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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI VANESSA BORTUCAN DE OLIVEIRA PESQUISA DE DEMANDA E OFERTA DO MERCADO DE INTERCÂMBIOS NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS Trabalho de Conclusão de Curso São José 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI

VANESSA BORTUCAN DE OLIVEIRA

PESQUISA DE DEMANDA E OFERTA DO MERCADO DE

INTERCÂMBIOS NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Curso

São José

2007

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VANESSA BORTUCAN DE OLIVEIRA

PESQUISA DE DEMANDA E OFERTA DO MERCADO DE

INTERCÂMBIOS NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS

São José

2007

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Turismo e Hotelaria na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ensino Superior VII, Campus São José, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo e Hotelaria.

Orientador: Profo. Msc. Athos Henrique Teixeira

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VANESSA BORTUCAN DE OLIVEIRA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a

obtenção do Título de Bacharel em Turismo e Hotelaria da Universidade do Vale do

Itajaí, Centro de Educação São José e examinados pelos seguintes professores:

______________________________

Profo. Msc. Athos Henrique Teixeira

Orientador

______________________________

Profa. Msc. Renata Silva

Membro examinador

______________________________

Profa. Msc. Bianca Oliveira Antonini

Membro examinador

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, José Donizeti de Oliveira e Marystella de Felício B.

Oliveira pelo apoio durante esses anos longe de casa.

Agradeço demasiadamente ao meu namorado William D’Andrea Fonseca que

me apoiou durante os momentos mais difíceis, que esteve ao meu lado sempre com

muita dedicação e paciência, me auxiliando no desenvolvimento do trabalho.

Ao professor orientador Athos Henrique Teixeira, pela paciência e por tornar

possível a realização deste trabalho.

À América do Sol, pela oportunidade da realização do estágio, pela atenção e

preocupação durante o estágio.

E a todos os meus amigos que contribuíram, de forma direta ou

indiretamente, para meu crescimento profissional.

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"Nós podemos chegar a ser cultos com

conhecimento de outros homens, mas nós

não podemos ser sábios com sabedoria

de outros homens."

Michel de Montaigne

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TÍTULO: PESQUISA DE DEMANDA E OFERTA DO MERCADO DE

INTERCÂMBIOS NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS

ÁREA DE PESQUISA: Ciências Sociais Aplicadas

SUB-ÁREA: Turismo e Hotelaria

RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como principal objetivo analisar o mercado de intercâmbios na cidade de Florianópolis, por meio de dados obtidos através de uma pesquisa exploratória aplicada a uma amostra da população de estudantes da cidade. Devido à crescente necessidade de aprimoramento profissional exigido pelo mercado de trabalho nos dias de hoje, percebe-se principalmente nas grandes capitais, um crescente aumento das viagens para fins educacionais. Como Florianópolis é uma capital com grandes universidades e que atrai um número enorme de estudantes todo ano, observa-se um crescente interesse por parte desses jovens nas viagens de intercâmbio. O aumento de empresas especializadas neste nicho e sua representatividade no mercado da cidade também instigaram o interesse em se analisar a situação do mercado da cidade. A pesquisa buscou verificar o perfil dos estudantes com interesse em viagens de intercâmbio e os motivos que o levam a tomar tal decisão, além do levantamento das empresas de maior representatividade no mercado de Florianópolis. Em geral, o estudo comprovou, como esperado, o grande interesse dos jovens em fazer um intercâmbio tanto para aprimorar o idioma quanto para fins de aprimoramento na carreira profissional. Verificou-se também que este fato, leva o estudante em optar por programas que incluem trabalho, unindo deste modo o aprimoramento do idioma ao profissional, tendência também apontada por outras pesquisas recentes. Palavras chaves: Viagens de Intercâmbios. Agências de Intercâmbios. Mercado de Intercâmbio.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Principais destinos dos estudantes em 2006...................................................... 27

Gráfico 2 – Produtos e serviços mais crescentes no turismo................................................ 28

Gráfico 3 – Faixa etária........................................................................................................ 35

Gráfico 4 – Escolaridade...................................................................................................... 36

Gráfico 5 – Instituição.......................................................................................................... 37

Gráfico 6 – Renda familiar................................................................................................... 38

Gráfico 7 – Interesse em intercâmbio................................................................................... 39

Gráfico 8 – País de Interesse................................................................................................ 40

Gráfico 9 – Motivo da escolha.............................................................................................. 41

Gráfico 10 – Tipos de programas de intercâmbios............................................................... 42

Gráfico 11 – Conhece alguma agência especializada em intercâmbios............................... 44

Gráfico 12 – Qual?................................................................................................................ 45

Gráfico 13 – Já utilizou serviço das agências acima............................................................ 46

Gráfico 14 – Alunos UFSC que fizeram intercâmbio.......................................................... 47

Gráfico 15 – Alunos Univali que fizeram intercâmbio........................................................ 48

Gráfico 16 – Se sim, qual?.. ................................................................................................. 49

Gráfico 17 – Avaliação quesitos Intercultural..................................................................... 50

Gráfico 18 – Avaliação quesitos World Study..................................................................... 51

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................. v

LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................................ vi

PARTE I - PROJETO DE PESQUISA

1 APRESE�TAÇÃO.............................................................................................................. 12

1.1 Contextualização...............................................................................................................12

1.2 Definição do problema..................................................................................................... 12

1.3 Justificativa..................................................................................................................... 13

2 OBJETIVOS........................................................................................................................ 14

2.1 Objetivo Geral...............................................................................................................14

2.2 Objetivos Específicos.................................................................................................. 14

3 FU�DAME�TAÇÃO TEÓRICA......................................................................................15

3.1 Aspectos sócio-econômicos do turismo....................................................................... 15

3.2 As agências de viagem no panorama turístico........................................................... 19

3.3 Turismo de Intercâmbio.............................................................................................. 25

4 RESULTADO DA PESQUISA...........................................................................................31

4.1 Procedimentos metodológicos..........................................................................................31

4.1.1 População e amostragem................................................................................................ 32

4.1.2 Coleta de dados................................................................................................................32

4.1.3 Análise e interpretação dos resultados......................................................................... 33

4.2 Plano de trabalho.......................................................................................................... 33

4.2.1 Etapas........................................................................................................................... 33

4.2.2 Cronograma................................................................................................................. 34

4.3 Análise da Pesquisa....................................................................................................... 35

5 CO�SIDERAÇÕES FI�AIS.......................................................................................... 53

6 REFER�CIAS............................................................................................................... 55

7 AP�DICES.................................................................................................................... 58

APÊ�DICE A – Questionário da Pesquisa...................................................................... 59

PARTE II - RELATÓRIO DE ESTÁGIO

1. IDE�TIFICAÇÃO DA EMPRESA E DO ALU�O........................................................61

1.1 Dados da Empresa ....................................................................................................... 61

1.2 Dados da Aluna ............................................................................................................ 61

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2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 62

3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 64

3.1 Objetivo Geral ..............................................................................................................64

3.2 Objetivo Específico ...................................................................................................... 64

4 DESCRIÇÃO DA EMPRESA........................................................................................ 65

4.1 Evolução Histórica da Organização............................................................................65

4.2 Infra-estrutura Física Atual.........................................................................................66

4.3 Infra-estrutura Administrativa .................................................................................. 67

4.4 Quadro de Recursos Humanos.................................................................................... 68

4.5 Serviços Prestados aos Clientes................................................................................... 69

5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESE�VOLVIDAS POR SETOR..................... 70

5.1 Setor de Atendimento de Vendas................................................................................ 70

5.1.1 Funções do setor................................................................................................ 70

5.1.2 Infra-estrutura do setor...................................................................................... 71

5.1.3 Atividades desenvolvidas pela acadêmica ........................................................ 72

5.1.4 Conhecimentos técnicos adquiridos ................................................................. 72

5.1.5 Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas............................... 72

5.2 Setor Administrativo e Financeiro.............................................................................. 73

5.2.1 Funções do setor................................................................................................ 73

5.2.2 Infra-estrutura do setor...................................................................................... 74

5.2.3 Atividades desenvolvidas pela acadêmica ........................................................ 74

5.2.4 Conhecimentos técnicos adquiridos ................................................................. 74

5.2.5 Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas............................... 75

5.3 Setor de Promoção de Vendas..................................................................................... 75

5.3.1 Funções do setor................................................................................................ 75

5.3.2 Infra-estrutura do setor...................................................................................... 76

5.3.3 Atividades desenvolvidas pela acadêmica ........................................................ 76

5.3.4 Conhecimentos técnicos adquiridos ................................................................. 76

5.3.5 Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas............................... 77

6. A�ÁLISE DAS ATIVIDADES DESE�VOLVIDAS...............................................,.. 78

7. CO�CLUSÃO TÉC�ICA............................................................................................. 79

8. REFER�CIAS.............................................................................................................. 80

9. ASSESSORIAS TÉC�ICAS EDUCACIO�AIS......................................................... 81

A�EXOS.............................................................................................................................. 82

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A�EXO A – Programa de estágio..................................................................................... 83

A�EXO B – Declaração de estágio expedida pela organização..................................... 85

A�EXO C – Ficha avaliação de desempenho do estagiário pela organização.............. 86

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PARTE I

PROJETO DE PESQUISA

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1 APRESENTAÇÃO 1.1 Contextualização

Por ser uma das cidades com maior qualidade de vida, alto padrão sócio-

econômico da população e pela grande quantidade de jovens estudantes que vem

para a cidade devido a qualidade e quantidade de universidades existentes,

Florianópolis é uma cidade com grande potencial para emissão de jovens ao

exterior, nas viagens de intercâmbio. Por isso, uma pesquisa do mercado de viagens

de intercâmbio tem a importância de avaliar as condições atuais e tendências desse

mercado em expansão e, mostrar a oportunidade que este proporciona para o

mercado de agências de viagem.

Para a obtenção de dados relevantes sobre o segmento de intercâmbios e do

mercado em si, foi realizada uma pesquisa quanti-qualitativa baseada em uma

amostra da população de estudantes da cidade com a finalidade de traçar o perfil da

demanda, seus interesses, os fatores que os influenciam, além de pontuar e avaliar

a oferta na cidade de Florianópolis.

Os capítulos a seguir fornecem informações sobre a atividade turística dentro

de um contexto econômico e mercadológico, ressaltando a importância do setor de

viagens e turismo tanto para a economia do país quanto para a sociedade.

Posteriormente é ressaltado o papel das agências de viagens como

intermediadoras de produtos e serviços turísticos, com finalidade do

desenvolvimento da atividade turística. Além disso, são citadas as tendências atuais

e a importância da segmentação para a atividade como forma de focar as

necessidades da demanda e oferecer-lhe melhor qualidade, melhor preço e um

produto personalizado.

1.2 Definição do problema

O fato de não haver nenhuma pesquisa do mercado atual de intercâmbios na

cidade Florianópolis, e por esta ser uma capital bastante representativa, a qual envia

ao exterior uma grande quantidade de jovens, verifica-se a necessidade de levantar

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dados que comprovem o interesse dos estudantes neste nicho, identificar o perfil

dos mesmos, além de ressaltar as tendências do mercado e a oportunidade que

este pode proporcionar as agências que queiram se especializar neste segmento de

viagens, devido ao seu grande potencial atual, graças a globalização e às exigências

do mercado de trabalho.

1.3 Justificativa

A pesquisa propõe investigar o mercado de intercâmbios na cidade de

Florianópolis que parece ser bastante representativo e em crescimento, por isso a

oportunidade das agências em investir ou aprimorar a oferta de seus produtos, se

especializando em destinos e programas que estão em ascensão.

O mercado de agências de viagem busca constantemente reformulação de

produtos e serviços, muitas vezes utiliza-se da segmentação para atingir públicos

específicos e deste modo a se manter neste mercado altamente competitivo. A

segmentação voltada ao mercado de intercâmbio educacional é um meio bastante

oportuno para estas investirem, pois é atualmente um nicho em ascensão.

Por isso, se torna essencial analisar tanto a demanda quanto a oferta de

produtos e serviços do mercado, para que se possa saber ao certo o perfil do

público de maior interesse neste segmento, as tendências, os serviços em si, para

que seja possível analisar o mercado da cidade como um todo.

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2 OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Analisar a demanda e oferta do mercado das viagens de intercâmbio na

cidade de Florianópolis.

2.2. Objetivos Específicos

• Identificar o perfil da demanda (público) de intercâmbios;

• Verificar os países de maior interesse para o estudante;

• Analisar os fatores que favorecem a escolha do programa;

• Identificar a oferta na cidade de Florianópolis;

• Avaliar a oferta dos programas de intercâmbio.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Aspectos sócio-econômicos do turismo

Escapar da rotina, conhecer novos prazeres e destinos, são necessidades

inerentes ao ser humano desde os primórdios da civilização, portanto, o turismo não

é um fenômeno recente. É o maior dos movimentos migratórios da história da

humanidade, caracterizado por sua taxa de crescimento constante. Porém, como

fenômeno econômico, é atualmente o principal setor de importância fundamental

para o crescimento econômico do país, devido a sua contribuição para o aumento do

PIB, como pelo seu potencial de gerar emprego e renda.

“Até 2025, se tanto, o turismo estará respondendo por quatro em cada cinco

empregos da chamada economia de serviços. E esta, por dois em cada três

empregos da economia em geral” (FERNANDES; COELHO, 2002, p. 14)

Segundo Trigo (1998, p.9) “o turismo deixou de ser apenas um complexo

socioeconômico para se tornar uma das forças transformadoras do mundo pós-

industrial”. É um dos setores socioeconômicos mais significativos e uma das forças

econômicas mais importantes do mundo, pois decorre de resultados financeiros

expressivos, gerando emprego e renda, produzindo assim efeitos e perspectivas

positivas na economia do país.

No Brasil, no período de 2003 a agosto de 2006, foram gerados 966 mil

empregos e estima-se que para este ano de 2007 o lucro do setor de turismo no

Brasil será em torno de R$184 bilhões (MINISTÉRIO DO TURISMO e WTTC apud

ABAV, 2007).

Segundo a Organização Mundial do Turismo (apud TURISMO NO BRASIL,

2007-2010, p.32). “[...] aproximadamente de 6 a 8% do total de empregos gerados

no mundo depende do turismo”. Além disso, é uma das atividades econômicas que

demanda o menor investimento para a geração de trabalho, sendo um dos maiores

mercados do mundo, que favorece direta ou indiretamente a economia do país.

O turismo pode atuar positivamente em outros setores da economia,

provocando um efeito multiplicador. Pode atuar indiretamente gerando renda para

outros setores como construção civil, indústria alimentar, produção de móveis e

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utensílios, serviços dos profissionais liberais, realização de obras do setor público,

comércio em geral, além de beneficiar com essa reação em cadeia toda a rede de

indústrias e serviços relacionados aos transportes, indústria cultural e de

entretenimento, etc. (OLIVEIRA, 2005).

Não há dúvidas que o turismo é imprescindível no mundo todo, pois atrelado

à atividade turística, surgem benefícios para a sociedade, principalmente no aspecto

econômico.

O turismo doméstico e internacional participa com mais de 10% na formação do Produto Interno Bruto mundial, sendo que em países menores e em desenvolvimento, esta participação é consideravelmente maior [...]. As atividades de viagens e turismo são geradoras de trabalho, e empregam um montante estimado de 100 milhões de pessoas no mundo, principalmente em empresas familiares e de pequeno e médio portes. Pesquisas recentes revelam que a criação de emprego na área do turismo cresce 1,5 vezes mais rapidamente do que em qualquer outro setor industrial (FERNANDES; COELHO, 2002, p. 3).

Após a II Guerra Mundial, com a invenção dos aviões, milhões de pessoas

puderam viajar com maior rapidez e tanto viagens nacionais como internacionais se

intensificaram rapidamente. O desenvolvimento tecnológico das comunicações fez

com que os consumidores tomassem conhecimento de outras culturas, despertando

o desejo de viajar. Essa facilitação das comunicações também possibilitou a

operacionalização e comercialização dos produtos turísticos de forma ágil.

Outro fator que favoreceu o desenvolvimento turístico foi o intenso processo

de urbanização. O surgimento de grandes metrópoles e com isso os problemas de

tempo despendido com transportes, a poluição, a violência, ou seja, o modo de vida

estafante, fez com que as pessoas buscassem outros ambientes durante férias e

feriados.

Lage e Milone (2000, p.12) apontam os motivos que contribuíram para a

massificação do turismo nos dias de hoje: “a prosperidade, aumento da população,

urbanização, industrialização, a maior disponibilidade de renda, a ampliação do

tempo livre, avanços tecnológicos, especialmente nos meios de comunicação,

transporte e bens e serviços turísticos, etc”.

Devido sua expansão, o turismo passou de uma atividade restrita à população

de camadas mais ricas e passou a envolver um contingente maior de pessoas.

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Deste modo, a atividade foi o elo de integração das relações econômicas, sociais e

políticas das sociedades industriais modernas.

“O mundo está penetrando no alvorecer de um novo tempo do turismo, uma

era de viagens em escala maciça, verdadeiramente global. Pessoas das mais

variadas classes sociais e de todos os países viajam para todos os quadrantes do

planeta” (BENI, 2003, p.25).

O grande êxodo das massas que caracteriza nossa época é conseqüência

das condições geradas pelo desenvolvimento da sociedade industrial. Viajamos para

sobreviver, para buscar uma compensação do que falta no cotidiano. Infelizmente

não é somente o desejo de fazer novas descobertas e nem de aprender alguma

coisa que leva a grande maioria as pessoas viajarem e sim por se desfazerem dos

fardos do cotidiano, como aponta Krippendorf (1989, p.17):

Nos nossos dias, a necessidade de viajar é, sobretudo, criada pela sociedade e marcada pelo cotidiano. As pessoas viajam porque não se sentem mais à vontade onde se encontram, seja nos locais de trabalho, ou seja, onde morem. Sentem necessidade urgente de se desfazer temporariamente do fardo das condições normais de trabalho, de moradia e de lazer, a fim de estar em condições de retomá-las quando regressarem.

O turismo além de ser é um fenômeno de perspectiva econômica, ou seja,

uma indústria que visa lucro é um fenômeno que liga as partes mais distantes do

mundo, aumentando a consciência do povo, imprescindível nos dias atuais de

grande estafa psicológica das pessoas, pois proporciona além do prazer e

descanso, trocas culturais com as populações visitadas, liberdade sem pressões que

o cotidiano impõe e relações humanas sem obrigações.

As motivações para fazer turismo são diversas. Algumas pessoas viajam para

diversão, outras por questões culturais, por fatores religiosos, para visitar parentes e

amigos, para participar de festas e eventos, por tratamento de saúde, etc.

A realidade mundial está em constante transição devido à evolução da

tecnologia e dos meios de comunicação, que aproximam os povos, questionando

estruturas e valores estabelecidos. Os mercados buscam reagir rapidamente a essa

situação, porque mudam também os produtos e serviços, as motivações dos

consumidores e suas decisões de compra, etc.

Pode-se dizer que o turismo é uma atividade multifaceada e multidimensional,

que pode ser pensada como sendo uma gama de indivíduos, empresas e

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organizações e lugares, que se combinam para proporcionar uma experiência de

viagem. Com relação à definição do turismo baseado na oferta, pode-se definir a

indústria do turismo como “todas aquelas empresas, organizações e instalações

destinadas a servir as necessidades e desejos específicos do turismo”. (COOPER et

al apud LEIPER, 2003, p. 43).

O turismo está inserido em um universo do lazer, sendo articulada por um

conjunto de atividades. “Abrange diversos tipos de viagem, equipamento, transporte,

hospedagem, passeios locais, mão-de-obra especializada, etc.” (TRIGO, 1998, p.

16).

Como em todas as indústrias, o turismo necessita de intermediários para

transformar mercadorias em serviços de modo a torná-los produtos desejados aos

consumidores. Todo esse conjunto de serviços são atividades complexas

entrelaçadas, que requerem mão-de-obra especializada e alto grau de

profissionalização. Os agentes de viagem são os responsáveis pela intermediação

dessas mercadorias, com o papel de proverem serviços de viagens, como

hospedagem, transporte, entretenimento e outros, para satisfazer as necessidades

dos consumidores.

O turismo no setor de viagens é caracterizado como fenômeno socioeconômico que estuda o deslocamento temporal do fluxo de viajantes em determinadas áreas de interesse ou de abrangência cultural, de negócios, de lazer, dentre outras áreas. Necessita de empresas que organizem e ordenem suas ações a fim de criar mercados diferenciados que beneficiarão a exploração ordenada e planejada das viagens turísticas, como é o caso das empresas do setor de viagens, no qual se situam as agências de viagens e turismo (TOMELIN, 2001, p. 45).

As agências de turismo são prestadoras de serviços que informam, organizam

e tomam todas as medidas necessárias a quem deseja viajar, facilitando e

resolvendo problemas dos turistas. Têm a função, como acima citado, de criar

mercados diferenciados, pois dependem da oferta turística derivada, ou seja, de

equipamentos e infra-estrutura necessária para satisfazer a demanda.

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3.2 As agências de viagem no panorama turístico

As sociedades contemporâneas ainda estão em grande parte conectadas em

redes estruturais que se relacionam através de fluxos contínuos de trocas entre os

membros dessa estrutura. E um dos principais elos dessa cadeia estrutural são as

agências de viagens e turismo, que são uma das principais intermediadoras na

comercialização dos serviços e distribuição dos produtos até o consumidor final, com

papel fundamental no desenvolvimento da atividade turística.

Para o setor de viagens e turismo, a intermediação se dá através das

operadoras de turismo e atacadistas que montam um pacote e o vendem através

dos agentes de viagem, os quais lidam diretamente com o público.

Segundo Petrocchi; Bonna (2003, p.11):

As agências de turismo são organizações que têm a finalidade de comercializar produtos turísticos. Eles orientam as pessoas que desejam viajar, estudam as melhores condições tanto em nível operacional quanto financeiro, e assessoram os clientes acerca da definição de itinerários.

As agências de viagens têm a função de organização, promoção, reservas e

vendas de serviços de transportes, hospedagem, alimentação, etc., facilitação de

trâmites de documentos como passaporte, visto, seguro, além de outras facilidades.

“Servem de intermediárias e distribuidoras na prestação de serviços entre a

oferta e demanda [...], tornam-se ícones principais na distribuição dos produtos até o

consumidor final [...]” (TOMELIN, 2001, p.17).

As primeiras agências de viagens surgiram na Europa, na primeira metade do

século XIX. Elas que deram início à organização de viagens em grupos.

A agência mais antiga foi inaugurada em 1840 na cidade do Porto. Segundo

Oliveira (2005, p. 28):

A mais antiga agência de turismo do mundo registrada nos anais de turismo moderno, é a Agência Abreu, de Portugal [...]. A Agência Abreu de viagens tratava de passaportes, vistos de emigração, da venda das passagens de trem [...], sobretudo para os que pretendiam emigrar para o Brasil.

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Em 1841, o inglês Thomas Cook, revolucionou a atividade comercial recente

do turismo. Ele organizou viagens nacionais e internacionais, criou o serviço

Individual Inclusive Tour, conhecido como forfait, e também o pacote turístico,

incluindo preço de passagens, traslados, refeições e hospedagem nas suas viagens

organizadas.

Thomas Cook popularizou a atividade turística com introdução das viagens

organizadas, tornando as viagens acessíveis para todas as classes sociais.

A tarefa básica do agente de viagem é fornecer os serviços de viagem ao

púbico. Isto se faz por meio dos fornecedores ou consolidadores, que seria uma

operadora, um hotel ou uma cia de transporte. Além disso, o agente pode oferecer

outros serviços que estejam relacionados à viagem, como venda de seguros e

câmbio. Em troca da venda dos produtos dos fornecedores os agentes são

comissionados.

Até hoje, a classificação no setor de viagens é diversificada, no caso brasileiro

a classificação oficial é representada pela Embratur, no Decreto n°84.934/1980. Se

classificam em agências de viagens e agências de viagem e turismo. Mas essa

legislação não reflete na realidade do mercado de viagens nacional, tampouco no

mercado mundial. Por isso, alguns autores apresentam diferentes tipologias que se

enquadram melhor na nomenclatura atual. A classificação básica mais próxima as

necessidades do mercado são sugeridas por Acerenza (1992), que seriam: Agências

de viagens detalhistas, que não elaboram seus próprios produtos, revendendo

roteiros preestabelecidos organizados por empresas maioristas ou operadoras de

turismo. Agências de viagens maioristas, as quais têm objetivo de fazer pacotes,

organizá-los e repassar para as agências detalhistas. E agências de viagens Tour

Operators, que opera seus próprios programas de viagens, e vende seus produtos

às detalhistas e ao próprio público geral através de escritórios locais (TOMELIN,

2001).

Estamos vivendo em um mundo de extrema transição, onde o que é válido

hoje não será mais amanhã, se torna rapidamente obsoleto e não responde mais às

necessidades do que parecia suprir. Com a globalização em processo acelerado

muda a natureza do turismo, os mercados devem buscar mudanças rápidas que

sigam esse impulso.

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21

Começam a se potencializar a via web e dentro deste espaço virtual os

consumidores podem realizar suas próprias compras de produtos turísticos. Surgem

as agências on-line para competir com o mercado de agências.

Neste século, com as facilidades trazidas pela internet e por processos de

reduções de custos nos setores de transportes, mais especificamente relacionados

às cias aéreas, os agentes de viagem têm enfrentado problemas quanto à redução

dos comissionamentos, que são sua principal fonte de renda e a preferência do

consumidor em adquirir um serviço diretamente pela facilidade que a internet

proporciona, prejudicando principalmente as pequenas e médias empresas do setor.

O impacto da internet como ferramenta operacional e comercial associado à eventual desregulamentação do transporte aéreo e a demais fatores, são desafios que as agências de viagens tem enfrentado, com efeitos no perfil do agente de viagens, marcado pela desintermediação dos serviços, pela reintermediação dos novos tipos que estão surgindo, e pela alternativa de reposicionamento do seu perfil (TOMELIN, 2001, p. 22).

Desintermediação e reintermediação são as tendências no mercado de

agências de viagem, com base na interpretação da realidade contextualizada da

globalização. Formam redes de agências com características horizontais entre

pequenas e médias empresas, ou verticais em rede globais.

Quanto maior o grau de dificuldades externas impostas ao setor maior a

competição das empresas. Essa competição gera uma guerra de preços entre

pacotes turísticos, que prejudica o lucro e a viabilidade da operação e compromete a

qualidade na prestação do produto.

É necessário resgatar a essência do perfil de consultor que havia se

consolidado pela atuação de Thomas Cook, é necessário que o mercado valorize

esse profissional, figura responsável pela manutenção da qualidade e do

atendimento de excelência.

Estamos diante de um novo cenário, onde as operadoras oferecem o máximo

de qualidade, preços e condições de pagamento excelentes para atrair clientes. O

agente consultor é o responsável pela customização e fidelização do cliente. O

profissional é cada vez mais importante, agregando valor à cadeia produtiva do

setor. Dentro desse mercado competitivo e de clientes cada vez mais exigentes, as

agências precisam eliminar riscos, oferecer produtos e atendimento de qualidade, e

dar segurança ao cliente. Como qualquer outra empresa as agências dependem da

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satisfação do cliente para sobreviver, por isso precisam conhecer seu cliente da

melhor forma possível para garantir sua sobrevivência.

O cenário de globalização favorece um grande contingente de novos

viajantes, pois alimenta através da comunicação global, desafios para que se

transponha os limites. As demandas por serviços são influenciadas por mutações, e

as empresas vivem este momento de mudanças e incertezas. A agência realiza seu

trabalho agregando valor e os seus produtos e serviços que saem representam as

receitas que cobrem os custos e remunera o valor agregado. Se o cliente não

adquire o serviço as agências não agregam valor e não sobrevivem. Por isso, a

organização precisa de uma gestão estratégica, com foco no cliente e precisa

monitorar mudanças, condições do mercado, preferências e necessidades dos

clientes.

O turismo penetra na era das viagens maciças, pessoas de todas as classes

sociais viajam. Nesta nova configuração as agências devem se unir para se

fortalecerem, e ocuparem mais espaço. Devem acompanhar as estratégias de

comunicação e de marketing. Beni (2003) aponta hoje a tendência de crescimento

de viagens internacionais e destaca o turismo interno, e reflete os motivos e

necessidade de buscar desenvolver e personalizar roteiros que refletem as

peculiaridades dessa demanda, para que haja um turismo de caráter mais autêntico.

Observa-se a tendência de crescimento destacado do turismo interno e de viagens internacionais com predomínio de motivos de reencontro com a natureza, de caráter familiar e bem intimista nas relações do turismo com o meio ambiente. Por essa razão, principia a desenvolver-se a demanda de roteiros com essas peculiaridades, deslocando em grande parte o fluxo turístico dos grandes centros urbanos e cosmopolitas para áreas locais com expressivo patrimônio histórico-étnico-cultural, em que podem ser vivenciadas experiências mais autênticas e genuínas, sem o apelo comercial, a opressão da obrigação de consumir, as tensões dos conglomerados urbano-industriais, passando ter para ser, com o apelo mais simples de viver o que ainda não foi impregnado por artificialismos e tensões dialéticas (BENI; 2003, p.35).

Autenticidade é o que deve se buscar no momento. Turistas mais abastados

estão evitando pacotes de viagem para buscar experiências mais exóticas e

personalizadas. “Segundo a OMT, para as próximas duas décadas, na maioria dos

países desenvolvidos o turismo doméstico atingirá seu teto máximo em relação à

proporção de suas populações” (BENI, 2003, p. 37).

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23

As empresas e os consumidores estão buscando novos caminhos para o

mercado turístico, e a segmentação é um dos caminhos, como ferramenta de busca

a respeito de informações do cliente. Segundo Swarbrooke; Horner (2002)

“segmentação de mercado é uma forma de classificação do consumidor destinada

especificamente a servir a função mercadológica”.

Utilizando-se dessas informações torna-se possível a segmentação do

mercado para melhor atender de forma personalizada aos desejos dos clientes.

Cada pessoa tem uma necessidade e um desejo em relação ao consumo de

produtos turísticos, alguns preferem viajar por motivos de status, contemplação da

natureza, saúde, busca de lugares e pessoas novas, aventura e assim por diante.

Essas informações coletadas apontam uma demanda diversificada, que torna o

produto turístico diferente.

As empresas, pelas alterações nos desejos da demanda e pela concorrência

cada vez mais acirrada, passam a perceber que a segmentação é uma estratégia

para atender mercados específicos, buscando diferenciais que garantam conquistar

uma clientela específica que se identifica com seu produto.

Segundo Ansarah (2002, p. 24) “a opção de segmentar ou não ocorre

principalmente pelo aumento da oferta de produtos, pela expansão dos mercados e

também pela vontade do cliente ter seus desejos satisfeitos, que muitas vezes são

específicos e não genéricos”

A autora (ibidem, 2002) explica que a segmentação enfatiza mais o mercado.

Alguns autores sugerem que essa segmentação seja feita segundo as afluências

turísticas e faixas etárias, como por exemplo, afluência de descanso, prazer ou

férias, afluência gastronômica, culturais, ecológicas, etc. Outros autores preferem

segmentar pelos elementos que compõem a demanda e a oferta turística.

No momento em que a empresa escolhe o nicho certo do seu produto, pode

oferecer maior proximidade, preços competitivos e estratégias mais adequadas.

Quando isso acontece, a empresa pode saber melhor a estratégia e estudar a

demanda, oferecendo-lhe um produto personalizado e com muito mais vantagem

competitiva.

Segundo Ignarra (2002), a demanda turística pode ser segmentada em

demanda efetiva e demanda potencial, sendo que a primeira que consome o produto

turístico e a segunda é aquela que tem condições para consumir, mas não o faz por

algum motivo, por isso se torna necessário estudar a demanda.

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A demanda é a relação da quantidade de qualquer produto ou serviço que as

pessoas queiram e possam comprar. O comportamento do consumidor é

diversificado, há uma série de razões que influencia na tomada de decisão.

As motivações que levam o turista a viajar estão relacionadas com

motivações físicas, emocionais, pessoais, desenvolvimento pessoal, status, fator

cultural. Os determinantes pessoais dos turistas são as circunstâncias pessoais, seu

conhecimento, suas experiências, suas atitudes e percepções. Os fatores externos

também podem influenciar como influenciam as opiniões dos amigos, as atividades

de marketing da indústria do turismo, a mídia, fatores nacionais políticos,

econômicos, sociais e tecnológicos, e, fatores mundiais políticos, econômicos,

sociais e tecnológicos.

Todos esses diferentes critérios acima citados baseados na população de

consumidores podem ser subdivididos segundo Swarbrooke; Horner (2002), do

seguinte modo: segmentação geográfica que categoriza grupos de mercado com

base em fatores geográficos; segmentação socioeconômica, que busca subdividir

mercados baseando-se em variáveis sócio-econômicas; segmentação demográfica,

assentada na subdivisão da população com base nos fatores demográficos,

segmentação psicográfica, técnica que parte da idéia de que o estilo de vida, as

atitudes, opiniões e personalidade das pessoas determinam o seu comportamento

enquanto consumidores; e por último, segmentação behaviorista que agrupa

consumidores de acordo com suas relações com um produto particular.

A demanda é muito influenciada e limitada pela oferta, por estarem

intimamente ligadas. Os aspectos da oferta devem ser considerados, pois a oferta

turística é quem ajuda a equilibrar o mercado.

A oferta de bens e serviços turísticos constitui um fator determinante da

demanda turística. É composta de vários elementos que compõem o produto

turístico1, ou seja, ela “constitui a matéria-prima da atividade turística mediante um

conjunto de recursos naturais e culturais, os quais agregam serviços turísticos como

os transportes, hospedagem, alimentação e outros, formando juntos, o produto

turístico” (MOTA, 2001, p.69).

Segundo Beni, (1998, p.155) há dois tipos de oferta, a oferta original, que é os

recursos destinados à matéria-prima, sem a qual não se realizaria nenhum processo

1 Produto turístico é um conjunto de bens e serviços tangíveis e intangíveis.

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produtivo; e, a oferta turística derivada, que seria o conjunto das prestações de

serviços das empresas de turismo.

A oferta turística engloba o trade turístico, que é composto pelas prestadoras

de serviços que visam atender as necessidades dos turistas (oferta turística

derivada). Essas empresas turísticas produzem serviços para satisfazer às

necessidades dos turistas, que são heterogêneas, por isso as empresas assumem

um papel importante na satisfação da demanda turística.

3.3 Turismo de Intercâmbio

O turismo é uma série de submercados, e todos com características

inerentes. Esses submercados segundo Swarbrooke; Horner (2002) incluem: o

mercado da família, o mercado dos mochileiros, os que visitam amigos e parentes,

viajantes excursionistas, turistas educacionais, turistas religiosos, turistas de

minorias étnicas, turistas com deficiências, pessoas aposentadas e os que estão

dando uma pequena pausa.

Já de acordo com Oliveira (2005), há vários tipos de turismo praticados no

mundo, o turismo de lazer, turismo de eventos, turismo desportivo, turismo religioso,

turismo cultural, turismo social, turismo ecológico, turismo de compras, turismo de

aventura, turismo gastronômico, turismo rural, turismo de negócios, turismo de

terceira idade, turismo de cruzeiros marítimos, turismo de intercâmbio, entre outros.

O turismo de intercâmbio, o qual de acordo com Oliveira (2005, p. 89) é:

É o turismo praticado por jovens estudantes com o objetivo de realizar cursos ou aprender idiomas em outros países. Os estudantes ficam hospedados em casas de famílias e freqüentam cursos em escolas regulares. Alguns preferem freqüentar escolas especializadas no ensino de idiomas para estrangeiros.

O turismo educacional teve início com as elites grega e romana que

viajavam para melhorar sua compreensão do mundo. No século XVI, iniciou-se uma

mudança na mentalidade do homem, gerando um grande interesse em conhecer o

mundo que o cercava. Os filhos dos nobres, burgueses e comerciantes ingleses

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deveriam completar os conhecimentos culturais em países com uma maior fonte

cultural completando assim um status intelectual que a sociedade da Idade Moderna

impunha. Séculos mais tarde surge uma das maiores manifestações do turismo

educativo, o Grand Tour, que atinge seu auge no século XVIII. O Gran Tour ou

Grande Excursão era restrito aos filhos de famílias ricas, com propósitos

educacionais, sobretudo de jovens saídos de Oxford ou Cambridge. Esses deveriam

percorrer o mundo, ver como ele era governado e se preparar para ser um membro

da classe dominante (OLIVEIRA, 2005).

Em décadas mais recentes, o turismo educativo desenvolveu-se de duas

maneiras mais significativas, citadas por Swarbrooke; Horner (2002), uma é o

intercâmbio de estudante, onde jovens viajam para outros países com a finalidade

de estudar e aprender sobre a língua e cultura de outros povos. E a outra, férias com

interesse especial, onde a principal motivação é realizar algo novo, como aulas de

culinária, práticas de pintura, cruzeiros e aulas de línguas.

Fazer um intercâmbio hoje é uma alternativa conveniente para quem quer

aperfeiçoar uma língua, crescer profissionalmente e pessoalmente. Com isso, o

número de estudantes que investem nessa alternativa é crescente.

Dados mais recentes também comprovam o aumento da participação de

jovens brasileiros em intercâmbios, como a pesquisa mundial realizada em 2006

pela ALTO – Association of Language Travel Organizations, maior entidade mundial

de empresas do setor, a qual envolveu 188 membros, entre escolas internacionais

de idiomas e agências especializadas em intercâmbio, abrangendo mais de 94 mil

estudantes no ano divididos em seis diferentes grupos de idade, estimou um

crescimento na receita de 17% para este ano de 2007 e de 15% nos próximos dois

anos.

Dados da pesquisa revelam que o Brasil está entre os quatro principais

emissores de estudantes sendo o terceiro que mais “enviou” estudantes ao exterior

e que mais aumentou comparando dados de 2005, com um crescimento de mais de

26%, superado somente por França e Coréia.

Os estudantes de idade entre 15-17 anos corresponde a categoria que mais

viaja, seguido pelos estudantes de 21-24 anos. A média de duração dos estudos

está entre 2 a 4 semanas, mas também tem aumentado a população de estudantes

que estão estudando por períodos mais longos.

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27

Segundo a pesquisa da ALTO, a destinação mais procurada em 2006 foi o

Reino Unido, com 79%, seguido por Espanha, Estados Unidos, Canadá e Austrália.

A justificativa para essa colocação é pelo fato da facilidade de tráfego entre os

países da Europa, o que favorece a escolha por países europeus.

Gráfico 1 – Principais destinos dos estudantes em 2006

Fonte: STB, 2007

A tendência futura, segundo a pesquisa, detectou que o país que irá receber

o maior número de estudantes nos próximos três anos ou mais, será a Austrália.

A pesquisa evidencia que os estudantes não só querem ter experiências

culturais e aprimorar o idioma. A maior preocupação deles é com a carreira

profissional, um dos principais motivos que levam os estudantes a viajarem, pois os

dados mostram o aumento de programas de aprimoramento da carreira que passou

de 36% em 2005 para 54% em 2006, mas ainda os programas de work experience

que são os mais populares.

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O objetivo de buscar um upgrade profissional ajuda, inclusive a ampliar o

tempo de permanência lá fora. Tanto que 33% dos estudantes já optam por ficar de

um a até três meses no Exterior.

O gráfico abaixo mostra as tendências do mercado referente aos produtos e

serviços de intercâmbio mais crescentes no turismo.

Gráfico 2 – Produtos e serviços mais crescentes no turismo

Fonte: STB, 2007

Sebben (2001) afirma que proposta do intercâmbio é inserir-se em contexto

culturais diferentes do seu. Representa o rompimento de fronteiras, de limitações,

preconceitos, inseguranças e barreiras culturais, para nascer um novo indivíduo.

“Auto-conhecimento, reflexão, um repensar permanente sobre suas percepções,

sobre seu modo de comunicar, pensar e agir são tarefas implícitas no processo de

intercâmbio [...]” (SEBBEN; 2001, p.6)

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Atualmente o mercado busca profissionais com uma visão multidisciplinar de

mundo e experiências. A educação intercultural busca promover a capacidade

terapêutica de convivência construtiva e saudável entre todos os indivíduos, a qual o

estudante desenvolve, fundamental nos dias atuais. O intercâmbio, do ponto de vista

profissional, fará presença no futuro desses jovens, através de suas escolhas e

oportunidades profissionais.

Cada dia mais as empresas nacionais e internacionais, assim como órgãos públicos do país, requerem no seu quadro funcional jovens com experiência no exterior por entenderem que essas pessoas tem perfil arrojado, de iniciativa, flexibilidade e criatividade (SEBBEN, 2001, p.6).

No Brasil, os intercâmbios sempre foram um sucesso entre filhos de família

de classe média alta, porém agora está se tornando mais acessível com a baixa do

dólar, além disso, passar um tempo fora do país proporciona não somente

amadurecimento aos jovens, mas também fundamental para a carreira profissional.

O domínio do idioma e o aprendizado que o intercâmbio traz, tornou-se um

valor agregado à carreira. Um curso de idiomas no país onde a língua é falada, uma

especialização, graduação, pós-graduação ou até mesmo uma experiência de

trabalho, são oportunidades de melhorar o currículo e, conseqüentemente, a

carreira.

Devido aos fatores benéficos do intercâmbio e a expansão desse segmento

de viagens para jovens e estudantes devido aos processos de globalização e a

necessidade de domínio de uma segunda língua para se inserir no mercado de

trabalho, verifica-se o potencial que este tem para alimentar o mercado de viagens

de turismo de intercâmbio/educacional, sendo atualmente uma grande oportunidade

de investimento para o setor de agências de viagens que queiram se especializar no

segmento.

A procura pelos intercâmbios é bastante considerável atualmente no mercado

de Florianópolis. Há várias empresas especializadas neste nicho, como a

Intercultural, Cultural Adventure, World Study, STB, Travel Mate e Ozzy Study Brazil.

Todas elas são especializadas em intercâmbios, sendo a última especializada

somente em dois destinos; Austrália e Nova Zelândia.

Segundo o Governo do Estado, Florianópolis é a cidade que detém o

segundo maior Índice de Desenvolvimento Humano entre todas as mais de 5.000

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cidades do país. Não por acaso, Florianópolis é apontada como a capital com

melhor qualidade de vida do Brasil. Também é uma das cidades que mais investe

em educação pública, segundo a Prefeitura Municipal de Florianópolis. Por ser uma

cidade com alta qualidade de vida e por apresentar alto padrão educacional e

cultural, nota-se que grande parte das famílias possui condições financeiras

favoráveis para investir em viagens de intercâmbio, podendo proporcionar aos filhos

a experiência do intercâmbio.

Pelas condições propícias que a cidade apresenta em relação à emissão de

estudantes para o exterior, verificou-se a necessidade de pesquisar o mercado com

o fim de obter dados recentes e avaliá-los juntamente com os dados mostrados por

pesquisas anteriores mais abrangentes. Dados estes referentes ao potencial do

mercado para programas de trabalho remunerado, destinos em ascensão e

compreensão dos motivos das viagens de intercâmbio. E por fim, utilizá-los para

mostrar que o mercado da cidade de Florianópolis se enquadra dentro das

tendências atuais já reveladas.

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4 RESULTADO DA PESQUISA

Os resultados da pesquisa foram obtidos por meio da coleta de dados da

aplicação de questionários, somando-se no total de quatrocentos, os quais foram

aplicados em instituições de ensino, com o fim de se estudar a população de

estudantes, o perfil, o interesse por viagens de intercâmbio, os motivos que os levam

a fazer uma viagem e o tipo de programa de preferência, além de realizar uma

avaliação dos serviços prestados pelas empresas especializadas em intercâmbio da

cidade.

Todos esses dados, os quais correspondem aos objetivos da pesquisa foram

levantados e analisados, corresponderam às expectativas esperadas e estão de

acordo com outras pesquisas de mesmo caráter. Porém, o fato limitante da pesquisa

foi que a mesma abrangeu em maior número o grupo de estudantes de faixa etária

entre 20 e 25 anos. O intuito era que houvesse a possibilidade de se efetuar uma

pesquisa estratificada e não uma pesquisa aleatória, para que fosse possível uma

melhor compreensão sobre cada grupo de indivíduos e interesses. Outro fator

limitante está relacionado à área de estudo dos participantes, pois algumas

prevaleceram sobre outras, e isso acabou levando uma área estar mais propicia a

certas conclusões do que outra, o que pode ou não corresponder com a realidade de

fato.

4.1 Procedimentos metodológicos

Por ser uma pesquisa de abordagem exploratória, o que significa traduzir em

números e opiniões e informações para classificá-las e analisá-las, requer o uso de

recursos e técnicas estatísticas. Procura aprimorar idéias ou descobrir intuições.

Segundo Dencker (2002), é caracterizada por possuir um planejamento flexível,

envolvendo em geral um levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas e

análise de exemplos similares.

A pesquisa de demanda e oferta do mercado de intercâmbios em

Florianópolis é uma pesquisa quantitativa de objetivo exploratório, que utilizou uma

amostra probabilística e questionário estruturado para coleta de dados, os quais

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foram aplicados a partir de uma amostra selecionada à população a qual se desejou

estudar, neste caso, estudantes em geral.

4.1.1 População e Amostragem

A população estudada foi a população de estudantes em geral,

principalmente estudantes do Ensino Superior. A amostra foi calculada em função do

tipo de investigação que se pretendia realizar, e como o que se pretendeu estudar o

público de estudantes, foi identificado neste público o interesse ou não em fazer

intercâmbio.

A amostragem probabilística foi de caráter aleatório, não subdividindo grupos

dentro de um universo pelo fato de não se saber a população para o cálculo da

amostra. Por isso se estimou um número mínimo de quatrocentos questionários,

para não comprometer a veracidade da pesquisa. Esta foi aplicada dentro das

instituições de ensino, como universidades e escolas com o intuito abranger o

universo representado por estudantes em geral, tanto de instituições públicas quanto

privadas, como Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade do Vale do

Itajaí, entre outras.

4.1. 2 Coleta de dados

Segundo Dencker (2002), a coleta de dados é a fase do método de pesquisa

que tem por objetivo obter informações sobre a realidade. Por isso, a coleta de

dados foi por meio de aplicação de questionários com a finalidade de obter

informações próximas a realidade sobre as variáveis que intervêem em uma

investigação relacionada à população ou amostra determinada.

O questionário aplicado constituiu-se de 13 questões, iniciando com o perfil

do colaborador, seguindo para questões sobre interesse em intercâmbio e

posteriormente sobre as empresas especializadas em intercâmbio.

Os questionários foram aplicados a população de quatrocentos estudantes

dentro das instituições de ensino, principalmente em universidades como a UFSC e

Univali. Após fazer a contagem dos dados, foram construídos gráficos para facilitar

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na análise dos dados levantados para, por fim, efetuar uma análise geral,

relacionando as principais informações obtidas com as observações durante as

aplicações, com o auxílio da ferramenta filtro do microsoft excel.

4.1.3 Análise e interpretação dos resultados

A análise dos resultados da pesquisa teve o objetivo de reunir as

observações de modo coerente e organizado, a fim de que fosse possível responder

as indagações levantadas (responder ao problema) e estabelecer as relações

necessárias entre os dados obtidos e hipóteses formuladas, para que a pesquisa

atingisse os seus objetivos, por isso a necessidade de ser analisada

quantitativamente e qualitativamente, de modo que a análise quantitativa oferecesse

suporte para justificativas e avaliações quantitativas.

O produto com o qual se pretendeu trabalhar foi o intercâmbio, por isso, o

conhecimento da demanda e suas correlações com a oferta foi fundamental. Para

estudar a demanda foi necessário identificar os clientes, que neste caso específico,

são os estudantes. Desta forma torna-se possível estabelecer relações com a oferta,

de modo a atingir o objetivo proposto pela pesquisa.

4.2 Plano de trabalho

4.2.1 Etapas

A estruturação do questionário e aplicação da pesquisa foi realizada em dois

meses, sendo necessárias quatro etapas para que fosse concluída a aplicação de

questionários. Em cada etapa foram aplicados cem questionários.

Primeiramente elaborou-se o questionário, o qual levou em média uma

semana, posteriormente foi efetuado o pré-teste para verificar se o mesmo

necessitava de arrumações. Verificado a necessidade de mudanças, após uma

semana foram feitas as mudanças necessárias e iniciou-se a aplicação. Em pouco

mais de um mês foram aplicados os quatrocentos questionários e estava concluída

essa etapa da pesquisa (2 meses).

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Por fim, iniciou-se a tabulação e contagem dos dados que durou um mês.

Feita a contagem dos dados e gráficos, foi preciso mais um mês para efetuar a

análise da pesquisa e conclusão do trabalho.

4.2.2 Cronograma

Agosto/2007 Setembro/2007 Outubro/2007 Novembro/2007

Questionário, pré-teste e alteração

X

Aplicação da pesquisa

X X

Tabulação e contagem de dados

X

Análise da pesquisa e conclusão do trabalho

X

Fonte: elaborado pela acadêmica, 2007.

QUADRO 1 – CRONOGRAMA DA PESQUISA

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21%

56%

12%

11%

15 a 19 anos 20 a 25 anos 26 a 29 anos acima 30 anos

4.3 Análise da pesquisa

A análise da pesquisa é quanti-qualitativa, justificada por meio de dados

estatísticos e análises perceptivas que se baseiam no comportamento consumidor

em relação à participação intercâmbios na cidade de Florianópolis.

Segue abaixo as análises e considerações explicativas.

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 3 – Faixa Etária

Por meio do levantamento de dados da primeira questão da pesquisa sobre

faixa etária, verifica-se que a maioria dos participantes são estudantes com idade de

20 a 25 anos, seguido dos estudantes de 15 a 19 anos. Esses dados, juntamente

com os dados referente à escolaridade dos estudantes, a qual se encontra abaixo,

comprovam que a pesquisa conseguiu abranger o grupo de indivíduos que possui

maior interesse em viagens de intercâmbio.

O fato dos estudantes, tanto de 15 a 19 anos como principalmente os de 20 a

25 anos possuírem maior interesse em viagens de intercâmbio se comparados aos

demais, é explicado pela necessidade de adaptação cada vez mais cedo aos

requisitos exigidos pelo mundo globalizado.

Foi constatado que o grupo de pessoas de 20 a 25 anos é a categoria com

maior interesse nos intercâmbios e são os que mais viajam, pois das 48 pessoas

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36

3

6

4

333

34

19

0 100 200 300 400

Pós-graduação

Ensino Superior Completo

Ensino Superior Incompleto

Cursinho

Ensino Médio Completo

Ensino Médio Incompleto

que já fizeram intercâmbio, 33 pertencem à faixa etária de 20 a 25 anos, 8 pessoas

corresponde à categoria de 15 a 19 anos e o restante 4 e 3 pessoas correspondem

a categoria de 26 a 29 anos e acima de 30, assim respectivamente.

Constatou-se que das 400 pessoas, 84 pessoas são participantes com idade

entre 15 a 19 anos e 227 com idade entre 20 a 25 anos. Apesar do grupo de 20 a 25

ser mais representativo, considerando a diferença da quantidade de cada categoria,

ainda este grupo representa a população de indivíduos que mais viaja.

Comparando-se com a pesquisa realizada pela ALTO (Association of

Language Travel Organizations) em 2006, percebe-se que os dados se

assemelham, porém com uma sutil diferença, pois segundo a ALTO as categorias

que mais viajam são de estudantes entre 15 a 17 anos e de 21 a 24 anos,

respectivamente, e não os de 20 a 25 anos e posteriormente os de 15 a 19 anos

como revela os dados acima.

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 4 – Escolaridade

Segundo o levantamento da questão sobre a escolaridade dos indivíduos,

percebe-se que de 400 pessoas que responderam a pesquisa, 333 estão no Ensino

Superior, ou seja, indivíduos que estão com uma graduação em andamento. Esses

estudantes, em geral, estão divididos em grupos de estudantes que pertencem a

uma instituição de ensino público e instituição de ensino privado.

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37

67%

0%

1%

1%

1%

29%

1%

UFSC Univ. Contestado Unisul Trabalha UDESC UNIVALI CNT

Baseando-se nos dados abaixo, referente à instituição a qual os alunos fazem

parte, observa-se que os estudantes do ensino público são a maioria da amostra,

representando 68% do total de indivíduos que participaram da pesquisa, e 32% os

estudantes do ensino privado.

A avaliação dos dados quanto à escolaridade mostra que essas instituições

públicas e privadas, são representadas principalmente pela Universidade Federal de

Santa Catarina e pela Universidade do Vale do Itajaí, respectivamente.

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 5 – Instituição

Como mostra os dados acima, a população de estudantes da UFSC é

representada por 67% dos participantes da pesquisa, seguido de 29% de alunos da

Univali. O restante, calculado em 4% são estudantes de outras instituições privadas,

as quais não foram analisadas, pois representam uma quantia muito pequena, de

aproximadamente 16 pessoas no total.

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38

16%

40%

30%

14%

até 3 salários 4 a 10 salários 11 a 20 salários acima de 20 salários

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 6 – Renda Familiar

No total dos estudantes que participaram da pesquisa, se destacam os 40%

que possuem renda familiar entre 4 e 10 salários e os 30% com renda familiar de 11

a 20 salários.

Através da filtragem dos dados, observou-se que a maioria dos estudantes,

tanto os que possuem renda familiar de 4 a 10 salários quanto os que possuem uma

renda de 11 a 20 salários tem interesse em fazer intercâmbio.

Observou-se que a maioria dos 29% alunos representados pela Universidade

do Vale do Itajaí possuem renda familiar de 4 a 10 salários (53 pessoas), seguido de

indivíduos com renda familiar de 11 a 20 salários (25 pessoas).

Dos 67% alunos da UFSC que participaram da pesquisa, a maioria possui

renda familiar entre 4 a 10 salários (94 pessoas), seguido das pessoas com renda

entre 11 a 20 salários (82 pessoas).

Dos estudantes com renda superior a 20 salários, verificou-se que a maioria

são estudantes da área de exatas da UFSC, principalmente os alunos de

engenharia, e alunos do curso de turismo e hotelaria e de administração da Univali.

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39

87%

13%

Sim Nao

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 7 – Interesse em intercâmbio

Quando questionados sobre o interesse em fazer intercâmbio, 87%

responderam que tem interesse, independentemente da sua renda familiar. Isso

significa que 90% dos entrevistados (estudantes e não estudantes) possuem um alto

interesse pelo intercâmbio.

Os 13% que não tem interesse em estudar no exterior, são representados por

28 dos 256 entrevistados da Universidade Federal e 21 dos 108 entrevistados da

Univali. O desinteresse neste caso não tem ligação direta com a renda pelo fato de a

maioria dos estudantes com renda até 10 salários serem a grande maioria dos

indivíduos com maior interesse nas viagens de intercâmbio. Pode ser justificada pela

própria necessidade individual de cada um perante o mercado ou até mesmo a falta

de interesse de uma experiência deste tipo.

O interesse em participar de um intercâmbio educacional vem da grande

necessidade sentida pelos estudantes de se qualificar profissionalmente, fato

confirmado na análise referente ao motivo que leva o estudante a fazer um

intercâmbio.

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40

8%4%

2%

8%

13%

11%18%

18%

18%

Austrália

Estados Unidos

França

Canadá

Reino Unido

Alemanha

Itália

Espanha

Outros

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 8 – País de interesse

Segundo verificado, hoje os destinos de maior interesse para a realização de

um intercâmbio são: Austrália, Estados Unidos e França e logo em seguida Reino

Unido. Nota-se que os três países mais votados estão no mesmo patamar de

competitividade, e Reino Unido como segundo mais votado, estão dentro dos países

de maior interesse dos estudantes citados na pesquisa de 2006 da ALTO.

Pode-se verificar que escolhas dos estudantes se baseiam por critérios de

interesse na língua falada no país e no aprimoramento da mesma, na qualidade de

ensino que oferecem e também na escolha mais adequada em relação à área de

estudo.

Os estudantes que escolheram a Austrália foram principalmente estudantes

de Administração, Turismo e Hotelaria e Engenharia. Estudantes que optaram por

Estados Unidos são de diversas áreas, não havendo uma de maior destaque. E

estudantes que escolheram a França foram principalmente estudantes de Letras

(Francês) e de Engenharia.

O principal critério adotado para a escolha do destino, como se observa

abaixo nos dados referente ao motivo da escolha, é a qualificação profissional, ou

seja, o estudante leva em consideração o que o país lhe agregará em relação à sua

profissão. Por isso, Austrália, Estados Unidos, França, Reino Unido e Canadá estão

nas primeiras posições, pois, são países de destaques no mundo em relação à

qualidade de ensino.

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26%

4%

11%

30%

27%

2%

aspetos culturais

clima

possibilidades deemprego

crescimentoprofissional

aperfeiçoar línguaestrangeira

outros

Destaca-se também o Reino Unido, em segunda posição, pelas facilidades de

deslocamento que proporciona aos estudantes com finalidade de conhecer outras

culturas européias, além de ser um destino consolidado há muito tempo e que

continua atraindo estudantes do mundo todo, pelas suas peculiaridades culturais,

língua e melhorias recentes nos procedimentos burocrático referente à entrada de

estrangeiros no país.

O segundo critério principal que exerce influência na escolha do indivíduo em

fazer um intercâmbio é a relevância de aprimorar o idioma, o qual também está

diretamente relacionado à profissão do indivíduo.

A pesquisa da ALTO de 2006 revela que a Austrália irá receber o maior

número de estudantes nos próximos três anos ou mais. O grande interesse por

Austrália foi observado na realização da pesquisa, apesar do estudo compreender

uma ínfima parte da população de estudantes. Essa atração de estudantes

estrangeiros ocorre tanto pelas facilidades da política de imigração da Austrália

como também a hospitalidade do povo local, a segurança e o clima.

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 9 – Motivo da escolha

A pesquisa aponta que o crescimento profissional é o principal motivo do

intercâmbio, seguido do motivo de aperfeiçoamento da língua estrangeira. Esse

grande interesse em estudar no exterior vem da necessidade de qualificação

profissional exigida pelo mercado de trabalho, onde a disputa por um espaço no

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16%

36%

7%1%

13%

23%

1%3%

curso de idioma

estudo + trabalho

trabalho nos EUA

high school

cursos profissionalizantes

estudo + estágio

au pair

outros

mercado de trabalho está cada dia mais difícil, fazendo com que o domínio de um ou

mais idiomas seja um diferencial a mais no currículo. Isso explica a preferência dos

estudantes por programas que abrangem tanto estudo como trabalho ou estágio.

Essa preocupação dos estudantes com a carreira profissional, também é

constatada na pesquisa da ALTO 2006, a qual esse motivo corresponde a 54% da

população estudada da mesma.

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 10 – Tipos de programas de intercâmbio de interesse

Foi questionado aos estudantes interessados em intercâmbio quais seriam os

programas de seu maior interesse, ou seja, quais escolheriam caso optassem por

fazer um intercâmbio. Como resultado, 36% responderam que o programa que mais

lhes interessam é o programa que envolve estudo mais trabalho, seguido de 23%

que optaram pela opção de programa de estudo mais estágio e por último, 16% que

escolheram a opção de curso de idioma.

A escolha do programa de estudo mais trabalho revela que a intenção não é

somente adquirir conhecimento de uma língua estrangeira, mas também adquirir

uma experiência de trabalho no exterior, por acrescentar algo a mais no currículo

profissional além do domínio da língua, o que hoje já não é tão suficiente para lidar

com a competitividade do mercado. Além disso, a escolha de estudo mais trabalho

permite que o estudante custeie seus gastos e aprenda a administrar seu dinheiro.

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A opção de trabalho e estudo vem crescendo consideravelmente por fornecer

esta vantagem de o estudante poder arcar com uma parte dos seus gastos ou até

mesmo com toda sua despesa enquanto estiver fora do país de origem. Um dos

países que oferece essa vantagem de estudar e trabalhar é a Austrália, o que a leva

ser um destino muito procurado pelos estudantes atualmente e com perspectivas

futuras muito positivas referente ao aumento do número de estudantes estrangeiros

no país.

A segunda opção mais escolhida foi o programa de estudo mais estágio,

também pelo crescimento profissional que proporciona ao estudante. Observou-se

que a maioria dos estudantes com interesse neste tipo de programa são estudantes

de cursos de engenharia, seguido de estudantes do curso de turismo e hotelaria.

A preferência dos estudantes de engenharia pelo programa de estudo e

estágio se explica pelo fato de estágios em países de alta tecnologia como

Alemanha, por exemplo, ser de extrema necessidade para agregar conhecimentos

relacionados às tecnologias de ponta, principalmente aos profissionais que

pretendem se especializar em áreas mais restritas e que exigem um alto grau de

conhecimento e experiência.

Um dos incentivos que levam os estudantes de turismo a optar pelo programa

de estudo mais estágio é devido à oferta de mão-de-obra nas grandes redes

hoteleiras do mundo todo. Atualmente muitos países oferecem a oportunidade de

fazer um estágio na área de hotelaria.

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53%47%

Sim Nao

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 11 – Conhece alguma empresa especializada em intercâmbios

Quando questionado aos estudantes se eles conhecem empresas

especializadas em intercâmbio na cidade de Florianópolis, 53% responderam que

conhecem e 47% disseram que não conhecem.

Apesar de a maioria ter interesse em fazer intercâmbio, isso não quer dizer

que já procuraram uma agência especializada ou ao menos solicitaram informações,

mesmo porque para muitos ainda é uma decisão a ser tomada mais em médio a

longo prazo.

Das pessoas que disseram que conhecem uma empresa especializada,

conhecem porque um amigo falou ou algum conhecido já utilizou os serviços de

alguma delas, ou até mesmo porque já foram buscar informações a respeito.

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4%10%

20%

18%

26%

17%

3%1%

1%

Ozzy Study Brazil

World Study

Cultural Adventure

Central de Intercâmbio -CI

Intercultural

STB

Travel Mate

AFS

Outras

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 12 – Qual?

Dos 53% indivíduos que responderam que conhecem uma agência de

intercâmbio, 26% conhecem a empresa Intercultural, já consolidada no mercado de

Florianópolis há 11 anos, responsável por grande emissão de estudantes em

programas de trabalho nos Estados Unidos.

A segunda empresa com 20% das escolhas é a Cultural Adventure, com mais

dez anos de experiência no mercado de viagens, também consolidada no mercado,

e que oferece variadas opções de programas em diversos países.

Por último, com 18% a Central de Intercâmbio, também uma empresa

bastante forte no mercado brasileiro, reconhecida como uma das melhores

empresas de intercâmbio da América Latina, segundo a revista internacional

Language Travel Magazine2. Atualmente sem representação na cidade de

Florianópolis, fato que possa justificar sua terceira posição, ou ainda pela

competitividade de preços oferecidos pelas outras duas empresas, Intercultural e

Cultural Adventure, considerando que estes que citaram a CI, conhecem outras

agências do estado ou até mesmo do país e não exatamente referem-se à agência

de Florianópolis.

Todas essas empresas que apresentaram grande destaque possuem preços

bem competitivos e investem muito em marketing no estado e principalmente na

2 A premiação LTM Star Awards acontece anualmente e elege os melhores do setor do turismo educacional em todo o mundo.

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88%

12%

Sim

Nao

região, além do tempo de experiência no segmento, o que as destacam das outras

citadas.

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 13 – Já utilizou serviço das agências acima

Do total de estudantes participantes da pesquisa (que conhecem ou não uma

agência), 12% já utilizaram algum serviço como programas de idiomas, programas

de estudo ou programa de estudo mais trabalho, etc. E 88% não utilizaram algum

serviço.

Analisando esses dados observa-se que das pessoas que conhecem as

agências apresentadas na pesquisa, fizeram intercâmbio 22,64%.

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UFSC

90%

10%

Utilizaram Total

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 14 – Alunos UFSC que fizeram intercâmbio

Dos estudantes que já fizeram intercâmbio, 10% são alunos da Universidade

Federal, o que equivale a 27 pessoas do total de alunos da UFSC que participaram

da pesquisa (256 pessoas).

Desses indivíduos da UFSC que já fizeram intercâmbio, a maioria (11

pessoas) possui renda familiar acima de 20 salários, seguido dos com renda entre

10 a 20 salários (9 pessoas). Observa-se que essa maioria são alunos do curso de

engenharia.

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UNIVALI20%

80%

Utilizaram Total

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 15 – Alunos UNIVALI que fizeram intercâmbio

Dos estudantes que já fizeram intercâmbio, 20% são alunos da Universidade

do Vale do Itajaí, o equivalente a 21 pessoas do total de alunos da Univali que

participaram da pesquisa (108 pessoas).

Destaque para os alunos do curso de turismo e hotelaria e relações

internacionais com renda entre 11 a 20 salários e acima de 20 salários, os quais

correspondem à maioria dos estudantes da Univali que já fizeram intercâmbio. Isso

mostra que apesar da grande maioria dos estudantes da pesquisa possuir grande

interesse em realizar uma viagem de intercâmbio, somente estudantes de famílias

com renda média e alta que realmente a efetiva. Uma viagem de intercâmbio tem

custo relativamente alto, e acaba sendo mais um privilégio para jovens de famílias

com renda média e alta.

Além do fator da renda influenciar na decisão de uma viagem de intercâmbio,

cruzando os dados das pessoas de ambas as universidades que realizaram

intercâmbio, pode-se concluir que os alunos de cursos que exigem maior

conhecimento de mundo e necessidades mais específicas e peculiares referente à

sua área profissional, são os que mais viajam.

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15%

13%

37%

9%

4%

2%

9%

11%

CI

World Study

Intercultural

AFS

STB

Work and Travel

Cultural Adveture

Outras

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 16 – Se sim, qual?

Sendo 12% dos estudantes que já utilizaram algum o serviço de qualquer

uma das agências citadas na pesquisa, 37% já utilizaram serviços da Intercultural,

15% da Central de Intercâmbio e 13% da World Study.

Os dados acima estabelecem a Intercultural como a empresa que mais presta

serviço ao público de Florianópolis, e em segundo lugar a Central de Intercâmbio.

Mesmo sendo a Cultural Adventure a segunda empresa mais conhecida pelos

estudantes, a CI que obteve a segunda colocação em relação à prestação de

serviços de intercâmbio, mesmo considerando que atualmente não há uma agência

CI na cidade, e que estes serviços podem ter sido prestados anteriormente ao

fechamento da mesma ou até mesmo em alguma outra agência representante

próxima, a qual atende estudantes de Florianópolis.

Logo em seguida está a World Study, como a terceira agência mais utilizada

pelos estudantes. Mesmo considerando que a CI é mais conhecida (conforme

gráfico 12), não prestou mais serviço do que a World Study, talvez pelo fato de não

ter uma representação atualmente em Florianópolis interferiu nas vendas, pois a

maioria das vezes estudantes que procuram a CI são encaminhados pela

representante mais próxima à Florianópolis.

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0

1

2

3

4

5

6

atendimento na agencia suporte duranteintercambio

preco intercambio em si

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 17 – Avaliação de quesitos Intercultural

Sabendo que a Intercultural foi classificada segundo a pesquisa como a

primeira agência que mais presta serviços de intercâmbio aos estudantes de

Florianópolis, verificou-se a importância de avaliar os quesitos referentes ao

atendimento oferecido pela mesma, suporte durante o intercâmbio, preço e o

intercâmbio em si.

A avaliação foi feita por meio de notas de 1 a 5, sendo 1 a nota maior (muito

bom) e 5 a nota pior (ruim).

Conforme a avaliação é possível notar que o quesito atendimento oferecido

pela agência obteve maior quantidade de notas 2, o que significa que o atendimento

da mesma é bom. Por outro lado, obteve também nota máxima 1 e também nota

mínima 5, mostrando que ainda há divergência de opiniões relacionado ao

atendimento.

O segundo quesito avaliado foi o suporte dado ao cliente durante o

intercâmbio. Segundo os resultados, nota-se que a maioria considerou como bom,

pois obteve uma nota média de 2,5. Algumas pessoas também avaliaram como

muito bom e outras como ruim, porém a média considerada desse serviço classifica-

o como bom.

O terceiro quesito foi o preço, um dos determinantes de grande importância

na decisão do indivíduo. Segundo a maioria das avaliações o preço está entre o

muito bom e ruim, indicando que o preço não é muito bom nem ruim e sim está na

média. Também como os outros, obteve nota máxima 1 e nota mínima 5.

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0

1

2

3

4

5

6

atendimento na agencia suporte duranteintercambio

preco intercambio em si

O último quesito pesquisado foi o intercâmbio em si, ou seja, se este foi

positivo segundo o olhar do estudante. A maioria dos estudantes avaliou como

positivo a experiência do intercâmbio, pois a média ficou um pouco menos que 2, ou

seja, o serviço está entre o muito bom e bom.

Fonte: elaborado pela aluna, 2007.

Gráfico 18 – Avaliação de quesitos World Study

A agência classificada como a segunda (devido a não existência da CI em

Florianópolis atualmente) que mais presta serviço de intercâmbio foi a World Study,

por isso a necessidade de avaliá-la segundo os critérios, atendimento, suporte,

preço e intercâmbio vendido.

O primeiro quesito atendimento na agência foi considerado bom, pois recebeu

nota 2 da maioria dos estudantes, ficando com nota máxima 1 e nota mínima 3.

Destaque para o setor de atendimento, pois segundo observa-se acima, nenhuma

pessoa deu nota menor que 3, levando em consideração que a nota máxima é 1 e a

mínima 5 (muito ruim).

Quanto ao suporte durante o intercâmbio e o intercâmbio em si não foram

considerados muito bons, porém estão dentro da média, o que significa que foram

avaliados como mais ou menos, nem bom nem ruim.

Com o quesito preço aconteceu algo semelhante aos citados anteriormente,

pois se enquadra como meio termo, dentro da realidade. Porém a diferença entre ele

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e os últimos citados (suporte e intercâmbio em si) foi que não obtiveram votos tão

negativos, ou seja, não receberam nota 5 (ruim).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar do caráter aleatório da pesquisa, esta conseguiu ser positiva por

abranger amplamente a categoria de estudantes, pois como já citado e constatado,

é o grupo com maior interesse em viagens de intercâmbio.

A pesquisa teve como objetivo central avaliar o mercado de intercâmbio

educacional em Florianópolis, pois como é uma cidade que possui padrão

econômico elevado e com grande parte da população composta por jovens,

principalmente jovens de outras cidades de poder aquisitivo médio e alto, que vêm

para estudar nas universidades da capital, acaba sendo uma cidade de grande

potencial para emissão de estudantes ao exterior em viagens de intercâmbio.

O objetivo da avaliação do mercado de intercâmbio efetuado torna-se

essencial como uma opção para as agências de viagens que tenham interesse em

optar por um nicho em expansão não só na capital catarinense como em todo

território nacional. Também é um meio de reformular seus produtos e serviços para

se manter competitivo no mercado, pois poucas são as agências que aliam preço,

qualidade de atendimento e qualidade de produtos. Como observado na pesquisa,

ainda há espaço para empresas que ofereçam maior qualidade em todos os

quesitos necessários.

Destaca-se na pesquisa o grupo de estudantes com faixa etária entre 20 e 25

anos e logo em seguida os estudantes de 15 a 19 anos, os quais são os mais

interessados em intercâmbio, além de serem os que mais viajam. Destes grupos

apesar da maioria ter interesse em intercâmbio, os que o realizam são os que

possuem uma renda familiar entre 10 a 20 salários e acima de 20 salários, e

principalmente estudantes de instituição privada, pois uma viagem ao exterior possui

custos muito altos, por isso um intercâmbio acaba sendo mais acessível aos jovens

de famílias com renda média e alta.

Das 400 pessoas entrevistadas, 351 jovens têm interesse em fazer

intercâmbio, principalmente para países como Austrália, França, Estados Unidos e

Reino Unido, devido ao fato de serem países muito desenvolvidos e com excelência

no ensino.

Por ser uma forma de adquirir experiência de trabalho como vantagem para a

inserção no mercado cada vez mais competitivo, o estudante também lida com a

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experiência da troca de conhecimentos e costumes, contribuindo de modo

abrangente para o seu amadurecimento, já que precisam cada dia mais cedo lidar

com a vida profissional e suas obrigações. Por isso, uma grande quantidade de

estudante está preferindo comprar programas de estudo que incluem trabalho ou

estágio na área de sua preferência como investimento para o seu aprimoramento

profissional.

Em geral, estudantes das áreas de exatas preferem optar por programas de

estágio e trabalho e os das demais áreas preferem optar por programas de trabalho

e estudo, por esta última ser a opção geralmente remunerada.

Apesar de 87% terem interesse em intercâmbio, somente 53% conhecem

empresas especializadas em intercâmbio na cidade de Florianópolis. Dentre as mais

conhecidas se destacam a Intercultural, Cultural Adventure e Central de Intercâmbio,

porém as que mais prestam serviços são a Intercultural, a World Study e a CI. De

acordo com os quesitos avaliados das duas primeiras agências citadas, o que se

destaca na Intercultural é o intercâmbio em si e o atendimento e, na World Study o

atendimento. Os demais quesitos avaliados, portanto, devem ser melhorados para

que se atinja um maior equilíbrio.

Dados referentes à avaliação dos produtos e serviços prestados na cidade de

Florianópolis devem ser analisados cuidadosamente, pois pelo que se observa ainda

há necessidade de melhorias, em todos os quesitos, principalmente no suporte dado

durante o intercâmbio.

Os dados levantados na pesquisa revelam que as tendências observadas no

mercado de Florianópolis pouco ou quase nada diferem de outras pesquisas

mercadológicas mais abrangentes. Sendo assim, os dados obtidos se enquadram

nas mesmas tendências do mercado nacional.

Conclui-se, portanto, que destinos como Austrália, França, Estados Unidos e

Reino Unido e programas que oferecem opções de trabalho e estudo são as

tendências atuais. As empresas que buscarem oferecer um melhor suporte para

seus clientes e investirem na qualidade de seus produtos, certamente se

sobressairão, pois o cliente é cada dia mais exigente e a empresa que melhor

oferecer vantagens competitivas abocanhará esse mercado.

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6 REFERÊNCIAS

ABAV. Associação Brasileira de Agências de Viagem. Números do Turismo – Parte II. Disponível em: http://www.abav.com.br/view_noticias.asp?anomes=&id=857. Acesso em 17 out. 2007. ACERENZA, M. A. Agencias de Viajes: Organización y operación, México: Trillas, 1992. ANSARAH, Marília Gomes dos Reis. Segmentação de Mercado. São Paulo: Futura, 1999. ASSOCIATION OF LANGUAGE TRAVEL ORGANISATIONS. Global Directions in Language Travel 2006. Disponível em: <www.altonet.org>. Acesso em 18 out. 2007. BENI, Mário Carlos. Globalização do Turismo: Megatendências do setor e a realidade brasileira. São Paulo: Aleph, 2003. _____________. Análise Estrutural do Turismo. 2° ed. São Paulo: Senac: 1998. COOPER, Chris et al. Turismo: princípios e práticas. 2°ed. São Paulo: Bookman, 2001. DENCKER, Ada de Freitas Maneti. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. 6° ed. São Paulo: Futura, 2002. DIAS, Reinaldo. Sociologia do Turismo. São Paulo: Atlas, 2003. Educação em Florianópolis: o que a população precisa saber, 2007. Bela Santa Catarina Notícias. Disponível em:<http://www.belasantacatarina.com.br/noticias.asp?id=2097>. Acesso em 20 nov. 2007. EMBRATUR. Turismo no Brasil 2007-2010. Diretrizes e Manuais. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br>. Acesso em 17 out. 2007.

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FERNANDES, Ivan Pereira; COELHO, Márcio Ferreira. Economia do Turismo, teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

Florianópolis, cidade encantada. Governo do Estado de Santa Catarina.

Disponível em:<http://www.sc.gov.br/conteudo/santacatarina/roteiros/roteiros/cap21.html>. Acesso em 20 nov. 2007 GOELDNER, Charles R.; RITCHIE, J. R. Brent; MCINTOSH, Robert W. Turismo Princípios, Práticas e Filosofias. 8° ed. São Paulo: Bookman, 2002. IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. KRIPPENDORF, Jost. Sociologia do Turismo: para uma nova compreensão do lazer e das viagens. Rio de Janeiro, Ed. Civilização Brasileira S.A.: 1989 MOTA, Keila Cristina Nicolau. Marketing Turístico, promovendo uma atividade sazonal. São Paulo: Atlas, 2001. OLIVEIRA, Antônio Pereira. Turismo e Desenvolvimento: planejamento e organização. 5° ed. São Paulo: Atlas, 2005. PETROCCHI, Mário; BONNA, André. Agências de turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 2003. SEBBEN, Andréa Simões. Um estudo exploratório sobre o intercâmbio cultural com a contribuição da psicologia intercultural e da educação intercultural. 2001. Dissertação: (Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Curso de Mestrado). Centro de Filosofias e Ciências Humanas, UFSC, Florianópolis: fev, 2001.

STB PORTO ALEGRE. Pesquisa desvenda universo do turismo estudantil. Disponível em: <http://www.stbpoa.com/noticias/noticias.htm>. Acesso em 17/10/2007.

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TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Turismo e Qualidade: Tendências Contemporâneas. Campinas: Papirus, 1996. _____________. A Sociedade Pós-Industrial e o Profissional em Turismo. Campinas: Papirus, 1998.

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APÊNDICES

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Meu nome é Vanessa B. de Oliveira, sou acadêmica do curso de Turismo e Hotelaria da UNIVALI e tenho como objetivo efetuar uma pesquisa de mercado na cidade de Florianópolis para poder fundamentar meu trabalho de conclusão de curso. Desde já agradeço a todos que puderem colaborar para o sucesso da pesquisa. QUESTIONÁRIO DE DEMANDA E OFERTA DO MERCADO DE INTERCÂMBIOS NA CIDADE DE

FLORIANÓPOLIS

1) Faixa Etária ( ) 15 a 19 anos ( ) 26 a 29 anos

( ) 20 a 25 anos ( ) acima 30 anos

2) Escolaridade ( ) Ensino Médio Incompleto

( ) Ensino Superior Incompleto

( ) Ensino Médio Completo

( ) Ensino Superior Completo

( ) Cursinho ( ) Pós-graduação 3) Instituição onde estuda / Curso que faz 3. Instituição:

3.1. Curso:

4) Renda Familiar ( ) até 3 salários ( ) 11 a 20 salários ( ) 4 a 10 salários ( ) acima de 20

salários 5) Você tem interesse em fazer intercâmbio? ( ) Sim ( ) Não

6) Se sim para onde? ( ) Austrália ( ) Canadá

( ) Estados Unidos ( ) Reino Unido

( ) França ( ) Outro - Qual? ____________________

7) Qual motivo que o levaria a escolher o país acima citado? Escolha até no máximo 2 motivos! ( ) aspetos culturais ( ) crescimento

profissional ( ) clima ( ) aperfeiçoar língua

estrangeira ( ) possibilidades de emprego

( ) Outro - Qual? _____________________

8) Você tem interesse em algum tipo de programa de intercâmbio dos citados abaixo? ( ) curso de idioma ( ) cursos

profissionalizantes ( ) estudo + trabalho

( ) estudo + estágio

( ) trabalho nos EUA

( ) au pair

( ) high school ( ) Outro - Qual? _______________________

9) Conhece alguma empresa especializada em intercâmbios? ( ) Sim ( ) Não

9.1) Se sim, qual? ( ) Ozzy Study Brazil

( ) Intercultural

( ) World Study ( ) STB ( ) Cultural Adventure

( ) Travel Mate

( ) Central de Intercâmbio -CI

( ) Outra/Qual? ______________________

10) Já utilizou serviços de alguma das agências citadas acima? ( ) Sim ( ) Não 10.1) Se sim, qual? R:

10.2) Se tenha utilizado o serviço, avalie os quesitos abaixo com notas de 1 (muito bom) a 5 (ruim). ( ) atendimento na agência

( ) preço 1- acessível 5- muito caro

( ) suporte durante o intercâmbio

( ) o intercâmbio em si

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PARTE II

RELATÓRIO DO ESTÁGIO

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1 IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DO ALUNO

1.1 Dados da empresa

Razão Social: América do Sol Turismo e Eventos Ltda- ME.

Nome Fantasia: América do Sol Turismo e Eventos.

CNPJ: 07979506/0001-33

Endereço: Av. Osmar Cunha, 251, sala 602, Centro.

Proprietários: Ana Lúcia Santos, Juliana Pelizzaro Bento e Maria Camila Alexandre

de Araújo Cintra.

Supervisora do Estágio: Maria Camila A. A. Cintra.

1.2 Dados do Aluno

Nome: Vanessa Bortucan de Oliveira.

RG: 43.667.010-0

CPF: 319.761.558-19

Endereço: Rua Deputado Antonio Edu Vieira, 1620, 106 D.

Cidade: Florianópolis-SC; Cep: 88040-000

Telefone Residencial: (48) 3238-1691; Celular: (48) 8406-5749

E-mail: [email protected]

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI

Curso: Turismo e Hotelaria.

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2 JUSTIFICATIVA

As atividades do Estágio Supervisionado estão fundamentadas na Lei n°

6.494, de 07/12/1977, regulamentada pelo Decreto no 87.497, de 18/08/1982,

Pareceres normativos CST n° 326, de 06/05/1971, Resolução

015/CONSUN/CaEn/04 da Universidade do Vale do Itajaí e pelas normas

administrativas aprovadas pela Coordenação do curso de Turismo e Hotelaria.

O Estágio Curricular obrigatório é a complementação da formação acadêmica,

que permite ao estudante de Turismo e Hotelaria acesso ao seu futuro campo de

atuação profissional. O estágio coloca o aluno em contato com experiências práticas

e teóricas com objetivo de desenvolver o profissionalismo, bem como permitir

o aprimoramento de conhecimentos técnicos nos campos do Turismo e da Hotelaria,

fazendo com que o acadêmico desenvolva uma compreensão mais abrangente do

campo escolhido.

Foi escolhido para o estágio o mercado de agências de viagem e turismo, por

desempenhar uma função de assessoria ao público, agindo como facilitadora para

os clientes e intermediando serviços entre empresas turísticas e consumidores, um

segmento de mercado desafiador e que exige muita responsabilidade e muito

comprometimento do profissional de turismo.

O mercado de agências de viagem e turismo se caracteriza pela

intermediação e distribuição dos produtos turísticos ao consumidor final. Segundo

Tomelin (2001, p. 26) define a estrutura, organização e funcionamento das agências

de viagem:

Sua estrutura, organização e funcionamento estão ligados às funções básicas de organização, promoção, reservas e vendas de serviços de transportes, alojamento, alimentação, visitas a lugares e a eventos de interesse, transporte local e visitas organizadas, além da facilitação do trâmite de documentos como passaporte, vistos, seguros, vacinas, etc (apud Torre, 1992, consoante a definição da Embratur, 1980).

O mercado turístico e os turistas estão cada vez mais exigentes. Para suprir

a demanda do mercado, o agente de viagem deve-se manter constantemente

atualizado, pois é um dos principais agentes intermediadores e distribuidores dos

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produtos e serviços turísticos, que atua em nome de um cliente, organizando uma

viagem com os prestadores de serviços e recebendo deles uma comissão. O agente

de viagem é um especialista e um conselheiro que empreende atos destinados a

viabilizar a concretização de um sonho, de uma jornada para seu cliente. Por isso,

torna-se imprescindível o preparo do profissional para lidar com as condições do

mercado. Tal preparo pode ser obtido por meio do estágio, no qual o estagiário

vivencia o cotidiano do profissional, observando as dificuldades do setor e as

necessidades exigidas pelo mercado altamente competitivo.

A empresa escolhida para o estágio obrigatório foi a América do Sol Turismo

e Eventos Ltda, uma agência de viagem detalhista segundo a classificação básica

sugerida por Acerenza 1992 (apud TOMELIN, 2001), pois revendem viagens com

roteiros pré-estabelecidos, além de poderem optar em trabalhar com segmentos de

mercado diferente, atender o público em geral, especializando-se em atendimento

de grupos e convenções, intercâmbio e outros.

A empresa foi escolhida pela acadêmica para a realização do estágio

supervisionado, pelo fato de já estar trabalhando há algum tempo na empresa e por

ter interesse em intercâmbio cultural, um segmento comercializado pela América do

Sol, representante da empresa Ozzy Study Brazil, especialista em intercâmbio para

a Austrália e Nova Zelândia. Além disso, de ser uma experiência única de se

trabalhar com uma empresa que atende um público diverso, oferecendo uma

variedade de opções e que se preocupa com a qualidade dos seus produtos e de

seus serviços.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Desenvolver atitudes e hábitos profissionais, bem como adquirir, exercitar e

aprimorar conhecimentos técnicos nos campos do Turismo e da Hotelaria.

3.2 Objetivos específicos

• Identificar na literatura especializada os fundamentos teóricos de agenciamento e

transportes turísticos;

• Identificar a estrutura administrativa e organizacional da América do Sol Turismo

e Eventos Ltda;

• Empregar os conhecimentos teóricos nos diferentes setores a serem percorridos

durante a realização do Estágio;

• Reunir as informações observadas e vivenciadas no campo de Estágio para fins

de relatório e compreensão;

• Processar o Relatório de Estágio;

• Identificar uma situação com potencial de mudança ou melhoria a ser planejada

no Projeto de Ação ou desenvolver um Projeto de Pesquisa, exigência parcial

para obtenção do título de bacharel em Turismo e Hotelaria.

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4 DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO A América do Sol Consultoria em Turismo e Eventos está localizada na região

central da cidade de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

A empresa nasceu através da união de quatro amigas apaixonadas pela Ilha,

onde cada uma delas trouxe consigo anos de experiência em diferentes áreas do

turismo. Hoje, a América do Sol, é sinônimo de qualidade de atendimento de viagens

nacionais e internacionais para estrangeiros e público local, atendimento corporativo,

suporte a pequenos, médios e grandes eventos nacionais e internacionais, cursos

de idiomas no exterior, entre outros produtos e serviços turísticos.

4.1 Evolução histórica da organização A América do Sol foi fundada em 26/04/2006 por quatro amigas com grande

experiência na área de turismo, que se uniram para a consolidação de uma proposta

diferenciada no mercado de Florianópolis. Há dois anos, a América do Sol se situa

na zona central da cidade e trabalha com uma grande variedade de serviços. No ano

de 2006, mais exatamente em 03 de agosto de 2006, a agência amplia sua gama de

serviços com a representação da Ozzy Study Brazil, um agente educacional com a

função de representar os estudantes brasileiros na Austrália e Nova Zelândia

perante as instituições de ensino e imigração. Hoje é especializada em intercâmbio

de brasileiros atendendo o público da região sul do país, além de muitos outros

serviços como emissões nacionais e internacionais, venda de pacotes para shows,

eventos, tanto nacionais como internacionais, e muitos outros.

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4.2 Infra-estrutura física atual

O escritório da América do Sol está instalado no prédio Pérola Negra, na

Avenida Osmar Cunha, 251, no centro da cidade de Florianópolis. A empresa possui

convênio com um estacionamento localizado em frente ao prédio, para melhor

satisfação dos clientes.

A sala ocupada pela empresa está no 6° andar, na sala 601, em um ambiente

luminoso, espaçoso, organizado e bem ventilado.

A agência possui:

� 01 (um) banco no hall de entrada;

� 04 (quatro) computadores;

� 05 (cinco) mesas de atendimento;

� 11 (onze) cadeiras giratórias estofadas;

� 02 (duas) impressoras;

� 01 (um) scaner;

� 01 (uma) fotocopiadora;

� 01 aparelho de fax;

� 05 (cinco) telefones;

� 02 (dois) armários grandes de 2 portas;

� 01 (um) armário pequeno para guardar brochuras;

� 01 (um) armário médio para guardar materiais de escritório;

� 01 (uma) televisão;

� 01 (um) aparelho de som;

� 02 (dois) ar-condicionados;

� 01 (um) banheiro;

� 01 (um) frigobar;

� 01 (um) bebedouro,

� 01(um) cofre,

� 01(uma) mesa de centro para colocar revistas.

� 08 (oito) suportes de parede para revistas.

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4.3 Infra-estrutura administrativa

Devido ao fato da agência ser administrada por três sócias e estas serem

responsáveis por todos os setores, ou seja, as três exercerem todas as atividades

que abrangem os setores de atendimento e vendas; administrativo e finanças e

promoção e vendas, foi elaborado um organograma que mais se assemelha a esta

condição.

O organograma abaixo se constitui de três setores. O primeiro, o de

atendimento e vendas, o qual visa ao atendimento, ao assessoramento e à venda de

produtos turísticos. Destaque para setor de intercâmbio, inserido no setor de

atendimento e vendas, de grande destaque na empresa. O segundo, o setor

administrativo e financeiro que compreende atividades de planejamento financeiro,

preços e prazos de contas a pagar e receber, atribuições administrativas em geral,

além de outras. E o terceiro, o setor de promoção de vendas, que visa captação e

manutenção de clientes. O serviço de assessoria jurídica e publicidade são

contatados quando necessário, e a contabilidade da empresa é feita por uma

empresa terceirizada.

Fonte: América do Sol, 2007.

FIGURA 1 – INFRA-ESTRUTURA ADMINISTRATIVA AMÉRICA DO SOL TURISMO E EVENTOS LTDA

Sócias

Atendimento e

Vendas

Administrativo e

Financeiro

Promoção de

Vendas

Contabilidade

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4.4 Quadro de recursos humanos

A agência América do Sol conta com quatro profissionais, sendo três

sócias responsáveis pelos setores de atendimento e vendas,

administrativo e financeiro e promoção de vendas, e uma estagiária

responsável pelo setor de intercâmbio.

Cargo N°°°°. de Pessoas

Gerentes/Sócias 03

Estagiária 01

TOTAL 04

Fonte: elaborado pela acadêmica, 2007.

QUADRO 2 – RECURSOS HUMANOS

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4.5 Serviços prestados

A América do Sol oferece aos seus clientes os serviços abaixo:

• Reservas e emissões de passagens aéreas, nacionais e internacionais;

• Cruzeiros marítimos;

• Reservas de hotéis no Brasil e no exterior;

• Compra de ingressos para shows, no Brasil e no exterior;

• Excursões nacionais e internacionais, aéreas, ferroviárias ou rodoviárias;

• Passes de trem na Europa, Estados Unidos e Canadá;

• Vistos Consulares;

• Cursos de idiomas no exterior;

• Organização de congressos, eventos e viagens de incentivo, no Brasil e no

exterior;

• Viabilização de participação de nossos clientes em Feiras e Exposições, tanto

domésticas como no exterior, como visitantes ou expositores;

• Venda de seguro-viagem;

• Obtenção e administração de tarifas corporativas em Cadeias Hoteleiras e

Companhias Aéreas.

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5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS POR SETOR

5.1 Setor de Atendimento e Vendas

Responsável: Ana Lúcia Santos

Período: 30/07/2007 à 19/10/2007

N° de horas: 300 horas

5.1.1 Funções do setor

Cabe ao setor de atendimento e vendas atender por telefone ou receber os

clientes na agência com muita gentileza, cadastrá-los no sistema da empresa e

verificar seus interesses em relação ao destino ou produto desejado, informá-lo

sobre o mesmo, orientá-lo quanto as suas dúvidas e assegurá-lo quanto sua

escolha. Após atendimento ou venda, fazer o follow-up, para saber o que o cliente

achou das opções ou do produto consumido.

Estão inseridos neste setor os seguintes serviços:

� Passagens aéreas: reservas e emissões de passagens nacionais ou

internacionais. Podem ser feitas pelos portais das cias, portal de uma

operadora ou pelo sistema (para passagens internacionais) utilizado pela

agência, no caso, SABRE e WORLDSPAM. Após a emissão da passagem,

geralmente a venda é faturada ou é parcelada no cartão de crédito do cliente.

As datas de ida e volta, nome e sobrenome do passageiro devem ser

conferidos cautelosamente antes da emissão do bilhete para que não seja

necessário nenhuma alteração posterior que gere multa.

� Reservas de hotéis: realizadas por intermédio das operadoras (as

fornecedoras da agência) ou diretamente com o setor de reservas ou

representante comercial do hotel. A agência é responsável pela solicitação da

reserva ao hotel ou à operadora nas datas requisitadas pelo cliente. As

diárias são sempre faturadas e o cliente efetua pagamento após a

hospedagem para a agência e não para o hotel.

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� Pacotes de viagem: a maioria das ofertas de pacotes de viagem para destinos

nacionais ou internacionais são repassadas dos fornecedores (operadoras),

porém, há também pacotes montados pela própria agência, de acordo com a

preferência e critério do cliente e, também, pacotes para congressos, shows e

eventos específicos.

� Locação de veículos: a agência possui contato direto com as locadoras de

veículos. Havendo algum interesse do cliente, a agência oferece as opções

que mais se assemelha ao perfil do cliente e ressalta as vantagens de cada

uma.

� Cruzeiros marítimos: segmento em expansão e um dos maiores da indústria

turística. A América do Sol trabalha com diversos representantes (operadoras)

do nicho para oferecer variadas opções de cruzeiros marítimos nacionais e

internacionais.

� Orientação de vistos: clientes com interesse em destinos internacionais são

auxiliados em relação aos procedimentos para requer o visto de entrada no

país escolhido.

� Intercâmbios: a América do Sol representa a Ozzy Study Brazil, uma empresa

reconhecida no mercado de intercâmbios para Austrália e Nova Zelândia. A

agência também oferece programas de estudo em outros países, contando

para isso com parcerias internacionais. O setor de intercâmbios cuida de

todos procedimentos referentes à viagem, como visto, passagem,

acomodação, programas de estudo, transfer, etc.

� Seguro-viagem: a agência trabalha com as melhores opções de seguros-

viagem, que são oferecidos de acordo com as necessidades e preferências

de cada cliente. Os seguros oferecidos são: ISIS, MIC e TravelAce.

5.1.2- Infra-estrutura do setor

Por não haver uma divisão visível de setores, a infra-estrutura deste setor

segue de acordo ao item 4.2 acima citado e especificado.

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5.1.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor

A maioria das atividades citadas acima foram desenvolvidas pelo acadêmico,

mais especificamente, reservas e emissões de passagens, reservas de hotéis,

vendas de intercâmbios e orientações para vistos.

As informações sobre o funcionamento das atividades, dos sistemas

operacionais, fornecedores e serviços foram sendo passadas pouco a pouco ao

acadêmico. Deste modo, foi possível o conhecimento de todo o processo, desde

atendimento ao cliente à venda, contando para isso com o acesso aos portais e sites

para efetuar reservas, e acesso ao sistema de controle de vendas utilizado pela

agência.

5.1.4- Conhecimentos técnicos adquiridos

Este período do estágio possibilitou ao acadêmico conhecer os produtos

disponíveis e fornecedores cadastrados, além de possibilitar um grande acréscimo

de conhecimento em relação ao mercado turístico.

Foi possível o acesso a alguns sistemas específicos utilizados pela agência

como o GAT MILENIUM, onde ficam cadastrados os clientes e vendas; acesso ao

sistema da Ozzy Study Brazil, onde está registrado todas informações de cursos e

também acesso aos portais onde são feitas reservas aéreas.

Destaque especial ao setor de intercâmbio, onde houve maior contato e maior

desenvolvimento de atividades relacionadas ao mesmo, e, portanto, intenso

aprendizado devido ao fato de sua grande abrangência e relacionamento com

diversos outros serviços.

5.1.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas.

A abertura que o acadêmico obteve na empresa foi essencial para que

contribuísse com o aprendizado e desta forma, o mesmo pode enxergar nitidamente

as obrigações e responsabilidades do profissional de agências, o qual deve ser

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sempre gentil, profissional, interado no mercado e buscando sempre conquistar

novos clientes e parceiros, buscando sempre a fidelização dos mesmos.

Não houve fatores limitantes, pois a empresa foi extremamente profissional e

exigente, permitindo o contato com clientes e fornecedores, fazendo com que o

acadêmico soubesse se situar e deste modo, se esforçar em seus deveres, para

contribuir positivamente com a empresa.

Um dos aspectos positivos que cabe ressaltar é a experiência das sócias, as

quais mantêm um ótimo relacionamento com os fornecedores, além de prestarem

um atendimento de qualidade, dar credibilidade ao acadêmico e ter uma infra-

estrutura física confortável e ambiente organizado, chamando a atenção dos

clientes.

5.2 Setor Administrativo e Financeiro

Responsável: Maria Camila A. A. Cintra

Período: 22/10/2007 à 02/11/2007

N° de horas: 50 horas

5.2.1- Funções administrativas do setor

O setor administrativo e financeiro compreende atividades da agência como

elaborar o planejamento financeiro, controlar contas a pagar e contas a receber,

definir formas e prazos de pagamentos para clientes, controle contábil com

assessoria de um escritório de contabilidade, e atribuições administrativas em geral,

como fechamento de caixa, conferência de relatórios, emissões de notas fiscais, etc.

A agência utiliza um sistema denominado GAT MILENIUM para inserir as

vendas. Neste sistema são lançadas todas as vendas de passagens e serviços em

geral. Após cadastrar as vendas, são emitidas faturas aos clientes gerando boletos

para estes efetuarem pagamento referente aos serviços prestados.

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As companhias aéreas e fornecedores enviam relatórios à agência e estes

são conferidos de acordo com as vendas. Assim a agência retira os relatórios do

sistema e confere de acordo com as vendas. Posteriormente emitem notas fiscais

referentes às comissões a serem recebidas via depósito para a América do Sol.

Para não sobrecarregar só uma pessoa, as tarefas são dividas entre as

sócias, onde uma controla todas as contas a pagar e receber, outra confere cias

aéreas e hotéis, gera notas fiscais para cobranças, e outra fica responsável pela

conferência das faturas.

5.2.2- Infra-estrutura do setor

Por não haver uma divisão visível de setores, a infra-estrutura deste setor

segue de acordo ao item 4.2 acima citado e especificado.

5.2.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor

O acadêmico obteve o acesso ao sistema GAT MILENIUM e aprendeu a

como utilizá-lo. Basicamente utilizou-o com a finalidade de cadastrar clientes,

fornecedores e vendas, emitir ordem de passagens e recibos de serviço.

Emissões de faturas e notas fiscais somente a cargo das sócias, devido ao

fato da atividade implicar maior responsabilidade.

5.2.4- Conhecimentos técnicos adquiridos

Como o período de permanência no setor foi reduzido, devido a maior

demanda das atividades do setor de atendimento e vendas, o acadêmico pode

entender o funcionamento dos procedimentos administrativos e financeiros de uma

agência de viagem, ter acesso ao sistema de controle da empresa, conhecendo-o de

forma a entender sua grande importância na manutenção do controle e ordem dos

processos administrativos, além de aprender como utilizá-lo para cadastrar clientes,

fornecedores e efetuar as vendas, processos feitos todos os dias.

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5.2.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas.

Trabalhar neste setor proporcionou a percepção da importância do setor

financeiro dentro de uma empresa.

As atividades financeiras requerem cuidado redobrado: as obrigações devem

ser pagas nos dias certos, como forma de garantir o recebimento de comissões e

incentivos dentro dos prazos. Por outro lado, as contas a receber devem ser

acompanhadas para que os recebimentos ocorram de acordo com os cronogramas

estabelecidos.

Neste setor é necessário um controle austero sobre todas as operações

realizadas pela empresa, o que de fato é bem feito pelas responsáveis.

5.3 Setor de Promoção de vendas

Responsável: Juliana Pelizzaro Bento

Período: 05/11/2007 à 30/11/2007

N° de horas: 100 horas

5.3.1- Funções administrativas do setor

Este setor que trabalha com a imagem da empresa no mercado e com as

reais qualificações dos produtos que ela comercializa. É o setor que investe em

marketing para divulgar a empresa; via veículos de comunicação, como rádio,

televisão, jornal e revista. Verifica a viabilidade de investir em feiras e eventos

relacionados ao nicho de mercado como oportunidade de divulgação e expansão

dos serviços. Visa captar clientes potenciais e trabalhar de modo a garantir a

manutenção dos mesmos, utilizando-se para isso de ferramentas de coleta de

sugestões, comentários e reclamações dos clientes, pesquisas de mercado e

divulgação em geral, como citado acima. Além dessas responsabilidades, o setor

também é responsável pela arte a ser utilizada em painéis para eventos, cartões de

visita, entre outros.

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5.3.2- Infra-estrutura do setor

Por não haver uma divisão visível de setores, a infra-estrutura deste setor

segue de acordo ao item 4.2 acima citado e especificado.

5.3.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor

O acadêmico desenvolveu o controle de dados baseados na demanda do

setor de intercâmbio, procurando verificar se os investimentos no setor trouxeram

algum retorno. Este procedimento se baseia no controle dos dados organizados

através de uma planilha para verificação do número de clientes e número de vendas.

Também ficou responsável pelo follow-up aos clientes que solicitaram informações

ou orçamentos e pelo uso de uma ferramenta de marketing, a newletter da Ozzy

Study, um boletim informativo com as promoções das escolas e informações em

geral para os interessados em ir estudar na Austrália. O estagiário ficou responsável

pela produção a cada quinze dias do newsletter da agência de Florianópolis e pelo

envio via correio eletrônico e via sistema utilizado pela empresa. O acadêmico

também auxiliou na divulgação da empresa, participando de feiras estudantis na

região.

5.3.4- Conhecimentos técnicos adquiridos

Estagiar neste setor permitiu a visualização do funcionamento do marketing

empresarial como ferramenta de captação e manutenção de clientes. Além de

proporcionar a experiência de se trabalhar relacionando-se diretamente com o

público, observando as suas necessidades e exigências, verificou-se também a

importância deste para a empresa, por este ser o setor que mostra ao cliente a sua

importância, que o escuta e sempre se lembra dele. Cativar o cliente é a

responsabilidade deste setor, que serve como importante aprendizado ao

profissional “de visão”.

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5.3.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas.

Como aspecto positivo, ressalto a importância do setor para manter a

qualidade da prestação de serviço, dos produtos e serviços oferecidos pela agência

como um todo e a importância dada a ele, por meio de investimentos de divulgação

e desenvolvimento de estratégias utilizadas pela empresa, o que foi constatado

durante o estágio.

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6 ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio obrigatório desenvolvido na América do Sol foi desempenhado com

muito comprometimento e seriedade. Este foi de significativa importância para a

acadêmica, pois nos dias atuais as empresas priorizam o profissional experiente.

Por meio do estágio foi possível colocar em prática os conhecimentos teóricos

aprendidos durante a graduação e conhecer o funcionamento de cada setor dentro

de uma agência de viagem, e principalmente, vivenciar o cotidiano de uma empresa

que trabalha com qualidade e variedade de opções.

Também foram aprimoradas e assimiladas novas técnicas e conhecimentos

relativos a serviços oferecidos pela empresa e experimentado o contato direto com o

cliente.

Esta experiência revelou a necessidade de qualificação do profissional de

turismo, de preparo, de dedicação e atenção constante a cada instante, e para essa

conclusão não faltaram bons exemplos da empresa.

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7 CONCLUSÃO TÉCNICA

Durante o estágio supervisionado foi possível colocar em prática o

conhecimento técnico adquirido em sala de aula, verificar a aplicabilidade de

conteúdos teóricos adquiridos durante a graduação.

O objetivo principal do relatório do estágio foi embasar através do conteúdo

teórico e explicativo a experiência prática de tudo o que foi vivenciado e explorado

pelo acadêmico.

O objetivo geral foi alcançado, ao passo que foi adquirido hábitos

profissionais e aprimorado conhecimentos técnicos por meio do estudo e análise das

atividades realizadas pela América do Sol Turismo e Eventos Ltda.

A experiência do estágio possibilitou o conhecimento da estrutura física da

empresa, contato com os profissionais do ramo e compreensão do funcionamento

de procedimentos e operações de uma agência de viagens, que tem como missão

prestar serviços personalizados e oferecer produtos de melhor qualidade aos seus

clientes.

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8 REFERÊNCIAS

PETROCCHI, Mário; BONA, André. Agências de turismo: planejamento e gestão.

São Paulo: Futura, 2003.

TOMELIN, Carlos Alberto. Mercado de Agências de Viagens e Turismo: como

competir diante das novas tecnologias. São Paulo: Aleph, 2001.

SÉCCA, Flávia; SILVA, Renata. Manual de Metodologia Univali. São José, 2004.

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9 ASSESSORIAS TÉCNICAS E EDUCACIONAIS

• Professora Responsável pelo Estágio: Profª MSc. Bianca Oliveira Antonini.

• Professor Orientador: Professor MSc. Athos Henrique Teixeira.

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ANEXOS

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