Perimetro Escrotal e Idade a Puberdade Em Ovinos M

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    Permetro escrotal e idade puberdade emovinos Merino Australiano submetidos adiferentes regimes alimentares

    Article in Acta Scientiarum Animal Sciences January 2005

    DOI: 10.4025/actascianimsci.v27i4.1179

    READS

    66

    5 authors, including:

    Antonio Bento Mancio

    Universidade Federal de Viosa (UFV)

    84PUBLICATIONS 268CITATIONS

    SEE PROFILE

    Rafael Henrique De Tonissi e Buschinelli de

    UFGD - Universidade Federal da Grande Do

    82PUBLICATIONS 135CITATIONS

    SEE PROFILE

    Available from: Rafael HenriqueDe Tonissi e Buschinelli de Goes

    Retrieved on: 14 June 2016

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    Acta Sci. Anim. Sci. Maring, v. 27, n. 4, p. 449-457, Oct./Dec., 2005

    Permetro escrotal e idade puberdade em ovinos Merino

    Australiano submetidos a diferentes regimes alimentares

    Antonio Bento Mancio1, Luciane Lomas Santiago

    1, Rafael Henrique de Tonissi e

    Buschinelli de Goes2*, Leonardo Franco Martins

    2e Paulo Roberto Cecon

    3

    1Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viosa, Av. P.H. Rolfs, s/n, 36570-000, Viosa, Minas Gerais, Brasil.2Universidade Estadual de Maring, Cmpus Regional de Umuarama, Av. Colombo, 5790, 87020-900, Maring, Paran, Brasil.3Departamento de Informtica, Universidade Federal de Viosa. * Autor para correspondncia [email protected] [email protected]

    RESUMO. Testou-se a hiptese de que animais bem alimentados durante a vida fetal edurante o perodo ps-parto apresentariam melhor desempenho reprodutivo que aqueles comalimentao restrita durante a vida fetal e/ou no ps-parto, sendo animais com menor idade

    puberdade. Utilizaram-se 120 ovelhas Merino Australiano prenhes com 60 dias de gestao,distribudas em fatorial 2x2, com quatro nveis nutricionais, tendo metade de seus gruposinvertidos. Os animais foram pesados no nascimento, e as ovelhas que pariram fmeas forameliminadas e os machos identificados por brincos de cores diferentes (laranja, roxo, preto everde) e distribudos entre os tratamentos. O escore corporal manteve as mesmas relaesobservadas para o peso corporal entre os grupos. Os animais de brinco preto apresentarammenor permetro escrotal aos 132 dias, com maior crescimento escrotal, decorrente damelhora nutricional desses animais em determinados perodos. Como condio de escorecorporal, o permetro escrotal manteve a mesma relao entre os grupos, como observado parao peso corporal, com o grupo laranja com maior permetro, seguido pelo grupo roxo, peloverde e pelo preto. Apenas 62,5% dos animais manifestaram puberdade at o final doexperimento. Os animais atingiram a puberdade com escore, com permetro e com idadesemelhantes, entretanto tiveram pesos diferentes.

    Palavras-chave :escore corporal, lupins, no-pberes, pberes, restrio alimentar.

    ABSTRACT. Scrotal perimeter and age of puberty in Australian Merino Sheep,

    submitted to different alimentary strategies. The hypothesis that animals well fed duringthe fetal life and in the post parturition would present better reproductive performance thanthose with restricted feeding, during the fetal life and/or in the post parturition wasexperimented pointing out that younger animals reach puberty first. One hundred and twentypregnant Australian Merino sheep were used on the 60th day of gestation, distributed in a 2x2factorial, with four nutritional levels, half of groups being were inverted. Birth weights wererecorded. The females were eliminated and the males were identified by using earrings ofdifferent colors (orange, purple, black and green) distributed among the treatments. Bodyscore maintained the same relations that were observed on body weight. Animals with blackearring presented smaller scrotal perimeter on the 132ndday, with larger scrotal growth, due tothe nutritional improvement of those animals on specific periods. As a condition of corporalscore, the scrotal perimeter maintained the same relationship among the groups observed forthe body weight: the orange group presented the highest perimeter, followed by the purple,green and black group. Only 62.5% of the animals reached puberty until the end of theexperiment. Animals reached puberty with the same score, scrotal perimeter and age, albirtthey presented different weights.

    Key words:corporal score, lupins, no pubescent, pubescent, alimentary restriction.

    Introduo

    A eficincia reprodutiva considerada umaimportante caracterstica econmica, determinandoa taxa de desfrute de um rebanho (Faria , 1999).Ovinos da raa Merino Australino apresentam

    baixo desempenho reprodutivo (Martin et al.,1990). A idade puberdade um fator gentico

    que determina a eficincia reprodutiva, podendo

    ser influenciada por fatores externos, como anutrio e o fotoperodo.

    Segundo Martin et al.(1990), o fotoperodo umprevisor fidedigno em ovinos da raa Merinooriundos da regio Mediterrnea; contudo a pressode seleo dada pela nutrio. A alimentao o

    principal fator envolvido na idade puberdade,

    determinando a eficincia reprodutiva nas diversas

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    fases da vida, a mais importante causa de reproduosazonal, tpica de regies de clima temperado(Ferreira, 1991; Bronson, 1998).

    A estacionalidade na produo de forragens, com

    grande produo no perodo das guas (cerca de 80%)e deficincia no perodo das secas, reflete, de maneirasignificativa, na produo animal, sendo,

    provavelmente, a insuficiente ingesto de calorias(energia) e de protenas o mais srio problemanutricional que leva a falhas reprodutivas (Moreira,1987; Faria, 1999). A severa restrio dessescomponentes resulta em atraso na puberdade; porisso, torna-se necessria a suplementao mltipla naseca para os animais a pasto (Zanetti et al., 2000).

    Martin et al. (1999), estudando o comportamentodas raas Merino oriundo de regio mediterrnea eSuffolk oriundo de regio temperada - sob um

    constante tratamento nutricional e ciclo fotoperidico,na regio mediterrnea, de 14 horas-luz durante doisanos consecutivos - observaram que animais da raaMerino apresentaram dois meses de diferena emrelao raa Sulffolk, indicando falta de relativadependncia de Merinos ao fotoperodo, combinadocom sua habilidade em exibir uma rpida e extensaresposta reprodutiva s mudanas no suprimentoalimentar.

    A nutrio adequada importante para odesenvolvimento sexual do feto, visto que restriesalimentares durante esse perodo levariam a

    problemas ao longo da vida do animal (McMillen et

    al., 2001). O efeito da nutrio fetal nos parmetrostesticulares de cordeiros, cujas mes receberamdiferentes nveis de energia metabolizvel (70 vs.110% EM), no apresentou diferenas nos nveis deFSH, no peso testicular e no dimetro dos cordestesticulares primrios, mas diferenas no peso aonascer, no volume dos cordes testiculares primrios,

    bem como no nmero das clulas de Sertoli aonascimento. Isso pode limitar a capacidade para

    produo espermtica e para fertilidade, sendo que asclulas de Sertoli so um forte candidato para a

    programao fetal no desempenho e altamentecorrelacionada com o tamanho testicular adulto e com

    a taxa mxima de produo de clulas germinativas(Bielli et al., 2002).

    A maioria das pesquisas com mecanismosfisiolgicos sobre estao de acasalamento concentrada no fotoperodo, no sendo as maisapropriadas aos ovinos que habitam a zona entre 35oSe 35oN. Nesse ambiente, os requerimentos nutritivos

    para o ciclo reprodutivo ocorrem em momentosdiferentes ao suprimento do pasto (Martin, et al.,1994, 1999).

    Dessa forma, o efeito da variao nutricionaldurante diversos perodos pde elucidar algunsmecanismos endcrinos que estariam envolvidos no

    desenvolvimento da puberdade. Testou-se a hiptese

    de que animais bem alimentados durante a vida fetal enoperodo ps-parto apresentariam melhordesempenho reprodutivo do que aqueles comalimentao restrita durante a vida fetal e/ou no

    perodo ps-parto, sendo animais com menor idade puberdade.O experimento teve como objetivo avaliar os

    efeitos dos diferentes nveis de alimentao sobre opermetro escrotal e a idade puberdade de cordeiros.

    Material e mtodos

    O experimento foi conduzido na fazendaexperimental da University of Western na Austrlia.O clima predominante era tipo mediterrneo, comvero seco e com inverno mido, sendo a mdia dechuvas de 600 mm/ano.

    Foram utilizadas 120 ovelhas Merino Australianocom 60 dias de prenhs e com 5 a 6 anos de idade.Aos 90 dias de gestao, esses animais foram pesadose distribudos ao acaso em dois piquetes, com baixa ealta disponibilidade de matria seca (MS),respectivamente.

    Os piquetes apresentavam diferentes dimenses,tendo o piquete 1, de 2,6 ha, uma maiordisponibilidade de MS. No piquete 2, de 7,4 h,ficaram os animais expostos baixa disponibilidadede MS. As ovelhas permaneceram nos respectivos

    piquetes por 60 dias, sendo pesadas novamente umms aps a alocao, para se detectar a eficcia do

    tratamento imposto. Os piquetes apresentavam asseguintes constituies: piquete 1 - 50% Loliumrigidum e Hordeum vulgare, 30% Trifoliummichelianum e 20% Arctotheca calendulae phanusraphanistrum; piquete 2 - 40% Lolium rigidum e

    Hordeum vulgare, Miscanthus sinensis e Bromussterilis, 30% Trifolium subterraneum e 30% Arctotheca calendula .

    O experimento foi desenvolvido em umdelineamento fatorial 2x2, para se compararem quatronveis nutricionais , tendo metade de seus gruposinvertidos, de forma que, ao final, apresentavam-sequatro tratamentos, com diferentes nveis

    nutricionais: baixo -alto, alto-alto, baixo -baixo e alto-baixo.Sete dias antes do incio dos partos, os piquetes

    foram divididos com cercas, para se ter reas com asmesmas dimenses. Os animais foram pesados nonascimento e permaneciam nos mesmos piquetes emque estavam as ovelhas-me. As ovelhas que pariramfmeas foram eliminadas do experimento juntamentecom suas crias.

    Ao final dos nascimentos, os machos foramidentificados por brincos de cores diferentes e ascercas foram removidas. Os animais de cada piqueteforam misturados de forma que um mesmo piquete

    apresentasse dois tratamentos, os quais, durante a

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    gestao, eram diferentes. Os tratamentos foram osseguintes: BL (brinco laranja) baixa MS durante osltimos 60 dias de gestao; aps o nascimento,receberam o mesmo nvel nutricional ou um nvel

    nutricional superior ao dos animais do piquete 2; BR(brinco roxo) alta MS durante os ltimos 60 dias;aps o nascimento, receberam o mesmo nvelnutricional ou um nvel nutricional superior ao dosanimais que estavam no piquete 2; BP (brinco preto)

    baixa MS durante os ltimos 60 dias; aps onascimento, receberam o mesmo nvel nutricional ouum nvel nutricional inferior ao dos animais do

    piquete 1 e BV (brinco verde) alta MS durante osltimos 60 dias de gestao; aps o nascimento,receberam o mesmo nvel nutricional ou um nvelnutricional inferior ao dos animais do piquete 1.

    Considerando a oferta de pastagem e a demanda

    dos animais em pastejo, foi feito um ajuste nutricionalcom a utilizao de gros de lupins Lupinusangustifolius, leguminosa com 30% de PB e 80% dedigestibilidade (Blache et al., 2000 a,b), comosuplemento.

    As coletas de amostras das pastagens paradeterminao da disponibilidade de matria seca e deteores de protena bruta foram realizadas nos mesesde setembro (durante a lactao), abril (final do

    perodo seco), maio (meados do perodo chuvoso) ejunho (fim do perodo chuvoso). As coletas foramfeitas com quatro quadrantes de 0,3 m2/cada/piquete.As amostras foram pesadas a fresco e levadas estufa

    sob temperatura de 80oC durante 24 horas. Asamostras foram modas em peneira de 1 mm eenviadas para anlise de nitrognio (Tabela 1). Oexperimento foi constitudo de oito perodosdiferentes:

    Perodo 1 Da gestao ao nascimento, com aalimentao baseada unicamente em pastagem;

    Perodo 2 Do nascimento at os 146 dias deidade, com alimentao constituda apenas por

    pastagem, sem diferena entre a disponibilidade dematria seca. O piquete 1 apresentava 2.615 kgMS/ha e o piquete 2, 910 kg MS/ha com teores dePB de 14,03% e 17,75%, respectivamente;

    Perodo 3 Dos 147 dias aos 188 dias de idade.Nessa fase, os animais passaram a recebersuplementao base de gros de lupins, em que osanimais dos tratamentos BL e BR receberam 300g/cab/dia, e os animais dos tratamento BP e BVreceberam 150 g/cab/d;

    Perodo 4 Dos 189 dias aos 244 dias de idade,os animais de ambos os piquetes passaram a recebersuplementao de 300 g/cab/d de gros de lupins;

    Perodo 5 Dos 245 dias aos 272 dias de idade,todos os animais recebiam suplementao de 150g/cab/d de gras de lupins e a disponibilidade de MSfoi 2.176 kg MS/ha para o piquete 1 e 1.422 kg

    MS/ha para o piquete 2, e teores de PB de 8,5% e

    10,2% (p0,05)e teores de PB (24,78% e 23,33% PB) para os

    piquetes 2 e 1, respectivamente.

    Tabela 1.Disponibilidade de matria seca (kg/ha), de matria seca

    disponvel (kg) e teor de protena bruta da pastagem.kg MS/ha MS disponvel (Ton) PB/ piquete (%)

    Setembro piq. 1 2.615,00 6,79 14,03Setembro piq. 2 910,00 6,73 17,75Abril - piq. 1 2.176,50 5,66 8,50Abril - piq. 2 1.422,60 10,52 10,20Maio - piq. 1 1.387,70 3,608 19,24Maio - piq. 2 797,50 5,92 22,88Junho - piq. 1 910,75 6,74 23,13Junho - piq. 2 964,00 2,51 23,74

    Aps o desmame, os animais receberam 15gramas/cabea/dia de mistura mineral no cocho. As

    pesagens foram feitas aps o nascimento dos animaise a cada ms de idade, aproximadamente. A partir do

    quarto ms, a pesagem foi feita a cada duas semanas.A avaliao do escore corporal (de 1 a 5, variaode 0,5) foi realizada de acordo com Thompson eMeyer (2004), a partir da quinta pesagem ou quartoms de vida. A medida do permetro escrotal foi feitacom o auxlio de uma fita mtrica, medindo-se aregio escrotal de maior dimetro, a partir do final doquarto ms aps a tosquia da regio do escroto.

    O teste de comportamento sexual foi iniciado aofinal do quinto ms de vida, em semanas alternadascom a pesagem dos animais , sendo os machostestados em ovelhas de estro sincronizado. Essestestes foram realizados durante o perodo seco e

    chuvoso, quando os animais estavam com

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    aproximadamente 12 meses de idade. O teste foiconduzido em galpo fechado para evitar quemovimentos da rea externa tivessem interfernciasobre o comportamento dos animais. Cada borrego

    foi colocado com trs a quatro ovelhas em estro, emuma rea de 2 m2, por cinco minutos. Nesse perodo,foram anotadas as reaes de comportamento sexualdos machos, conforme proposto por Banks (1963) e

    por Parrott e Baldwin (1984). Considerou-se o machocomo pbere a partir do momento em que o mesmofoi apto a realizar uma monta completa, seguida deejaculao por dois testes seguidos. Aqueles animaisque no manifestaram tal comportamentocontinuaram a ser testados at que se manifestassem

    pberes.Todo o experimento foi realizado conforme o

    Cdigo de Prticas formulado pelo Conselho

    Nacional de Pesquisa em Sade Mdica da Austrliae implementado pelo Comit de tica eExperimentao Animal da Universidade do Western.

    As anlises de regresso para escore corporal epara permetro escrotal foram realizadas utilizando-seo programa estatstico SAEG 8.0 (UFV, 2000). Paradeterminados grupos de tratamento, foram utilizadastcnicas de identidade de modelo na anlise deregresso.

    Uma discusso mais detalhada dos dados foi feitacom relao s mdias obtidas e no as estimadas,levando-se em considerao os efeitos biolgicos dasmesmas.

    Para saber se ocorreu efeito ao longo do tempo,dentro de cada perodo, avaliou-se esse parmetrodentro do prprio tratamento entre pberes e no-

    pberes, com base na anlise descritiva para se traarum perfil do pbere e do no-pbere e, com isso,tentar saber qual o principal indicador que diferiudentro do tratamento e fez que uns se manifestassem

    pberes e outros no.

    Resultados e discusso

    As equaes de regresso para escore corporal soapresentadas na Tabela 2. Os animais de brinco

    verde, at os 117 dias de idade, apresentaram maiorescore corporal, em funo da maior produo deleite de suas mes. Aps o desmame, esses animaismostraram uma queda no escore corporal.

    Tabela 2.Equao de regresso ajustada para escore corporal decordeiros, em funo da idade para os respectivos tratamentos ecoeficientes de determinao.

    Tratamentos Equaes ajustadas r2Brinco laranja Y1= 1,45999 + 0,00482472**x 0,73Brinco roxo Y3= 1,03855 + 0,00323707**x 0,52Brinco preto Y2= 1,41728 + 0,00348510**x 0,63Brinco verde Y4= 1,59311 + 0,00281924**x 0,40** significativo a 1% de probabilidade.

    O escore da condio corporal do animal

    correlaciona a composio corporal do animal e suareserva de gordura corporal; porm nem sempre o

    peso corporal representa apenas reserva de gordura,mas tambm massa muscular, crescimento de rgos,

    crescimento sseo, alimento e gua ingerida. SegundoThompson e Meyer (2004), o peso o melhorindicador em um dado estgio de produo, mas huma ampla variao no tamanho do animal entreindivduos e raas; sendo assim, extremamentedifcil usar o peso para determinar a condioapropriada.

    Em linhas gerais, o escore corporal manteve asmesmas relaes entre os grupos como observado

    para o peso corporal. Em uma anlise geral, o BLapresentou escore corporal mais elevado, seguido doBR, do BV e do BP. Por serem animais de maior

    porte, com maior exigncia de mantena, os grupos

    BL e BR apresentaram ganho de peso dos 146 aos188 dias, em conseqncia da suplementao (Tabela3). A suplementao no foi suficiente para recuperarseus escores iniciais, mas sim para manter as reservascorporais constantes.

    Com o decorrer do perodo seco, es ses animaisforam suplementados, mantendo apenas o peso e oescore dos animais. Todavia, no final do terceiro

    perodo, devido ao crescimento dos animais, asuplementao no foi suficiente para atender asexigncias de mantena do grupo BV. Devido deposio de gordura ser mais afetada que a de

    protena, o corpo torna-se mais magro (Hornick et

    al., 2000). Se alimentado ao nvel de mantena, ocrescimento muscular quase nulo, entretanto amobilizao de gordura continua e o peso visceraldiminui acentuadamente, levando, algumas vezes, alterada composio corporal, o que pode tercomprometido o escore corporal dos animais dogrupo BV.

    Tabela 3.Escore corporal dos animais, em funo da idade paradiferentes grupos de tratamento.

    117 dias 146 dias 160 dias 188 dias

    Brinco laranja 2.5 2.0 2.0 2.0

    Brinco roxo 2.0 2.0 2.0 2.0

    Brinco preto 2.0 1.5 1.5 1.5Brinco verde 2.5 2.0 2.0 1.5

    202 dias 244 dias 258 dias 272 dias

    Brinco laranja 2.5 3.0 3.0 3.0Brinco roxo 2.0 2.5 2.5 2.5

    Brinco preto 1.5 2.0 2.0 2.0

    Brinco verde 2.0 2.5 2.5 2.5

    Segundo Thompson e Meyer (2004),ovelhas comescore corporal inferior a 3,0, na estao de monta,so mais responsivas ao flushingdo que aquelas comcondio corporal igual ou superior a 3,0,corroborando os resultados encontrados no presenteexperimento.

    Aos 342 dias de idade, os animais apresentaram

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    escore corporal de 3,0, 2,5, 2,5 e 2,5 para BL, BR,BP e BV, respectivamente. Os animais BL e BRindicaram aumento na condio do escore corporallogo que foram colocados no piquete com maior

    disponibilidade de MS, com suplementao de 300g/dia de lupins. Entretanto, ambos tiveram umareduo no escore, posteriormente. Es sa reduo podeestar associada a maiores exigncias de mantenacomo conseqncia do crescimento dos animais, vistoque tiveram um alto ganho de peso no incio.

    Mudanas a curto-prazo no alteraram o equilbrioentre a energia disponvel e a utilizada, fazendo que oescore corporal permanecesse mais ou menosconstante, uma vez que, o organismo tem estoquesuficiente de gordura para manter-se no caso dequalquer mudana abrupta na ingesto ou no gasto deenergia (Blache et al., 2000a, b; Jackson e Bernard,

    2001).Na Tabela 4, so apresentadas as equaes de

    regresso para permetro escrotal dos animais. Ogrupo BL mostrou maior permetro escrotal inicial.Contudo a taxa de crescimento escrotal dirio foiintermediria entre os animais do grupo BR e BV.Apesar de os animais do BV possurem menor

    permetro inicial, apresentaram maior crescimento dopermetro escrotal quando comparados ao grupo BR.Porm ambos os tratamentos tiveram uma equao deregresso comum, o que explica seus valoresaproximados para o permetro escrotal.

    Os animais BP, apesar de terem apresentado o

    menor dimetro escrotal aos 132 dias, foram os quetiveram maior crescimento escrotal durante oexperimento, decorrente da melhora nutricionaldesses animais em determinados perodos,caracterizando oflushing.

    A ingesto de protenas e de energia influenciaacentuadamente a taxa de produo deespermatozides, sendo maior em ovinos Merinomantidos em um plano nutricional alto (Cameron eTilbrook, 1990). O acrscimo ou a reduo do pesotesticular esteve diretamente relacionado com o pesovivo, porm a variao no primeiro ocorreu maisacentuadamente que no segundo.

    Tabela 4. Equao de regresso ajustada da varivel permetroescrotal (cm), em funo da idade para os respectivos tratamentos ecoeficientes de determinao.

    Tratamentos Equaes ajustadas R2Brinco laranja Y1= 11,3001 + 0,054253**x 0,52Brinco roxo Y3= 3,43784 + 0,0677813**x 0,74Brinco preto Y2= 9,95203 + 0,0531338**x 0,65Brinco verde Y4= 8,66727 + 0,05608**x 0,69** significativo a 1% de probabilidade.

    Como condio de escore corporal, o permetroescrotal manteve a mesma relao entre os grupos,como observado para o peso corporal, com BLapresentando maior permetro, seguido por BR, BV eBP. Os grupos tenderam a responder mais

    prontamente s mudanas da dieta para o aumento dopermetro escrotal que o peso corporal, indicando quea nutrio atuou como fator limitante para ocrescimento testicular; pois, em organismos em

    crescimento, um inadequado suprimento de nutrientesreduz a diviso celular dos tecidos e dos rgos.Esses resultados corroboram os dados encontrados

    por Martin et al. (1990) para os quais , a respostagonadal mais rpida e mais profunda que mudanasno peso corporal ou ocorreram mesmo quando foidifcil detectar mudanas no peso vivo, indicando queo sistema reprodutivo altamente responsivo nutrio.

    A influncia da dieta sobre o permetrotesticular pde ser detectada a partir de 132 dias deidade (Tabela 5). O discreto aumento no permetrotestcu la r para BL e BR ocorreu em decorrncia da

    melhor condio nutricional. J BV e BPapresentaram uma suave queda concomitante diminuio de peso. A partir de 174 dias de idade,os grupos BV e BP mostraram aumento no

    permetro escrota l em conseqncia dofornecimento de lupins no perodo seco. Os gruposmais leves e com menor exigncia de mantenaresponderam melhor e mais rpido suplementao.

    Boukhliq (1993) e Boukhliq et al. (1997)testaram o efeito de diferentes componentesnutricionais no crescimento testicular e observaramque a suplementao com gros de lupins causou

    uma diminuio nas concentraes de GH, masaumentou a freqncia pulstil de LH e asconcentraes de FSH, de glicose, de insulina e de

    prolact ina, sendo que esses efeitos foramassociados com crescimento testicular.

    Aos 258 dias de idade, os cordeiros do grupoBV alcanaram o grupo BR com maior taxa decrescimento escrotal, apresentando maior permetroescrotal aos 272 dias de idade. Essa inverso devalor es do permetro escrotal foi conseqncia dareduo simultnea no fornecimento de lupins emambos os grupos, fazendo que os cordeiros dogrupo BR no conseguissem sustentar a taxa de

    crescimento anterior. Por outro lado, os animais dogrupo BV, apesar de terem o lupins reduzido,estavam alocados em um piquete com maior teorde PB (Tabela 1).

    A partir dos 272 dias de idade, ocorreu aretomada do crescimento do permetro escrotal

    para BL, BR e BV, decorrente de uma nutriomais adequada, fazendo que alguns animaisentrassem em puberdade. A influncia da nutriono aumento de peso corporal e no crescimentoescrotal se tornou ntida a partir dos 328 dias deidade, quando os animais do grupo BR passaram ater uma maior taxa no crescimento do que os

    animais do grupo BV (Tabela 6).

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    454 Mancio et al.

    Acta Sci. Anim. Sci. Maring, v. 27, n. 4, p. 449-457, Oct./Dec., 2005

    Nesse experimento, a nut rio no ps-parto foiimportante para o crescimento do animal como umtodo e, nisso, inclui-se o crescimento somtico e detestculos, e isso pode ser constatado quando se

    compara o grupo BL com os demais. Devido aofato de serem animais os quais vieram de mescom uma nutrio restrita, mas que receberam umanutrio igual ou melhor que a dos animais dosgrupos BV e BP, os animais do grupo BLapresentaram o melhor desempenho.

    Animais de clima mediterrneo, sob condiesa campo, alm do suprimento de alimentos e defotoperodo, ainda esto sujeitos a outros fatoresambientais, tais como temperatura , que podemafetar o eixo reprodutivo, como observado porJackson e Bernard (2001), em que a reduo datemperatura e da comida proporcionou efeito

    inibitrio na espermatognese de camundongos.Nesse trabalho, a alta temperatura se tornou maisestressantes e pode ter prejudicado aespermatognese, visto que, durante o vero, osanimais enfrentaram, alm das altas temperaturas,reduo da quantidade de pastagem disponvel e

    pastagens de baixa qual idade (secas e senescentes)e de baixa digestibilidade.

    Tabela 5.Permetro escrotal (cm) de cordeiros de 132 dias a 356dias, em funo da idade para os quatro grupos de tratamento.

    132 dias 146 dias 160 dias 188 diasBrinco laranja 17,32 18,43 19,57 22,23

    Brinco roxo 15,64 16,25 17,96 20,57Brinco preto 13,82 13,63 14,27 15,40Brinco verde 17,10 16,63 17,07 18,37

    202 dias 244 dias 258 dias 272 diasBrinco laranja 23,70 25,50 25,93 26,43Brinco roxo 21,61 23,43 23,50 23,54Brinco preto 16,83 19,90 20,53 21,77Brinco verde 20,00 23,03 23,47 24,20

    286 dias 300 dias 328 dias 342 diasBrinco laranja 26,61 27,18 28,61 29,29Brinco roxo 24,15 24,88 26,54 27,81Brinco preto 23,20 24,23 25,83 26,57Brinco verde 25,25 25,73 26,73 27,17

    Na Tabela 6, so apresentados os dados de pesocorporal desmama para animais dos grupos BL eBR pberes ou no-pbere. Esses animais foramalimentados com dieta para promover ganho de peso

    por perodos prolongados. Dessa forma, o ganhopromovido pela dieta foi para crescimento dosanimais no-pberes. Tambm fica evidente que areduo do suplemento alimentar fez que ambos osgrupos e ambos os subgrupos (pberes e no-pberes)experimentassem uma perda de peso entre 244 dias e300 dias de vida. A perda de peso, contudo, no foi acausa aparente para que parte dos animais nomanifestassem a puberdade.

    Tabela 6.Mdia de peso corporal (kg) desmama, em 244 dias,em 300 dias e em 356 dias de idade para os animais pberes e no-

    pberes.

    Tratamento\ idade Desmama 244 dias 300 dias 356 diasBL pbere 28,0 4,2 41,4 4,6 39,7 4,6 52,7 4,0BL no-pbere 29,0 7,5 43,0 6,1 40,8 5,2 53,7 3,3BR pbere 25,8 4,3 37,5 3,7 35,3 3,0 47,2 5,1BR no-pbere 27,3 4,1 38,1 4,5 35,8 2,8 47,5 1,1

    O aparecimento da puberdade est associado aoalcance de peso corporal crtico, particularmente,gordura corporal (Sesti e Passos, 1996). Todavia o

    ponto crtico de gordura corporal pode no ser umpr-requisito para o incio da puberdade (M cCann etal., 1998) ou porque o conceito de que o animal

    precisa atingir determinado peso crtico (balanoenergtico) para manifestar a puberdade seja maisimportante em fmeas (Silva et al., 2001). Isto ocorre

    quando o animal cresce e reduz a superfcie de reaproporcionalmente ao ganho de peso . As demandasmetablicas, ento, passam a ser menores parasustentar as exigncias bsicas de mantena, e oanimal passa a depositar gordura (Grizzle, 2000).

    Em machos, provavelmente, outros mecanismosso envolvidos. Neste trabalho, observou-se que ofator ganho de peso no foi o fundamental para queos animais no-pberes alcanassem a puberdade.Talvez, esses animais tenham sofrido restrionutricional durante a organognese que se d noincio da gestao, na qual, possivelmente, o nmerode receptores para ligao de hormnios

    (gonadotrofinas ou metablicos) ou nutrientes tenhasido reduzido e, dessa forma, a ingesto de nutrientesaps o parto no foi suficiente para recuperar danoscausados anteriormente e que, talvez, sejamirreparveis.

    Ovelhas privadas de alimentos durante a gestaotiveram filhos com maiores problemas reprodutivosdo que as filhas, por causa de um transtorno neonatalnos efeitos organizacionais da testosterona no macho,com efeitos adversos no desenvolvimento e nosucesso reprodutivo (Meikle e Westberg, 2001). Orpido crescimento corporal dos no-pberes fez quea maturao do eixo reprodutivo hipotalmico-

    hipofisrio-gonadal no acompanhasse a velocidadede crescimento do animal (Sesti e Passos, 1996).Dessa forma, no haveria um indicativo de queapenas levaria m o animal a atingir a maturidade.

    Por outro lado, os animais pberes (grupos BL eBR) foram mais pesados que os no-pberes dosgrupos BV e BP, pois es ses passaram por maiores

    perodos de restrio alimentar do que os dos gruposBL e BR (Tabela 7).

    Os animais de brinco preto atingiram a puberdadecom peso inferior ao dos demais grupos; por serem demenor porte, sua exigncia de mantena menor.McCann et al. (1998) concluram que, em animais

    subnutridos, a puberdade atrasada, mas, com acesso

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    Puberdade em ovinos Merino Australiano 455

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    alimentao, o rpido ganho de peso leva ao incioda puberdade em um peso bem abaixo do peso crticosob condies nutricionais normais, ocorrendoaumento na liberao de lept ina de adipcitos no

    sangue e que essa atuaria no hipotlamo paraestimular a liberao de LHRH (ou GnRH), comresultante induo da puberdade.

    Tabela 7.Mdia de peso corporal (kg) desmama, em 244 dias,em 300 dias e em 356 dias de idade para os animais de brinco pretoe verde, pberes e no-pberes.

    Tratamento\ idade Desmama 244 dias 300 dias 356 diasBP pbere 23,5 4,7 31,5 5,2 33,0 5,6 39,5 6,4BP no -pbere 24 4,4 30,8 4,1 32,2 4,6 37,4 3,0BV pbere 29,7 4,5 38,4 4,6 40,0 4,6 45,8 6,7BV no-pbere 28,3 2,0 34,2 2,1 35,3 1,4 40,8 1,6

    As avaliaes do escore corporal esto

    diretamente correlacionadas com o peso corporal dosanimais. Entretanto, em outros momentos, no houveessa correlao (Tabela 8). Apesar do aumento noescore corporal dos no-pberes, os mesmos noatingiram a puberdade. O mesmo no vlido para osque se manifestaram pberes, visto que apresentaramuma resposta ao aumento do escore aos 258 dias, emque quatro animais do grupo BL e trs do BRmanifestaram-se pberes aos 279 dias de idade.Assim sendo, o ganho de peso, na forma de reservascorporais dos animais no-pberes estava voltado

    para o crescimento dos mesmos.Os animais no-pberes apresentaram reserva

    corporal, todavia, essa no foi responsvel pelamanifestao da puberdade. Aos 265 dias de idade,quando alguns animais comearam a manifestar a

    puberdade, pberes e no-pberes haviam tido umaumento no escore corporal 35 dias antes.

    Os animais no-pberes do grupo BLapresentaram menor dimetro do permetro escrotal,alternado entre pbere e no-pbere no grupo BR,sendo que, em ambos os grupos, os no-pberesforam mais pesados que os pberes. Contudo, aos 237e 251 dias de idade, quando os primeiros animais de

    brinco roxo manifestaram a puberdade, eles tinham omaior permetro escrotal (Tabela 9).

    Tabela 8.Mdia de escore corporal de cordeiros desmama, em244 dias, em 300 dias e em 356 dias de idade para os animais,

    pberes e no pberes.

    Tratamento\ idade Desmama 244 dias 300 dias 356 diasBL pbere 2,0 0,7 2,5 0,5 2,5 0,6 2,5 0,5BL no-pbere 2,5 0,9 3,0 0,7 3,0 0,6 3,5 0,4BR pbere 2,0 0,7 2,5 0,5 2,5 0,5 2,5 0,5BR no-pbere 2,0 0,7 2,0 0,9 2,0 0,4 2,5 0,4BP pbere 2,0 0,7 2,0 0,8 2,0 0,8 2,0 0,8BP no -pbere 2,0 0,6 2,0 0,7 2,0 1,0 2,0 0,7BV pbere 2,5 0,5 2,5 0,9 3,0 0,9 2,5 1,0BV no-pbere 2,0 0,4 2,0 0,6 2,0 0,6 2,5 0,7

    Tabela 9.Mdia do dimetro do permetro escrotal aos 244 dias,aos 300 e aos 356 dias de idade, para os animais pberes e no-

    pberes.

    Tratamento\ idade 244 dias 300 dias 356 diasBL pbere 25,6 3,2 27,3 2,9 30,2 3,1BL no-pbere 24,7 3,5 26,7 1,3 30,0 2,0BR pbere 23,7 1,8 24,9 1,6 29,6 2,4BR no-pbere 23,2 2,5 25,4 0,8 28,9 0,6BP pbere 20,4 2,8 24,8 2,1 27,7 1,1BP no -pbere 19,4 3,7 23,7 2,3 26,6 1,5BV pbere 23,6 3,0 25,9 2,1 28,1 2,9BV no-pbere 21,8 2,0 25,4 1,4 28,1 0,7

    Para os grupos BP e BV, as maiores restriesalimentares sofridas no ps-parto, pelos animais

    pberes resultaram em animais mais pesados e commaior permetro escrotal que os no-pberes. Asdiferenas de peso entre pberes e no-pberes, parao grupo BP, no foram significativas. Os pberesapresentaram o mesmo escore e maior permetroescrotal, indicando falta de relao causa-efeito entre

    peso, escore corporal e permetro escrotal.

    O maior crescimento testicular, comoconseqncia puberdade, foi decorrente de osanimais no-pberes serem mais exigentes comrelao nutrio no incio da gestao ou sofreremmais com a restrio nutricional, no sendo capazesde reverter os possveis danos causados durante oincio da vida pr-natal e ainda tiveram esses efeitosagravados durante os perodos de restrio aps o

    parto, assim apenas 46% dos animais manifestarampuberdade. No grupo BV, a melhor nutrio durante agestao fez que esse grupo apresentasse 66% dosanimais com puberdade manifesta.

    A falta de relao entre peso, escore corporal,

    permetro escrotal e puberdade para animais pberesem relao aos no-pberes leva a crer que a nutriono incio da gestao, foi fundamental para a

    puberdade, sendo que, provavelmente, os no-pberessofreram mais pelo fato de terem uma dietaapropriada no incio da gestao e por serem animaiscujas mes tiveram maior exigncia.

    Apenas 62,5% dos animais manifestarampuberdade at o final do experimento, sendo 71%,67% , 67% e 46% para BL, BR, BV e BP (Figura 1),respectivamente. As provveis causas para essesresultados foram as seguintes: a) nveis nutricionaisno ps-parto no foram adequados para manifestar a

    puberdade; b) os perodos de restrio ocorreram emmomentos importantes da espermatognese e a faltado efeito compensatrio de alguns animais fez queno se manifestasse a puberdade e c) a suplementaotardia, aos 90 dias de idade, das progenitoras durantea gestao. Esse incio pode ter sido tardio, visto que,a diferenciao das gnadas comea por volta dos 60dias de gestao (Bielli et al.,2002).

    Os animais dos grupos BL e BR que receberamdieta restrita e dieta para promover ganho de pesoiniciaram a puberdade um ms antes dos demais , osquais que tambm receberam dieta para promoverganho de peso e restrita, porm em menor perodo.

    Segundo Silva et al.(2001), cordeiros que sofreram

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    Acta Sci. Anim. Sci. Maring, v. 27, n. 4, p. 449-457, Oct./Dec., 2005

    restrio no crescimento fetal, devido alta nutriodas progenitoras adolescentes durante a gestao,acarretando reduo no tecido placentrio, tiverammenor peso ao nascimento, ao desmame, menor

    volume testicular e foram animais que entraram empuberdade mais tardiamente (cinco semanas) do queaqueles alimentados para terem um crescimentonormal.

    O fato de os animais dos grupos BL e BRiniciarem a puberdade um ms antes dos animais BVe BP, provavelmente, ocorreu devido melhornutrio durante determinados perodos no ps-parto.Contudo, quando os animais BP e BV passaram areceber uma dieta igual a dos animais BL e BR, os

    primeiros manifestaram a puberdade em maiornmero que os ltimos e, ao final do experimento,no houve diferena entre os grupos de tratamento

    para o nmero de animais pberes. Uma possvelexplicao para esses fatos contrastantes esbarra nanutrio materna, no qual no recebeu nenhum tipode suplementao mineral ou vitamnica durante agestao, e que enfrentaram um perodo crtico inicialde seca nesse perodo (Ashworth e Antipatis , 2001).

    0

    2 0

    4 0

    6 0

    8 0

    B L B R B P BV Total

    tratamentos

    AnimaisPberes(%)

    Figura 1. Percentagem de animais pberes de acordo com osregimes alimentares (BL = animais de brinco laranja, BR = animaisde brinco roxo, BP = animais de brinco preto, BV = animais de

    brinco verde).

    Apesar de os animais BL serem mais pesados queos animais do BP, no houve diferena (P>0,05) nonmero de animais pberes entre os grupos de

    tratamento, e isso pode ser explicado pelo flushingque os animais com alimentao restrita receberamem certos perodos, fazendo que no houvessediferenas no escore corporal e no permetrotesticular puberdade (Tabela 10).

    Tabela 1 0.Peso, escore corporal e permetro escrotal puberdade.

    Grupo Peso (Kg) Escore corporal (1-5) Permetro escrotal (cm)Brinco laranja 42,29 a 2,6 26,98aBrinco roxo 39,10 a, b 2,6 25,55aBrinco preto 33,24 b 1,9 24,17 aBrinco verde 40,07 a 2,6 25,82a

    a, b: mdias seguidas pela mesma letra dentro de cada coluna no diferem entre si a 5%pelo teste de Turkey.

    Pode-se observar que os animais de brinco preto,

    apesar de no serem estatisticamente diferentes,atingiram a puberdade com condio corporal inferior(1,9) a dos demais grupos (2,6). Isso, provavelmente,deve-se ao fato de serem animais menores e, portanto,

    com menores exigncias de mantena.

    Concluso

    No houve diferena com relao ao nmero deanimais pberes entre os grupos de tratamento. Asvariveis reprodutivas estiveram relacionadas svariveis nutricionais e de desenvolvimento. Osanimais atingiram a puberdade com escore corporal,com permetro escrotal e com idade semelhantes, noentanto apresentaram pesos diferentes.

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    Puberdade em ovinos Merino Australiano 457

    Acta Sci. Anim. Sci. Maring, v. 27, n. 4, p. 449-457, Oct./Dec., 2005

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    Received on April 11, 2004.

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