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PERTURBAÇÃO DE HIPERATIVIDADE E DÉFICE DE ATENÇÃO(PHDA) AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MÉRTOLA Escola EB 2,3/ES de São Sebastião de Mértola Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial – 3º ano Ano Letivo: 2013/2014 Psicopatologia Geral

PERTURBAÇÃO DE HIPERATIVIDADE E DÉFICE DE … · 1- A vertente da impulsividade, que representa um comportamento com maior expressão exterior à pessoa, está mais presente nos

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  • PERTURBAÇÃO DE HIPERATIVIDADE E

    DÉFICE DE ATENÇÃO(PHDA)

    AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MÉRTOLA

    Escola EB 2,3/ES de São Sebastião de Mértola

    Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial – 3º ano

    Ano Letivo: 2013/2014

    Psicopatologia Geral

  • INTRODUÇÃO

    O presente trabalho é sobre Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA). Iremos definir

    o conceito de hiperatividade e os seus vários tipos, a hiperatividade nas crianças e nos adultos, as suas

    causas, como se diagnostica e deteta, entre outros aspetos.

    A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e online, enriquecida com uma entrevista à Psicóloga

    escolar, a Drª Carla Gonçalves, a quem agradecemos, desde já, a atenção que nos dispensou.

  • ANÁLISE DO TRANSTORNO PHDA

    O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma síndrome caracterizada por falta de

    atenção, hiperatividade e impulsividade causando prejuízos a si mesmo e aos outros em pelo menos dois

    contextos diferentes, geralmente em casa e na escola/trabalho. Na Classificação Internacional de Doenças

    da OMS mais recente é classificado como um Transtorno Hipercinético.

  • DEPOIMENTO

    “Meu filho não pára quieto nem para comer. Desde o instante em que se levanta até a hora em

    que vai dormir, anda de um lado para o outro, pula, sobe nos móveis, derruba as cadeiras que

    encontra pelo caminho, corre pela casa. O seu quarto é um verdadeiro caos. Espalha roupas e

    objetos, mesmo aqueles que não está usando no momento, revira as gavetas, não fecha as portas

    dos armários.

    No colégio, então, é um terror. Sua agitação incomoda os colegas e prejudica os

    relacionamentos. A desatenção e a inquietude interferem também no rendimento escolar. Não

    termina as lições, comete erros grosseiros nos exercícios e redações, esquece conteúdos que

    dominava satisfatoriamente um dia antes, rasga a folha da prova de tantas vezes que apaga as

    respostas.

    Geralmente, essas queixas, caracterizam os portadores do transtorno de déficie de atenção e

    hiperatividade, uma doença que acomete as crianças, mas que pode prosseguir pela a vida

    adulta, comprometendo o desempenho profissional, familiar e afetivo dessas pessoas.”

  • O QUE É A HIPERATIVIDADE?

    A perturbação de Hiperatividade com défice de Atenção (PHDA) é das perturbações da infância

    e da adolescência mais estudadas na atualidade. As crianças com PHDA exibem um conjunto de

    características e de comportamentos típicos (desatenção, agitação motora, impulsividade,

    imaturidade, etc.) que afetam significativamente o seu desempenho nos diversos contextos e

    atividades em que é exigido um comportamento normativo. Em face das alterações

    comportamentais, estas crianças tendem a apresentar, com alguma frequência, dificuldades de

    aprendizagem, dificuldades no relacionamento com os pares e problemas de ajustamento

    psicossocial.

  • A DEFINIÇÃO POR

    RUSSEL A. BARKLEY

    Russel A. Barkley define o PHDA como um distúrbio de desenvolvimento caracterizado por

    graus de desenvolvimento inapropriados de desatenção, sobreatividade e impulsividade, as quais

    têm frequentemente o seu início na primeira infância, têm uma natureza relativamente

    crónica, e podem ser explicadas por deficiências neurológicas, sensoriais, de linguagem,

    motoras, deficiência mental ou distúrbios emocionais severos. Estas dificuldades aparecem

    tipicamente associadas a défices no comportamento orientado por regras e na manutenção de

    um padrão consistente de realização ao longo do tempo.

  • A DEFINIÇÃO POR

    CARDO E SERVERA-BARCELÓ

    Cardo e Servera-Barceló referem que a PDHA tem uma base genética, em que estão

    implicados diversos fatores neuropsicológicos, que provocam na criança alterações atencionais,

    impulsividade e uma grande atividade motora. Trata-se de um problema generalizado por falta

    de autocontrolo com repercussões no seu desenvolvimento, na sua capacidade de aprendizagem

    e no seu ajustamento social.

  • VÁRIOS TIPOS DE HIPERATIVIDADE

    PREDOMINANTEMENTE DESATENTO - Dificuldade em prestar atenção e manter a

    concentração por períodos de tempo a assuntos que são poucos interessantes para a pessoa.

    PREDOMINANTEMENTE HIPERATIVO E IMPULSIVO - Dificuldade em manter-se

    sossegado no mesmo local quando a tarefa ou conversa que estão a ouvir não é interessante para

    a pessoa. Outro aspeto é a dificuldade em parar para pensar/analisar as consequências da ação

    que está preste a iniciar

    COMBINADO DESATENTO + HIPERATIVO - É o mais comum dos 3 tipos de

    hiperatividade. A pessoa é desatenta, hiperativa e impulsiva.

  • A HIPERATIVIDADE NAS CRIANÇAS

    A hiperatividade é atualmente a “desordem mental” mais diagnosticada em crianças, estimando-

    se que 5 a 10% de todas as crianças sejam hiperativas.

    Cerca de 40% das crianças deixam de ter sintomas durante a adolescência, ou seja, o cérebro

    “encontra o caminho” para o seu normal desenvolvimento.

  • A HIPERATIVIDADE NOS ADULTOS

    A maior parte dos adultos hiperativos não sabem que a têm porque sempre se pensou que a

    hiperatividade desaparecia durante a adolescência.

    Em muitos casos não é muito evidente porque a pessoa desenvolveu estratégias para lidar com e

    minimizar as consequências dos sintomas.

  • CAUSAS DA HIPERATIVIDADE

    As causas da hiperatividade são um aspeto em que os especialistas mais credíveis parecem estar

    de acordo, as causas são genéticas e ambientais.

    A hiperatividade é ativada quando certos fatores ambientais afetam um determinado

    componente genético.

    Está provado cientificamente que a hiperatividade é hereditária, ou seja, quando uma pessoa é

    corretamente diagnosticada com hiperatividade, o pai, a mãe ou ambos são hiperativos ou têm

    um código genético característico da hiperatividade.

  • PERCENTAGEM DE HIPERATIVIDADE

    ENTRE OS SEXOS

    Parece não existir um consenso em relação à percentagem entre sexos quanto à manigestação

    deste transtorno.

    Alguns estudos apontam para 80% do sexo masculino e 20% do sexo feminino, outros apontam

    para que seja uma percentagem igual.

    1- A vertente da impulsividade, que representa um comportamento com maior expressão

    exterior à pessoa, está mais presente nos rapazes daí a percepção de haver mais hiperativos do

    sexo masculino.

    2- As crianças, adolescentes e adultos do sexo feminino são condicionadas pela família e

    sociedade para terem comportamentos mais discretos e serem recatadas, logo disfarçando os

    sintomas da hiperatividade.

  • CONSEQUÊNCIAS FAMILIARES E

    ESCOLARES

    Este distúrbio provoca sofrimento, problemas de integração, socialização e aprendizagem, mas

    com o acompanhamento adequando, os “milagres” acontecem, basta saber acompanhar a

    criança.

    A hiperatividade é o segundo distúrbio mais frequente e afeta entre 5 e 7% das crianças em

    idade escolar.

  • COMO SE DIAGNOSTICA

    O diagnóstico deve ser feito por um profissional de saúde capacitado, geralmente neurologista,

    pediatra ou psiquiatra. O diagnóstico pode ser auxiliado por alguns testes psicológicos ou

    neuropsicológicos, principalmente em casos duvidosos, como em adultos, mas mesmo em

    crianças, para o acompanhamento adequado.

  • COMO SE DETECTA

    Para fazer o diagnóstico de défice de atenção e hiperatividade, os sintomas precisam manifestar-

    se em dois ambientes distintos. Em geral, eles ocorrem em casa e na escola. A mãe, que

    geralmente acompanha a criança dos trabalhos de casa, percebe a agitação e a demora para fazer

    as tarefas. A professora nota o mesmo comportamento na escola. Por isso, pais e professores são

    bons informadores para ajudar o médico que observa a criança no consultório.

  • FORMAS DE TRATAMENTO

    São 3 os pilares que sustentam o edifício terapêutico do THDA:

    1 – Psicoeducação

    2 – Intervenções psicológicas e comportamentais

    3 –Terapia farmacológica

  • PSICOEDUCAÇÃO

    A psicoeducação deve ser sempre a primeira forma de atuação do profissional, e muitas

    vezes revela-se a mais importante de todas. É frequente um adulto ao receber o diagnóstico de

    PHDA sentir-se profundamente emocionado e aliviado, isso explica toda a luta e culpa que essa

    pessoa vinha carregando ao longo de muitos anos.

    Ler livros ou assistir a palestras sobre o tema são formas auxiliares no prosseguimento e reforço

    da psicoeducação.

  • INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS E

    COMPORTAMENTAIS

    Uma ajuda psicoterápica, praticada por um profissional bem informado sobre o PHDA pode

    ajudar a lidar com as sequelas psicológicas.

    O reforço de certas estratégias de comportamento, individuais para cada caso, podem ajudar a

    compensar as características do PHDA. Treinar o uso de uma agenda diária, ajuda a aumentar a

    organização com a utilização de pastas, a divisão de uma tarefa maior em segmentos menores,

    modos de leitura. Os conhecimentos do transtorno, aliados a uma dose de criatividade, são os

    elementos capazes de permitir ao terapeuta e paciente, trabalhando em equipa, construírem, após

    tentativas e erros, as estratégias mais adequadas para cada caso individual.

  • TERAPIA FARMACOLÓGICA

    Embora tido como o elemento central do tratamento do PHDA, o tratamento farmacológico de

    forma alguma dispensa as intervenções antes mencionadas, uma vez que sem elas o emprego

    exclusivo de psicofármacos comprovadamente resulta em menor índice de resultados

    satisfatórios.

    Seguindo ordem de importância, mencionaremos o emprego de:

    1º) Estimulantes

    2º) Antidepressivos

  • ESTIMULANTES

    Os estimulantes são os medicamentos mais utilizados para o tratamento de PHDA.

    Dois estimulantes conhecidos e utilizados no tratamento desse transtorno são o metilfenidato e a

    dextroanfetamina.

    São abundantes os trabalhos mencionando a eficácia dos estimulantes nas crianças, e só nos

    últimos anos têm aparecido trabalhos evidenciando a mesma utilidade no adulto.

    Alguns adultos apresentam boa resposta com doses menores enquanto outros requerem doses

    mais robustas.

  • ANTIDEPRESSIVOS

    Os antidepressivos têm sido usados em crianças como alternativa de tratamento para o PHDA.

    Em adultos os estudos são menos numerosos.

    Os antidepressivos apresentam as vantagens de poderem ser administrados apenas 1 vez ao

    dia, e poderem ser eficazes para a ansiedade e depressão comórbidas. Por outro lado, o

    índice de eficácia, especialmente para as manifestações da esfera da desatenção, é menor em

    comparação ao metilfenidato.

  • CONSELHOS AOS PAIS

    A Hiperatividade atribui à tarefa desafiadora da educação uma dificuldade acrescida. Com o

    objetivo de facilitar essa tarefa, iremos descrever algumas dicas, para todos os pais e

    educadores.

    • Estruture o Espaço e o Tempo;

    • Espaço para a Liberdade;

    • Elogie a criança;

    • Seja flexível, mas constante;

    • Acredite que é possível.

  • CONSELHOS AOS PORTADORES

    DE PHDA

    Conselho de Mario Louzã os portadores de PHDA.

    “Muita vezes, as pessoas não reconhecem as faltas de atenção como uma doença com possível tratamento.

    Elas incorporam como características da personalidade, como a sua maneira de ser. Admitir que possam ser

    sintomas de uma doença, é o primeiro passo para procurar ajuda e tratamento e ultrapassar os problemas.

    Além disso, é fundamental criar estratégias para compensar a desorganização natural e a falta de atenção

    dessas pessoas. Quanto mais rotineiras e sistemáticas forem, melhor será o seu desempenho nas diferentes

    áreas.

    De um modo geral, os adultos com PHDA, já desenvolveram algumas técnicas para lidar com as próprias

    dificuldades. Como sabem que são distraídos, apontam os compromissos na agenda, criam hábitos como

    deixar os objetos sempre no mesmo lugar, e estabelecem determinadas rotinas na vida.

    Em relação as crianças, desenvolver essas atitudes comportamentais ira ajuda-las a organizar-se melhor.”

  • CONCLUSÃO

    Neste trabalho abordámos o assunto Perturbação de Hiperatividade e Défice de

    Atenção(PHDA] .

    Cumprimos todos os objetivos que nos tínhamos proposto; o trabalho foi realizado

    em equipa pelos 3 alunos, e verificou-se cooperação e entre ajuda.

    Este trabalho foi muito importante para a nossa compreensão uma vez que nos

    permitiu a ficar a conhecer melhor o PHDA além de nos permitido aperfeiçoar

    competências de investigação, seleção, organização e comunicação da informação.