disser que você é a mulher ideal, ouça-o, mas espere pela confirmação dos sentimentos reais dele, que deverá vir com demonstrações de respeito, amor e devoção.

...

Meu marido e eu estamos casados há vinte anos. Temos quatro filhos maravilhosos. Ele é uma

pessoa e um pai fantástico, mas eu odeio o seu trabalho. É Gerente de Marketing em uma companhia de cigarros.

Durante toda a nossa vida de casados eu tenho pedido a ele que procure outro emprego, mas ele se sente confortável com o salário e não quer ter que começar outra vez.

Eu parei minha carreira como Terapeuta Ocupacional para poder criar nossos filhos enquanto ele se concentrava em sua carreira. Arrependo-me agora e não tenho nenhum interesse no que faz porque, para mim, é algo criminoso.

Quando fala às crianças e aos parentes sobre as estratégias para a expansão de mercado eu fico irritada. Obviamente que isso tem afetado nosso relacionamento.

Quando surgem assuntos do gênero, entre as pessoas, eu não sinto o mínimo interesse e não consigo fingir.

Você tem alguma sugestão? Eu odiaria ver nossa relação chegar ao extremo pelo fato de não encararmos o assunto da mesma forma.

Eu concordo com você que o incentivo ao uso da

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nicotina é uma prática não recomendável e a maneira com que os cigarros são introduzidos no mercado é indiscriminada. Entretanto, a produção e venda de cigarros no mercado são legais. Portanto, seu marido tem o direito de escolher isso como ocupação. Ao mesmo tempo, se você acha que ainda assim é antiético, tem todo o direito de ir contra. Porém, não faça disso um motivo para destruir a relação com ele.

...

Faz mais de dez anos que meu marido e eu nos divorciamos e no entanto ele ainda me odeia.

Quando vivíamos juntos ele já era uma pessoa abusiva e, embora viva agora com outra pessoa, continua afetando a minha vida através das crianças que tivemos. Todos os momentos especiais da vida das crianças ainda são controlados por ele. Está sempre as incentivando a me ignorarem. Se eu comparecer em um evento especial das crianças ele faz questão de não ir. Está sempre me responsabilizando por tudo que dá errado em sua vida. Sempre que o vejo procuro ser cordial.

Poderia até compreender seu comportamento se eu o tivesse trocado por outro homem. No entanto, ocorreu exatamente o contrário. Ele procurou outra mulher.

Eu tenho esclerose múltipla. Por esse motivo eu não conseguia cuidar da casa sozinha. Por muito tempo, sempre que as crianças tinham um comportamento errado, eu nunca conseguia orientar adequadamente. Minha filha mais nova, quando adolescente, sofreu muito com isso. Eu tentei estabelecer regras em minha casa. Para não seguir as regras, ela simplesmente saiu de casa.

Quando roubou um carro, meu ex-marido disse ao juiz que era culpa minha. Que foi uma forma que ela encontrou de agredir-me por estar irritada comigo. Agora ela também me

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responsabiliza por tudo que dá errado em sua vida.Para ser sincera, isso me dá uma ansiedade muito

grande e me deixa bastante deprimida. Apreciaria muito sua orientação.

Faço votos que consiga encontrar o caminho certo para a sua doença e que essa sua batalha tenha sucesso.

O que me parece é que sua família está sofrendo de uma disfunção total. Para que você supere isso, a primeira coisa a fazer é uma auto-reflexão e tentar considerar o que você possa ter feito para receber respostas e reações tão negativas e violentas de seu ex-marido e de sua filha.

Às vezes, o que gera conseqüências negativas não é o que nós dizemos, mas como dizemos. Na maioria das vezes, as pessoas mais sensíveis as nossas palavras e ao tom que as pronunciamos são exatamente aquelas que mais amamos.

As ações de seu ex-marido ou da sua filha podem ter sido a resposta quanto à maneira encontrada por você de se impor ou impor certas regras.

Nunca é demasiado tarde para começar a demonstrar o amor e o respeito para com as pessoas que amamos. Fazendo assim, nós incentivamos esse comportamento neles também.

Procure um terapeuta para se aconselhar e aprender como se comunicar melhor com eles nas próximas vezes que se encontrarem. Caso eles recusem a relação, ao menos você terá cumprido a sua parte, o que a deixará, com certeza, mais tranqüila e em paz consigo mesma.

...

Meu companheiro é mecânico de automóveis. Outro dia, em seu dia de folga, chegou em casa sem

carro. Perguntei-lhe como havia vindo. Disse que tinha ido entregar um carro e deixara o seu no trabalho. Por esse motivo

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seu cliente lhe havia dado carona. Eu não acreditei. Por que o cliente não lhe deu carona até onde estava seu carro? Sinto que há algo errado, mas não quero parecer ciumenta. Será que estou exagerando?

Isso depende se você tem outras desconfianças além desse incidente.

Isso pode ser um sintoma de traumas passados ou manifestações de antigas experiências acontecidas em outros relacionamentos.

Você encontrará a resposta se colocar a razão acima do sentimento. Avalie seus medos sem raiva ou culpa e tente encontrar o motivo que gerou essa sensação.

Reforce o seu amor na confiança e reforce também o seu amor por você mesma. Discuta abertamente seus interesses e sentimentos. Peça que lhe dê explicações que a tranqüilize e que demonstrem que seu ciúme é infundado. Discuta também sobre todas as vezes que situações semelhantes a incomodaram. Uma conversa franca e aberta poderá afastar seus medos. Contudo, é preciso que você também procure se ajudar não criando fantasias na sua cabeça. E isso você pode fazer confrontando, detalhadamente, todas as perdas amorosas que teve em sua vida.

Há muitos terapeutas qualificados que podem ajudá-la nesse processo.

O medo nos prende sempre no passado. É hora de se sobrepor a isso tudo e caminhar em frente.

...

Meu namorado tem uma ex-esposa com quem tem filhos. Ele e eu temos um bonito e feliz

relacionamento. Como, realmente, não gosto dela, luto duramente para evitar um confronto.

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Recentemente ele fez aniversário e a ex-esposa comprou-lhe um terno. Eu lhe comprei duas camisetas e uma colônia. Dei esses presentes de coração. Aliás, era tudo o que eu podia pagar. Muito me magoou o fato de ele ter aceitado o presente dela. Acho que isso a faz pensar que ele está interessado nela outra vez.

Agora eu não sei discutir isso com ele de forma racional. Eu sei que não pensou em me ferir quando contou do presente. Que devo fazer agora?

A sua mágoa não foi pelo fato dela ter-lhe dado um terno, mas por ter sido ela. Se o presente viesse de alguém do sexo masculino, você teria pensado diferente. Sua maior preocupação é com o quê a ex-esposa possa sentir por ele. E o pior, é você não saber se é ou não recíproco.

Não permita que sua insegurança crie mágoas entre vocês. Dessa maneira você acaba colocando-o na defensiva e creio não ser o que você quer.

Não há razão para inseguranças. Se seu namorado deixou a ex-esposa é porque não sentia amor por ela. E se ele está com você é porque a ama. Deixe que ele demonstre isso. Caso necessite ter certeza desse sentimento, sinta-se à vontade para pedir-lhe. Dessa forma você terá o que precisa e ele saberá o que você quer, o que é bom para que ele não se acomode na situação.

...

Meu companheiro e eu estamos juntos há mais de dois anos. Ambos temos 28 anos. Há aproxi-

madamente um ano passamos a morar juntos. Eu lhe ensinei quase tudo, incluindo lazer, vida social

e sexual. Recentemente, em um evento social, ele convidou outra mulher para almoçar. Naturalmente me senti traída.

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Afinal, a mim ele nunca havia convidado.No mesmo dia, à noite, pedi que me levasse para sair

um pouco, mas ele se negou. Disse que não queria sair. Falou também que havia pensado muito sobre nossa relação de um ano atrás. Isso fez com que tomasse a decisão de ver um terapeuta. Sente agora a repressão sofrida pela mãe dominadora e pelo pai ausente. E entende que esses são os motivos que o levaram a se apoiar em mim. Quer superar tudo isso e assumir a responsabilidade do nosso relacionamento. Admitiu ainda que por muito tempo não mereceu o amor que eu lhe dei e que ele destruiu. Quer agora aprender a aceitá-lo. Embora nada partisse dele exatamente, sabe que me feriu levando outra mulher para almoçar.

Minha confiança nele se foi, sem mencionar a minha auto-estima. Nunca tinha feito nada parecido antes.

É possível que apesar desse deslize ainda haja amor por mim?

Todos cometem erros. O que aconteceu magoou seu coração. Porém, o fato de ter procurado um profissional para aconselhá-lo e ajudá-lo a entender o seu amor – afinal, quer aprender como aceitar o seu amor – demonstra seu desejo de assumir compromisso nessa relação.

Se você sentir esse empenho, vale a pena conservar e deixar que o tempo apague esse incidente. Baseie-se agora nos benefícios de suas ações recentes.

O suporte e o esforço do seu amor pode ajudá-lo a superar os entraves emocionais para que vocês usufruam o relacionamento que ambos estão procurando.

...

Eu não amo mais a minha esposa. Tenho 35 anos de idade e ela 29.

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Nós tivemos uma criança juntos, mas já trouxemos três de casamento anterior.

Em nosso segundo ano de união, ela me deixou por aproximadamente um ano e nós partimos para o divórcio.

Durante esse período de separação eu conheci outra mulher e me apaixonei.

Foi então que minha mulher pediu que repensássemos e retrocedêssemos. Eu acabei cedendo por causa de nossos filhos. Contudo, continuo amando a outra.

Agora, metade do dia passo pensando na outra. Acordo e durmo pensando na outra. Tentei lutar contra esse sentimento, mas é uma luta desleal. O que devo fazer?

A maioria das pessoas comete o erro de deixarem uma união num momento de irritação ou de carência. E às vezes engana-se em pensar que é mais fácil colocar toda a sua energia em um novo relacionamento, que buscar recuperar o anterior. Infelizmente, tendem a encontrar os mesmo problemas em seu relacionamento seguinte.

Refletindo sobre a primeira relação, você tem com sua esposa problemas mal resolvidos. Pense um pouco, analise e poderá determinar se o motivo que o levou à separação pode ser reparado. Antes de concluir, procure se aconselhar com um profissional. Isso poderá ajudar.

Uma vez que você se coloque além da emoção, poderá tomar a decisão que haverá de prepará-lo para uma nova vida.

...

Eu tenho 18 anos e estou grávida de três meses.Meu namorado e eu, na última semana, tivemos

uma briga muito grande por coisa muito pequena. Ambos dissemos coisas pesadas um ao outro.

Eu perguntei-lhe se não poderíamos esquecer tudo e

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começar outra vez, mas ele disse que precisa pensar.Na noite passada eu perguntei-lhe outra vez por que não

recomeçamos só nós dois. Ele quis saber por que eu quero tanto.Não posso dizer-lhe abertamente, mas eu sei o por quê.Disse-me que não posso querê-lo tanto, como eu digo,

se me recuso a sair com ele e seus amigos.Acontece que sei que seus amigos usam drogas regular-

mente.O que devo fazer?

Você está esperando que ele seja responsável o bastante para com você, com seu filho e para consigo mesmo? Seja realista. Você não pode forçá-lo a isso. Você só pode controlar suas próprias ações. O que você pode fazer, no entanto, é controlar o papel que tem na vida dele.

Se você acha que as ações dele não são condizentes com o que você quer, siga você em frente, conduzindo a sua vida da maneira que você acha certa.

Se decidir prosseguir sozinha e ainda quiser que ele tenha o seu papel na vida da criança, discuta isso com ele e veja como pode ser feito. De outra forma, jamais dará a você mesma a oportunidade de conhecer alguém que a mereça. A escolha é sua.

...

Há aproximadamente seis meses me separei do homem que eu supunha ser o homem certo.

Só agora consigo ver que essa união só poderia mesmo terminar no divórcio e isso foi mesmo o melhor que aconteceu.

Sinto que agora estou pronta para um novo relacio-namento.

Meu maior medo, no entanto, é que eu não consiga me

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abrir a outro relacionamento.Eu quero demais encontrar um homem que eu possa

amar, mas me sinto impotente pelo medo de cometer outro erro. Você tem algum conselho para me ajudar?

Fico contente que tenha decidido recomeçar. Mas antes que você possa, verdadeiramente, se envolver com outra pessoa, você deve livrar-se do medo dessa relação. Em muitos casos, quando ainda estamos presos a antigas feridas, temos a tendência de atrair ou sermos atraídos por pessoas que aumentam mais nossos dissabores.

A primeira coisa a fazer é admitir que em seu antigo relacionamento você foi depressa demais no envolvimento.

A etapa seguinte é evitar cometer o mesmo erro duas vezes. Significa não assumir imediatamente outro relacionamento. Dê um tempo. Priorize outras coisas na vida. Seja firme em critérios importantes, mas flexível nos menos importantes. O objetivo é livrar seu coração de situações repetidas. Fazendo assim, você aprenderá a se afastar das pessoas erradas e reconhecer o parceiro adequado.

...

Meu namorado e eu estamos juntos há seis meses.Durante todo esse tempo, ele nunca se desligou

dos amigos. Toda vez que estamos juntos ele só fala neles. Sinto-me sempre em segundo plano.

Quando lhe perguntam sobre nosso relacionamento diz sempre que está tudo bem.

Apesar da sua insistência para que saiamos com seus amigos, eu sempre resisto. Ele me disse que não quer ter que escolher entre mim e seus amigos.

Não é que eu seja anti-social. Eu apenas nunca vi tal atitude antes. O que será que está acontecendo?

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É surpreendente que você, estando com ele já há seis meses, não tenha ainda se encontrado com seus amigos. Essa resistência pode ser interpretada como insegurança da sua parte.

A maneira mais rápida de perder alguém é rejeitar os outros relacionamentos dele ou demonstrar não gostar deles.

Insista. Aproveite a oportunidade de mostrar-se ou demonstrar seu carinho para com ele na frente de seus amigos. Isto fará com que ele sinta que você é a pessoa ideal para ele.

Se ainda assim ele mantiver as mesmas atitudes, significa que ele é a pessoa errada para você. Somente uma pessoa insegura e imatura manteria um relacionamento apoiado nos amigos.

...

Eu tenho 38 anos e estou envolvida com um homem de 42, incrivelmente mimado pela mãe.

Tanto mãe quanto filho são divorciados e moram próximos um do outro. Jantam juntos todas as noites e se telefonam constantemente. Vão ao cinema juntos e se consideram os melhores amigos um do outro. Pelo jeito, parece que a minha única função é o sexo, já que isso a mãe não lhe dá. Ele a proteje demais e diz a todo mundo que é a pessoa mais importante na vida dele.

Recentemente combinamos um passeio num final de semana. Em três dias ele ligou para ela quatro vezes. Acha normal esse comportamento? Como faço para tê-lo comigo?

Acho admirável que ele mostre tanto cuidado e admiração pela mãe. Qualquer coisa que você faça para controlá-lo, certamente não será bem recebida por ele. Você não poderá forçar mudanças no comportamento dele. Isso terá que partir dele.

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Sua escolha está entre manter o relacionamento como está ou sair dele. O que não é aconselhável é construir um relacionamento baseado no reconhecimento.

Ou muito me engano, ou você já fez a sua escolha....

Meu marido e eu somos casados há 30 anos. Ele sempre gostou de beber, mas ultimamente tem

bebido além da conta.É um executivo muito bem sucedido e uma pessoa

amável e carinhosa, porém se transformou de tal maneira que não se consegue mais conversar com ele sobre qualquer coisa.

Há 10 anos não fazemos sexo. Nossas quatro filhas também se ressentem pela vida que ele leva.

Eu estou pensando seriamente em ter uma conversa franca com ele sobre esse problema.

Devo fazer isso sozinha ou devo pedir que as minhas filhas também tomem parte na conversa e expliquem a ele como se sentem com a situação?

Confrontá-lo é uma boa idéia. Porém, pedir a participação das suas filhas não é bom. Nunca envolva suas filhas, não obstante a idade delas, em seus problemas pessoais em relação ao seu esposo. É seu trabalho suprir a falta do pai e, ao mesmo tempo, ajudá-lo a superar o problema. Colocando as meninas no meio, o resultado tornar-se-á mais complexo e tanto a resistência como os ressentimentos aumentarão.

Se você acha que não consegue fazer isso sozinha, traga auxílio de um profissional. Há muitos programas de auxílio a alcoólatras, inclusive na Internet.

...

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Tenho mais de 30 anos e, infelizmente, meu último relacionamento não deu em nada. Acho que não

combinávamos.Há um ano não encontro uma garota a meu gosto. Sou

muito exigente. Seleciono demais e isso está contribuindo para que eu não me aproxime de alguém.

Você acha que há algo errado em escolher tanto? Ou será que essa exigência acaba me conduzindo sempre à pessoa errada?

Se você sabe exatamente o que está procurando, não tem absolutamente nada de errado em escolher. Contudo, é importante que você não se esqueça do velho ditado: “não julgue um livro pela sua capa”. Significa que a maioria de nós supõe encontrar no interior da pessoa o mesmo encanto sentido por fora. Muitas vezes, mais tarde, acaba descobrindo que o caráter não condiz com a aparência. Da mesma forma que, às vezes, nos envolvemos com alguém que não nos atraiu à primeira vista. E isso nos faz lembrar de outro ditado popular que diz “as aparências enganam”.

Em vez de se sentir perseguido pela má sorte, procure conhecer diversas pessoas. Converse primeiro sobre as coisas que gosta e observe também as ações e reações nas mais diversas circunstâncias.

Dessa forma, seu julgamento será aprimorado e a pessoa que você procura acabará surgindo quando você menos esperar.

...

O que você diz do casamento? As pessoas dizem que eu estou com receio do casamento, mas eu acho

que estão erradas. Acho que o amor é uma escolha entre duas pessoas.

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Minha esperança é que você me ajude, pois minha vida de casado começa em um mês e eu preciso de um conselho.

O amor não é um sentimento que você possa controlar, mas pode escolher os caminhos que o manterão vivo.

É natural para nós pensarmos que podemos amar alguém a vida toda. Isso não é verdade. Para manter um relacionamento afetivo sempre vivo é preciso estar sempre reacendendo as variações que originaram esse amor.

O medo que temos é de que o desejo e a paixão se desfaçam ao longo do tempo e que percamos nossa liberdade. Entretanto, o que ganhamos é a confiança, a cumplicidade e um amor estruturado e verdadeiro que só podemos experimentar em um relacionamento duradouro.

...

Eu fui casada 31 anos com meu primeiro amor da faculdade. Não foi sempre um mar de rosas, mas

nós sempre conseguimos levar.Recentemente, conheci um homem em um seminário e

tive um caso com ele. Eu não consigo mais tirá-lo da cabeça. Foram os cinco melhores dias dos últimos tempos. Isso é normal? Ajude-me a conviver com isso.

Seus sentimentos cresceram em função das frustrações e problemas que você tem passado em sua união.

Você pode ter gostado do novo amigo, mas esse novo romance não foi o bastante para deixá-la inteiramente satisfeita.

Considere que sempre que nos encontramos com uma pessoa nova e diferente, em um outro ambiente e por um período de tempo curto, procuramos sempre mostrar nosso melhor lado. Sempre deixamos nossos defeitos e diferenças

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em casa.O homem que você conheceu pode ser muito diferente

no dia-a-dia. Diferente do lado mostrado a você.Antes de se desfazer de 31 anos de união, reflita sobre

a história, o amor e as memórias compartilhadas com seu esposo. Deixe que o renascimento das emoções e sentimentos dê inspiração para reacender essa relação.

...

Meu marido e eu adoramos viajar. Entretanto, meu patrão não é nem um pouco flexível quanto às

minhas folgas ou mesmo férias. Quer um exemplo? Minha semana de trabalho tem, freqüentemente, seis dias. Mesmo quando eu trabalho cinco e tenho dois dias de folga, eles nunca são consecutivos. Já a programação do meu marido, no entanto, tem completa flexibilidade e sempre consegue folga a seu gosto.

Ele aprecia muito o tênis e sempre acompanha os jogos fora da cidade, além de jogar também diversas vezes ao mês.

Freqüentemente ele me convida, mas infelizmente nunca posso ir. Acha que sou desinteressada e isso me frustra.

Eu gosto muito dele e muito me magoa cada vez que o vejo arrumando as coisas e partindo sem mim.

Queria poder mudar minha atual situação, mas não é fácil. Com isso eu acabo me chateando e ambos sofrem as conseqüências. Será que estou sendo irracional?

Há três coisas que podem ser feitas. Primeiramente é preciso ter certeza de que não há mesmo desinteresse e não expressar suas frustrações quando ele menciona sair para o tênis. Sua postura e sua voz devem demonstrar que você espera que ele divirta-se e relaxe, sem ressentimentos.

Em segundo, quando você está com ele, mostre a ele em

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ações e palavras o quanto você adora estar junto dele e o quanto esses momentos são especiais.

Reflita sobre todos os pontos que tornam um relacionamento especial: troca de carícias, novas experiências, compartilhamento mútuo de objetivos de vida e momentos de relaxamento.

Planeje os possíveis momentos especiais que virão na semana, no mês e no ano.

Terceiro e último, se seu objetivo é ser mais acessível ao seu marido, analise a possibilidade de um novo emprego. Quem sabe seja mais fácil administrar o tempo.

...

Recentemente, eu conversei com minha melhor amiga e contei-lhe sobre um ocorrido entre mim e

meu marido.Ele chegou em casa às duas horas da madrugada e me

deu uma justificativa pouco convincente. Após ela ouvir o que eu disse, admitiu que há dois

meses ele fora a sua casa e pediu a ela que o ajudasse, com uma desculpa, para justificar sua vinda para casa tão tarde. Só que preferiu não mencionar antes.

Disse a ela que se fosse minha amiga de verdade teria me dito na mesma noite ou na manhã seguinte.

Eu fui tirar a limpo com meu marido e ele negou tudo. Eu sei que devo ponderar a negação do meu marido, mas esta situação abalou a minha amizade com ela. Tanto que começo a questionar suas intenções. Será que está tentando destruir minha vida? Eu quero continuar sendo sua amiga e confiar nela. O que devo fazer?

Por alguma razão sua amiga não contou o caso do seu marido. Pensou, provavelmente, que estava ajudando.

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Quando tomou a decisão, já havia refletido bastante. Só não esperava que as coisas tomassem outro rumo. Contou-lhe o que realmente aconteceu por ser leal a você. Talvez não tenha contado antes para poupá-la da mágoa.

Não jogue sobre ela a sua raiva. Pense na amizade que existe e em tudo que já passaram juntas e trate de pensar na indiscrição do seu marido. Porém, resolva isso com ele.

Comece por se aconselhar com um analista, que poderá lhe dar uma visão objetiva de como está a sua união. Isso também ajudará a deixar sua amiga fora dos seus problemas de relacionamento.

...

Meu marido e eu ficamos separados por um ano e nos reconciliamos. Estamos melhor agora do que

antes. Entretanto, uma das mulheres que se relacionou com ele durante nossa separação continua a persegui-lo.

Eu deixei um recado na secretária eletrônica dela dizendo que nos deixe em paz e que ele não tem mais nenhum interesse nela. Como ela continuou a persegui-lo, deixei um bilhete no pára-brisa do seu carro. Depois disso, passou-me alguns e-mails muito mal-educados. Naturalmente eu os respondi no mesmo nível. Agora ela deixa mensagens no correio de voz do telefone dele insistindo que eu sou louca e que destruí a vida dela.

Para ser honesta, isso está nos deixando muito infelizes. Já fizemos tudo para que ela pare, mas nada conseguimos.

Temos três crianças maravilhosas, procuramos dar o melhor a elas e não queremos que isso estrague a nossa nova relação.

O que devo fazer para que ela nos deixe em paz? Será que preciso ir a sua casa e dizer-lhe tudo o que penso a respeito?

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

Você não está competindo com essa mulher pelo afeto e atenção do seu marido. Agora que seu marido restabeleceu o compromisso com você, a responsabilidade passa a ser dele fazer com que ela compreenda que não a quer mais, e não sua. Seu contato com ela deve parar imediatamente.

Sabendo o quão inconveniente é essa mulher, dê a seu marido tempo e condições para resolver o problema. Talvez ele deva formalizar a decisão em uma carta. Registre o documento e guarde uma cópia. Assim, se o assédio continuar, haverá uma prova do pedido dele. Em poder desse documento ele poderá mover uma ação na justiça.

Você deve acreditar que o amor entre vocês garantirá as ações dele sem a sua participação pessoal, o que facilitará muito para você.

...

Meu marido e eu fomos casados por cinco anos, mas minha família tentou dissolver o casamento

desde o primeiro dia. Finalmente eu o deixei.Agora eu quero voltar atrás mas não sei se ele vai me

querer outra vez.A mãe dele diz que ele quer falar comigo, mas ele não

fez nenhuma tentativa de aproximação, mesmo sabendo como me encontrar.

O que devo fazer?

Sempre que você discute com seus pais os problemas entre você e seu marido, comete um erro, pois os pais sempre ficarão com a impressão e imagem que recebem em que a “sempre menina pequena e indefesa” está sofrendo nas mãos do marido.

No passado, você deixou transparecer os motivos e aceitou a interferência deles.

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

O silêncio constante do seu marido torna evidente a sua inabilidade em discutir e resolver os problemas diretamente com ele.

Para reconquistá-lo, engula seu orgulho. Apanhe o telefone e ligue pra ele. Reforce o fato de que você reavaliou o relacionamento e pergunte se não pode se encontrar com você para discutirem sobre os motivos dos conflitos. Inclua na conversa a promessa de cortar seu cordão umbilical com seus pais.

...

Eu estou em um relacionamento maravilhoso com uma mulher. Porém ela está muito acima do peso.

Nós nos divertimos muito juntos. Tenho muito carinho e confiança nela e falo com ela dos meus sonhos sem medo nenhum. Contudo um contato físico me deixa sempre apreensivo. Eu procuro sempre me cuidar para manter boas condições físicas. Será que estou sendo demasiadamente reticente? Como dizer que ela está acima do peso sem afetar seu amor próprio? Será que isso poderá quebrar o sentimento que existe entre nós?

Não há dúvida que a aparência física é uma parte considerável no jogo da sedução. Para muitos homens é o primeiro critério de atração. Por outro lado, a maioria das mulheres vê mais importância na parte emocional do homem, tal como o seu interior, o seu romantismo e suas demonstrações de consideração e respeito.

Se você esfriar os seus sentimentos sem que ela saiba o porquê, talvez ela se responsabilize por isso, o que seria um erro. Apesar de tudo, essa é uma decisão sua e não dela. Uma vez que avalie seus sentimentos, pode decidir se seu pedido merece consideração e se é bom pra ela.

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

Caso você resolva agir dessa forma, faça da maneira mais carinhosa e amorosa possível.

No começo ela poderá se sentir magoada e até com raiva. Mas, mais tarde poderá decidir pelo seu pedido para que o relacionamento cresça ao invés de sucumbir.

Sua honestidade também poderá alertá-la tornando o controle do peso um objetivo pessoal.

Seus desejos serão melhor atendidos se partirem de maneira amorosa e com a esperança de um futuro de felicidade juntos.

...

Sou uma mulher de 29 anos. Na noite passada tive um sonho com um amigo. Foi um sonho erótico. Agora

eu não consigo parar de pensar nele.Hoje, indo para o trabalho, passei em frente a sua casa.

Será isso uma reação do sonho?Queria muito poder visitá-lo, mas odiaria arruinar três

anos de namoro sério em troca de um caso amoroso.

Você está certa. Uma fantasia sexual com um amigo, obviamente, não é razão para descartar alguém que demonstrou a você amor, respeito e confiança nesses três anos.

De fato, o termo amigo descreve muito mal alguém que sugeriria segundas intenções em uma escapada noturna.

Faça um favor a você mesma e mantenha as suas fantasias no lugar a que pertencem: a sua imaginação. Com o tempo, você se sentirá grata por isso.

...

Há três meses saí com alguém e há dois meses estamos morando juntos. Você acha que estamos

indo rápido demais? A todos que eu pergunto dizem que

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

sim, mas eu penso que, uma vez que haja amor, nenhuma outra opinião importa exceto a própria. Estou certa em pensar assim?

Isso não importa agora. Não depois que vocês já se mudaram para a mesma casa. Porém, é o melhor momento para você determinar se é a pessoa certa para viver o resto da vida.

Mesmo que você ache que é a pessoa certa, espere mais um ano para definir o casamento. Um ano a mais não fará diferença. Durante esse tempo, você poderá observar se as qualidades demonstradas são as que você procura em um marido: carinho, afeto, compatibilidade de gênios e paixão.

Se nada disso ele lhe oferecer, terá aprendido com a oportunidade e estará melhor preparada para discernir situações similares nos relacionamentos futuros.

Você não tem nada a perder em ir mais devagar. De fato, quando estamos apaixonados, o tempo não tem significado.

...

Eu tenho 18 anos e peso 130 quilos. Jamais consegui me relacionar com uma mulher por mais de um

mês. Isso me dá um certo complexo. Fica difícil sair junto com outras pessoas, pois me preocupo com a aparência.

Como posso encontrar alguém que me ame como eu sou?

A aparência visual será sempre uma parte da atração humana. Isso é um fato. Mas você deve entender que a nossa aparência não é necessariamente como nós nos vemos, mas como nós nos apresentamos diante das outras pessoas. Ou seja, antes que os outros reparem na gente, é preciso que nós mesmos nos analisemos.

As mulheres costumam enxergar mais o interior e os sentimentos do que os homens. Sua vida é um presente divino

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

e afortunada é a pessoa que te conhece por dentro. Analise as vantagens de todas as coisas maravilhosas

que você tem dentro de si mesmo e deixe os outros saberem que você sabe amar e ser amado.

...

Aproximadamente há um ano meu marido quis a separação. Nós relevamos algumas coisas, mas

desde então penso que é somente uma questão de tempo.Tenho observado, ultimamente, que ele chama sua mais

nova assistente fora do horário de trabalho e conversa com ela pelo celular nos finais de semana, sempre do lado de fora de casa.

Chegou a um ponto que eu posso até prever quando o telefone vai tocar. Coincidência ou não, ele sai, para fora de casa, e um minuto depois o celular dele toca.

Quando lhe perguntei sobre isso, disse que as ligações eram sobre trabalho ou para acertar datas de jogos para seu filho (que integra uma equipe de futebol), como se eu não percebesse que todas as ligações foram atendidas longe de mim.

Pedi que a convidasse a vir com seu filho em casa, mas sua resposta foi não. Disse que não quer misturar as coisas e insiste que não está fazendo nada de errado. Porém, não estou convencida. O que posso fazer?

Você, certamente, está desorientada. Sem poder confiar nele, seu casamento estará sempre em perigo. Para recon-quistar essa confiança tem que haver o desejo mútuo de manter a união.

A primeira coisa a fazer é, com calma e com a cabeça fria, explicar que você, nesse tempo todo de união, tem tido dificuldades em confiar nele visto as suas atuais ações. Pergunte-lhe se está disposto a trabalhar junto com você e

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

fazer o que for necessário para reconquistar a sua confiança. Um componente importante pode ser um mediador. Um terapeuta especializado que pode facilitar e orientar nos pontos de acordo e desacordo, mostrando os tópicos a serem repensados nessa união.

Você tem muito a aprender. Para conservar sua união, deve cuidar disso o mais rápido possível.

...

Meu marido e eu temos 65 anos. Nos últimos 18 meses falamos sobre o divórcio

ao menos três vezes,mas sempre um dos dois acabou retrocedendo. Ele disse que não está feliz

Começou um relacionamento platônico com uma colega de trabalho. Algo além de uma simples amizade, embora não haja sexo. Ele tem problemas de saúde e por isso já não fazemos sexo há 8 anos.

Dois terapeutas disseram que ele está atravessando a “crise da meia idade” e que levará algum tempo para uma nova mudança.

Ele admitiu uma vez que gostaria de recuperar sua juventude. Disse também que gostaria de dar um tempo sozinho para poder fazer o que quiser. Mas eu nunca o impedi de fazer qualquer coisa!

Nossos filhos estão decepcionados com ele. Odeiam a maneira como ele me magoou após 30 anos de união.

Ele diz que gosta de mim, mas nunca disse “eu te amo”. É possível passar por cima de tudo e começar de novo?

Sim, é possível passar por cima de tudo isso se for o desejo de ambos. Mas primeiramente terá que suportar a dor e o temor de assumir novo rumo em sua vida. E fico feliz por você estar seguindo os conselhos de um terapeuta.

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

As ações e as palavras do seu marido indicam que ele está procurando o crescimento emocional e neste momento sente que não pode encontrar isto com você.

Uma possível solução é uma separação experimental.Quanto aos seus filhos, querem protegê-la, mas sua

raiva pode colocar seu marido na defensiva e afastá-lo ainda mais. Agradeça-lhes pelo suporte e incentivo que lhe dão, mas peça-lhes que suportem, sem intervenção.

Tanto tempo de convivência não permitirá desabar a união em um mês ou um ano.

Confie no amor que vocês compartilharam e busque os conselhos de um profissional para garantir, temporariamente ou permanentemente, o relacionamento da melhor forma possível.

...

Eu tenho 17 anos e meu namorado 18. Seus amigos não prestam. Bebem excessivamente e

usam drogas. Eu não quero isso para nós.Nossa discussão mais recente foi por esse motivo. Ele

insistiu que eu fosse com ele numa roda de drogas.Eu ameacei deixá-lo se fizesse isso. Ofendeu-me com

palavrões que me deixaram louca de raiva a ponto de eu cuspir em sua cara. Ele então apertou minha garganta com seu braço até quase me sufocar.

Para encurtar a história, eu fui até a polícia e registrei queixa.

Sei que não é suposto que eu volte a falar com ele, mas eu não sei se consigo. Devo manter a relação e tentar tirá-lo disso ou a violência vai se agravar ainda mais?

Vamos colocar as coisas da seguinte forma. O garoto que você ama tem amizade com pessoas que você considera

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

sem caráter. Ele não tem nenhum respeito por você, usa drogas, ofende-a com palavrões e tenta estrangulá-la.

O que a faz pensar que você merece isso?Eu acho que você merece coisa melhor. Ligar-se a um mau-caráter é não ter auto-estima e não

se valorizar. Ficando com ele estará se igualando a ele.Faça um favor para você mesma. Saia desse caminho

enquanto pode. Se ele a ama com certeza, e se importa mesmo com você, há de provar tratando-a com o respeito que você merece e procurando pessoas de bom caráter onde haja o respeito mútuo.

Os melhores relacionamentos acontecem quando há resistência na conquista. E esse é o momento certo para resistir.

De duas uma: ou você consegue que ele aceite mudar ou saberá que o melhor a fazer é seguir sem ele.

...

O que fazer quando se está casada com um homem que quer dominá-la constantemente e quer que

tudo seja do seu jeito?

É difícil determinar a extensão do problema com tão poucas informações. Porém, vou tentar responder sua dúvida.

Seu marido, certamente, pode ter o controle algumas vezes, mas não todas as vezes.

O que quer que seja não passou a acontecer da noite para o dia e nem uma ou duas vezes apenas.

O que me parece é que você deixou que começasse assim no passado e que se tornasse comum.

É preciso analisar todo o histórico para mudar a situação o mais cedo possível.

Faça a seguinte tentativa: primeiramente, se ele insistir para que você aceite a sugestão dele, ouça-a e faça perguntas

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

baseadas em seus interesses. A seguir, agradeça-o pela sugestão. Na seqüência, lembre-o que ambos devem decidir juntos e que você gostaria muito que ele também ouvisse a sua opinião. Quando ele consentir, o que deve acontecer, esboce suas idéias de uma forma pouco emotiva, e inclua detalhes que ele possa achar favoráveis. Nesse momento, o resultado acordado deve ser realizado por ambos.

Se ele recusar, terminantemente, ouvir sua sugestão, faça perguntas até que ele esclareça o porquê. Então, delicadamente e calmamente, discuta assuntos adicionais. Fure sua couraça até que ele abra seu coração e aceite também suas idéias.

Se nada disso adiantar e ele continuar a insistir que só a sua maneira é a única certa, peça que conversem a respeito junto a um terapeuta.

Nenhuma das sugestões será fácil de trabalhar. O objetivo é ficar longe de um “duelo de vontades” e não isolar suas próprias opiniões.

Conquistando esse espaço, você passa a fazer valer também suas vontades e eu tenho certeza que conseguirá o respeito dele.

...

Tenho mais de 30 anos, duas crianças, mas nunca fui casada.

Quando saio com minhas amigas, ao contrário delas, não consigo um rapaz como companhia.

Adoraria ter alguém com quem compartilhar no final da vida, mas sinto que isso jamais acontecerá.

Não tenho habilidades para conquistar os homens que me atraem. De fato, eu pouco agrado um homem quando estou com ele.

Eu tentei buscar um casamento, mas não tive sucesso.

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

Tenho sorte realmente por ter amigos e familiares que sempre tentam me ajudar.

Será que faço algo errado? Ou meu jeito de ser é que não agrada?

Muitas pessoas, tanto homens quanto mulheres, já me trouxeram problemas semelhantes. Portanto, você não é a única. Há milhares de pessoas maravilhosas que enfrentam as mesmas situações.

Você acabou por se convencer que o amor só acontece para os outros. E a cada vez que você se frustra, mais se convence disso.

Meu conselho é para que você não fique ansiosa na presença de um homem. Procure relaxar. Não demonstre expectativa acima do normal. Tranqüilize-se e deixe seu coração e sua mente abertos às muitas possibilidades e oportunidades que a cercam. O universo social vai muito além do seu convívio. Em sua comunidade ou mesmo em outras localidades têm grupos de interesses comuns e que têm suas reuniões e encontros. Juntos desenvolvem projetos e trabalhos que podem combinar com seus interesses. Participar deles pode lhe dar novos amigos de estilos e interesses sociais comuns.

Não procure o homem perfeito. Pelo contrário, direcione suas energias nas coisas próprias do seu mundo. Minha suposição é que a pessoa certa acabará por encontrá-la.

...

Eu tenho 19 anos e meu namorado também. Quanto tempo ainda você acha que devemos esperar para

nos casarmos?Você acha que somos demasiadamente novos?

Sim. Em minha opinião vocês são muito novos.

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

O que acontece é que dois jovens apaixonados, por quererem passar todo o tempo juntos, não percebem que deixam para trás uma das melhores fases da vida.

As estatísticas mostram que a maior porcentagem de separações ocorre entre casais que se casaram antes dos 26 anos.

E por que isso ocorre? É que essa é a fase em que nos descobrimos. Poucos de nós, nessa fase, sabem o bastante de si. Quem são realmente e o que querem da vida.

Uma relação a dois nessa fase, muitas vezes, impede que façamos essa viagem interior.

No seu caso, eu sugiro aguardar mais um tempo para o casamento. Uns quatro anos pelo menos.

Se durante esse tempo seus interesses divergirem, você evitará a dor do divórcio. Caso os objetivos da vida permaneçam compatíveis, o relacionamento já terá sido testado muitas vezes e a união terá bases fortes para uma longa duração.

...

Só porque somos casados, meu marido pensa que pode tocar em mim sempre que quer, em qualquer

lugar e em qualquer momento. Algumas vezes tenta ser rápido para que eu não perceba a tempo de me defender. Não gosto quando ele faz isso. Coloca sua mão entre a cadeira e eu quando vou me sentar, ou coloca sua mão embaixo da minha roupa quando estou dirigindo. Eu não gosto e perguntei a ele como se sentiria se eu fizesse igual. Respondeu-me que adoraria e eu acredito. Por esse motivo tenho me recusado a sentar ao lado dele. Eu já me indispus com ele mas nada adiantou.

Desde o nascimento de nosso filho, há 6 meses, nós não fazemos sexo. E agora tenho que cuidar de sua “mão boba”.

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Nós participamos de reuniões de aconselhamento antes, por causa do temperamento dele e de seu desejo sexual. Nós podíamos aproveitar o que aprendemos. Eu não quero andar me esquivando dele, mas estou vendo que não há outra alternativa.

Eu espero que haja respeito para a proteção do nosso amor.

Você pode me dar algum conselho?

Seu comportamento tem bases, provavelmente, em alguma situação de raiva não resolvida.

Essa sua atitude de repulsividade é prova de sua inabilidade em controlar seus impulsos. Não é saudável e você tem que superar isso. A frustração sexual pode ser uma das muitas razões para sua raiva.

...

Meu marido e minhas filhas, já adolescentes, estão muito magoados porque minha irmã mais velha

diz que nós somos uma família de “pés-rapados”.Ela diz isso por termos poucos recursos e usarmos

roupas simples.Como se não bastasse, soube que meus pais e minha

outra irmã concordaram com ela durante uma conversa.Os feriados de final de ano estão chegando. Como posso

estar com eles sabendo o que pensam e dizem a meu respeito? Como eliminar esse mal-estar?

Você tem toda razão de estar magoada com sua irmã. O que disse sobre vocês foi rude e maldoso.

Na realidade, as pessoas deveriam ser julgadas pelas ações e não pelas aparências.

Nesse momento, o melhor a fazer é evitar confrontos em

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

relação ao seu comportamento insano. Não se deixe atingir. Coloque-se acima disso. Dessa forma, você e sua família demonstrarão a todos o que verdadeiramente conta: afeto, consideração e respeito para com aqueles que você ama.

...

Eu tenho 50 anos e estou profundamente envolvida com um homem de 32. Este tem sido, absolutamente,

o relacionamento mais maravilhoso que já tive. Embora eu tenha sido casada antes, pelo contrário, ele nunca se envolveu profundamente com qualquer outra pessoa.

Eu nem consigo acreditar em como tudo tem sido incrível desde o primeiro dia. É como se fôssemos feitos um para o outro. Embora eu acredite que todos têm sua alma gêmea, eu nunca pensei que encontraria a minha. Interessante é que ele sente o mesmo. No momento estamos pensando em nos casar.

Apesar de nenhum de nós sentir a diferença de idade como empecilho, eu tenho no meu íntimo que isso possa se tornar um problema no futuro.

Essa diferença pode, realmente, atrapalhar o casamento?

A sociedade assumiu, como convensão, a idéia do homem ser o mais velho entre um casal. Mas, o inverso não traz nenhum transtorno. Basta que ambos estejam dispostos a ignorar o que os outros possam pensar e que ele compreenda que o fato de ser mais novo não impeça que o relacionamento prospere. De qualquer forma, você parece estar decidida.

Eu não tenho que lhe dizer que uma diferença de idade de 18 anos pode gerar diferenças físicas e emocionais ao longo dos diversos estágios de uma vida a dois. Porém, se você reconhece esse problema e consegue imaginar o que vem no futuro e já pensou sobre isso, vá em frente. Somente

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

o tempo poderá dizer se os dois corações permanecerão fortemente ligados.

...

Sou casada há mais de 18 anos. Quando conheci meu marido eu era virgem. Tinha apenas 16 anos.

Logo após nossa união, meu marido pediu que eu fizesse amor com um de nossos amigos comuns enquanto ele observava. Disse que queria que eu tivesse certeza de que ele era melhor que qualquer outro, visto que eu jamais tivera outro homem.

A maioria dos homens jamais tomaria tal atitude só para convencer suas esposas de que são melhores. Em todo caso isso passou. Parou de acontecer porque nosso amigo quis ir a nossa casa estando meu marido no trabalho. Mais tarde recomeçou. Há pouco mais de um ano eu pus um basta em tudo.

Agora, cada vez que meu marido e eu estamos fazendo amor discutimos por esse motivo, pois ele insiste em trazer o amigo de volta a nossa cama.

Eu pedi a ele inúmeras vezes que não tocasse mais nesse assunto quando estamos juntos, porque isso tira todo o clima.

Acontece que esse amigo está toda hora insistindo. Não sei mais o que fazer. Sinto-me pequena por dentro e se ele continuar insistindo no retorno do amigo, não acredito que nossa união terá longa duração.

Que conselho você pode me dar?

Quando tudo começou, você era muito ingênua e talvez, por isso, tenha aceitado outro homem com vocês. No entanto, analisando a relação, podemos supor que você manteve a condução por estar disposta a assumir dois homens. E se todos aceitaram a condição, seu marido não pode assumir

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

toda a responsabilidade.De uma forma ou de outra a decisão é sua. Só você tem

o direito de decidir com quem vai dividir sua “cama”.Caso seu marido necessite de um incentivo sexual,

faça-o saber que você está disposta a lhe dar o amor, reconhecimento e todo o prazer que ele procura, mas sem a presença de outro.

Caso ele entenda e aceite, sugira que procure um terapeuta. Assim você pode encontrar o suporte necessário para redirecionar a relação.

...

Eu tenho uma união muito boa, com exceção de um único ponto: meu marido passa a maior parte dos

finais de semana na casa de seus pais.Eu tenho um bom relacionamento com eles, mas isso

me incomoda.Ele ajuda seus pais, não tem vícios, mas me chateia

muito não ocupar seu tempo, nos finais de semana, junto a nossa família.

Nossas duas crianças estão crescendo e precisam dele em casa também nessas horas e não apenas nos dias de semana à noite.

Ele diz que não mudará. Isso me magoa muito. Alguma sugestão?

É admirável que seu marido cuide da velhice dos pais e, pelo que suponho, você não tem nada contra.

Ao mesmo tempo, ir na casa deles todo final de semana, você acha um pouco demais. Parece que está procurando uma desculpa para ficar longe da família. Por outro lado, pode ser que ele tenha algumas dificuldades em conviver com essa sensação nova. A sensação de ser pai talvez o incomode. É

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

preciso estabelecer uma ligação entre os avós e suas crianças e você não tem nenhuma idéia em como e por onde começar.

Para ajudá-lo faça o seguinte: primeiramente peça que reserve uma manhã de cada final de semana para cuidar das crianças, a fim de lhe dar tempo para fazer algo para si mesma. Isso lhe dará a oportunidade de interagir com as crianças. Assim, ele aprenderá fazendo. Em seguida, peça a ele para ficar com vocês um dia no final de semana ou em finais de semanas alternados. Diga a ele para convidar seus pais a virem em casa ao menos um dia, em finais de semana, por mês. Isto afasta sua desculpa de ir sempre lá e dá aos avós tempo com os netos.

Prestar a atenção na interação de seus pais com os netos será uma boa lição para ele.

Finalmente, encontre uma babá confiável e combine ao menos um final de semana para sair com ele à noite.

Estas dicas vão lhe ajudar a conquistar seu verdadeiro objetivo que é mantê-lo mais participativo em relação à família.

...

Eu sou apenas uma menina, mas já conheço muito da vida, das coisas que me rodeiam e de meus

sentimentos.Eu estou em um relacionamento, não sexual, mas íntimo

no sentido de que nós temos sentimentos um para com o outro.Eu não penso em fazer sexo dado a minha idade e as

conseqüências disso.Por outro lado, eu penso também que as pessoas da

minha idade fazem esse tipo de coisa e meu namorado pode querer isso de mim.

Eu não estou dizendo que não quero fazer, mas é que eu ainda não sei se estou preparada e se quero isso agora.

Existe algo que você possa dizer para me ajudar?

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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.

Há dois tipos de intimidade: emocional e física. Para uma relação duradoura, ambas são necessárias. E o conhecimento desses sentimentos vem somente com os anos e com a descoberta de si mesma. Também é importante ter relacionamentos variados e outras experiências de vida.

Muitos homens buscam a relação física antes que se estabeleça uma relação emocional. Já as mulheres necessitam de envolvimento emocional antes de partirem para um contato físico.

Não importa como você é e quantos anos tem. O que importa é que você nunca faça qualquer coisa que a incomode. Os verdadeiros amigos entendem isso. Aqueles que a amam não a incentivariam a fazer qualquer coisa que fosse contra os seus princípios ou vontades.

Lembre-se que o amor verdadeiro é aquele que sabe esperar o momento certo para se entregar.

Diga a ele que se os sentimentos são verdadeiros saberá esperar o momento certo.

Minha suposição é que se há sentimentos reais, ele há de esperar você estar pronta. Do contrário, saberá tirar suas conclusões e buscar novos caminhos.

Page 125: Perguntas .fazer

Talvez você não tenha encontrado nesse trabalho

respostas a algumas de suas perguntas. No entanto,

sempre haverá outra oportunidade.

O relacionamento entre as pessoas é muito complexo e há

muito ainda a se saber a respeito do comportamento humano,

e é exatamente isso, essa diferença entre uma pessoa e outra,

que faz do ser humano algo tão fantástico e tão fascinante.

Page 126: Perguntas .fazer

ISBN 85-87916-35-1

Perguntas que você gostaria de

fazer, mas tem receio de ouvir as

respostas trata de questões polêmicas

e profundas do ser humano com as

quais nos deparamos todos os dias.

Omar Carline Bueno é psicanalista e, neste sentido,

busca revelar as respostas dessas questões, geralmente

às nossas vistas, apenas tirando o fino véu que as

acoberta, sem dó.

O livro é uma somatória dos casos que o autor teve

contato ao longo de sua experiência clínica, bem como

conversas via e-mail, [email protected], onde os

internautas o consultavam para alívio, ou arrepio!, de

suas consciências. A gama de assuntos vai desde o

relacionamento de uma mãe superprotetora com sua

filha oprimida, até a dúvida acerca do que é fidelidade

conjugal, passando por pacientes com tendências

suicidas, entre outros.

Com certeza você se encontrará em alguma das muitas

questões aqui elucidadas pelo autor, mas é preciso ter

coragem para encarar o desafio.