1
Manejo 12 Suínos & Cia Ano VII - nº 43/2012 Figura 4 – Guia para classificações das lesões de casco - © Zinpro Corp. Descrição da Lesão Unhas (U) Dedo Acessório (DA) Crescimento e Erosão do Talão Rachadura Talão-Sola Linha Branca Rachadura Hori- zontal de Parede Rachadura Vertical de Parede 1 LEVE Uma ou mais unhas ligeiramen- te mais longas que o normal Ligeiramente mais longo que o normal Ligeiro crescimen- to e/ou erosão do tecido mole do talão Ligeira separação da junção Separação rasa e/ ou curta ao longo da linha branca Hemorragia evi- dente, rachadura horizontal curta/ rasa na parede do casco Rachadura vertical curta/rasa na parede do casco 2 MODERADO Uma ou mais unhas significa- tivamente mais longas que o normal O dedo acessório se estende até a superfície quando o animal está em pé Numerosas rechaduras com crescimento e erosão evidentes Longa separação da junção Longa separação ao longo da linha branca Rachadura horizontal longa e rasa na parede do casco Rachadura vertical longa e rasa na parede do casco 3 GRAVE Unhas longas prejudicam a marcha quando o animal caminha O dedo acessório está rompido e/ ou parcial ou completamente removido Grande cresci- mento e erosão com rachaduras profundas Separação longa e profunda da junção Longa e profunda separação ao longo da linha branca Várias ou profun- das rachaduras horizontais na parede do casco Várias ou profun- das rachaduras verticais na parede do casco Comportamento: 2. o sinal mais comum é a claudicação. No entanto, falta de apetite ou apatia podem indicar que há algo anormal; Identificação das lesões: 3. iden- tificação e classificação das lesões de casco e da condição de locomoção, bem como o devido entendimento de suas cau- sas. Figura 5 – Escore de locomoção A combinação destes três aspectos possibilita uma análise mais criteriosa de quais são as fêmeas candidatas ao descar- te. Da mesma forma, antes de se proceder a eliminação dos animais, deve-se enten- der quais são os fatores predisponentes que levam aos problemas do aparelho lo- comotor vivenciados na granja. Como forma de monitoramento da condição do sistema locomotor das por- cas, um grupo de pesquisadores, médicos- veterinários e nutricionistas de diferentes países reuniu-se em um projeto. Neste, que tem o objetivo de avançar no conhe- cimento dos problemas locomotores em suínos e na sua prevenção, desenvolveu duas ferramentas para o monitoramen- to das condições do aparelho locomotor, adotados mundialmente: 1. Escore das lesões de casco (Figura 4); 2. Escore de locomoção (Figura 5). O uso frequente e rotineiro destas ferramentas permite ao suinocultor adotar uma postura mais estratégica no processo de tomada de decisão de quais fêmeas de- vem ser descartadas efetivamente e quais devem passar pela reabilitação podal, popularmente conhecida como casquea- mento. Conclusão Está claro que todas as granjas apresentam animais com claudicação. O procedimento normalmente adotado, nestes casos, é a eliminação dos animais, assumindo-se, assim, as perdas financeiras e de produtividade futura. Em alguns casos, especialmen- te considerando animais em gaiolas, é possível adotar-se outros procedimentos, como o uso de pedilúvios ou pulverização com solução de formol, analgesia de lon- ga duração ou tapetes de borracha sob os animais. A implementação destes procedi- mentos pode resultar em uma mudança de comportamento, que inclui o aumento na ingestão de alimentos e, como consequên- cia, uma melhora na produtividade a curto prazo. No entanto, estas medidas são pa- liativas, visando a compensar uma falha anterior e, frequentemente, não alcançam o sucesso pleno. É necessário entender melhor o problema, suas causas e consequências e, assim, adotar medidas preventivas mais efetivas, que têm a ver com manejo, ambiente e nutrição e que levarão ao au- mento da longevidade das fêmeas e, por consequência, a um melhor resultado fi- nanceiro da produção.

pg_0012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Descrição da Lesão Unhas (U) Dedo Acessório (DA) Crescimento e Erosão do Talão Rachadura Talão-Sola Linha Branca Rachadura Hori- zontal de Parede Rachadura Vertical de Parede 2. Escore de locomoção (Figura 5). 1. Escore das lesões de casco (Figura 4); Longa separação da junção Longa separação ao longo da linha branca Ligeiramente mais longo que o normal Rachadura horizontal longa e rasa na parede do casco Longa e profunda separação ao longo da linha branca 12

Citation preview

Page 1: pg_0012

Manejo

12Suínos & Cia Ano VII - nº 43/2012

Figura 4 – Guia para classifi cações das lesões de casco - © Zinpro Corp.

Descriçãoda Lesão

Unhas (U) DedoAcessório (DA)

Crescimento e Erosão do Talão

RachaduraTalão-Sola

Linha Branca Rachadura Hori-zontal de Parede

RachaduraVertical de Parede

1LEVE Uma ou mais

unhas ligeiramen-te mais longas que o normal

Ligeiramente mais longo que o normal

Ligeiro crescimen-to e/ou erosão do tecido mole do talão

Ligeira separação da junção

Separação rasa e/ou curta ao longo da linha branca

Hemorragia evi-dente, rachadura horizontal curta/rasa na parede do casco

Rachadura vertical curta/rasa na parede do casco

2MODERADO Uma ou mais

unhas signifi ca-tivamente mais longas que o normal

O dedo acessório se estende até a superfície quando o animal está em pé

Numerosas rechaduras com crescimento e erosão evidentes

Longa separação da junção

Longa separação ao longo da linha branca

Rachadura horizontal longa e rasa na parede do casco

Rachadura vertical longa e rasa na parede do casco

3GRAVE Unhas longas

prejudicam a marcha quando o animal caminha

O dedo acessório está rompido e/ou parcial ou completamente removido

Grande cresci-mento e erosão com rachaduras profundas

Separação longa e profunda da junção

Longa e profunda separação ao longo da linha branca

Várias ou profun-das rachaduras horizontais na parede do casco

Várias ou profun-das rachaduras verticais na parede do casco

Comportamento:2. o sinal mais comum é a claudicação. No entanto, falta de apetite ou apatia podem indicar que há algo anormal;

Identifi cação das lesões:3. iden-tifi cação e classifi cação das lesões de casco e da condição de locomoção, bem como o devido entendimento de suas cau-sas.

Figura 5 – Escore de locomoção

A combinação destes três aspectos possibilita uma análise mais criteriosa de quais são as fêmeas candidatas ao descar-te. Da mesma forma, antes de se proceder a eliminação dos animais, deve-se enten-der quais são os fatores predisponentes que levam aos problemas do aparelho lo-comotor vivenciados na granja.

Como forma de monitoramento da condição do sistema locomotor das por-cas, um grupo de pesquisadores, médicos-veterinários e nutricionistas de diferentes países reuniu-se em um projeto. Neste, que tem o objetivo de avançar no conhe-cimento dos problemas locomotores em suínos e na sua prevenção, desenvolveu duas ferramentas para o monitoramen-to das condições do aparelho locomotor, adotados mundialmente:

1. Escore das lesões de casco (Figura 4);

2. Escore de locomoção (Figura 5).

O uso frequente e rotineiro destas ferramentas permite ao suinocultor adotar uma postura mais estratégica no processo de tomada de decisão de quais fêmeas de-vem ser descartadas efetivamente e quais devem passar pela reabilitação podal, popularmente conhecida como casquea-mento.

Conclusão

Está claro que todas as granjas apresentam animais com claudicação.

O procedimento normalmente adotado, nestes casos, é a eliminação dos animais, assumindo-se, assim, as perdas fi nanceiras e de produtividade futura.

Em alguns casos, especialmen-te considerando animais em gaiolas, é possível adotar-se outros procedimentos, como o uso de pedilúvios ou pulverização com solução de formol, analgesia de lon-ga duração ou tapetes de borracha sob os animais.

A implementação destes procedi-mentos pode resultar em uma mudança de comportamento, que inclui o aumento na ingestão de alimentos e, como consequên-cia, uma melhora na produtividade a curto prazo.

No entanto, estas medidas são pa-liativas, visando a compensar uma falha anterior e, frequentemente, não alcançam o sucesso pleno.

É necessário entender melhor o problema, suas causas e consequências e, assim, adotar medidas preventivas mais efetivas, que têm a ver com manejo, ambiente e nutrição e que levarão ao au-mento da longevidade das fêmeas e, por consequência, a um melhor resultado fi -nanceiro da produção.