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1 Perspectiva Estática e Dinâmica das Relações entre Estratégia e Poder nas Redes de Cooperação Empresarial Autoria: Otavio Rezende Resumo Esse trabalho discute como utilizar a análise de redes sociais para compreender as relações entre estratégia e poder nas redes interorganizacionais. Utilizou-se como método de investigação a revisão e análise crítica da literatura sobre o tema. Identificaram-se limitações relativas à diversidade de conceitos de relações interfirma; à reduzida produção científica sobre estratégia e relações de poder nas redes; à fragmentação das teorias de estratégia; à falta de uma teoria de redes que apresente uma base consistente. Considera-se a compreensão do papel dos atores com maior centralidade, prestígio e legitimação, fundamental para elucidar o jogo das escolhas no campo social.

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Perspectiva Estática e Dinâmica das Relações entre Estratégia e Poder nas Redes de Cooperação Empresarial

Autoria: Otavio Rezende

Resumo

Esse trabalho discute como utilizar a análise de redes sociais para compreender as relações entre estratégia e poder nas redes interorganizacionais. Utilizou-se como método de investigação a revisão e análise crítica da literatura sobre o tema. Identificaram-se limitações relativas à diversidade de conceitos de relações interfirma; à reduzida produção científica sobre estratégia e relações de poder nas redes; à fragmentação das teorias de estratégia; à falta de uma teoria de redes que apresente uma base consistente. Considera-se a compreensão do papel dos atores com maior centralidade, prestígio e legitimação, fundamental para elucidar o jogo das escolhas no campo social.

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Introdução

O tema redes de cooperação empresarial tem sido amplamente discutido na literatura acadêmica e adotado no âmbito organizacional devido ao atual ambiente competitivo de negócios. Esse trabalho objetiva discutir como a análise de redes sociais pode ser utilizada para a compreensão da orientação estratégica das redes interorganizacionais. Para tanto, apresentamos um breve panorama da literatura sobre redes, buscando identificar pressuposições teóricas e estratégias de análise que tenham relevância para a compreensão das interações organizacionais. Daremos especial atenção aos relacionamentos de redes de cooperação empresarial, discutindo como a análise de redes pode ser útil para a compreensão desses relacionamentos e sua interferência na escolha da estratégia da rede, tendo como conceito central a influência do poder sobre essas escolhas. Nosso argumento deve se basear na utilização da topografia da rede para fazer análises estáticas, e a busca de uma análise fundamentada na sociologia estrutural para compreender a dinâmica desses relacionamentos. Buscamos categorias de análise das relações de poder nas redes estratégicas. Nossa atenção deve centrar-se nas seguintes questões: processos informais e micro-políticos desenham escolhas normativas por membros das redes e define o interesse desse público? Há espaço nesses grupos empresariais para a estratégia emergente? Qual o peso da heterogeneidade no pensamento estratégico da rede? O grau de centralidade significa estabilidade e equilíbrio para a rede? Com vistas a promover essa discussão, utilizou-se como método básico de investigação a revisão e análise crítica da literatura nacional e internacional sobre o tema.

Alianças estratégicas e redes de cooperação empresarial

Os modelos de redes organizacionais, originários da Sociologia, fundamentados na complementaridade e compartilhamento, surgem como uma possibilidade concreta em resposta às mudanças constantes das relações de mercado enfrentadas pelas empresas; sejam elas grandes ou pequenas. Para efeito desse trabalho, utilizaremos o conceito de redes de cooperação empresarial como alianças estratégicas formadas por inúmeras empresas, com o objetivo de competirem com outros grupos e com empresas autônomas tradicionais, constituindo uma estrutura que gera condições para a interação de transações econômicas entre um grupo de agentes (GULATI e GARGIULO, 1999). Alianças estratégicas são arranjos cooperativos com o objetivo de alcançar interesses estratégicos das empresas parceiras (DAS e TENG, 2002). São acordos voluntários entre empresas, envolvendo intercâmbio, transferência ou parceria no desenvolvimento de produtos, tecnologia ou serviços, podendo ocorrer pelos mais variados motivos e objetivos, atravessando fronteiras verticais ou horizontais das empresas integrantes desses acordos (GULATI, 1998). Trata-se de relações cooperativas interempresas, vistas com ênfase nos aspectos sociais (PENG, 2008).

Apesar da diversidade de proposições oriundas das mais variadas escolas, as descrições das estruturas sociais formadas pelas redes de cooperação empresarial demonstram pouco as conseqüências comportamentais para as empresas. Esse fato tem sido especialmente criticado no estudo das relações interorganizacionais (MIZRUCHI, 2006). Muitas dessas críticas relacionam-se com a necessidade de percepção dos resultados econômicos vincularem-se aos relacionamentos sociais desenvolvidos pelas empresas que fazem parte das redes estratégicas; ou seja, um olhar mais acurado sobre os relacionamentos criados pelas empresas inseridas nas redes permitirá conhecer a influência desses relacionamentos sobre o desempenho da rede e sobre os resultados econômicos obtidos pelas empresas parceiras. Essa questão é apontada por Granoveter (2005) ao sugerir que a posição de uma empresa nas redes interorganizacionais influencia no seu comportamento. Para esse autor, a estrutura social, na forma de redes sociais, afeta os resultados econômicos por três razões principais: (1) as redes sociais alteram

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o fluxo e a qualidade da informação porque os atores não acreditam em fontes impessoais, preferindo confiar em fontes conhecidas; (2) são uma importante fonte de vantagens e controle, uma vez que seu impacto é ampliado pelo conhecimento pessoal existente entre os atores; e (3) a confiança de que os outros vão ‘fazer a coisa certa’, apesar dos estímulos contrários existentes no contexto de uma rede social. Sendo assim, para gerenciar ambientes incertos e para satisfazer as suas necessidades de recursos, as empresas criam laços com outras organizações que têm recursos e capacidades complementares, e que podem ajudá-las a lidar com restrições exógenas (GULATI e GARGIULO, 1999). Ou seja, quando se trata de ‘estratégia organizacional e redes’, o tema converge para a seguinte discussão: a competição é mais bem explicada pelo posicionamento de uma empresa dentro da rede do que como um ‘ataque’ ao ambiente. Neste caso, a rede é entendida como um arranjo que pode ser manejado intencionalmente, com o objetivo de obter vantagem competitiva. O princípio orientador do desenvolvimento de redes estratégicas passa a ser o entendimento de como e quando o comportamento cooperativo deve superar o comportamento competitivo (MARTES et al., 2006). Como, então, redes influenciam o comportamento empresarial?

A literatura sobre teoria institucional pressupõe que as organizações sofrem pressões ambientais constantes para se tornarem mais homogêneas (MACHADO-DA-SILVA e VIZEU, 2007). Os três mecanismos pelos quais ocorrem mudanças isomórficas institucionais nas organizações são apontados por Di Maggio e Powell (1983), cada um com seus antecedentes próprios: (1) o isomorfismo coercitivo, que resulta da influência política, invoca a questão da legitimidade e ocorre devido às pressões formais e informais exercidas por outras organizações; (2) o isomorfismo mimético, que considera ‘respostas-padrão’ das organizações para a incerteza do ambiente, encorajando a imitação de ações realizadas por outras empresas; e o (3) isomorfismo normativo, associado à profissionalização, considerada como a força coletiva de membros de uma ocupação. Neste ensaio teórico, nosso interesse envolve os três mecanismos isomórficos, pois todos eles se relacionam com a noção de papel social e as expectativas dele decorrentes, sejam de natureza coercitiva ou por escolha livre. Entendemos que, para compreender a influência das estratégias nas organizações, é necessário utilizar essas tipologias apresentadas por Di Maggio e Powell, destacando assim a difusão de práticas organizacionais em ramos específicos. Em especial, ressaltando o comportamento de uma empresa sendo modelado pelo comportamento de outras organizações consideradas exemplares (isomorfismo).

Numa perspectiva normativa, a estratégia formal pode representar um importante elemento de legitimação para um grupo de referência, para uma rede interorganizacional de um ramo, setor ou campo, até mesmo no nível societário como o Estado e a sociedade civil. Também no plano interno da organização, onde a adoção de mecanismos formais vinculados às concepções de agentes organizacionais-chaves, como o nível dirigente, permite melhor aceitação de decisões e medidas específicas (MACHADO-DA-SILVA e VIZEU, 2007). Entretanto, quando se trata de redes de cooperação empresarial, os limites da firma se estendem conforme seus interesses individuais; sejam econômicos, relacionados aos custos de produção e transação; sejam estratégicos, envolvendo manobras diante dos concorrentes nos mercados de atuação. Entender os limites da firma como uma variável estratégica incide em compreender interesses, como a busca externa por inovação, por terceirização ou por meio de alianças estratégicas numa organização em rede. Williamson (1991) destaca a importância da delimitação dos limites da empresa como sendo crucial para os resultados econômicos, que por sua vez se apresentam, em longo prazo, mais importantes que os estratégicos. Foss (2001) afirma que essas posições não são antagônicas, mas complementares. Os limites da firma possuem abordagens diferenciadas, tendo o ‘custo de transação’ e as ‘capacidades dinâmicas’ uma abordagem econômica; e a ‘dependência de recursos’ e a abordagem em ‘redes’,

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comportamental (sociológica). Para efeito desse trabalho, buscaremos entender as questões relativas à abordagem em redes e, em especial, a relevância dessa abordagem para a gestão estratégica.

O contexto das redes de cooperação empresarial

Conceitos sobre redes consideram algumas motivações para a sua formação, tais como: complexidade de produtos, a troca de conhecimento, aprendizagem organizacional e disseminação da informação; demanda por rapidez de resposta; confiança e cooperação; e defesa contra a incerteza (SACOMANO, 2004). Quais são, então, os ganhos competitivos obtidos com a cooperação entre as empresas? Balestrin e Verschoore (2008) sugerem ganhos por meio da economia de escala e poder de mercado, pela geração de soluções coletivas, pela redução de custos e riscos, pelo acúmulo de capital social, pelo conhecimento e aprendizagem coletiva e por meio da inovação. Os ganhos competitivos adquiridos pela ação coletiva da rede podem ser considerados respostas a uma série de pressões do ambiente econômico que limitam ou restringem a competitividade das empresas. Nesse contexto, as redes de cooperação permitem a obtenção de ganhos coletivos que dificilmente seriam obtidos por meio individual. Para alcançar esses resultados, três condições são fundamentais: objetivos comuns, interação e gestão, conforme figura 1, a seguir:

Figura 1: Condições para estabelecimento de redes de cooperação

Fonte: BALESTRIN e VERSCHOORE, 2008

Os objetivos comuns são os antecedentes que facilitam o surgimento de um ambiente de cooperação em torno de interesses representativos de todos os participantes de determinada rede. A interação emerge quando um ou mais participantes se conectam, apresentando os atributos, característicos da análise de redes sociais. Esses atributos são conceitos utilizados para análise das redes sociais. Sua compreensão tem relevância para a gestão das redes de cooperação empresarial.

Análise de redes sociais

Uma rede social é um dos diversos conjuntos possíveis de relações sociais de conteúdo específico, podendo ser uma relação de comunicação, de poder, de afeto ou de troca, em que os atores fazem parte de uma estrutura social maior, ou de uma rede de redes (EMIRBAYER e GOODWIN, 1994). Para Marteleto (2001) rede social é um conjunto de participantes autônomos, unindo idéias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados. Enquanto uma rede social consiste de elementos ou atores, representados por ‘nós’ ligados entre si, por interações sociais, a Análise de Redes Sociais (ARS) tem seu foco em todos os aspectos sociais, no intuito de observar os padrões que unem os elementos pesquisados

Interação

Gestão

Ganhos competitivosObjetivos comuns

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(HOFFMANN et al., 2007). Entretanto, a ARS (do inglês, Social Network Analysis – SNA) não é uma teoria formal em sociologia, mas sim uma estratégia de invesigação das estruturas sociais. A distinção desses dois conceitos, redes sociais e análise de redes sociais, demarca o papel de cada um para a compreensão dos fenômenos sociais. Para Freeman (2004), a abordagem de redes sociais fundamenta-se na noção de que os laços sociais nos quais os atores (indivíduos, grupos, organizações) estão envolvidos resultam em importantes conseqüências para o comportamento desses mesmos atores. Ou seja, os atores tanto formam as redes sociais quanto são por elas influenciados. Assim, o analista de redes sociais reconhece que um amplo contingente de fenômenos empíricos pode ser explorado a partir de seus padrões estruturais. Portanto, a ARS consiste em uma análise estrutural baseada no estudo da interação entre atores sociais, e tem origem em diferentes perspectivas teóricas. Muitas delas se preocupam mais com as conexões que com as relações existentes entre os indivíduos (FREEMAN, 2004). Segundo Freeman (2004), as seguintes características definem a ARS na atualidade: (1) fundamenta-se da Sociologia Estrutural para analisar as relações entre os atores sociais; (2) fundamenta-se em levantamentos sistemáticos de dados empíricos; (3) utiliza imagens gráficas como recurso de análise e (4) trabalha com a matemática e os modelos computacionais como recurso de análise das informações levantadas sobre as relações da rede. Ao mesmo tempo em que essas proposições auxiliam na identificação de uma rede social, o que é e como se faz uma análise de redes sociais, existem critérios de análise que permitem identificar padrões de relacionamentos entre os atores da rede.

Lincoln (1982) relata as propriedades globais das redes: a densidade é a proporção entre a quantidade atual de ligações e o potencial de ligações da rede; a conectividade representa o grau em que os membros da rede estão interligados; a aglomeração ocorre quando os laços da rede estão próximos e densos, mas são fracas as suas ligações; e a hierarquia também está presente entre os laços. A única propriedade dos nós, considerada por Lincoln, é a centralidade, que indica em que ponto está o nó, dentro de uma rede densa de ligações. Entretanto, para delimitar as fronteiras da rede e definir de forma exata a população, a amostra poderá ser analisada pelo uso das propriedades da rede, como por exemplo, a média de laços por ator, grau de reciprocidade, densidade (WASSERMAN e FAUST, 1994). Assim, a análise da rede passa pelas características de centralidade dos nós e pelas suas propriedades globais, sendo possível discernir o papel de cada ator na estrutura da rede analisada. A seguir, apresentamos algumas definições, nível de análise e efeitos para as diferentes propriedades da rede, indicadas por Sacomano (2004):

Quadro 1: Propriedades da rede social

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Fonte: Sacomano (2004)

Todas essas características apresentam relevância para nossa discussão sobre poder e escolhas estratégicas nas redes sociais, com destaque para o conceito de ‘centralidade’, concentrando atenção do ator como indivíduo autônomo determinando escolhas estratégicas; e para a ‘densidade da rede’, como fator de distribuição de forças no campo social.

Redes sociais e poder

Para Hanneman e Ridle (2005), o poder ocorre a partir de posições vantajosas ocupadas por um ator nas suas redes de relações. Contudo, na abordagem de análise de redes sociais, o conceito de centralidade é o que mais se relaciona com o poder. Esta condição pode ser avaliada conforme três abordagens básicas para a ‘centralidade’ de posições particulares: o número de conexões, o alto grau de proximidade e o alto grau de intermediação exercido por um ator na rede. Medidas de centralidade permitem identificar um maior número de laços, com maior independência desses atores centrais, os quais se beneficiam também da capacidade de intermediação.

Balestrin e Verschoore (2008) descrevem tipologias de redes de cooperação que permitem compreender as principais dimensões sobre as quais as redes são estruturadas. Essas tipologias são apresentadas a partir de um mapa conceitual (ver figura 2, a seguir) onde o eixo vertical relaciona-se com a natureza dos elos gerenciais estabelecidos entre os atores da rede. Esses elos podem apresentar uma relação simétrica de poder (no caso de uma rede horizontal do tipo associativa), ou um grau de controle hierárquico com forte assimetria de poder (no

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caso de uma rede vertical do tipo matriz e filial). No eixo horizontal está representado o grau de formalização estabelecido nas relações entre os atores. Esse grau pode mover-se de uma conivência informal entre os atores (no caso de relações de amizade, afinidade e parentesco) até formalmente estabelecidos por contratos entre as partes (no caso de contratos jurídicos, na formação de joint-ventures).

Figura 2: Mapa conceitual das redes de cooperação

Fonte: (BALESTRIN e VERSCHOORE, 2008)

Cada rede terá uma conformação diferente, variando entre formalidade/informalidade e simetria/assimetria do poder. A partir da proposição dos autores, a articulação entre os interesses de cada rede e a formalização dos acordos é que seria definida a distribuição de poder entre os atores. Podemos, então, questionar se o grau de centralidade, orientado pela distribuição ou não de poder, significa estabilidade e equilíbrio para a rede?

Para os sociólogos, o poder é considerado uma propriedade fundamental das estruturas sociais. Entretanto, há pouco consenso sobre o que é poder e como é possível descrever e analisar suas causas e conseqüências. Hanneman e Riddle (2005) descrevem possibilidades de análise das relações na rede, permitindo identificar posições com maior concentração de poder. Neste caso, o pensamento em rede tem contribuído com uma série de importantes descobertas sobre o poder social, e a abordagem de rede enfatiza que o poder como uma ação inerentemente relacional. Um indivíduo não tem poder simplesmente; ele tem poder porque pode dominar os outros. Sendo o poder uma consequência dos padrões das relações, a quantidade de poder nas estruturas sociais pode variar. Se um sistema é muito flexível (considerado de baixa densidade), pouco poder pode ser exercido. Entretanto, nos sistemas de alta densidade, há maior possibilidade de dominação. O poder é uma propriedade tanto sistêmica (macro) e relacional (micro). A quantidade de poder em um sistema, e sua distribuição entre os atores, está relacionada; mas não é a mesma coisa. Dois sistemas podem ter a mesma quantidade de poder, e ter uma distribuição igualitária em um, mas ser desigualmente distribuída em outro. O poder nas redes sociais pode ser visto como uma propriedade micro (isto é, descreve as relações entre os atores) ou como uma propriedade macro (isto é, descreve toda a população). Assim como com os principais conceitos sociológicos, as dimensões macro e micro estão intimamente ligadas ao pensamento em rede social. Os analistas de rede, portanto, buscam descrever a maneira como o ator está inserido numa rede de relações e sua capacidade de impor restrições sobre os outros atores. Atores que

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enfrentam menos restrições, e tem mais oportunidades que os outros, estão em posições estruturais favoráveis. Ter uma posição privilegiada significa que um ator pode ter maior poder de barganha, maior influência e, por consequência, será foco de deferência e atenção daqueles em posições menos favorecidas.

Uma aplicação da análise de redes sociais nas redes de cooperação empresarial

O estudo da sociedade por meio das redes sociais utiliza a sociometria, a teoria dos grafos e a teoria geral dos sistemas. Sua utilização deriva de um distanciamento de explicações individualistas, essencialistas e atomistas em direção a explicações relacionais, contextuais e sistêmicas (MARTES et al., 2006). Atualmente, esse sentido de análise estática da rede – cujo foco está nos nós, ramificações e vínculos – foi ampliado para também incorporar a análise dinâmica, que reflete os fluxos de informação e recursos que estão subjacentes às estruturas das redes, possibilitando, no conjunto, uma adequada compreensão da sociedade e de seus grupos sociais. Na abordagem estruturalista, as regras existem e, ao mesmo tempo, pretende a não existência de conflitos. Por sua vez, a teoria da ação individual, que se vincula ao estruturalismo, onde os indivíduos manipulam suas ações, prevê uma regularidade nas escolhas relacionais dos atores. Assim, essa autonomia é considerada ‘algo estável’ e representa a análise das relações de modo artificial. Dessa forma, a rede não deve ser vista como um ator coletivo, mas como um modo de coordenação da ação coletiva (LAZEGA, 2001). Nessa perspectiva, o conceito de rede também pode ser visto sob a lógica de utilização estática e de utilização dinâmica. A utilização estática refere-se à estrutura da rede – com seus nós e ramificações – assumindo importância significativa para a compreensão da sociedade e de grupos sociais. A utilização dinâmica refere-se ao sistema de funcionamento da rede, visto como estratégia de ação e mobilização de recursos desde o nível individual – onde os atributos peculiares de cada ator são relevantes – até o nível grupal, onde a dinâmica estrutural da rede assume um status que interfere na ação individual (MARTELETO, 2001). Podemos então, considerar que numa rede estratégica, formada por representantes de empresas, a dinâmica estrutural interfere na ação individual desses atores sociais.

Estratégia nas redes interorganizacionais

Analisar esse sistema de interdependência é necessário para compreender os problemas colocados pelo ambiente social aos atores, sociais e coletivos, os quais buscam soluções formais. Sob o ponto de vista normativo, a estratégia formal pode representar importante elemento de legitimação para um grupo de referência, para uma rede interorganizacional de um ramo, setor ou campo. Também no plano interno da organização, onde a adoção de mecanismos formais vinculados às concepções de agentes organizacionais chaves, como o nível dirigente, permite melhor aceitação de decisões e medidas específicas (MACHADO-DA-SILVA e VIZEU, 2007). Entretanto, essas soluções formais não são suficientes para a solução dos problemas que se apresentam, e soluções informais se impõem como mecanismos necessários para esses atores. A idéia de uma ‘disciplina social’ complexa e reconhecida por esses atores funciona como forma de regulação, como autorrestrição do comportamento individualista, servindo como base para a estruturação dos relacionamentos e construção de confiança dos grupos. Dessa forma, é o conjunto de processos sociais que torna possível a ação coletiva, diferenciando o capital relacional do indivíduo do capital social coletivo. Neste caso, o capital relacional concentra-se no estudo do rendimento das relações para o indivíduo e se fundamenta no retorno sobre os relacionamentos que o indivíduo alcançará, enquanto o capital social coletivo organiza os diferentes interesses e estabiliza as tensões resultantes desses interesses (LAZEGA, 2001).

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Na perspectiva da estratégia como prática, Wittington (2007) diferencia quatro conceitos: práxis, prática, profissionais de Estratégia e profissão de Estratégia. A práxis da estratégia refere-se às atividades de planejamento, ações realizadas de maneira formal ou por meio de reuniões, na tentativa de influenciar decisões. As práticas se referem às rotinas e normas de trabalho da estratégia, como as técnicas de análise das forças e fraquezas das empresas ou ameaças e oportunidades do mercado. Os profissionais da Estratégia formam um conjunto diversificado, incluindo gestores, no topo, e agentes internos e externos à organização, na base. A profissão leva a Estratégia à condição de um campo institucional, em que pesquisadores e professores estão também incluídos, formando um grupo profissional com uma identidade coletiva e um conjunto de conexões que vai muito além de organizações particulares. O que nos interessa, neste caso, é que a prática poderá emergir da práxis, sendo as escolhas estratégicas da rede de cooperação influenciadas pelas empresas. Neste caso, o capital relacional influenciando o capital coletivo.

Para uma compreensão na perspectiva sociológica, abordagens institucionais, em particular, têm centrado no comportamento organizacional, mais especificamente relativo aos custos de oportunidade ou aos custos de transação das empresas. Os limites da teoria da firma foram estendidos, mas as questões a que elas se dirigem permanecem, em grande parte, nos limites internos da empresa, ignorando as formas não contratuais de relações sociais ou de interação, baseada no poder e autoridade, coordenação e cooperação. Empresas unidas em rede oferecem um autosserviço para aqueles envolvidos numa relação comercial. Cada ator tenta lidar com seus próprios problemas através da interação entre as atividades e recursos. Porém, as tentativas de cada participante para lidar com seus próprios problemas através da interação com outras empresas também se envolverão, de forma sequencial ou simultânea, recíproca ou conjunta, com os problemas dos outros atores. Trabalho em rede envolve trade-offs de contrapartidas entre o curto e longo prazo e envolve os custos e comprometimento de recursos humanos e físicos e de adaptação dos parceiros (FORD e MOUZAS, 2010). Sendo essa influência reflexiva, como podemos enxergar a centralidade da rede e as relações de poder influenciando os acordos da rede de cooperação? Inerente à estrutura da rede centralizada, o capital social apresenta-se como uma vantagem competitiva. A vantagem ocorre quando o ator social utiliza sua posição de confiança para obter informações. Dizer que os atores utilizam seus recursos e interdependências como uma fonte de poder, pressupõe uma forma de racionalidade que inclui cálculos de custo-benefício, mas ocorre também uma atividade simbólica, como a adequação das decisões (com base em investimentos anteriores em relacionamentos, no reconhecimento de identidades, na identificação dos grupos de referência, bem como no uso de várias formas de argumentos de autoridade) permitindo que os indivíduos adotem um discurso político em suas trocas e mecanismos de controle. Por exemplo, recursos voláteis, intangíveis ou imateriais, como o conhecimento, não podem ser acumulados, transacionados ou compartilhados fora dessa política de identidade e desse campo de gestão (LAZEGA, 2001).

Contudo, as redes não estão completas ou não são estáticas. Elas se alteram com o tempo. Existem os buracos estruturais, que são as relações faltantes na estrutura da rede que inibem o fluxo de informações entre as pessoas. Na estrutura da rede, eles possuem duas fontes de vantagem: intermediação e proximidade. Estas são formas de capital social na medida em que nascem, crescem e morrem em função da rede à sua volta, ao seu entorno. A proximidade refere-se a estar próximo a um buraco estrutural. Trata-se dos benefícios de proteção diante da diversidade de opinião e de comportamento, da proteção fornecida pelo enfoque nas conexões com atores do seu mesmo tipo (laços fortes). Buracos estruturais são marcos de fronteira nas posições dos atores na rede. Para não ter que atender às interpretações das pessoas além do meu entorno, daqueles que conjugam com minha especialidade, posso me concentrar em

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aprofundar o meu conhecimento no que eu já conheço muito bem, tornando-me mais eficiente ao fazer o que eu já faço. Sem buracos estruturais, seríamos consumidos pela diversidade de conhecimentos disponíveis. Se acabassem os buracos estruturais, iríamos rapidamente recriá-los para restabelecer um senso de (des)controle sobre nossas vidas. A intermediação refere-se aos benefícios da exposição à variação de opiniões e comportamentos ocorridos na construção de conexões por meio de buracos estruturais. Assim, tanto a intermediação quanto a proximidade oferecem vantagens numa rede social, mas por mecanismos que levam a objetivos diferentes. Para usar termos coloquiais, a intermediação na rede direciona o crescimento em camadas mais altas das posições hierárquicas, enquanto a proximidade impulsiona o crescimento nas camadas mais baixas. Ou seja, pessoas, produtos, processos beneficiados pela intermediação na rede, alcançam resultados econômicos. Por outro lado, o trabalho, a gestão e as eficiências e agilidades gerados pela proximidade permitem alcançar redução nos custos e tornar as empresas mais rentáveis. Sendo assim, em situação de concorrência, os buracos estruturais oferecem oportunidades por meio das relações de apoio (BURT, 2010). Então, como os atores criam soluções para problemas coletivos? A análise de redes poderá oferecer indicações das estruturas coletivas, como a identificação de subconjuntos densos ou medidas de centralidade, indicando relações de dependência e/ou poder na configuração da rede. Nesse contexto, a estrutura de poder apresenta uma idéia de autonomia relativa dos campos sociais em relação ao campo de poder, não considerando a determinação da estrutura sobre os agentes. Por outro lado, a luta entre os agentes é que faz a história no interior desses campos, e isso possibilita estudar as estratégias e os interesses desses agentes que compõem o campo, utilizando, para entrar nessa disputa, diferentes tipos de capital ou recursos de poder (BOURDIEU, 2009). Neste caso, conforme demonstrado por Balestrin e Verschoore (2008), as relações entre assimetria de poder e grau de formalidade das relações nas redes de cooperação emprerarial se conformam a partir dos acordos entre os atores sociais, promovendo soluções coletivas em forma de redes.

Considerações finais

Levar a estratégia a sério envolve a análise e avaliação da estratégia como uma prática social, com um público mais vasto, com repercussões mais amplas do que as das organizações em particular (WHITTINGTON et al., 2003). Parte significativa das áreas do conhecimento é marcada por apresentar um caráter multifacetado e polissêmico. Com influência marcante da Sociologia, da Psicologia e da Economia, em suas mais diversas vertentes, a área de Estratégia não foge à regra (CABRAL e LAZZARINI, 2010). Envidamos, aqui, esforços para entender o papel da análise de redes sociais para a compreensão das escolhas estratégicas dos atores sociais envolvidos em redes de cooperação. Entendemos que a abordagem em rede pode ser utilizada para compreender, de forma dinâmica, relações que ultrapassam os limites da empresa; enquanto a análise de rede social deve ser considerada como um método de análise estático, um recorte no tempo, buscando ‘mapear’ relacionamentos constituídos no campo a partir das interações entre as empresas. Pela sua perspectiva sociológica, a abordagem em rede não traz contribuições relevantes para a compreensão, por exemplo, dos resultados obtidos em custos de transação. Entretanto, suas contribuições para a compreensão do aprendizado e das relações de poder estruturando as conexões dão suporte a possíveis análises dinâmicas dessa estrutura. Contudo, se percebidas como uma entidade supra-empresarial, as redes podem ser consideradas um processo de integração em que a dinâmica das relações entre as organizações implicam efeitos sistêmicos de amplificação da capacidade competitiva do próprio sistema e de seus componentes (ZACCARELLI et al., 2008).

Nessa direção, consideramos a compreensão das relações de poder fundamental para elucidar o jogo das escolhas no campo social, para sinalizar a importância do uso da análise das redes

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sociais (e aqui estamos falando do sociograma) com mecanismos de mensuração do papel do ator com maior centralidade, com maior prestígio e legitimação no grupo. Machado da Silva et al (2005) apontaram essa questão de forma clara e precisa ao afirmar que é com o uso do potencial analítico e crítico das perspectivas explicativas que podemos superar as limitações que impedem o avanço do conhecimento no campo da estratégia empresarial. A Estratégia, considerada um processo em que se analisa a recorrência entre estrutura e ação estratégica, mediadas pela interpretação dos atores sociais, pode se constituir em campo de investigação profícuo. Ao se abordar a interpretação dos atores sociais, há a necessidade de se aprofundar na dimensão cultural-cognitiva, em especial no que se refere a estruturas cognitivas. Analisar como a área de estratégia empresarial se constitui a partir de referências cognitivas estruturadas no meio empresarial pode servir de base para a construção de novas referências na prática e no pensamento empresarial. Pode demonstrar que o estabelecimento da estratégia empresarial segue a lógica estruturacionista, em que estrutura, agência e interpretação estão relacionadas segundo um esquema de circularidade recursiva (MACHADO-DA-SILVA et al., 2005; MACHADO-DA-SILVA e VIZEU, 2007).

Ao realizar o levantamento bibliográfico relativo ao tema Estratégia em Redes, tentamos separar perspectivas de pesquisa qualitativa e quantitativa. Diante do rigor exigido para tal esforço, identificamos limitações relativas à diversidade de conceitos relacionados às alianças, redes, grupos, ou parceiros estratégicos; à reduzida produção científica de análise estratégica das redes empresariais, com uma perspectiva orientada para as relações de poder; à fragmentação das teorias de estratégia e também à falta de uma teoria de redes que apresentasse uma base sólida, consistente. Nesse tema, em especial, Foss (2001) apresenta algumas considerações importantes: (1) a abordagem de ‘redes’ tem se tornado uma palavra confusa, especialmente pelo uso indiscriminado de explicações para o fenômeno, tornando-se complexa a identificação das diferentes disciplinas que contribuíram para essa abordagem; (2) as redes são vistas como uma forma de organização das relações de troca, estruturadas hierarquicamente e distribuídas no mercado, permitindo uma análise científica; (3) a confiança é vista mais como uma descrição de uma percepção sobre a interação entre as empresas, prevalecendo sobre oportunidades individuais; (4) os contatos informais realizados pelos atores na rede, a partir de relações interpessoais, são o tipo de interação entre empresas na rede que desperta maior interesse; (5) na perspectiva da dependência de recursos, as relações de poder e sua distribuição entre os atores da rede são consideradas importantes; (6) numa estrutura em rede, as relações de longo prazo, baseadas na confiança, são vistas como suporte para os processos de acumulação de recursos e capacidades das empresas.

Ainda sobre o esforço em fazer um levantamento bibliográfico do tema proposto, conseguir identificar a unidade de análise, pressupostos e dimensões analíticas apresenta-se como fator determinante no planejamento e condução dessa atividade. As escolhas feitas exigem renúncias do pesquisador e uma habilidade de discernimento para separar corpos teóricos que se comunicam.

Neste percurso teórico surgiram respostas acerca das escolhas estratégicas e relações de poder nas redes de cooperação, bem como sobre o uso da análise de redes sociais para compreender esse fenômeno. Entretanto, um número considerável de questionamentos se fizeram presentes. Dentre eles, destacam-se: (a) qual a força dos processos micro políticos na manutenção de uma rede de cooperação? (b) a análise de redes sociais oferece contribuição significativa para a compreensão das escolhas estratégicas e relações de poder? (c) as características das relações de troca (o capital circulante na rede) determinam posições estratégicas? (d) em que medida as escolhas normativas, relativas às pressões institucionais, trazem recursos e competências para a rede, mantém a competitividade do grupo e mantém a estratégia por períodos mais longos? (e) como se dá a estratégia emergente na rede? Nessa perspectiva, fica

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uma grande dúvida: existe mesmo uma posição de centralidade, em que um (poucos) ator(es) central(is), mantém a rede em funcionamento? Pode-se pensar que a tensão provocada pela posição de centralidade de certos atores, de forma dinâmica, como num ‘efeito piorra’, mantém a rede em funcionamento?

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