Upload
dokhanh
View
231
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
PICO DO CASTELO: Imagem de marca do Porto Santo,
Geopaisagem e Geo-história Abília Maria Pereira R. Perdigão SantosEduardo Policarpo Menezes de OliveiraGina Maria Oliveira Brito MendesLúcia Maria Monteiro MartinsMaria Filomena F. Oliveira
17 de novembro de 2017
ÍNDICE:1. Introdução
2. Origem geológica
3. Pico do Castelo: geopaisagem e geopaisagens
4. Processo erosivo
5. Pico do Castelo: sítio de geodiversidade
6. Pico do Castelo: importância no passado
7. Pico do Castelo: importância no presente
8. Um olhar infantil sobre o Pico do Castelo
9. Pico do Castelo: imagem de marca
2
1. INTRODUÇÃO Na sequência da ação de formação GEODIVERSIDADE DA ILHA DO PORTO SANTO,
dinamizada pelo Engenheiro João Baptista, este grupo de trabalho, constituído por cinco
docentes de diferentes áreas/disciplinas (do pré-escolar ao ensino secundário; da
Matemática, das Ciências e das Línguas), optou por abordar um importante elemento
paisagístico da ilha dourada: o Pico do Castelo.
Esta escolha ficou a dever-se a motivos diversos, destacando-se o facto deste
imponente local, estrategicamente localizado, ser um “marco”, uma referência, um
monumento que nos saúda à chegada e nos acena à despedida.
Daí que o tenhamos abordado em termos da sua origem geológica, com referência
ao processo erosivo verificado ao longo do tempo, a classificação enquanto sítio de
geodiversidade, destacando-se ainda a sua importância, quer no passado, quer no presente.
Decidimos, ainda, enriquecer este trabalho com um olhar infantil sobre o Pico do
Castelo, com um trabalho de crianças do pré-escolar.
A terminar, mostramos como este local surge associado a uma imagem de marca
da ilha, presente em diversos logótipos. 3
2. COMO SURGIU O PICO DO CASTELOOrigem geológica:• O Porto Santo é uma Ilha do Atlântico de origem vulcânica (consequência de
um “ponto quente”, isto é, de uma área de alta atividade vulcânica), cuja
formação teve início há cerca de 18 M.a., isto é, Miocénico Inferior (Gomes e
Silva, 2012);
4(© Direitos Reservados)
• A ilha cresceu como um vulcão-escudo submarino, com
escoadas de basalto, hawaitos, hialoclastitos, palagonitos e
tufos, prolongando-se durante cerca de 4,5 M.a.
(Rodrigues, 1996).
Devido a diversos episódios devulcanismo eruptivo, a ilhaemergiu de águas profundas commais de 3000 m de profundidade(Gomes e Silva, 2012)
Origem geológica (cont.)
(http://escolakids.uol.com.br/arquipelago.htm)
Ilha Menina Montanha Submarina(Cachão e Dias, 2009)
5
• A atividade vulcânica tornou-se subaérea e manteve-se por mais 5 M.a.,
atingindo, nessa altura, o máximo de extensão, que deveria incluir todos os
ilhéus existentes atualmente (Rodrigues, 1996).
Nesta fase da evolução, parte da Ilha
dispunha de construções recifais no seu
litoral em condições de evidente
tropicalidade (Rodrigues, 1996).
Ilha AdolescenteAparecimento da ilha
(Cachão e Dias, 2009)
Origem geológica (cont.)
6
O centro da proto-ilha esteve provavelmente
situado a Norte-Noroeste da presente Ilha,
visto a inclinação geral das camadas ser E-SE,
em toda a parte Este da Ilha, e SW-S na parte
Sul da Ilha.
Admite-se ter havido aí uma importante
cratera que teria sido o centro emissor das
escoadas de riolitos. (Rodrigues, 1996).
Ilha MulherCrescimento da Ilha
(Cachão e Dias, 2009)
• O desenvolvimento da atividade vulcânica subaérea (14 a 7 M.a.) atribuiu à ilha
contornos de amadurecimento e converteu-se em Ilha-Mullher (Cachão e Dias,
2009).
Origem geológica (cont.)
7
• A Ilha é, portanto, neste momento, uma complexa estrutura vulcânica maioritariamente
submarina, muito erodida.
• Dos aparelhos subaéreos terminais restam algumas agulhas/domos e extensos diques de
chaminés fissurais, não existindo formas diretas conservadas (Rodrigues, 1996).
Ilha Idosa. Erosão da Ilha. (Cachão e Dias, 2009)
De acordo com Gomes e Silva (2012: 66), as rochas vulcânicas
existentes atualmente podem associar-se em dois grupos:
Basaltos e Andesitos Traquitos e Riolitos
dominantes no sistema de elevações
do setor NE da ilha, sob a forma de
domos e tufos piroclásticos,
constituindo o Pico do Facho, o Pico
do Castelo e o Pico Branco
dominantes
no setor SW
da ilha
Origem geológica (cont.)
8
• O Pico do Castelo localiza-se no sector central E, da ilha do Porto Santo. Corresponde a
uma antiga chaminé vulcânica estando exposto, devido à erosão diferencial, um domo
traquítico, com orientação geral SE-NW.
• Os vulcões do Porto Santo já foram erodidos há muito tempo, sendo que as estruturas
atuais são morfologias parecidas (cónicas), devido às rochas das condutas de antigos
aparelhos vulcânicos serem mais resistentes à erosão (Ferreira, 2014).
Origem geológica (cont.)
9(© Brito, 2017)
(In Soares et al. 2006, In Ferreira, 2014)
Origem geológica (cont.)
Picos do Domínio Central
10
• A interação entre o manto e a litosfera, os movimentos de deslocação das placas
tectónicas e os processos que atuam à superfície da Terra, incluindo a erosão, o
transporte dos materiais derivados da erosão e o respetivo depósito, todos eles
contribuíram para a modelação das geopaisagens - algumas salientadas pela
singularidade da sua magnífica beleza, outras caracterizadas pelo seu significado
científico e interesse para compreensão dos processos envolvidos na sua formação e
morfologia (Gomes e Silva, 2012)
(In: https://www.madeira-a-z.com/what-to-see/porto-santo-island/walking.html)
3. Pico do Castelo – Geopaisagem e geopaisagens
11
Na ilha destaca-se a existência de duas zonas de relevo acidentado, uma mais imponente,
a NE, e outra menos expressiva, a SW, separadas por uma plataforma deprimida,
aplanada e basculada para SE (Silva, 2003).
O Pico do Castelo insere-se no setor NE, com 437m de altitude.
http://www.iloveportosanto.com
Pico do Castelo – Geopaisagem e geopaisagens
12
Além do próprio Pico do Castelo ser uma paisagem de beleza singular, este local
é um ponto estratégico de onde se obtêm outras panorâmicas:
– da região aplanada central, onde se depositaram os eolianitos calcareníticos;
– da praia a SW, cujos sedimentos resultaram do desmantelamento dos eolianitos;
– do Ilhéu de Baixo, o mais ocidental do Porto Santo;
– dos Picos de Ana Ferreira e Espigão, no domínio ocidental (Ferreira, 2014).
http://walkmeguide.com
Pico do Castelo – Geopaisagem e geopaisagens
13
4. PROCESSOS EROSIVOS:
• Na Ilha do Porto Santo verificam-se
condições particularmente favoráveis ao
progresso da erosão e torrencialidade,
quer de natureza climática e fisiográfica,
quer de natureza geológica e edafológica.
• A erosão é intensa pelo que o coberto
vegetal arbóreo autóctone já quase
desapareceu e as zonas de vegetação
original são diminutas e ainda escassas
nas áreas reflorestadas (Almeida, et al.,
2003).
14(© Brito, 2009)
• O grave problema de erosão que assola a Ilha do Porto Santo é reconhecido desde
há longa data, como se pode compreender através de um excerto do livro do Eng.º
Eduardo de Campos Andrada (Andrada, 1990), aquando da chegada de engenheiros
silvicultores e funcionários da Direção-Geral dos Serviços Florestais à Ilha em 1952:
– “Com efeito, não podendo ficar indiferentes em face de tão impressionante
escassez do revestimento do solo e da intensidade dos fenómenos erosivos que
se constatam no Porto Santo, juntámos o nosso grito de alarme ao de tantos
outros que se têm esforçado por minorar esses graves inconvenientes.”
O desnudamento do solo e a intensidade dos fenómenos erosivos tornaram
imperativa a intervenção florestal no sentido de se constituírem arvoredos que a
defendessem da erosão, e que pudessem melhorar as condições de vida da
população, uma vez que a escassez de lenha na Ilha era um problema quase de
sobrevivência (Andrada, 1990).
PROCESSOS EROSIVOS:
15
(In Andrada, 1990)
PROCESSOS EROSIVOS:
16
(In Andrada, 1990)
PROCESSOS EROSIVOS:
17
Medidas de mitigação do processo erosivo
Início do séc. XX
Déc. de 50 do séc. XX
Desde o século XV, são feitas referências à necessidade de combater o elevado estado dedegradação dos solos e minimizar os processos erosivos.
Evolução da florestação do Pico do Castelo:
A) Início do século XX, Pico sem vegetação - solos
desertificados (Andrada 1990);
B) Década de 50 do século XX, primeira etapa da
florestação do Pico, a cargo de António Schiapa de
Azevedo (Andrada 1990);
18
(In Brito, 2009)
A)
B)
Medidas de mitigação do processo erosivo1998
2005
2007
Evolução da florestação do Pico do Castelo:
C) Dezembro de 1998 (Pico todo florestado);
D) Janeiro de 2005 (morte de pinheiros);(Vide notícia do Diário de Notícias da Madeira, datada de 8 de novembro de 2004,sob o título: “Pico do Castelo está em risco de perder milhares de pinheiros”)
E) Outubro de 2007 (existência de clareiras após o corte das
árvores mortas).
F) Novembro 2017 (clareiras com novo coberto vegetal – esforço
de reflorestação por parte dos Serviços Florestais).
19(In Brito, 2009 e © Oliveira, 2017)
C)
D)
E)
F)2017
5.Classificação do Pico do Castelo enquantoSítio de Geodiversidade
• Em conformidade com Ferreira (2014), foram desenvolvidos estudos que pretenderam,
essencialmente, estudar as principais estratégias de geoconservação no contexto da ilha do Porto
Santo, através de, nomeadamente:
– realização de um inventário sistemático do património geológico do Porto Santo;
– avaliação qualitativa e quantitativa dos seus geossítios.
Na sequência destes estudos, o Pico do Castelo foi selecionado pelo seu elevado interesse
turístico, apresentando também grande interesse didático e científico.
Estes geossítios apresentam grandes potencialidades para a promoção do geoturismo, com
desenvolvimento de ações de educação para o desenvolvimento sustentável.
20
(In Ferreira, 2014)
• O Roteiro da Geodiversidade do Porto Santo, elaborado pela SRARN em junho de 2016,
integra dez geossítios e sete sítios de geodiversidade:
O Pico do Castelo está considerado como um Sítio de
Geodiversidade
• Categoria temática: vulcanologia e geomorfologia
• Altitude de visualização: 286 metros
Classificação do Pico do Castelo enquanto Sítio de Geodiversidade
21(In Roteiro da Geodiversidade do Porto Santo, 2016)
6. Pico do Castelo: importância no passado
• Localizado numa zona de passagem obrigatória para todos os navegadores,
“quer fossem piratas, corsários ou não”, isolado e sem defesa, mas com uma
bela praia que “propiciava um fácil desembarque”, o Porto Santo foi assolado
por assaltos frequentes, nos anos de 1566, 1595, 1617, 1667, 1690, 1708 e 1719
(Oliveira e Ferreira, 2003: 24).
• Das atrocidades e violências, provocadas pelos excessos aquando dos ataques
de pirataria, dos assaltos de mouros e de corsários ingleses e franceses,
resultavam prejuízos incalculáveis.
22
• Desses graves ataques, destaque para os de 1617 e 1667: a ilha foi invadida por
corsários argelinos - saquearam e incendiaram a igreja matriz e outras casas da
vila, originando uma terrível carnificina e pilhagem (Silva e Meneses, 1998:79),
bem como o rapto da população.
• O saque mais violento foi o de 1617: protagonizado por oito embarcações e por
muitos homens. Cerca de 800 habitantes (quase toda a população) foram
capturados, “como forma de extorquir um resgate, elevados prejuízos materiais,
arquivos municipais e paroquiais quase completamente destruídos” (Oliveira e
Ferreira, 2003: 25).
Pico do Castelo: importância no passado
23
• A partir de então, a ilha teve de ser praticamente povoada de novo, pois quase todos os
habitantes foram levados como cativos para Argel (Silva e Ribeiro, 1998:5,10).
• Em 1690, corsários franceses invadiram a ilha e saquearam-na, roubando tudo o que na
igreja havia (ornamentos, pratas e livros…). O vigário Estêvão de Vasconcelos só conseguiu
salvar a ambula (vaso dos santos óleos) e pôs-se em fuga para o pico. (Silva e Meneses,
1998:124).
Pico do Castelo: importância no passado
24
• Durante vários séculos, a população vivia em constante sobressalto; e procura criar
métodos de defesa:
Os vigias, que espreitavam do alto dos picos, davam o alarme, recorrendo a tochas: os
habitantes ocultavam à pressa, em esconderijos (matamorras), bens de mais valor e
refugiavam-se nos montes ou picos, destacando-se este – em cuja coroa (de privilegiada
localização, e de difícil acesso) foram construídas modestas fortificações, sistemas de
defesa.
Aí, dentro desse castelo, onde reuniam as provisões necessárias para o tempo do cerco,
aguardavam a partida dos inimigos.
Pico do Castelo: importância no passado
25
• Como referem Vieira e Ribeiro (1989:22), este pico, “chamado do Castelo; porque nele
existe umas boas casas, com paiol, casinha e forno, e uma boa cisterna, e além disto três ou
quatro peças montadas. Era este Castelo o ponto e refúgio, para onde se retiravam os
habitantes, quando eram assaltados pelos argelinos e piratas franceses”.
Pico do Castelo: importância no passado
• Se os assaltantes tentavam subir as ribas a pino coroadas pela tosca fortificação, para
exterminá-los os defensores faziam rolar sobre ele pedras “e outros materiais de arremesso”
(Almeida e Fontinha, 2009:104).
• Há cerca de quatro décadas ainda ali se encontravam restos de muros de pedras e de terra
bem como ruínas de cisterna.
26
• No século XVIII, o rei D. José mandou construir aí “uma fortaleza, guarnecida com
artilharia de que ainda há vestígios, muito embora os canhões que hoje lá se encontram
sejam heterogéneos e não desse tempo” (Almeida e Fontinha, 2009:104).
• A Fortaleza do Pico, como passou a ser conhecida, era, assim, um refúgio, um espaço
“forte e defensável” (Silva e Meneses, 1998:79).
• Em 1805, o governador Manuel Inácio de Avelar Brotero mandou retirar a telha das
edificações, para a aproveitar no conserto do quartel da vila e da sua residência (Ibidem).
Pico do Castelo: importância no passado
27
Em primeiro plano, o Paiol do Pico do Castelo, refúgio dos porto-santenses nas invasões de piratas e corsários.
(In Pereira, 1989)
Pico do Castelo: importância no passado
28
7. PICO DO CASTELO - Importância no presente
Possibilidade de contactar com a fauna e flora da ilha
Observar magníficas paisagens
Desfrutar de ar puro e verdejante
Observar a geomorfologia da ilha
http://www.visitmadeira.pt
29
VEREDA DO PICO DO CASTELO
Distância: 3,2 Km ou 4,6 KmDuração: 1h 30m ou 2h 15mAltitude: máxima 437m e mínima 225mInício: MoledoFim: Topo do Pico do Castelo (daqui poderá descer até ao Miradouro do Canhão, pois a
descida é fácil – 15 minutos)
PICO DO CASTELO - Importância no presente –passeios pedestres:
(adaptado de: http://www.madeiraislandsguide.com) 30
O ínicio do percurso é feito no sítio
do Moledo, junto à Estrada Regional,
onde deverá subir pelo caminho
florestal até ao início da vereda.
VEREDA DO PICO DO CASTELO: Descrição
(http://www.allaboutportugal.pt)
(http://www.visitmadeira.pt) 31
A Vereda do Pico Castelo pode ser feita através de dois percursos:
Pelo lado norte do Pico do Facho, com uma extensão de 3,2km e uma duração de
1h30;
Pelo lado sul do Pico do Facho, com uma extensão de 4,6km e uma duração de 2h20.
Este é o percurso pedonal mais longo da ilha do Porto Santo.
Descrição (cont.):
32(adaptado de: http://www.madeiraislandsguide.com)
Vistas ao longo do percurso:
Vestígios de antiga atividade agrícola, através de muros de pedra emparelhada:
(http://caminheirosanonimosmadeira.blogspot.pt)
33
Apreciar os esforços de reflorestação da ilha, impulsionada por António Schiappa de
Azevedo (que tem um busto de homenagem no topo do Pico do Castelo).
Vistas ao longo do percurso (Cont.)
(https://www.guiadacidade.pt) 34
Observar paisagens magníficas; a geomorfologia da ilha (2 grupos vulcânicos separados por
um planalto); as Desertas; a ilha da Madeira; alguns ilhéus; a cidade Vila Baleira; a extensa
praia; as diferenças entre a costa norte e a costa sul e o aeroporto do Porto Santo.
Vistas ao longo do percurso (Cont.)
(http://portuturismo.blogspot.pt)35
Vistas ao longo do percurso (Cont.)
(http://walkmeguide.com)
Se optar por descer ao Miradourodo Canhão avistará, em pano defundo, a cidade Vila Baleira, quasetoda a extensão da ilha, e, aolonge, vislumbrará as Desertas e ailha da Madeira – uma visãomagnífica e ampla.
(http://www.visitmadeira.pt)
36
Vistas ao longo do percurso (Cont.)
37e http://www.visitmadeira.pt )(http://walkmeguide.com
Parques de merendas:
Aqui existem mesas e bancos de pedra (muito usado pela população local no 1º deMaio) e estrutura em pedra para churrasco. Possui instalações sanitárias.
No topo: Uma fantástica vista, sendo excelente para
aproveitar o ar puro, sob verdejantes árvores.
E poderá ter a sorte de ver sobrevoaralgumas aves de rapina.
38
No miradouro do canhão:
(http://www.madeiraislandsguide.com)
LEVADA DO PICO DO CASTELO: outro percurso pedestre
Distância: 3,1 Km Duração: 1h 20 mInício: Afluente da Ribeira do Zimbral
(160mts de altitude)Fim: Camacha (120 mts de altitude)
Final da Levada , sítio da Camacha
Nascente da Levada da Junta Geral, afluente daRibeira do Zimbral
(http://caminheirosanonimosmadeira.blogspot.pt) 39
Esta designação deriva da instituição que remodelou uma antiga levada pluvial - Levada doFacho. Nascia entre o Pico do Castelo e do Facho.
Em 1939, a Junta Geral do Distrito iniciou a construção da vala de circundação do Pico doCastelo, importante infraestrutura hidroagrícola.
Seguiram-ser outras, como os grandes reservatórios e represas. Esta é uma levada de arquitetura e funcionamento específicos: pluvial ou de inundação (só
funciona quando ocorre precipitação). Durante séculos, até à criação dos grandes reservatórios, foi muito árdua a sina do
agricultor porto-santense. Destaque para a correria destes homens, à chegada das primeiras chuvas, para garantir
que as escorrências dos pequenos cursos de água, fossem dirigidas através das pequenaslevadas pluviais, para os seus campos de cultivo.
LEVADA DO PICO DO CASTELO - Descrição
(http://caminheirosanonimosmadeira.blogspot.pt) 40
Principal função da Levada da Junta Geral: impedir a frequente erosão pluvial (grandebatalha dos agricultores).
Projetada para um caudal de cheia, tinha a capacidade de captar e desviar as enxurradasque galgavam, erodindo os terrenos adjacentes ao Pico do Castelo (grandes prejuízos).
A água era conduzida para zonas de menor inclinação (sítios da Camacha, Alagoas, EiraVelha e Areias). Permitiam a infiltração no solo, nutrindo os aquíferos subterrâneos egarantindo água nas pequenas nascentes.
A levada alimentava pequenos poços ao longo da mesma.
Após a conclusão do reservatório do Tanque, contribuía para o seu enchimento. Temcerca de 3 km e uma esplanada larga.
Um dos tornadouros da Levada da Junta Geral
LEVADA DO PICO DO CASTELO - Descrição
In: http://caminheirosanonimosmadeira.blogspot.pt41
A Ribeira do Zimbral nasce entre os doismaiores picos do Porto Santo, o Pico doCastelo e do Facho
Vistas ao longo do percurso:
(http://caminheirosanonimosmadeira.blogspot.pt) 42
NORMAS DE CONDUTA E SEGURANÇA NOS PERCURSOS:
Mantenha-se dentro do trilho
Evite ruídos e atitudes que perturbem o meio ambiente
Não recolha nem danifique plantas
Não perturbe os animais
Não abandone lixo (não deite lenços de papel no chão, a sua decomposição é
muito lenta)
Não faça lume
Se é fumador, não deite as beatas no chão, guarde-as para colocar no caixote do
lixo
Não destrua ou modifique a sinalética
43
Para sua segurança:
Não caminhe só, leve sempre companhia
Recolha previamente informação atualizada sobre o percurso
Informe sempre alguém do trilho que vai fazer e hora prevista da chegada
Certifique-se do tempo de caminhada e garanta que a finaliza antes de anoitecer
Transporte alguma comida e água de reserva
Utilize roupa e calçado apropriados
Se possível leve um telemóvel consigo
Em caso de fortes chuvas e ventos não faça o percurso ou volte para trás pelo mesmo
caminho
Não corra riscosTELEFONES ÚTEIS:Emergência 112
Proteção Civil 291700112
Bombeiros Voluntários do Porto Santo 291982115
Centro de saúde do Porto Santo 291980060
Posto de Turismo do Porto Santo 291982362
Táxis do Porto Santo 291982334
44
8. Um olhar infantil sobre o Pico do Castelo
45
9. Pico do Castelo: imagem de marca
• O Pico do Castelo, pela sua rara beleza, não é indiferente a quem avista a Ilha pela primeira
vez. Por isso, tornou-se numa imagem de marca e tem sido utilizada em diversos logótipos
de instituições, associações, grupos, rótulos…
Descrição das águas do Porto Santo engarrafadas na
Fábrica das Águas da Fontinha e rótulos utilizados
nestas garrafas, segundo Ribeiro, 1997.
46(In, Ribeiro, 1997)
Empresa Municipal – Porto Santo Verde:
Parque de Campismo do Porto Santo:
Campo de Golfe do Porto Santo:
47
Pico do Castelo: imagem de marca
Logótipos criados pelo Professor António Iglésias
T-Shirt dos finalistas do ano letivo 1997/98
Prova organizada pelo Clube Naval do Porto Santo
Prova de ciclismo
48
Pico do Castelo: imagem de marca
49
Imponência do Pico do Castelo
– visto de um ponto estratégico do centro da cidade
(© Oliveira, 2017)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• ALMEIDA,A., COSTA, J., BISCA, R., CONCEICAO, J., PIRES, M., CASTRO, A. (2003). Plano Regional da Água da Madeira –
Relatório Técnico. Instituto da Agua, Republica Portuguesa – Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e
Ambiente, Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, Região Autónoma da Madeira, 328 p.
• ALMEIDA, José F. Gouveia e FONTINHA, Susana Mª Gouveia (2009). Olhar o Porto Santo. Centro de Estudos da
Macaronésia da Universidade da Madeira.
• ANDRADA, E.C. (1990). Repovoamento florestal no Arquipélago da Madeira (1952-1975). Ministério da Agricultura,
Pescas e Alimentação, Lisboa.
• BRITO, G. (2009). Estratégias para a Valorização do Coberto Vegetal da Ilha de Porto Santo. Strategies for Valuation of
Vegetation Areas of Porto Santo Island. Dissertação de Doutoramento em Biologia. Universidade de Aveiro, 262 p.
• CACHÃO, M. & DIAS, V. (2009). As idades da ilha do Porto Santo: uma história para crianças e adultos /The Ages of
Porto Santo Island ‐ A Story for all ages. Câmara Municipal do Porto Santo, Porto Santo, 36 p.
• FERREIRA, M.R. (2014). Património geológico da ilha do Porto Santo e ilhéus adjacentes (Madeira): inventariação,
avaliação e valorização como contributo para a geoconservação. Dissertação de Mestrado em Vulcanologia e Riscos
Geologicos. Universidade dos Açores, 274 p.
• GOMES, C. & SILVA, J. (2012). Ilha do Porto Santo: Estância Singular de Saúde Natural. Madeira Rochas – Divulgações
Cientificas e Culturais, Funchal, 240 p.
50
• SILVA, J. (2003). Areia de Praia da Ilha do Porto Santo: geologia, génese, dinâmica e propriedades justificativas do
seu interesse medicinal. Madeira Rochas – Divulgações Cientificas e Culturais, 344 p.
• OLIVEIRA, Francisco e FERREIRA, Luís (2003). Guia das Veredas e Percursos da Ilha do Porto Santo. Porto Santo:
Publicações Tabaibo.
• PEREIRA E.C.N. (1989). Ilhas de Zargo. Vol. I, 4ª edição, Funchal.
• RODRIGUES, D. (1996). Mini-Curso de Actualização em Geociências. Excursão geológica ao Porto Santo. 24 e 25 de
Fevereiro de 1996. Organização conjunta da Liga dos amigos do Museu Nacional de História Natural e do Dep. De
Educação do Museu Nacional de História Natural com a colaboração da Universidade da Madeira. Departamento
de Biologia e Geologia da Universidade da Madeira, 7 p.
• ROTEIRO DA GEODIVERSIDADE DO PORTO SANTO (2016). Geodiversidade Região Autónoma da Madeira. Edição da
Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais.
• SILVA, António Carvalho e RIBEIRO, João Adriano (1998). Viagens Românticas na Ilha do Porto Santo. Editorial
Calcamar.
• SILVA, Padre Fernando Augusto da Silva e MENESES, Carlos Azevedo de (1998). Elucidário Madeirense, Vol. 3.
Funchal: Secretaria Regional de Turismo e Cultura.
• SOARES, A., CALLAPEZ, P. e MARQUES, J. (2006). Aprender em viagem - Geologia de Porto Santo (notas para uma
viagem de estudo). Revista da Associação Portuguesa de Professores de Biologia, e Geologia, n.º27, pp. 7-45.
• VIEIRA, Alberto e RIBEIRO, João Adriano (1989). Anais do Município do Porto Santo. Câmara Municipal do Porto
Santo.
51
CONSULTA INTERNET / SITES:
• Geodiversidade da Região Autónoma da Madeira / Porto Santo https://geodiversidade.madeira.gov.pt/geossitios/porto-santo.html
• WalkMe Levadas Madeira – Um guia para todos os caminhantes. http://walkmeguide.com/pt/
• A – Z Madeira. https://www.madeira-a-z.com/what-to-see/porto-santo-island/walking.html• I Love Porto Santo. http://www.iloveportosanto.com• Caminheiros Anónimos da Madeira - Levadas da Ilha da Madeira, Portugal
http://caminheirosanonimosmadeira.blogspot.pt/• PS PR2 - VEREDA DO PICO CASTELO. http://www.visitportosanto.pt/pt-pt/homepage-1?areaid=23• Trilho PS PR2 – Vereda do Pico Castelo, em Porto Santo | Portugal.
http://www.viajarentreviagens.pt/portugal/vereda-do-pico-castelo-porto-santo/
52
53
AGRADECIMENTOS:
• Engenheiro João Baptista Silva
• Centro de Formação do SPM
• Turma da Pré-Escolar do Campo de Baixo, Porto Santo