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Giovanni Pico della Mirandola

Pico della Mirandola

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Page 1: Pico della Mirandola

Giovanni Pico della Mirandola

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Giovanni Pico della Mirandola

Nasceu: 24 de Fevereiro de 1463 – Florença

Morreu : 17 de Novembro de 1494

Foi um erudito, filósofo neoplatónico e humanista do Renascimento italiano.

Autor: Giovanni Pico della Mirandola

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Em 1486, o jovem filósofo Pico della Mirandola redigiu uma introdução em defesa de 900 tese que pretendia apresentar em Roma. Impedido pela Igreja e detido uns tempos na prisão de Siena, “O Discurso da Dignidade do Homem” (Oratio de Hominis Dignitate) só tornou-se conhecido dez anos depois, em 1496, pouco tempo depois de Pico morrer. O argumento dele era muito simples: Deus não deu ao homem, como as demais espécies, uma natureza fixa. Ao contrário, dotou-o de uma liberdade que o torna capaz de fazer escolhas. Podendo vir a inclinar a sua natureza em direcção às plantas e às bestas, sendo então calmo ou furioso, ou poderá ainda subir a uma direcção superior, aproximando-o dos anjos e das coisas divinas.

Discurso sobre a dignidade do homem

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Neste Livro Pico expôs uma nova concepção do cristianismo, de natureza espiritualista, centrada na valorização do ser Humano e no exercício de seu livre arbítrio.

“Deus arquitecto, tinha construído segundo leis de arcana sabedoria este lugar do mundo como nós o vemos, augustíssimo templo da divindade. Tinha embelezado a zona celeste com inteligência, avivados os globos etéreos com almas eternas, povoado com uma multidão de animais de toda a espécie as partes vis e fermentantes do mundo inferior. Mas, consumada a obra, o Artífice desejava que houvesse alguém capaz de compreender a razão de uma obra tão grande, que amasse a beleza e admirasse a sua grandeza. Por isso, uma vez tudo realizado, como Moisés e Timeu atestam, pensou por último criar o homem”.

Conceito: Homem

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Se o homem na sua dimensão terrestre é dignificado e se a busca da felicidade é o horizonte do seu agir, ou seja a meta por onde aspira, não é menos verdade que dessa felicidade terrena faz parte a sua relação com Deus. Isto resolve-se no seu próprio itinerário existencial. Por isso o homem aparece como um ser transcendente em relação à toda a natureza infra humana.    

“Grandeza da natureza humana: ser o homem vínculo das criaturas, familiar com as superiores, soberano das inferiores; pela agudeza dos sentidos, pelo poder indagador da razão e pela luz do intelecto, ser intérprete da natureza; intermédio entre o tempo e a eternidade e, como dizem os Persas, cópula, portanto, himeneu do mundo e, segundo atestou David, em pouco inferior aos anjos”.

Conceito: Homem

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É pela capacidade racional que o homem toma consciência da sua de liberdade. Como ser livre o homem tem a possibilidade de Criar-se a si mesmo através da sua liberdade. O homem segundo o autor é chamado e considerado um maravilhoso milagre por ter alma. Deus fez do homem uma criatura que tem a potencialidade de ter e desenvolver todas as qualidades e capacidades que foram dadas às demais criaturas em separado. Pode degenerar até aquele que são os animais ou subir até aquele que são os anjos dependendo da sua vontade, da sua escolha livre. Por isso se o homem quiser realizar-se numa dimensão verdadeiramente humana, tem de estar orientada para o bem, não ficando na mediocridade, mas procurando sempre um nível mais alto, a dos anjos, orientado pela razão desde que isto seja possível para obter os mais altos valores espirituais. Essa é a dimensão que mostra a sua superioridade em relação a todos os seres criados. Pela sua inteligência espiritual ele supera todo o universo. 

Conceito: Homem

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“Ao homem nascente o Pai conferiu sementes de toda a espécie e germes de toda a vida, e segundo a maneira de cada um os cultivar assim estes nele crescerão e darão os seus frutos. Se vegetais, tornar-se-á planta. Se sensíveis, será besta. Se racionais, elevar-se-á a animal celeste. Se intelectuais, será anjo e filho de Deus, e se, não contente com a sorte de nenhuma criatura, se recolher no centro da sua unidade, tornado espírito uno com Deus, na solitária caligem do Pai, aquele que foi posto sobre todas as coisas estará sobre todas as coisas.”

O homem é no universo o vínculo que une o mundo sensível ao mundo inelegível. O homem joga numa dialéctica do bem e do mal, que não é mais do que a plenitude da realização humana de degenerar ou de regenerar e isso responsabiliza o homem frente a si e frente a Deus.

Conceito: Homem

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No entanto pela sua liberdade o homem decide os seus próprios actos com que constrói a sua existência de homem.

Podemos dizer que a maior virtude do homem é a razão, pois o eleva acima de todas as criaturas, pois é a através dela que ele pode escolher entre o bem e o mal. E nesse processo que o filósofo é considerado o homem mais digno e excelente, devido ao poder da recta razão, porque é nele que o saber e o agir são orientados para a verdade, como aquele que esta mais próxima da verdade que é Deus.

 E essa opção existencial consiste numa opção em abandonar tudo (honras, riquezas, poder) e tudo sacrificar, neste caso à filosofia, dedicando-lhe uma vida e trabalho intelectual.

Conceito: Homem

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 Pelas suas decisões e opiniões os homens são chamados a serem artífice de si próprios, segundo a sua liberdade e poder que lhe foi concebido pelo Criador, degenerando até aqueles que são as bestas, os animais, as criaturas sensíveis, ou subir até aqueles que são as realidades superiores por decisão do seu ânimo, escolhendo ser aquilo que quer.

Por isso vê o homem na sua dignidade essencial de Senhor do universo, que é chamado a dominar o mundo pelo poder da sua razão e das suas técnicas no exercício da sua liberdade.  

Conceito: Homem