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JULHO DE 2013 Os jovens e o mercado de trabalho na região do ABC PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO DO ABC * PED ABC * Compreende os municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul. Estudo Especial

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO DO … · Por outro lado, em determinada fase da juventude, o exercício do trabalho pode influenciar positivamente na continuidade dos

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JULHO DE 2013

Os jovens e o mercado de trabalho na região do ABC

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO DO ABC*

PED ABC

* Compreende os municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.

Estudo Especial

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Nas últimas décadas, a inserção de jovens no mercado de trabalho tem apresentado mudanças, em função das transformações ob-servadas no mundo do trabalho, no ciclo de vida das pessoas e

nos seus arranjos familiares, bem como pela implementação de políticas públicas.1

Ao longo das últimas décadas, a estrutura etária da população brasileira mudou significativamente com a contínua desaceleração do ritmo de cres-cimento populacional, resultando no decréscimo da parcela de crianças e jovens e no aumento da proporção das faixas de maior idade.2

Na Região do ABC, as pessoas de 16 a 24 anos, que representavam cerca de 21% da população, em 1980, diminuíram sua participação para 15%, em 2012, enquanto o segmento de 25 a 29 anos passou de 10% para apro-ximadamente 9%, nesse período.

É nesta fase de transição para a vida adulta – para uma vida produtiva e remunerada e/ou de maiores responsabilidades familiares – que parte dos jovens procura investir em sua educação formal, na formação e qualificação profissional, prolongando a vida escolar e adiando o ingresso ao mundo do trabalho, o que provavelmente influirá no tipo de inserção laboral. Esta costuma ser mais precária quando o ingresso acontece precocemente e, principalmente, quando a qualidade e o tempo de estudo são menores.

A entrada e a permanência desses jovens no mercado de trabalho depen-dem não só de decisão pessoal, mas também da articulação interna da família e de sua percepção ou expectativa em relação ao contexto econô-mico e seus impactos no mercado de trabalho. Embora os jovens venham

1. Entre estas, destacam-se a Política Nacional de Juventude – PNJ, de 2005, e o Estatuto da Criança e do Ado-lescente – ECA, legislação de 1990 que dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente, incluindo o direito à educação e a obrigatoriedade do ensino. A PNJ atende a jovens de 15 a 29 anos e no ECA consideram-se crianças aquelas com até 12 anos de idade incompletos e, adolescentes, aqueles entre 12 e 18 anos de idade, ou, excepcionalmente, até 21 anos.2. Para mais informações sobre população (Estado de São Paulo), ver: <www.seade.gov.br>.

Apresentação

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permanecendo mais tempo na escola, alguns assumirão simultaneamente trabalho e estudos, com o risco, principalmente entre os muito jovens, de interrupção dos estudos, em decorrência da sobreposição de tempo e responsabilidade. Por outro lado, em determinada fase da juventude, o exercício do trabalho pode influenciar positivamente na continuidade dos estudos, como nos casos de estágios bem orientados ou trabalhos direcio-nados à área de interesse dos jovens que lhes proporcionem, efetivamente, aprendizado e experiência.

Parece ser consenso que as condições socioeconômicas das famílias exer-cem importante influência tanto na entrada dos jovens no mercado de trabalho, como na continuidade ou não dos estudos.

Com base em tais considerações, o objetivo desse estudo é analisar a in-serção dos jovens no mercado de trabalho no período recente, em relação a algumas características pessoais (sexo, raça/cor, escolaridade e posição no domicílio) e de suas famílias. Para esta caracterização, utilizaram-se combinações de condições de atividade do jovem – estuda e trabalha, só estuda, estuda e está desempregado, só trabalha, só está desempregado, só cuida dos afazeres domésticos –, de acordo com a condição socioeconômica da família, empregando como proxy grupos de rendimento médio familiar per capita. Também foi investigado em que medida o nível de escolaridade do chefe da família afeta a taxa de participação dos jovens – proporção dos que estão inseridos no mercado de trabalho como ocupados ou desempre-gados –, além dos diferentes valores de rendimento médio real familiar per capita entre os grupos etários.

As informações utilizadas são da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região do ABC, referentes ao biênio 2011-2012, considerando-se jovens aqueles com 16 a 29 anos, porém, com maior ênfase nos subgrupos que compreendem as idades de 16 a 24 anos. O limite superior, de 24 anos, está em consonância com a definição de população jovem (15 a 24 anos) estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas/ONU, de 1985, idade em que se espera que o indivíduo seja capaz de atuar de forma mais qualificada no mundo do trabalho, a partir da conclusão do estudo formal.

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Da perspectiva do mercado de trabalho, o limite inferior, de 16 anos,3 obedece à idade mínima legal para o exercício do trabalho remunerado, de acordo com a legislação brasileira.4

Considerados fatores como a heterogeneidade entre os jovens e a crescente complexidade dos processos de transição ao longo do ciclo de vida, optou--se por analisar – à medida que a amostra permite a desagregação das informações – subgrupos no interior da faixa etária de 16 a 24 anos, na tentativa de distinguir situações diferenciadas entre estes jovens.

Para a inclusão do grupo de pessoas de 25 a 29 anos, tomou-se como base estudos que apontam o prolongamento da convivência familiar pelo adiamento da saída da casa da família de origem5 e pelo fato de a atual política nacional para a juventude ter definido a faixa de 15 a 29 anos como público-alvo para atuação em seus programas. Mesmo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, que anteriormente utilizava para seus trabalhos o grupo etário definido pela ONU, passou a adotar o padrão brasileiro, a partir da Emenda Constitucional no 67 (julho de 2010), que considera jovens aqueles com 15 a 29 anos. Oportunamente será mostra-da uma situação bem distinta deste grupo no mercado de trabalho, em relação aos mais jovens.

O presente trabalho está estruturado em quatro seções, que tratam da caracterização dos jovens na População em Idade Ativa (inativos e eco-nomicamente ativos), daqueles que estão no desemprego e dos que estão ocupados, dos rendimentos do trabalho destes jovens e de suas famílias, além de breves considerações finais.

3. Sabe-se que, independentemente da legislação, parte dos jovens com idade inferior a 16 anos encontra-se no mercado de trabalho de forma irregular. Entretanto, informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego no Grande ABC mostram que é decrescente essa participação: entre 1999 e 2012, por exemplo, a taxa de participação das crianças e adolescentes de 10 a 15 anos passou de 12% para menos de 6%. Para mais informações, ver: <www.seade.gov.br>.4. Admitem-se aqueles com 14 e 15 anos apenas para o trabalho como aprendiz.5. Sobre “moratória social” ou “prolongamento da juventude” ver, entre outros, textos do Conselho Nacional de Juventude; Ipea; Margulis e Urresti (1996) e Galland (1996).

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Caracterização dos jovens na População em Idade Ativa

No biênio 2011-2012, as pessoas na faixa de 16 a 18 anos eram as que apresentavam, em relação aos demais grupos analisados, a menor parcela como ocupados (36,8%) e a maior no desemprego (17,2%) (Tabela 1). Tais informações refletem, no primeiro caso, o fato de que grande parte deles se dedica exclusivamente aos estudos e, no segundo, o problema central dos adolescentes que entram no mercado de trabalho: sua grande dificuldade em encontrar e/ou permanecer em um trabalho.

Tabela 1Distribuição da População em Idade Ativa, por condição de atividade, segundo faixa etáriaRegião do ABC – 2011-2012

Em porcentagem

Faixa etária

População em Idade Ativa

Total

População Economicamente Ativa

InativosTotal Ocupado

Desempregado

Total Aberto OcultoTOTAL (1) 100,0 61,3 55,1 6,2 5,0 1,2 38,7

16 a 29 anos 100,0 78,8 65,4 13,3 11,3 2,0 21,2

16 a 24 anos 100,0 74,4 59,2 15,2 13,1 (2) 25,6

16 a 18 anos 100,0 54,0 36,8 17,2 15,2 (2) 46,0

19 a 21 anos 100,0 82,5 66,5 16,0 13,5 (2) 17,5

22 a 24 anos 100,0 85,8 73,1 12,7 10,8 (2) 14,2

25 a 29 anos 100,0 86,0 75,7 10,2 8,3 (2) 14,0

30 anos e mais 100,0 63,3 59,5 3,8 2,9 0,9 36,7

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) População de dez anos e mais.(2) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

As informações sobre características da População em Idade Ativa – PIA refletem as encontradas na população total: as mulheres jovens representam pouco mais da metade da PIA (aquelas acima de 30 anos têm proporção um pouco maior; Tabela 2); os não negros são maioria em todos os grupos etários; e a participação de jovens como chefes de domicílio ou cônjuges ganha importância à medida que avança a faixa etária, invertendo-se no

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caso de filhos, posição em que se encontravam 85,1% das pessoas com 16 a 18 anos de idade e 43,3% daquelas com 25 a 29 anos.

Tabela 2Distribuição da População em Idade Ativa, por sexo, raça/cor e posição no domicílio, segundo faixa etáriaRegião do ABC – 2011-2012

Em porcentagem

Faixa etária TotalSexo Raça/cor Posição no domicílio

Homens Mulheres Negros Não negros Chefe Cônjuge Filho Outras

TOTAL (1) 100,0 47,4 52,6 31,6 68,4 36,9 24,6 31,2 7,4

16 a 29 anos 100,0 49,4 50,6 33,7 66,3 13,4 14,8 61,2 10,5

16 a 24 anos 100,0 49,4 50,6 33,8 66,2 6,6 9,3 72,0 12,1

16 a 18 anos 100,0 49,1 50,9 34,8 65,2 (2) (2) 85,1 12,1

19 a 21 anos 100,0 50,6 49,4 33,6 66,4 (2) 8,8 73,6 12,7

22 a 24 anos 100,0 48,7 51,3 33,1 66,9 13,7 16,0 58,8 11,5

25 a 29 anos 100,0 49,5 50,5 33,6 66,4 24,8 24,1 43,3 7,8

30 anos e mais 100,0 45,9 54,1 29,8 70,2 52,9 32,8 8,9 5,5

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) População de dez anos e mais.(2) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

Em relação ao nível de escolaridade destes jovens, observa-se maior con-centração daqueles com 16 a 18 anos com o ensino fundamental completo ou médio incompleto e daqueles, nas demais faixas etárias, com ensino médio completo ou superior incompleto (Tabela 3). Há, no entanto, certo descompasso entre idade e nível de escolaridade, observado pela importante proporção de jovens de 16 a 18 anos com apenas o ensino fundamental incompleto e pelo fato de que 28,9% deles já não frequentam mais a es-cola – porcentual alto, mesmo considerando-se que uma parte já tenha concluído o ensino médio.

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Tabela 3Distribuição da População em Idade Ativa, por nível de instrução e frequência à escola, segundo faixa etáriaRegião do ABC – 2011-2012

Em porcentagem

Faixa etária Total

Nível de instrução Frequência à escola

AnalfabetoFunda-mental

incompleto

Funda-mental

completo e médio

incompleto

Médio completo e superior incompleto

Superior completo

FrequentaNão

frequenta

TOTAL (1) 100,0 2,9 30,9 16,5 36,4 13,3 20,3 79,7

16 a 29 anos 100,0 (2) 7,6 22,7 56,1 13,0 30,5 69,5

16 a 24 anos 100,0 (2) 8,0 29,6 55,3 6,5 41,3 58,7

16 a 18 anos 100,0 (2) 11,6 61,6 26,3 (2) 71,1 28,9

19 a 21 anos 100,0 (2) (2) 15,7 74,4 (2) 34,2 65,8

22 a 24 anos 100,0 (2) 6,3 13,0 64,6 15,5 20,5 79,5

25 a 29 anos 100,0 (2) 6,9 11,2 57,5 23,9 12,5 87,5

30 anos e mais 100,0 4,3 32,4 13,6 34,0 15,7 3,0 97,0

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) População de dez anos e mais.(2) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

As diferenças de condição de atividade entre grupos socioeconômicos

A frequência à escola, muitas vezes, ocorre simultaneamente ao ingresso no mercado de trabalho. Para alguns jovens, como os que fazem parte de famílias com maiores rendimentos, isso acontece principalmente por esco-lha, como meio de aprendizado, visando qualificação profissional e inde-pendência econômica. O próprio mercado tem exigido maior escolaridade e experiência profissional, bem como atualização das qualificações. Para outros jovens, no entanto, esta situação se dá por necessidade, quando a condição socioeconômica da família exige tal conciliação, sendo que en-contrar trabalho parece ser mais difícil para estes jovens do que para os demais, como será visto adiante.

Consideradas algumas combinações entre estudo, trabalho, desemprego e afazeres domésticos (Tabela 4), a maior proporção de jovens que se dedicam exclusivamente aos estudos, como era de se esperar, é daqueles com 16 a

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18 anos (37,8%), embora também sejam deles os maiores porcentuais dos que estudam e trabalham simultaneamente (22,0%) e dos que estudam e estão desempregados (11,3%). Neste grupo, 14,8% já não estudam e apenas trabalham. Esta é a menor proporção em relação às demais faixas etárias, mas, ainda assim, bastante relevante, por indicar uma inserção precoce e vulnerável que tenderá a se manter ao longo do tempo se não houver retorno aos estudos. Neste aspecto, é importante mencionar a atuação de políticas de proteção às famílias com crianças e adolescentes com vistas a mantê-los na escola, condicionando o recebimento dos benefícios (transferência de renda, realização de cursos, etc.) à frequência escolar.

Na Tabela 4, apresentam-se informações das condições de atividade dos jovens (trabalho, estudo, desemprego e afazeres domésticos), segundo a situação econômica de suas famílias, obtida, por aproximação, pelo rendi-mento médio familiar per capita classificado em quatro grupos – ou quartis –, sendo o grupo 1 o de menores rendimentos, com média equivalente a R$ 237 por pessoa da família, e o grupo 4 o de maiores rendimentos, com média de R$ 2.544 por pessoa (ver nota da Tabela 4).

Os resultados dessas combinações indicam a relevância do trabalho: a proporção de jovens que estudam e trabalham cresce conforme aumenta o rendimento dos grupos, semelhante ao que ocorre com aqueles que só trabalham. Em contrapartida, a situação isolada de desemprego ganha importância no grupo de menor rendimento familiar per capita.

Para os jovens do grupo de menor rendimento familiar, duas questões se opõem: de um lado, a necessidade de aumento do rendimento familiar, dada a elevada proporção daqueles que estão à procura por trabalho; e, de outro, a maior dificuldade, em relação aos outros grupos, em conciliar trabalho e estudos. Esta dificuldade pode estar associada não só à falta de experiência (situação válida também para os jovens da mesma faixa etária nos grupos de rendimentos superiores), mas também a outros fatores, tais como: localização da residência e da escola, possivelmente mais distantes dos locais onde há vagas de trabalho, o que dificultaria compatibilizar os horários; qualidade da ocupação oferecida; jornadas de trabalho muito extensas, impossibilitando executar as duas atividades; remuneração

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insuficiente; desestímulo diante do número insuficiente de postos de tra-balho oferecidos em relação à procura; desestímulo diante das exigências cada vez maiores para contratação; e menor proteção familiar e social, que pode, especialmente para este jovem, refletir na falta de uma orientação adequada de como e onde procurar trabalho. A esse respeito podem-se mencionar, ainda, diferenças entre os grupos socioeconômicos no acesso à informação, seja pela agilidade ou pela qualidade da informação, e no tipo da rede social da qual o jovem e sua família fazem parte, já que, como se sabe, um dos meios mais eficientes para se encontrar um trabalho é por indicação de pessoas conhecidas.

Também neste grupo de jovens mais pobres a proporção daqueles que se dedicam exclusivamente aos afazeres domésticos (não estudam, nem es-tão no mercado de trabalho) é mais expressiva do que nos outros grupos de rendimentos familiares. É provável que grande parte dos jovens nesta condição seja composta por mulheres, para as quais não só falta perspec-tiva para enfrentar este mercado (possivelmente em razão de uma baixa qualificação), mas também pesa de forma mais contundente a atribuição, culturalmente determinada, dos cuidados da casa e da família.

O nível de escolaridade do chefe da família influencia na presença destes jovens no mercado de trabalho, servindo como um importante regulador: quanto maior o nível de instrução do chefe da família, mais condições terá o jovem de ficar fora do mercado de trabalho na fase em que precisa se dedicar mais aos estudos, conseguindo, assim, melhor inserção na fase seguinte. Conforme se observa no Gráfico 1, quando o chefe da família possui ensino superior completo, os jovens de 16 a 21 anos têm taxas de participação bem inferiores às dos jovens nestas mesmas faixas etárias cujo chefe de família possui nível de instrução menor; distintamente, os jovens de 22 a 29 anos apresentam taxas maiores quando o chefe de família possui maior nível de instrução do que aqueles com chefe menos escolarizado.

A condição socioeconômica da família destes jovens, portanto, é determi-nante no tipo de inserção que terão no mercado de trabalho e no momento da vida em que esta acontecerá.

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Tabela 4Distribuição da População em Idade Ativa, por condição de atividade, segundo faixa etária e grupo de rendimento médio familiar per capitaRegião do ABC – 2011-2012

Em porcentagem

Faixa etária Total

Condição de atividade

Só estuda

Estuda e trabalha

Estuda e está

desempregadoSó trabalha

Só está desempre-

gado

Só cuida dos

afazeres domésticos

Outros

TOTAL (1) 100,0 12,8 6,0 1,5 49,2 4,7 10,3 15,5

16 a 29 anos 100,0 10,4 15,8 4,2 49,6 9,1 5,6 5,2

16 a 24 anos 100,0 15,8 19,5 6,0 39,7 9,2 4,1 5,7

16 a 18 anos 100,0 37,8 22,0 11,3 14,8 (2) (2) (2)

19 a 21 anos 100,0 8,1 21,4 (2) 45,1 11,3 (2) (2)

22 a 24 anos 100,0 (2) 15,6 (2) 57,6 10,4 (2) (2)

25 a 29 anos 100,0 (2) 9,6 (2) 66,1 8,9 8,2 4,3

30 anos e mais 100,0 (2) 2,4 (2) 57,0 3,6 14,0 22,3

Grupo 1 100,0 21,6 2,8 3,0 30,9 11,4 14,8 15,6

16 a 29 anos 100,0 12,3 (2) (2) 30,1 19,1 14,8 9,6

16 a 24 anos 100,0 18,0 (2) (2) 24,7 16,7 (2) (2)

16 a 18 anos 100,0 36,2 (2) (2) (2) (2) (2) (2)

19 a 21 anos 100,0 (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2)

22 a 24 anos 100,0 (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2)

25 a 29 anos 100,0 (2) (2) (2) 39,3 23,1 (2) (2)

30 anos e mais 100,0 (2) (2) (2) 42,5 11,3 20,1 23,8

Grupo 2 100,0 13,8 4,9 (2) 44,8 5,0 10,4 19,5

16 a 29 anos 100,0 10,0 12,9 (2) 50,5 10,8 (2) (2)

16 a 24 anos 100,0 14,1 17,3 (2) 41,0 (2) (2) (2)

16 a 18 anos 100,0 (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2)

19 a 21 anos 100,0 (2) (2) (2) 52,5 (2) (2) (2)

22 a 24 anos 100,0 (2) (2) (2) 53,9 (2) (2) (2)

25 a 29 anos 100,0 (2) (2) (2) 70,7 (2) (2) (2)

30 anos e mais 100,0 (2) (2) (2) 50,9 (2) 14,2 28,9

Continua

12 PED ABC

Jovens desempregados

Como mostra o Gráfico 2, a taxa de desemprego dos jovens de 16 a 18 anos (31,8%) é três vezes maior do que a do total de desempregados (10,1%), reduzindo-se para 19,5% entre os de 19 a 21 anos, para 14,7%, entre os de 22 a 24 anos, e para 11,9%, entre os de 25 a 29 anos.

Tabela 4Distribuição da População em Idade Ativa, por condição de atividade, segundo faixa etária e grupo de rendimento médio familiar per capitaRegião do ABC – 2011-2012

Em porcentagem

Faixa etária Total

Condição de atividade

Só estuda

Estuda e trabalha

Estuda e está

desempregadoSó trabalha

Só está desempre-

gado

Só cuida dos

afazeres domésticos

Outros

Grupo 3 100,0 10,2 6,3 (2) 52,7 2,9 10,3 16,7

16 a 29 anos 100,0 (2) 16,3 (2) 59,5 (2) (2) (2)

16 a 24 anos 100,0 (2) 19,6 (2) 50,5 (2) (2) (2)

16 a 18 anos 100,0 (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2)

19 a 21 anos 100,0 (2) (2) (2) 56,6 (2) (2) (2)

22 a 24 anos 100,0 (2) (2) (2) 67,0 (2) (2) (2)

25 a 29 anos 100,0 (2) (2) (2) 74,2 (2) (2) (2)

30 anos e mais 100,0 (2) (2) (2) 56,4 (2) 14,2 24,0

Grupo 4 100,0 7,4 8,6 (2) 59,3 (2) 7,7 14,2

16 a 29 anos 100,0 10,2 25,3 (2) 52,6 (2) (2) (2)

16 a 24 anos 100,0 (2) 31,1 (2) 37,4 (2) (2) (2)

16 a 18 anos 100,0 (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2)

19 a 21 anos 100,0 (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2)

22 a 24 anos 100,0 (2) (2) (2) 56,5 (2) (2) (2)

25 a 29 anos 100,0 (2) (2) (2) 71,5 (2) (2) (2)

30 anos e mais 100,0 (2) 3,8 (2) 65,7 (2) 9,8 19,1

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) População de dez anos e mais.(2) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.Nota: Os grupos 1 a 4 representam, cada um, 25% das pessoas de dez anos e mais, por ordem crescente de rendimento médio familiar per capita:Grupo 1 – corresponde aos 25% dos indivíduos com menor rendimento familiar per capita (média = R$ 237); Grupo 2 – corresponde aos 25% dos indivíduos com rendimento familiar per capita maior que os do grupo 1, porém menor que os do grupo 3 (média = R$ 591);Grupo 3 – corresponde aos 25% dos indivíduos com menor rendimento familiar per capita maior que os do grupo 2, porém menor que os do grupo 4 (média = R$ 988);Grupo 4 – corresponde aos 25% dos indivíduos com maior rendimento familiar per capita (média = R$ 2.544).

13PED ABC

Total de jovens (1) Jovens com chefes com fundamental incompleto

Jovens com chefes com fundamental completo e

médio incompleto

Jovens com chefes com médio completo e

superior incompleto

Jovens com chefes com superior completo

16 a 18 anos 19 a 21 anos 22 a 24 anos 25 a 29 anos

0,0

10,0

20,0

30,040,0

50,0

60,0

70,0

80,090,0

Em %

Gráfico 1Taxas de participação dos jovens por faixa etária, segundo nível de instrução do chefe da famíliaRegião do ABC – 2011-2012

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inclui os jovens com chefes analfabetos.

Gráfico 2Taxas de desemprego, segundo faixa etáriaRegião do ABC – 2011-2012

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) População de dez anos e mais.

10,1%

31,8%

19,5%

14,7%11,9%

6,0%

Total (1) 16 a 18 anos 19 a 21 anos 22 a 24 anos 25 a 29 anos 30 anos e mais

14 PED ABC

O desemprego se agrava entre mulheres, negros, cônjuges e, de modo ge-ral, entre aqueles que têm os menores níveis de instrução. O desemprego também aumenta, no caso dos jovens, entre os que estão frequentando a escola (Tabela 5), o que pode estar associado, como já mencionado, à dificuldade de conciliação de horários/jornada e deslocamento entre tra-balho, escola e casa – fatores que geralmente têm grande influência sobre a decisão de continuar ou não os estudos.

Tais dificuldades também ajudam a explicar mudanças de trabalho nesta fase inicial de inserção no mundo do trabalho, sugeridas pela expressiva proporção de jovens desempregados com alguma experiência anterior de trabalho. Este é um aspecto bastante comum e, por vezes, esperado no percurso laboral dos jovens, que tendem a testar atividades ocupacionais e aptidões. Além disso, as remunerações para os que se iniciam em uma ocupação costumam ser mais baixas, fato que, de certa forma, facilita a decisão do jovem em deixar um trabalho. Além disso, a legislação trabalhista prevê situações provisórias, como o trabalho por prazo determinado (Lei 9.601 de janeiro de 1998), estágio e outras formas de trabalho temporário, que costumam ser uma opção de interesse de alguns jovens.

Tabela 5Taxas de desemprego, por frequência à escola, segundo faixa etáriaRegião do ABC – 2011-2012

Em porcentagem

Faixa etária Total (1) Frequenta escola Não frequenta escola

TOTAL (2) 10,1 19,9 8,7

16 a 29 anos 16,9 21,1 15,5

16 a 24 anos 20,4 23,4 18,8

16 a 18 anos 31,8 33,9 (3)

19 a 21 anos 19,5 (3) 20,1

22 a 24 anos 14,7 (3) 15,2

25 a 29 anos 11,9 (3) 11,9

30 anos e mais 6,0 (3) 5,9

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inclui os que não declararam frequência à escola.(2) População de dez anos e mais.(3) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

15PED ABC

Jovens ocupados

No setor de Serviços está a maior parte dos jovens ocupados (44,8%), inde-pendentemente da idade, refletindo a estrutura setorial do total de ocupados da Região. A Indústria de Transformação aparece como o segundo maior empregador de jovens (30,5%), com proporções acima da registrada para o total de ocupados (27,1%). O Comércio, embora tenha parcela menor, ainda é um importante empregador, principalmente para os grupos de menor faixa etária (Tabela 6).

Tabela 6Distribuição dos ocupados, por setor de atividade, segundo faixa etáriaRegião do ABC – 2011-2012

Em porcentagem

Faixa etária Total (1)Indústria de

Transformação (2)Construção (3)

Comércio, Reparação de Veículos

Automotores e Motocicletas (4)

Serviços (5)

TOTAL (6) 100,0 27,1 5,8 17,0 49,2

16 a 29 anos 100,0 30,5 4,5 19,2 44,8

16 a 24 anos 100,0 29,1 4,4 20,9 44,8

16 a 18 anos 100,0 24,4 (7) 26,4 43,9

19 a 21 anos 100,0 30,2 (7) 21,7 43,6

22 a 24 anos 100,0 30,3 (7) 17,8 46,1

25 a 29 anos 100,0 32,3 (7) 16,9 44,9

30 anos e mais 100,0 25,6 6,4 15,9 51,2

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inclui agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (Seção A); indústrias extrativas (Seção B); eletricidade e gás (Seção D); água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (Seção E); organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (Seção U); atividades mal definidas (Seção V). As seções mencionadas referem-se à CNAE domiciliar 2.0 domiciliar.(2) Seção C da CNAE domiciliar 2.0 domiciliar.(3) Seção F da CNAE domiciliar 2.0 domiciliar.(4) Seção G da CNAE domiciliar 2.0 domiciliar.(5) Seções H a T da CNAE domiciliar 2.0 domiciliar.(6) População de dez anos e mais.(7) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

Por tipo de inserção ocupacional, encontra-se maior fragilidade princi-palmente entre os mais jovens: 35,0% dos que têm 16 a 18 anos estão no setor privado sem carteira de trabalho assinada. Esta situação tende a se atenuar bastante para aqueles com maior idade (Tabela 7).

16 PED ABC

Tabela 7Distribuição dos ocupados, por posição na ocupação, segundo faixa etáriaRegião do ABC – 2011-2012

Em porcentagem

Faixa etária Total (1)

Assalariado

AutônomoEmpregado doméstico

Demais (1)Total

Setor privadoSetor

públicoTotalCom

carteiraSem

carteira

TOTAL (2) 100,0 72,1 64,0 55,3 8,8 8,1 14,6 5,3 8,1

16 a 29 anos 100,0 87,3 82,9 69,1 13,8 4,4 7,9 (3) 3,4

16 a 24 anos 100,0 89,1 85,5 67,0 18,5 (3) 7,5 (3) (3)

16 a 18 anos 100,0 85,8 83,2 48,3 35,0 (3) (3) (3) (3)

19 a 21 anos 100,0 92,1 89,4 71,6 17,8 (3) (3) (3) (3)

22 a 24 anos 100,0 88,3 83,5 71,9 11,7 (3) 8,3 (3) (3)

25 a 29 anos 100,0 85,0 79,4 71,8 7,6 5,5 8,4 (3) 4,9

30 anos e mais 100,0 65,1 55,3 49,0 6,2 9,8 17,6 7,1 10,2

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Incluem empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais universitários autônomos e outras posições ocupacionais.(2) População de dez anos e mais.(3) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

A maioria dos jovens ocupados é composta por homens, de raça/cor não negra (com ligeira diferenciação para os de 16 a 18 anos, em que as proporções de homens e de negros são um pouco maiores do que as das demais faixas) e de filhos (para os de 25 a 29 anos o porcentual de filhos, em relação às outras faixas, diminui e o de chefes aumenta).

Como esperado, as proporções de jovens ocupados com maior nível de escolaridade (Tabela 8) são maiores do que as encontradas na População em Idade Ativa – PIA (que incluem, além de ocupados, desempregados e inativos de dez anos e mais; ver Tabela 3), assim como a parcela daqueles com 16 a 18 anos que frequentam escola é bem menor entre os ocupados, em comparação com a PIA (59,8% e 71,1%, respectivamente), diferença que praticamente desaparece entre aqueles acima de 19 anos.

17PED ABC

Tabela 8Distribuição dos ocupados, por nível de instrução e frequência à escola, segundo faixa etáriaRegião do ABC – 2011-2012

Em porcentagem

Faixa etária Total (1)

Nível de instrução Frequência à escola

AnalfabetoFundamental incompleto

Fundamental completo e médio

incompleto

Médio completo e superior incompleto

Superior completo

FrequentaNão

frequenta

TOTAL (2) 100,0 1,2 17,9 14,6 46,3 20,1 10,8 89,2

16 a 29 anos 100,0 (3) 5,9 15,9 60,8 17,3 24,2 75,8

16 a 24 anos 100,0 (3) 6,1 20,9 63,4 9,6 33,0 67,0

16 a 18 anos 100,0 (3) (3) 54,7 34,4 (3) 59,8 40,2

19 a 21 anos 100,0 (3) (3) 14,2 76,7 (3) 32,2 67,8

22 a 24 anos 100,0 (3) (3) 10,9 65,9 18,5 21,3 78,7

25 a 29 anos 100,0 (3) 5,6 9,4 57,4 27,4 12,7 87,3

30 anos e mais 100,0 1,7 23,3 13,8 39,8 21,5 4,1 95,9

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Incluem empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais universitários autônomos e outras posições ocupacionais.(2) População de dez anos e mais.(3) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

A jornada média de trabalho dos ocupados de 16 a 18 anos era de 37 horas semanais, aumentando para 40 entre aqueles com 19 a 21 anos, 41 horas para os de 22 a 24 anos e 42 horas para os de 25 a 29 anos. Segundo se-tores de atividade econômica, os jovens praticam jornadas mais extensas no Comércio (45 horas), seguido pela Construção (42 horas), Indústria de Transformação (41 horas) e Serviços (39 horas).

A necessidade de arranjos para a conciliação entre estudo e trabalho, para os mais jovens, pode ser percebida quando se associam as informações de jornada de trabalho àquelas de frequência escolar: as jornadas médias são menores para os que frequentam a escola, o que ocorre de forma mais acentuada para os mais jovens. Para aqueles com 16 a 18 anos, a jornada média de trabalho dos que não estudam (40 horas) superava em cinco horas a daqueles que estudam (Tabela 9).

18 PED ABC

Tabela 9Horas semanais trabalhadas pelos ocupados, por frequência à escola, segundo faixa etáriaRegião do ABC – 2011-2012

Em horas

Faixa etária Total (1) Frequenta escola Não frequenta escola

TOTAL (1) 42 37 42

16 a 29 anos 41 37 42

16 a 24 anos 40 37 42

16 a 18 anos 37 35 40

19 a 21 anos 40 37 42

22 a 24 anos 41 38 42

25 a 29 anos 42 39 42

30 anos e mais 42 40 42

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) População de dez anos e mais.

Rendimentos individuais e da família

O rendimento médio real dos ocupados aumenta conforme a idade. Esta relação também acontece entre os grupos de jovens, cujos rendimentos médios partem de R$ 693 (16 a 18 anos) e chegam a R$ 1.632 (25 a 29 anos). Isto se reflete no rendimento médio real familiar per capita, que tam-bém se eleva à medida que aumenta a faixa etária dos jovens (Tabela 10).

Considerações finais

As informações aqui apresentadas mostram situações bastante diferen-ciadas entre os jovens, principalmente em seus dois extremos de faixas etárias – aqueles com 16 a 18 anos e os com 25 a 29 anos –, como reflexo de momentos e experiências de vida também distintos.

Para os jovens com mais idade, a situação no mercado de trabalho é mais favorável. Como esperado, seu nível de escolaridade é maior (inclusive em

19PED ABC

Tabela 10Rendimento médio real dos ocupados (1) e rendimento médio real familiar per capita (2), segundo faixa etáriaRegião do ABC – 2011-2012

Em reais de março de 2013

Faixa etária Rendimento médio real dos ocupadosRendimento médio real

familiar per capita

TOTAL (3) 1.834 1.090

16 a 29 anos 1.313 983

16 a 24 anos 1.078 917

16 a 18 anos 693 769

19 a 21 anos 995 927

22 a 24 anos 1.336 1.040

25 a 29 anos 1.632 1.093

30 anos e mais 2.089 1.206

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Exclusive os assalariados e os empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familiares sem remuneração salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício.(2) O rendimento familiar total consiste na soma de rendimentos de aposentadorias ou pensões, do trabalho principal e adicional (só de ocupados), de trabalhos ocasionais precários (só de inativos com trabalho ocasional e de desempregados com trabalho precário) e do seguro-desemprego (só de desempregados e de inativos) recebidos pelos indivíduos maiores de dez anos, cuja posição na família seja chefe, cônjuge, filho, outro parente ou agregado. O tamanho da família é o total de indivíduos cuja posição na família seja chefe, cônjuge, filho, outro parente ou agregado. O rendimento familiar per capita corresponde ao rendimento familiar total dividido pelo tamanho da família.(3) População de dez anos e mais.Nota: Inflator utilizado: ICV do Dieese.

relação às pessoas com 30 anos e mais), assim como é maior sua respon-sabilidade no domicílio (há uma grande parcela cuja posição no domicílio é a de chefe ou cônjuge). Para o grupo mais jovem, observa-se o quadro clássico de taxas de desemprego extremamente elevadas e, quando ocu-pados, sua inserção é mais frágil, o que tradicionalmente é associado à falta de experiência e a um mercado de trabalho cada vez mais exigente. O avançar da idade e do nível de escolaridade, assim como uma condição socioeconômica da família mais favorável, exerce importante influência na inserção laboral destes jovens, atenuando o desemprego e melhorando a qualidade da ocupação.

Merecem atenção especial, portanto, os jovens de 16 a 18 anos, princi-palmente aqueles em famílias mais pobres, que, a priori, necessitam de

20 PED ABC

um trabalho, mas têm dificuldades em obtê-lo e, quando conseguem, ge-ralmente são as ocupações mais precárias e de rendimentos mais baixos.

Este é um grupo que merece um estudo mais específico, que enfatize a problemática da escola, tendo em vista que a situação mais adequada seria a dedicação exclusiva destes jovens aos estudos, pois estudar e trabalhar tende a comprometer a frequência e a qualidade nos estudos. Esta é uma questão central, uma vez que a menor qualificação (ou a sua ausência) comprometerá, ao longo da vida, a trajetória deste indivíduo no mercado de trabalho e talvez também a da família que irá formar (haja vista a forte relação dos indicadores sobre jovens com o nível de instrução dos chefes de família).

Alcançar o nível de escolaridade adequado é especialmente importante para ampliar oportunidades de melhor inserção no mercado de trabalho e maiores rendimentos. Proporcionar aumento do nível de instrução com ensino gratuito e de qualidade, oferecendo maior proteção econômica e social a partir de políticas públicas eficientes para a juventude vincula-das à educação, fará toda a diferença para que a inserção no mercado de trabalho seja mais bem-sucedida. Considerando-se a Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude e a mudança na estrutura da pirâ-mide etária, políticas públicas que visem manter os mais jovens por mais tempo na escola podem proporcionar, no futuro, melhores oportunidades de integração ao mercado de trabalho e patamares mais elevados de qua-lificação dos trabalhadores brasileiros e do Grande ABC.

21PED ABC

PIA – População em Idade Ativa: população com 10 anos e mais.

PEA – População Economicamente Ativa: parcela da PIA que está ocupada ou desempregada.

Ocupados: indivíduos que nos 7 dias anteriores ao da entrevista:a) possuem trabalho remunerado exercido regularmente;b) possuem trabalho remunerado exercido de forma irregular, desde que não estejam

procurando trabalho diferente do atual;c) possuem trabalho não remunerado de ajuda em negócios de parentes, ou remunerado

em espécie/benefício, sem procura de trabalho;d) excluem-se as pessoas que de forma bastante excepcional fizeram algum trabalho

nesse período.

Desempregados: indivíduos que se encontram em uma das seguintes situações:a) Desemprego Aberto: pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos 30 dias

anteriores ao da entrevista e não exerceram nenhum trabalho nos 7 últimos dias;b) Desemprego Oculto pelo Trabalho Precário: pessoas que realizam algum trabalho

remunerado eventual de auto-ocupação, ou seja, sem qualquer perspectiva de continuidade e previsibilidade, ou realizam trabalho não remunerado em ajuda de negócios de parentes e que procuraram mudar de trabalho nos 30 dias anteriores ao da entrevista ou que, não tendo procurado neste período, o fizeram sem êxito até 12 meses atrás;

c) Desemprego Oculto pelo Desalento e Outros: pessoas que não possuem trabalho e nem procuraram nos últimos 30 dias, por desestímulo do mercado de trabalho ou por circunstâncias fortuitas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos 12 meses.

Inativos (maiores de 10 anos): parcela da PIA que não está ocupada ou desempregada.

Rendimento do trabalho: rendimento monetário bruto (sem descontos de imposto de renda e previdência social) efetivamente recebido, referente ao trabalho realizado no mês imediatamente anterior ao da pesquisa. Para os assalariados, são considerados descontos

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO DO ABC

PED ABC

22 PED ABC

por falta, etc. ou acréscimos devidos a horas extras, gratificações, etc. Não são computados o 13o salário e os benefícios indiretos. Para os empregadores, os autônomos e as demais posições é considerada a retirada mensal, não incluindo os lucros do trabalho, da empresa ou do negócio.

PRINCIPAIS INDICADORES

Taxa de Desemprego Total: proporção da PEA que se encontra na situação de desemprego – total, aberto e oculto.

Taxa de Participação: proporção de pessoas com 10 anos e mais incorporadas ao mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas.

Índice de Ocupação: nível de ocupação alcançado em determinado trimestre em relação ao nível médio do ano de 2000. Este indicador é apresentado também segundo ramos de atividade.

Rendimentos: rendimento real trimestral dos ocupados e assalariados no trabalho principal – apresentados os valores máximos recebidos pelos 25% e 50% mais pobres (mediana) e valores mínimos recebidos pelos 25% mais ricos.

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO DO ABC

PED ABC

23PED ABC

24 PED ABC

SEADEFundação Sistema Estadual de Análise de Dados Av. Cásper Líbero 478 CEP 01033-000 São Paulo SP

Fone (11) 3324.7200 Fax (11) 3324.7324www.seade.gov.br /[email protected] / [email protected]

Apoio: Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT.

Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho – Sert.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULOSecretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional

A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade, em colaboração com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos –

Dieese, vem divulgando sistematicamente os resultados da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED-RMSP, desde janeiro de 1985. Trata-se de uma pesquisa

domiciliar que, a cada mês, investiga uma amostra de aproximadamente 3.000 domicílios localizados na Região Metropolitana de São Paulo. As informações da PED são apresentadas agregadas em trimestres móveis. Por exemplo, a taxa de desemprego de janeiro corresponde ao trimestre móvel novembro, dezembro e janeiro. A taxa de fevereiro corresponde ao trimestre móvel dezembro, janeiro

e fevereiro. A qualidade de seus indicadores e as inovações metodológicas introduzidas fazem da PED uma das principais fontes de referência sobre a conjuntura do mercado de trabalho metropolitano. Por estas razões, outros

Estados brasileiros passaram a realizar a pesquisa nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e o Distrito Federal.

Em 2011, retomando parceria iniciada em 1998 com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, voltam a ser divulgadas informações específicas para a Região do ABC.

Rua Aurora, 957/ 3o andar – República CEP 01209-001 – São Paulo – PABX: 55 11 3821-2140

www.dieese.org.br / [email protected]

Consórcio Intermunicipal Grande ABCAv. Ramiro Colleoni 5 CEP 09040-160 Santo André SP Fone (11) 4435.3555 www.consorcioabc.sp.gov.br / [email protected]